Você está na página 1de 232

PLANO ESTADUAL

DE RECURSOS
HÍDRICOS

Fonte: SEMA, 2010

MARÇO DE
2011
RELATÓRIO FINAL

PRODUTO 7

CONTRATO Nº 089/2010 SEMA/CON&SEA LTDA


Plano Estadual de Recursos Hídricos

GOVERNO DO ESTADO DO ACRE

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE

TIÃO VIANA

GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE

CARLOS EDEGARD DE DEUS

SECRETÁRIO DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE

MARIA MARLI FERREIRA DA SILVA

COORDENADORA DO DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E RECURSOS


HÍDRICOS

2
Coordenação e Elaboração

Antonio Ramaiana de Barros Ribeiro – Engenheiro Agrônomo – Consultor em Meio Ambiente


e Desenvolvimento

Ana Rosa Mesquita de Figueiredo – Engenheira Química – Especialista em Gestão Ambiental

Equipe Técnica

Paulo Sérgio Altieri dos Santos – Engenheiro Sanitarista – Mestre em Hidrologia e


Planejamento de Recursos Hídricos

Edinólia Maria da Silva Corrêa - Química Industrial – Especialista em Perícia


Auditoria e Gestão Ambiental

Iloé Listo de Azevedo – Geólogo

Taiguara Raiol Alencar – Geógrafo - Mestre em Gestão Ambiental e Territorial

Ana Clara Serrão Fayal – Socióloga – Mestre em Recursos Florestais

Gabriel Ferreira de Lima - Engenheiro Agrônomo - Mestre em gestão ambiental e Territorial.

Wilson José Costa Sousa - Advogado

ELABORAÇÃO:
Plano Estadual de Recursos Hídricos

SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS....................................................................................................................................5
LISTA DE FIGURAS......................................................................................................................................5
LISTA DE TABELAS.....................................................................................................................................5
SIGLAS E ABREVIATURAS.........................................................................................................................6
SIGLAS E ABREVIAÇÕES............................................................................................................................6
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................8
CAPÍTULO 1. PROGNÓSTICO DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO ACRE.......................10
1.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES..................................................................................................10
1.2. CONTEXTO DO PLANEJAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO ACRE........12
1.2.1. O PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS, AS BACIAS HIDROGRÁFICAS E AS
UNIDADES DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS.............................................................................12
1.2.2. ALGUMAS INFORMAÇÕES RETROSPECTIVAS.........................................................................18
1.2.3. PROJEÇÕES TENDENCIAIS DE DISPONIBILIDADE E DEMANDA DE ÁGUA.......................20
II. METODOLOGIA ADOTADA PARA A ELABORAÇÃO DOS CENÁRIOS.......................................23
2.1. PRINCIPAIS ATORES...........................................................................................................................26
2.2. VARIÁVEIS CONDICIONANTES DE FUTURO................................................................................26
2.3. INCERTEZAS CRÍTICAS DE CONTEXTO E SUAS HIPÓTESES....................................................27
2.4. INVESTIGAÇÃO MORFOLÓGICA.....................................................................................................28
2.5. CRITICIDADE DAS MACRO-INCERTEZAS NAS UGRH................................................................31
III. CENÁRIOS ELABORADOS..................................................................................................................35
3.1. PREMISSAS PARA ELABORAÇÃO DOS CENÁRIOS.....................................................................35
3.2. CENÁRIO I – “ÁGUAS INSUSTENTÁVEIS”.....................................................................................37
3.3. CENÁRIO II – “ÁGUAS NO LIMITE”.................................................................................................38
3.4. CENÁRIO III – “ÁGUAS SUSTENTÁVEIS”.......................................................................................39
3.5. PROJEÇÕES BASEADAS NOS CENÁRIOS GERADOS...................................................................40
IV. DIRETRIZES PARA O FUTURO..........................................................................................................48
CAPÍTULO II. PLANO DE AÇÃO...............................................................................................................51
2.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES..................................................................................................51
2.2. DIRETRIZES, METAS, PROGRAMAS E AÇÕES DO PLERH/ACRE..............................................56
2.2.1. DIRETRIZ I. IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE GESTÃO INTEGRADA DOS
RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO........................................................................................................57
2.2.2. DIRETRIZ II. CONSOLIDAÇÃO DO MARCO LEGAL E FORTALECIMENTO
INSTITUCIONAL PARA A GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS..............................77
2.2.3. DIRETRIZ III. DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E
COMUNICAÇÃO..........................................................................................................................................88
2.2.4. DIRETRIZ IV. DESENVOLVIMENTO DE MEDIDAS DE ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS
CLIMÁTICAS................................................................................................................................................93
2.3. PLANO DE INVESTIMENTOS..........................................................................................................117
2.4. SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLERH/AC............................................140
2.4.1. INDICADORES.................................................................................................................................142
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................................144
ANEXOS......................................................................................................................................................147
1. SIMULAÇÃO NUMÉRICA DA PRECIPITAÇÃO TOTAL SOBRE A AMÉRICA DO SUL (1961-
1990).............................................................................................................................................................148
2. CENÁRIOS PARA ANOMALIAS NA PRECIPITAÇÃO PARA A AMÉRICA DO SUL (2011-2040)
......................................................................................................................................................................149
3. CENÁRIOS PARA ANOMALIAS NOS DIAS CONSECUTIVOS SEM CHUVA PARA A
AMÉRICA DO SUL (2011-2040)...............................................................................................................150
4. CENÁRIOS PARA ANOMALIAS NA TEMPERATURA PARA A AMÉRICA DO SUL (2011-2040)
......................................................................................................................................................................151
5. LISTA DE VARIÁVEIS DO PNRH.......................................................................................................153
6. DESCRIÇÃO DOS CENÁRIOS DO PNRH...........................................................................................159
7.1. PROGNÓSTICO UGRH - ABUNÃ.....................................................................................................160
7.2. PROGNÓSTICO UGRH – ACRE-IQUIRI..........................................................................................168
7.3. PROGNÓSTICO UGRH PURUS.........................................................................................................178
7.4. PROGNÓSTICO UGRH ENVIRA - JURUPARI................................................................................186
7.5. PROGNÓSTICO UGRH TARAUACÁ................................................................................................193

4
Plano Estadual de Recursos Hídricos

7.6. PROGNÓSTICO UGRH JURUÁ.........................................................................................................201

5
Plano Estadual de Recursos Hídricos

LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Divisão territorial por mesorregiões, regionais e municípios

LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Regionais de Desenvolvimento do Estado do Acre.
Figura 2. Região Hidrográfica do Amazonas e sub-bacias de nível 3.
Figura 3. Percentual de desmatamento nos municípios do Estado do Acre.
Figura 4. Unidades de Gestão de Recursos Hídricos (UGRH).
Figura 5. Unidades de Gestão de Recursos Hídricos (UGRH) e as Zonas Especiais de
Desenvolvimento (ZED) e Zonas de Atendimento Prioritário (ZAP).
Figura 6 – Precipitação Total Anual
Figura 7 – Relação entre Vazão X Precipitação X Área da UGRH.
Figura 8 – Taxa de Urbanização na Região Norte.
Figura 9 – Fluxograma indicativo dos passos metodológicos da cenarização prospectiva.
Figura 10 – Criticidade da Disponibilidade de Água.
Figura 11 – Criticidade das Alterações Antrópicas.
Figura 12 – Criticidade da Gestão dos Recursos.
Figura 13 – Criticidade da Integração.
Figura 14 – Criticidade das Mudanças Climáticas.
Figura 15 – Subsistema de definição de cenários.
Figura 16 – Subsistema de projeções Quantitativas do PLERH/AC.
Figura 17 – Projeção de oferta de água em diferentes períodos.
Figura 18 – ISRH para diferentes períodos do ano.
Figura 19 – Simulações das projeções para o ISRH no período seco nos diferentes cenários:
Otimista (Águas Sustentáveis), Tendencial (Águas no Limite) e Pessimista (Águas
Insustentáveis).
Figura 20 – Simulações das projeções para o ISRH agrupada para os anos 2014, 2022 e 2030
para os cenários Otimista (Águas Sustentáveis), Tendencial (Águas no Limite) e Pessimista
(Águas Insustentáveis).
Figura 21 – Simulações das incertezas (CV%) para o ISRH agrupadas para os anos 2014, 2022 e
2030 para os cenários Otimista (Águas Sustentáveis), Tendencial (Águas no Limite) e
Pessimista (Águas Insustentáveis).
Figura 22 – Valores de ISRH para o período seco nas diferentes UGRH, no cenário Águas
Insustentáveis.
Figura 23 – Valores de ISRH para o período seco nas diferentes UGRH, no cenário Águas no
Limite.
Figura 24 – Valores de ISRH para o período seco nas diferentes UGRH, no cenário Águas
Sustentáveis.
Figura 25 – Média de precipitação diária entre os anos de 1961-1990 sobre a América do Sul, de
acordo com os modelos ETA-HadCM3.
Figura 26 – Cenários das anomalias de precipitação sobre a América de Sul projetados para o
perído de 2011-2040, de acordo com os modelos ETA-HadCM3.
Figura 27 – Cenários para dias consecutivos sem chuva sobre a América de Sul projetados para
o perído de 2011-2040, de acordo com os modelos ETA – Echam e ETA-HadCM3
Figura 28 – Cenários das anomalias de temperatura sobre a América de Sul projetados para o
perído de 2011-2040, de acordo com os modelos ETA-HadCM3.
Figura 29 – Cenários das anomalias de temperatura sobre a América de Sul projetados para o
perído de 2011-2040, de acordo com os modelos ETA-Echam.

