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UNICAMP

Faculdade de
Engenharia Química

EQ 902 A
Laboratório de Engenharia Química IV
1o Semestre de 2016

Trocador de Calor
Grupo A:

Iago Merli Freitas RA: 117228


Heloisa Penitenti Oliveira RA: 117191
Leonardo Gonçalves Rigueto RA: 117618
Marina Vilela dos Santos RA: 118062
Victor Hugo Donegá Toffano RA: 118879

Professor: Ambrósio Florêncio de Almeida Neto

Experimento realizado em 24 de Maio de 2016.

Campinas, 2 de Junho de 2016.


Sumário
1. Resumo e Objetivos ....................................................................................................... 3
2. Nomenclatura ................................................................................................................. 4
3. Introdução ...................................................................................................................... 5
4. Material e Métodos......................................................................................................... 7
4.1. Equipamentos e Materiais ....................................................................................... 7
4.2. Procedimento Experimental .................................................................................... 8
5. Resultados e Discussões ............................................................................................... 9
5.1. Correlação experimental para o coeficiente de transferência de calor .................... 9
5.2. Projeto de um trocador de placas ...........................................................................14
5.3. Identificação do sistema experimental....................................................................17
6. Conclusão .....................................................................................................................18
7. Sugestões .....................................................................................................................19
8. Referências ...................................................................................................................20
9. Anexos ..........................................................................................................................21
9.1. Dados Experimentais .............................................................................................21
9.2. Memória de Cálculo – Obtenção de Parâmetros de Troca de Calor ......................23
9.3. Memória de Cálculo – Projeto de Trocador ............................................................26
9.4. Memória de Cálculo – Identificação do Sistema .....................................................28
1. Resumo e Objetivos

O experimento realizado teve como objetivo projetar um trocador de calor do tipo de


placas para resfriamento de ciclohexano, sabendo-se que esse trocador terá o mesmo
comportamento de transferência térmica do trocador experimental, por onde será obtida a
correlação para os coeficientes de transferência de calor do equipamento a ser projetado.
A queda de pressão também foi um fator importante na análise deste projeto, devendo esta
ser inferior a 20 kPa para a água de resfriamento e de 50 kPa para o fluido quente.

Variando-se as vazões e medindo-se as temperaturas de entrada e saída dos


fluidos no trocador experimental, no qual água era utilizada tanto como fluido frio e quente,
obteve-se os dados necessários para o cálculo dos coeficientes de transferência de troca
térmica em função do número de Reynolds dos escoamentos, sendo o resultado do ajuste
dos coeficientes e da correlação empírica do número de Nusselt em função de
Reynolds e Prandtl como 0,31 e 0,56 respectivamente.

A partir da correlação ajustada obtida, realizou-se o projeto do trocador de calor,


considerando-se a variedade de 12 tipos de placas diferentes disponíveis, sendo a
configuração de placas do trocador escolhido aquela que possuísse a menor área, que
está diretamente relacionada ao custo final do equipamento, dentro dos limites de queda
de pressão estabelecidos. A configuração final resultante foi de um trocador de 80 placas
com 1,7 m de comprimento, que apresentou o maior valor de troca térmica, resultando na
área total menor de 46,2 m2. Apesar disto, o trocador apresentou as maiores quedas de
pressão (0,26 e 0,93 kPa para os fluidos quente e frio, respectivamente), porém estas
foram bem inferiores aos limites estabelecidos.
2. Nomenclatura

Área necessária de troca térmica


Coeficiente da correlação para
Coeficiente da correlação para
Calor específico a pressão constante J/kg.K
Diâmetro equivalente m
Espaçamento entre as placas m
Fator de atrito
Função de transferência do processo
Coeficiente de película de troca de calor W/m².K
Condutividade térmica do fluido W/m.K
Ganho do processo
Comprimento da placa
Vazão mássica kg/s
Média logarítmica das diferenças de temperaturas dos fluidos ºC
Número de placas do trocador
Número de Nusselt
Número de Prandtl
Taxa de transferência de calor W
Número de Reynolds
Fator de incrustação
Área transversal de escoamento do fluido
Temperatura do fluido ºC ou K
Velocidade de escoamento do fluido m/s
Coeficiente global de transferência de calor W/m².K
Vazão volumétrica m³/s
Largura da placa m
Constante de tempo do processo
Viscosidade dinâmica do fluido Pa.s
Massa específica do fluido kg/m³
Subescritos

Entrada do trocador de calor


Fluido frio
Fluido quente
Saída do trocador de calor
3. Introdução

Trocadores de calor são equipamentos fundamentais numa indústria química,


destacando-se em dois tipos de configuração: trocador casco-tubo e o trocador de placas.
A instalação de um trocador de calor na indústria está sujeita a grandes restrições em
relação ao custo de aquisição do equipamento e no espaço disponível para ser alocado.
Os trocadores de placas paralelas destacam-se por sua flexibilidade e adaptabilidade na
mudança térmica, alguns tipos até permitem a alteração no número de placas. Além disso,
possuem uma área de contato muito maior em um pequeno volume, de maneira que
requerem menor quantidade de material para sua construção, e possuem um custo
relativamente mais baixo que o de casco e tubo. (HEWITT, SHIRES, & BOTT, 1995)

Por outro lado, os trocadores de placas paralelas são sensíveis a temperatura e


pressões, não podendo operar com valores elevados dessas variáveis, principalmente o
trocador de gaxeta, mais comum para a configuração em placas, onde o material dessa
gaxeta gera limitações de temperatura e pressão. É possível soldar as placas para
trabalhar com pressões maiores, todavia perde-se a flexibilidade e a facilidade de limpeza.
O uso de fluidos de alta viscosidade não é recomendado por causa da alta perda de carga
e de problemas de distribuições de fluxo dentro das placas. Por fim, o custo de
bombeamento é alto devido às placas corrugadas e ao pequeno espaço de escoamento
entre elas, o que leva a elevadas perdas de carga. (KERN, 1983)

Ainda assim, essa configuração é muito utilizada nas indústrias alimentícias e de


bioprocessos. Um estudo de caso interessante na indústria de alimentos pode ser retirado
de CLARK et al. (2009): para o processamento de sorvete, a mistura do creme de leite
combinado com outros aditivos é mais viscosa que o fluido do leite, assim o espaçamento
entre as placas do trocador deve ser maior do que para leites ou sucos. Esse aumento
reduz a perda de carga e o estresse exercido na gaxeta, todavia requer uma maior área,
pois o coeficiente de troca térmica será menor.

