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Capítulo IV

Interpretação e integração do direito constitucional

1.Conceito de interpretação

o Vimos na última aula a classificação das normas

o Normas jurídicas exigem um esforço diferenciado na sua


interpretação

o De um lado: normas de procedimento, prazos e


formais que são muito precisas na sua formulação;

o De outro: várias cláusulas gerais com vários sentidos


possíveis

o Interpretação é uma operação imprescindível em Direito,


incluindo o Direito Constitucional

o Sem ela não se podem resolver os inúmeros problemas que


se colocam na fiscalização da constitucionalidade dos atos
jurídico-públicos

o Interpretação é a busca do sentido da norma ou de


um conjunto de normas

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o «Significa compreender, investigar e mediatizar o
conteúdo semântico dos enunciados linguísticos que
formam o texto constitucional»

o «Um conjunto de métodos e princípios


desenvolvidos pela doutrina e pela jurisprudência
com base em critérios ou premissas – filosóficas,
metodológicas, epistemológicas - diferentes, mas
em geral reciprocamente complementares», para se
esclarecer o sentido das normas constitucionais.

2. Os métodos clássicos de interpretação (literal,


histórica, sistemática, teleológica) das leis

2.1. Os métodos clássicos

a) Conceito de método

 Caminho para se chegar à verdade


(Inocêncio Mártires Coelho, in Gilmar
Mendes / Inocêncio M. Coelho/ Paulo
G.G. Branco, Curso de Direito
Constitucional, São Paulo, 4ª edição,
2009, p. 120 )

b) Interpretação literal

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 A letra do preceito ou da norma ou a interpretação
gramatical são importantes para a captação do sentido
das normas do DC;

 Considera-se os preceitos constitucionais tais como


eles foram aprovados;

 Às vezes são insuficientes para captar o sentido da


norma, então buscam-se elementos extra-literais;

c) Interpretação histórica

 Liga-se a norma ao seu percurso histórico, à sua génese e às


circunstâncias em que surgiram

 Na Alemanha, o TCF alemão não atribui em regra um


significado determinante à interpretação histórica em
matéria de interpretação da Constituição

 Porquê?

o Porque a interpretação deve sobretudo


traduzir a vontade objetiva do legislador,
aquela que resultou objetivamente

o Acórdão nº 1, 299, 312 diz o seguinte :

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«Determinante para a interpretação de um preceito legal é a
vontade objetivada do legislador nele expressa, tal qual ela resulta
da letra da disposição legal e do contexto significativo em que
esta se enquadra. A génese histórica do preceito tem significado
para a sua interpretação só na medida em que ela confirma ou
dissipa dúvidas de uma interpretação feita de acordo com os
princípios indicados»
o Função confirmadora da interpretação histórica ela é usada
quando o sentido literal e a correlação sistemática não
levarem a um resultado claro, para dissipar dúvidas

o TCF divide entre:

 a) Interpretação genética, que consiste em tomar


em conta as considerações ou exteriorizações dos
autores da lei constitucional e

 b) Interpretação histórica em sentido restrito,


quando se refere a antecedentes constitucionais,
textos históricos antecedentes

d) Interpretação sistemática

 Relação que cada preceito tem com outros, mais ou menos


próximos
 I. S. significa « toda a interpretação que consiste em
decidir o significado de uma certa disposição à luz de
outras disposições ( previamente interpretadas) com base na
presunção do caráter coerente do direito, seja em sentido
lógico ( consistência, ausência de contradições), seja no
sentido axiológico» ( Riccardo Guastini : Interprétation de

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la Constitution, in M. Troper/D. Chagnollaud: Traité
international de Droit Constitutionnel, vol. 1. , Paris, p.488)

e) Interpretação teleológica

o Tem a ver com a finalidade da norma.

o Segundo Karl Larenz ( In Metodologia da Ciência do


Direito, 3ª edição, Lisboa 1997, p. 468) ) : « Interpretação
de acordo com os fins cognoscíveis e as ideias
fundamentais de uma regulação. A disposição particular
deve ser interpretada no quadro do seu sentido literal
possível e em concordância com o contexto significativo da
lei, no sentido que corresponda otimamente à regulação
legal e à hierarquia destes fins. O autor terá de ter em
conta a globalidade dos fins que servem de base a uma
regulação»

