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Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Engenharia de Barragens

MECÂNICA DOS SOLOS APLICADA

AULA 3  COMPACTAÇÃO DOS SOLOS

PROF. ROMERO CÉSAR GOMES


Aula 3

PROPRIEDADES
DOS SOLOS

FÍSICAS MECÂNICAS

Índices granulometria resistência ao


compactação permeabilidade compressibilidade
físicos e plasticidade cisalhamento

comportamento tensão - deformação


Aula 3

 3.1 Princípios da Compactação dos Solos.


 3.2 Ensaio de Compactação em Laboratório.
 3.3 Procedimentos e Resultados.
 3.4 Comportamento dos Solos Compactados.
 3.5 Equipamentos de Compactação.
 3.6 Controle de Compactação em Campo.
 3.7 Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia.
 3.8 Compactação Profunda.
Princípios e Objetivos

Princípio Geral

Muitas obras geotécnicas (barragens, muros de arrimo, estradas, aeroportos, etc) implicam a
utilização de aterros compactados; compactar um solo significa torná-lo um material mais
denso;
O estado mais denso é obtido através da redução do ar intersticial, com pequena ou nenhuma
variação do teor de umidade do solo. A compactação pode ser feita em superfície ou em
profundidade, utilizando solicitações estáticas, impacto e/ou vibração, por meio de
equipamentos manuais ou mecânicos.

Objetivos:

 redução dos recalques futuros


 aumento da resistência ao cisalhamento
 redução da permeabilidade
Ensaio de Compactação em Laboratório

• Histórico

 Os fundamentos da teoria da compactação dos solos são relativamente


recentes e foram estabelecidos a partir dos trabalhos pioneiros do
engenheiro americano R.R. Proctor (início da década de 1930) e publicados
em vários artigos na revista Engineering News-Record. Em sua homenagem,
o ensaio de compactação-padrão em Mecânica dos Solos é chamado de
Ensaio Proctor.

• Objetivos e Princípio do Ensaio Ralph Proctor (1894-1962)

 O objetivo do ensaio de compactação é determinar, para uma dada energia de compactação aplicada, a
quantidade adequada de água a ser incorporada ao solo (‘umidade ótima’) de forma a se obter, para o
mesmo, um estado correspondente à sua densidade seca máxima.

 O ensaio Proctor é um ensaio de compactação por impacto padronizado (NBR 7182/86); um soquete é
aplicado várias vezes sobre uma amostra de solo acondicionada em um molde, sendo especificados os
seguintes parâmetros de ensaio: massa do soquete, altura de queda do soquete, número de golpes,
número de camadas de solo e volume do solo compactado.
Ensaio de Compactação em Laboratório

Equipamento do Ensaio Proctor Normal

(Das, 1998)
Ensaio de Compactação em Laboratório

Proctor estabeleceu que a compactação é função direta de 4 variáveis:


(1) massa específica (d) ou peso específico (d) do solo seco
(2) teor de umidade w
(3) energia de compactação (EC)
(4) tipo de solo (natureza, graduação, presença de finos, etc.)

• Nas obras pioneiras, os esforços de compactação eram menores e os ensaios de laboratório


reproduziam tais condições utilizando menores energias de compactação.
• Com o aumento das obras e do porte dos equipamentos e, consequentemente, das energias de
campo, os ensaios de laboratório tiveram que ser readaptados para maiores energias de
compactação  ex.: Ensaio Proctor Modificado.
Ensaio de Compactação em Laboratório

Ensaio Proctor Normal Ensaio Proctor Modificado


L • altura de queda: 30,5 cm • altura de queda: 45,7 cm
m • peso do soquete: 2,5 kg • peso do soquete: 4,5 kg
n • número de golpes p/ • número de golpes p/
camada: 26 camada: 55
N • número de camadas: 3 • número de camadas: 5
V • volume do molde: 1000 cm3 • volume do molde: 2000 cm3
EC • energia: 595 kJ/m3 • energia: 2828 kJ/m3
Procedimentos e Resultados