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Projeções para disponibilidade de Água
Tabela 2 – Projeções para demanda de água (m 3/s) para cada UGRH

6
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Tabela 3 – Incertezas Críticas e suas Hipóteses. Macro-incertezas e inserção nas UGRH


Tabela 4 – Incertezas Críticas Agregadas Tematicamente com as Macro-Incertezas

7
Plano Estadual de Recursos Hídricos

SIGLAS E ABREVIATURAS
SIGLAS E ABREVIAÇÕES
AGEAC Agência Estadual Reguladora de Serviços Públicos
ANA Agência Nacional de Águas
APP Área de Preservação Permanente
CEGdRA Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais
CEMACT Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia
CIMI Conselho Indigenista Missionário
CMAI- Comissão permanente de acompanhamento, monitoramento e avaliação
PLERH/AC da implementação do Plano Estadual de Recursos Hídricos
CNARH Cadastro Nacional de Usos e Usuários de Recursos Hídricos
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente
CPI Comissão Pró Índio
CPRM Serviço Geológico do Brasil
CPTEC Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
DEPASA Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento
DERACRE Departamento Estadual de Estradas de Rodagem, Hidrovias e
Infraestrutura Aeroportuária
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FEMAC Fundo Especial de Meio Ambiente
FIFAU Fórum de Integração Fronteiriça Acre-Ucayali
FUNAI Fundação Nacional do Índio
FUNTAC Fundação de Tecnologia do Estado do Acre
GCM Modelos de Circulação Global
GTR Grupos de Trabalho Regionais
IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IFAC Instituto Federal do Acre
IMAC Instituto de Meio Ambiente do Acre
INCT/MC Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IPAM Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
IQA Índice de Qualidade das Águas
ITERACRE Instituto de Terras do Acre
MAP Madre de Dios, Acre e Pando
MMA Ministério do Meio Ambiente
ONG Organizações Não Governamentais
OTL Ordenamento Territorial Local
P2R2 Plano de Prevenção e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com
Produtos Perigosos
PAC Programa de Aceleração do Crescimento
PDC Planos de Desenvolvimento da Comunidade
PDMA Plano da Margem Direita do Rio Amazonas
PLERH/AC Plano Estadual de Recursos Hídricos do Acre
PLOT Planos Municipais de Ordenamento Territorial
PNEA Política Nacional de Educação Ambiental
PNQA Programa Nacional de Qualidade da Água
PNRH Plano Nacional de Recursos Hídricos
PPA Plano Plurianual
RHN Rede Hidrometeorológica Nacional

8
Plano Estadual de Recursos Hídricos

SAERB Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco


SEAPROF Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar
SEE Secretaria de Estado de Educação
SEF Secretaria de Estado de Floresta
SEGRH/AC Sistema Estadual de Gestão dos Recursos Hídricos do Acre
SEIAM Sistema Estadual de Informações Ambientais
SEMA Secretaria de Estado de Meio Ambiente
SEOP Secretaria de Infraestrutura, Obras Públicas e Habitação
SIAGAS Sistema de Informações de Águas Subterrâneas
SIG Sistema de Informações Geográficas
SINGREH Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
SIRENA Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos
SISA Sistema Estadual de Incentivos a Serviços Ambientais
SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente
SRHU Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano
UCEGEO Unidade Central de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto
UFAC Universidade Federal do Acre
UGRH Unidade de Gestão de Recursos Hídricos
UNINORTE Universidade do Norte
ZEE Zoneamento Ecológico-Econômico

9
Plano Estadual de Recursos Hídricos

INTRODUÇÃO

O presente documento refere-se ao Sétimo Produto - Relatório Final do Contrato Nº


089/2010, celebrado entre a Secretaria de Meio Ambiente do Acre (SEMA) e a Empresa de
Consultoria e Serviços Socioeconômico e Ambiental LTDA (CON&SEA LTDA), cujo objeto é
a elaboração de estudos técnicos para subsidiar a elaboração do Plano de Recursos Hídricos do
Estado do Acre.
Conforme o Termo de Referência que orienta a execução do supracitado contrato foram
definidos sete produtos: 1. Plano de Trabalho, 2. Plano de Comunicação, 3. Relatórios
bimestrais das atividades executadas no âmbito do Plano de Comunicação, 4. Relatório
Consolidado das atividades executadas no Plano de Comunicação, 5. Relatório do Prognóstico
de Recursos Hídricos do Estado do Acre, 6. Relatório consolidado do Plano de Ação dos
Recursos Hídricos e 7. Relatório Final.
O Plano de Trabalho, o Plano de Comunicação, os Relatórios Bimestrais de Execução
do Plano de Comunicação e o Relatório Consolidado do Plano de Comunicação, enquanto peças
intermediárias (produtos meios) foram elaborados e executados segundo as atividades previstas
(TR) e aprovados pela instancia competente da SEMA.
O presente relatório final apresenta os procedimentos e resultados finais, (conforme as
atividades previstas no TR) realizadas no âmbito do Prognóstico e do Plano de Ação,
apresentados preliminarmente nos respectivos relatórios (Produtos 5 e 6), agregando-se todas as
recomendações oriundas da instancia técnica competente da SEMA, assim como das Consultas
Públicas realizadas em todas as sedes das UGRH, no período de 11 a 22 de março de 2001
(atividade 4.4.5.a, do TR) e da Audiência Pública Integradora realizada em Rio Branco no dia
23 de março de 2011 (atividade 4.4.5.b, do TR), cujas apresentações, listas de presença e
registros fotográficos encontram-se no Anexo 6.8 e em CD. Vale ressaltar que na referida
Audiência Pública Integradora foram também realizados os procedimentos previstos para a
atividade 4.3.3.2. - Consulta Pública Integradora, procedendo-se à análise e compatibilização
dos resultados dos cenários e sua relação com o plano de ação.
Este relatório que contempla e inclui os resultados de todas as atividades previstas para
a elaboração dos Produtos 5 e 6, apresentando a sua versão final, está organizado em dois
capítulos.
No capitulo I apresenta-se os procedimentos e resultados na elaboração do Prognóstico,
incluindo também a metodologia e a realização da atividade 4.3.2 – Oficinas para elaboração do
Prognóstico – conforme TR, visando obter subsídios ao desenvolvimento dos cenários, (listas de
presença e registros fotográficos em anexo), assim como apresenta a Ata de Reunião na Câmara
Técnica de Recursos Hídricos, realizada no dia 30 de novembro de 2010, e seus

10
Plano Estadual de Recursos Hídricos

correspondentes registros fotográficos. Nesta oportunidade a consultoria contratada apresentou,


de forma sucinta, todo o processo de elaboração do prognóstico e seus resultados.
O capitulo II contempla o Plano de Ação em sua versão final incorporando todas as
sugestões oriundas das consultas e audiências, assim como, em anexo, a lista de presença e os
registros fotográficos relativos à Atividade 4.4.2- Programas e ações para o futuro PLERH–AC
do TR. Neste sentido, foram realizados dois encontros: o primeiro em Cruzeiro do Sul, com a
realização das oficinas das UGRH Juruá, Envira-Juruparí e Tarauacá, no dia 02 de dezembro de
2010; e em Rio Branco, com a realização das oficinas das UGRH Abunã, Acre-Iquiri e Purus,
no dia 07 de dezembro de 2010, quando foram apresentados e discutidos os programas e ações
prioritários para o Plano de Ação.

11
Plano Estadual de Recursos Hídricos

CAPÍTULO 1. PROGNÓSTICO DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO


ACRE

1.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

O objetivo do prognóstico no contexto do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Acre


(PLERH/AC) é desenvolver os diferentes cenários para os recursos hídricos do Estado e realizar
análises referentes às possíveis situações a serem configuradas no futuro como reflexo do
desenvolvimento socioeconômico do estado do Acre, decorrentes dos contextos nacional,
regional e local com impactos diferenciados sobre os recursos hídricos.
Com base nestes cenários será possível estabelecer estratégias de ação, elaborar
programas, definir planos de investimentos e monitorar sua implementação a fim de assegurar a
sustentabilidade no processo de desenvolvimento, considerando a importância da água segundo
seus aspectos ambientais, econômicos e sociais para as gerações atuais e futuras, lembrando que
a perspectiva do Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH é dar prioridade ao
desenvolvimento com a implementação de políticas de valorização dos recursos hídricos no seu
contexto social e ambiental.
No documento do diagnóstico do PLERH/AC é abordado como as diferentes atividades
humanas têm impactado os recursos hídricos. O estado do Acre tem se caracterizado por
valorizar a sua vocação florestal, colocando-a como fundamento para o seu desenvolvimento
socioeconômico, inspirado pelo conceito de Florestania, a cidadania dos povos das florestas. Tal
concepção de desenvolvimento tem estreita co-dependência com o estado dos recursos hídricos.
O prognóstico tem como referência a situação atual dos recursos hídricos do estado do
Acre, incluindo as águas superficiais e subterrâneas, no contexto das bacias dos rios Acre,
Abunã, Purus e Juruá, agrupados em 06 (seis) Unidades de Gestão dos Recursos Hídricos
(UGRH).
Deste modo, este trabalho tem como objetivo: a) Identificar os reflexos dos cenários do
Plano Nacional de Recursos Hídricos e do Plano Plurianual para o Estado do Acre (PPA 2008-
2011) sobre os recursos hídricos no estado, bem como do conjunto das iniciativas municipais, a
partir da perspectiva dos atores locais; b) Realizar projeções quantitativas agregadas para cada
cenário; e c) Construir uma estratégia de planejamento pactuada no Conselho Estadual de
Recursos Hídricos do Acre que possa ancorar o processo de definição de estratégias do
PLERH/AC
Os referidos cenários, assim como suas respectivas orientações estratégicas derivadas,
foram o resultado de seis oficinas de cenários (uma para cada UGRH – ver anexo) e de uma
consulta pública integradora com a análise e compatibilização dos cenários regionais em um

12
Plano Estadual de Recursos Hídricos

cenário estadual e sua validação (ver anexo), com presença de comissão técnica e da
consultoria.
O presente documento está organizado de forma a apresentar sucintamente uma breve
contextualização dos recursos hídricos no estado do Acre, a metodologia de cenários adotada, os
cenários desenvolvidos, tanto por UGRH (anexo), como para o estado como um todo, o nível de
criticidade das diferentes temáticas selecionadas (macro-incertezas) para cada UGRH (anexo) e
as projeções futuras destes cenários sob condições diversas de disponibilidade de água (relação
demando/oferta), através de um índice de sustentabilidade dos recursos hídricos do estado.
Por fim vale remarcar que os indicativos que serviram de base para a elaboração de
cenários foram obtidos em oficinas com atores locais e estão organizados por UGRH no Anexo,
assim como as respectivas informações obtidas do diagnóstico que serviram de base para as
discussões.