2.2. O artigo 9º do Código Civil

«A interpretação não deve cingir-se à letra da lei, mas


reconstituir a partir dos textos o pensamento legislativo,
tendo sobretudo em conta a unidade do sistema
jurídico, as circunstâncias em que a lei foi elaborada e
as condições em que é aplicada».
«Não pode, porém, ser considerado pelo intérprete o
pensamento do legislador que não tenha na letra da lei um
mínimo de correspondência verbal, ainda que
imperfeitamente expresso».

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3. Os métodos de interpretação da Constituição

3.1.O método jurídico ou hermenêutico clássico

o Interpretação constitucional deve ser vista como a


procura do sentido da norma que o seu criador
tinha em vista ( subjetivismo), ou do sentido que a
norma traduz em si ( objetivismo);

o Dentro do objetivismo sobretudo, se poderá


distinguir ainda o originalismo do atualismo

 Originalismo : determinante é o
sentido da norma no momento da sua
emanação;

 Atualismo : Determinante é o sentido


da norma aquando da sua aplicação

o Desvenda-se o sentido das normas através dos


métodos clássicos: literal, lógico-sistemático,
histórico, teleológico)

o É o método jurídico clássico que ajuda a


salvaguardar a legalidade da Constituição: através
da dupla relevância atribuída ao texto:

a) Ponto de partida para a análise e captação


de sentido e,

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b) Limite da tarefa de interpretação, pois o
que se quer é desvendar o sentido do texto, não
se devendo ir para além do texto, nem contra ele.

o Parte-se da norma para resolver o problema da


sua aplicação

o Método preferido por Kelsen ou Forsthoff

3.2.O método tópico orientado para o problema

o A Constituição é um sistema aberto de regras e


princípios, admitindo distintas interpretações;

o Intérpretes servem de vários topoi ou pontos de


vista a fim de ver o melhor sentido para resolver o
problema, i.e. uma questão que admite mais de uma
resposta;

o A situação deve ser resolvida tendo em


consideração todos os elementos, tópicos e pontos
de vista, tendo ainda em conta todos os argumentos
e o ambiente em que se vai aplicar a norma

o Dá-se um especial relevo à realidade e cultura


constitucionais;

o Parte-se do problema para a norma

o Interpretar é resolver um problema e não detetar


uma intenção pré-existente;
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o Na versão mais radical deste método a norma
escrita não passa de mais um tópico, ao lado de
outros, que se deve utilizar para resolver o caso da
vida;

o Deste modo, dá-se primazia à «jurisprudência


dos interesses» em detrimento da
«jurisprudência dos conceitos».

o O método tópico-problemático serviria para


ultrapassar as limitações das regras clássicas de
interpretação;

o Método adotado pelas teorias integracionistas de


( R. Smend e H. Heller)

o Crítica: deve-se partir da norma para o problema e


não do problema para a norma;

3.3. O método hermenêutico concretizador

o É uma simbiose do método hermenêutico


clássico com o método tópico orientado para o
problema;

o Porque considera que se deve partir do


texto e procurar a solução justa para o
caso concreto dentro do texto

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o A norma escrita fornece «o programa
normativo» que necessita de ser aplicado
ao ambiente que envolve a sua
aplicação;

o A leitura de um texto normativo pressupõe


uma pré-compreensão;

o O intérprete concretiza a norma para uma


situação da vida e a partir dela gera-se um
movimento de vaivém da norma para o
problema;

o Contrariamente ao método tópico-


problemático que assenta no primado do
problema, este assenta-se no primado do texto
constitucional

o A decisão constitucional vai ser uma norma de


concretização de um programa normativo

o Cultor deste método : Konrad Hesse

3.4. O método científico-espiritual ( = valorativo ou


sociológico)

o Ligado às correntes espiritualistas, concede


grande peso à cultura constitucional e aos valores
que antecederiam às normas

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o Teorização especialmente após a 2ª guerra
Mundial, chamando a atenção para os limites do
poder constituinte e do direito em geral ;

o Tem manifestações exageradas no recurso ao


direito natural

Interpretação deve ter em conta

a) As bases de valoração (sistemas de valores)


subjacentes à Constituição
b) O sentido e a realidade da Constituição como
elemento do processo de integração

