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AVALIAÇÃO FISICA

Antes do início de qualquer programa de exercício físico é de fundamental importância a


realização de avaliação pré-participação e estratificação do risco cardiovascular para
posterior tomada de decisão sobre a possibilidade de liberação para prática da atividade
física de intensidade moderada. O primeiro instrumento a ser, obrigatoriamente, utilizado é
a “anamnese” que serve para que o profissional de Educação Física tenha conhecimento
de diversos fatores e detalhes da vida do cliente que podem interferir na prática da
atividade física.

Através de um conjunto de testes e uma conversa detalhada é possível determinar a sua


real condição física e propor o melhor programa de treinamento para que você atinja com
segurança e eficiência seus objetivos.

A consulta da avaliação física inicia com uma conversa sobre todo o histórico de saúde do
paciente, estilo de vida, histórico de doenças pessoais e de familiares, dores e lesões,
alimentação, qualidade do sono, entre outros. A avaliação física consiste em:

 Aferição da pressão arterial e frequência cardíaca em repouso;


 Anamnese;
 Avaliação postural;
 Medida da altura;
 Peso corporal;
 Medidas das circunferências;
 Medias de dobras cutâneas
 Bioimpedância;
 Testes de flexibilidade;
 Testes de resistência muscular localizada;
 Avaliação cardiorrespiratória;

BENEFÍCIOS DA AVALIAÇÃO FISICA INTEGRATIVA

 Diagnóstico do quadro clínico e funcional;


 Estratificação do risco cardíaco;
 Acompanhamento e evolução dos resultados de treino;
 Identificação as possibilidades e prioridades de intervenção do treinamento;
 O profissional de Educação Fisica terá parâmetros para identifica a melhor atividade
para o aluno;
 A avaliação ainda distingue os percentuais de gordura, musculo e densidade óssea,
além disso, mostrará quais regiões do corpo precisam receber atenção especial.

O metabolismo aeróbio é essencial para a execução de atividades físicas, desde tarefas


cotidianas até o alto desempenho. Índices relacionados ao metabolismo aeróbio (e.g.,
capacidade e potência aeróbia) são altamente correlacionados inversamente com fatores
de risco de síndrome metabólica e morte súbita (FERNANDES et al., 2012). Sendo assim,
a avaliação dos índices aeróbios é importante para a saúde, pois além de servirem como
auxílio diagnóstico do paciente, também são âncoras eficientes para a correta prescrição
de exercícios físicos.
Para uma correta prescrição do treinamento neuromuscular, é de fundamental importância
a avaliação função neuromuscular, seja como parâmetro para quantificação das cargas,
controle do nível de desempenho desse componente da aptidão física, ou mesmo controle
da eficácia do treinamento, ou seja, monitorar se o programa planejado está dando o
resultado esperado.

Bioimpedância

A análise da composição corporal por meio da impedância bioelétrica é um rápido, não


invasivo e relativamente pouco dispendioso método de avaliação em estudos clínicos e de
campo. Thomasett´s (1962), nos primeiros trabalhos por volta de 1960, estabeleceu os
princípios da bioimpedância. Por esse método, uma corrente elétrica de baixa intensidade
passa através do corpo do cliente, e a impedância (Z), ou oposição ao fluxo da corrente é
medida com o analisador de bioimpedância. A água corporal total do indivíduo pode ser
estimada através da mensuração por bioimpedância porque os eletrólitos da água do corpo
são excelentes condutores da corrente elétrica. Quando o volume de água corporal é
grande, o fluxo da corrente elétrica através do corpo é mais fácil. A resistência (R) ao fluxo
da corrente é maior em indivíduos com maior quantidade de gordura corporal, uma vez que
o tecido adiposo é pobre condutor de corrente elétrica devido ao pequeno conteúdo de
água. Em virtude do conteúdo de água do corpo livre de gordura ser grande (73% de
água), a massa
livre de gordura pode ser predita através da estimativa da água corporal total. Indivíduos
com grande quantidade de massa livre de gordura e água corporal total têm menor
resistência ao fluxo da corrente, comparados com aqueles que têm pouca massa corporal
livre de gordura.

ENVELHECENDO SAUDAVELMENTE

o envelhecimento primario e um processo gradual e inevitavel de deterioracao fisica que


comeca cedo e continua com o passar dos anos, nao importando o que seja feito para
evita-lo. Ocorre de forma semelhante nos individuos da mesma especie, de forma gradual e
previsivel. O individuo depende da influencia de fatores determinantes para o
envelhecimento, como estilo de vida (alimentacao, acesso a educacao e cultura e nível
socioeconomico). O envelhecimento secundario e resultante de interacoes dos individuos
com fatores extrinsecos e pode variar de acordo com o meio onde vivem, podendo ser
controlados (como doencas, abusos e vicios).