13
Plano Estadual de Recursos Hídricos

1.2. CONTEXTO DO PLANEJAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS NO


ESTADO DO ACRE

1.2.1. O PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS, AS BACIAS


HIDROGRÁFICAS E AS UNIDADES DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

A elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Acre (PLERH–


AC), que deverá integrar os produtos (Prognóstico e Plano de Ação) apresentados neste
relatório, decorre das orientações do Plano Nacional de Recursos Hídricos definido no âmbito
da lei que institui a política nacional de recursos hídricos (Lei 9.433/1977), assim como da Lei
Estadual 1.500/2003, que institui a política estadual de recursos hídricos, decorrente do referido
instrumento federal. Assim sendo, o contexto sobre o qual os produtos foram elaborados refere-
se a todo o território do estado do Acre.
O Estado do Acre está situado no extremo sudoeste da Amazônia brasileira, entre as
latitudes de 07°07’ S e 11°08’ S, e as longitudes de 066°30’ W e 074° W. Apresenta uma
superfície territorial de 164.221,36 km 2, correspondente a 4% da área amazônica brasileira e a
1,9% do território nacional. O Estado possui uma extensão territorial de 445 km no sentido
norte-sul e 809 km entre seus extremos leste e oeste. Faz fronteira internacional com o Peru e a
Bolívia, e nacional com os Estados do Amazonas e de Rondônia. A população do Estado é de
669.736 habitantes, com uma concentração atual de 66% nas áreas urbanas, notadamente na
região de desenvolvimento do Baixo Acre, em função da capital, Rio Branco (ACRE, 2007).
A rede hidrográfica do Estado do Acre faz parte da Região Hidrográfica do rio
Amazonas, da Região Hidrográfica do rio Solimões e das Bacias Hidrográficas do Javari, Juruá,
Purus e porção três da bacia hidrográfica do rio Madeira (ACRE, 2006; BRASIL, 2006), todas
conformadas por rios de dominialidade da União, o que o coloca em posição estratégica com
relação ao gerenciamento dos recursos hídricos e gestão de suas águas perante o país.
Considerando que grande parte dos seus recursos hídricos é compartilhada com os países
vizinhos do Peru e Bolívia, surge a necessidade de se pensar em uma gestão compartilhada
desses recursos, através de um organismo de bacia que atenda às especificidades legais e
institucionais de cada país, avaliando a postura jurídica e política dos mesmos frente a essa
questão.
No Estado do Acre, devido à maior concentração populacional na sua porção leste, tem
tido danos significativos no rio Acre. São visíveis os processos de assoreamento, com prováveis
consequências para a disponibilidade dos recursos hídricos e sua qualidade. e de queda na
disponibilidade hídrica ao longo dos anos. Tal fato pode estar associado ao intenso
desmatamento em áreas da bacia do referido rio, particularmente em zonas ripárias da calha

14
Plano Estadual de Recursos Hídricos

principal de seus tributários e nascentes. Por exemplo, nos últimos dez anos tem sido observada
por navegadores do Riozinho do Rola, tributário da margem esquerda do rio Acre próximo à
capital, um crescente desmatamento nas margens, como observou VIEIRA (2005). .Tal fato tem
provocado o aumento de processos erosivos na bacia do tributário, acarretando expressivo
transporte e sedimentação no trecho do rio Acre a jusante da foz do Riozinho do Rola.
O Estado do Acre apresenta peculiaridades ímpares que devem ser levadas em
consideração durante processo de estruturação da sua política de gestão dos recursos hídricos,
devido às interfaces existentes entre os fatores sócio-econômicos, culturais e ambientais e a
disponibilidade em quantidade e qualidade das águas. Neste sentido deve ser considerado que:
a) Os principais rios do Estado são de dominialidade da União e compartilhados com
outros países e estados;
b) O Estado apresenta aproximadamente 88% de sua cobertura vegetal mantida, porém
muitos dos municípios apresentam mais de 50% da sua área desmatada, a exemplo de Plácido
de Castro, Acrelândia e Senador Guiomar;
c) O Estado está situado numa área de fronteira, com elevada diversidade etno-cultural e
biológica;
d) Apresentam diferentes usos do solo com início de um processo acentuado de pressão
antrópica sobre o seu principal ecossistema – a floresta, para a pecuária e a agricultura;
e) É área estratégica de desenvolvimento para o país, com a implantação de grandes
investimentos como a Estrada do Pacífico, o Complexo Madeira, a possibilidade de exploração
de petróleo, a produção de etanol, dentre outros aspectos.
Pelo exposto, é importante que as diversas políticas setoriais governamentais, em nível
federal, estadual e municipal sejam integradas quando da elaboração e implementação do
PLERH–AC. Com a elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos, o Estado estará se
estruturando para fazer a gestão de seus recursos e ter desenvolver a institucionalidade de sua
respectiva política.
Ao desenvolver sua base de planejamento e estabelecer os critérios de gestão dos
recursos ele estará se preparando para ter mais conhecimento sobre sua realidade hídrica e para
subsidiar a União na elaboração dos Planos estratégicos das bacias dos rios da margem direita
do Amazonas, ou suas revisões, que se encontram em seu território. Nesse sentido a articulação
com a Agência Nacional de Águas (ANA) é de fundamental importância para a integração de
ações que fortaleçam o processo de gestão do país e do Estado, conforme preconiza o Plano
Nacional de Recursos Hídricos.
Destaca-se ainda a necessidade de se adotar uma metodologia participativa, a fim de
que todos os segmentos da sociedade, de governos, e dos diversos setores de usuários, possam
pactuar uma proposta que atenda às demandas de uso, mas que promova a recuperação e a

15
Plano Estadual de Recursos Hídricos

conservação dos recursos hídricos e dos recursos biológicos a eles associados, bem como dos
serviços ambientais fornecidos pelos ecossistemas aquáticos em geral.
O Estado do Acre apresenta 22 municípios distribuídos em duas mesorregiões político-
administrativas (Vale do Acre e Vale do Juruá) e cinco regionais de desenvolvimento (Alto
Acre, Baixo Acre, Purus, Tarauacá/Envira e Juruá) (Quadro 1 e Figura 1), que correspondem às
microrregiões estabelecidas pelo IBGE e seguem a distribuição das bacias hidrográficas dos
principais rios.

Quadro 1. Divisão territorial por mesorregiões, regionais e municípios

Mesorregiões e Regionais de
Municípios
Desenvolvimento
Mesorregião Vale do Acre
Regional Purus Manoel Urbano/Santa Rosa do Purus/Sena Madureira
Regional Baixo Acre Acrelândia/Bujari/Capixaba/Plácido de Castro/Porto
Acre/Senador Guiomard/Rio Branco
Regional Alto Acre Assis Brasil/Brasiléia/Epitaciolândia/Xapuri
Mesorregião Vale do Juruá
Regional Juruá Cruzeiro do Sul/Mâncio Lima/Marechal Thaumaturgo/Porto
Walter/Rodrigues Alves
Regional Tarauacá-Envira Feijó/Tarauacá/Jordão

Figura 1. Regionais de Desenvolvimento do Estado do Acre.


Fonte: Base de dados do ZEE/2007 (ACRE, 2007)

16
Plano Estadual de Recursos Hídricos

A rede hidrográfica do Estado do Acre faz parte da Região Hidrográfica do rio


Amazonas (nível 1), da Região Hidrográfica do rio Solimões (nível 2) e das Bacias
Hidrográficas do Javari, Juruá, Purus e porção três da bacia hidrográfica do rio Madeira (nível
3) (ACRE, 2006; BRASIL, 2006), conforme Figura 02.

Figura 2. Região Hidrográfica do Amazonas e sub-bacias de nível 3.


Fonte: Base de dados do PNRH (BRASIL, 2006)

17
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Para efeito deste estudo foram consideradas partes das bacias dos rios de domínio da
União de importância para o desenvolvimento estratégico do Estado (Juruá, Purus, Acre e
Abunã) e as bacias dos rios de dominialidade do Estado (rios de nível 4 e 5), levando em
consideração os seguintes aspectos: distribuição natural da drenagem segundo configuração
geomorfológica das bacias através da análise do Modelo Digital de Elevação – SRTM – Hydro,
com resolução espacial de 90 m, densidade de pessoas (ACRE, 2006), usos da terra, segundo
base de dados do Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE/2007 (ACRE, 2007), conforme
Anexo I. Também foram considerados os índices de desmatamento dos municípios até 2006
(INPE, 2007), conforme figura 3.

Figura 3. Percentual de desmatamento nos municípios do Estado do Acre.


Fonte: PRODES (INPE/2007).

No âmbito dos estudos que subsidiarão o Plano Estadual de Recursos Hídricos do Acre-
PLERH/AC será adotada a divisão do Estado em seis Unidades de Gestão de Recursos Hídricos
– UGRH (Figura 4), consideradas como recortes espaciais de referência para o estabelecimento
dos objetivos estratégicos de gestão de recursos hídricos correspondentes às bacias dos
principais rios do Estado: Alto Juruá, Alto Purus, Tarauacá, Envira, Acre e Abunã, alguns dos
quais compartilhados com Peru, Bolívia e Brasil, além dos Estados do Amazonas e Rondônia.
Para cada UGRH foram definidas as bacias hidrográficas de interesse para gestão no
Estado, para as quais deverão ser elaborados futuramente os Planos de Bacia ou de
Desenvolvimento Estratégico, através de uma Agenda 21 da Bacia Hidrográfica, pelos
respectivos Comitês de Bacias Hidrográficas, quando implantados. Tais planos permitirão a
implementação de programas para as Zonas Especiais de Desenvolvimento (ZED) e Zonas de
Atendimento Prioritários (ZAP), recém estabelecidas pelo Governo do Estado, conforme figura
5.

18
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Figura 4. Unidades de Gestão de Recursos Hídricos (UGRH).


Fonte: Base de dados do ZEE-2007

Figura 5. Unidades de Gestão de Recursos Hídricos (UGRH) e as Zonas Especiais de


Desenvolvimento (ZED) e Zonas de Atendimento Prioritários (ZAP-RIO).
Fonte: Base de dados do ZEE, 2007

19
Plano Estadual de Recursos Hídricos

1.2.2. ALGUMAS INFORMAÇÕES RETROSPECTIVAS


O comportamento retrospectivo de algumas variáveis é importante para ser analisado,
devido à sua implicação para a disponibilidade e demanda de água.
De acordo com as simulações numéricas do modelo ETA-HadCM3 1 (Anexo 6.1)
durante o período de 1961 a 1990 a precipitação média diária sobre o estado do Acre 2,5 mm
(estação seca) e 7,5 mm (estação chuvosa), implicando num valor total anual da ordem de 1.600
mm a 1.700 mm, em média.
Porém, a partir dos dados disponíveis das estações pluviométricas ao longo das últimas
duas décadas e meia, é possível detectar uma tendência sutil, porém gradual de queda na
precipitação total no Acre (Figura 6). Embora o modelo não seja explicativo (R 2 baixo), a sua
inclinação é significativamente diferente de zero (p=0,02). É provável que os dados posteriores
a 2000 tenham um peso razoável sobre este resultado (como a seca de 2005), já que em estudo
anterior, DUARTE (2006) conclui a existência de homogeneidade no padrão climatológico do
Acre no período de 1971 a 2000.

