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Brasília – DF
2021
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Brasília
2021
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Prof. Dr. Nefi Cordeiro
Orientador
Direito – UCB
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Prof. (titulação). (nome do membro da banca)
(Curso/Programa) – (sigla da instituição)
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Prof. (titulação). (nome do membro da banca)
(Curso/Programa) – (sigla da instituição)
Brasília
2021
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5
2. CONCEITO DAS PESSOAS JURÍDICAS, DA RESPONSABILIDADE PENAL E
DO MEIO AMBIENTE ................................................................................................ 6
3. CONTEXTO JURISPRUDENCIAL, DOUTRINÁRIO E A LEI 9.605/98 ............... 8
3.1 DA JURISPRUDÊNCIA E A DUPLA IMPUTAÇÃO .............................................. 8
3.2 ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO E A LEI 9.605/98 ......................................... 10
4. ANÁLISE E COMPARAÇÃO DE CASO CONCRETO ...................................... 11
4.1 DO DESASTRE EM BRUMADINHO - MG ......................................................... 11
4.1.2 DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL E A RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS
12
4.1.3 DOS CRIMES AMBIENTAIS ........................................................................... 13
4.2 DO DESASTRE NO GOLFO DO MÉXICO - EUA .............................................. 14
4.3 COMPARAÇÃO BRUMADINHO - MG E GOLFO DO MÉXICO - EUA............... 14
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 15
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 17
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1. INTRODUÇÃO
Desta forma, se extrai que o meio ambiente se trata de uma condição que visa
garantir direitos coletivos e difusos. Tendo em vista o notório crescimento de crimes
ambientais cometidos por entes jurídicos, a Lei 9.605/98 em seu art. 3° caput e
parágrafo único trouxe inovação que impõe sanções penais e administrativas para
estas pessoas jurídicas quando lesarem o meio ambiente.
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e
penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja
cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu
órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Ressalta-se que nem sempre foi assim, pois antigamente os primeiros julgados
versavam sobre a indispensável presença de uma pessoa física na denúncia para que
fosse possível materializar a conduta. O Superior Tribunal de Justiça defende que a
culpabilidade está ligada a uma responsabilidade social, ou seja, em se tratando da
pessoa jurídica deve estar de acordo com a vontade do administrador, pois este age
representando o ente e reflete também os seus interesses, ou seja, ambas devem
ser denunciadas. Vejamos:
[...] III. A responsabilização penal da pessoa jurídica pela prática de delitos
ambientais advém de uma escolha política, como forma não apenas de
punição das condutas lesivas ao meio-ambiente, mas como forma mesmo de
prevenção geral e especial.
IV. A imputação penal às pessoas jurídicas encontra barreiras na suposta
incapacidade de praticarem uma ação de relevância penal, de serem
culpáveis e de sofrerem penalidades.
V. Se a pessoa jurídica tem existência própria no ordenamento jurídico e
pratica atos no meio social através da atuação de seus administradores,
poderá vir a praticar condutas típicas e, portanto, ser passível de
responsabilização penal.
VI. A culpabilidade, no conceito moderno, é a responsabilidade social, e
culpabilidade da pessoa jurídica, neste contexto, limita-se à vontade do
seu administrador ao agir em seu nome e proveito.
VII. A pessoa jurídica só pode ser responsabilizada quando houver
intervenção de uma pessoa física, que atua em nome e em benefício do
ente moral.
VIII. "De qualquer modo, a pessoa jurídica deve ser beneficiária direta ou
indiretamente pela conduta praticada por decisão do seu representante legal
ou contratual ou de seu órgão colegiado."
IX. A atuação do colegiado em nome e proveito da pessoa jurídica é a
própria vontade da empresa. A co-participação prevê que todos os
envolvidos no evento delituoso serão responsabilizados na medida se
sua culpabilidade.
X. A Lei Ambiental previu para as pessoas jurídicas penas autônomas de
multas, de prestação de serviços à comunidade, restritivas de direitos,
liquidação forçada e desconsideração da pessoa jurídica, todas adaptadas à
sua natureza jurídica.
XI. Não há ofensa ao princípio constitucional de que "nenhuma pena passará
da pessoa do condenado...", pois é incontroversa a existência de duas
pessoas distintas: uma física - que de qualquer forma contribui para a prática
do delito - e uma jurídica, cada qual recebendo a punição de forma
individualizada, decorrente de sua atividade lesiva.
XII. A denúncia oferecida contra a pessoa jurídica de direito privado deve ser
acolhida, diante de sua legitimidade para figurar no pólo passivo da relação
processual-penal.(...)
Dito isto, após denúncia do MPMG, de acordo com a última atualização sobre
o caso postada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais no dia 28 de junho
de 2020, o processo ainda está em fase de apuração e “[...] produção de provas
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília,DF: Senado Federal: 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 18 de
out.. de 2020.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.Dispõe sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências. Brasília, DF. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 18 de out. de 2020.
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais
e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá
outras providências. Brasília, DF. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm. Acesso em: 18 de out. de 2020.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n. 564960. CRIMINAL.
CRIME AMBIENTAL PRATICADO POR PESSOA JURÍDICA.
RESPONSABILIZAÇÃO PENAL DO ENTE COLETIVO. POSSIBILIDADE.
PREVISÃO CONSTITUCIONAL REGULAMENTADA POR LEI FEDERAL. OPÇÃO
POLÍTICA DO LEGISLADOR. FORMA DE PREVENÇÃO DE DANOS AO MEIO-
AMBIENTE. CAPACIDADE DE AÇÃO. EXISTÊNCIA JURÍDICA. ATUAÇÃO DOS
ADMINISTRADORES EM NOME E PROVEITO DA PESSOA JURÍDICA.
CULPABILIDADE COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL. CO-
RESPONSABILIDADE. PENAS ADAPTADAS À NATUREZA JURÍDICA DO ENTE
COLETIVO. RECURSO PROVIDO[...]. Rel. Min. Gilson Dipp. Brasília, DF, 2 de junho
de 2005. Diário da Justiça, 13 de junho de 2005. Disponível
em:https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27RE
SP%27.clap.+e+@num=%27564960%27)+ou+(%27RESP%27+adj+%27564960%2
7.suce.))&thesaurus=JURIDICO&fr=veja. Acesso em: 20 de out. 2020.
de-r-250-milhoes-em-multas-ambientais.ghtml?__twitter_impression=true.Acesso
em: 18 out. 2020.
FREITAS, Vladimir Passos de; FREITAS, Gilberto Passos de. Crimes contra a
natureza. 9. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: volume 4 - responsabilidade
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THOMÉ, Romeu. Manual de Direito Ambiental. 5. ed. rev., ampl. e atual. Salvador -
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VENOSA. Sílvio de Salvo. Direito Civil: parte geral. São Paulo: Atlas , 2015.