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Faculdade de
Engenharia Química
EQ 902 A
Laboratório de Engenharia Química IV
1o Semestre de 2016
Trocador de Calor
Grupo A:
Para o projeto de um trocador de placa, como HEWITT et al. (1995) descreve, deve-
se considerar as dimensões de uma placa, sendo nesse caso L e W como altura e largura
respectivamente de uma placa, e o espaçamento entre elas e N o número de placas do
5
trocador. A partir desses parâmetros, obtemos informações iniciais de área de troca
térmica ( ), equação 1, e área transversal de escoamento ( ), equação 2:
6
a outros números adimensionais, como Reynolds ( ) e de Prandtl ( ). A equação a
seguir reúne essa relação (HEWITT, SHIRES, & BOTT, 1995):
4. Material e Métodos
4.1. Equipamentos e Materiais
A montagem experimental consistiu dos seguintes equipamentos:
7
Uma torre de resfriamento, para resfriar o fluido frio (8);
Duas bombas para recirculação dos fluidos quente (7a) e frio (7b);
Painel para aquisição de dados (2) conectado a um computador com
interface ao software de supervisório Indusoft® (6);
Dois rotâmetros para medição de vazão dos fluidos quente (5b) e frio (5a);
Tubulações, válvulas e conexões.
8
ajustar a vazão do fluido frio em 84 mL/s e abrir a válvula de fluído quente na máxima
vazão alcançada (84 mL/s), então, mantendo-se a vazão de água fria fixa, reduziu-se
gradativamente a vazão de água quente até 36 mL/s; a seguir, este procedimento foi
novamente realizado, porém desta vez mantendo-se a vazão de fluido quente em 75 mL/s,
ajustando a vazão de fluido frio em 105 mL/s e reduzindo-a progressivamente até 36 mL/s.
Vale ressaltar que a cada ajuste de vazão, tanto para variações do lado do fluido quente,
tanto para variações no fluido frio, aguardou-se um tempo mínimo de 3 minutos para
estabilização e posterior coleta de dados. A partir das temperaturas obtidas foram
calculados os valores de troca térmica
5. Resultados e Discussões
5.1. Correlação experimental para o coeficiente de transferência de calor
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constante em 75 mL/s e variou-se a vazão de fluido quente de 105 a 36 mL/s (dados de #1
a #17). Depois, fez-se o contrário, mantendo-se vazão constante de fluido frio em 84 mL/s
e variou-se o quente de 84 a 36 mL/s. (dados de #18 a #30). Para cada um dos conjuntos
de temperaturas e vazões medidos para fluidos frios e quente, calcularam-se propriedades
físicas na temperatura média entre a entrada e saída do fluido, assim como
número de Prandtl, Reynolds e média logarítmica da diferença de temperatura entre os
fluidos (MLDT) para cada ponto.
O calor trocado entre os fluidos quente ( ) e frio ( foi calculado a partir das
Equações 11 e 12. Fez-se essa análise para comparação da perda de calor,
principalmente por condução nas tubulações do experimento, que não eram isoladas
perfeitamente.
(11)
(12)
(13)
(14)
10
A partir dos dados calculados, os coeficientes da correlação (Equação 15) proposta
para o número de Nusselt em função dos números de Reynolds e Prandtl puderam ser
ajustados através da ferramenta Solver do software Microsoft Excel ®, minimizando o valor
da diferença entre o valor de calculado experimentalmente e o valor de expresso pela
Equação 16, variando-se a e b na mesma equação.
(15)
(16)
Os resultados obtidos, para a variação de vazão de água fria e água quente,
respectivamente, relacionando os valores de experimentais e os valores de calculados
pela equação de ajuste por mínimos quadrados, estão apresentados nas Figuras 2 e 3,
juntamente com os dados obtidos na literatura (HEWITT, SHIRES, & BOTT, 1995):
2000
1500
U (W/m².K)
1000
500
0
0 50 100 150 200 250
Ref
Experimental Ajustado Literatura
11
2000
U (W/m².K) 1500
1000
500
0
0 50 100 150 200 250
Req
Experimental Ajustado Literatura
12
ruídos no sinal dos medidores, acabam por ocasionar erros nos valores de
calculados e, consequentemente, de , sendo esta uma possível explicação para o
distanciamento entre as curvas experimentais e a teórica.