Para o projeto de um trocador de placa, como HEWITT et al. (1995) descreve, deve-
se considerar as dimensões de uma placa, sendo nesse caso L e W como altura e largura
respectivamente de uma placa, e o espaçamento entre elas e N o número de placas do

5
trocador. A partir desses parâmetros, obtemos informações iniciais de área de troca
térmica ( ), equação 1, e área transversal de escoamento ( ), equação 2:

Outra informação necessária é o Diâmetro equivalente ( ), equação 3, sendo a


razão entre 4 vezes a área transversal de escoamento de cada canal e o seu perímetro
molhado:

A equação que determina o projeto de um trocador de calor é a de transferência de


calor, que depende da força motriz (diferença de temperatura), área de troca térmica e do
coeficiente global de transferência de calor ( ). A equação 4 apresenta essa relação:

Nesse caso, a diferença de temperatura é determinada pelo MLDT, ou seja, a média


logarítmica da diferença de temperatura entre os fluidos. A equação 5 apresenta essa
média:

O subescrito “ ” corresponde a entrada, enquanto “ ” a saída na equação acima. O


coeficiente global de transferência de calor, por sua vez, é calculado através da soma das
resistências à transferência de calor em ambos os fluidos com a resistência pela
incrustação ( ), dada pela equação a seguir:

Onde “ ” representa o coeficiente de película, tanto para o fluido frio e o quente, e a


resistência a troca térmica por condução foi desprezada. Esses coeficientes de película
são determinados pelo número de Nusselt ( ), que por sua vez também está relacionado

6
a outros números adimensionais, como Reynolds ( ) e de Prandtl ( ). A equação a
seguir reúne essa relação (HEWITT, SHIRES, & BOTT, 1995):

Nota-se nessa equação os parâmetros e , os quais dependem do regime de


escoamento e da geometria do trocador, e é a condutividade térmica do fluido. As
equações de Reynolds e Prandtl estão a seguir:

Onde u corresponde à velocidade de escoamento e e à massa específica e


viscosidade dinâmica do fluido, respectivamente. Finalmente, é importante estimar a perda
de carga ocorrida no processo. Tal cálculo é feito de acordo com a equação 10 (SERTH,
2014):

Nessa equação temos o fator de atrito ( ), o qual depende graficamente com o


número de Reynolds. é a massa específica do fluido e é a velocidade de escoamento
do fluido novamente.

4. Material e Métodos
4.1. Equipamentos e Materiais
A montagem experimental consistiu dos seguintes equipamentos:

 Um trocador de calor de placas Alfa Laval® de aço inox com 19 placas


térmicas (21 placas no total), e as seguintes dimensões: 10 cm de largura; 20
cm de altura e 2 mm de espaçamento (3);
 Quatro medidores de temperatura alocados nas entradas e saídas dos fluidos
quente e frio (4a-d);
 Um tanque pulmão com resistência elétrica de 2500 W de potência para
armazenamento do fluido quente (1);

7
 Uma torre de resfriamento, para resfriar o fluido frio (8);
 Duas bombas para recirculação dos fluidos quente (7a) e frio (7b);
 Painel para aquisição de dados (2) conectado a um computador com
interface ao software de supervisório Indusoft® (6);
 Dois rotâmetros para medição de vazão dos fluidos quente (5b) e frio (5a);
 Tubulações, válvulas e conexões.

O trocador de calor estava ajustado para fluxo em contracorrente e o fluido de troca


térmica era água em ambos os lados (quente e frio). A água utilizada é tratada com cloro,
fungicida e algicida. A Figura 1 a seguir mostra o aparato experimental dando destaque
aos equipamentos anteriormente descritos.

Figura 1: Montagem experimental, com destaque dos equipamentos anteriormente descritos

4.2. Procedimento Experimental


Algumas horas antes do experimento ser executado, a resistência do tanque pulmão
de fluido quente foi ligada para que, ao início do experimento, toda água ali contida
estivesse suficientemente aquecida. Para começo do experimento, foram ligados o painel
de aquisição de dados e o computador e então abriram-se as válvulas de entrada de fluido
quente e frio, e ligaram-se as respectivas bombas, ajustando-se as vazões de água quente
e fria pelos respectivos rotâmetros. A seguir, iniciou-se o programa de supervisório
Indusoft® na tela de gráficos para acompanhamento das temperaturas de entrada e saída
de cada fluido, aguardou-se cerca de 10 minutos para estabilização das temperaturas e
então iniciou-se a coleta de dados. O procedimento adotado pelo grupo consistiu em

8
ajustar a vazão do fluido frio em 84 mL/s e abrir a válvula de fluído quente na máxima
vazão alcançada (84 mL/s), então, mantendo-se a vazão de água fria fixa, reduziu-se
gradativamente a vazão de água quente até 36 mL/s; a seguir, este procedimento foi
novamente realizado, porém desta vez mantendo-se a vazão de fluido quente em 75 mL/s,
ajustando a vazão de fluido frio em 105 mL/s e reduzindo-a progressivamente até 36 mL/s.
Vale ressaltar que a cada ajuste de vazão, tanto para variações do lado do fluido quente,
tanto para variações no fluido frio, aguardou-se um tempo mínimo de 3 minutos para
estabilização e posterior coleta de dados. A partir das temperaturas obtidas foram
calculados os valores de troca térmica

Após a coleta de 30 conjuntos de pontos experimentais, conforme procedimento


anteriormente descrito, foi realizada a identificação do sistema da seguinte maneira:
manteve-se a vazão da água quente em 75 mL/s e de água fria em 120 mL/s até a
estabilização do sistema, e então realizou-se um degrau de amplitude -54 mL/s na vazão
de fluido frio, tomando-se diversos conjuntos de pontos de temperatura até a
reestabilização do sistema. Então, foi novamente realizado um degrau de 72 mL/s para
120 mL/s e anotados os conjuntos de dados até nova estabilização do sistema.

