Você está na página 1de 5

..EMEN: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO.

ENGENHEIRO MECÂNICO DA USIMINAS. AUSÊNCIA DE ENQUADRAMENTO. APLICAÇÃO DO


PRINCÍPIO DA ISONOMIA. EXERCÍCIO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS. LEI 9.032/95. CESSAÇÃO DA
PRESUNÇÃO DE INSALUBRIDADE. REVOGAÇÃO. RECURSO IMPROVIDO. 1. É assente na
jurisprudência deste Superior Tribunal que a ausência do enquadramento da função
desempenhada pela parte autora não torna inviável a concessão de aposentadoria especial,
vez que o rol das atividades inscritas no Regulamento da Previdência Social é meramente
elucidativo. 2. Verifica-se dos autos que o aresto impugnado, em atenção ao princípio
constitucional da isonomia, estendeu aos autores, ora recorridos, o mesmo tratamento
assegurado aos engenheiros metalúrgicos e reconheceu como perigosas, insalubres ou
penosas as atividades desempenhadas pelos engenheiros mecânicos, não obstante a
inexistência de seu enquadramento nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79. 3. O entendimento
prevalente nesta Corte de Justiça é no sentido de que a conversão em comum do tempo de
serviço prestado em condições especiais, para fins de concessão de aposentadoria, é permitida
nos termos da legislação vigente à época em que exercida a atividade especial, desde que
anterior a 28/5/98, conforme previsto no art. 28 da Lei 9.711/98. 4. A Terceira Seção deste
Superior Tribunal, no âmbito da Quinta e da Sexta Turma, consolidou o entendimento de que o
período de trabalho exercido em condições especiais em época anterior à Lei 9.528/97 não
será abrangido por tal lei, em respeito ao direito adquirido incorporado ao patrimônio do
trabalhador. A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições especiais
obedecerá ao disposto na legislação em vigor na época da prestação do serviço. 5.
Independentemente de a atividade constar do Regulamento da Previdência Social, a sentença
e o acórdão reconheceram que a parte autora, ora recorrida, sempre trabalhou sob exposição
de agentes nocivos, de forma habitual e permanente, o que implica a correta incidência do
enunciado sumular nº 198 do extinto TFR. 6. In casu, o tempo de serviço laborado pelos
segurados na condição de engenheiros mecânicos até a edição da Lei 9.032/95 deve ser
enquadrado como especial, descrito no código 2.1.1 do Anexo II do Decreto 83.080/79. Após,
restou cessada a presunção de insalubridade/periculosidade, passando a ser exigida a
comprovação do tempo de serviço permanente em condições especiais que prejudiquem a
saúde ou a integridade física. 7. Recurso especial a que se nega provimento. ..EMEN:

(RESP 200501491167, ARNALDO ESTEVES LIMA, STJ - QUINTA TURMA, DJ DATA:10/04/2006


PG:00289 ..DTPB:.)

