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Rafael de Souza 6ºp.

CIRURGIA DO BAÇO
ANATOMIA: através do qual as artérias e veias gástricas fazem seu
‣ Desenvolve-se durante a 5° semana trajeto;
de gestação a partir das células ‣ Ligamento preesplênico, espleno diafragmático e
mesenquimais;
esplenocólico. {dão sustentação do órgão para que
‣ Ó rg ã o c u n e i f o r m e , l o c a l i z a d o ele não que solto na região do hipocôndrio esquerdo}

posteriormente no quadrante
superior esquerdo do abdome;
Baços acessórios =
‣ Ta m a n h o m é d i o é d e ‣ Consistem em proliferações de tecido
aproximadamente 12cm de esplênico, com incidência de 20%;
comprimento, 7 cm de largura e 3 a ‣ Aumentam em casos de distúrbios
4cm de espessura, peso médio 150g, variando entre hematológicos;
80 a 300g;
‣ São decorrentes da falta de
‣ Órgão sólido mais acometido no trauma abdominal coalescência dos botões esplênicos;
fechado, por ser o mais friável {delicado} de todos os ‣ Localizam-se próximos ao baço, nos
órgãos abdominais;
ligamentos esplênicos ou no grande
epiplon.

‣ Relaciona-se lateral e superiormente com o diafragma;


‣ Antero-medialmente com a curvatura maior do ‣ A artéria esplênica provém do tronco celíaco, e faz
estômago e a cauda do pâncreas; trajeto ao longo da borda superior do pâncreas;

‣ Posteriormente com o rim esquerdo; ‣ Ramos esplênicos terminais;

‣ Inferiormente com a exora esplênica do cólon.


‣ A artéria esplênica divide-se em vários ramos que ao
penetrarem no órgão subdividem-se em artérias
trabeculares;
‣ Estas se rami cam e, no interior da polpa branca,
formam as artérias centrais que ao avançarem se
rami cam originando ramos axiais, estendendo-se até
os sinusóides esplênicos;

‣ O baço está envolvido por uma cápsula broelástica,


conhecido como a cápsula esplênica;
‣ O p e r i t ô n i o e s t e n d e - s e s u p e r i o r, l a t e r a l e ‣ A veia esplênica é formada pela con uência de
inferiormente, criando dobras que formam os troncos menores originados no hilo esplênico;
ligamentos suspensores do baço;
‣ O tronco principal situa-se inferiormente à artéria e
‣ Mantém o baço relativamente xo no quadrante posteriormente à cauda e ao corpo do pâncreas;
superior esquerdo;
‣ Ela recebe várias tributárias curtas provenientes do
‣ Ligamento esplenorrenal: estende-se da parte pâncreas;
anterior do rim esquerdo ao hilo do baço com uma ‣ A veia esplênica une-se à veia mesentérica superior
dobra em dupla camada, que envolve os vasos atrás do colo do pâncreas para formar a veia porta;

esplênicos e a cauda do pâncreas;


‣ Ligamento gastroesplênico: as duas camadas
continuam até a curvatura maior do estômago,
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Rafael de Souza 6ºp.


- Evidências de irritação peritoneal como,
sensibilidade, defesa e dor a descompressão
brusca;
- Dor no quadrante superior esquerdo ou uma
dor referida ao ombro esquerdo (sinal de
Kehr);
- Coagulopatias;
- Sinais de anemia e icterícia;
- Esplenomegalia; {facil de palpar no exame
sico}

B. Diagnóstico laboratorial =
- Feito através do estudo das hemácias,
leucócitos e plaquetas, assim como o
mielograma, estudo dos linfócitos B e T, da
‣ A inervação do baço é proveniente do plexo celíaco; imunoglobulina M e dos componentes do
‣ No hilo esplênico encontram-se os gânglios que sistema complemento;

podem ser tomados por uma neoplasia gástrica ou do


cólon;
C. Diagnóstico por imagem =
‣ Existem também gânglios ao longo da artéria e veia - Ultrassonogra a;

esplênica. Tais gânglios podem ser removidos quando - TC;

comprometidos e em alguns casos torna-se - Cintilogra a;

necessária a esplenectomia;
- Em casos de hipertensão portal podem ser
realizadas a arteriogra a e a
FISIOLOGIA: esplenoportogra a. Sendo a arteriogra a
Função de reservatório = também utilizada para detectar massas
• Diariamente passam cerca de 350 litros de sangue esplênicas;

pelo baço;