5. Resultados e Discussões
5.1. Correlação experimental para o coeficiente de transferência de calor

As características do trocador de calor de placas paralelas projetado estão descritas


na Tabela 1. O fluido frio era produzido em uma torre de resfriamento e o fluido quente
através de um tanque com resistência elétrica. A coleta dos dados de temperatura foi feita
na entrada e saída de ambos fluidos no trocador.

Tabela 1: Características do trocador de placas experimental


Material das placas Aço inox
Tipo de ondulações Chevron
N - Número de placas 19
L - Altura das placas (m) 0,2
W - Largura das placas (m) 0,1
e - Espaçamento entre placas (m) 0,002

Os dados experimentais obtidos estão apresentados no Anexo 8.1. A coleta foi


realizada em dois momentos: no primeiro deles, manteve-se a vazão de fluido frio

9
constante em 75 mL/s e variou-se a vazão de fluido quente de 105 a 36 mL/s (dados de #1
a #17). Depois, fez-se o contrário, mantendo-se vazão constante de fluido frio em 84 mL/s
e variou-se o quente de 84 a 36 mL/s. (dados de #18 a #30). Para cada um dos conjuntos
de temperaturas e vazões medidos para fluidos frios e quente, calcularam-se propriedades
físicas na temperatura média entre a entrada e saída do fluido, assim como
número de Prandtl, Reynolds e média logarítmica da diferença de temperatura entre os
fluidos (MLDT) para cada ponto.

O calor trocado entre os fluidos quente ( ) e frio ( foi calculado a partir das
Equações 11 e 12. Fez-se essa análise para comparação da perda de calor,
principalmente por condução nas tubulações do experimento, que não eram isoladas
perfeitamente.

(11)

(12)

Pode-se, então, encontrar coeficiente global de transferência de calor (U) médio,


através do calor médio trocado, Equação 13. Esse valor foi utilizado para equilibrar os
erros experimentais devido às perdas de calor observadas no experimento. Esse cálculo
pode ser encontrado na Equação 14.

(13)

(14)

Com base nas dimensões apresentadas na Tabela 1, calcularam-se os


parâmetros e , apresentados na Tabela 2. Os cálculos para esses parâmetros, assim
como aqueles usados para obtenção da correlação para coeficiente de transferência de
calor estão detalhadas no Anexo 8.2.

Tabela 2: Parâmetros calculados de geometria do trocador


A - Área total de Troca Térmica [m²] 0,38
S - Área Escoamento [m²] 0,002
De - Diâmetro equivalente [m] 0,0040

10
A partir dos dados calculados, os coeficientes da correlação (Equação 15) proposta
para o número de Nusselt em função dos números de Reynolds e Prandtl puderam ser
ajustados através da ferramenta Solver do software Microsoft Excel ®, minimizando o valor
da diferença entre o valor de calculado experimentalmente e o valor de expresso pela
Equação 16, variando-se a e b na mesma equação.

(15)

(16)
Os resultados obtidos, para a variação de vazão de água fria e água quente,
respectivamente, relacionando os valores de experimentais e os valores de calculados
pela equação de ajuste por mínimos quadrados, estão apresentados nas Figuras 2 e 3,
juntamente com os dados obtidos na literatura (HEWITT, SHIRES, & BOTT, 1995):

Figura 2: Ajuste de em função de para a série de dados 1.

2000

1500
U (W/m².K)

1000

500

0
0 50 100 150 200 250
Ref
Experimental Ajustado Literatura

Figura 3: Ajuste de em função de para a série de dados 2.

11
2000

U (W/m².K) 1500

1000

500

0
0 50 100 150 200 250
Req
Experimental Ajustado Literatura

A Figura 2, quando se observa o comportamento da curva ajustada, permite


perceber uma mudança sutil no comportamento do coeficiente experimental em
. De acordo com a literatura (HEWITT, SHIRES, & BOTT, 1995), o regime de
escoamento em trocadores de placas passa de laminar para regime de transição em
valores de , e do regime de transição ao turbulento para entre 100 e 400, a
depender do tipo de placa utilizado. É possível inferir, portanto, que o procedimento
experimental, durante a variação da vazão de água fria, englobou pontos em regime de
transição e também em regime turbulento. O mesmo pode ser observado para a Figura 3
em valores de Reynolds similares. Por se tratar do mesmo fluido analisado nos dois
procedimentos e tendo sido utilizado o mesmo trocador de calor era esperado que a
mudança entre regimes ocorresse em valores de Reynolds próximos, como observado.

A comparação entre as curvas Experimental e Literatura, para a Figura 2, demonstra


diferenças significativas nos valores absolutos do coeficiente , porém com um
comportamento similar, desta forma infere-se que entre os parâmetros ajustados deve
apresentar erro relativo, quando comparado aos valores teóricos, maior que o parâmetro

Quando se pondera que os cálculos envolvidos no projeto de um trocador de placas


consideram-no isolado termicamente do meio externo, que o trocador experimental, as
tubulações e os demais acidentes do sistema não possuíam qualquer forma de isolamento
e que o fluido quente se apresentava em temperaturas muito superiores à temperatura
ambiente era esperado que a perda de calor para o ambiente fosse significativa. Isto, unido
aos erros associados aos instrumentos, como a possível descalibração dos termopares e

12
ruídos no sinal dos medidores, acabam por ocasionar erros nos valores de
calculados e, consequentemente, de , sendo esta uma possível explicação para o
distanciamento entre as curvas experimentais e a teórica.

Na Figura 3, por sua vez, o comportamento das curvas Experimental e Ajustado se


mostrou divergente do comportamento da curva da literatura, sendo este um indício de que
os dados obtidos no segundo procedimento apresentam erros.