(i) Diferentes amostras do mesmo solo, preparadas sob diferentes teores de umidade, são compactadas de acordo
com as prescrições técnicas recomendadas

golpes 1 a 4 do soquete golpes seguintes

 
d  ; d 
1 w 1 w

(ii) As densidades (pesos específicos ou massas específicas) do solo úmido e os respectivos teores de umidade são
determinados para cada ensaio realizado.
Procedimentos e Resultados

Massa esp. seca d (Mg/m3)


Curva de

Massa esp. seca d (lb/ft3)


d max linha dos saturação
pontos ótimos

Proctor
Modificado

Proctor
Normal
wot
Teor de umidade w (%) Holtz e Kovacs, 1981
Procedimentos e Resultados

• Ponto máximo da curva de compactação

A ordenada do ponto de pico da curva de compactação corresponde ao valor da massa específica máxima dmax
(peso específico máximo dmax) do solo seco e sua abcissa corresponde ao valor da chamada umidade ótima do
solo. Estes valores constituem parâmetros característicos do solo somente para as condições e para a energia de
compactação adotados no ensaio. Quanto maior a energia de compactação, maior é o valor de d max e menor é o
valor da wot do solo.

• Curva de Saturação

Curva correspondente à condição de saturação (S = 100%) ou de aeração nula (A = 0%) do solo; esta condição não
pode ser alcançada pela compactação.

• Linha de Pontos Ótimos

Linha traçada através dos pontos máximos das diferentes curvas de compactação, obtidas para os ensaios
realizados em um mesmo solo sob diferentes energias de compactação; sua posição tende a ser aproximadamente
paralela à linha de saturação.
Procedimentos e Resultados

Para diferentes graus de


saturação S, a equação geral é
expressa por:
d max

 wS wS
d  
 S
w wS w
s Gs

 wS  S
d   w
 S
w w S w
s Gs
wot
Procedimentos e Resultados
Lubrificação ou efeitos
de (sucção + tensões
capilares) ??
Abaixo de wopt (‘ramo seco’ da curva):
Com o aumento do teor de umidade do solo, (d max , wot )
formam-se películas de água que tendem a
promover uma maior aproximação das
partículas pelos efeitos de lubrificação. d Ou perda dos efeitos
de (sucção + tensões
Na wopt: capilares) ??
Ponto ‘ótimo’ de equilíbrio entre os efeitos
que ocorrem acima e abaixo da wot. w

Acima da wopt (‘ramo úmido’ da curva):


Os acréscimos de água em excesso passam a
promover o afastamento entre as partículas de
solo.
Procedimentos e Resultados

•Cada ponto da curva representa os resultados de um dado ensaio de compactação; em


geral, a curva é traçada a partir dos resultados de 4 ou 5 ensaios;
•A curva deve ser obtida para, pelo menos, dois pontos acima e dois pontos abaixo da
umidade ótima, para teores de umidade variando da ordem de 2% entre os ensaios;
•Como valor de referência, a umidade ótima tende a ser ligeiramente inferior ao valor do LP
do solo;
•Valores típicos do peso específico seco dos solos variam comumente entre 16 e 20 kN /m3
(1,6 a 2,0 Mg/m3) e, em termos gerais, entre 13 e 24 kN /m3 (1,3 to 2,4 Mg/m3). Valores
típicos da umidade ótima dos solos variam comumente entre 10% e 20% e, em termos gerais,
entre 5% e 40%.

Solo ‘borrachudo’: na compactação de um solo com umidade acima da ótima, atinge-se um estado de quase
saturação e, assim, toda a energia é transferida para a água, aumentando-se as poropressões e induzindo o
cisalhamento horizontal do solo (laminação do solo). A energia aplicada é recuperada pela ação elástica da água que
se comporta como uma borracha sob pressão.
Comportamento de Solos Compactados

• Para uma dada energia de


compactação e uma dada densidade
- floculada
seca, o solo tende a apresentar uma
estrutura mais floculada pela
compactação no ramo seco quando
+ dispersa
comparada à compactação no ramo
+ floculada
úmido;

- dispersa
• Para um dado teor de umidade, o
aumento da energia de direções de aumento
da dispersão
compactação tende a tornar a
estrutura do solo menos floculada
no ramo seco e mais dispersa no
ramo úmido.
Comportamento de Solos Compactados

• O aumento do teor de umidade induz


uma forte diminuição da permeabilidade
do solo no ramo seco da curva e um
ligeiro aumento da permeabilidade para o
solo nas condições do ramo úmido.