• Possui uma reserva sanguínea de 50 ml;


D. Trauma =
• 30% das plaquetas e linfócitos são ai armazenados, - Deve-se pensar em lesão esplênica em todos os
além de ferro, outros metais sanguíneos e fatores casos de trauma abdominal fechado,
da coagulação.
especialmente quando houver fratura dos
últimos arcos costais à esquerda ou dor
Função de depuração = subescapular à esquerda (sinal de kehr);

• Provavelmente a função mais importante do baço - Exame de imagem => radiogra a pra
seja a ltração mecânica, que graças a sua visualização de fratura de costela;

estrutura e seu sistema circulatório;


- Exame invasivo => lavado peritoneal se positivo
• O órgão funciona como um ltro removendo as torna-se indicativo de cirurgia; (presença de
hemácias senescentes e contribuindo para o 10ml de sangue na aspiração inicial da seringa,
controle de infecções, aprisionando e removendo mais de 500 leucócitos ou mais de 100000
substâncias estranhas, partículas presentes na eritrócitos por cada mm3, ou presença de
c i rc u l a ç ã o , b a c t é r i a s n ã o o p s o n i z a d a s e material entérico na seringa).

microrganismos contra os quais o hospedeiro não - Vantagem - rápida e bastante e caz na detecção
possui nenhum anticorpo especi co;
de hemorragia intraperitoneal ou ruptura de
vísceras ocas e não ser operador-dependente;

Função hematopoético / síntese = - Desvantagem - técnica invasiva, não permite


• Durante a fase inicial do desenvolvimento fetal, o identi car diretamente o órgão lesado;

baço é responsável pela produção de hemácias e - Exame de imagem =>

leucócitos;
‣ Tomogra a - exame capaz de fazer o
• Em torno no 5º mês de gestação a medula óssea diagnóstico da lesão esplênica de forma
assume o papel predominante da hematopoese;
direta;

• O baço sintetiza diversos elementos: ‣ Ultrassonogra a focada no trauma (FAST -


imunoglobulinas, fatores de transferência, focused abdominal sonographic trauma) -
linfocinas, fator VIII, entre outros; procedimento simples, que requer
• Produz também linfócitos, monócitos e células treinamento medico para sua realização.

plasmáticas;

Função metabólica =
• A hemoglobina é degradada no interior dos
macrófagos esplênicos, formando a bilirrubina
indireta;

• Além disso, os macrófagos interferem no


metabolismo de diversos compostos, como o ferro,
enxofre e gorduras;

DIAGNÓSTICO:
A. Diagnóstico clínico = dados sugestivos de doença/
lesão esplênica seriam ->

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Rafael de Souza 6ºp.


‣ Com categute cromado 00 realizar a sutura do
baço com ponto simples, ou em X, ou em 8, ou
em ponto de colcheiro ou ainda sutura continua.
Evitar o esgarçamento do parênquima.
‣ Para proteger a sutura e reforçar a hemostasia
pode ser utilizado gelfoam, omento ou rede de
categute;

ESPLENECTOMIA =>
- Tipos: Total ou parcial;
- Indicações: Trauma grave onde não é possível ra ar,
sendo esta a indicação mais frequente; Anemias
hemolíticas e púrpuras; Esplenomegalia – pelo
desconforto, pelo risco de ruptura e do
hiperesplenismo secundário; Cisto, tumores e
abcessos; Hipertensão porta; No câncer do corpo
TRATAMENTO: gástrico, do ângulo esplênico do cólon e de órgãos
- Durante muito tempo quase todos os pacientes com vizinhos onde a drenagem linfática é feita para os
lesão esplênica eram tratados com esplenectomia;
linfonodos esplênicos; Na doença de Gaucher,
- Contudo, devido à ocorrência de inúmeros casos de sarcoidose, Sindrome de Felty, cirrose com
infecção grave por encapsulados em hipertensão porta, nanismo esplênico e linfoma;

esplenectomizados e o desenvolvimento dos exames


de imagem, a partir da segunda metade do século - Técnica da esplenectomia total:
passado, o cenário mudou;