Figura 6 – Precipitação Total Anual

20
Plano Estadual de Recursos Hídricos

A relação com a disponibilidade hídrica é óbvia quando se pondera a precipitação pela


área da UGRH e se correlaciona este valor com os valores de vazão do período seco, chuvoso e
média anual (Figura 7).

Figura 7 – Relação entre Vazão X Precipitação X Área da UGRH.

A crescente taxa de urbanização da Região Norte, assumindo que a do estado do Acre


seja similar, é indicativo da crescente demanda não apenas sobre o recurso hídrico em si, mas
principalmente sobre a necessidade dos serviços abastecimento e saneamento (Figura 8).

Figura 8 – Taxa de Urbanização na Região Norte.

21
Plano Estadual de Recursos Hídricos

1.2.3. PROJEÇÕES TENDENCIAIS DE DISPONIBILIDADE E DEMANDA DE


ÁGUA
Para realização de projeções referentes aos recursos hídricos, é crucial considerar qual o
papel que as mudanças climáticas podem desempenhar. Neste sentido, observou-se as projeções
de cenários realizado pelo CPTEC/INPE para a América do Sul, com base nos modelos ETA-
HadCM3 e ETA-Echam.
As projeções realizadas para o período de 2011-2040 não revelam possibilidade de
anomalias no padrão de precipitação e em dias consecutivos sem chuva afetando as bacias
hidrográficas que banham o estado do Acre (Anexo 6.2 e 6.3). Todavia, existe possibilidade de
anomalias no padrão de temperatura que podem implicar no acréscimo de até 2 o C (Anexo 6.4).
Esta última pode indicar mudanças no padrão de evapotranspiração e consumo de água.
O sínteses de todas as projeções já realizadas demonstra uma redução significativa de
pluviosidade para Amazônia como um todo, porém os impactos derverão ser mais amplos na
Amazônia Oriental e mais reduzidos na Amazônia Ocidental (Figura 30 – Anexo), onde situa-se
o estado do Acre, como bem demonstra o estudo realizado por MALHI et al (2008).
Os resultados apresentados por diferentes modelos climáticos regionais apontam para
um aumento de 4-6º C para a América do Sul durante o período de 2071-2100. Particularmente
para a Amazônia, os resultados dos modelos indicam a redução de até 40% da precipitação
durante o século XXI (Marengo et al, 2009; INCT/MC, 2010). Todavia as projeções ficam mais
incertas para escalas de espacial e temporalespaço-temporal mais finas, sendo estas as que
seriammenores de forma que sejam mais úteis para uma área territorial como a do Estado do
Acre. Contudo, tendo em vista à baixa resolução a alta incerteza associada a tais modelos em
relação à extensão das bacias hidrográficas que cruzam o estado do Acre, torna-se necessárioa
necessidade de adotar o princípio da precaução torna-se preponderante aono momento de se
desenhar estratégias para os recursos hídricos de forma robusta.
Neste sentido, é mais segura adotar a perspectiva mais pessimista apresentados pelos
dados disponíveis na escala local.
Associado às incertezas críticas levantadas durante as oficinas e os cenários resultantes,
é importante agregar a projeções para disponibilidade de água, supondo as tendências
retrospectivas (Tabela 3), bem como nas projeções de demanda e suas respectivas incertezas,
baseado na estimativa de crescimento populacional e aumento tendencial de rebanho bovino
(Tabela 4). Apenas a UGRH Acre-Iquiri começa assinalar uma demanda em outra ordem de
magnitude quando comparada com as demais.
É possível observar que, do ponto de vista absoluto, a relação entre disponibilidade e
entre demanda e disponibilidadee demanda quantitativas permanecem confortávelis, quando
comparada com os índices avaliados pelo diagnóstico. Todavia o importante este aspecto

22
Plano Estadual de Recursos Hídricos

precisa ser ponderado pelosserá o peso que aspectos qualitativos do recursos como por sua
podem dar para distribuição espaço-temporal do recurso.

23
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Tabela 1 - Projeções para disponibilidade de Água

Precipitação Média Vazão Média Vazão Mínima P. Vazão Mínima P.


UGRH
Anual (mm) Anual (m3/s) Seco (m3/s) Chuvoso (m3/s)
1 1
ABUNA 1785 02 4 54
8 9
ACRE 1174 71 6 293
ENVIRA 1 1
_JU 2038 704 68 737
2 1
JURUA 2116 219 97 846
2 1
PURUS 1903 623 68 989
TARAU 4 3
ACA 2038 08 4 168
Total 7 6
geral 1810 928 77 3087

Projeção
2014        
9 1
ABUNA 1731 0 2 47
7 8
ACRE 1138 64 5 257
ENVIRA 1 1
_JU 1976 494 47 646
1 1
JURUA 2094 946 73 742
2 1
PURUS 1845 300 47 867
TARAU 3 3
ACA 1968 58 0 147
Total 6 5
geral 1792 951 93 2706

Projeção
2022        
8 1
ABUNA 1639 5 1 44
7 8
ACRE 1078 22 0 243
ENVIRA 1 1
_JU 1871 413 39 611
1 1
JURUA 1983 840 64 702
2 1
PURUS 1747 176 39 820
TARAU 3 2
ACA 1864 39 8 139
Total 6 5
geral 1697 575 61 2560

Projeção
2030        
8 1
ABUNA 1547 0 1 42
6 7
ACRE 1018 81 5 229

24
Plano Estadual de Recursos Hídricos

ENVIRA 1 1
_JU 1767 332 31 576
1 1
JURUA 1872 735 54 662
2 1
PURUS 1650 051 31 773
TARAU 3 2
ACA 1760 19 6 131
Total 6 5
geral 1602 198 28 2413

25
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Tabela 2 – Projeções para demanda de água (m3/s) para cada UGRH


2014 - 2014 – 2022 - 2022- 2030 – 2030 –
UGRH Min Max min Max Min Max
ABUNÃ 0,1126 0,1149 0,1178 0,1241 0,1239 0,1354
ACRE 1,3297 1,3637 1,4287 1,5298 1,5481 1,7439
ENVIRA 0,0695 0,0717 0,0768 0,0836 0,0857 0,0993
JURUA 0,1721 0,1794 0,1998 0,2234 0,2337 0,2822
PURUS 0,1783 0,1826 0,1903 0,2029 0,2046 0,2288
TARAUC
A 0,1137 0,1168 0,1232 0,1326 0,1347 0,1532
Total
geral 1,97588 2,02898 2,13652 2,29639 2,33071 2,64280

26
Plano Estadual de Recursos Hídricos

II. METODOLOGIA ADOTADA PARA A ELABORAÇÃO DOS CENÁRIOS


Como instrumento de planejamento, o processo de desenho de cenários tem como
objetivo apresentar um espectro de futuros possíveis (desejáveis ou não), para que as
incertezas de uma realidade complexa possam ser gerenciadas e desta forma gerar maiores
possibilidades para realização dos objetivos desejados por um programa ou projeto.
O futuro não pode ser previsto. No entanto, partindo das variáveis identificadas e
seus movimentos e evoluções mais prováveis será possível desenhar futuros consistentes e
coerentes com alguma probabilidade de certeza.
Cenários podem ser definidos como imagens coerentes de futuros possíveis ou
prováveis. São hipóteses, e não teses; são narrativas e não teorias; são divergentes e não
convergentes. Não servem para eliminar incertezas, mas para definir o campo possível de
suas manifestações. Eles “organizam” as incertezas, permitindo antecipar decisões,
reprogramar ações e formular estratégias e projetos.
Os principais atributos dos cenários são os seguintes: a) visão sistêmica da
realidade; b) ênfase nos aspectos qualitativos; c) explicitação das relações entre variáveis e
atores como estruturas dinâmicas; d) visão de futuro como construção social, e não como
fatalidade. O futuro é concebido como um espaço aberto a múltiplas possibilidades. Os
cenários permitem, assim, uma visualização mais consciente dos riscos nas tomadas de
decisões, com melhoria na qualidade dos programas e projetos.
No contexto dos recursos hídricos, a Secretaria Nacional de Recursos Hídricos e
Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (SRHU/MMA) adotou uma
metodologia prospectiva para apoiar o Plano Nacional de Recursos Hídricos, em 2005. A
metodologia adotada, baseada nos trabalhos de Michel Godet foi aprovada naquele ano
pela Câmara Técnica do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CT/CNRH). Pode-se
citar como exemplo do uso desta metodologia, neste contexto, a elaboração do Plano
Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Mato Grosso.
A metodologia aplicada, em sua abordagem sistêmica, tomando como objeto de
cenarização o sistema de recursos hídricos do estado do Acre (Figura 9), seguiu os passos
desenhados por Godet (2000) e utilizou adaptações e lições aprendidas durante a
elaboração do Plano Nacional de RH (Nascimento et al, 2010), consistindo basicamente
das seguintes etapas:
1) Estudo retrospectivo do sistema a ser cenarizado. A finalidade desse
procedimento é a de definir quais as variáveis de mudança e permanência no sistema de
recursos hídricos prevaleceu nas últimas duas décadas;
2) Descrição da situação desse sistema. Serve para identificar a natureza e as
principais características do sistema de recursos hídricos, possibilitando identificar suas
principais variáveis e atores, conformando a estrutura do sistema – análise estrutural;

27
Plano Estadual de Recursos Hídricos

3) Identificação dos seus condicionantes de futuro. Processo de identificação no


sistema de recursos hídricos de suas variáveis determinantes e incertezas críticas, assim
como seus atores mais relevantes e personagens centrais no processo de geração de
cenários, o que estabelece condições para a análise morfológica.
4) Investigação morfológica. Técnica que permite, a partir de uma matriz
construída com as incertezas críticas, e suas hipóteses plausíveis, articuladas de forma
racional e coerente, gerar a filosofia e a lógica dos cenários que se deseja, sempre seguida
da análise de coerência dos cenários construídos.
5) Desenvolvimento dos cenários. Com os cenários gerados e selecionados em
função de sua factibilidade, é o momento de seu desenvolvimento segundo as suas
condições de contorno.

Figura 9 – Fluxograma indicativo dos passos metodológicos da cenarização prospectiva.