Em termos absolutos, o numero de idosos brasileiros aumentou aproximadamente 600%


desde meados do século passado, com 3 milhoes de pessoas com idade igual ou superior
a 60 anos em 1960, 7 milhoes em 1975, e 17 milhoes em 2006. Atualmente, o numero de
pessoas idosas esta estimado em 25,9 milhoes, representando 12,5% da populacao total
(11,2% homens, 13,8% mulheres). As projecoes mais conservadoras indicam que, em
2020, ja seremos o sexto pais do mundo em numero de idosos, com aproximadamente 30
milhoes de pessoas, com aumento superior a duas vezes para 2050 (66,5 milhoes, 29,4%)
e ultrapassando a proporcao de 30% em 2060 (73,5 milhoes, 33,7%).
Do ponto de vista estritamente biologico, o processo de envelhecimento é acompanhado
por uma serie de alterações metabolicas, as quais incluem modulacao da funcao
mitocondrial e
diminuicao da sensibilidade a insulina, da utilizacao de substratos e do metabolismo
energetico, alem de disfuncoes sistemicas que sao acompanhadas por desequilibrio no
metabolismo lipídico e no estado de inflamacao cronica, que contribuem para que
ocorra um aumento das DCNT (MCAULEY; MOONEY, 2015).

Mudanças relacionadas ao envelhecimento que impactam as funções imunes

 Diminuição da função das chaperonas

 Estresse Oxidativo

 Aumento de macromoléculas agregadas e proteotoxicidade

 Sarcopenia

 Diminuição da concentração de GH, DHEA, IGF-1, testosterona e estradiol

 Diminuição da função mitocondrial

 Instabilidade Genômica

 Aumento da inflamação

Aspectos como a pratica regular de exercicios fisicos, alimentacao balanceada, viver em


um ambiente saudavel e os progressos nos campos da Medicina, Nutricao, Fisioterapia,
Terapia Ocupacional e Educacao Fisica estao influenciando significativamente o processo
de envelhecimento. Intercorrencias inevitaveis da idade avancada agora sao vistas como
parte
do processo de envelhecer, resultantes do estilo de vida de cada individuo.

O processo de prevencao de doencas e de problemas funcionais que se manifestam com a


idade pode ser auxiliado por mudancas no estilo de vida, pratica regular de exercicio fisico
e
realizacao de dieta (BOUCHARD et al., 1993; SHEPHARD, 2003).

Assim, o objetivo da avaliacao funcional e nos oferecer informacoes num determinado


momento da chamada capacidade/ aptidao funcional, que e entendida como o estado ou a
condição que possibilita a pessoa realizar as atividades da vida diaria (AVD) com eficiencia,
seguranca e sem cansaco excessivo (CLARK, 1989; OSNESS et al., 1990). A capacidade
funcional constituiu um novo paradigma de saude, constante da Politica Nacional de Saude
da Pessoa Idosa (PNSPI) do Brasil, sendo que a independência e a autonomia sao metas
da atencao a saude da pessoa idosa (BRASIL, 2006).

Que essas intervencoes busquem a integralidade, apresentando acoes de prevencao de


agravos de doencas e promocao e recuperacao da saude, sendo a integralidade “a
percepcao holistica do sujeito, considerando o contexto historico, social, politico, familiar e
ambiental em que se insere” (SOUZA et al., 2012, p. 453).

“Envelhecimento ativo e o processo de otimização das oportunidades de saúde,


participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida a medida que as
pessoas envelhecem”. Organização Mundial da Saúde.

Em 2019, estima-se que o número de pessoas com mais de 65 anos seja de 21,8 milhões,
o que corresponde a cerca de 10,5% da população total do Brasil. Diante desse contexto, a
procura por qualidade de vida está cada vez mais em foco. Afinal, não basta viver mais, é
preciso envelhecer de maneira saudável e com qualidade de vida.

Geralmente, as evidências do envelhecimento começam a se tornar visíveis ou


perceptíveis por volta do período compreendido entre 40-45 a 60-64 anos de idade. No
entanto, tais evidências podem ser aceleradas ou não dependendo dos hábitos e da
qualidade de vida da pessoa. (NAHAS, 2006.)

As intervenções que mais afetam a qualidade do envelhecimento estão centradas na


eliminação do fumo, no aumento da atividade física habitual e na melhoria dos padrões
nutricionais. Há, também, evidências de que as intervenções múltiplas, direcionadas a mais
de um fator, parecem ser mais efetivas, particularmente quando se envolve nutrição e
atividade física.