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO


ESPECIAL EM COMUM. ENQUADRAMENTO. ENGENHEIRO. 1. Condições especiais. As
condições especiais de trabalho demonstram-se: a) até 28/04/1995, pelo enquadramento
profissional, ou mediante formulários da própria empresa ou laudos técnicos; b) a partir de
28/04/1995, por formulários próprios (SB-40 e DSS-8030, padronizados pelo INSS),
preenchidos pela empresa, ou mediante laudo; c) a partir de 14/10/1996, por Laudo Técnico
de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT), expedido por médico do trabalho ou
engenheiro de segurança do trabalho, devendo as empresas, desde então, elaborar e manter
Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) das atividades desenvolvidas pelos trabalhadores. 3.
A exposição ao agente nocivo. Para a demonstração da permanência e habitualidade da
atividade insalubre não é necessária a exposição ao agente agressivo durante toda a jornada
laboral, mas apenas o exercício de atividade, não ocasional, nem intermitente, que o exponha
habitualmente a condições especiais, prejudiciais à sua saúde ou integridade física, o que
restou devidamente demonstrado nos autos (TRF1 AC200238000348287, Juiz Federal Itelmar
Raydan Evangelista, 07/10/08). 4. É possível o reconhecimento do exercício de atividade
nociva em período anterior à edição da legislação que instituiu a aposentadoria especial e a
especialidade de atividade laboral (AgRg no REsp 1015694/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA
DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 16/12/2010, DJe 01/02/2011), bem como
continua válida a conversão de tempo de serviço especial para comum mesmo após 1998
(Resp 1.151.363/MG- representativo de controvérsia). 5. Prova dos autos e tempo a ser
convertido. Estando comprovado o exercício de atividade profissional pelo autor de
engenheiro mecânico, o tempo de serviço especial foi demonstrado pelo enquadramento
profissional, constante do item 2.1.1 do Quadro Anexo do Decreto nº 53.831/64, deve ser
reconhecido o efetivo trabalho em condições especiais nos períodos de 19.07.1971 a
08.10.1974, 10.10.1974 a 17.04.1975, 01.05.1975 a 30.09.1977, 10.10.1977 a 07.07.1980 e
06.02.1986 a 31.03.1991, com a conversão em tempo comum. 6. Os Anexos contidos tanto no
Decreto 83.080/79 quanto na legislação posterior não se constituem em rol exaustivo, sendo
cabível a analogia para o enquadramento de atividades que muito se aproximam daquelas
descritas no decreto. Assim, embora a categoria profissional de engenheiro civil não esteja
relacionada expressamente no Decreto nº 83.080 /79, o seu caráter especial, conferido pelo
Decreto nº 53.831 /64, deve ser estendido até a vigência da Lei nº 9.032, de 28/04/1995,
impondo-se a aplicação do critério de presunção legal por grupo profissional para a
caracterização de natureza insalubre da atividade para fins de aposentadoria especial. 7.
Apelação do INSS desprovida.

(AC 2007.34.00.027543-9, JUIZ FEDERAL AILTON SCHRAMM DE ROCHA, TRF1 - PRIMEIRA


TURMA, e-DJF1 DATA:21/01/2016 PAGINA:.)

PREVIDENCIÁRIO. EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. SERVIDOR PÚBLICO. EX-


CELETISTA. ATIVIDADE ESPECIAL. ENGENHEIRO CIVIL. ENGENHEIRO MECÂNICO.
ENQUADRAMENTO PROFISSIONAL. DEFERIMENTO DO PEDIDO. 1. O cômputo do tempo de
serviço para fins previdenciários deve observar a legislação vigente à época da prestação
laboral, tal como disposto no § 1º, art. 70 do Decreto nº 3.048/99, com redação do Decreto nº
4.827/03. 2. O servidor público, ex-celetista, tem direito à contagem especial de tempo de
serviço exercido em condições insalubres ou perigosas, nos termos da legislação previdenciária
da época da prestação do serviço, e sua conversão em tempo comum, com expedição da
certidão de tempo de serviço para fins de benefício de aposentadoria estatutária. Precedentes.
3. Reconhecimento do tempo de serviço especial exercido por engenheiro civil e engenheiro
mecânico por enquadramento profissional e direito à conversão em tempo comum pelo fator
1,4 para os autores do sexo masculino e pelo fator 1,2 para a demandante Amélia Diniz.
Concessão de certidão de tempo de serviço prestado como celetista aos autores. 4. Redução
dos honorários advocatícios para R$1.000,00 (mil reais), nos termos do art. 20, §4º do CPC,
ante a baixa complexidade da causa. 5. Apelação do INSS parcialmente provida.
(AC 2004.38.00.034132-2, JUIZ FEDERAL MÁRCIO JOSE DE AGUIAR BARBOSA, TRF1 - 1ª
CÂMARA REGIONAL PREVIDENCIÁRIA DE MINAS GERAIS, e-DJF1 DATA:09/12/2015 PAGINA:.)

