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CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Curso de Direito

CRIPTOMOEDAS E SUA REGULAÇÃO NO SISTEMA TRIBUTÁRIO

Autor: Rafael Mendes dos Santos


Orientadora: Fabrício Jonathas

BRASÍLIA
2021
RAFAEL MENDES DOS SANTOS

CRIPTOMOEDAS E SUA REGULAÇÃO NO SISTEMA TRIBUTARIO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


curso de direito do Centro Universitário Planalto do
Distrito Federal - UNIPLAN como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em Direito.

Orientador: Fabrício Jonathas

BRASÍLIA
2021
RAFAEL MENDES DOS SANTOS

CRIPTOMOEDAS E SUA REGULAÇÃO NO SISTEMA TRIBUTARIO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


curso de direito do Centro Universitário Planalto do
Distrito Federal - UNIPLAN como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em Direito.

Orientador: Fabrício Jonathas

Nota de Aprovação:

Brasília – DF, em ___ de ____________de 2021.

Banca Examinadora:

Nome do Examinador
Titulação
Instituição a qual é filiado

Nome do Examinador
Titulação
Instituição a qual é filiado

Nome do Examinador
Titulação
Instituição a qual é filiado
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por me dá forças dia após dia para


chegar até aqui, anos de dedicação ao longo do curso, mas também pelo tempo
que percorri para concluir os anos de ensino fundamental e médio, muita luta,
empenho e pés no chão para chegar até aqui.
Em segundo lugar gostaria de agradecer a minha família pelo apoio,
dedicação e incentivo, estando ao meu lado do início ao fim, para nos dias que
eu viesse a desanimar não me deixasse abater por isso, foram fundamentais
para que eu pudesse seguir em frente.
Ao meu orientador Fabricio Jonathas, pelo suporte no pouco tempo que
lhe coube, pelas correções, orientações e incentivos.
Ao final gostaria de agradecer também a todo corpo docente e o centro
universitário, que ao longo desses anos deram a estrutura necessária para que
eu como aluno pudesse ter uma ampla visão de profissionalismo ao ingressar no
mercado de trabalho de forma honesta e competente.
Bem, sem todos acima mencionados eu não teria como chegar até aqui,
foram anos de luta, dedicação e muito empenho, sou agradecido por tudo.
RESUMO

O assunto no qual veremos a seguir foi base de um estudo feito sobre


criptomoedas e como pode afetar o sistema tributário do país, mas até sua
chegada mostraremos o avanço do dinheiro com o passar dos anos e que foi
evoluindo de acordo com os períodos da história até os dias atuais, na era da
tecnologia. Abordaremos também um modelo de moeda já existente se
assemelhou em seu início ao que temos hoje com esse objeto desenvolvido. A
criação das criptomoedas ocorreu em meio a uma crise financeira no ano de
2008 e sua existência veio como um modelo de dinheiro que funcionaria de forma
autônoma dentro do mercado financeiro, não obtendo controle de nenhum
governo e com a premissa de facilitar o modo de movimentar o dinheiro das
pessoas. Como foi possível desenvolver tal forma de dinheiro, suas principais
características e a que passo desse problema está o Brasil em termos de amparo
legal e tributos que serão abordados junto de alguns projetos de lei que estão
em andamento e vão fazer parte da exploração a seguir para saber em que
escala o país se encontra quanto aos assuntos atuais que estão interferindo cada
vez mais na vida das pessoas em relação a parte econômica.

Palavras-Chave: criptomoedas; sistema tributário; governo; Brasil; tributos; lei.


ABSTRACT

The subject in which we will see below was the basis of a study carried out on
cryptocurrencies and how it can affect the country's tax system, but until its arrival
we will show the advance of money over the years and that it evolved according
to the periods of history to the present day, in the age of technology. We will also
discuss an already existing currency model that resembled in its beginnings what
we have today with this developed object. The creation of cryptocurrencies took
place in the midst of a financial crisis in 2008 and its existence came as a money
model that would work autonomously within the financial market, not gaining
control by any government and with the premise of facilitating the way of moving
people's money. How was it possible to develop such a form of money, its main
characteristics and how far from this problem is Brazil in terms of legal protection
and taxes that will be addressed along with some bills that are in progress and
will be part of the exploration to follow for know at what scale the country is in
terms of current affairs that are interfering more and more in people's lives in
relation to the economic part.

Keywords: cryptocurrencies; tax system; government; Brazil; taxes; law.


LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas


ETF - Exchange Traded Fund
PL - Projeto de Lei
CF – Constituição Federal
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
SEBC - Sistema Europeu de Bancos Centrais
UE – União Europeia
EUA – Estados Unidos da América
CEE – Comunidade Econômica Europeia
SME - Sistema Monetário Europeu
MTC - Mecanismo de Taxa de Câmbio
UEM - União Econômica e Monetária
PIB - Produto Interno Bruto
BCE - Banco Central Europeu
CBDC - Central Bank Digital Currency
BTC - Bitcoin
ETH – Ethereum
PSL - Partido Social Liberal
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9

1 A EVOLUÇÃO DO DINHEIRO...................................................................... 11

1.1 EURO COMO MOEDA ÚNICA ................................................................... 14

2 CRIPTOMOEDAS ......................................................................................... 20

2.1 BLOCKCHAIN ............................................................................................ 28

2.2 BLOCKCHAIN CENTRALIZADO ............................................................... 31

2.3 REAL DIGITAL ........................................................................................... 31

2.4 BLOCKCHAIN DESCENTRALIZADO ........................................................ 33

3 A REGULAMENTAÇÃO E OS TRIBUTOS SOBRE CRIPTOMOEDAS NO


BRASIL ............................................................................................................ 35

3.1 DA TRIBUTAÇÃO ...................................................................................... 35

3.2 INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1888, DE 03 DE MAIO DE 2019 ....... 37

3.3 EXCHANGE TRADED FUNDS (ETF) ........................................................ 38

3.4 EXCHANGE TRADED FUNDS DE UMA CRIPTOMOEDA ........................ 39

4 – DOS PROJETOS DE LEI E O PODER LEGISLATIVO ............................. 40

4.1 PROJETO DE LEI N° 3.825/2019 .............................................................. 40

4.2 PROJETO DE LEI N° 4.207/2020 .............................................................. 43

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 49


9

INTRODUÇÃO

O mundo com suas recorrentes evoluções trouxe consigo um novo


modelo de capitalização: as cripto moedas, cada vez mais recorrente e que se
torna necessário, porém a falta de uma regularização e uma grande intempérie
para que essa moeda digital seja amplamente utilizada.
Ademais, o seu desenvolvimento foi de extrema importância para lidar
com o caos que o mundo passava em relação a crise financeira de 2008. Assim,
como consequência da chegada desse modelo digital de dinheiro, constata sua
importância quando o assunto é segurança e comodidade, obtendo um modelo
para ir contra tudo que é tradicional no mercado.
Suas principais características são a descentralização de poder, o que
impede que seja controlado por algum governo ou figura relacionada a
autoridade, obtendo um sistema próprio conhecido como blockchain e a
facilidade em movimentar transações financeiras para todos os lugares do
mundo que tiver rede internet com uma taxa reduzida, o que não ocorre em
modelos de bancos tradicionais, despertando o interesse de pessoas físicas e
jurídicas tanto para investir como para espécies de pagamentos.
Em outros países uma característica que chama atenção é a possibilidade
do uso direto desse modelo como Exchange Traded Fund, uma opção para
investimentos que viabilizou para o campo das criptomoedas, tornando assim
um modelo mais forte dentro do mercado e de modo que tenha respaldo direto
das leis por se tratar de um modelo já amparado pela lei.
Com o aumento da popularidade começou a existir problemas para serem
solucionados pelo direito tributário na questão fiscal obtendo assim a
necessidade de regular em suas leis o modelo em questão para que se tenha
controle sobre os tributos relacionados a essa modalidade. Afinal criptomoedas
é algo ilegal no País?
Modelos de projetos de lei estão sendo debatidos no Brasil para
sacramentar a questão regulatória, entre eles os PLs n° 4.207/2020 e nº
3.825/2019 que serão apresentados nesse artigo detalhando a ideia que se
propõe para que a moeda tenha regulação aqui.
10

Além da questão tributária o direito entra como ferramenta principal na


questão do amparo legal, tanto para quem usa como para aquele que recebe,
por ter uma sustentação jurídica efetiva visando a proteção dos indivíduos
quanto a fraudes ou riscos que possa ocorrer no campo virtual.
O presente trabalho aborda o método dedutivo hipotético baseado na
revisão bibliográfica a respeito das criptomoedas e a regulação dela dentro do
sistema tributário. Por se tratar de um método com discursão recente no meio
jurídico, tributário e econômico fez com as formalidades legais quanto ao assunto
se tornasse necessária.
11

1 A EVOLUÇÃO DO DINHEIRO

A evolução do dinheiro até os dias atuais possui dois essenciais pré-


requisitos para o valor que damos ao dinheiro, segundo Versignassi (2021) essas
características fazem com que a busca por algo valioso seja incansável até os
dias atuais, pois trata-se de algo que todas as pessoas precisam, tornando
necessário e aumentando a busca por essa aquisição e dessa maneira entra o
segundo pré-requisito pois não é algo abundante, fácil de encontrar, requer
esforço e trabalho pois se fosse fácil não seria desejado por todos nós e perderia
a finalidade de ser valioso.1
Quanto mais fácil para obter menos valor tem se tratando de algo comum
e acessível a todos, é a mesma lógica que atribuímos a impressão de dinheiro
atualmente, quanto mais se imprime dinheiro, mais se perde o poder que tem
sobre o valor dele, a inflação aumenta e o valor diminui, por isso é considera um
mecanismo tão engenhoso, pois nunca poderemos ter esse valor em nossas
mãos sem que tenha obedecido a esses pré-requisitos, é necessário obedecê-
los para que tenha real valor.
Versignassi (2021) enfatiza a respeito daqueles tabletes de argila criados
na Babilônia como o primeiro modo de dinheiro após os alimentos, caracterizado
como uma inovação. Entretanto tornou-se uma solução passageira tendo em
vista que a comida guardada nos cofres acabava estragando depois de certo
tempo, acarretando prejuízos, fazendo com que esses tabletes perdessem o
valor que possuíam.
Seguindo as criações do período no contexto histórico traz a ideia de
transformar o sal em moeda de troca, parecia simples a lógica que utilizaram,
sendo de difícil extração na época, atendia ao requisito de não ser fácil de
encontrar e era necessário para as pessoas pois ajudava muito na preservação
de alimentos além de não estragar ao longo do tempo.

1VERSIGNASSI, Alexandre. A origem do dinheiro: uma breve história de 4 mil anos.