Com esses passos metodológicos constroem-se os cenários que passam a servir de


referência para a construção de estratégias com o objetivo de neutralizar as ameaças e aproveitar
as oportunidades que o futuro possa apresentar. Estas estratégias podem ser construídas a partir
de três diferentes pontos de vista: a) uma visão de futuro; b) o cenário mais provável ou c) uma
estratégia robusta.
A aplicação dessa metodologia partiu ainda das seguintes referências:
 Os cenários desenvolvidos para no Plano Nacional de Recursos Hídricos
(PNRH, 2006);

28
Plano Estadual de Recursos Hídricos

 As orientações do PNRH, que indica como elemento conformador do sistema


de RH, as estratégias de desenvolvimento que produzem interfaces com o uso dos recursos
hídricos (saneamento, hidrelétricas, agropecuária, etc.), definidas no âmbito do Plano
Nacional de Recursos Hídricos, além de suas diretrizes e demais orientações metodológicas
(abordagem sistêmica, construção coletiva dos cenários, etc.).
 Os documentos do diagnóstico do PLERH/AC (ACRE, 2010);
 O Plano Plurianual (PPA 2008-2011) para o estado do Acre;
 A literatura existente e disponível sobre recursos hídricos no Brasil e no Acre.
Tendo como referência esses procedimentos, assim como os cenários e demais
referências metodológicas, realizou-se (conforme o Termo de Referência) seis oficinas
estaduais de construção dos cenários (em dois encontros – ver anexo) envolvendo
representantes de governo, usuários e sociedade civil, que desenharam um pequeno
conjunto de cenários mais plausíveis para cada UGRH.

29
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2.1. PRINCIPAIS ATORES


O futuro é construído socialmente. Isso significa, também, que é construído em um
processo complexo de decisões dos mais diversos atores do sistema em cenarização, envolvendo
órgãos públicos, empresas privadas, usuários e sociedade civil organizada. Este procedimento
foi realizado a partir de uma listagem inicial de atores, definida no contexto do PNRH, sendo
ajustada para cada UGRH durante a cenarização, conforme os procedimentos da metodologia
adotada (confronto, análise e pontuação das relações de dependência e poder entre os atores,
numa estrutura matricial), a partir do conhecimento e indicação dos participantes das oficinas
(ver anexo).

2.2. VARIÁVEIS CONDICIONANTES DE FUTURO


Variáveis, do ponto de vista da cenarização prospectiva, são aqueles atributos que se
relacionam com o sistema em análise, ou seja, com os corpos de água no estado do Acre. As
mais relevantes são denominadas de condicionantes de futuro, pois são importantes na definição
de futuros prováveis. Essas podem se configurar como sendo:
1) Motrizes;
2) De resultado;
3) De ligação;
4) Independentes/autônomas.
Para efeito do PLERH/AC partiu-se de uma lista prévia de 53 variáveis definidas no
exercício de cenarização do PNRH (Anexo 1), fazendo-se adaptações conforme as indicações
recebidas pelos atores de cada UGRH presentes nas oficinas de cenarização. Neste
procedimento também se adotou a analise matricial de confronto, análise e pontuação, na
definição das variáveis determinantes ou motrizes. (ver anexo).

30
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2.3. INCERTEZAS CRÍTICAS DE CONTEXTO E SUAS HIPÓTESES


A partir do cruzamento das variáveis motrizes com os atores mais influentes (dominantes)
é possível deduzir as chamadas incertezas críticas. Estas podem ser entendidas, freqüentemente,
como subsistemas com grande potencial de impacto sobre os recursos hídricos, mas que seu
comportamento no futuro é razoavelmente incerto em função do papel e do interesse dos
diferentes atores na sua determinação. Desta forma, para cada incerteza crítica é traçado um
conjunto de hipóteses de futuro.
Na construção de cenários, por haver uma leitura sistêmica das hipóteses plausíveis de
futuro, são observadas diversas dimensões que compõem o sistema social vivo, como as
dimensões econômicas, espaciais, de infra-estrutura, sócio-culturais, ambientais, político-
institucionais e tecnológicas, entre outras.
Entre estas, destacam-se as dimensões externas ou de contexto do objeto em cenarização,
no caso, os recursos hídricos. A dimensão de contexto eleita na construção dos cenários de
recursos hídricos do Acre envolve, como pontos de partida, os cenários desenvolvidos para o
contexto nacional do PNRH e os projetos previstos para serem implementados via PPA Acre
2008-2011.
É importante ressaltar que os determinantes dos cenários podem ser agrupados como sendo
fatores externos e internos.
Os fatores externos, geralmente, são aqueles que estão para além da governabilidade do
atores –“clientes”, tendo os mesmos que ser robustos o suficiente às incertezas inerentes de tais
fatores. Por exemplo, no caso do PLERH-AC, podemos mencionar o “Contexto Nacional” e as
“Mudanças Climáticas” como fatores que apresentam estas características.
Os fatores internos, por outro lado, são fatores que estão incluídos fisicamente e
circunscritos ao sistema em análise, e estão no escopo de governabilidade do ator - “cliente”,
pelo menos parcialmente. Neste caso, seriam os fatores como “Gestão dos Recursos”,
“Qualidade da Água”, “Alterações Antrópicas apresentam características de fatores internos.
Se o futuro depende das decisões dos atores, estas não são tomadas de forma aleatória,
mas em condições concretas em que eles se encontram no interior de sistemas socioambientais
precisos. No âmbito desses sistemas, algumas variáveis são detentoras de alta capacidade de
impacto e incerteza. São as incertezas críticas (IC), eventos e processos que diferenciam os
diversos futuros plausíveis em um determinado sistema. Ao contrário das invariantes e
tendências consolidadas, que permanecem em qualquer cenário, as IC tomam formas e ritmos
distintos, tornando os futuros diferenciados entre si. Incertezas críticas podem, assim, ser
definidas como condicionantes do futuro com alto grau de incerteza e elevado impacto em
relação ao futuro do objeto de cenarização, podendo ser específicas ou agrupadas em uma ou
mais incertezas-síntese.

31
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Para o caso dos cenários de recursos hídricos no Acre foi identificado um conjunto de
incertezas críticas para cada UGRH (ver anexos e Tabela 3), para as quais foi formulado um
conjunto de hipóteses ou estados em que estas incertezas têm mais probabilidades de se
manifestarem. Posteriormente elas foram agrupadas em macro-incertezas (Tabela 4), para maior
consistência de análise no nível do estado como um todo, sendo elas:
1) Disponibilidade de Água (quantidade e qualidade);
2) Mudanças Climáticas;
3) Alterações Antrópicas;
4) Gestão dos Recursos Hídricos; e
5) Integração.

2.4. INVESTIGAÇÃO MORFOLÓGICA


Com as incertezas críticas definidas é possível gerar cenários plausíveis e
consistentes por meio de diversas técnicas. Aqui foi utilizada a técnica da investigação
morfológica, que é um exercício de articulação lógica de hipóteses atreladas a cada uma
das incertezas críticas, relacionadas aos cenários nacionais e às projeções de diferentes
possibilidades de implementação do PPA Acre 2008-2011, (ver anexo, por UGRH).
Para a totalidade do estado, tomado a partir de suas UGRH e agregando as
incertezas definidas por UGHR em macro-incertezas no plano estadual, a análise
morfológica permitiu a construção de três (3) cenários, consolidados na Tabela 03 descritos
adiante.

32
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Tabela 3 – Incertezas Críticas e suas Hipóteses. Macro-incertezas e inserção nas UGRH


MACRO- Cenários Nacionais (PNRH)
UGRH
INCERTEZAS "Água para poucos" "Água para alguns" "Água para todos"
(em negro as incertezas definidas por UGRH)
Incertezas Críticas nas Cenários Estaduais (níveis de implementação do PPA Acre)
ACRE- PURU ENVIR TARAUA
UGRH ABUNA
IQUIRI S A CÁ
JURUÁ "baixa implementação" "média implementação" "Alta implementação"
DISPONIBILIDADE DE ÁGUA
Ineficiência da estatal, Baixa eficiência da estatal, Estatal eficiente,
Qualidade de Água X X degradação da qualidade, degradação mais lenta, manutenção/melhoria dos padrões,
ausência de investimentos investimentos pontuais investimentos bem planejados
Demanda>oferta, colapso no
Manutenção dos padrões Oferta maior que a demanda,
sistema, ausência de
Quantidade de água atuais, ações pontuais de políticas de proteção e recuperação
X X investimen-tos na
superficial remediação, perdas da água de mananciais, melhorias nos
proteção/recuperação e
tratada. sistemas de abastecimento
degradação dos RH.
Mortalidade/morbidade
Infra-estrutura de saneamento Baixo atendimento dos Implementação do sistema de
por doenças de X
ambiental deficiente serviços de saneamento saneamento
veiculação hídrica
Alteração do regime Inviabilidade temporária da
Limitação da disponibilidade da Prevenção e mitigação de impactos -
natural dos corpos de X navegabilidade,
água Uso múltiplo da água garantido
água racionamento da água
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Inundações e secas freqüentes e
Elaboração e implementação de
de alta intensidade.
Inundações e secas menos programas de adaptação as
Intensificação dos eventos
Eventos Hidrológicos freqüentes e com mudanças climáticas. Planos de
X X X extremos, aumento de
Críticos intensidade mediana. adaptação e medidas preventivas
desabrigados, aumento de
Soluções imediatistas para as comunidades em áreas de
doenças de veiculação hídrica,
risco
segurança alimentar afetada.
Grande alteração da
Baixa implementação de Implementação massiva de políticas
Clima Regime climático X X sazonalidade das estações,
políticas ambientais de gestão ambiental
ausência de políticas ambientais
ALTERAÇÕES ANTRÓPICAS
Conservação dos Taxa de degradação Taxa de degradação tem redução
X Taxa de Degradação aumenta
Biomas mantém a tendência significativa
Dinâmica de uso e Ocupação e uso desordenado, Continua o incentivo a Planos diretores e OTL
X X
ocupação do solo degradação dos cursos de água ocupação irregular implementados
Atividade de Pesca X Estagnação e pobreza Redução de pescado Gestão compartilhada

33
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Intensificação do Plano de manejo de pastagens e