• Argilas compactadas tendem a se (d max , wot)


expandir para umidades correspondentes expansão contração
ao ramo seco da curva e de contrair para
umidades correspondentes ao ramo d
úmido da curva.

w
Comportamento de Solos Compactados

baixas tensões

• Sob baixas tensões, os solos compactados no


ramo úmido são mais compressíveis do que os
solos compactados no ramo seco.

• Sob tensões elevadas, os solos compactados no


ramo seco são mais compressíveis do que os
solos compactados no ramo úmido.

tensões elevadas
Comportamento de Solos Compactados

• Solos argilosos compactados no ramo seco tendem a ser mais rígidos e


apresentarem maiores resistências do que os solos compactados no ramo úmido

Caulinita (Lambe and Whitman, 1979)

Numa determinada obra geotécnica, não importa apenas o comportamento do solo compactado, mas o
comportamento do mesmo sob as diferentes condições de carregamento ao longo da vida útil da estrutura (p.ex.:
barragem de terra: aumento das tensões construtivas, saturação do solo sob percolação, etc.
Comportamento de Solos Compactados

 

 

resistência

 (%)
Equipamentos de Compactação

• equipamentos de pequeno porte (soquetes e placas


vibratórias)

• rolos estáticos: rolos lisos, rolos de pneus; rolos tipo


pé-de-carneiro

• rolos vibratórios
Equipamentos de Compactação

Soquetes (“sapos”) e placas vibratórias

• classificação: pressões de contato placa-


solo (10 a 15 kPa)
• eficiência: trabalhos de compactação em
áreas localizadas
• podem ser utilizados em quaisquer solos
• aplicações mais comuns: compactação de
valas, trincheiras, etc.
Equipamentos de Compactação

• classificação: peso total por unidade de


Rolo Liso comprimento do rolo (30 a 110 kgf/cm)
• tambor vazio ou cheio de água, areia ou pó
de pedra
• área efetiva de compactação: 100%
• Eficiência: reduzida para compactação em
profundidade (limitados a camadas de
espessuras finais de até 15 cm)
• solos mais indicados (solos menos
indicados): solos granulares, enrocamentos
(solos coesivos, principalmente solos de
elevada plasticidade)
• aplicações mais comuns: obras rodoviárias
(bases, subleitos e capas de rolamento).
Equipamentos de Compactação

• classificação: pressões de contato (1400 a


7000 kPa) impostas por saliências (‘patas’)
Rolo pé-de-carneiro dispostas de forma irregular ao longo de um
tambor de aço (90 a 120 por rolo)
• área efetiva de compactação: 8% ~ 12 %

• eficiência: para evitar as superfícies de


laminação nas camadas compactadas
• solos mais indicados (solos menos
indicados): solos argilosos ou granulares
com mais de 20% de finos (solos muito
granulares)
• aplicações mais comuns: aterros, barragens
de terra
Equipamentos de Compactação
• classificação: pressão de compactação
imposta por um conjunto de pneus dispostos
Rolo Pneumático em alinhamentos desencontrados (em geral,
3 a 6 pneus por eixo), que é função do peso
do rolo e da pressão de ar nos pneus
• área efetiva de compactação: 80%
• eficiência: compactação mais rápida e
econômica em relação à compactação com
os rolos pé-de-carneiro
• solos mais indicados (solos menos
indicados): solos granulares, solos finos
(solos coesivos, principalmente solos de
elevada plasticidade)
• aplicações mais comuns: obras rodoviárias,
aterros, barragens de terra.
Equipamentos de Compactação

Rolo de Grelha
• classificação: pressões de contato (1400 a
6200 kPa)
• área efetiva de compactação: 50%
• eficiência: aumentada quando associado a
um equipamento de vibração
• solos mais indicados (solos menos
indicados): solos granulares, areias com
pedregulhos (solos argilosos)
• aplicações mais comuns: barragens de terra
e enrocamento.
Equipamentos de Compactação