Publicado em 13 de novembro de 2020. Disponível em:
<https://www.vocesa.abril.com.br/sociedade/a-origem-do-dinheiro-uma-historia-de-4-mil-
anos/.com.br>. Acesso em: 12 set. 21.
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Esse novo formato de moeda de troca da época foi considerado muito útil
pois além das suas características ainda era algo fácil de locomover então
acabou tomando o lugar dos tabletes e começou a ser utilizado como dinheiro,
ideia essa que deu certo e trouxe uma conotação até os dias de hoje quando nos
referimos ao “salário” que as pessoas recebem por seus serviços prestados.
Versignassi (2021) destaca que a evolução busca inovar e garantir
melhorias. Outros modelos valiosos de troca surgiram para servir como dinheiro,
em meio a tantas descobertas surgiu o metal, mais precisamente o cobre objeto
que seria interessante para representar uma moeda de troca e para fabricação
de equipamentos.
Pela resistência que tinha em sua estrutura, quem obtinha armas feitas
desse material acaba por ter o poder ou tomar daqueles que o tinham na época,
por isso acabou sendo do interesse de todos, viam com bons olhos o matéria e
sua composição permitia que fosse algo duradouro e muito resistente ganhando
assim o seu espaço no que se refere ao valor das moedas de troca da época.2
Segundo Versignassi (2021) extrair cobre tornou-se de interesse dos
governantes da época, o desejo das pessoas em obtê-lo era visível, logo vemos
que atendia ao dois pré-requisitos necessários que tenha valor e utilidade nas
transações. Desse modo virou a primeira moeda universal de reinados, onde
poderiam facilmente trocar por produtos e serviços de maneira eficaz pois era
algo que não se perdia com o tempo, independentemente de como e onde
estivesse o metal era sempre resistia e se mantinha conservado.
Daí para poderiam usar metal com misturas para que ficasse mais
resistente e valioso, foi assim que surgiu o bronze, de misturas com o metal para
fortalecer as armas da época fazendo com que ficassem ainda mais resistentes.
O metal foi só o início de uma descoberta que viria a ser utilizada até os dias
atuais, substituindo quase de vez os alimentos como moeda de troca.
De maneira atípica, alguns lugares ainda costumavam utilizar outras
formas de dinheiro que não fosse as moedas de metal, na época o metal já era
tão bem aceito como moeda universal que as pessoas enxergavam outros

2VERSIGNASSI, Alexandre. A origem do dinheiro: uma breve história de 4 mil anos.


Publicado em 13 de novembro de 2020. Disponível em:
<https://www.vocesa.abril.com.br/sociedade/a-origem-do-dinheiro-uma-historia-de-4-mil-
anos/.com.br>. Acesso em: 12 set. 21.
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modos de dinheiro como exóticos, pois basicamente tudo que fosse difícil de
encontrar e que as pessoas tivessem interesse poderia ser usado como moeda
de troca.
Versignassi (2021) relata o exemplo que ocorreu durante anos no Estado
da Virginia (EUA) ao utilizar o tabaco por um período tão extenso que mesmo
depois de já ter se tornado um país rico e poderoso e obter o dólar como moeda
de troca, ainda assim utilizavam o tabaco como moeda, modo esse que foi
utilizado até muitos anos à frente.
A forma de valor com a qual vemos o dinheiro é ainda mais valiosa quando
esse item é de extrema raridade, como é o caso do ouro, das joias como o
diamante, ou de qualquer artificio hoje em dia que seja raro de encontrar,
possuindo assim um alto valor de mercado, essas são circunstâncias que deixam
ainda mais valiosos os produtos, e não tem maneira de mudar isso pois quanto
mais raro mais valor possui.
Nos dias atuais ainda é um dos itens mais valiosos e raro, como
mencionado por Versignassi (2021) países guardam em seus cofres reservas
em ouro por ser escasso e caro como sempre foi, desde o surgimento até os
dias de hoje, sempre valorizado e podendo ser comercializado com um valor de
mercado acima da média.
É notável a mudança que o metal trouxe para a moeda de troca, o dinheiro
em si, que além de facilitar nas negociações também facilitaram a precificação
dos produtos e serviços, criação essa que é utilizada até os dias atuais com suas
devidas modernizações, mas ainda indispensável, sendo uma vantagem para a
economia.
Os governos com o avanço do dinheiro sendo cada vez mais aceito pela
sociedade de uma forma universal, vários países foram criando suas próprias
moedas, centralizadas e de domínio próprio, o que acabou gerando uma certa
divisão entre valores de mercado.
A ideia era que todos fossem capazes de prover de acordo com a própria
moeda, se tratando de um modelo centralizado pelos governos de cada país,
cada uma tem o seu valor e poder de compra de acordo com a inflação,
valorização e desvalorização da moeda.
A ideia do dinheiro em espécie como um representante de compra na qual
vemos atualmente deu certo e trouxe muitas outras questões e ideias de
14

modernização, como é o caso dos cheques que caíram em desuso, cartões de


crédito e recentemente a ideia das criptomoedas.
A vigente forma de dinheiro é um modelo que até pouco tempo atrás
julgava ser incapaz de existir pelos fracassos anteriormente ocorridos, o sucesso
nessa realização tornou o modelo atualmente mais moderno de dinheiro já criado
obtendo sua característica totalmente virtual, intangível e descentralizada, ou
seja, governo nenhum pode ter o domínio sobre ela.3

1.1 EURO COMO MOEDA ÚNICA

Após a Segunda Guerra Mundial, os países europeus sofriam muito com


as consequências deixadas por ela, o desemprego aumentou, inflação subiu e
até o poder econômico no mercado financeiro internacional veio caindo
gradualmente, começando a preocupar os países do velho continente, pois
mesmo após a guerra que entrou para história ainda haveriam consequências
deixadas por ela após o seu termino, precisavam de uma solução o quanto antes
para tentar resolver um problema que era comum a todos, a perda de poder
econômico que estavam sofrendo naquele momento.4
Um passo importante para uma melhoria foi o que colocaram em pauta
conhecido hoje como moeda única europeia, pois naquela época os países
europeus não tinham o euro como uma moeda que serviria a todos, pelo
contrário, cada país tinha sua própria moeda, sua própria taxa de câmbio e seu
próprio tributo.
Tudo isso junto com os gastos que obtiveram durante a guerra fez com
que os países entrassem em dívidas elevadas o que acarretava maiores
inflações e uma perda alta de poder econômico perante o restante do mundo

3VERSIGNASSI, Alexandre. A origem do dinheiro: uma breve história de 4 mil anos.


Publicado em 13 de novembro de 2020. Disponível em:
<https://www.vocesa.abril.com.br/sociedade/a-origem-do-dinheiro-uma-historia-de-4-mil-
anos/.com.br>. Acesso em: 12 set. 21.

4Áreas Monetárias Ótimas e a Experiência Europeia. Disponível em:


https://www.edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4142368/mod_resource/content/0/%C3%81reas%
20Monet%C3%A1rias%20%C3%93timas%20e%20a%20experiencia%20da%20Uni%C3%A3o
%20Europeia.pdf.com.br. Acesso em 20 set. 2021. p. 1 – 58.
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dentro do sistema financeiro internacional, restava então buscar uma solução


econômica que fosse eficaz para todos e que pudesse ajudá-los a fortalecer
novamente suas economias perante o mercado financeiro internacional.
Em 1957 após o fim da Segunda Guerra Mundial, foi criado a CEE
(Comunidade Econômica Europeia) em vigor desde o ano seguinte, surgindo
para resolver a situação dos gastos sofridos pelo período da Guerra e iniciar o
começo da recuperação, tendo início com o tratado de Roma assinado em 1957
que buscava melhorar o cenário econômico, comercial e político.
Esse tratado visando aumentar as oportunidades de trabalho para civis
que estavam desamparados e sofrendo dia após dia com os desastres deixados
pela frente, embora o número de mortes tenha sido o maior da história dos
países, a crise que enfrentavam naquele período também era assustadora, com
a chegada da Comunidade Econômica Europeia foi então dado o primeiro passo
para o surgimento da moeda única.
Tempo depois surgiu o sistema monetário europeu (SME) em março de
1979, que tratava de um sistema de câmbio fixo, criado pela Comunidade
Econômica Europeia do mecanismo de taxa de câmbio (MTC) entrando no lugar
do antigo sistema divisas-ouro, focando em transitar moedas pelo continente
europeu de forma mais simples, com a vantagem de taxas reduzidas para
influenciar a aproximação entre os países e facilitar o comercio e a economia.5
Em um curto período, foram atualizadas as inovações que estavam
criando e implementando em todos os países que fossem fazer parte da União
Europeia, o mecanismo de taxa de câmbio (MTC) caiu em desuso para a
implementação de algo melhor na visão deles, se transformando na União
Econômica e Monetária (UEM) um sistema mais completo que abordava a parte
política e a parte econômica e monetária, sendo assim o principal mecanismo da
taxa de câmbio para os países que possuíam a moeda única dentro da UE.
Foi instaurado um processo para os países ter o direito de participar do
Sistema Monetário Europeu. As mudanças passavam principalmente pela parte
monetária e política do país, que daria início ao uso do mecanismo de taxa de

5Áreas Monetárias Ótimas e a Experiência Europeia. Disponível em:


https://www.edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4142368/mod_resource/content/0/%C3%81reas%
20Monet%C3%A1rias%20%C3%93timas%20e%20a%20experiencia%20da%20Uni%C3%A3o
%20Europeia.pdf.com.br. Acesso em 20 set. 2021. p. 1 – 58.
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câmbio, seguir políticas monetárias e fiscais de acordo com o que fosse


determinado pelo Conselho da União Europeia e o Banco Central Europeu
(BCE), além de precisar fazer a troca da moeda nacional do país pela moeda
única europeia, o euro.
Segundo eles, isso facilitaria a circulação dentro do continente, fosse para
movimentar produtos e serviços ou para importação e exportação, pois a moeda
única seria de controle do Sistema Europeu dos Bancos Centrais.
Os novos países que entrassem na União Europeia seguiriam requisitos
iguais aos outros, para facilitar as movimentações de negócio entre eles, obtendo
menos barreiras para o giro de capital bens e serviços, aceitar legalmente
emigração e imigração para melhorar a mão de obra entre os países e garantir
a segurança dos trabalhadores e os direitos de cada consumidor, além de seguir
políticas que fossem compatíveis com a democracia liberal que eles
estabeleceram.
A União Europeia queria aumentar a economia e a política no cenário
internacional, e para isso precisavam que os países estivessem unidos em
comum acordo, pois se tornariam mais fortes como um mercado unificado. Teria
uma melhoria significativa no comercio livre, na mão de obra e no giro de capital,
fazendo com que as pessoas voltassem a consumir em maior escala.6
Uma moeda única era aceita em todos os países que fizessem parte da
União Europeia (UE), sendo uma forma real e interessante de encorajar as
pessoas a aumentar o crescimento econômico de forma natural, além de tornar
a Europa pacífica e estável.
Em fevereiro de 1986 ocorreu o primeiro momento da assinatura de um
acordo que ficou conhecido como Ato Único Europeu, acordo esse que em
primeiro instante foi assinado por nove membros da CEE, pelos seguintes
países, Bélgica, Espanha, França, Irlanda, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido
e República Federal da Alemanha. A primeira etapa da assinatura ocorreu em
Muehlenbach, na cidade de Luxemburgo. Já o segundo ato ocorreu logo após,

6Áreas Monetárias Ótimas e a Experiência Europeia. Disponível em:


<https://www.edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4142368/mod_resource/content/0/%C3%81reas
%20Monet%C3%A1rias%20%C3%93timas%20e%20a%20experiencia%20da%20Uni%C3%A3
o%20Europeia.pdf.com.br>. Acesso em 20 set. 2021. p. 1 – 58.
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ainda no mesmo mês com o acréscimo dos países envolvidos no ato, sendo eles
a Dinamarca, Grécia e a Itália.
Esse acordo foi para buscando favorecer o continente e o mercado
financeiro internacional, visando relançar a integração europeia e materializar o
mercado interno, ou seja (livre circulação de bens, pessoas, serviços e capitais),
além das alterações de regras que tratavam da atuação de instituições
financeiras europeias que também estavam inclusas no ato, em janeiro de 1993.
Esse ato foi de extrema importância para transações pelo continente,
dando um passo significativo para a melhoria da mão de obra e diminuição de
tributos, dando início a junção dos países para o crescimento do continente de
forma econômica e monetária em conjunto entrando em vigor em julho de 1987
dando mais um passo para o seguindo do que conhecemos como moeda única
europeia.
Após a criação do Sistema Monetário Europeu (SME), foi dado um grande
salto para a moeda única europeia que viria a seguir após a assinatura do tratado
de Maastricht em 1992 dando início ao que conhecemos hoje como União
Europeia, que trouxe como principal medida para o momento a criação de uma
moeda única para facilitar a movimentação pelo continente e pelas principais
bolsas de valores do mundo.
Com essa mudança o poder da política monetária dos governos passaria
para a União Econômica e Monetária (UEM) que unindo todas as moedas
nacionais em uma moeda só, que era chamada de moeda única europeia e seria
administrada pelo Banco Central Europeu visando o aumento de valorização de
mercado em todos os países membros da União Europeia (UE).7
O mecanismo de taxa de câmbio do Sistema monetário europeu, seria
alterado onde as taxas teriam um valor fixo, quantia cobrada inferior comparado
as moedas nacionais visando também de forma ampla a política
macroeconômica de maneira central da UE, para que abordasse o interesse de
todos o que facilitaria as tomadas de decisões que beneficiassem aos países
membros, cobrando também as mudanças de suas moedas nacionais para a

7 Áreas Monetárias Ótimas e a Experiência Europeia. Disponível em:


https://www.edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4142368/mod_resource/content/0/%C3%81reas%
20Monet%C3%A1rias%20%C3%93timas%20e%20a%20experiencia%20da%20Uni%C3%A3o
%20Europeia.pdf.com.br. Acesso em 20 set. 2021. p. 1 – 58.
.
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moeda única europeia, que seria regida pelo Sistema Europeu de Bancos
Centrais (SEBC).
Tudo isso já teria datas para acontecer, a partir de janeiro de 1994 foi
centralizado o poder de tomada de decisões sobre a questão política
macroeconômica pela União Europeia, e o período que entraria em vigor a
regência da moeda única europeia pelo sistema europeu de bancos centrais que
seria iniciada a partir de janeiro de 1999.
Acreditavam que um grau mais compacto de integração no mercado
poderia ser criado com a chegada da moeda única, deixando de ter um risco
cambial e de forma segura aumentar a taxa de crescimento. Foi um dos fatores
que fez com que a União Europeia trocasse o sistema monetário europeu pela
moeda única europeia.
Também visava a questão do direito igual para todos os países membros,
perante as decisões políticas, econômicas e monetárias relativas ao sistema que
estava sendo implantado, além da liberdade de movimentar o capital de forma
mais expansiva, com a estabilidade política vivida na Europa, por conta daquele
sistema o número de guerras era mínimo, surgindo assim o mercado único entre
os países da União Europeia.
Houve algumas cobranças para que a moeda entrasse em vigor nos
países membros interessados em adotar a moeda única de forma oficial, entre
elas a inflação precisava ser controlada e não poderia passar de 1,5% da média
dos três países membros com a taxa de inflação mais baixa da UE, o déficit do
setor público não poderia ultrapassar 3% do PIB do país, e não ter dívida pública
acima dos 60% do mesmo PIB além dos preços, taxas de juros e câmbio dos
países participantes não poder sofrer alterações relevantes.
Manter a estabilidade era importante para que o valor de mercado da
moeda não se alterasse de maneira drástica, isso facilitaria o crescimento da
moeda dentro do mercado financeiro consequentemente a economia dos países.
Era notável as vantagens que os países tinham com a moeda única, com
taxas fixas de cambio pelo comercio internacional do velho continente, facilitava
a movimentação de produtos e serviços, sendo esse o principal benefício de
19

todos os países membros da (UE) podendo atingir suas metas econômicas e


garantindo um comercio livre entre os países com o custo baixo de transações.8
Além disso, chamava atenção a facilidade de mover o capital do país com
a garantia de uma moeda estável e o aumento no poder de compra na mão dos
trabalhadores que poderia usufruir do seu salário de forma benéfica.
Esse foi o início da moeda conhecida hoje como “Euro” implementado de
forma oficial em janeiro de 1999. Antes disso cada país que possuía sua moeda
nacional, tinham em comum com o banco central europeu uma moeda única
europeia, que era de inteira responsabilidade monetária do Banco Central
Europeu (BCE).
Seus primeiros anos de criação foram apenas de forma virtual, visavam
melhorar o cenário econômico-financeiro dentro do mercado financeiro
internacional, buscava ter uma representante própria para o continente inteiro
perante o resto das moedas do mundo.
Entretanto o surgimento da moeda foi algo extremamente benéfico para o
continente que a partir de janeiro de 2002 o euro se tornou moeda oficial também
em papel moeda. De forma tangível, iniciou ali a troca das moedas tradicionais
que cada país possuía pela moeda em comum entre eles que passava a ser a
oficial. Essas trocas na maioria dos países foram feitas até fevereiro de 2002,
quando o euro passou a ser oficialmente a moeda legal dos países da zona euro,
exceto a Alemanha que até os dias atuais ainda faz a troca de sua moeda
nacional pelo euro.
Toda essa evolução ocorreu após a Segunda Guerra Mundial ter deixado
inúmeros prejuízos para todas as partes do mundo e em maior escala para o
velho continente, viram assim uma alternativa para a reparação do dano com a
chegada de um sistema econômico-financeiro que visava tanto a parte monetária
dos países de uma forma interna como também o valor de mercado dentro do
sistema financeiro internacional, ou seja, nas grandes bolsas de valores do
mundo.9

8Áreas Monetárias Ótimas e a Experiência Europeia. Disponível em:


https://www.edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4142368/mod_resource/content/0/%C3%81reas%
20Monet%C3%A1rias%20%C3%93timas%20e%20a%20experiencia%20da%20Uni%C3%A3o
%20Europeia.pdf.com.br. Acesso em 20 set. 2021. p. 1 – 58.

9Áreas Monetárias Ótimas e a Experiência Europeia. Disponível em:


https://www.edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4142368/mod_resource/content/0/%C3%81reas%
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A criação do euro foi um mecanismo inovador, pelo sistema


implementado que permitia ter uma moeda forte dentro do mercado, tudo isso
em conjunto entre os países da União Europeia. Um modelo visionário e eficaz
que surgiu e mudou o cenário econômico do velho continente e possui algumas
semelhanças com o que vemos atualmente com a chegada das criptomoedas.
Um modelo virtual, que chegou com status de ser um novo método de
pagamentos e acabou se tornando também forte no campo de investimentos,
sendo tão segura que muitos buscaram esse novo método para movimentações
em grande valor, podendo ser realizado transferências para todas as partes do
mundo de forma rápida, segura e livre de taxas abusivas, além de ser
descentralizado, não obtém domínio de nenhum governo sendo uma moeda
desenvolvida pelo mercado e para o mercado financeiro.

2 CRIPTOMOEDAS

As criptomoedas são a nova ferramenta de pagamentos, esse modelo de


desenvolvimento virtual e futurista deu indícios de que surgiria no mercado por
volta dos anos 90 quando algumas pessoas já davam sinais do que poderia vir
pela frente se tratando de economia digital.
Aranha (2021) menciona em seu livro dois interessantes fatos. Um deles
é a matéria de uma revista que discorre sobre o assunto, e um outro depoimento
interessante por mostrar a visão de um economista que praticamente assegurou
que nos anos seguintes seria criado um meio de transações financeiras seguro
que funcionaria através da rede de internet.10
As menções acima foram concretizadas com o passar dos anos, além
desses exemplos muitas outras pessoas que acreditavam nessa ideia tinham
razão, pois se tratava de um modelo de gestão financeira um tanto inovador que
pensamos ser improváveis e acabou provando que a minoria estava certa ao
afirmar que mais a frente teríamos um novo conceito de como manusear o
dinheiro de forma virtual e livre.

20Monet%C3%A1rias%20%C3%93timas%20e%20a%20experiencia%20da%20Uni%C3%A3o
%20Europeia.pdf.com.br. Acesso em 20 set. 2021. p. 1 – 58.
.
10 ARANHA, D.Sc. Christian. Bitcoin blockchain e muito dinheiro – uma nova chance para

o mundo. Rio de Janeiro. Valentina. 2° edição. 2021. p. 1 – 142.


21

Dentro do mercado financeiro, as criptomoedas foram mais uma criação


que chegou para elevar o nível do conceito de métodos de pagamento e
investimento, chegando para ter o seu espaço dentro do sistema financeiro
mundial buscando facilitar transações com menores cobranças e ao longo prazo
se tornando uma forma rentável de investimento. Sendo assim as novas moedas
virtuais ganharam espaço no mercado desde a criação da primeira moeda virtual
em 2008 como destaca (NOCETTI, ZILVETI, 2020).11
O cenário econômico digital só foi possível com o avanço da tecnologia
nesse campo, pois se tratando de uma moeda digital a sua movimentação se dá
diretamente por meio da internet de um modo que permite serem feitas
transações financeiras de uma parte do mundo para outra em instantes
mostrando a praticidade que se obtém com esse recurso e assim foi apresentada
a primeira moeda digital, com o status de inovação, chegando para facilitar a
vida financeira das pessoas que buscavam por opções melhores de transações.
Ouro, prata, dólar, euro e libra foram algumas das moedas mais
conhecidas na economia, obtendo sua valorização no mercado de acordo com
o desenvolvimento dos países em questão, dessa forma Ulrich (2014) relata o
poder de compra que varia de acordo com o modelo da moeda, necessitando
das variações que ocorrem com o valor delas dentro do mercado financeiro onde
cada moeda obtém o seu valor ajustado, porém possuindo a mesma função,
servindo como objeto de compra para produtos e serviços.12
O antigo sistema monetário passou por uma espécie de reestruturação
tendo seu início com a desvalorização do dinheiro de forma oculta, sem que a
população percebesse, por meio de tributos. Ulrich, (2014) mostra que o intuito
era criar as próprias moedas onde obtivessem o domínio sobre elas e dando aos
bancos a tarefa de controlar e proteger esse patrimônio para que não viesse a
ser uma criação fracassada de negócio, tendo seu financiamento arcado pela
população.

11 NOCETTI, Daniel Azevedo; ZILVETI, Fernando Aurelio. Criptomoedas e o sistema


tributário do século XXI. Revista de Direito Tributário Atual, n° 44. São Paulo. IBDT, 1°
semestre de 2020. p. 1 – 20.