Expansão da agropecuária.
Atividade Agropecuária desmatamento, degradação de implantação de sistemas alternativos
X X Grande crescimento e
e avícola APP. Pequeno crescimento, de produção sustentável. Grande
fortes impactos
com médios impactos crescimentos e impactos mitigados
Tabela 3 – Incertezas Críticas e suas Hipóteses. Macro-incertezas e inserção nas UGRH. Continuação.
MACRO- Cenários Nacionais (PNRH)
UGRH
INCERTEZAS "Água para poucos" "Água para alguns" "Água para todos"
(em negro as incertezas definidas por UGRH)
Incertezas Críticas nas Cenários Estaduais (níveis de implementação do PPA Acre)
ACRE- PURU ENVIR TARAUA
UGRH ABUNA
IQUIRI S A CÁ
JURUÁ "baixa implementação" "média implementação" "Alta implementação"
Gestão de RH
baixa integração da Gestão
Gestão das águas Predomínio da visão da gestão
X Territorial e gerenciamento de Fortes impactos
urbanas integrada
água
Transparência e acesso informação disponibilizada
Acesso público às informações
X Informação indisponível
à informação reativamente sistematizadas
Enquadramento de todos os corpos
Enquadramento dos Corpos de água não são
X Enquadramento parcial de água conforme Res. CONAMA
corpos de água. enquadrados
20/1986
Ações de educação em Ação educativa coordenada e
Ação educativa
recursos hídricos e meio X Ação educativa inexistente planejada com todos os usuários e
irregular/esporádica
ambiente setores envolvidos
Existência de planos de Plano para atender a
X Inexistência de plano Planos de bacias participativos
recursos hídricos. interesses políticos
Implementação do
SINGREH e demais
SISNAMA com ampla cobertura,
instrumentos de gestão Baixa implementação do
X X X Sistema ignorado pelos gestores sendo utilizado na tomada de
ambiental SISNAMA
decisões
(licenciamento, ZEE,
etc.)
Serviço público completamente Serviço público
Eficiência no serviço Serviço público eficiente, centrado
X ineficiente para gestão dos burocrático, centrado no
público na qualidade do resultado
recursos hídricos controle
INTEGRAÇÃO
Interação com outros
Integração casual e integração inter setorial articulada
planos e políticas X Sem integração
oportunista entre as diferentes esferas
nacionais
Implementação de X X Acordos não realizados. Países Acordos firmados, mas não Acordos firmados, implementados e

34
Plano Estadual de Recursos Hídricos

atuando sem vinculação com as


áreas de fronteira. Não há implementados/executados. executados. Acordo trinacional para
acordos internacionais controle do uso da água a Não há controle do uso da gestão integrada das águas
montante. Possíveis ocorrências água a montante compartilhadas
de conflitos internacionais

35
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Tabela 4 – Incertezas Críticas Agregadas Tematicamente com as Macro-


Incertezas

Sínteses - "macro-incertezas" INCERTEZAS CRÍTICAS


Qualidade de Água
Quantidade de água superficial
ÁGUA – DISPONIBILIDADE Mortalidade/ morbidade por doenças de veiculação
hídrica
Alteração do regime natural dos corpos de água
Eventos Hidrológicos Críticos
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Clima Regime climático
Conservação dos Biomas
Dinâmica de uso e ocupação do solo
ALTERAÇÕES ANTRÓPICAS
Atividade de Pesca / Aqüicultura
Atividade Agropecuária e avícola
Gestão das águas urbanas
Transparência e acesso à informação
Enquadramento dos corpos de água.
Ações de educação em recursos hídricos e meio
GESTÃO DOS RECURSOS
ambiente
HÍDRICOS
Existência de planos de recursos hídricos.
Implementação do SINGREH (licenciamento, ZEE,
etc.) SINGREH/SINGREH
Eficiência no serviço público
Interação com outros planos e políticas nacionais
INTEGRAÇÃO
Implementação de acordos internacionais

2.5. CRITICIDADE DAS MACRO-INCERTEZAS NAS UGRH


O estado do Acre não é homogêneo, nem do ponto de vista da sua geografia física como
do perfil de seus atores sociais. Esta heterogeneidade foi contemplada ao se realizar os
exercícios de cenarização para cada UGRH (Anexo 6.7). Logo o desafio passa a ser como
manter uma visão integrada de todo Estado, em função de sua unidade político-administrativa e
identidades históricas e sócio-culturais e ao mesmo tempo respeitar as especificidades de cada
UGRH.
Por exemplo, a UGRH Acre-Iquiri possui densidade demográfica, dinâmica econômica,
mobilização da sociedade civil e integração com o restante do país bem diferentes das demais
UGRH. Logo qualquer plano de desenvolvimento deve levar em conta estas diferenças para
melhor atender os desafios de cada regional.
Para tanto, a partir das informações geradas nas oficinas de cenarização, recuperou-se as
variáveis condicionantes que geraram as diferentes incertezas críticas, e pontuou-se cada UGRH
para cada incerteza crítica de acordo com um índice de criticidade, considerado aqui como
sendo a razão entre os valores de motricidade e dependência que estas variáveis receberam. Os
dados foram agrupados nas macro-incertezas por UGRH.
Os resultados obtidos estão sintetizados nas Figuras 10-14. É importante ressaltar que
todas as macro-incertezas são relevantes em todas as UGRH. O que se tem aqui é o que se pode

36
Plano Estadual de Recursos Hídricos

chamar “priorização”, em função do que foi possível obter a partir da perspectiva dos atores
representados nas oficinas.
Os diferentes cenários descritos adiante devem ter o seu rebatimento ponderado pelas
criticidades apresentadas por cada UGRH.

Figura 10 – Criticidade da Disponibilidade de Água.

No que se refere à questão essencial de disponibilidade de água (em si como limitante


para qualquer desenvolvimento), tanto do ponto de vista quantitativo como qualitativo, tem-se o
indicativo de que se trata de uma questão emergencial para UGRH Tarauacá, e preocupante nas
UGRH Acre-Iquiri e Purus (Figura 10).

Figura 11 – Criticidade das Alterações Antrópicas.

37
Plano Estadual de Recursos Hídricos

As alterações antrópicas, que historicamente têm sido mais intensas na região leste do
Estado, apresentaram como maior nível de criticidade na UGRH Abunã, e níveis significativos
para as UGRH Envira e Purus (Figura 11).

Figura 12 – Criticidade da Gestão dos Recursos.

A implementação de uma política de gestão dos recursos hídricos, bem como de seus
respectivos instrumentos, é uma questão essencial para todo o Estado. Todavia, a UGRH Alto
Juruá apresentou destacada criticidade neste sentido, provavelmente em função dos atores
envolvidos possuírem a percepção de que esta temática está completamente ausente na
plataforma governamental naquela região até o presente momento.

Figura 13 – Criticidade da Integração.

38
Plano Estadual de Recursos Hídricos

As questões relacionadas a processos de integração (Figura 13), seja com outros


programas e planos nacionais ou acordos transfronteiriços de bacias compartilhadas,
apresentaram-se de forma mais crítica nas três UGRH da porção leste do Estado (Purus, Acre-
Iquiri e Abunã).

Figura 14 – Criticidade das Mudanças Climáticas.

As mudanças climáticas envolvem processos complexos que interagem nas diferentes


escalas de espaço e tempo, e constituem preocupação global. Logo, supõe-se que os impactos
derivados desta criticidade devem ter um efeito no mínimo sincrônico em todas as UGRH.
Contudo as UGRHS Acre-Iquiri e Envira apresentaram maior criticidade para esta macro-
incerteza, provavelmente em função da percepção dos atores a respeito da maior vulnerabilidade
de seus respectivos corpos d´água.
Todavia, estes níveis de criticidade das macro-incertezas devem ser revistos conforme
ponderação por avaliação técnica. Para efeito de configuração de cenários para as projeções,
foram consideradas as criticidades reavaliadas, conforme conta no Anexo 6, para cada UGRH.
No próximo tópico estarão colocadas algumas implicações que estes diferentes níveis de
criticidade das mega-incertezas nas UGRH podem ter no contexto dos diferentes cenários
elaborados e descritos acima.

39
Plano Estadual de Recursos Hídricos

III. CENÁRIOS ELABORADOS

3.1. PREMISSAS PARA ELABORAÇÃO DOS CENÁRIOS


Para a elaboração dos cenários no âmbito estadual, foram definidas algumas premissas
relacionadas ao contexto no qual o PLERH/AC deverá operar. As hipóteses sobre o contexto
forma obtidas de duas fontes:

I) Cenários do PNRH: Os cenários elaborados para PNRH sintetizam um conjunto de


hipóteses coerentes de como se desdobrar o estado das variáveis, assim como as condições
para a gestão dos recursos hídricos, agregando já elementos do contexto global. Estes
cenários foram nominados e definidos da seguinte forma: 1) “Água para Poucos” –
instabilidade e fragmentação no nível global, com estagnação e pobreza no nível nacional e
predomínio de uma gestão estatal ineficiente e burocrática; 2) “Água para Alguns” – cenário
global dominado pelo dinamismo excludente, promovendo modernização com exclusão no
nível nacional e predomínio de uma gestão com participação privada e economicista; e 3)
“Água para Todos” – longo ciclo de prosperidade no nível global, associado ao
desenvolvimento integrado no nível nacional e predomínio de uma gestão estatal eficiente.
(Anexo 6.6)

II) Implementação do PPA (2008-2011) no estado do Acre: o conjunto de políticas


públicas desenhado até final de 2011, pode ter a sua implementação com variadas
configurações, de forma a ter impacto diferenciado sobre os recursos hídricos. Assumiu-se
três hipóteses para sua implementação: 1) Acre Insustentável – cenário onde as políticas
públicas e seus respectivos projetos têm baixa implementação; 2) Acre com Exclusão –
cenário onde os projetos são implementados de forma parcial beneficiando apenas alguns
setores; e 3) Acre Sustentável – cenário onde os projetos são implementados de forma
orgânica e integrada, visando o desenvolvimento sustentável e beneficiando toda a
sociedade.

III) O Papel das Mudanças Climáticas: Especialmente crítico é o papel que as mudanças
climáticas podem desempenhar na dinâmica dos recursos hídricos no Estado do Acre. Isto se
deve a três fatores: 1) A amplificação no tempo da incerteza climática associada à maior parte
dos modelos de circulação global, particularmente a respeito de sua dinâmica sobre a América
do Sul (VALVERDE & MARENGO, 2010); 2) Ao desafio do aprimoramento da acurácia dos
modelos regionais, de acordo com o mais recente estado da arte, embora existam perspectivas
de alternativas promissoras no médio prazo (ALVES& MARENGO, 2010) e; 3) O fato do
território do Estado ter uma rede hidrográfica com características de cabeceiras associado a um

40
Plano Estadual de Recursos Hídricos

regime hidrológico marcado pela alta sazonalidade. Estes três fatores associados implicam em
uma rede hidrográfica altamente vulnerável às mudanças climáticas, e num desafio tecnológico
em se produzir previsões em uma escala que seja útil para embasar estratégias de adaptação.
Todavia, de acordo com as pesquisas realizadas no âmbito do INCT/MC, existe uma
convergência dos resultados dos diferentes modelos que apontam que a região amazônica como
um todo pode sofrer, ao longo deste século, uma redução de até 40% no volume de precipitação
(INCT/MC, 2010; VALVERDE & MARENGO, 2010). Este dado associado ao padrão da
precipitação das últimas décadas apresentado acima (Figura 2), fez com que se adotasse para o
PLERH/AC níveis de criticidade extremos para a macro-incerteza Mudanças Climáticas, nos
três cenários propostos.
Os cenários apresentados a seguir agregaram ainda todas as recomendações da consulta
pública integradora que foram julgadas pertinentes.