PREVIDENCIÁRIO. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO. ENGENHEIRO MECÂNICO. EXERCÍCIO


EM CONDIÇÕES ESPECIAIS. POSSIBILIDADE. FATOR DE CONVERSÃO. UM VÍRGULA QUATRO. 1.
O Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento no sentido de que o período de
trabalho exercido em condições especiais em época anterior à Lei 9.528/97 não será abrangido
por tal lei, em respeito ao direito adquirido incorporado ao patrimônio do trabalhador. A
caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições especiais obedecerão ao
disposto na legislação em vigor à época da prestação do serviço. 2. A profissão de engenheiro
mecânico, conforme certidão do CREA/MG, permite o enquadramento por grupo profissional
no quadro a que se refere o art. 2o do Decreto 53.831/64, sob o código 2.1.1., o que elide
qualquer dúvida quanto à natureza especial das atividades exercidas pelos apelados. 3. O fator
de conversão do tempo de serviço é uma relação de proporcionalidade entre o tempo de
serviço necessário para que o segurado possa se aposentar, 25 (vinte e cinco) anos para
aposentadoria especial, tendo em vista a atividade a que se refere estes autos, e 35 (trinta e
cinco) anos e 30 (trinta) anos para aposentadoria comum do homem e da mulher,
respectivamente. 4. No presente caso, não se trata de aplicação do fator vigente na data da
prestação do serviço, mas daquele vigente na data da inativação, pois os multiplicadores que
ajustam o tempo comum de 35 anos para o homem e 30 anos para a mulher aos 25 anos
especiais são 1,4 e 1,2, respectivamente (Decreto 2.172, de 5 de março de 1997). 5. Apelação e
remessa oficial a que se dá parcial provimento.

(AC 2006.38.00.022061-1, JUIZ MARCOS AUGUSTO DE SOUSA (CONV.), TRF1 - PRIMEIRA


TURMA, e-DJF1 DATA:29/03/2011 PAGINA:44.)