12ULRICH, Fernando. Bitcoin - a moeda na era digital. 1° edição. Mises Brasil. 2014. p. 1 –
123.
22

Essa criação ocorreu logo após a queda do que foi conhecido como
padrão-ouro, o primeiro sistema monetário vigente e que permaneceu até o
período da Primeira Guerra Mundial. Esse sistema trabalhava buscando sempre
o equilíbrio entre os países, quando um país possuía excesso de dinheiro sofria
com a inflação alta enquanto outros países que possuíam o saldo negativo ou
perto disso os valores trabalhavam de forma a inverter essa situação, tudo isso
buscando um equilíbrio entre os que possuíam mais e os que possuíssem
menos, era conhecida como teoria quantitativa da moeda.
Quando a guerra teve início esse sistema caiu em desuso por conta do
aumento da fiscalização monetária nesse período de guerra que acabou
afastando os investimentos do comercio internacional que foram
desestabilizados fortemente desde o início da guerra. É como se a guerra tivesse
financiado o início dessa mudança que trazia o domínio dos bancos em gerir o
dinheiro comercializado, por conta dos altos custos causado, fazendo com que
enfrentassem dívidas para que surgisse então o novo sistema.
Depois do fim da Primeira Guerra Mundial surgiram então os
questionamentos sobre esse novo sistema, que era visto por alguns como um
plano ruim de negócio pelos contrários a ele. Preocupações surgiam por medo
do que viria a acontecer se por conta desse sistema surgissem mais guerras,
inflações altas e ciclos prolongados de fracasso eram bastante mencionadas as
preocupações, mesmo que não pudesse ser impedida de prosseguir como relata
(ULRICH, 2014).
Durante o século XX obtiveram uma melhora substancial na qualidade de
vida da sociedade, a busca por consumo e a prestação de serviços aumentaram
de modo constante, mas também trouxe o poder da moeda de forma isolada e
absoluta. Algumas características precisavam ser reavaliadas, mesmo não
sendo de interesse financeiro dos governos e dos bancos, pois ambos lucravam
bastante com esse sistema, mas era insatisfatório e precisaria de uma reforma
segundo (ULRICH, 2014).13
Esse problema foi sendo prolongado ao longo dos anos até que em 2008
surgiu uma novidade no sistema financeiro que mudaria o modo de pensar e o

13ULRICH, Fernando. Bitcoin - a moeda na era digital. 1° edição. Mises Brasil. 2014. p. 1 –
123.
23

meio de pagamento com a moeda que estávamos acostumados a usar no dia a


dia, se tratava da primeira moeda virtual criada, conhecida como bitcoin, uma
criptomoeda que chegou como uma inovação meio suspeita por não saber nada
quanto a sua origem, mas que revolucionária o sistema de pagamento atual.
Ulrich (2014) revela que algumas formas de criar uma criptomoeda já
teriam sido estudadas antes da criação do bitcoin entretanto todas elas falharam
em alguma parte do processo de criação, indo desde obter um poder
centralizado ou mesmo o conhecido gasto duplo, que permite ao usuário gastar
duas vezes uma mesma moeda, tornando assim produto de fracasso.
Por tantas tentativas falhas ao tentar criar um sistema diferente de meio
de pagamento não perceberam em primeiro momento como o mecanismo bitcoin
era completo em sua criação, tinham ali um modelo real de sucesso. Seu sistema
era bem-feito de tal maneira que salva o histórico de cada moeda, seu algoritmo
é inviolável e cada unidade detém um número próprio, sendo assim impossível
de duplicar. Tudo isso juntamente ao modelo de criptografia e redes de
blockchain que davam ainda mais segurança para a criptomoeda desenvolvida.
O fato é que a nova criptomoeda era diferente de tudo que já tinham visto,
surgindo com o status de inovação para o sistema de pagamento no qual
conhecíamos e que pouco tempo depois seria um sucesso ao ponto de quebrar
barreiras de comunicação através do mercado financeiro, tinham ali um modelo
que acreditava ser impossível se tornado possível, sendo um sistema puro e o
principal, seguro.
A primeira criptomoeda lançada despertava muita curiosidade por aqueles
que a apreciavam, por se tratar da primeira moeda internacional e que não tinha
o poder na mão de nenhum governo, se tratava então de um modelo
descentralizado, criado para o mercado. Era revolucionário de tal forma que por
traz tinha a mão e o interesse dos empreendedores e investidores, daqueles que
buscaram um modo de fugir das mãos do governo e dos bancos.
A potencialidade do bitcoin era tão grande que na introdução tratamos de
esclarecer as duas principais características para que o dinheiro tivesse valor,
ser algo em escassez, difícil de possuir e nesse quesito o bitcoin se enquadra
tendo em vista que serão criados uma quantidade limitada no mercado e o
segundo que é ser desejado por todos aqueles que precisam e buscam o
24

dinheiro, características essas que a criptomoeda se encaixa perfeitamente,


seguindo assim o padrão de alto valor.14
Ulrich, (2014) mostra o quanto a moeda é eficaz do ponto de vista
financeiro e a característica de ser virtual geraria uma economia sobre a
impressão de papel moeda, além da facilidade em realizar transferências de
qualquer lugar do mundo a um custo quase zero, não precisando de nenhum tipo
de intermediador a não ser uma boa internet para efetuar as transações por esse
sistema autônomo.
É incontestável o que a revolução do sistema financeiro trouxe com a
chegada da criptomoeda mas com isso também surgem as preocupações por
parte do governo que poderiam tentar a todo custo derrubar essa criação ou até
mesmo de alguma forma monetiza-la ao seu controle, mas como enfatizado por
Ulrich, (2014) seriam tentativas falhas uma vez que o sistema apresentado é
independente e eficaz então o que resta é se adaptar ao novo cenário que será
dominado por moedas centralizadas e descentralizadas.
A intervenção para controlar a força do bitcoin no mercado é
aparentemente tentar introduzir as moedas físicas em modelos digitais,
buscando acompanhar a nova etapa do sistema econômico, então para que
consigam amenizar a sua expansão eles precisam incentivar as pessoas a se
atualizarem, mas nesse caso poderia acabar incentivando ainda mais o uso das
criptomoedas pois teriam maior conhecimento sobre o assunto ao entender o
mecanismo digital.
De acordo com o Ulrich, (2014) o governo não poderia ir contra essa
criação, caso isso ocorresse seria uma tentativa falha, não só pela facilidade e
comodidade, mas também pelos benefícios que trazem, as taxas que os bancos
cobram por transações as criptomoedas não cobram, tendo um valor de
cobrança extremamente inferior aos convencionais, a segurança que oferecem
dentro do mercado é sólida, sem riscos de fraudes e com isso o desejo por esse
mecanismo é algo gradativo.
Sabendo que a criptomoeda foi criada para ser totalmente liberal e
acessível a qualquer pessoa, deixou algumas questões em aberto com relação
ao seu valor de mercado, por se tratar de uma moeda virtual que está

14ULRICH, Fernando. Bitcoin - a moeda na era digital. 1° edição. Mises Brasil. 2014. p. 1 –
123.
25

implementada nas principais bolsas de valores pelo mundo, muitos são os fatos
que surgem a seu respeito e como devemos gerir sobre isso. Dúvidas vão
surgindo e com elas curiosidade das pessoas que até então desconheciam sobre
o assunto.15
O avanço foi tão significativo nessa área que estudiosos já acham que
essa nova criação se trata de outra revolução industrial como destaca Nocetti,
Zilveti (2020) chamando assim pelo seu alto nível de importância sobre aquele
que pode ser o novo marco da história econômica por tudo que se desempenha
e vem mostrando a cada dia, superior a tudo que tínhamos visto antes disso com
relação ao dinheiro.16
Essa tecnologia é capaz de processar, armazenar e analisar uma grande
quantidade de informações em muito pouco tempo, trabalho que o homem
levaria dias ou meses o sistema consegue desenvolver em instantes, sendo
infinitamente superior a qualquer trabalho humano. Essa nova era da economia
digital chega não para tomar espaço, mas para se juntar a tudo que já foi
introduzido e poder ajudar a melhorar ainda mais no meio de produção do
trabalho nessa área.
A criptomoeda tem deixado um problema para os governos solucionarem,
pois como é um modelo descentralizado significa que nenhum tem domínio sobre
ela, é algo criado e feito pelo mercado financeiro, ou seja, de livre comercio a
todos os que tenham interesse em movimentar e transacionar operações.
A disruptiva entre dinheiro e governo deixa uma questão a ser analisada
que é a busca por alternativas para a cobrança de tributos visando controlar o
aumento significante das operações realizadas através desse modelo, deixando
o controle total para o mercado que por sua vez isenta de tributações e taxas
inflacionadas.
Há uma série de dúvidas sobre a existência da criptomoeda e da validade
cientifica que ela traz, um de seus benefícios é a diminuição de gastos duplos
que ocorriam em falhas de sistemas que ocorriam antes.

15 ULRICH, Fernando. Bitcoin - a moeda na era digital. 1° edição. Mises Brasil. 2014. p. 1 –
123.
16 NOCETTI, Daniel Azevedo; ZILVETI, Fernando Aurelio. Criptomoedas e o sistema

tributário do século XXI. Revista de Direito Tributário Atual, n° 44. São Paulo. IBDT, 1°
semestre de 2020. p. 1 – 20.
26

O sistema conhecido como blockchain garante a autenticidade e proteção


de dados de uma forma que não conhecemos antes e foi uma das qualidades
que fez com que o ativo tivesse uma visibilidade maior, tendo como uma das
principais características a segurança em poder movimentar esse ativo, de
acordo com (NOCETTI, ZILVETI, 2020).
Sendo inteiramente do mercado financeiro o sistema que tem a
responsabilidade de proteger essa moeda virtual, se tratando de um local público
qualquer pessoa tem acesso a plataforma podendo procurar por históricos ou
informações dentro da rede.
Se tratando de uma nova criação que também se enquadra no conceito
de dinheiro, ainda não temos ao certo a certeza de como caracterizar as
criptomoedas, pois além de ser denominada uma moeda virtual, oferendo
alternativas para pagamentos, movimentações, possui também valor de
mercado, ou seja, um ativo.
Pode ser comprado, vendido, negociado dentro do mercado de acordo
com sua taxa de valor atual essas são as circunstâncias oferecidas pelas
criptomoedas que ainda não possuem segurança legitima, Nocetti, Zilveti (2020)
mencionam que mesmo não sendo ilegal é um modelo que necessita de amparo
jurídico para que tenha mais confiança daqueles que ainda pretendem adotar a
moeda.
Isso é tratado como uma situação de difícil entendimento em todas as
partes do mundo, por ser a primeira moeda digital do mercado não tem uma
categoria fixa que possa ser encaixada, embora tenha semelhança com algumas
outras, mas possuindo características exclusivas se enquadrando em um
modelo diferente.
O que temos de novo com a reviravolta que as criptomoedas trouxeram
para o mercado fez com que o campo civil e tributário trabalhasse para se
modernizar e acompanhar essa chegada, procurando por alternativas para
amparar em lei esse objeto virtual que detém grande espaço no mercado
financeiro. “O desafio de enquadramento conceitual é tamanho que também se
cogita o não enquadramento, o que levaria ao limite do não conceito, impensável
27

no direito privado, pois dificultaria sobremaneira sua regulação no direito público"