• 1ª Indicação: Em caso de trauma, baço pequeno


- Os pacientes com lesões de grau I a III que estejam e não aderente.
estáveis hemodinamicamente podem ser tratados ‣ O baço é mobilizado e liberado da
clinicamente, com monitorização de hematócrito e cavidade abdominal antes da divisão do
acompanhamento tomográ co durante 2 a 3 dias, pedículo vascular. Posteriormente, deve
desde que se cumpram 3 condições: ser feita a incisão dos ligamentos
• TC sem extravasamento de contraste no hilo esplenorrenal, frenoesplênico e
esplênico;
esplenocólico. Liga-se com cuidado os
• Ausência de outras indicações para vasos gástricos curtos a m de evitar lesão
laparotomia;
da cauda do pâncreas. Com o
• Ausência de distúrbios de hemostasia;
inabsorvível liga-se individualmente a
artéria e a veia esplênica.
Cirúrgico = Vias de acesso
‣ Mediana supraumbilical: em casos de trauma, baço • 2ª – Indicação: Baço volumosos, com aderências
móvel, distúrbios da coagulação, esplenomegalia e à parede abdominal, como na hipertensão portal;

estadiamento de linfoma; ‣ Abre-se o ligamento gastrocólico, libera-se


‣ Pararretal/Paramediana esquerda supraumbilical o estômago da face anterior do pâncreas
(Lennander): A incisão situa-se 1,5 ou 2 cm distal, disseca-se a artéria esplênica na
lateralmente a esquerda da linha mediana. borda superior do pâncreas e a seguir faz-
‣ Subcostal esquerda (Kocher): A incisão é próxima se a sua ligadura. Com isso o baço diminui
ao rebordo costal. Vai desde o apêndice xifoide até de tamanho, diminui a hemorragia durante
o anco. a cirurgia e permite autotransfusão;

‣ Tóraco-abdominal: Na incisão abre-se a cavidade ‣ O leito esplênico pode ser drenado ou não.
torácica e a abdominal;
Se houver possibilidade de formar
‣ Vídeo-laparoscopia: Procedimento mais recente, coleções de líquidos, drena-se o espaço
utilizada para remoção de baços pouco volumosos;
subfrênico esquerdo com dreno tubular,
conectado à um frasco sanfonado onde
ESPLENORRAFIA => previamente fez-se vácuo;

- Indicações: Em casos de trauma passível de sutura,


isto é, quando não houve lesão do hilo ou não houve - Possíveis complicações da esplenectomia total:
fragmentação maciça do baço. Só devendo ser • Sangramentos;
realizada com o paciente estável • Lesão da cauda do pâncreas;
hemodinamicamente; • Atelectasia de base pulmonar esquerda pela
- Técnica: manipulação cirúrgica próxima ao pulmão;
‣ Laparotomia mediana transumbilical ou • Infecção e sepse pós-operatória;
pararretal interna esquerda (Lennander) desde o • Síndrome da sepse pós-operatória: acomete
apêndice xifoide até mais ou menos 4 cm abaixo mais crianças, sendo provocada pela
da cicatriz umbilical. incapacidade do baço de ltrar microrganismos
‣ Identi cação da lesão; virulentos presentes no sangue e com os quais
‣ Em caso de sangramento abundante não houve experiência imunológica prévia;
prejudicando a visualização da cirurgia, pode-se ‣ Sepse grave e choque séptico de evolução
ligar temporária ou de nitivamente a artéria rápida (12 a 18 horas);
esplênica. Liberar o baço dos ligamentos para ‣ O agente etiológico: Streptococcus
facilitar seu manuseio posterior;
pneumoniae;

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Rafael de Souza 6ºp.
• Pacientes submetidos a esplenectomia total • Ruptura esplênica, lesões viscerais, reação
devem receber imunização ativa, com vacinas alérgica ao contraste, entre outras.

quinzenais contra Pneumococo, Haemophilus e


Meningococo;
DRENAGEM =>
• Os antibióticos devem ser administrados em - É um procedimento pouco utilizado, que visa permitir
crianças, idosos e imunodeprimidos no o escoamento de coleções esplênicas;

transoperatório e no pós-operatório imediato;