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – ATIVIDADE DE ENGENHEIRO


MECÂNICO NÃO RECONHECIDA COMO ESPECIAL PELA TURMA RECURSAL DE ORIGEM, AINDA
QUE PARA PERÍODO ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI 9.032/95 – ENTENDIMENTO DIVERGENTE
AO DESTA CORTE UNIFORMIZADORA – PEDILEF 0502810-85.2007.4.05.8400 –
ENQUADRAMENTO ANALÓGICO DAQUELA PROFISSÃO A OUTRAS ENGENHARIAS CONSTANTES
NO CÓDIGO 2.1.1, DO ANEXO AO DECRETO Nº 53.831/64 – PEDILEF CONHECIDO E PROVIDO
VOTO Trata-se de incidente de uniformização nacional suscitado pela parte ora requerente,
pretendendo a reforma de acórdão oriundo de Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais
da Seção Judiciária do Rio Grande do Sul que, mantendo a sentença, rejeitou o
reconhecimento de período de trabalho especial. A Turma Recursal de origem não reconheceu
a especialidade do período laboral sob os seguintes fundamentos: Quanto ao período de
27/12/1976 a DER, o PPP (Evento 15, PROCADM1) informa o cargo de engenheiro mecânico
pesquisador, encarregado de coordenar atividades de aferição de equipamentos, ensaios
mecânicos, vistorias e recebimento de materiais de saneamento. Não foram informados
agentes nocivos. E a CIENTEC informou que não havia nenhum contato com produtos
químicos. A jurisprudência afirma que é possível enquadrar a atividade de engenheiro
mecânico às atividades de engenheiro civil, de minas, metalúrgico, eletricista e químico,
porém, não há obrigatoriedade dessa equiparação. A aplicação do tratamento isonômico
depende da constatação de que sejam perigosas, insalubres ou penosas as atividades
desempenhadas, situação que, no caso concreto, não se verificou. E, que não se fale em
cerceamento de defesa, pois tenho que o pedido de realização de audiência para comprovação
das condições especiais de trabalho enfrentadas pelo autor é incabível, porquanto tal meio de
prova é inadmissível para a comprovação de tempo especial, matéria de cunho técnico e não
fático. Isto porque o juízo pronunciado por testemunhas é vinculado à narração de fatos e não
sobre conceitos e caracteres técnicos a serem apreciados no feito. Ademais, há expressa
vedação no inciso II do artigo 400 do CPC à prova testemunhal cujo objeto devesse ser
provado por perícia. Guarnecendo os autos com paradigmas do e. STJ e desta Casa, o
requerente postula a anulação da decisão da Turma Recursal para se manifestar sobre o
pedido de anulação da sentença a fim de permitir a produção da prova testemunhal ou,
entendendo por julgar o mérito da ação, reconhecer o direito ao enquadramento do período
de 27/12/1976 a 28/04/1995 como especial, por similaridade de sua atividade (engenheiro
mecânico) às engenharias constantes nos Decretos nº 53.831/64 e 83.080/79. Relatei. Passo a
proferir o VOTO. Está pacificado na jurisprudência que o rol de atividades constante dos
regulamentos da previdência social é exemplificativo. Nesse contexto, esta Turma Nacional já
se pronunciou que a profissão do requerente, qual seja, a de engenheiro mecânico "é bastante
semelhante à dos engenheiros metalúrgicos, expressamente classificada como insalubres.
Dessa forma, a atividade de engenheiro mecânico pode ser enquadrada por analogia no código
2.1.1 do Anexo II do Decreto nº 83.080/79 até 28/4/1995" (PEDILEF 05028108520074058400,
JUIZ FEDERAL ROGÉRIO MOREIRA ALVES, TNU, DOU 06/07/2012.). Ora, antes do advento da
Lei nº 9.032/95, existia a presunção absoluta de exposição a agentes nocivos em relação às
categorias profissionais relacionadas na legislação previdenciária (notadamente nos anexos I e
II do Decreto 83.080/79 e anexo do Decreto 53.831/64). Então, para os grupos profissionais ali
relacionados havia a presunção de exposição ficta e, se a atividade não estivesse dentre as
elencadas, teria de ser feita a comprovação através de formulários. Se, como esta Casa já
reconheceu, a categoria profissional de engenheiro mecânico é análoga àquelas elencadas no
código 2.1.1 do anexo ao Decreto nº 53.831/64, impõe-se igualmente reconhecer a presunção
iuris et de iure daquela atividade até 28/04/1995, dia imediatamente anterior à vigência da Lei
nº 9.032/95. Ante o exposto, VOTO por CONHECER e DAR PROVIMENTO ao PEDILEF, para o fim
de determinar ao INSS que proceda a averbação, como tempo de trabalho especial, o período
compreendido entre 27/12/76 a 28/04/95, época em que o autor trabalhou na FUNDAÇÃO
CIÊNCIA E TECNOLOGIA (CNPJ 92.816.685/0001-67), exercendo a atividade de engenheiro
mecânico. Com essa alteração, deverá a autarquia previdenciária recalcular a nova Renda
Mensal Inicial (RMI), bem como pagar os atrasados desde D.E.R do pedido de aposentadoria
por tempo de contribuição (27/12/2011), notadamente porque toda a documentação
necessária ao reconhecimento da especialidade daquele período já constava do respectivo
processo administrativo. Correção monetária a ser calculada de acordo com o Manual de
Cálculos do CJF e juros de mora de conformidade com o artigo 1º-F da Lei 11.960/09. Publique-
se. Registre-se. Intime-se.

(PEDILEF 50128195220124047100, JUIZ FEDERAL WILSON JOSÉ WITZEL, TNU, DOU 09/10/2015
PÁGINAS 117/255.)

Você também pode gostar