Tais erros podem ser explicados em parte pela dificuldade de se manter estável a
vazão de água fria: durante o procedimento experimental a vazão medida pelo rotâmetro
não se mantinha em 84 mL/s, apresentando quedas constantes e necessitando de acertos
de vazão. Como o rotâmetro apresentava-se com grande concentração de lodo
acarretando em possível descalibração e perceptível oscilação da boia de medição é
possível que a vazão real tenha se mantido estável e apenas o medidor de vazão
apresentasse erros de medição, desta forma a vazão de água fria pode ter sido aumentada
gradativamente no decorrer do experimento, afetando o valor encontrado para o
coeficiente global de transferência de calor.

Sabe-se que a correlação para em função de e depende do regime de


escoamento do fluido; consequentemente os valores de e também se mostram
dependentes desta variável. Ao realizar o procedimento experimental englobando mais de
um regime de escoamento faz-se com que os parâmetros sejam ajustados para toda a
faixa de Reynolds estudada que, como discutido anteriormente, envolve mudanças no
regime do fluido, desta forma os parâmetros obtidos contêm um erro intrínseco associado
a eles. A Tabela 3, abaixo, apresenta os parâmetros e obtidos pelo ajuste e sua
comparação com os parâmetros da correlação apresentada em HEWITT et al. (1995),
relativa ao escoamento turbulento em trocadores de placas do tipo chevron com ângulo de
30º:

Tabela 3: Parâmetros e obtidos pelo ajuste comparados aos da literatura (HEWITT et al,1995).
Ajuste Literatura Erro relativo
0,31 0,40 -21,64%
0,56 0,64 -13,12%

13
Como inferido na análise realizada anteriormente, o erro relativo ao parâmetro se
mostrou superior ao erro do parâmetro , porém mesmo para o segundo parâmetro os
erros superam 10%, explicando o distanciamento entre os dados experimentais e os
previstos pela correlação da literatura, apresentados nas Figuras 2 e 3.

Um ponto importante a ser considerado quanto ao distanciamento entre os dados


teóricos e experimentais é o fator de incrustação , presente na Equação 17:

Esse fator não é considerado nos cálculos. É possível supor que o trocador de calor
experimental, por não se tratar de um equipamento novo e devido a possível falta de
manutenções e limpezas periódicas, apresente incrustação expressiva, desta forma o
coeficiente experimental passa a ser subestimado em comparação ao coeficiente global
de troca térmica de um trocador novo, apresentando valores menores que os reais.

É necessário considerar, também, que a correlação da literatura refere-se ao


escoamento turbulento, para placas chevron com ângulo 30º. Como não existem
informações acerca do ângulo das ondulações das placas do trocador experimental,
mesmo que estas sejam do tipo chevron, é possível que sua geometria difira da utilizada
para obtenção da correlação de HEWITT et al. (1995). Igualmente, é notável que o
processo experimental incluiu pontos na região não turbulenta de escoamento, acarretando
divergências ainda mais significativas.

Considerando-se todas as fontes de erros apresentadas se torna necessário


ressaltar que a correlação obtida a partir do ajuste, apresentada na Equação 18 abaixo, se
refere apenas ao trocador experimental utilizado, com geometria e tipo de ondulações
específicas, faixa de Reynolds envolvendo regime de transição e turbulento e presença de
incrustação; tendo, portanto, aplicação limitada.

5.2. Projeto de um trocador de placas

A partir dos requerimentos de uma troca térmica exigida em certo processo,


presentes da Tabela 4, pode-se efetuar o dimensionamento de um trocador de placas a

14
partir dos parâmetros = 0,31 e = 0,56 obtidos, considerando que o equipamento
apresentará o mesmo comportamento de transferência de calor daquele utilizado no
experimento.

Tabela 4: Requerimentos de troca térmica a serem satisfeitos pelo projeto de trocador

Vazão Queda de Pressão


Fluido Te (ºC) Ts (ºC)
(kg/s) Permitida (kPA)
Ciclohexano 1,5 110 30 50
Água - 25 40 20

O projeto considerou 12 opções de altura de placa (de 0,6 a 1,7 m), largura igual a
20% do valor desta altura e espaçamento de 5 mm entre as placas. Foram calculados,
assim, 12 trocadores, a fim de escolher o melhor deles para satisfazer os requerimentos de
troca térmica. O método de cálculo está descrito no Anexo 8.3.

O procedimento foi realizado para os 12 casos considerados, estando os


resultados principais expostos na Tabela 5:

Tabela 5: Resultados dos cálculos de projeto de trocador de calor.

Altura da Número U ΔPq ΔPf


# A (m²)
placa (m) de placas (W/m²K) (kPa) (kPa)

1 0,6 2332 167,9 59,3 0,001 0,005


2 0,7 1413 138,5 71,9 0,002 0,011
3 0,8 916 117,2 84,9 0,005 0,021
4 0,9 625 101,3 98,3 0,008 0,038
5 1,0 444 88,8 112,1 0,014 0,065
6 1,1 326 78,9 126,2 0,023 0,105
7 1,2 246 70,8 140,5 0,036 0,163
8 1,3 246 83,1 140,5 0,036 0,163
9 1,4 150 58,8 169,3 0,077 0,351
10 1,5 120 54,0 184,3 0,108 0,497
11 1,6 98 50,2 198,3 0,148 0,679
12 1,7 80 46,2 215,2 0,203 0,931

Como descrito anteriormente na Tabela 4 tem-se como exigências de projeto a


demanda térmica ( ) e a , as demais variáveis da equação de projeto são a área e
o coeficiente , ambas dependentes do número de placas . Assim, cada configuração de

15
placa (altura e largura ) resulta em um número específico de placas necessário para
alcançar a demanda térmica requerida com a disponível.

O aumento na altura e, consequentemente, em sua largura , resulta em um


aumento da área de cada placa, passando a ser necessário um número menor de placas
para a obtenção de uma mesma área de troca térmica. Com a diminuição de e a
manutenção do espaçamento entre as placas se obtém uma diminuição da área
transversal de escoamento de cada fluido ( ) o que, segundo a Equação 2, e com vazão
constante de cada corrente, aumenta a velocidade de escoamento ( ). O aumento de ,
por sua vez, aumenta o número de Reynolds e o coeficiente convectivo , resultando em
maiores valores para o coeficiente global de troca térmica ( ), fazendo necessária uma
menor área de transferência de calor, reduzindo ainda mais o número de placas
necessárias com o aumento de .