41
Plano Estadual de Recursos Hídricos

3.2. CENÁRIO I – “ÁGUAS INSUSTENTÁVEIS”

Este cenário é formado pela conjugação das hipóteses mais pessimistas pelas
incertezas críticas, onde as mudanças climáticas promovem a escassez dos recursos
hídricos associado ao seu uso indiscriminado e taxa elevada de degradação ambiental, além
da baixa implementação dos instrumentos de gestão e de articulação com outros programas
de desenvolvimento. Este cenário será promovido em um contexto de baixo
desenvolvimento socioeconômico (tanto do estado como do país), e/ou associado à
intensificação dos efeitos decorrentes das mudanças climáticas sem as devidas estratégias
de mitigação e adaptação. As características deste cenário são:
 Ocupação e uso desordenado do solo;
 Aumento da taxa de degradação ambiental;
 Degradação dos cursos d’água;
 Infraestrutura de saneamento ambiental deficiente;
 Limitação da disponibilidade da água;
 Qualidade da água péssima;
 Intensificação dos eventos extremos (Inundações e secas freqüentes e de alta
intensidade) e conseqüente aumento de desabrigados, aumento de doenças de veiculação
hídrica, segurança alimentar afetada, etc.;
 Alteração da sazonalidade das estações, ausência de políticas ambientais;
 Baixa integração da gestão territorial e gerenciamento de água;
 Não construção do sistema de informação de recursos hídricos;
 Corpos de água não são enquadrados em categorias de uso;
 Educação ambiental ineficiente referente a recursos hídricos;
 Inexistência de plano de gestão;
 Serviço público completamente ineficiente para gestão dos recursos hídricos;
 Falta de integração nas bacias transfronteiriças.

42
Plano Estadual de Recursos Hídricos

3.3. CENÁRIO II – “ÁGUAS NO LIMITE”

Este cenário é caracterizado pela manutenção dos padrões atuais de gestão e das
tendências atuais de mudanças climáticas, das taxas de consumo e de degradação
ambiental, supondo a permanência de status do contexto socioeconômico e do modelo de
desenvolvimento atual, admitindo-se que esta já pode ser considerada uma situação
limítrofe. As características deste cenário são:
 Baixa eficiência estatal, índices de degradação são mantidos, investimentos
pontuais;
 Manutenção dos padrões atuais, ações pontuais de remediação, elevados índices
de perdas da água tratada;
 Qualidade da água entre regular e ruim;
 Baixo atendimento dos serviços de saneamento;
 Inviabilidade temporária da navegabilidade;
 Racionamento da água;
 Inundações e secas menos freqüentes e com intensidade mediana, soluções
“socorristas”, mas não preventivas;
 Baixa implementação das políticas ambientais;
 Taxa de degradação mantém a tendência;
 Ocupação irregular do solo;
 Baixa disponibilidade de pescado na região
 Manutenção da expansão da agropecuária;
 Construção parcial do sistema de informação de recursos hídricos;
 Enquadramento parcial dos corpos de d’água;
 Ação educativa ambiental em recursos hídricos esporádica;
 Plano de gestão dos recursos hídricos somente para atender a interesses
políticos;
 Baixa implementação do SINGREH e de outros instrumentos de gestão;
 Serviço público burocrático, centrado no controle;
 Integração casual e oportunista, com outros planos nacionais ou
transfronteiriços.

43
Plano Estadual de Recursos Hídricos

3.4. CENÁRIO III – “ÁGUAS SUSTENTÁVEIS”

Este cenário tem como premissa principal que as esferas de governo federal, estadual e
municipais estão alinhadas em torno do desenvolvimento sustentável, tendo a gestão dos
recursos hídricos como um dos seus eixos principais, promovendo o ordenamento territorial, a
eficiência na gestão pública e estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. As
características deste cenário são:
 Gestão estatal eficiente, melhoria significativa dos padrões atuais, investimento
bem planejado;
 Oferta de água muito superior a demanda, políticas de proteção e recuperação
de mananciais, melhorias nos sistemas de abastecimento;
 Qualidade da água boa;
 Implementação do sistema de saneamento;
 Prevenção e mitigação de impactos;
 Uso múltiplo da água garantido/assegurado;
 Elaboração e implementação de programas de adaptação as mudanças
climáticas, particularmente no que se refere aos planos de adaptação e medidas preventivas
para as comunidades em áreas de risco;
 Implementação massiva das políticas de gestão ambiental e seus respectivos
instrumentos, muitos dos quais já elaborados;
 Taxa de degradação com redução significativa;
 Planos Diretores, Ordenamento Territorial Local (OTL) e Planos de
Desenvolvimento Comunitários (PDC) implementados;
 Gestão compartilhada (governo, setor privado e sociedade civil);
 Plano de manejo de pastagens e implantação de sistemas alternativos de
produção sustentável ( incluindo o uso de Sistemas integrados de produção a exemplo dos
SAFs, Plantio Direto, Integração Lavoura Pecuária-ILP, Integração Lavoura Pecuária Floresta - ILPF);
alta produção com impactos mitigados;
 Predomínio da visão da gestão integrada;
 Garantia de acesso público às informações de forma sistematizada;
 Enquadramento de todos os corpos de água conforme Res. CONAMA
354/2005;
 Ação educativa ambiental coordenada e planejada cobrindo todos os usuários e
setores envolvidos;
 SINGREH e seus instrumentos elaborados e implementados com ampla
cobertura, sendo utilizado na tomada de decisões;

44
Plano Estadual de Recursos Hídricos

 Planos de bacias elaborados;


 Comitês e associações de defesa da água funcionando;
 Serviço público eficiente, centrado na qualidade do resultado;
 Integração inter-setorial articulada entre as diferentes esferas;
 Integração da política ambiental do estado (ZEE, OTL, PGIRS, PD, Gestão de
Riscos, etc.)
 Acordos transfronteriços para a gestão dos recursos hídricos firmados,
implementados e executados.
Os três cenários elaborados para os recursos hídricos do Acre não são construções
estanques. Eles representam marcos referenciais dentro de um espectro de possibilidades, onde
se considera os extremos (ver cenários por UGRH, 5 cenários) como sendo “menos prováveis”,
mas não improváveis. Também a sua elaboração partiu da premissa que haverá um alinhamento
entre a esfera estadual e a federal, seja para as hipóteses mais pessimistas ou as mais otimistas.
Tendo estes cenários como pano de fundo de um conjunto definido de estratégias é
possível trilhar uma determinada trajetória escolhida e monitorar outras tendo em vista uma
preparação para mudanças futuras e diminuindo o impacto de possíveis incertezas. Portanto, os
cenários se constituem em um guia para o planejamento na medida em que aponta possíveis
desdobramentos de temas e incertezas críticas de interesse do PLERH/AC, fornecendo subsídios
para ajustes e adaptações.

3.5. PROJEÇÕES BASEADAS NOS CENÁRIOS GERADOS


Com os cenários desenvolvidos, é possível realizar suas respectivas projeções
quantitativas hipotéticas a respeito da sustentabilidade dos recursos hídricos.
Para tal, utilizou-se a abordagem de dinâmica sistêmica, com subsídio do software Vensim
(Ventana Systems). Tal abordagem de dinâmica sistêmica tem sido utilizada com sucesso para
avaliação de sustentabilidade dos recursos hídricos (XU et al, 2002; SANCHÉZ-ROMAN et al,
2009).
Esta abordagem tem seu consolidado nas ciências ambientais, em todas as questões que
envolvem interação entre variáveis dinâmicas. O clássico trabalho de Donela Meadows
(MEADOWS et AL, 2007) sobre os limites do crescimento da população humana e o seu
respectivo impacto sobre os recursos naturais do planeta, demonstram a amplitude e o potencial
de tal abordagem ao viabilizar a simulação interdependentes entre vária varáveis dinâmicas
relativas aos ambientes ecológico, ambiental, econômicos e social.
A essência desta abordagem é estabelecer vínculos quantitativos entre as principais
variáveis do sistema. Estes vínculos são geralmente estabelecidos através de equações baseados
em relações mecanísticas conhecidas, ou relações empíricas.

45
Plano Estadual de Recursos Hídricos

No caso do PLERH, utilizou-se tanto relações empíricas e mecanísticas, como variáveis


aleatórias baseadas na distribuição estatística de dados pretéritos, principalmente para
precipitação e vazão.
O modelo de Projeções para PLERH-AC foi desenvolvido pela concepção de dois
subsistemas: 1) Subsistema de definição do Cenário (Figura 15) e 2) Subsistema de projeções
quantitativas (Figura 16).

Figura 15 – Subsistema de definição de cenários.

No subsistema de definição de cenários, são definidos as configurações dos cenários


estadual e nacional que melhor se conformam a cada um dos cenários Águas Sustentáveis,
Águas no Limite e Águas Insustentáveis. Também, neste subsistema são atribuídas as dados
iniciais (vazão, precipitação, população e nível das criticidades) adequadas à realidade de cada
UGRH. Os níveis de criticidade IC 1 até IC 4, correspondem aos pesos médios a serem
atribuídos, respectivamente, às macro-incertezas Disponibilidade de Água, Mudanças
Climáticas, Alterações Antrópicas, Gestão dos Recursos Hídricos e Integração.

Figura 16 – Subsistema de projeções Quantitativas do PLERH/AC.