A diminuição da capacidade funcional decorrente, em grande parte, do desuso ou


hipocinesia, pode ser compensada pela prática regular de exercícios ou pela adoção de um
estilo de vida mais ativo. A manutenção de atividades físicas e mentais – retardam os
efeitos deletérios do envelhecimento, preservando a autonomia do idoso.

A falta de atividade física tem relação direta com quase 30% das mortes de cardiopatia,
câncer e diabetes, visto que a mudança de estilo de vida, para uma vida mais saudável
reduziriam a mortalidade. Algumas mudanças no estilo de vida, tais como controle do peso,
ser fisicamente mais ativo, deixar de fumar, controlar a sua pressão arterial,
independentemente da idade, atuam como retardo da mortalidade (MCARDLE, 2015).

Uma das mais importantes alterações que ocorre no envelhecimento é a perda de massa
muscular esquelética, que está em torno de 40%. Essa perda gradativa é conhecida como
sarcopenia, termo genérico que indica a perda de massa, força e qualidade do músculo
esquelético e que tem impacto significante na vida dos idosos dificultando a mobilidade e
execução de tarefas do dia a dia.

Fatores nutricionais, hormonais, genéticos e níveis de atividade física também interferem


no processo de envelhecimento. Com isso, os gastos com saúde e remédios tendem a
aumentar. Esse quadro pode ser amenizado com hábitos saudáveis como a pratica regular
de exercícios físicos.

BENEFÍCIOS EVIDENTES DA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS

 Prevenção e diminuição de problemas cardiovasculares e pulmonares;


 Controle do peso;
 Fortalecimento muscular;
 Manutenção da densidade óssea;
 Minimizar os efeitos do envelhecimento na capacidade funcional;
 Permitir controle mais eficiente das doenças crônicas como diabetes, artrite e
doenças cardíacas instaladas, evitando possíveis agravos que potencializem o risco
de morte;
 Promover melhor qualidade de vida, melhorando a qualidade do sono e a saúde
mental.
 Melhora a postura e a flexibilidade, fundamental para as atividades do dia-a-dia.
 Ajuda a viver mais, pessoas fisicamente ativas e com um peso adequado vivem
cerca de sete anos a mais do que aquelas sedentárias e que sofrem com a
obesidade.
 Melhora das habilidades de socialização por conta das atividades em grupo;
 Redução do cansanço durante o dia;
 Redução das dores nas articulações e nas costas;
 Melhora da postura e do equilíbrio;
 Redução do risco de quedas e de lesões;
 Melhora da autoestima e da autoimagem;
 Manutenção da memória, da atenção, da concentração, do raciocínio e do foco;
 Redução do risco de demência, como a doença de Alzheimer.
 As pessoas ativas têm vida mais intensa e apresentam mais vigor. São mais
autoconfiantes, menos deprimidas e estressadas;
 Uma pessoa ativa, tem tendência a ter o seu peso dentro da faixa normal e a
mantelo com mais facilidade e por mais tempo do que a sedentária;
 O ativo apresenta pressão arterial e frequência cardíaca mais baixa do que o
sedentário tanto em repouso quanto em atividade, dessa forma, o ativo suporta por
mais tempo o exercício enquanto o sedentário tem certas limitações;
 A pessoa ativa tem maior VO2 (volume de oxigênio pulmonar) e suporta atividades
de longa duração com mais facilidade no quesito respiração

1. Benefícios Fisiológicos

1.a – Benefícios imediatos:

„. controle dos níveis de glicose;


„. estímulo para ativação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina);
„. melhor qualidade do sono.

1.b – Benefícios a médio prazo:


„. maior eficiência e capacidade aeróbica (ou cardiorrespiratória), o que confere à pessoa
mais disposição e menor risco de doenças, principalmente as cardiovasculares;
„. manutenção ou menor perda na massa muscular e níveis gerais de força e resistência,
permitindo realizar atividades diárias com mais eficiência e menor risco de lesões;
„. melhoria ou manutenção de níveis adequados de flexibilidade, igualmente importante
para as atividades domésticas e de lazer, permitindo movimentos com maior amplitude e
menores riscos de lesões;
„. manutenção ou menor perda nos níveis de equilíbrio, coordenação e velocidade de
movimento. Estes são fatores muito importantes para a segurança e prevenção de
acidentes, principalmente quedas, entre pessoas com idade avançada.

2. Benefícios Psicológicos

2.a – Benefícios imediatos:

„. relaxamento;
„. redução nos níveis de ansiedade e controle do estresse;
„. melhor estado de espírito.