Desta forma mesmo que trocadores de calor com placas de alturas menores
apresentem maior área total, o que tende a melhorar a troca térmica, a diminuição de é
muito maior, relativamente, devido à queda nas velocidades, o que prejudica a eficiência
do trocador. Assim placas de configuração com maiores valores de se mostram mais
indicadas por necessitarem de menor área total para garantir a demanda térmica
requerida.

No entanto é necessário destacar que a diminuição do número total de placas e


consequente diminuição da área transversal de escoamento geram o aumento de o que,
em conjunto com o aumento de , contribuem para maiores valores de queda de pressão,
segundo a Equação 10.
Como todas as soluções encontradas satisfazem o critério de queda de pressão,
menor do que 50 kPa para o fluido quente e do que 20 kPa para o fluido frio, a escolha da
melhor configuração de trocador baseou-se no conceito de que o custo de compra de um
trocador de calor é proporcional à área total de troca térmica, desta forma a configuração
julgada como mais eficiente e com custo reduzido passa a ser a número 12, com
e .
É necessário lembrar que a escolha de equipamentos depende de outros fatores
como a disponibilidade de espaço e bombas existentes em plantas já instaladas, por
exemplo, deste modo fatores não analisados no escopo deste trabalho poderiam tornar as

16
demais configurações de trocador mais interessantes para aplicações específicas, sendo
esta uma análise apenas de custo que não considera outras restrições.

5.3. Identificação do sistema experimental


De forma a estudar melhor o comportamento do sistema, fez-se a identificação do
processo considerando:

 Variáveis controladas (de processo): temperatura de saída da água fria ( ) e


temperatura de saída da água quente ( ).
 Variável manipulada (de controle): vazão de água fria ( ).

O estudo foi realizado através de perturbação degrau de 120 mL/s a 66 mL/s na


vazão fria com 75 mL/s da quente e posteriormente degrau de 72 mL/s a 120 mL/s na
vazão fria com 75 mL/s da quente, com respostas apresentadas nas Tabelas 6 e 7:

Tabela 6: Perturbação degrau de 120 mL/s a 66 mL/s na vazão fria

Tq,e \c,s Tf,e Tf,s


Hora Condição
(°C) (°C) (°C) (°C)
18:53:06 Inicial 39,46 27,24 17,11 26,65
18:53:32 Final 39,42 30,64 17,3 32,31

Tempo de estabilização 26 s
Degrau -54 mL/s

Tabela 7: Perturbação degrau de 72 mL/s a 120 mL/s na vazão fria

Tq,e Tq,s Tf,e Tf,s


Hora Condição
(°C) (°C) (°C) (°C)
18:55:06 Inicial 39,33 30,37 17,32 30,45
18:55:26 Final 39,22 27,01 17,26 26,78

Tempo de estabilização 20 s
Degrau 48 mL/s

Acompanhou-se as respostas das temperaturas de saída fria e quente no software


supervisório Indusoft, devido à impossibilidade de importação dos dados as curvas das
respostas das variáveis controladas não puderam ser apresentadas neste relatório,
entretanto por meio da observação do gráfico gerado no próprio software foi possível

17
definir o modelo com o qual será feita a identificação do processo. De acordo com a forma
dos gráficos, é possível aproximá-los de acordo com modelo de primeira ordem.

A identificação do ganho (Kp) e da constante de tempo (τp) foi feita de acordo com a
literatura (STEPHANOPOULOS, 1984) e os resultados estão apresentados nas Tabelas 8
e 9:

Tabela 8: Controle da temperatura de saída quente

Série Tq,s1 Tq,s2 Tq,s


Kp [ºC/(mL/s)] -0,0630 -0,070 -0,066
τ [s] 5,2 4,0 4,6

Tabela 9: Controle da temperatura de saída fria

Série Tf,s1 Tf,s2 Tf,s


Kp [ºC/(mL/s)] -0,1048 -0,076 -0,091
τ [s] 5,2 4,0 4,6

Assim, as funções de transferência (G(s)) podem ser escritas como Equação 19 e


Equação 20, para o controle da temperatura de saída quente e fria, respectivamente.

6. Conclusão
O ajuste dos dados experimentais realizado para os coeficientes de trocas térmicas
globais em função do número de Reynolds dos escoamentos forneceu valores
semelhantes para os coeficientes da equação que relaciona o número de Nusselt com o de
Prandtl e de Reynolds (com a=0,31 e b=0,56) com os encontrados na literatura para placas
Chevron com ângulo de 30°, mesmo com os desvios comportamentais encontrados para
os dados obtidos com a variação da vazão do fluido quente.

Considerando-se também o elevado nível de incrustação presente, que é


desconsiderado nos cálculos, que os dados da literatura são para escoamentos turbulentos
(sendo que a faixa estudada abrange também regiões de transição), além do tipo de placa

18
da literatura que pode não ser igual ao presente no experimento, pode-se considerar que o
ajuste foi realizado com sucesso.

Aplicando-se a equação ajustada para o projeto do trocador de calor, obteve-se


considerando-se a gama de placas disponíveis que a melhor configuração seria de um
trocador de 80 placas de 1,7, com uma área total de troca térmica de 46,2 m 2, o qual
minimizaria os custos do equipamento devido ao seu menor tamanho. Esta escolha é
justificável já que o aumento do comprimento das placas gera uma redução do número
necessário destas, com maiores coeficientes de troca térmica, ao troco de um aumento da
queda de pressão. Porém, verificou-se que os efeitos da queda de pressão não são tão
expressivos quando comparados com os limites estabelecidos de quedas de 20 e 50 kPa,
permitindo a escolha deste trocador.