3.5. O método normativo-estruturante

o A metódica deve preocupar-se com a estrutura da norma.

o Norma é diferente do texto normativo.

o Norma abrange um domínio normativo, isto é um pedaço


da realidade que se deve ter em conta ao lado do
programa normativo.

o Na tarefa de concretizar a Constituição, o aplicador de


direito, para fazer justiça à complexidade e magnitude da

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sua tarefa de interpretar deverá considerar não apenas os
elementos resultantes da interpretação do programa
normativo, que é expresso pelo texto da norma, mas
também aqueles que decorrem da investigação do seu
âmbito normativo:

o No âmbito normativo figuram os elementos que também


pertencem à norma, e com igual hierarquia, enquanto
representam o pedaço da realidade social que o programa
normativo «escolheu» ou, em parte, criou para si, como
espaço de regulação.

o Assim, a decisão constitucional será uma norma de


concretização do programa normativo ( Manuel Afonso
Vaz) ;

o Cultor deste método : Friedrich Müller

3.6. O método comparativo

Comparam-se institutos semelhantes e a sua evolução para


se poder captar o sentido de determinados enunciados
linguísticos.

3.7. Nota de síntese :

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o A opção a favor de um método de
interpretação depende muito do tipo de norma
perante a qual se está ;

o É natural por exemplo, para as normas


jurídico-organizatórias que requerem
certeza e segurança, adotar-se o método
jurídico ou hermenêutico clássico;

o Para a interpretação das normas jurídico-


materiais pode-se aconselhar os métodos
hermenêutico-concretizador e
normativo-estruturante ;

o Inadequado o subjetivismo interpretativo


se o legislador constituinte não tomou
posição sobre dada matéria, mas deixou
em aberto as opções para o legislador

o Também se o legislador tomou uma


posição clara, precisa e sem condições
sobre dada matéria, o método tópico-
problemático já será pouco adequado.

4. Os princípios (ou «postulados» – J. M:) da


interpretação (Canotilho)

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o Catálogo de princípios tópicos
desenvolvidos a partir de uma metódica
hermenêutico-concretizadora

o Necessidade sentida pela doutrina e pela


prática jurídica de haver princípios
auxiliares da interpretação que obedeçam a
certos critérios :

a) Relevância para a decisão do problema


com que se confronta;

b) Operatividade no campo do direito


constitucional ;

c) Praticabilidade .

4.1. O princípio da unidade da Constituição

o Constituição deve ser interpretada de forma a evitar


antinomias e contradições;

o Antinomia é a situação que se verifica entre duas


normas incompatíveis pertencentes ao mesmo
ordenamento e tendo o mesmo âmbito de validade
( temporal, especial, pessoal e material);

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o Antinomias podem em geral ser solucionadas com
base em três critérios :

 Cronológico
 Hierárquico
 De especialidade

o Considerar a constituição na sua globalidade e buscar a


harmonia do sistema, quando parece haver tensão.

4.2. O princípio do efeito integrador

o Deve-se dar primazia aos critérios e pontos de vista que


favoreçam a integração política e social e o reforço da
unidade política;

4.3. Princípio da força normativa da Constituição

o Referência a força normativa significa


considerar que a Constituição é uma lei
vinculativa dotada de efetividade e
aplicabilidade

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o Não é uma mera declaração !!

o Não é um simples programa despido


de força jurídica!!.

o Na solução dos problemas de interpretação


constitucional deve-se ajustar a norma ao
sentido histórico e dar preferência aos
pontos de vista que lhe dão a maior
eficácia;

o Soluções hermenêuticas devem


compreender a historicidade das
estruturas constitucionais e possibilitar a
«atualização normativa»