Tais erros podem ser explicados em parte pela dificuldade de se manter estável a
vazão de água fria: durante o procedimento experimental a vazão medida pelo rotâmetro
não se mantinha em 84 mL/s, apresentando quedas constantes e necessitando de acertos
de vazão. Como o rotâmetro apresentava-se com grande concentração de lodo
acarretando em possível descalibração e perceptível oscilação da boia de medição é
possível que a vazão real tenha se mantido estável e apenas o medidor de vazão
apresentasse erros de medição, desta forma a vazão de água fria pode ter sido aumentada
gradativamente no decorrer do experimento, afetando o valor encontrado para o
coeficiente global de transferência de calor.
Tabela 3: Parâmetros e obtidos pelo ajuste comparados aos da literatura (HEWITT et al,1995).
Ajuste Literatura Erro relativo
0,31 0,40 -21,64%
0,56 0,64 -13,12%
13
Como inferido na análise realizada anteriormente, o erro relativo ao parâmetro se
mostrou superior ao erro do parâmetro , porém mesmo para o segundo parâmetro os
erros superam 10%, explicando o distanciamento entre os dados experimentais e os
previstos pela correlação da literatura, apresentados nas Figuras 2 e 3.
Esse fator não é considerado nos cálculos. É possível supor que o trocador de calor
experimental, por não se tratar de um equipamento novo e devido a possível falta de
manutenções e limpezas periódicas, apresente incrustação expressiva, desta forma o
coeficiente experimental passa a ser subestimado em comparação ao coeficiente global
de troca térmica de um trocador novo, apresentando valores menores que os reais.
14
partir dos parâmetros = 0,31 e = 0,56 obtidos, considerando que o equipamento
apresentará o mesmo comportamento de transferência de calor daquele utilizado no
experimento.
O projeto considerou 12 opções de altura de placa (de 0,6 a 1,7 m), largura igual a
20% do valor desta altura e espaçamento de 5 mm entre as placas. Foram calculados,
assim, 12 trocadores, a fim de escolher o melhor deles para satisfazer os requerimentos de
troca térmica. O método de cálculo está descrito no Anexo 8.3.
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placa (altura e largura ) resulta em um número específico de placas necessário para
alcançar a demanda térmica requerida com a disponível.
Desta forma mesmo que trocadores de calor com placas de alturas menores
apresentem maior área total, o que tende a melhorar a troca térmica, a diminuição de é
muito maior, relativamente, devido à queda nas velocidades, o que prejudica a eficiência
do trocador. Assim placas de configuração com maiores valores de se mostram mais
indicadas por necessitarem de menor área total para garantir a demanda térmica
requerida.
16
demais configurações de trocador mais interessantes para aplicações específicas, sendo
esta uma análise apenas de custo que não considera outras restrições.
Tempo de estabilização 26 s
Degrau -54 mL/s
Tempo de estabilização 20 s
Degrau 48 mL/s
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definir o modelo com o qual será feita a identificação do processo. De acordo com a forma
dos gráficos, é possível aproximá-los de acordo com modelo de primeira ordem.
A identificação do ganho (Kp) e da constante de tempo (τp) foi feita de acordo com a
literatura (STEPHANOPOULOS, 1984) e os resultados estão apresentados nas Tabelas 8
e 9:
6. Conclusão
O ajuste dos dados experimentais realizado para os coeficientes de trocas térmicas
globais em função do número de Reynolds dos escoamentos forneceu valores
semelhantes para os coeficientes da equação que relaciona o número de Nusselt com o de
Prandtl e de Reynolds (com a=0,31 e b=0,56) com os encontrados na literatura para placas
Chevron com ângulo de 30°, mesmo com os desvios comportamentais encontrados para
os dados obtidos com a variação da vazão do fluido quente.
18
da literatura que pode não ser igual ao presente no experimento, pode-se considerar que o
ajuste foi realizado com sucesso.
7. Sugestões
A maior dificuldade encontrada na execução do experimento está relacionada à
manutenção da vazão de fluido frio em um valor fixo. Observa-se que com o passar do
tempo, a vazão inicialmente ajustada no rotâmetro decresce. Haja vista que a estabilização
do sistema é aguardada para posterior coleta de dados, desvios nos valores de vazão
implicarão em erros nos cálculos de troca térmica. Desta forma, sugere-se que o circuito
de água fria seja analisado, de forma a diagnosticar a origem deste desvio (se há algum
problema no rotâmetro ou na performance da bomba, por exemplo) para evitar erro
experimental proveniente desta falha.