EMBOLIZAÇÃO DA ARTÉRIA ESPLÊNICA =>


- Técnica da esplenectomia parcial: - Indicações: Hiperesplenismo ou outras doenças que
• Em 1802, Assolant demonstrou pela primeira vez necessitam de esplenectomia e não apresentam
que cada região do baço apresenta condições clinicas de serem submetidos a cirurgia.
vascularização independente, tornando assim Pode ser utilizado também em crianças com varizes
possível este tipo de cirurgia. esofagianas sangrantes, não esplenectomizadas, por
• Com base neste e em diversos outros estudos, diminuir a pressão no sistema porta ou em casos de
em 1962, Campos Cristo realizou pela primeira trauma esplênico para auxiliar na hemostasia do
vez a esplenectomia parcial por trauma. órgão;

• Indicação: Deve ser reservada para casos de - Técnica dividida em etapas:

trauma esplênico que poupa um segmento do • Cateterismo da artéria femoral por via
órgão, sem haver lesão extensa a nível de hilo. percutânea. Com o auxilio de imagens projetadas
• Contra-indicações: Paciente em radioscopia ou computadores, o cateter é
hemodinamicamente instável e em casos de falta avançado em sentido proximal até o tronco
de experiência da equipe médica. celíaco;

• Tempos operatórios: • Identi cação e embolização da artéria esplênica;

‣ Identi cação do segmento a ser retirado;


‣ Dissecção e reparo dos vasos LIGADURA DA ARTÉRIA ESPLÊNICA =>
relacionados ao segmento; - Procedimento no qual se realiza a oclusão de nitiva
‣ Ligadura desses vasos; da artéria esplênica através de uma laparotomia ou
‣ Secção do baço, alguns milímetros além laparoscopia;

dos limites de coloração, para dentro da - Já foi observado que o baço é capaz de manter suas
á re a c i a n ó t i c a . E v i t a n d o a s s i m o atividades devido à irrigação colateral formada a partir
sangramento excessivo no local da diérese dos vasos vindos dos ligamentos suspensores e
esplênica; xadores do órgão;
‣ Hemostasia na face remanescente do - Indicações: Casos nos quais a hemorragia não foi
baço, com pontos em U, evitando contida pela sutura ou por outras técnicas de
esgarçamento do parênquima;
conservação esplênica e também na operação de
‣ Pode-se ainda reforçar a hemostasia com Warren, onde o baço é volumoso e existe
sutura de epiplon ou gelfoam na superfície hiperesplenismo;
cruenta do baço.
- Técnica: A ligadura da artéria é feita na borda superior
do pâncreas;
AUTOTRANSPLANTE DE TECIDO ESPLÊNICO => - Complicações: A mais comum é a necrose do órgão
- Consiste em implantar fragmentos do baço no que ocorre devido a falha na formação da circulação
abdome, sendo reservado para os casos de extensa colateral, sendo nesse momento necessário a
laceração o que inviabilizaria a manutenção do órgão esplenectomia.
no local, na tentativa de reduzir a sepse pós
esplenectomia;
- Ainda em fase de experimentação, técnica pouco
utilizada, observou-se que o local onde melhor o
enxerto se adere é o epiplon;

PUNÇÃO ESPLÊNICA =>


- Procedimento no qual punciona-se por via
percutânea, o baço para estudos contrastados
(esplenoportogra a) ou pressóricos
(esplenomanometria) importantes no diagnóstico e
tratamento da hipertensão portal;
- Ao nível do 9º espaço intercostal esquerdo, na linha
axilar média, é puncionado com agulha apropriada e
estando direcionada para o mamilo direito, sendo
introduzida através da parede abdominal, no
parênquima esplênico, onde veri ca-se o gotejamento
continuo de sangue.
- Sendo possível a realização da esplenoportogra a e
da esplenomanometria.
- Tal procedimento deve ser realizado com muita
cautela, pois apresenta riscos:

• Hemorragia na local da punção esplênica,


comum em paciente que apresentam distúrbios
de coagulação sanguínea;

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