No entanto, deve-se ressaltar que como o projeto do trocador considerou os dados


experimentais, provavelmente este deverá estar com um considerável
superdimensionamento, devido a desconsideração da incrustação presente no trocador
experimental no ajuste dos dados realizado.

7. Sugestões
A maior dificuldade encontrada na execução do experimento está relacionada à
manutenção da vazão de fluido frio em um valor fixo. Observa-se que com o passar do
tempo, a vazão inicialmente ajustada no rotâmetro decresce. Haja vista que a estabilização
do sistema é aguardada para posterior coleta de dados, desvios nos valores de vazão
implicarão em erros nos cálculos de troca térmica. Desta forma, sugere-se que o circuito
de água fria seja analisado, de forma a diagnosticar a origem deste desvio (se há algum
problema no rotâmetro ou na performance da bomba, por exemplo) para evitar erro
experimental proveniente desta falha.

Quanto ao tratamento dos dados, nota-se que há significativa divergência entre o


calor (Q) calculado para o fluido frio, em relação àquele calculado para o fluido quente.
Aqui, optou-se por utilizar uma média entre estes valores, no entanto, esta divergência é
em parte explicada pela perda de energia para o meio, em especial quando analisado o
fluido quente (nota-se que as válvulas e o rotâmetro ficam bastante aquecidos). Neste
sentido, sugere-se que seja instalado isolamento térmico no sistema, de maneira que

19
essas perdas sejam mitigadas e o valor do calor para o lado do fluido quente não difira
significativamente do calculado para o lado do fluido frio.

Por fim, sugere-se ainda que seja realizada limpeza frequente nas placas do
trocador de calor como forma de evitar a ocorrência de incrustações. Este processo,
poderia ser realizado uma ou duas vezes por semestres com a possibilidade de
acompanhamento da desmontagem, limpeza e remontagem pelos alunos da disciplina.

8. Referências

HEWITT, G. F., SHIRES, G. L., & BOTT, T. R. (1995). Process Heat Transfer. New York:
CRC.

KERN, D. Q., (1983). Process Heat Transfer. Tokyo: McGraw-Hill.

CLARK, J.P., (2009). Case Studies in Food Engineering. New York: Springer.

SERTH, R. W., LESTINA, T. G (2014). Process Heat Transfer: Principles, Applications


and Rules of Thumb. Oxford: Elsevier

STEPHANOPOULOS, G. (1984). Chemical Process Control - An Introduction to


Theory and Practice. New Jersey: PTR Prentice Hall.

PERRY R. H., GREEN D. H., MALONEY J.O. (1999). Perry’s Chemical Engineers’
Handbook. New York: McGraw-Hill

20
9. Anexos
9.1. Dados Experimentais
Tabela 10: Dados e Propriedades – Fluido Frio

# Vazão (mL/s) Tfe (°C) Tfs (°C) Tf,médio (K) ρf (kg/m³) cpf(J/kg K) kf (W/m.K) μf (Pa.s)
1 105 18.02 27.84 296.08 994.60 4190.00 0.60336 0.00096
2 99 18.10 28.00 296.20 994.55 4189.88 0.60354 0.00095
3 96 18.10 28.08 296.24 994.54 4189.84 0.60359 0.00095
4 93 18.12 28.57 296.50 994.45 4189.58 0.60396 0.00095
5 90 18.05 28.63 296.49 994.45 4189.59 0.60395 0.00095
6 87 18.05 28.74 296.55 994.43 4189.53 0.60403 0.00095
7 84 17.98 28.91 296.60 994.41 4189.48 0.60410 0.00094
8 78 17.95 29.95 297.10 994.23 4188.99 0.60482 0.00093
9 75 17.87 30.28 297.23 994.19 4188.87 0.60499 0.00093
10 69 17.82 30.91 297.52 994.08 4188.60 0.60541 0.00093
11 63 17.86 31.80 297.98 993.91 4188.17 0.60606 0.00092
12 60 17.72 32.85 298.44 993.75 4187.76 0.60670 0.00091
13 54 17.53 33.96 298.90 993.58 4187.35 0.60734 0.00090
14 48 17.49 34.68 299.24 993.45 4187.06 0.60782 0.00089
15 45 17.52 35.54 299.68 993.29 4186.69 0.60843 0.00088
16 42 17.46 36.47 300.12 993.13 4186.34 0.60904 0.00087
17 36 17.53 37.63 300.73 992.90 4185.86 0.60988 0.00086
18 84 19.43 31.00 298.37 993.77 4187.82 0.60660 0.00091
19 84 19.03 30.24 297.79 993.98 4188.34 0.60579 0.00092
20 84 18.91 29.82 297.52 994.08 4188.60 0.60541 0.00093
21 84 18.46 29.46 297.11 994.23 4188.98 0.60483 0.00093
22 84 18.39 29.27 296.98 994.27 4189.11 0.60465 0.00094
23 84 18.32 29.13 296.88 994.31 4189.21 0.60450 0.00094
24 84 18.23 28.85 296.69 994.38 4189.39 0.60424 0.00094
25 84 18.23 28.61 296.57 994.42 4189.51 0.60406 0.00095
26 84 18.24 28.61 296.58 994.42 4189.50 0.60407 0.00094
27 84 18.11 28.12 296.27 994.53 4189.81 0.60363 0.00095
28 84 18.10 27.46 295.93 994.65 4190.15 0.60315 0.00096
29 84 18.04 27.20 295.77 994.71 4190.32 0.60292 0.00096
30 84 17.86 26.24 295.20 994.91 4190.92 0.60210 0.00097

