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PROPRIEDADES
DOS SOLOS
FÍSICAS MECÂNICAS
Princípio Geral
Muitas obras geotécnicas (barragens, muros de arrimo, estradas, aeroportos, etc) implicam a
utilização de aterros compactados; compactar um solo significa torná-lo um material mais
denso;
O estado mais denso é obtido através da redução do ar intersticial, com pequena ou nenhuma
variação do teor de umidade do solo. A compactação pode ser feita em superfície ou em
profundidade, utilizando solicitações estáticas, impacto e/ou vibração, por meio de
equipamentos manuais ou mecânicos.
Objetivos:
• Histórico
O objetivo do ensaio de compactação é determinar, para uma dada energia de compactação aplicada, a
quantidade adequada de água a ser incorporada ao solo (‘umidade ótima’) de forma a se obter, para o
mesmo, um estado correspondente à sua densidade seca máxima.
O ensaio Proctor é um ensaio de compactação por impacto padronizado (NBR 7182/86); um soquete é
aplicado várias vezes sobre uma amostra de solo acondicionada em um molde, sendo especificados os
seguintes parâmetros de ensaio: massa do soquete, altura de queda do soquete, número de golpes,
número de camadas de solo e volume do solo compactado.
Ensaio de Compactação em Laboratório
(Das, 1998)
Ensaio de Compactação em Laboratório
(i) Diferentes amostras do mesmo solo, preparadas sob diferentes teores de umidade, são compactadas de acordo
com as prescrições técnicas recomendadas
d ; d
1 w 1 w
(ii) As densidades (pesos específicos ou massas específicas) do solo úmido e os respectivos teores de umidade são
determinados para cada ensaio realizado.
Procedimentos e Resultados
Proctor
Modificado
Proctor
Normal
wot
Teor de umidade w (%) Holtz e Kovacs, 1981
Procedimentos e Resultados
A ordenada do ponto de pico da curva de compactação corresponde ao valor da massa específica máxima dmax
(peso específico máximo dmax) do solo seco e sua abcissa corresponde ao valor da chamada umidade ótima do
solo. Estes valores constituem parâmetros característicos do solo somente para as condições e para a energia de
compactação adotados no ensaio. Quanto maior a energia de compactação, maior é o valor de d max e menor é o
valor da wot do solo.
• Curva de Saturação
Curva correspondente à condição de saturação (S = 100%) ou de aeração nula (A = 0%) do solo; esta condição não
pode ser alcançada pela compactação.
Linha traçada através dos pontos máximos das diferentes curvas de compactação, obtidas para os ensaios
realizados em um mesmo solo sob diferentes energias de compactação; sua posição tende a ser aproximadamente
paralela à linha de saturação.
Procedimentos e Resultados
wS wS
d
S
w wS w
s Gs
wS S
d w
S
w w S w
s Gs
wot
Procedimentos e Resultados
Lubrificação ou efeitos
de (sucção + tensões
capilares) ??
Abaixo de wopt (‘ramo seco’ da curva):
Com o aumento do teor de umidade do solo, (d max , wot )
formam-se películas de água que tendem a
promover uma maior aproximação das
partículas pelos efeitos de lubrificação. d Ou perda dos efeitos
de (sucção + tensões
Na wopt: capilares) ??
Ponto ‘ótimo’ de equilíbrio entre os efeitos
que ocorrem acima e abaixo da wot. w
Solo ‘borrachudo’: na compactação de um solo com umidade acima da ótima, atinge-se um estado de quase
saturação e, assim, toda a energia é transferida para a água, aumentando-se as poropressões e induzindo o
cisalhamento horizontal do solo (laminação do solo). A energia aplicada é recuperada pela ação elástica da água que
se comporta como uma borracha sob pressão.
Comportamento de Solos Compactados
- dispersa
• Para um dado teor de umidade, o
aumento da energia de direções de aumento
da dispersão
compactação tende a tornar a
estrutura do solo menos floculada
no ramo seco e mais dispersa no
ramo úmido.
Comportamento de Solos Compactados
w
Comportamento de Solos Compactados
baixas tensões
tensões elevadas
Comportamento de Solos Compactados
Numa determinada obra geotécnica, não importa apenas o comportamento do solo compactado, mas o
comportamento do mesmo sob as diferentes condições de carregamento ao longo da vida útil da estrutura (p.ex.:
barragem de terra: aumento das tensões construtivas, saturação do solo sob percolação, etc.