2.b – Benefícios a médio prazo:

„. percepção de bem-estar geral melhorada;


„. melhor saúde mental, principalmente menor risco de depressão;
„. melhoria cognitiva.

3. Benefícios Sociais

3.a – Benefícios imediatos:

„. indivíduos idosos mais seguros de si (empowerment);


„. melhor integração social e cultural.

3.b – Benefícios a médio prazo:

„. maior integração na comunidade;


„. rede social (contatos pessoais) e cultural ampliadas;
„. funções sociais preservadas e possivelmente ampliadas.
Aspectos funcionais e de saúde que podem ser melhorados com atividades físicas
regulares:

„. Equilíbrio
„. Postura
„. Locomoção
„. Mobilidade
„. Tempo de reação
„. Osteoporose
„. Dificuldade respiratória
„. Dores lombares
„. Ansiedade e depressão
„. Circulação periférica

O exercício físico, aliada a uma boa alimentação e suplementação alimentar, desde que
autorizados por um médico, são excelentes aliados à saúde dos idosos.

Assim, inicialmente deve ser realizada uma avaliação global que contemple todos os
aspectos do processo de envelhecimento. A avaliação ideal deve incluir testes de força
muscular e de flexibilidade, teste aeróbico, análise postural e determinação da composição
corporal. O objetivo é favorecer um maior ganho de qualidade de vida quando do
envolvimento com atividades físicas.

Mais do que nunca, nossas escolhas e decisões cotidianas – nosso estilo de vida – têm
afetado a maneira como vivemos e por quanto tempo vivemos. Isso vale para todas as
idades da vida, quer dizer, todas as etapas e transições que compõem a vida humana,
incluindo a infância, a adolescência, a vida adulta jovem, a meia-idade, a velhice ativa e a
velhice dependente. Apesar de não se ter uma receita mágica que possa garantir boa
saúde e longevidade a todos, tem-se evidências da ciência e de observações milenares do
dia a dia
das pessoas de que certos comportamentos e decisões em todas as etapas da vida
aumentam as chances de se atingir uma idade avançada, conservando a autonomia e o
bem-estar em sua quase totalidade.

CAPACIDADE FUNCIONAL

A capacidade funcional pode ser entendida como a capacidade de uma pessoa realizar
satisfatoriamente todas as atividades da vida diária sem prejuízo físico ou mental como, por
exemplo, caminhar, passear, lavar louça, dançar, dentre outros.

A capacidade funcional e altamente dependente dos indicadores individuais da aptidão


física como composição corporal, capacidade aeróbica, força muscular, flexibilidade e
equilíbrio que são drasticamente alteradas com o aumento da idade cronológica, devido ao
processo de envelhecimento biológico, podendo ser melhorado ou atenuado segundo
fatores como pratica regular de exercícios, aspectos nutricionais, aspectos de estilo de
vida, idade, genética, dentre outros.

Portanto a capacidade funcional é o que determina a Autonomia funcional e está associado


à qualidade de vida das pessoas.

Não praticar o mínimo recomendado de exercício acelera o processo de envelhecimento e


o surgimento de várias doenças como osteoporose, obesidade, hipertensão e diabetes tipo
II.

Na matematica da vida:
5 + 5 + 5 = + SAUDE !

5 porcoes de FRUTAS E VERDURAS por dia


em sua alimentação

5 sessoes de 30 minutos de ATIVIDADE


FISICA MODERADA por semana

5 minutos para Voce a cada dia

➔ Aceite o desafio e tente incorporar o 5 + 5 + 5 por uma semana,


começando agora.
➔ Você vai ver como e fácil fazer estas pequenas mudanças e logo vai ser o
beneficiário de um estilo de vida mais saudável.

Um estilo de vida ativo:

• E um fator importante na prevencao de doencas;


• Promove bem-estar e autoestima mais positiva;
• Oferece oportunidade para um melhor relacionamento social.

OBESIDADE

Podemos observar facilmente que nas últimas décadas o aumento de doenças crônicas e
complicações metabólicas cresceram de forma alarmante, e entre os principais fatores
estão: o consumo excessivo e inapropriado de nutrientes, o aumento do comportamento
sedentário e a mudança no estilo de vida que é influenciada por fatores socioculturais,
ambientais e econômicos (SEIDELL; HALBERSTADT, 2015).

O excesso de peso é estabelecido pelo índice de massa corporal igual ou acima de


25kg/m2 e a atividade física insuficiente quando menos que 3,5 horas de exercício físico
moderado a intenso na semana. Ambos podem representar 31% de todas as mortes
prematuras, além de 59% de mortes por doenças cardiovasculares e 21% de mortes por
câncer em mulheres não fumantes (HU et al., 2004).