21
Tabela 11: Dados e Propriedades – Fluido Quente

# Vazão (mL/s) Tqs (°C) Tqe (°C) Tq,médio (K) ρq(kg/m³) cpf(J/kg K) kq (W/m.K) μq (Pa.s)
1 75 25.97 39.10 305.69 991.00 4182.70 0.61652 0.00078
2 75 26.18 38.67 305.58 991.05 4182.76 0.61638 0.00078
3 75 26.67 38.39 305.68 991.01 4182.71 0.61652 0.00078
4 75 26.97 38.14 305.71 991.00 4182.69 0.61655 0.00078
5 75 27.42 38.06 305.89 990.92 4182.60 0.61679 0.00077
6 75 27.78 37.85 305.97 990.89 4182.56 0.61689 0.00077
7 75 27.96 37.81 306.04 990.87 4182.53 0.61698 0.00077
8 75 29.04 37.76 306.55 990.66 4182.28 0.61765 0.00076
9 75 29.93 37.79 307.01 990.48 4182.06 0.61824 0.00076
10 75 30.57 37.84 307.36 990.34 4181.91 0.61869 0.00075
11 75 31.18 38.03 307.76 990.19 4181.74 0.61920 0.00075
12 75 32.72 38.40 308.71 989.80 4181.36 0.62042 0.00073
13 75 33.61 39.02 309.47 989.50 4181.10 0.62138 0.00072
14 75 33.92 39.48 309.85 989.34 4180.97 0.62186 0.00072
15 75 34.98 39.84 310.56 989.05 4180.75 0.62275 0.00071
16 75 36.09 40.19 311.29 988.75 4180.55 0.62366 0.00070
17 75 37.24 40.66 312.10 988.42 4180.36 0.62465 0.00068
18 84 30.08 39.13 307.75 990.19 4181.74 0.61920 0.00075
19 81 29.59 38.31 307.10 990.45 4182.02 0.61836 0.00076
20 78 29.62 38.30 307.11 990.44 4182.02 0.61837 0.00076
21 75 29.25 38.07 306.81 990.56 4182.16 0.61798 0.00076
22 72 29.41 37.97 306.84 990.55 4182.14 0.61803 0.00076
23 69 29.31 38.02 306.81 990.56 4182.15 0.61799 0.00076
24 66 29.04 37.96 306.65 990.62 4182.23 0.61778 0.00076
25 63 28.96 38.02 306.64 990.63 4182.24 0.61776 0.00076
26 60 28.67 38.07 306.52 990.68 4182.29 0.61761 0.00076
27 54 28.17 38.29 306.38 990.73 4182.36 0.61743 0.00077
28 48 27.27 38.35 305.96 990.90 4182.56 0.61688 0.00077
29 42 26.18 38.69 305.58 991.04 4182.76 0.61639 0.00078
30 36 24.82 39.08 305.10 991.23 4183.01 0.61575 0.00079

22
Tabela 12: Parâmetros calculados

-Qq Uexp,médio Uajuste Uliteratura


# Qf (W) Q (W) MLDT Ref Req Prf Prq
(W) (W/m².K) (W/m².K) (W/m².K)
1 4297.0 4081.9 4189.4 9.51 218.60 191.14 6.64 5.28 1159.38 934.83 1864.10
2 4084.1 3883.1 3983.6 9.32 206.65 190.72 6.62 5.29 1125.41 920.64 1831.73
3 3992.3 3643.5 3817.9 9.41 200.57 191.12 6.61 5.28 1067.34 913.50 1815.58
4 4049.0 3472.5 3760.8 9.21 195.39 191.22 6.57 5.27 1075.12 906.38 1799.60
5 3967.2 3307.4 3637.3 9.40 189.07 191.93 6.57 5.25 1018.29 898.79 1782.44
6 3874.7 3130.1 3502.4 9.42 182.99 192.22 6.56 5.24 978.79 890.82 1764.37
7 3825.0 3061.6 3443.3 9.43 176.87 192.49 6.55 5.23 960.93 882.54 1745.56
8 3898.3 2709.7 3304.0 9.35 166.07 194.47 6.47 5.17 929.48 866.49 1709.81
9 3876.1 2441.9 3159.0 9.61 160.12 196.26 6.45 5.12 865.40 858.00 1690.90
10 3760.8 2258.2 3009.5 9.55 148.24 197.60 6.40 5.08 829.62 838.85 1647.65
11 3655.7 2127.3 2891.5 9.33 136.72 199.16 6.33 5.04 815.54 818.27 1601.33
12 3777.9 1763.1 2770.5 9.50 131.50 202.92 6.26 4.93 767.07 808.76 1580.63
13 3691.2 1678.7 2685.0 9.53 119.53 205.91 6.19 4.85 741.32 785.12 1527.47
14 3432.2 1724.9 2578.5 9.45 107.02 207.45 6.14 4.81 717.94 757.78 1465.59
15 3372.2 1507.2 2439.7 9.39 101.29 210.29 6.07 4.74 683.64 743.99 1434.92
16 3319.5 1271.1 2295.3 9.25 95.42 213.23 6.01 4.66 652.65 729.14 1401.83
17 3007.4 1059.8 2033.6 8.91 82.86 216.52 5.92 4.58 600.79 694.51 1324.12
18 4044.7 3146.8 3595.7 9.33 183.82 223.06 6.27 5.04 1014.00 917.60 1828.72
19 3920.2 2926.0 3423.1 9.26 181.53 212.34 6.36 5.11 972.81 906.10 1801.31
20 3815.9 2804.7 3310.3 9.55 180.47 204.51 6.40 5.11 911.96 896.15 1778.42
21 3848.3 2739.3 3293.8 9.66 178.88 195.47 6.47 5.14 897.56 885.01 1752.42
22 3806.6 2554.5 3180.6 9.82 178.37 187.78 6.49 5.14 852.61 874.68 1728.84
23 3782.3 2488.4 3135.4 9.90 177.96 179.85 6.50 5.14 833.39 863.85 1704.15
24 3716.3 2440.3 3078.3 9.94 177.24 171.48 6.53 5.16 815.12 852.19 1677.36
25 3632.5 2363.6 2998.1 10.05 176.77 163.64 6.55 5.16 784.79 840.43 1650.57
26 3629.0 2335.9 2982.5 9.94 176.79 155.48 6.55 5.18 789.98 828.17 1622.67
27 3503.7 2264.6 2884.1 10.12 175.59 139.55 6.60 5.19 750.33 801.46 1561.83
28 3276.8 2204.6 2740.7 10.01 174.30 123.01 6.66 5.24 720.79 771.41 1493.31
29 2177.8 1103.4 9.72 173.68 173.68 106.82 6.69 5.29 729.08 738.23 1418.15
30 2128.0 1079.0 9.60 171.50 171.50 90.67 6.78 5.35 693.93 699.92 1331.54

9.2. Memória de Cálculo – Obtenção de Parâmetros de Troca de Calor

A temperatura média em cada conjunto de dados pode ser calculada através da


média entre temperatura de entrada e saída do fluido, conforme mostra a Equação A1.