Comportamento de Solos Compactados
resistência
(%)
Equipamentos de Compactação
• rolos vibratórios
Equipamentos de Compactação
Rolo de Grelha
• classificação: pressões de contato (1400 a
6200 kPa)
• área efetiva de compactação: 50%
• eficiência: aumentada quando associado a
um equipamento de vibração
• solos mais indicados (solos menos
indicados): solos granulares, areias com
pedregulhos (solos argilosos)
• aplicações mais comuns: barragens de terra
e enrocamento.
Equipamentos de Compactação
• distribuição granulométrica;
• forma das partículas sólidas;
• Gs
• natureza e porcentagem dos finos presentes
Variáveis da Compactação – Procedimentos de Campo
• Metodologia: medidas sistemáticas dos valores da massa específica (ou peso específico) do solo
seco e do teor de umidade do solo
correlação direta com as propriedades geotécnicas de interesse.
• Especificações Técnicas:
(i) pelo produto final: fixação das condições limites para a aceitação da obra (não importa o como,
interessa o resultado). Ex.: obras rodoviárias
(ii) pelo método construtivo: fixação das variáveis de compactação pela caracterização expressa
dos procedimentos de campo (interessa o como e o resultado em si). Ex.: barragens de terra
Controle da Compactação em Campo
• espessura das camadas: < 30cm de material fofo para se ter 15 a 20cm de solo compactado
(incluindo-se 2 a 5cm da camada anterior)
• rolagem em passadas longitudinais das bordas ao centro da praça de trabalho com
superposição de, no mínimo, 20cm entre as passadas
• equipamentos de campo: motoscrapers para lançamento e espalhamento do material;
motoniveladora para regularização das camadas; caminhões pipa ou irrigadeiras para irrigação ou
arados de discos para aeração; rolos compressores para compactação;
• retirada do solo das áreas de empréstimo, lançamento e distribuição uniforme do solo sobre a
praça de trabalho, efetuando-se operações de molhagem (aspersão com carro-pipa) ou secagem
do solo (revolvimento com grades de discos)
Controle da Compactação em Campo
Controle da Compactação em Campo
Produtividade da compactação
BEvt
p . 1000
n
p – volume de solo compactado por unidade de tempo (m3/h);
B- largura (diâmetro) do rolo (m);
E – eficiência da compactação (entre 75% e 85%)
v – velocidade do rolo (km/h);
t – espessura da camada de solo a ser compactada (m);
n – número de passadas do rolo
Controle da Compactação em Campo
Execução de ensaios de compactação em laboratório dos solos de todas as áreas de empréstimo: determinação
de dmax e w optar pelo solo de maior dmax e, para valores próximos de dmax, optar pelo solo com curva de
compactação mais aberta;
Execução de aterros experimentais para seleção dos equipamentos de compactação e das variáveis de
compactação (espessuras de camadas, número de passadas do rolo, etc)
Controle de campo dos parâmetros de compactação: GC (grau de compactação) e w (desvio de umidades em
relação à umidade ótima).
Parâmetros de Controle da Compactação
Grau de Compactação
d campo
GC 100 %
d max laboratório
Desvio de Umidade
w w wot
Especificações de Referência
• GC ≥ 95% ; Δw = ± 2%
Determinação de
Métodos Diretos
(a)
Métodos
Procedimentos
• valores conhecidos: Ms ; Vt
• calcula-se d campo e w (c)
• compara-se d campo com d max-lab
• calcula-se o grau de compactação GC
Determinação de
Métodos Diretos
Erros dos Ensaios
Método do balão: erros significativos podem ocorrer no caso da presença de irregularidades das
paredes do buraco, principalmente no caso de solos muito granulares (partículas muito grossas)
d ; d
1 w 1 w
Métodos
d
• método da estufa: prazos incompatíveis
com o cronograma da obra
GC = 90%
• ‘método da frigideira’
• ‘garrafa de Speedy’ d max
As propriedades geotécnicas podem ser
bastante diferentes entre amostras
compactadas para umidades acima ou Aumento de EC
abaixo da ótima.
w1 w2 w
Controle da Compactação em Campo
(Densímetro Nuclear)
Princípios do Ensaio
(a)
Princípios do Ensaio
Densidade
As radiações gamas emitidas pelo dispositivo
(fonte de rádio ou isótopo radiativo de césio) são
dispersadas pelas partículas do solo e a
magnitude desta dispersão é proporcional à (b)
densidade do solo.
Teor de Umidade
O teor de umidade é determinado em função da (Holtz and Kovacs, 1981)
dispersão de nêutrons emitidos pelo dispositivo
(fonte de isótopos de amerício - berílio) pelos (c)
átomos de hidrogênio presentes na água do solo.