Uma das formas mais eficazes de tratamento para pacientes obesos, especialmente
aqueles com excesso de gordura abdominal, é a prática de exercícios físicos, pois além de
provocar uma mudança no estilo de vida e reduzir risco de mortes, resulta em diminuição
da circunferência da cintura (adiposidade visceral) e nível de TG circulantes (gordura
ectópica) e, consequentemente, risco cardiometabólico melhorado (DESPRÉS, 2012).

Existem evidências muito sólidas que comprovam que o excesso de gordura depositada na
região intra-abdominal apresenta risco aumentado de eventos cardiovasculares, disfunções
metabólicas e mortalidade precoce. Também se sabe que a gordura depositada nesta
região está relacionada ao maior quadro inflamatório e este potencializa os riscos à saúde.
A prática de exercício físico pode contribuir para reversão deste quadro, pois facilita o
metabolismo deste tecido adiposo aumentado. Atividades realizadas em intensidades
moderadas a elevadas são as que apresentam melhores benefícios e devem ser,
preferencialmente aeróbias, mas os exercícios resistidos e combinados também podem
apresentar resultados positivos.

DIABETES

O exercício físico é um dos pilares do tratamento da Diabetes. Assim, o combate à


inatividade física tem impacto bastante significativo tanto na melhora do controle glicêmico
quanto na melhora de certas comorbidades, como excesso de peso, hipertensão arterial,
dislipidemia, risco cardiovascular, insônia, entre outras (SBD 2017/2018).

Diabéticos apresentam menor condição aeróbica, menos força muscular e menos


flexibilidade do que seus pares da mesma idade e sexo sem a doença. Essa menor
capacidade, decorrente das alterações metabólicas e suas consequências, assim como a
menor capilarização tipicamente observada nos diabéticos, podem ser contrabalanceadas
com o exercício físico. Desse modo, diabéticos fisicamente ativos e/ou em boa condição
aeróbica apresentam melhor prognóstico do que aqueles inativos e/ou com baixa condição
aeróbica.

O exercício físico age de maneira específica sobre a resistência insulínica,


independentemente do peso corporal. Indivíduos fisicamente mais ativos têm níveis mais
baixos de insulina circulante, melhor ação em receptores e pós-receptores de membrana,
melhor resposta de transportadores de glicose, maior capilarização nas células musculares
esqueléticas e melhor função mitocondrial, quando comparados com indivíduos menos
ativos, independentemente do peso e do índice de massa corporal. O diabetes reduz a
expectativa de vida em 5 a 10 anos e aumenta o risco de doença arterial coronariana
(DAC) em 2 a 4 vezes.

O exercício é um forte aliado na predição desse risco nos diabéticos, assim como na sua
redução por meio da prática regular (YARDLEY, 2014).

O treinamento aeróbico (TA) eleva a captação da glicose sanguínea para os músculos por
mecanismos não dependentes de insulina, envolvendo o transportador de glicose (GLUT4),
proteína transportadora da glicose muscular ativada pela contração muscular. Assim, o TA
facilita o metabolismo glicídico e sua eficiência, melhorando a regulação glicêmica, o que
pode ser observado pelas menores concentrações basal e pós-prandial de insulina, bem
como pela redução da hemoglobina A1c (HbA1c) nos diabéticos fisicamente ativos, em
relação aos sedentários (LIN, 2015; SCHELLENBERG, 2013).

Para o controle glicêmico, o treinamento combinado é superior a qualquer tipo de


treinamento realizado sozinho (JELLEYMAN et al., 2015). Ambos, treinamento aeróbico e
de força, promovem adaptações no músculo esquelético, tecido adiposo e fígado associado
a uma melhor ação da insulina, mesmo sem perda de peso (BACCHI et al., 2013).

O diabético só deve iniciar o exercício físico se a glicemia estiver > 100 mg/ dL, porém
qualquer diabético que aplica insulina só deve começar o exercíciofísico quando a glicemia
estiver acima de > 150 mg/dL (SANTOS, 2017).
HIPERTENSÃO ARTERIAL

No Brasil, estima-se que a hipertensão arterial atinja 32,5% dos indivíduos adultos (18 anos
de idade ou mais), proporção que se eleva a mais de 60% dos adultos idosos (> 60 anos),
contribuindo direta ou indiretamente para 50% das mortes por doença cardiovascular
(SCALA, MAGALHÃES, MACHADO, 2015).

A terapia medicamentosa é, em grande parte dos casos de hipertensão, necessária.