é a temperatura de entrada do fluido (frio ou quente)


é a temperatura de saída do fluido no trocador de calor
Para o fluido quente no primeiro ponto da série de dados, por exemplo, tem-se:

23
As propriedades dos fluidos foram calculadas nas temperaturas médias para cada
ponto experimental a partir de correlações da literatura (GREEN; PERRY, 2008), nas
equações de A2 a A5, para água.

Para o fluido quente do primeiro ponto da série de dados, tem-se:

O calor trocado por cada fluido a partir da Equação A6:

é a vazão volumétrica do fluido (frio ou quente)


é a massa específica do fluido à temperatura média determinada

24
A área de troca térmica foi calculada segundo a Equação A7

Numericamente:

foi calculado para cada ponto experimental através de A8.

Exemplificando com o primeiro ponto da série:

Desta maneira, foi possível calcular o coeficiente global de transferência de calor ( )


segundo a Equação 14. Exemplificando:

O diâmetro equivalente foi calculado pela Equação A9.

Numericamente:

A área transversal de escoamento, por sua vez, foi obtida através da Equação A10.

Assim, o número de Reynolds ( ) e o de Prandtl ( ) foram calculados através das


Equações 8 e 9. Exemplificando com o primeiro ponto da série, para o fluido quente:

25
No software Excel®, foram criadas células referentes aos coeficientes e , dos
quais o coeficiente de troca térmica convectiva ( é dependente (Equação 15). Para o
fluido quente no primeiro ponto da série, portanto, tem-se:

A partir do , pôde-se expressar o coeficiente global de troca térmica ( ) ajustado


segundo a Equação 16. Para o primeiro ponto experimental da série, por exemplo:

As células do Microsoft Excel® contendo coeficientes e foram criadas gerando


um ajuste, para geração de dois gráficos: e .
O ajuste foi feito através do método dos mínimos quadrados. Para cada ponto
ajustado, calculou-se o quadrado do erro, segundo a Equação A11.

9.3. Memória de Cálculo – Projeto de Trocador

O projeto considerou 12 opções de altura de placa (de 0,6 a 1,7 m), espaçamento
entre placas ( ) de 5 mm e largura de placa ( ) igual a 20% do valor da altura. Todos os
exemplos numéricos serão feitos considerando o caso 1 ( = 0,6 m; = 5 mm e = 0,12
m). As propriedades de cada fluido foram calculadas na temperatura média entre as
temperaturas de entrada e saída.

Cálculo da Função Objetivo


Definiu-se função objetivo como diferença entre as áreas de troca térmica,
calculadas por uma estimativa inicial do número de placas e pela Equação de Projeto,
descritas pelas Equações 1 e 4, respectivamente. O cálculo seguiu algumas etapas:
Etapa 1: Estima-se valor inicial para o número de placas ( ) e calcula-se o valor da
área de troca térmica ( ) através da Equação 1:
Exemplo:

Etapa 2: Determinação do valor do calor trocado no equipamento ( ) e da vazão


mássica de água por meio do balanço de energia (Equação 11).
Fluido quente:

26
Vazão mássica de água:

Etapa 3: Cálculo da pela Equação A8. Assumiu-se que o valor do fator de


correção é igual à unidade
Exemplo:

Etapa 4: Determinação dos coeficientes de película para os dois fluidos usando a


Equação 15 com e .
Exemplifica-se com cálculo do coeficiente de película para o ciclohexano.

Etapa 5: Determinação do coeficiente global de transferência de calor através da


Equação 17, desprezando o termo de resistência condutiva e o fator de incrustação.

Etapa 6: Área de troca térmica pela equação de projeto:

Etapa 7: Cálculo da função objetivo (F.O.):

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Minimização da função objetivo
Determinou-se o número de placas como valor a ser alterado para levar a célula
contendo a função objetivo para o valor de zero, utilizando a ferramenta Solver do
Microsoft Excel®. No caso 1 considerado, obteve-se:

O número de placas foi arrendonda para o número inteiro imediatamente superior


em todos os casos. Para o exemplo feito, utilizou-se N = 2332, portanto. Após cada
arredondamento, os parâmetros do trocador, como e , foram recalculados.

Queda de Pressão
Realizou-se a avaliação da viabilidade do trocador a partir do cálculo da queda de
pressão para cada fluido, utilizando-se a Equação 10:
Para ciclohexano:

Como a queda de pressão máxima estipulada para o fluido quente foi de 50 kPa,
pode-se afirmar que o trocador é adequado em termos de queda de pressão. O mesmo
procedimento foi adotado para validação de acordo com queda de pressão no fluido frio,
com valor máximo permitido de 20 kPa.

9.4. Memória de Cálculo – Identificação do Sistema

A identificação do sistema foi feita considerando que o trocador de calor de placas


paralelas é controlado através de uma função de transferência de 1ª ordem no controlador.
Não se observou tempo morto com o método utilizado. Dessa forma, a função é definida
em A12:

Sendo Kp o ganho crítico, definido pela equação A13:

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E constante de tempo definida, empiricamente, como um quinto do tempo de
estabilização da variável controlada. (STEPHANOPOULOS, 1984)
Assim, para o caso definido na Tabela 6, com degrau na vazão fria de -54 mL/s e
com tempo de estabilização de 26 segundos, o ganho e constante de tempo podem ser
calculados para controle de temperatura quente:

O cálculo do ganho crítico e da constante de tempo foram efetuados também para o


controle da temperatura fria. Com os dados da Tabela 7, os cálculos foram repetidos para
outro degrau. Os valores finais de ganho e constante de tempo foram obtidos através da
média entre valores dos dois degraus, para controle da vazão fria e quente.

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