• classificação: podem ser dos três tipos


Rolo Vibratório anteriores, possuindo um vibrador acoplado
ao rolo compactador
• área efetiva de compactação: variável
• eficiência: função da freqüência de
vibração e da velocidade de compactação
do rolo (comumente inferior a 5 km/h)
• solos mais indicados (solos menos
indicados): solos granulares, desde areias a
enrocamentos (solos coesivos)
• aplicações mais comuns: aterros, barragens
de terra e enrocamento
Equipamentos de Compactação
Equipamentos de Compactação - Síntese

(Holtz and Kovacs, 1981)


Equipamentos de Compactação - Síntese
Variáveis da Compactação – Características dos Solos

• distribuição granulométrica;
• forma das partículas sólidas;
• Gs
• natureza e porcentagem dos finos presentes
Variáveis da Compactação – Procedimentos de Campo

• número de passadas do rolo


• freqüência de vibração
• espessura da camada
• velocidade de compactação

• os efeitos da compactação tendem a ser


reduzidos para mais do que 5 passadas do rolo
Variáveis da Compactação – Procedimentos de Campo

• número de passadas do rolo


• frequência de vibração
• espessura da camada
• velocidade de compactação

o aumento da amplitude das vibrações


induz maior efeito de compactação que o
aumento da frequência das vibrações e,
uma vez atingida a condição de
ressonância, induz-se elevadas densidades
para o solo.
Variáveis da Compactação – Procedimentos de Campo

• número de passadas do rolo


• freqüência de vibração
• espessura da camada
• velocidade de compactação

• para um dado número de passadas, obtém-se uma maior


compactação quanto menor for a velocidade do rolo.
Compactação no Campo x Compactação no Laboratório

• Dificuldades de uma simulação


adequada entre ensaios de campo
e de laboratório
• Tendência geral: valores menores
de wot em ensaios de laboratório.
• Problemas da correlação entre
ensaios estáticos em laboratório x
ensaios dinâmicos em campo

Curvas 1, 2,3,4: compactação em laboratório


Curvas 5, 6: compactação no campo
Controle da Compactação em Campo

• Objetivo: promover a estabilização do solo, mediante a melhoria do seu comportamento


geotécnico

• Metodologia: medidas sistemáticas dos valores da massa específica (ou peso específico) do solo
seco e do teor de umidade do solo
 correlação direta com as propriedades geotécnicas de interesse.

• Especificações Técnicas:
(i) pelo produto final: fixação das condições limites para a aceitação da obra (não importa o como,
interessa o resultado). Ex.: obras rodoviárias
(ii) pelo método construtivo: fixação das variáveis de compactação pela caracterização expressa
dos procedimentos de campo (interessa o como e o resultado em si). Ex.: barragens de terra
Controle da Compactação em Campo
• espessura das camadas: < 30cm de material fofo para se ter 15 a 20cm de solo compactado
(incluindo-se 2 a 5cm da camada anterior)
• rolagem em passadas longitudinais das bordas ao centro da praça de trabalho com
superposição de, no mínimo, 20cm entre as passadas
• equipamentos de campo: motoscrapers para lançamento e espalhamento do material;
motoniveladora para regularização das camadas; caminhões pipa ou irrigadeiras para irrigação ou
arados de discos para aeração; rolos compressores para compactação;
• retirada do solo das áreas de empréstimo, lançamento e distribuição uniforme do solo sobre a
praça de trabalho, efetuando-se operações de molhagem (aspersão com carro-pipa) ou secagem
do solo (revolvimento com grades de discos)
Controle da Compactação em Campo
Controle da Compactação em Campo

Produtividade da compactação

BEvt
p . 1000
n
p – volume de solo compactado por unidade de tempo (m3/h);
B- largura (diâmetro) do rolo (m);
E – eficiência da compactação (entre 75% e 85%)
v – velocidade do rolo (km/h);
t – espessura da camada de solo a ser compactada (m);
n – número de passadas do rolo
Controle da Compactação em Campo

Execução de ensaios de compactação em laboratório dos solos de todas as áreas de empréstimo: determinação
de dmax e w  optar pelo solo de maior dmax e, para valores próximos de dmax, optar pelo solo com curva de
compactação mais aberta;
Execução de aterros experimentais para seleção dos equipamentos de compactação e das variáveis de
compactação (espessuras de camadas, número de passadas do rolo, etc)
Controle de campo dos parâmetros de compactação: GC (grau de compactação) e w (desvio de umidades em
relação à umidade ótima).
Parâmetros de Controle da Compactação