Todavia, outras estratégias são capazes de potencializar a eficácia do tratamento, devendo
ser consideradas em todas as idades. Dentre elas, podem ser citadas modificações no
estilo de vida, como hábitos dietéticos e a prática de atividades físicas (CHOBANIAN et al.,
2003; ACSM, 2018). Há muito
se aceita que o risco de hipertensão aumenta consideravelmente entre indivíduos
sedentários e que, por outro lado, o treinamento físico regular é capaz de reduzir e prevenir
a elevação dos níveis tensionais (DIAZ, SHIMBO, 2013; PESCATELLO, MACDONALD,
JOHNSON, 2015; ACSM, 2018).

No que diz respeito às mudanças no estilo de vida, destacam-se a prática de exercícios,


redução da massa corporal, menor ingestão de sódio, moderação no consumo de álcool e
suspensão do tabagismo (HACKAM et al., 2010; MANCIA et al., 2013; PIEPOLI et al.,
2016; LEUNG et al., 2017; WHELTON et al., 2018).

A prática regular de exercícios físicos é reconhecida como efetiva (Evidência Nível 1),
reduzindo não somente a pressão arterial, mas agindo diretamente na redução e controle
de diversos fatores de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares de
maneira geral (CHOBANIAN et al., 2003; BROOK et al., 2013; PESCATELLO;
MACDONALD; JOHNSON, 2015; WHELTON et al., 2018).

Em qualquer caso, a prescrição de exercícios físicos é norteada por um conjunto de


variáveis que devem ser adequadamente combinadas para obtenção dos efeitos
desejados. A aplicação coerente desse conjunto de variáveis tem sido denominada de
princípio FITT (ACSM, 2018).

RESPIRATÓRIOS

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) caracteriza-se pela presença de obstrução


do fluxo aéreo que não é totalmente reversível. A obstrução do fluxo aéreo é comumente
progressiva e está associada à resposta inflamatória anormal dos pulmões, devido à
inalação de partículas ou gases tóxicos, causada primariamente pelo tabagismo, os quais
podem levar ao acúmulo principalmente de macrófagos, neutrófilos e linfócitos T (sobretudo
CD8). Essas
células inflamatórias, quando ativadas, liberam vários mediadores (leucotrieno B4,
interleucina 8, fator de necrose tumoral alfa, entre outros), que são capazes de lesar
estruturas pulmonares e manter a inflamação neutrofílica (GLOBAL STRATEGY FOR THE
DIAGNOSIS, MANAGEMENT, AND PREVENTION OF CHRONIC OBSTRUCTIVE LUNG
DISEASE - GOLD, 2017).
O tratamento da DPOC deve ser individualiazado de acordo com a gravidade da doença e
modificado conforme a resposta. Deve abranger além das medidas farmacológicas as
medidas gerais e de prevençao (de OCAL et al., 2016). Dentre as medidas gerais e de
prevenção destacam-se como forma de tratamento: medidas educacionais, de cessação do
tabagismo, evitar exposição à fumaça da biomassa, vacinação contra influenza e
pneumococo, suporte nutricional e a realização de exercício físico (PARK et al., 2013; van
REMOORTEL et al., 2013; BOSSENBROEK et al., 2011; VORRINK et al., 2011; GARCIA-
RIO et al., 2009; PITTA et al., 2008;).

A reabilitação pulmonar (RP) por meio dos exercícios físicos vem sendo reconhecida como
fator relevante no tratamento de pacientes com DPOC, tendo como objetivo a manutenção
do estado físico dos pacientes e possibilitando maior controle de eventuais complicações
respiratórias e sistêmicas.

OSTEOPOROSE

O envelhecimento populacional é uma constante, caracterizada pela diminuição das


capacidades físicas e das funções fisiológicas, entre elas: a força muscular, massa óssea e
qualidade de vida (QV), que embora, haja avanços tecnológicos nas áreas da estética, da
nutrição, dos exercícios e dos medicamentos, ele permanece real e inevitável (FILHO et al.,
2011).

Os órgãos oficiais de saúde como o Ministério da Saúde (BRASIL, 2014), a Sociedade


Brasileira de Densitometria Clínica (BRANDÃO et al., 2009) e outros pesquisadores
(GUERRA; PRADO, 2010; KIM et al., 2013) consideram distintos os fatores de risco, que
associados, convergem para o desencadeamento da Osteoporose, entre eles: fatores
genéticos, idade, baixo peso, sexo feminino, fatores ambientais como (tabagismo e
consumo abusivo de álcool), inatividade física, que interfere na autonomia funcional e
também potencializa a sarcopenia, da baixa ingestão de Ca+, além de doenças que
necessitam do
consumo de drogas, como o glicorticoides, que interfere no metabolismo da massa óssea.