19
essas perdas sejam mitigadas e o valor do calor para o lado do fluido quente não difira
significativamente do calculado para o lado do fluido frio.
Por fim, sugere-se ainda que seja realizada limpeza frequente nas placas do
trocador de calor como forma de evitar a ocorrência de incrustações. Este processo,
poderia ser realizado uma ou duas vezes por semestres com a possibilidade de
acompanhamento da desmontagem, limpeza e remontagem pelos alunos da disciplina.
8. Referências
HEWITT, G. F., SHIRES, G. L., & BOTT, T. R. (1995). Process Heat Transfer. New York:
CRC.
CLARK, J.P., (2009). Case Studies in Food Engineering. New York: Springer.
PERRY R. H., GREEN D. H., MALONEY J.O. (1999). Perry’s Chemical Engineers’
Handbook. New York: McGraw-Hill
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9. Anexos
9.1. Dados Experimentais
Tabela 10: Dados e Propriedades – Fluido Frio
# Vazão (mL/s) Tfe (°C) Tfs (°C) Tf,médio (K) ρf (kg/m³) cpf(J/kg K) kf (W/m.K) μf (Pa.s)
1 105 18.02 27.84 296.08 994.60 4190.00 0.60336 0.00096
2 99 18.10 28.00 296.20 994.55 4189.88 0.60354 0.00095
3 96 18.10 28.08 296.24 994.54 4189.84 0.60359 0.00095
4 93 18.12 28.57 296.50 994.45 4189.58 0.60396 0.00095
5 90 18.05 28.63 296.49 994.45 4189.59 0.60395 0.00095
6 87 18.05 28.74 296.55 994.43 4189.53 0.60403 0.00095
7 84 17.98 28.91 296.60 994.41 4189.48 0.60410 0.00094
8 78 17.95 29.95 297.10 994.23 4188.99 0.60482 0.00093
9 75 17.87 30.28 297.23 994.19 4188.87 0.60499 0.00093
10 69 17.82 30.91 297.52 994.08 4188.60 0.60541 0.00093
11 63 17.86 31.80 297.98 993.91 4188.17 0.60606 0.00092
12 60 17.72 32.85 298.44 993.75 4187.76 0.60670 0.00091
13 54 17.53 33.96 298.90 993.58 4187.35 0.60734 0.00090
14 48 17.49 34.68 299.24 993.45 4187.06 0.60782 0.00089
15 45 17.52 35.54 299.68 993.29 4186.69 0.60843 0.00088
16 42 17.46 36.47 300.12 993.13 4186.34 0.60904 0.00087
17 36 17.53 37.63 300.73 992.90 4185.86 0.60988 0.00086
18 84 19.43 31.00 298.37 993.77 4187.82 0.60660 0.00091
19 84 19.03 30.24 297.79 993.98 4188.34 0.60579 0.00092
20 84 18.91 29.82 297.52 994.08 4188.60 0.60541 0.00093
21 84 18.46 29.46 297.11 994.23 4188.98 0.60483 0.00093
22 84 18.39 29.27 296.98 994.27 4189.11 0.60465 0.00094
23 84 18.32 29.13 296.88 994.31 4189.21 0.60450 0.00094
24 84 18.23 28.85 296.69 994.38 4189.39 0.60424 0.00094
25 84 18.23 28.61 296.57 994.42 4189.51 0.60406 0.00095
26 84 18.24 28.61 296.58 994.42 4189.50 0.60407 0.00094
27 84 18.11 28.12 296.27 994.53 4189.81 0.60363 0.00095
28 84 18.10 27.46 295.93 994.65 4190.15 0.60315 0.00096
29 84 18.04 27.20 295.77 994.71 4190.32 0.60292 0.00096
30 84 17.86 26.24 295.20 994.91 4190.92 0.60210 0.00097
21
Tabela 11: Dados e Propriedades – Fluido Quente
# Vazão (mL/s) Tqs (°C) Tqe (°C) Tq,médio (K) ρq(kg/m³) cpf(J/kg K) kq (W/m.K) μq (Pa.s)
1 75 25.97 39.10 305.69 991.00 4182.70 0.61652 0.00078
2 75 26.18 38.67 305.58 991.05 4182.76 0.61638 0.00078
3 75 26.67 38.39 305.68 991.01 4182.71 0.61652 0.00078
4 75 26.97 38.14 305.71 991.00 4182.69 0.61655 0.00078
5 75 27.42 38.06 305.89 990.92 4182.60 0.61679 0.00077
6 75 27.78 37.85 305.97 990.89 4182.56 0.61689 0.00077
7 75 27.96 37.81 306.04 990.87 4182.53 0.61698 0.00077
8 75 29.04 37.76 306.55 990.66 4182.28 0.61765 0.00076
9 75 29.93 37.79 307.01 990.48 4182.06 0.61824 0.00076