4.4. O princípio da justeza ou da conformidade funcional

o Visa, em sede de concretização da Constituição impedir que


se altere a repartição das funções constitucionalmente
fixadas;

o O órgão encarregado de interpretar a Constituição não deve


chegar a uma interpretação que subverta ou perturbe o
esquema organizatório - funcional existente;

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Exemplo:

Se a Constituição é clara ao definir que compete ao


Presidente da Assembleia Nacional fixar a ordem do dia,
ouvida a Conferência dos Representantes dos Grupos
Parlamentares…sem prejuízo do recurso para o Plenário,
não parece correto que se atribua tal poder primário ao
Plenário.

4.5. O princípio da concordância prática ou da


harmonização

o Quando há bens jurídicos em conflito, impõe-se uma


concordância prática, isto é evitar o sacrifício de um bem
em prejuízo de outro

 Exemplos: Direito a inquérito parlamentar e


responsabilidade própria do Governo e direitos
da personalidade;

o Importante quanto a direitos fundamentais ou direitos e


outros bens jurídico-constitucionais

4.6. O princípio da proporcionalidade ou razoabilidade

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Pauta de valores que emana das ideias de justiça, equidade, bom
senso, prudência, ponderação, justa medida etc.

a) Conformidade ou adequação dos meios (Geeignetheit)

o Ato do poder público é apto para atingir os fins perseguidos


pela norma

o Medida é boa para atingir os fins

o Exemplo: limitação da velocidade nas auto-estradas que


passam por florestas (será adequada, caso se chegue à
conclusão de que a limitação da poluição ajuda a preservar a
floresta)

b) Necessidade ( Erforderlichkeit)

o Princípio da menor ingerência possível

o PROVA-SE QUE PARA ATINGIR OS FINS NÃO


ERA POSSÍVEL UTILIZAR UM MEIO MENOS
ONEROSO PARA O CIDADÃO

o Não há outra situação que o estado possa criar sem


grande dispêndio, que seja menos onerosa para o
cidadão

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Exemplos:

o Exigibilidade material,

o Exigibilidade espacial,

o Exigibilidade temporal,

o Exigibilidade pessoal

c) Proporcionalidade stricto sensu

o Se o resultado conseguido com a medida é


proporcional à carga coativa da mesma;

o Se a medida é justa;

o Meios utilizados são proporcionais aos fins?

4.7. O princípio da interpretação das leis conforme à


Constituição

o Quando a utilização de todas as regras interpretativas não


permitir um sentido inequívoco, havendo várias
interpretações possíveis, deve-se preferir a interpretação que
dê às normas um sentido conforme à constituição

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o Dimensões da formulação

a) Princípio da prevalência da Constituição

o Impõe que quando haja várias


interpretações possíveis, deve-se dar
prevalência só aquela que não for contrária
ao texto e ao programa das normas ou
normas constitucionais;

b) Princípio da conservação da norma

o Norma não deve ser declarada


inconstitucional, quando, observados os
fins da norma, ela possa ser interpretada
conformemente à Constituição;

c) Princípio da exclusão da interpretação conforme


à Constituição, mas que contrarie a lei

o Intérprete da norma não pode contrariar a


norma legal, mesmo que consiga uma
interpretação da norma infraconstitucional
conforme à Constituição;

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- Se houver duas ou mais interpretações conformes à
Constituição, deve-se dar prioridade àquela que está melhor
orientada para a Constituição

5. Os intérpretes da Constituição

a) Num sentido geral : qualquer pessoa

b) No sentido kelseniano, identificam-se os interpretes


privilegiados, isto é aqueles cuja interpretação é autêntica,
isto é no sentido de produzir efeitos