(NOCETTI, ZILVETI, 2020, p. 05).17
Por ser virtual a capacidade de ter uma qualidade física que seja
representante da criptomoeda é inexistente então as características que ela traz
como benefícios em favor daqueles que a utilizam é denominada ‘uma coisa’, é
o que mais se aproxima de bem jurídico de acordo com o que é definido tangível
pelo Código Civil. "O bem jurídico é coisa, desprovido de personalidade jurídica,
e traduz a criptomoeda conceitualmente, ao menos no campo do direito privado
nacional" (NOCETTI, ZILVETI, 2020, p.06).
Sendo assim a característica coisa dada as criptomoedas é para que o
meio de tributos seja encaixado na questão riqueza, patrimônio, ou seja, um ativo
dentro do mercado financeiro e de capitais abertos que estar suscetível a
negociações a qualquer momento. “Ativo” dentro mercado financeiro é tudo
aquilo que podemos comprar, vender, movimentar, de modo que tenha valor.
O conceito que buscam adotar para as criptomoedas, pela perspectiva
jurídica não se enquadra na definição de moeda pois de acordo com o olhar
jurídico elas não funcionam como uma forma imediata de quitar contas, por se
tratar de um novo modo de dinheiro, ainda não tem uma aceitação suficiente,
sendo um modelo novo no mercado.
Essas características acabam dificultando enquadrar as criptomoedas em
um sentindo estrito. Como não são controladas por uma autoridade central, uma
movimentação de moeda virtual acaba levando mais tempo do que de costume,
seja por algumas horas ou até mesmo alguns dias, sendo assim permanece a
ideia central de que o conceito de moeda não pode ser adotado para
criptomoedas como informado por (NOCETTI, ZILVETI, 2020).18
Mas como tudo que envolve o âmbito jurídico tem dois lados, a
controvérsia com relação a esse ativo ser ou não ser caracterizado como uma
moeda é defendido baseando-se na ideia de que nem todos os modelos de
moedas que seguem o determinado padrão tem taxa de aceitação alta e

17 NOCETTI, Daniel Azevedo; ZILVETI, Fernando Aurelio. Criptomoedas e o sistema


tributário do século XXI. Revista de Direito Tributário Atual, n° 44. São Paulo. IBDT, 1°
semestre de 2020. p. 1 – 20.
18 NOCETTI, Daniel Azevedo; ZILVETI, Fernando Aurelio. Criptomoedas e o sistema

tributário do século XXI. Revista de Direito Tributário Atual, n° 44. São Paulo. IBDT, 1°
semestre de 2020. p. 1 – 20.
28

possuem pouca disponibilidade imediata e ainda assim estão enquadradas no


conceito de moeda, nesse sentido Zilveti, Nocetti (2020, p.06) destacam que:

"É preciso lembrar que o conceito de moeda não é assim tão


determinado, existindo precedentes de corte norte-americana que
afirmam que o bitcoin tem características de moeda, estando a
tecnologia, inclusive, sujeita à legislação contra a lavagem de dinheiro.
A remissão jurisprudencial praticada nos EUA não deixa de ser
insuficiente para determinar que a criptomoeda seja passível de
conceituação como moeda. De fato, não tendo o chamado curso legal,
pouco resta para a criptomoeda ser considerada como moeda,
especialmente para os fins deste ensaio, faltando-lhe lei para
determinar o tratamento jurídico da coisa".

2.1 BLOCKCHAIN

Blockchain é considerado uma das grandes criações desde o surgimento


da internet, é usado como um modelo para transações financeiras virtuais,
através da web de um modo seguro e confiável. O sistema em questão é a
garantia do sucesso por trás de cada criptomoeda criada, é dele que vem a
segurança e a garantia de que não vai haver nenhuma prática de fraude contra
esse modelo, garantindo que tenham um modelo eficaz e seguro para transitar
de forma totalmente livre e transparente cada movimentação feita dentro do
mercado virtual.19
Tonou-se um grande aliado das transações pela facilidade em que uma
pessoa pode fazer transferências digitais de modo totalmente prático e livre de
taxas abusivas que são cobradas nas modalidades convencionais de
movimentar dinheiro tanto para dentro quanto para fora do país de modo
simplificado.
A facilidade que se tem em movimentar dinheiro de forma direta sem
maiores empecilhos conquistou o público em geral que utiliza o mercado

19ARANHA, D.Sc. Christian. Bitcoin blockchain e muito dinheiro – uma nova chance para
o mundo. Rio de Janeiro. Valentina. 2° edição. 2021. p. 1 – 142.
29

financeiro pois oferece o benefício de movimentar dinheiro de maneira até rápida


e com um baixo custo de taxas e uma maior segurança contra irregularidades.
Essa tecnologia é utilizada para diversas coisas além das criptomoedas,
como exemplo temos a proteção de dados em um sistema econômico ou do
governo, tratando-se de um sistema seguro e que funciona de maneira simples
como destacado por (ARANHA, 2021):

O Blockchain nada mais é do que uma combinação de três tecnologias:


a internet, a criptografia e o protocolo peer-to-peer em um sofisticado
sistema de governança formado por códigos e algoritmos, que usa a
teoria dos jogos para alinhar os incentivos da rede em prol da
colaboração, fazendo com que seja melhor colaborar com a rede do
que tentar burlá-la. 20

Com essa ligação de três tecnologias trabalhando em conjunto é o que


garante que a tecnologia seja tão segura a ponto de transitar qualquer tipo de
informação sem o perigo de ocorrerem fraudes, o sistema de blockchain como
é conhecido, se trata de um conjunto de blocos dos quais armazenam e
distribuem informações pela rede de internet, mas ao mesmo tempo em que isso
ocorre tem também a questão de cada bloco desse ser contido de apenas um
registro, não podendo ser apagado, editado ou substituído, garantindo que para
novos registros outros blocos sejam criados assim evitando o que conhecemos
como duplicações ou esquemas fraudulentos.21
A tecnologia blockchain trabalha em conjunto com uma série de
componentes que se interligam para a segurança dos blocos criados através de
transações, facilitando assim a vistoria que é feita cada vez que um bloco é
movimentado no mercado digital, interligando rede e nodos, chaves, endereços,
senhas e token e a criptografia. Funciona da seguinte maneira:22

2 ARANHA, D.Sc. Christian. Bitcoin blockchain e muito dinheiro – uma nova chance para o
mundo. Rio de Janeiro. Valentina. 2° edição. 2021. p. 1 – 142.
21ARANHA, D.Sc. Christian. Bitcoin blockchain e muito dinheiro – uma nova chance para o

mundo. Rio de Janeiro. Valentina. 2° edição. 2021. p. 1 – 142.


22 LYRA, João Guilherme. Blockchain e organizações descentralizadas – conheça a

tecnologia por trás do bitcoin. Rio de Janeiro. Copyright© 2019 por Brasport Livros e
Multimídia Ltda. p. 1 – 126.
30

Rede e nodos é o que vimos mencionando acima conhecido como peer-


to-peer, uma das três tecnologias usada no sistema blockchain, essa função é o
que garante que cada bloco movimentado tenha sua autenticidade de maneira
única sendo criada ponto a ponto em transações únicas evitando que seja
duplicada ou alterada, de acordo com o João Guilherme Lyra Existem alguns
tipos de nodos em uma rede: carteira, minerador, nodo completo e roteador da
rede. Todos os nodos incluem a função de roteamento para participar na rede e
podem incluir outras funcionalidade.
O endereço usado em uma blockchain é basicamente o mesmo que
criamos para uma conta de rede social que necessita de login e senha para
entrar no sistema, ele é a nossa identificação para que outras pessoas
encontrem nossa espécie de carteira digital dentro do mecanismo para que
possamos receber transferências, vale destacar que a partir da criação do
endereço criado na rede automaticamente passa a ser um mecanismo
criptografado, ou seja é protegido por senha e autenticações.
A criação da senha é outro fator importante e de extrema utilidade, é
importante que para o uso do blockchain a pessoa não perca a senha que foi
criada porque isso impediria o acesso a sua conta, uma vez que sem ela é
impossível destravar tokens e fazer movimentações, ou seja caso a senha seja
perdida o acesso aquela conta também ficará retido.
O token por sua vez tem a função de ser um dispositivo de troca, gerando
senhas descartáveis toda vez que uma transação é feita dentro do sistema, isso
garante a autenticidade de cada movimentação de modo que possa ser feito a
troca de blocos de forma segura.
O sistema de criptografia dentro do blockchain, ele garante que as
informações divulgadas ali dentro seja pública para todos os usuários, cada
bloco tem sua autentica criptografia o que garante a autenticação do bloco e
diminui o risco de fraudes a quase zero, é o sistema mais seguro que existe
atualmente para movimentações e também para armazenamento de dados, os
algoritmos da criptografia garantem total segurança e permitem que o sistema
funcione de forma livre em todas as partes do mundo bastando apenas ter
acesso a rede internet.
Essa tecnologia funciona como uma espécie de livro-razão público que
integra o armazenamento de dados diretamente ligados as transações feitas, por
31

isso cada movimentação é guardada e pode ser encontrada facilmente com o


registro do seu bloco de transação. Duas espécies de blockchain conhecidas são
os modelos centralizado e descentralizado.

2.2 BLOCKCHAIN CENTRALIZADO

Essa tecnologia de forma centralizada, ou seja, privada, funciona com


uma base de dados fechada, um modelo no qual é diretamente distribuído de
um único banco de dados, é normalmente usada pelo governo ou por alguma
empresa privada que detém o controle de toda a rede possui uma central única
que vai redistribuir para os dados para quem esteja usando.
Esse modelo é um pouco vulnerável, por possuir um servidor central pode
ser atacado sem dificuldade ficando fora do ar pela facilidade que ocorre
armazenando os dados em um servidor único. Essa tecnologia centralizada é
diretamente ligada uma figura de poder, nesse caso o governo em conjunto com
o banco central que trabalham na criação do real digital.23

2.3 REAL DIGITAL

Com a tecnologia blockchain o governo buscou adaptar sua moeda física


também em formato digital com o controle sobre ela, ou seja, de maneira
centralizada. Trata-se do real digital, uma inovação no que estamos
acostumados a ter como dinheiro em nossas mãos que está sendo criada para
dar início a um novo modo de transações no mercado nacional de um modo em
que facilite a vida dos consumidores.24
Essa criação surge como uma espécie de complemento ao que temos
hoje no país possuindo o mesmo valor de mercado que o dinheiro tradicional