Grau de Compactação

 d  campo
GC   100 %
 d max  laboratório

Desvio de Umidade

w  w  wot

Especificações de Referência

• GC ≥ 95% ; Δw = ± 2%
Determinação de 
Métodos Diretos
(a)

Métodos

(a) Frasco de areia


(b) Balão de ar
(b)
(c) Método da água (ou óleo)
(d) Cilindro amostrador

Procedimentos
• valores conhecidos: Ms ; Vt
• calcula-se d campo e w (c)
• compara-se d campo com d max-lab
• calcula-se o grau de compactação GC
Determinação de 
Métodos Diretos
Erros dos Ensaios

Principais fontes de erro: determinação do volume do material escavado.

Método do frasco de areia: vibrações de equipamentos próximos podem induzir um aumento da


densidade da areia e resultar em uma avaliação incorreta do volume de solo escavado

Método do balão: erros significativos podem ocorrer no caso da presença de irregularidades das
paredes do buraco, principalmente no caso de solos muito granulares (partículas muito grossas)

Método do água/óleo: erros significativos podem ocorrer principalmente no caso de solos


granulares (necessária a utilização de uma membrana plástica para o revestimento do buraco).
Determinação de w - Métodos Diretos

 
d  ; d 
1 w 1 w
Métodos
d
• método da estufa: prazos incompatíveis
com o cronograma da obra
GC = 90%
• ‘método da frigideira’

• ‘garrafa de Speedy’ d max 

As propriedades geotécnicas podem ser
bastante diferentes entre amostras
compactadas para umidades acima ou Aumento de EC
abaixo da ótima.
w1 w2 w
Controle da Compactação em Campo
(Densímetro Nuclear)

Princípios do Ensaio

A magnitude da radiação recebida pelo detector


depende da densidade do material
(> densidade  < radiação)
Controle da Compactação em Campo
(Densímetro Nuclear)

(a)
Princípios do Ensaio

Densidade
As radiações gamas emitidas pelo dispositivo
(fonte de rádio ou isótopo radiativo de césio) são
dispersadas pelas partículas do solo e a
magnitude desta dispersão é proporcional à (b)
densidade do solo.

Teor de Umidade
O teor de umidade é determinado em função da (Holtz and Kovacs, 1981)
dispersão de nêutrons emitidos pelo dispositivo
(fonte de isótopos de amerício - berílio) pelos (c)
átomos de hidrogênio presentes na água do solo.

• Principal desvantagem: necessidade de calibrações contínuas


Controle da Compactação em Campo
(Sonda TDR)

Sonda TDR: medida direta dos teores de umidade do solo com base nos princípios da refletometria no
domínio do tempo (TDR). Um gerador de ondas envia um pulso eletromagnético para um conjunto de
hastes enterradas no solo, que são refletidas e retornam à sonda ao longo das hastes e cuja magnitude é
medida, sendo função da quantidade de água presente no solo (função da constante dielétrica do meio).
Controle da Compactação em Campo
(Outras Técnicas Especiais)

(penetrômetros, ensaios geofísicos, etc)


Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)

‘peso específico convertido’


W γ
γ  ; γd  (c max , zot)
V 1 w
c
Curva de Hilf
W  ΔWw
γi 
V

ΔWw
zi  ‘parâmetro das umidades’
Jack Hilf (1912-1992) W
z
W  ΔWw W(1  z i )
γi    γ (1  z i )  γ i  γ d . (1  w)(1  z i )
ΔWw Δw.Ws Δw V V
z  
W Ws 1  w  1  w 
% i
z Δw γ ic   γ ic   d (1  w)
 1  zi
100 100  w 
  
c  campo
 C  cam po
(1  w)
umidade de campo GC  d  cam po . GC
 GC
 d max lab (1  w)  c max lab  c max lab
Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)

Ww Ww  ΔWw wWs  W s (1  w)zi


w  ; wi  
Ws Ws Ws

 wi  w  (1  w) zi ou 1  wi  (1  w) (1  zi )

para z  zot  w  wot  1  wot  (1  w) (1  zot )