Ba)De maneira geral em relação a leis : órgãos


encarregados da aplicação do direito em geral = órgãos
administrativos e juízes

Bb) No caso do Direito Constitucional :

i. Se o controlo da constitucionalidade é
concentrado, só o TC é o intérprete
autêntico de última instância;

ii. O TC tem o poder de contradizer e rejeitar


a interpretação do legislador ao declarar a
inconstitucionalidade das leis

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iii. A interpretação do TC não pode ser
derrubada por nenhuma autoridade

iv. Só uma revisão da Constituição, em


princípio, pode derrubar a interpretação do
TC através da alteração do texto
constitucional;

o Todavia em Cabo Verde : Na


fiscalização preventiva da
constitucionalidade, possível a
superação do veto jurídico do
Presidente da República após decisão
(«parecer») do TC possível , mas
criticável.

v. Ver situação do controlo difuso da


constitucionalidade e sua combinação com
o princípio do precedente vinculativo (stare
decisis) : o ST dos EUA tem praticamente o
mesmo poder que os TC no sistema de
controlo concentrado

6. Integração de lacunas constitucionais

6.1. Conceito

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Lacunas existem quando determinadas situações que se deviam
considerar como reguladas constitucionalmente:
a) Não estão reguladas;

b) Não estão cobertas pela interpretação, mesmo


extensiva de preceitos constitucionais

6.2. Tipos de lacunas

o Lacuna normativo-constitucional só existe


quando existe uma incompletude contrária
ao «plano de ordenação da constituição»;

o Espécies de lacunas :

A) Lacuna autónoma :

Quando se verifica a ausência


na regulação constitucional da
disciplina de certa matéria,
mas esta disciplina pode-se
deduzir a partir do plano
regulativo da Constituição e
dos fins da regulamentação da
constituição

B) Lacunas heterónomas:

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Resultantes do não
cumprimento de ordens para
legislar e das imposições
constitucionais concretas

6.3. As lacunas ideológicas ( Norberto Bobbio) ou


axiológicas ( Ricardo Guastini)

 Lacunas ideológicas ou axiológicas são lacunas de


um outro tipo.

 Significam não a falta de uma solução no


ordenamento jurídico, mas sim a falta de uma
solução satisfatória, i.e. a falta de uma solução justa

 Posição de Riccardo Guastini : « La lacune


axiologique , c’ est le manque d ‘ une norme
juste.Plus précisement dans un ensemble de normes
il y a une lacune axiologique chaque fois qu’une
classe de casest bien reglée par une norma, mais la
réglementation existante est jugée insatisfaisante
par l ‘interpréte». Ce qui manque est donc non pas
«une norme» san qualificatif, mais justement une
norme réglant le cas d’ une manière
«satisfaisante», donc une norme «juste» .
[ Remissão para C.E. Alchourrón, E. Bulygin,
Normative Systems, Viena , Nova York, 1971].

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 Distinguem-se assim das lacunas chamadas «reais»,
que se encontram no ordenamento jurídico;

 Lacunas ideológicas são lacunas de iure condendo


( de direito a ser estabelecido), enquanto as lacunas
reais são lacunas de iure condito ( do direito
estabelecido)

o Cfr. Norberto Bobbio, Teoria do


Ordenamento Jurídico, 10ª edição, Brasília,
1999, p. 140)

o Riccardo Guastini , L’ ínterprétation de la


Constitution, in Michel Troper/Dominique
Chagnollaud (Orgs.) : Traité international
de droit constitutionnel, tomo 1, Dalloz, Paris
2012, p. 498

6.4. A analogia como método de integração

o Para integração das lacunas de


regulamentação:

a) Lacunas da norma (Normenlücken)

b) Lacunas de regulamentação
( Regelungslücken) , quando se
trata da regulação não de uma

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norma que não está completa, mas
sim da incompletude de uma
regulamentação em conjunto

 Transferência de regulações de situações semelhantes para


outros casos que mereçam tratamento igual, em virtude de
uma coincidência valorativa

 Ver artigo 17º / 3 da Constituição : As normas


constitucionais e legais relativas aos direitos fundamentais
devem ser interpretadas e integradas de harmonia com a
Declaração Universal dos Direitos do Homem

Conclusão:

Vimos o que é a interpretação

Os métodos e princípios da interpretação

Quem são os intérpretes da Constituição

Que interpretação se distingue da integração das lacunas

Lacuna se integra pela analogia

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Doutrinas ou ideologias de interpretação constitucional

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