23
LYRA, João Guilherme. Blockchain e organizações descentralizadas – conheça a tecnologia
por trás do bitcoin. Rio de Janeiro. Copyright© 2019 por Brasport Livros e Multimídia Ltda. p.
1 – 126.
24LIMA, Paola. Real digital: conheça a moeda virtual brasileira. Disponível em:
<http//www.Real digital: a moeda virtual brasileira (onl.st).com.br>. Acesso em: 27 set. 21.
32

mesmo se tratando de uma Central Bank Digital Currency (CBDC), a moeda


digital brasileira traz uma série de dúvidas e algumas vantagens.
Buscando um modo de integrar o dinheiro de maneira virtual para
acompanhar a evolução de mercado digital o governo criou o real digital, moeda
centralizada, mas que vai ter como fator principal o seu uso de forma totalmente
virtual, uma nova forma de pagamentos por produtos e serviços, não vem para
substituir o que já temos de maneira tradicional, mas será uma alternativa
complementar que as pessoas vão ter para facilitar no uso de dinheiro do seu
dia a dia.
Uma das vantagens é a segurança que tal modelo oferece as pessoas
pois o fato de não precisarem mais carregar dinheiro físico para poder consumir
em estabelecimentos ou comprar produtos, podendo evitar percas e até mesmo
roubos ou furtos.
Outro fato interessante é a utilização dessa moeda em qualquer lugar do
mundo sem que precise ser feita a troca cambial pela moeda local do país, algo
que agrega muito quando se tratando taxas cambiais e gastos desnecessários.
Além disso por ser um modelo virtual a economia com os gastos para
gerar esses valores pelo Banco Central é significativamente reduzida tendo em
vista que não precisará ser impressa, gerando assim uma boa economia.
Vale destacar que o real digital não é uma criptomoeda, o modelo de
moeda virtual será de responsabilidade do Banco Central tanto para regulação
quanto para a emissão, então funcionará de forma centralizada, já as
criptomoedas são totalmente descentralizadas e não são reguladas pelo BC
(Banco Central).
Essa moeda virtual que está sendo desenvolvida no Brasil é só mais uma
entre muitas que estão em fase de criação também pelo mundo, governos de
vários países estudam a ideia de ter seu próprio dinheiro digital para acompanhar
a chegada das criptomoedas no mercado que foi ganhando espaço de maneira
rápida por sua versatilidade e comodidade. O modelo de real digital centralizada
também é uma boa opção para os governos por diminuir gastos com impressão
de dinheiro físico e ajudar no crescimento da economia de cada país em questão.
33

2.4 BLOCKCHAIN DESCENTRALIZADO

A tecnologia descentralizada do blockchain pode ser também considerada


pública, isso porque não tem um servidor centralizado do sistema. É o conjunto
que faz funcionar a rede podendo interligar todos os servidores de uma única
vez, isso facilita o modelo em questão a ter o desenvolvimento esperado no
campo de transações financeiras, tendo em vista que não depende de um
modelo central para gerenciar tudo e sim de um conjunto interligado que trabalha
a todo tempo.25
A rede blockchain descentralizada funciona de forma conjunta onde o
sistema não depende apenas de um servidor, isso é, caso tentem fraudar alguma
máquina computadorizada que faz parte do sistema a rede continua prestando
serviço de forma normal e isso ocorre justamente porque os outros
computadores interligados dão continuidade ao trabalho que está sendo feito. 26
Vários computadores em todas as partes do mundo podem fazer parte
dessa tecnologia de forma descentralizada, apenas logado na rede e o
mecanismo já recebe as copias de dados e armazenamento de forma individual,
sendo assim mesmo que alguma máquina venha a ser danificada a rede
continua estável, para que tenha alguma alteração prejudicial ao sistema
blockchain seria preciso que danificassem todas as maquinas da rede, algo
muito difícil de acontecer e é isso que garante a autenticidade da tecnologia.
Como se trata de um serviço aberto ao público a rede garante que cada
transação feita tenha seu registro no que é conhecido como livro-razão,
armazenando todos os dados que já foram movimentados dentro da rede
garantindo a segurança e o histórico de cada operação já realizada “o Blockchain
é como um livro-razão distribuído globalmente, representando um consenso de
cada operação que já ocorreu na rede” (ARANHA, p. 84, 2021).
A tecnologia de forma descentralizada destaca também a função dos
conjuntos de computadores na rede global, que unidos formam o sistema de

25ARANHA, D.Sc. Christian. Bitcoin blockchain e muito dinheiro – uma nova chance para
o mundo. Rio de Janeiro. Valentina. 2° edição. 2021. p. 1 – 142.
34

modo totalmente independente gerando códigos únicos caracterizados como


criptomoedas, sem copias e de forma eletrônica.
Os computadores trabalham de forma independente, mas conectados na
rede blockchain buscando identificar cada transação realizada para averiguar se
são verdadeiras ou não, e o primeiro computador que identificar distribui copias
para os outros servidores da rede e ainda recebe uma espécie de pagamento
por ter feito o serviço de validação daquela transação, desse modo o sistema
trabalha de forma independente sem a necessidade de um órgão mediador o
que acaba sendo mais barato e obtendo menores taxas do que os meios
tradicionais de movimentação de dinheiro. “O mesmo software registra e fornece
suporte à geração de cópias atualizadas e, em tempo real, à cadeia de blocos
vigentes”. (ARANHA, p. 83, 2021).27

27ARANHA, D.Sc. Christian. Bitcoin blockchain e muito dinheiro – uma nova chance para
o mundo. Rio de Janeiro. Valentina. 2° edição. 2021. p. 1 – 142.
35

3 A REGULAMENTAÇÃO E OS TRIBUTOS SOBRE CRIPTOMOEDAS NO


BRASIL

Com a entrada das criptomoedas no mercado ainda existe uma lacuna a


ser preenchida, como é o caso da regulamentação sobre esse dinheiro. Pela
natureza jurídica ainda não possuir uma regulação própria para o que se obtém
dentro desse mecanismo. O Brasil adota medidas de ligação, isso é, usam
legislações já existentes de outros campos como uma forma de complemento
para cobrança de tributos.
No sentido amplo ainda ocorre certa confusão em termo de qualificação,
por hora algumas pessoas confundem muito o nome em si com a sua real
utilidade dentro do campo financeiro. Criada como mais um meio de pagamento
a ser utilizado muitos preferem da segmento ao campo do investimento, tendo
em vista que a valorização das criptomoedas está em alta depois que as mais
populares como o bitcoin (BTC) e o ethereum (ETH) ganharam uma grande
valorização sendo consideradas um ativo financeiro.28
No Brasil o Banco Central não é o responsável pela regulação das
criptomoedas, essa tarefa cabe a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) órgão
que regula o mercado virtual de capitais no país, assim, qualquer movimentação
feita dentro do mercado financeiro digital passa por inspeção deles, assim como
todas as carteiras digitais que obtemos para entrar nesse mercado precisa ter a
sua autorização.29

3.1 DA TRIBUTAÇÃO

As criptomoedas ainda não possuem uma regulamentação própria, com


isso surge a questão de como caracterizar as criptomoedas. Ativos financeiro,
moeda virtual o fato é que segundo o Aranha, (2021), o termo "moeda virtual"

28 ARANHA, D.Sc. Christian. Bitcoin blockchain e muito dinheiro – uma nova chance para
o mundo. Rio de Janeiro. Valentina. 2° edição. 2021. p. 1 – 142.
29 LIRA, Yure. CVM PERMITE INVESTIMENTO INDIRETO EM CRIPTOMOEDAS. 2018.

Disponível em: <http//www.CVM permite investimento indireto em criptomoedas


(blockmaster.com.br)>. Acesso em: 30 out 2021.
36

está incorreto, isso porque em nossa Constituição Federal o modelo de moeda


é caracterizado para dá valor ao dinheiro e competente a União e como as
criptomoedas não tem regulamentação pela união e pelo Banco Central esse
termo estaria incorreto.

“O termo “moeda virtual” não pode ser utilizado para definir o Bitcoin
ou qualquer outra criptomoeda, uma vez que, conforme disposto na
Constituição Federal, compete à União a emissão de moeda (Art. 21.
Compete à União: VII – emitir moeda). Desse modo, decorre de
competência exclusiva do Banco Central do Brasil (Bacen) a emissão
de moeda”.30

O modelo das criptomoedas estão seguindo o fator interpretativo de


legislações já vigentes no ordenamento jurídico, isso é, não possuindo uma
legislação própria para o assunto o que se tem de lucros e movimentações são
comparadas a outros ativos financeiros do mercado onde o manual da receita
federal mostra que Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) expressa
algumas explicações de como serão cobrados os tributos dos lucros adquiridos
desse caritativo onde o valor é declarado como bens e direitos em cima do valor
adquirido, no caso de acordo com os ganhos.31
Com a falta de legislação sobre esse modelo as movimentações e lucros
obtidos devem conter respaldado de documentos e extrato para o caso de haver
necessidade de declaração a pessoa ter um meio de comprovação do que
possuiu como bem. pois se tratando de mercado financeiro virtual e volátil, os
valores podem se alterar tanto para mais quanto para menos.
No brasil recentemente, em 2018 foi adotado o uso de criptomoedas como
fonte informal de investimento, de acordo com a CVM essa autorização se deu
pela regulação n° 555 da CVM. Com o avanço dessa autorização permitia que

30 ARANHA, D.Sc. Christian. Bitcoin blockchain e muito dinheiro – uma nova chance para
o mundo. Rio de Janeiro. Valentina. 2° edição. 2021. p. 1 – 142.
31 ARANHA, D.Sc. Christian. Bitcoin blockchain e muito dinheiro – uma nova chance para

o mundo. Rio de Janeiro. Valentina. 2° edição. 2021. p. 1 – 142.


37

pessoas obtivessem lucros com a modalidade das criptomoedas o que geraria


perguntas sobre qual forma seria cobrado tributos em cima disso.32
Não havendo uma legislação fiscal própria para o conceito de tributos para
esse ativo financeiro de quatro anos para cá a receita federal tem cobrado
valores de impostos em qualquer ganho de capital que ocorra com o valor acima
dos 35 mil reais, que varia de acordo com a obtenção do lucro que teve, podendo
ser de 15% a 22,5%, sendo apresentado por uma Declaração de Apuração de
Ganho de Capital.33
Valores abaixo desse montante estão isentos de cobranças fiscais,
embora ainda seja preciso declarar para que se tenha o controle sobre essa
modalidade. O valor declarado se encaixa em declarações feitas mensalmente,
podendo ser livres de impostos em casos de valores inferiores a 35 mil reais
mensal ou ter impostos cobrados para as arrecadações acima de 35 mil reais
mensais.

3.2 INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1888, DE 03 DE MAIO DE 2019

De acordo com o que vem apresentado na instrução normativa publicada


em 2019, quaisquer operações que incluam criptoativos deve ser
obrigatoriamente informada a Secretaria Especial da Receita Federal (RFB)
como dispõe já em seu parágrafo 1°.
Uma série de exigências são impostas para quem faz uso ativo das
criptomoedas seja como pessoa física ou jurídica, como por exemplo a obrigação
de informar qualquer movimentação feita, o tipo de operação os valores
arrecadados e o tempo que a pessoa possui como prazo para essa apresentação
mensal dessas movimentações, que no caso é dado até o último dia útil do mês
subsequente ao das movimentações realizadas no mês anterior.
Caso ocorra falta das apresentações de movimentações, omissão de
informações, inexatas ou incompletas a pessoa física ou jurídica pode sofrer

32 LIRA, Yure. CVM PERMITE INVESTIMENTO INDIRETO EM CRIPTOMOEDAS. 2018.


Disponível em: <http//www.CVM permite investimento indireto em criptomoedas
(blockmaster.com.br)>. Acesso em: 30 out 2021.
33 ARANHA, D.Sc. Christian. Bitcoin blockchain e muito dinheiro – uma nova chance para

o mundo. Rio de Janeiro. Valentina. 2° edição. 2021. p. 1 – 142.