(pequena influência de erro de wot)


z
e Δwi  wi  wot  (1  wi )  (1  wot )  Δwi   ot .(1  wot )
1  zot
23,57
mas γ dmax   0,5 (kN/m 3 ) (hipérbole de Kucsinski para solos brasileiros)
1  1,26 wot

e γ imax  γ icmax (1  zot )  γ dmax (1  w).(1  zot )  γ dmax .(1  wot )

para 10%  wot  35% : γ imax  2,36  1,69 wot (relação empírica)

Levando wot na expressão de Δwi , vem :

z
Δwi i  zot ot. (2,4. (2,4
Δw imax
 0,6γ 0,6) γ i max )
1 
1  zot ot
z
Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)

(i) Determina-se o peso específico úmido (ou a massa específica úmida) do solo compactado (método do
frasco de areia, cilindro amostrador, etc);

(ii) Retira-se uma quantidade suficiente do solo do local escolhido para a realização de 3 ou 4 ensaios de
compactação convencional no laboratório de campo (3 ou 4 amostras de solo);

(iii) Executa-se ensaio de compactação em laboratório com a primeira amostra no menor tempo possível
(umidade do solo deste ensaio = umidade de campo, ou seja, z = w = 0) e calcula-se c1;

(iv) Executa-se ensaio de compactação com a segunda amostra preparada, acrescentando-se água (valores
positivos de z), calculada em função do peso do solo úmido ensaiado e calcula-se c2;

(v) Executa-se ensaio de compactação com a terceira amostra, acrescentando-se água (valores positivos de z)
se c2 > c1 ou secando-se a amostra com ar quente (valores negativos de z) se c2 < c1 e calcula-se c3;

(vi) Executa-se ensaio de compactação com a quarta amostra se for necessário, acrescentando-se água ou
secando-se a amostra com ar quente e calcula-se c4;

(vii) Traça-se a curva de Hilf no gráfico c x z (ou c x z), cujas coordenadas do ponto máximo permitirão
determinar os valores de GC e de w do solo no local ensaiado.
Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)

(Exercício a ser dado em sala de aula relativo à aplicação do Método de Hilf)


Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)
Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)

No processo de controle da compactação de uma camada de um aterro compactado,


foram obtidos os seguintes resultados em campo e em laboratório:

• campo:  = 1,838 g/cm3

• laboratório:
w (%) i (g/cm3)

0 1,820
-1 1,770
+1 1,848
+1,5 1,840

Determinar:
(i) a eficiência da compactação;
(ii) o grau de compactação;
(iii) o desvio de umidade da camada compactada.
Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)
+ 0,15

ρ
ρc 
1 z

ρ c campo
1,832 GC 
  ρ cmax lab

1,838
(i) eficiência da compactação: E  .100  101%
1,820

1,838
(ii) grau de compactação: GC  .100  100,3% ok
1,832

(iii) desvio de umidade: Δw  0,7  0,15   0,85% ok


+ 0,7
Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia

 O ensaio de CBR (“California Bearing Ratio”) consiste na determinação da relação entre a


resistência à penetração de uma amostra do solo compactado e saturado, expressa em
porcentagem, e a resistência à penetração de uma amostra de brita graduada, adotada como
padrão de referência.

 Este ensaio foi desenvolvido pelo Departamento de Estradas de Rodagem da Califórnia (EUA)
como critério de avaliação da resistência dos solos utilizados na base, sub-base e subleito de
pavimentos rodoviários, daí o parâmetro CBR ser designado também como ISC - Índice de
Suporte Califórnia.