Osteoporose é um problema de saúde pública que associa fatores genéticos com hábitos
de vida, merecendo atenção dos programas de saúde e instituições de ensino superior,
pois é preciso evidenciar as questões referentes a fatores de risco, avaliação e prescrição
de EF na formação profissional das áreas de atenção básica como um pré-requisito para
avaliação
controle e tratamento da baixa DMO (TUCKER et al., 1999; DRIGO, CESANA; SILVA,
2016).

PARKISON

A Doença de Parkinson (DP) é conhecida como uma doença crônica, degenerativa e


progressiva que não apresenta cura. Ela é a segunda doença neurodegenerativa mais
prevalente na população mundial, afetando aproximadamente 1% da população idosa (XU;
PARK; BLAIR, 2010).

A prevenção da DP tem alta relevância para a sociedade, uma vez que isso pode reduzir
gastos e melhorar a qualidade de vida. Apesar de não existir uma fórmula clara para a
prevenção da DP, a literatura é consistente em afirmar que o exercício físico regular tem a
capacidade de reduzir o risco de ocorrência da doença.

Uma sessão de exercício físico promove benefícios imediatos em pessoas com DP. Os
principais benefícios encontrados após uma sessão de exercício físico foram na redução do
tremor em repouso, melhora da bradicinesia, aumento na frequência de exercícios
coordenativos, melhora da locomoção e menor tempo em tarefas de raciocínio lógico
(RIDGEL et al., 2011; RIDGEL; VITEK; ALBERTS, 2009).
A saúde é um dos nossos atributos mais preciosos. Mesmo assim, a maioria das pessoas
só pensa em manter ou melhorar a saúde quando esta se acha ameaçada mais seriamente
e os sintomas de doenças são evidentes.

Qualidade de vida é a percepção de bem-estar resultante de um conjunto de parâmetros


individuais e socioambientais, modifi cáveis ou não, que caracterizam as condições em que
vive o ser humano.

ESTILO DE VIDA ➟ conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, os valores e as


oportunidades na vida das pessoas

Além de melhor qualidade de vida, estudos longitudinais têm demonstrado que a


expectativa de vida para indivíduos com bons hábitos de saúde pode ser também mais
longa: em média, +11 anos entre homens e +7 anos entre mulheres.

Atividade física e aptidão física têm sido associadas ao bem-estar, à saúde e à qualidade
de vida das pessoas em todas as faixas etárias, principalmente na meia-idade e na velhice,
quando os riscos potenciais da inatividade se materializam, levando a perda precoce de
vidas e de muitos anos de vida útil.

Baixa Aptidão Cardiorrespiratória


Baixa Aptidão Cardiorrespiratória: Implicações para a saúde:

„. Baixa capacidade de trabalho


„. Fadiga prematura no trabalho e lazer
„. Maior risco de doenças cardiovasculares

Pouca Mobilidade (flexibilidade reduzida):Implicações para a Saúde:


„. Problemas posturais
„. Limitada participação em atividades esportivas/recreativas
„. Maiores riscos de lesões musculares e articulares
„. Dores lombares

Existem muito poucas pessoas idosas que sejam obesas. A mera observação mostra que
as pessoas obesas tendem a viver menos, e isto é confirmado pelos estudos científicos.
Um artigo publicado na revista Lancet (2009) mostra evidências de que a longevidade
tende a ser reduzida de 2 a 4 anos em pessoas com IMC (índice de massa corporal) entre
30 e 35; para IMC entre 40 e 45, essa redução na expectativa de vida pode chegar a 10
anos (semelhante ao efeito do fumo).

As principais causas (diretas ou coadjuvantes) do aumento da massa corporal incluem:


1. Alimentação excessivamente calórica;
2. Sedentarismo;
3. Problemas psiquiátricos. A depressão, por exemplo, pode levar à compulsão por comida;
4. Doenças, como o hipotireoidismo (mal funcionamento da glândula tireoide) ou a
Síndrome de Cushin (excesso de produção de cortisona);
5. Disfunções genéticas. Em algumas pessoas, podem interferir na produção ou utilização
de substâncias que afetam a ingestão de alimentos ou a sensação de saciedade;
6. Vírus e micróbios. Dois grupos de pesquisa nos Estados Unidos investigam se esses
agentes também podem causar a obesidade;
7. Privação do sono. Um grande estudo epidemiológico com 70 mil mulheres, nos Estados
Unidos (Universidade Care Western Reserve) evidenciou que noites mal dormidas podem
afetar o metabolismo (diminuição), com a redução na produção do hormônio leptina
(responsável pela sensação de saciedade) e aumento da grelina (hormônio do apetite).