38

penalidades, cobranças feitas desde quinhentos reais por mês ou fração de mês
até o valor de mil e quinhentos reais por mês ou fração de mês para pessoa
jurídica.
Se tratando de pessoa física apresentar incorretamente ou agir de má fé
por movimentações feitas com os criptoativos a pena imposta pode variar de cem
reais por mês ou fração de mês até 3% do valor da operação omitida desde que
esse valor não seja inferior a cem reais.
Essas são algumas das penalidades impostas pela instrução normativa
para quem movimenta criptoativos sem que seja feita a apresentação das
movimentações mensalmente, em vigor desde 2019.34

3.3 EXCHANGE TRADED FUNDS (ETF)

Ainda na década de 90 os Exchange Traded Fundos (ETF) surgiam na


América no Norte, mais precisamente no Canadá, porém por ter sua aceitação
de forma rápida e bem estruturada logo ingressou nos EUA na bolsa de valores.
O investidor que possuísse tal ativo por meio da ETF poderia emprestá-lo caso
a procura fosse grande, podendo assim lucrar sobre esse empréstimo, como é
mencionado por Conceição (2020, p. 14) “este tipo de fundos era negociado na
bolsa e era caraterizado por comissões de gestão baixas, dado que o
administrador do fundo era autorizado a emprestar as ações mantidas neste,
cuja procura era geralmente elevada”.
Exchange Traded Funds são fundos de índice aberto legalmente aceitos
pelas bolsas de valores representando diferentes tipos de empresas dentro do
mercado financeiro, funcionam como uma espécie de replica dos principais
índices da bolsa pois é de acordo com a motilidade feita por eles que os ETFs
se valorizam ou se desvalorizam, oferecendo a vantagem de ter em uma única
cota ação de diferentes empresas em um único investimento.
O seu funcionamento é realizado de acordo com os índices em questão
podendo ser útil de três maneiras: Investindo sem a possibilidade de reinvestir

34Albuquerque, M. C. Cavalcanti. Instrução normativa RFB n°1888 de 03 de maio de 2019.


Disponível em: <IN RFB Nº 1888 - 2019 (fazenda.gov.br)>. Acesso em 23 out. 2021.
39

os lucros que forem gerados, e sem a opção de emprestar os ativos, no segundo


caso, é o modo mais convencional usado, que permite tanto reinvestir os lucros
como também emprestar os ativos, e o modo organizado de acordo com a
carteira de ativos do investidor com base nas preferências que ele tem, seguindo
um modelo que é conhecido no mercado como estrutura de Grantor Trust,
(CONCEIÇÃO, 2020).35

3.4 EXCHANGE TRADED FUNDS DE UMA CRIPTOMOEDA

Recentemente os Estados Unidos lançou no mercado a primeira ETF de


uma criptomoeda, veio através do modelo mais popularmente conhecido, o
bitcoin, através desse mecanismo comprar contratos futuros e negociá-los na
bolsa de valores da maneira que se negocia ações virou uma opção de mercado
(TOLOTTI,2021).
Seu mecanismo é um fundo de investimento, sendo movimentada com
base nos indicadores das próprias criptomoedas. Essa nova forma de negociar
diretamente no índice pode proporcionar um maior número de investidores e
empresas a buscar esse modelo de compra do bitcoin, aumentando a demanda
de recursos destinados aos contratos futuros.
Outro ponto é o valor reduzido comparado a outras ações e uma maior
liquidez para aqueles que tem o interesse em ter posse dessas ETFs. Se
enquadrando em uma área do mercado financeiro que está regulamentada,
(TOLOTTI, 2021).36

35DA CONCEIÇÃO, Jeremias Amado. Desempenho dos Exchange-Traded Funds


domiciliados nos EUA e na Europa: uma abordagem não paramétrica. Coimbra, Portugal.
2020. p. 1 – 87.

36 Tolotti, Rodrigo. O impacto e a importância do lançamento do primeiro ETF de Bitcoin


dos EUA. 2021. Disponível em: <https//www.O impacto e a importância do lançamento do
primeiro ETF de Bitcoin dos EUA - Criptomoedas | InfoMoney.com.br>. Acesso em: 07 nov 21.
40

4 – DOS PROJETOS DE LEI E O PODER LEGISLATIVO

Tendo em vista o cenário apresentado pelo bitcoin com a quebra de


obstáculos e a grande valorização de outras criptomoedas que estão se tornando
populares é indiscutível fazendo parte de uma revolução econômica envolvendo
o sistema monetário do País (Nicoceli 2021).37
Com o crescimento das moedas digitais, a grande aceitação desse novo
modelo de dinheiro fez com que alguns políticos apresentassem projetos de lei
para regulamentar essa questão, assunto esse que vem sendo discutido a algum
tempo e tem entrado em pauta com alguns desses planejamentos podendo a
qualquer momento ser sancionados.
Dois dos projetos de lei que foram apresentados são o 3.825/2019 do
senador Flavio Arns (Rede-PR) como destaca o Gonçalves (2019) e o PL
4.207/2020 da senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) informado por (NICOCELI,
2021).38
Um deles busca o entendimento do que pode ser uma criptomoeda, e um
sistema que possa licenciar esse modelo de dinheiro já o outro busca o controle
sobre a emissão desse ativo e a obrigatoriedade de uma autorização para que
plataformas aceite esse caritativo como forma de pagamento. Iremos abordar
ambos separadamente de maneira mais aprofundada.

4.1 PROJETO DE LEI N° 3.825/2019

O primeiro Projeto de Lei, apresentado pelo senador Flavio Arns (Rede-


PR) impõe que é preciso ter regras para que os serviços oferecidos que
envolvam as criptomoedas seja algo seguro em áreas de negociações virtuais e
plataformas eletrônicas.

37 NICOCELI, Artur. Conheça 6 projetos de lei criados para regulamentar criptomoedas no


Brasil. 2021. Disponível em: <http//www.Conheça 6 projetos de lei criados para regulamentar
criptomoedas no Brasil - Forbes Brasil.com.br>.
38 NICOCELI, Artur. Conheça 6 projetos de lei criados para regulamentar criptomoedas no

Brasil. 2021. Disponível em: <http//www.Conheça 6 projetos de lei criados para regulamentar
criptomoedas no Brasil - Forbes Brasil.com.br>.
41

De maneira a esclarecer o que o Arns (2019) apresenta na criação do seu


PL o art. 2° exemplifica a questão principal a ser abordada com o conceito de
“plataforma eletrônica, criptoativo e Exchange de criptoativos”:

Art. 2o Para fins desta Lei, considera-se: I – plataforma eletrônica:


sistema que conecta pessoas físicas ou jurídicas por meio de sítio na
rede mundial de computadores ou de aplicativo; II – criptoativo: a
representação digital de valor denominada em sua própria unidade de
conta, cujo preço pode ser expresso em moeda soberana local ou
estrangeira, transacionado eletronicamente com a utilização de
criptografia e/ou de tecnologia de registro distribuído, que pode ser
utilizado como forma de investimento, instrumento de transferência de
valores ou acesso a bens ou serviços, e que não constitui moeda de
curso legal; e III – Exchange de criptoativos: a pessoa jurídica que
oferece serviços referentes a operações realizadas com criptoativos
em plataforma eletrônica, inclusive intermediação, negociação ou
custódia. Parágrafo único. Inclui-se no conceito de intermediação de
operações realizadas com criptoativos a disponibilização de ambiente
para a realização das operações de compra e venda de criptoativo
entre os próprios usuários de seus serviços. 39

O Banco Central do Brasil deve ser o parâmetro para o uso de criptoativos


no mercado, seguindo algumas regras nas quais garantiria a eficiência das
operações e do serviço prestado bem como a segurança de informações e a
transparência no acesso a informações de acordo com Arns (2019). 40
No caso das Exchanges de criptoativos e o seu funcionamento o PL
discorre que é preciso uma autorização do Banco Central do Brasil que para ser
aprovada necessita de alguns dados informativos. Arns (2019) propõe a ideia de
um modelo de petição no qual os colaboradores devem apresentar uma
justificativa para a abertura da Exchange.
Documentos de identificação dos membros do grupo econômico e da
parte que garante a segurança da empresa em questão para que possa ser
averiguado se obtém capacidade para tal qualificação além de comprovações
financeiras dos recursos utilizados e declaração feita em conjunto entre os
colaboradores da empresa que firmam o compromisso e a qualificação diante do

39 ARNS, Flávio. Projeto de Lei n° 3825, de 2019. p. 1 – 13.


40 ARNS, Flávio. Projeto de Lei n° 3825, de 2019. p. 1 – 13.
42

que é autorizado pelo Banco Central do Brasil como descrito por Arns (2019) no
art. 5° do PL 3.825/2019.41
Em caso de Exchange fica vedado o uso de nomes fantasmas e a
denominação banco, como apresentado no art.6°. Já no art. 7° a oferta pública
dos criptoativos que seja gerado justa participação de outros de modo
remunerado está sujeito a fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) trazendo como base a lei n° 6.385/1976.42
De acordo com Gonçalves (2019) em seu artigo ele traz a ideia de que os
artigos seguintes da lei 3.825/2019 são para melhorar o mecanismo de suporte
e monitoramento das Exchanges, como podemos ver abaixo:

“Os artigos 8º, 9º, 10 e 12 tratam da infraestrutura e controles que as


exchanges devem possuir, destacando-se que os recursos aportados
pelos seus clientes constituem patrimônio separado do da própria
instituição; e que elas devem disponibilizar diversas informações,
inclusive à Receita Federal do Brasil.” 43

De acordo com o artigo 13 compete ao Banco Central do Brasil a função


de supervisão diante do que for apresentado, como por exemplo autorizar o
funcionamento de Exchange de criptoativos até supervisionar e intervir quando
necessário de forma extrajudicial de acordo com o que estiver apresentado na
legislação.
Nos artigos subsequentes Arns (2019) buscou apresentar complementos
que interliga o PL com outras leis que já estão em vigor no intuito de formar uma
regulamentação mais completa como é apresentado no antepenúltimo artigo da
projeto de lei, que apresenta a seguinte menção:

41 ARNS, Flávio. Projeto de Lei n° 3825, de 2019. p. 1 – 13.


42 ARNS, Flávio. Projeto de Lei n° 3825, de 2019. p. 1 – 13.
43 GONÇALVES, Gabriel de Souza. REGULAÇÃO DE CRIPTOATIVOS: UMA ANÁLISE DAS

PROPOSTAS LEGISLATIVAS NACIONAIS DIANTE DO ORDENAMENTO JURÍDICO


BRASILEIRO E DA VISÃO DE OUTROS PAÍSES. Tubarão – Santa Catarina. 2019. p. 1 – 104.
43

Art. 18. Aplicam-se às operações conduzidas no mercado de


criptoativos, no que couber, as disposições da Lei no 8.078, de 11 de
setembro de 1990, e suas alterações. 44