10 75 30.57 37.84 307.36 990.34 4181.91 0.61869 0.00075
11 75 31.18 38.03 307.76 990.19 4181.74 0.61920 0.00075
12 75 32.72 38.40 308.71 989.80 4181.36 0.62042 0.00073
13 75 33.61 39.02 309.47 989.50 4181.10 0.62138 0.00072
14 75 33.92 39.48 309.85 989.34 4180.97 0.62186 0.00072
15 75 34.98 39.84 310.56 989.05 4180.75 0.62275 0.00071
16 75 36.09 40.19 311.29 988.75 4180.55 0.62366 0.00070
17 75 37.24 40.66 312.10 988.42 4180.36 0.62465 0.00068
18 84 30.08 39.13 307.75 990.19 4181.74 0.61920 0.00075
19 81 29.59 38.31 307.10 990.45 4182.02 0.61836 0.00076
20 78 29.62 38.30 307.11 990.44 4182.02 0.61837 0.00076
21 75 29.25 38.07 306.81 990.56 4182.16 0.61798 0.00076
22 72 29.41 37.97 306.84 990.55 4182.14 0.61803 0.00076
23 69 29.31 38.02 306.81 990.56 4182.15 0.61799 0.00076
24 66 29.04 37.96 306.65 990.62 4182.23 0.61778 0.00076
25 63 28.96 38.02 306.64 990.63 4182.24 0.61776 0.00076
26 60 28.67 38.07 306.52 990.68 4182.29 0.61761 0.00076
27 54 28.17 38.29 306.38 990.73 4182.36 0.61743 0.00077
28 48 27.27 38.35 305.96 990.90 4182.56 0.61688 0.00077
29 42 26.18 38.69 305.58 991.04 4182.76 0.61639 0.00078
30 36 24.82 39.08 305.10 991.23 4183.01 0.61575 0.00079
22
Tabela 12: Parâmetros calculados
23
As propriedades dos fluidos foram calculadas nas temperaturas médias para cada
ponto experimental a partir de correlações da literatura (GREEN; PERRY, 2008), nas
equações de A2 a A5, para água.
24
A área de troca térmica foi calculada segundo a Equação A7
Numericamente:
Numericamente:
A área transversal de escoamento, por sua vez, foi obtida através da Equação A10.
25
No software Excel®, foram criadas células referentes aos coeficientes e , dos
quais o coeficiente de troca térmica convectiva ( é dependente (Equação 15). Para o
fluido quente no primeiro ponto da série, portanto, tem-se:
O projeto considerou 12 opções de altura de placa (de 0,6 a 1,7 m), espaçamento
entre placas ( ) de 5 mm e largura de placa ( ) igual a 20% do valor da altura. Todos os
exemplos numéricos serão feitos considerando o caso 1 ( = 0,6 m; = 5 mm e = 0,12
m). As propriedades de cada fluido foram calculadas na temperatura média entre as
temperaturas de entrada e saída.
26
Vazão mássica de água:
27
Minimização da função objetivo
Determinou-se o número de placas como valor a ser alterado para levar a célula
contendo a função objetivo para o valor de zero, utilizando a ferramenta Solver do
Microsoft Excel®. No caso 1 considerado, obteve-se:
Queda de Pressão
Realizou-se a avaliação da viabilidade do trocador a partir do cálculo da queda de
pressão para cada fluido, utilizando-se a Equação 10:
Para ciclohexano:
Como a queda de pressão máxima estipulada para o fluido quente foi de 50 kPa,
pode-se afirmar que o trocador é adequado em termos de queda de pressão. O mesmo
procedimento foi adotado para validação de acordo com queda de pressão no fluido frio,
com valor máximo permitido de 20 kPa.
28
E constante de tempo definida, empiricamente, como um quinto do tempo de
estabilização da variável controlada. (STEPHANOPOULOS, 1984)
Assim, para o caso definido na Tabela 6, com degrau na vazão fria de -54 mL/s e
com tempo de estabilização de 26 segundos, o ganho e constante de tempo podem ser
calculados para controle de temperatura quente:
29