Obesidade: Implicações para a Saúde

„. Maior incidência de doenças cardiovasculares


„. Morte prematura
„. ↑ Hipertensão
„. ↑ Diabetes
„. ↑ Artrite degenerativa
„. ↑ Doenças dos rins
„. Menor resistência orgânica
„. Mais problemas posturais
„. Pior qualidade de vida

Procedimentos gerais num programa de exercícios

„. Avaliação da condição geral de saúde


„. Estabelecimento de objetivos e interesses
„. Avaliação da condição inicial
„. Escolha dos tipos de atividades adequadas
„. Estabelecimento da dosagem inicial
„. Desenvolvimento das sessões
„. Registro e controle das atividades
„. Avaliação periódica

estilo de vida ativo pode:

„. Reduzir o risco de morte prematura por todas as causas;


„. Reduzir o risco de morte por doenças cardíacas;
„. Reduzir o risco de desenvolver diabetes;
„. Reduzir o risco de desenvolver hipertensão;
„. Ajudar no controle da pressão arterial em pessoas hipertensas;
„. Reduzir a sensação de depressão e ansiedade;
„. Manter a autonomia e a independência do idoso;
„. Auxiliar no controle de peso corporal;
„. Auxiliar no desenvolvimento e manutenção de ossos, músculos e articulações
Saudáveis;
„. Ajudar indivíduos idosos a manter a força muscular e o equilíbrio,
dando-lhes mobilidade e reduzindo as quedas;
„. Promover o bem-estar psicológico e a autoestima.
A definição mais famosa - e, indubitavelmente, ainda a mais influente-do que é saúde é a
da Organização Mundial de Saúde (OMS).1 A definição surgiu no prefácio de sua
constituição, em 1948: A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social,
e não a mera ausência de doenças". O Bem-estar é um enfoque à saúde pessoal que
enfatiza a responsabilidade de cada indivíduo pelo bem-estar por meio da prática de
hábitos de um estilo de vida que promova a saúde. Em outras palavras, o bem-estar é um
conceito abrangente que incentiva bons hábitos saudáveis a fim de melhorar a qualidade
de vida e reduzir o risco de doenças prematuras.

Exercício físico não é um sinônimo de atividade física, tratasse de uma subcategoria desta.
O exercício é atividade física planejada, estruturada, repetida e com o propósito de
melhorar ou manter o condicionamento físico.

O condicionamento físico é a capacidade de realizar trabalhos musculares de forma


satisfatória. 0 American College of Sports Medicine propôs que condicionamento é a
habilidade de realizar atividades físicas em níveis moderados a intensos sem apresentar
fadiga indevida e a capacidade de manter esta habilidade por toda a vida".

A tendência atual nas recomendações de políticas públicas é a de enfatizar o


desenvolvimento dos elementos do condicionamento físico relacionado à saúde.

A resistência cardiorrespiratória pode ser definida como a capacidade dos sistemas


respiratório e circulatório de suprir oxigênio durante atividade física prolongada. Segundo o
American College of Sports Medicine, a resistência cardiorrespiratória é considerada como
relacionada à saúde, pois, quando em níveis baixos, está sistematicamente ligada a um
aumento acentuado de mortes prematuras por todas as causas, em especial por doenças
cardíacas.

A composição corporal se refere às quantidades relativas de tecidos adiposos e magros, ou


massa livre de gordura (p. ex. músculo, osso e água). O peso corporal pode ser
simplesmente subdividido em dois componentes: o peso em gordura (o peso do tecido
adiposo) e o peso livre de gordura (o peso do tecido magro restante). O percentual de
gordura corporal, que é a porcentagem do peso total representada pela gordura, é o índice
mais utilizado para avaliar a composição corporal de uma pessoa.

O condicionamento musculoesquelético possui três componentes: flexibilidade, força


muscular e resistência muscular. A flexibilidade é a capacidade funcional das articulações
de se moverem por uma amplitude máxima de movimento. A força muscular está
relacionada à capacidade dos músculos de exercer tensão. A resistência muscular está
relacionada à capacidade do músculo de continuar a executar movimentos sem fadiga.
O benefício ou risco dos exercícios ao coração depende de quem é a pessoa. Para a
grande maioria, exercitar-se de maneira regular reduz o risco de doenças cardíacas pela
metade em comparação às pessoas fisicamente inativas. Contudo, para aqueles que já
apresentam
Alto risco de doenças cardíacas, exercícios intensos podem desencadear ataques
cardíacos fata.

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