Sonda TDR: medida direta dos teores de umidade do solo com base nos princípios da refletometria no
domínio do tempo (TDR). Um gerador de ondas envia um pulso eletromagnético para um conjunto de
hastes enterradas no solo, que são refletidas e retornam à sonda ao longo das hastes e cuja magnitude é
medida, sendo função da quantidade de água presente no solo (função da constante dielétrica do meio).
Controle da Compactação em Campo
(Outras Técnicas Especiais)
ΔWw
zi ‘parâmetro das umidades’
Jack Hilf (1912-1992) W
z
W ΔWw W(1 z i )
γi γ (1 z i ) γ i γ d . (1 w)(1 z i )
ΔWw Δw.Ws Δw V V
z
W Ws 1 w 1 w
% i
z Δw γ ic γ ic d (1 w)
1 zi
100 100 w
c campo
C cam po
(1 w)
umidade de campo GC d cam po . GC
GC
d max lab (1 w) c max lab c max lab
Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)
wi w (1 w) zi ou 1 wi (1 w) (1 zi )
para 10% wot 35% : γ imax 2,36 1,69 wot (relação empírica)
z
Δwi i zot ot. (2,4. (2,4
Δw imax
0,6γ 0,6) γ i max )
1
1 zot ot
z
Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)
(i) Determina-se o peso específico úmido (ou a massa específica úmida) do solo compactado (método do
frasco de areia, cilindro amostrador, etc);
(ii) Retira-se uma quantidade suficiente do solo do local escolhido para a realização de 3 ou 4 ensaios de
compactação convencional no laboratório de campo (3 ou 4 amostras de solo);
(iii) Executa-se ensaio de compactação em laboratório com a primeira amostra no menor tempo possível
(umidade do solo deste ensaio = umidade de campo, ou seja, z = w = 0) e calcula-se c1;
(iv) Executa-se ensaio de compactação com a segunda amostra preparada, acrescentando-se água (valores
positivos de z), calculada em função do peso do solo úmido ensaiado e calcula-se c2;
(v) Executa-se ensaio de compactação com a terceira amostra, acrescentando-se água (valores positivos de z)
se c2 > c1 ou secando-se a amostra com ar quente (valores negativos de z) se c2 < c1 e calcula-se c3;
(vi) Executa-se ensaio de compactação com a quarta amostra se for necessário, acrescentando-se água ou
secando-se a amostra com ar quente e calcula-se c4;
(vii) Traça-se a curva de Hilf no gráfico c x z (ou c x z), cujas coordenadas do ponto máximo permitirão
determinar os valores de GC e de w do solo no local ensaiado.
Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)
• laboratório:
w (%) i (g/cm3)
0 1,820
-1 1,770
+1 1,848
+1,5 1,840
Determinar:
(i) a eficiência da compactação;
(ii) o grau de compactação;
(iii) o desvio de umidade da camada compactada.
Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)
+ 0,15
ρ
ρc
1 z
ρ c campo
1,832 GC
ρ cmax lab
1,838
(i) eficiência da compactação: E .100 101%
1,820
1,838
(ii) grau de compactação: GC .100 100,3% ok
1,832
Este ensaio foi desenvolvido pelo Departamento de Estradas de Rodagem da Califórnia (EUA)
como critério de avaliação da resistência dos solos utilizados na base, sub-base e subleito de
pavimentos rodoviários, daí o parâmetro CBR ser designado também como ISC - Índice de
Suporte Califórnia.
O ensaio é padronizado no Brasil pela norma ABNT 9895 e pela norma DNER M 48-64.
Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia
soquete
molde
camadas de solo
compactado
disco espaçador
• conjunto de 5 ensaios
• medidas de d e w para cada amostra
• obtenção da curva de compactação
Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia
Expansão: definida pela relação (expressa em %) do acréscimo de altura dos CP’s compactados
após imersão por 4 dias, em relação às respectivas alturas iniciais.
Aplicação de sobrecarga correspondente ao peso do pavimento
velocidade do ensaio:
1,27 mm/minuto
determina-se o maior valor das leituras de cargas lidas (curvas sem correção) ou
corrigidas (curvas com correção) correspondentes às penetrações de 2,54mm e
5,08mm (geralmente será o valor correspondente à leitura de 5,08mm)
compara-se o valor desta leitura com a leitura padrão, obtida para as respectivas
penetrações, da brita graduada de alta qualidade e CBR = 100%
1,48
1,06
Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia
pesos: 80 a 250 kN
alturas: 10 a 30m
n0 de golpes: até 10
colchão granular
• peso: 100 kN
• alturas: 3 a 8m
• compactação das crateras preenchidas e da camada
mais superficial ( 1,0 – 1,5m)
• obtenção de uma superfície regularizada final
(Lyman, 1942)