4.2 PROJETO DE LEI N° 4.207/2020

Apresentado pela senadora Soraya Thronicke busca estabelecer a


regulamentação e amparo legal para aqueles que usufruem dessa modalidade
de ativos virtuais, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica, além de
trazer uma modificação na lei que apresenta a pena do crime cometido por
pirâmide financeira, n° 9.613/1998. Essas são algumas das especificações
expostas nesse PL.
Os dois primeiros artigos especificam as intenções do projeto
apresentado. É esclarecido que todos os meios de pagamentos e modelos
virtuais que possuam algum valor de mercado e que não tenha sua
regulamentação baseada no Banco Central do Brasil, são considerados ativos
virtuais como é apresentado no projeto em seu artigo segundo:

Art. 2º Para fins do disposto nesta lei consideram-se ativos virtuais: I –


qualquer representação digital de um valor, seja ele criptografado ou
não, que não seja emitido por banco central ou qualquer autoridade
pública, no país ou no exterior, ou represente moeda eletrônica de
curso legal no Brasil ou moeda estrangeira, mas que seja aceito ou
transacionado por pessoa física ou pessoa jurídica como meio de troca
ou de pagamento, e que possa ser armazenado, negociado ou
transferido eletronicamente. II – Ativos virtuais intangíveis (“tokens”)
que representem, em formato digital, bens, serviços ou um ou mais
direitos, que possam ser emitidos, registrados, retidos, transacionados
ou transferidos por meio de dispositivo eletrônico compartilhado, que
possibilite identificar, direta ou indiretamente, o titular do ativo virtual, e
que não se enquadrem no conceito de valor mobiliário disposto no art.
2° da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976.45

44 ARNS, Flávio. Projeto de Lei n° 3825, de 2019. p. 1 – 13.


45 THRONICKE, Soraya. Projeto de Lei n° 4207, de 2020. p. 1 – 17.
44

Adiante no artigo 3°, Thronicke (2020) exibe que é possível a emissão


desses ativos desde que se tenha respaldo legal de acordo com a atividade pela
qual a pessoa deseja utilizar esse valor econômico, acessível a qualquer pessoa
física ou jurídica que esteja no país e siga conforme estabelecido em lei.
Apresenta em seguida algumas das responsabilidades que uma pessoa
jurídica tem sob a capacidade de emitir ou intermediar emissões de criptoativos
além de administrar, gerenciar ou negociar esse modelo que está se destacando
no mercado virtual:

Art. 4º As pessoas jurídicas que exerçam as atividades de emissão, de


intermediação, de custódia, de distribuição, de liquidação, de
negociação ou de administração de ativos virtuais para terceiros
deverão: I – constituir-se sob a forma de sociedade anônima ou por
quotas de responsabilidade limitada; II – observar limite mínimo de
capital social, a ser integralizado em moeda corrente, no valor de R$
100.000,00 (cem mil reais); e III – manter a segregação patrimonial dos
ativos virtuais de titularidade própria daqueles detidos por conta e
ordem de terceiros. § 1º Os ativos virtuais detidos por conta e ordem
de terceiros não respondem, direta ou indiretamente, por nenhuma
obrigação das pessoas jurídicas mencionadas no caput, nem podem
ser objeto de arresto, sequestro, busca e apreensão ou qualquer outro
ato de constrição judicial em função de débitos de responsabilidade
destas últimas. § 2º Os ativos virtuais detidos por conta e ordem de
terceiros não integrarão o ativo das pessoas jurídicas mencionadas no
caput e: I – não podem ser dados em garantia de obrigações
assumidas por elas; II – deverão ser restituídos na hipótese de
decretação de falência, na forma prevista no art. 85, da Lei nº 11.101,
de 09 fevereiro de 2005. § 3º As pessoas que exerçam o controle
efetivo das sociedades empresariais no mercado de ativos virtuais
devem possuir reputação ilibada e competência técnica necessária
para o desempenho de suas funções. § 4º São obrigações das pessoas
jurídicas mencionadas no caput: I – manter sistema adequado de
segurança e controles internos; II – manter sistema eletrônico resiliente
e seguro, com adoção de medidas para evitar perda, deterioração ou
furto de ativos virtuais; III – estabelecer arranjos de governança para
prevenir e gerenciar conflitos de interesse entre controladores, sócios
e terceiros; IV – fornecer aos clientes informações claras, precisas e
não enganosas sobre os ativos virtuais, inclusive sobre as obrigações
fiscais decorrentes da detenção ou da negociação de ativos virtuais,
bem como dos riscos financeiros, de mercado, de liquidez e de higidez
dos ativos virtuais; V – não fornecer a clientes informações de caráter
promocional que possam induzi-los a decisões não fundamentadas ou
imprecisas relacionadas a ativos virtuais, ou abordá-los de forma
agressiva por qualquer meio de comunicação, inclusive digital; VI –
informar clientes sobre a inexistência de regra geral de seguro para
investimentos em ativos virtuais e a não submissão à regulação
setorial, bem como a inexistência de regime especial de insolvência e
de recuperação para as sociedades empresariais mencionadas no
caput; VII – publicar e comunicar de forma transparente e precisa a
política de cobrança de tarifas e outros preços para os serviços
prestados; VIII – formalizar com seus clientes contratos, acordos ou
45

termos, que definam de forma clara e precisa as responsabilidades e


os objetivos da prestação de serviço; IX – abster-se de fazer uso de
ativos virtuais ou chaves criptográficas mantidas em nome de seus
clientes, exceto com o consentimento prévio e expresso dos últimos; X
– assegurar o estabelecimento de mecanismos necessários para a
devolução dos ativos virtuais custodiados ou o acesso aos ativos
virtuais mantidos em nome de seus clientes, prontamente e sempre
que solicitado; XI – evitar o armazenamento de dados pessoais de
clientes em sistema de registro distribuído de forma descentralizada;
XII – prover a máxima transparência para com os clientes, que devem
ser efetivamente informados em relação à privacidade de seus dados
pessoais;46

Os artigos 5°,6°,7° e 8° apresentam os responsáveis por controlar a


fiscalização e supervisão desses ativos, tendo a função de segurança na qual os
usuários desses ativos irão se submeter, seja para a questão tributária pela
receita federal, a supervisão e regulação dessas emissões feitas que vão ficar a
compromisso do Banco Central do Brasil ou o controle do Controle de Atividades
Financeiras. Esses três entes ficarão responsáveis por ordenar a questão
fundamental na qual será exposta os criptoativos sobre as pessoas jurídicas,
seja para exercem atividades de intermediação, custódia, distribuição,
liquidação, transação, emissão ou gestão desses modelo como destaca
Thronicke (2020).47
Ainda em seu projeto a senadora prevê um complemento nas leis que
discorrem sobre os crime de lavagem de dinheiro no caso da lei 9.613/98
fazendo menção ao acréscimo do inciso XIX no art. 9° e o art. 12-A. Crimes
contra o sistema financeiro também são alvo de destaque como é o caso da lei
n° 7.492/86 que apresentaria o acréscimo do artigo 24-A:48

“Art. 24-A. Organizar, gerir, ofertar carteiras, intermediar operações de


compra e venda de ativos virtuais com o objetivo previsto no inciso IX,
do art. 2º, da Lei nº 1.521, de 26 de dezembro de 1951, evasão de
divisas, sonegação fiscal, realização de operações fraudulentas ou
prática de SF/20714.40599-57 Página 4 de 17 Avulso do PL
4207/2020. Gabinete da Senadora Soraya Thronicke outros crimes
contra o Sistema Financeiro, independentemente da obtenção de

46 THRONICKE, Soraya. Projeto de Lei n° 4207, de 2020. p. 1 – 17.


47 THRONICKE, Soraya. Projeto de Lei n° 4207, de 2020. p. 1 – 17.
48 THRONICKE, Soraya. Projeto de Lei n° 4207, de 2020. p. 1 – 17.
46

benefício econômico: Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e


multa.”49

49 THRONICKE, Soraya. Projeto de Lei n° 4207, de 2020. p. 1 – 17.


47

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O dinheiro da maneira que conhecemos hoje já foi modificado diversas


vezes, mas sempre manteve a principal característica, o fato do ser humano
precisar dele para sobreviver. O valor real por trás de cada modificação feita foi
o que incentivou a sempre buscarem por evolui-lo de modo a facilitar o uso nas
mãos daqueles que o obtivessem para poder usufruir de produtos, serviços e
movimentação de negócios.
O bitcoin, primeira criptomoda, foi desenvolvida em um período de grande
turbulência monetária fez com que os grandes centros do mundo pensassem
fora da caixa em algo inovador que chegaria no mercado para revolucionar toda
a maneira como conhecemos o dinheiro, diferente de todas as formas
anteriormente conhecidas e que chegaria no mercado para quebrar paradigmas.
Tudo o que veio em seguida acabou sendo comparado a ele, em modo
de agir, segurança, garantias e gastos, tendo em vista que era um modelo
desenvolvido para não ter um intermediador central, longe das mãos do governo
e de fácil movimentação pelo mundo, o que facilitou a vida dos investidores e
logo adiante dos pequenos negócios que passaram a aceitar essa nova
ferramenta de pagamento.
Seu mecanismo de segurança também foi algo que chamou atenção,
podendo garantir a segurança de praticamente todos os dados de cada usuário,
históricos de movimentação e até mesmo de cada unidade de criptomoeda fez
com que observassem o blockchain como um sistema para implementar também
em outros tipos de serviço, como é o caso do blockchain privado, que é regido
pelos governos, mas funcionando de maneira tão segura quanto o público.
Hoje com o vasto aumento das criptomoedas e ganhando espaço tanto
como criptoativo como também da maneira Exchange Traded Fund tornou-se
um modelo mais visado dentro do mercado financeiro, assim então despertando
interesse de mais investidores e como não era algo regulamentado pelos países,
mesmo não sendo algo ilícito, tornou-se também de interesse dos governos em
questão que buscam maneiras de incorporar essa nova modalidade em conjunto
as leis já existentes hoje no cenário nacional quanto aos ganhos e
movimentações pelo mercado financeiro.
48

Com a popularidade das criptomoedas e o avanço que estão tendo no


mercado como meios para investir buscamos apresentar modelos de alguns
entre vários projetos de leis que entraram em pauta no governo do país,
buscando melhorar e amparar aqueles que fazem uso do mecanismo de
criptoativos como forma de pagamentos ou investimentos, tendo amparo legal
por lei, e obrigações quanto aos tributos envolvendo o mesmo.
Desse modo os dois projetos apresentados PL n° 3.825/2019 e
4.207/2020 buscam amplamente estabelecer normas e regulamentar o que se
tem no mercado hoje na questão dos criptoativos. Focando tanto em uso como
pessoa física com também para pessoa jurídica que ficam sujeitos a direitos e
deveres com o que está previsto em cada PL apresentado.
Ainda sem aprovações no Brasil no que tange aos projetos, ainda assim
demonstra dar um passo importante no qual é de inteira seriedade ser tratado
como um mérito a ser solucionado. Mesmo sendo um assunto relativamente
novo mostra que o país está indo no caminho certo quanto a necessidade de
regulações e amparo jurídico, de modo que acompanhe a evolução diante do
nosso sistema financeiro.
49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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maio de 2019. Disponível em: <IN RFB Nº 1888 - 2019 (fazenda.gov.br)>.
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