 O ensaio é padronizado no Brasil pela norma ABNT 9895 e pela norma DNER M 48-64.
Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia

FASE I: Compactação dos Corpos de Prova

soquete

molde
camadas de solo
compactado
disco espaçador

• conjunto de 5 ensaios
• medidas de d e w para cada amostra
• obtenção da curva de compactação
Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia

FASE II: Obtenção da Curva de Expansão

Expansão: definida pela relação (expressa em %) do acréscimo de altura dos CP’s compactados
após imersão por 4 dias, em relação às respectivas alturas iniciais.
Aplicação de sobrecarga correspondente ao peso do pavimento

Valores admissíveis: 1 a 3% em obras rodoviárias


Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia

FASE III: Obtenção da Resistência à Penetração CBR

velocidade do ensaio:
1,27 mm/minuto

leituras das cargas para as


penetrações:

0,63; 1,27; 1,90; 2,54; 3,17;


3,81; 4,44, 5,08; 6,35; 7,62;
8,89; 10,16; 11,43 e 12,70 mm
Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia

Curva cargas x penetrações

Correção da curva no caso da mesma apresentar ponto de inflexão (deslocamento c da curva)


Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia

Determinação do Valor do CBR

determina-se o maior valor das leituras de cargas lidas (curvas sem correção) ou
corrigidas (curvas com correção) correspondentes às penetrações de 2,54mm e
5,08mm (geralmente será o valor correspondente à leitura de 5,08mm)

compara-se o valor desta leitura com a leitura padrão, obtida para as respectivas
penetrações, da brita graduada de alta qualidade e CBR = 100%

O valor do CBR (ou ISC) é dado pelo maior valor da relação:


Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia

Curva cargas x penetrações

1,48

1,06
Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia

Correlações com a Classificação HRB


Compactação Profunda

 compactação dinâmica: a compactação do solo em profundidade é obtida


por meio de impactos na superfície do terreno de pesos em queda livre;

 vibro-compactação: o aumento da densidade do solo em profundidade é


obtido por meio de vibrações induzidas no terreno por meio de equipamentos
especiais;

 explosões em profundidade: o aumento da densidade in situ é obtido por


meio da detonação de explosivos introduzidos no terreno.
Compactação Dinâmica

 processo de compactação do solo em


profundidade, efetuado por meio de uma série de
impactos aplicados ao terreno, por meio da queda
livre de pesos caindo de grandes alturas.
Compactação Dinâmica

pesos: 80 a 250 kN

alturas: 10 a 30m

n0 de golpes: até 10

colchão granular

crateras de até 2,0m

Fase I : Compactação do solo sob elevadas energias de impacto


Compactação Dinâmica
Compactação Dinâmica

• peso: 100 kN
• alturas: 3 a 8m
• compactação das crateras preenchidas e da camada
mais superficial ( 1,0 – 1,5m)
• obtenção de uma superfície regularizada final

Fase II : Compactação adicional sob baixas energias de impacto


Vibro - Compactação

 processo de compactação do solo em


profundidade, efetuado por meio de vibrações
induzidas no terreno por meio de
equipamentos especiais (‘vibradores’)

aumento da capacidade de carga do terreno


redução de recalques
prevenção dos efeitos de liquefação
Vibro - Compactação

Fase I – Penetração: o vibrador é introduzido no terreno até a profundidade


desejada, comumente por meio de injeção de água sob pressão, induzindo,
então, a remoção de finos e a formação de um espaço anelar em torno da
coluna de perfuração (após a penetração, a pressão de água é interrompida
ou muito reduzida).
Vibro - Compactação

Fase II – Compactação: sob a ação de forças horizontais, as partículas de


solo em torno do vibrador são rearranjadas, passando a um estado de maior
compacidade, procedendo-se, então, à elevação lenta e gradual do vibrador
com o preenchimento simultâneo do espaço anelar com solo local ou com
solo importado (formação de uma coluna de solo granular compactado).
Vibro - Compactação

Fase III – Tratamento Final: o processo é repetido para outros pontos da


área de interesse, conformando malhas adequadamente espaçadas; no final
deste processo, a superfície do terreno estabilizado é nivelada e compactada
por um rolo compactador superficial.
Vibro - Compactação
Compactação por Explosões

 explosões em profundidade: o aumento da densidade


in situ é obtido por meio da detonação de explosivos
introduzidos no terreno.

restrito a solos granulares, com menos de 15% de finos

(Lyman, 1942)

• R: raio da área de influência da explosão;


• W : peso da carga de explosivos (kg de TNT);
• C : constante (função da % de dinamite contida na carga explosiva)
Compactação por Explosões

(Kummeneje & Eide, 1961)


Resultados da Compactação Profunda

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