46
Plano Estadual de Recursos Hídricos

O subsistema de projeção quantitativas tem o seu coração no índice de sustentabilidade


do uso dos recursos hídricos (ISRH), que é uma razão entre o excedente de água e a
disponibilidade total. A variável “Oferta de Água” é definida pela síntese das interações entre as
incertas críticas, com um destaque para o fator “Qualidade da Água”. Logo, em última análise,
esta variável trata de oferta de água com qualidade. Por outro lado, o outro termo da equação,
“Demanda de Água” vai depender essencialmente de que forma o crescimento populacional e a
taxa de urbanização vias responder as diferentes políticas públicas dependendo dos cenários
estadual e nacional.
Os diferentes cenários influenciam no subsistema de projeções quantitativas através de
diferentes níveis de probabilidade na oferta de água com qualidade, e no nível de sua demanda,
baseado no crescimento populacional e na crescente taxa de urbanização.
Resumindo, as combinações cenários estadual e federal articuladas com diferentes níveis
das criticidades das macro-incertezas, implicam em diferentes padrões quantitativos e
qualitativos na oferta e demanda da água.
A análise das projeções serão agregada através do índice de sustentabilidade dos recursos
hídricos (ISRH), adaptado a partir da formula proposta por XU et al (2002):

ISRH = 0.1*Oferta – Demanda/0.1*Oferta

O Nível crítico do ISRH é 0.2, indicando o nível mínimo de água para o funcionamento
dos ecossistemas. Este valor indica que a demanda por água utiliza cerca de 80% da oferta
potencial.
Abaixo demonstra-se os cenários em em três perspectivas: Média anula, mínimo chuvos
e mínimo seco. Apresenta-se a média anual para que possa ser feita uma avaliação global da
disponibilidade do recurso hídrico. Todavia a sazonalidade é um fator crítico na sua
disponibilidade. Do ponto de vista de sustentabilidade quantitativa, não importa aqui, o máximo
chuvoso, pois este seria período de disponibilidade máxima do recursos, embora ele surta outros
efeitos negativos relacionados às inundações, implicando em problemas sócias, especificamente
de saúde pública, como veiculação de doenças.
Neste sentido, a avaliação do ídice de sustentabilidade vias ser mais útil quando
circunscrita aos prováveis valores mínimos dos dois períodos, chuvoso e seco, sendo este último
o mais crítico.

47
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Oferta de Água
6,000

4,500

3,000

1,500

0
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022 2024 2026 2028 2030
Time (Year)
Oferta de Água : minimo seco
Oferta de Água : minimo chuvoso
Oferta de Água : media anual

Figura 17 – Projeção de oferta de água em diferentes períodos.

48
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Para as projeções que se seguem, a macro-incerteza Mudanças Climáticas está


considerada no nível máximo de criticidade em todos os casos.

Figura 18 – ISRH para diferentes períodos do ano.

Todavia em função da elevada sazonalidade do regime hidrológico na região amazônica, é


pertinente verificar em qual período a sustentabilidade se tornaria crítico. As Figuras 17 e 18
demonstram que se as análises se concentrassem baseados na média anual, nenhum nível crítico
de sustentabilidade seria detectado. Todavia o período seco apresenta valores com perspectivas
críticas para sustentabilidade, algo já vivenciado em loco pela população do Acre.

Índice de Sustentabilidade (Xu et al, 2002)


1

0.75

0.5

0.25

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030
Time (Year)
"Índice de Sustentabilidade (Xu et al, 2002)" : OTIMISTA
"Índice de Sustentabilidade (Xu et al, 2002)" : TENDENCIAL
"Índice de Sustentabilidade (Xu et al, 2002)" : PESSIMISTA

Figura 19 – Simulações das projeções para o ISRH no período seco nos


diferentes cenários: Otimista (Águas Sustentáveis), Tendencial (Águas no Limite) e
Pessimista (Águas Insustentáveis).

49
Plano Estadual de Recursos Hídricos

A Figura 19 demonstra as projeções simuladas do ISRH, no Acre, até 2030 para os


diferentes cenários. A linha preta indica o nível crítico do índice de sustentabilidade ISRH.
O cenário pessimista, Águas Insustentáveis, apresenta a maior parte de seus valores (barras
verdes) abaixo do nível crítico.

Figura 20 – Simulações das projeções para o ISRH agrupada para os anos


2014, 2022 e 2030 para os cenários Otimista (Águas Sustentáveis), Tendencial (Águas
no Limite) e Pessimista (Águas Insustentáveis).

A Figura 20 apresenta os valores médios agregados os períodos de 2014, 2022 e 2030. O


cenário pessimista (Águas Insustentáveis) apresenta níveis críticos de sustentabilidade já para o
período de 2014.

50
Plano Estadual de Recursos Hídricos

A Figura 21 demonstra para o nível de incerteza para os mesmos períodos. No cenário


Águas Insustentáveis os níveis de incertezas são altos e crescentes.

Figura 21 – Simulações das incertezas (CV%) para o ISRH agrupadas para os


anos 2014, 2022 e 2030 para os cenários Otimista (Águas Sustentáveis), Tendencial
(Águas no Limite) e Pessimista (Águas Insustentáveis).

As projeções realizadas no cenário Águas Insustentáveis demonstram o ISRH varia de


forma significativa entre algumas UGRH (Figura 22). Particularmente, as UGRH Acre-Iquiri e
Abunã devem apresentar níveis críticos de sustentabilidade no curto prazo, 2014.

Figura 22 – Valores de ISRH para o período seco nas diferentes UGRH, no cenário Águas
Insustentáveis.

51
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Figura 23 – Valores de ISRH para o período seco nas diferentes UGRH, no cenário Águas
no Limite.

As Figuras 23 e 24 demonstram que o índice de sustentabilidade deve se manter em


níveis confortáveis nos Cenários Águas no Limite e Águas Sustentáveis.

Figura 24 – Valores de ISRH para o período seco nas diferentes UGRH, no cenário
Águas Sustentáveis.

As projeções realizadas para os diferentes cenários indicam a necessidade de se adotar uma


estratégia robusta para que se evite a configuração do cenário Águas Insustentáveis, diminuindo
o nível de criticidade das incertezas críticas. Também indicam que a atual conjuntura
administrativa do governo federal e estadual, expressas no cenário Água no Limite, apresentam

52
Plano Estadual de Recursos Hídricos

condições de manter os nível mínimos de sustentabilidade dos recursos hídricos, caso se


mantenha o foco no desenvolvimento sustentável no nível estadual, com a implementação de
políticas públicas que o promovam.

53
Plano Estadual de Recursos Hídricos

IV. DIRETRIZES PARA O FUTURO

Neste ponto, é importante realçar que qualquer caminho que seja adota pelas diretrizes,
ele deve implicar na adoção de estratégias de adaptação e mitigação às mudanças climáticas. O
PLERH-AC deve ser entendido, no seu conjunto, como uma estratégia de adaptação às
mudanças climáticas frente à particular vulnerabilidade de seus recursos hídricos.
Com base nos cenários as estratégias do programa podem ser desenhadas e planejadas de
três formas diferentes:
a) A concepção de uma visão de futuro;
b) A adoção do cenário mais provável;
c) A elaboração de uma estratégia robusta.
Cada plano de recursos hídricos opta por um destes caminhos. O Plano Nacional optou
por uma estratégia robusta. O estado do Mato Grosso, por exemplo, adotou uma visão de futuro
no seu plano. É importante investigar as premissas a partir das quais cada uma das três
abordagens pode ser melhor sucedida.
A visão de futuro é ideal para orientar um planejamento quando a maioria dos atores-
chave consegue conceber que tem alguma convergência de interesse e que, ao mesmo tempo,
possua algum nível de governabilidade e/ou influência sobre as principais incertezas críticas.
A adoção do cenário mais provável é ideal quando se opera em contextos estáveis ou
rígidos, ou que usufruam de algum tipo de previsibilidade, onde os atores têm poucas condições
ou interesse de intervir em suas condições de contorno.
A elaboração de uma estratégia robusta é ideal em um contexto de alta incerteza e baixa
governabilidade, e implica em conceber linhas de ação que possam funcionar bem em qualquer
situação e que garanta a resiliência de elementos básicos do sistema hídrico e de seus
respectivos mecanismos de gestão de uma região.
Todavia existem alguns elementos que podem definir regiões com maior gravidade ao
longo deste espectro de cenários para o Acre, que podem definir padrões para as incertezas
críticas:
 Manutenção da tendência de queda da disponibilidade e aumento da demanda
de água, projetada partir de dados retrospectivos;
 A disponibilidade de água supera em muito a demanda no cômputo geral, mas a
escassez durante a estiagem é crítica em algumas bacias;
 As limitações quanto à qualidade da água, de acordo com os informações do
diagnóstico;
 A eminente conclusão da rodovia BR-364, ligando Rio Branco a Cruzeiro do
Sul, cruzando e interligando as 6 (seis) UGRH e todas as bacias hidrográficas do estado,

54
Plano Estadual de Recursos Hídricos

influenciando em padrões migratórios e de uso e ocupação do território, aflorando tanto


oportunidades como ameaças;

 A incerteza inerente das mudanças climáticas no regime hidrológico, além das


incertezas associadas à estrutura e premissas dos principais modelos climáticos,
principalmente no que diz respeito à anomalia de precipitação para a Amazônia (Cândido
et alli, 2007);
 A manutenção do desenvolvimento sustentável baseado na vocação florestal
como bandeira e identidade do estado do Acre, em função das plataformas políticas e
institucionais, de âmbito nacional e internacional, construídas com base nesta visão.
Apesar das incertezas relacionadas aos efeitos das mudanças climáticas e aos
desdobramentos da conclusão da rodovia BR-364, a prioridade que o governo estadual tem
demonstrado para com as questões ambientais aliada a um contexto político favorável e ao
amadurecimento de instrumentos como o ZEE (Zoneamento Ecológico-Econômico), poderia
fazer com que o cenário mais provável fosse algo intermediário entre Cenário II – “Águas no
Limite” e o Cenário III – “Águas Sustentáveis”, podendo ser concebida até mesmo uma visão
de futuro.
Todavia, o capital social, econômico e natural não está distribuído homogeneamente no
Estado, havendo grande diferença entre as UGRH. O acúmulo de discussão e organização da
sociedade civil no Alto e Baixo Acre (UGRH Acre-Iquiri) de forma a propiciar participação
paritária em diferentes fóruns, ainda se encontra em estágio incipiente nas outras regiões do
estado. Além disto, a média dos índices hidrológicos relativos à quantidade de água
apresentados no diagnóstico pode passar uma idéia falsa a respeito do desafio de gestão dos
recursos hídricos na região, que deverá ser uma gestão capaz de lidar principalmente com os
extremos cada vez mais acentuados de inundação e estiagem.
Portanto, a recomendação para o PLERH/AC tende a ser a concepção de uma estratégia
robusta para o estado como um todo, endereçando as principais criticidades de cada UGRH,
considerando que um dos principais desafios para a gestão dos recursos hídricos encontra-se na
quantidade e diversidade dos atores envolvidos, indo muito além do âmbito de governabilidade
dos gestores governamentais do setor hídrico (WWAP, 2009).
Dessa forma, a diretriz principal para PLERH/AC inicia-se por uma franca ampliação
do capital social para a gestão dos recursos hídricos. Isto passa desde a capacitação de técnicos
em todos os níveis e em todos os municípios, até ao envolvimento sócio-educativo com todos os
usuários. Este processo, porém, deve ser subsidiado por um sistema de gestão de informação
dos recursos hídricos, que seja alimentado por monitoramento e disponibilize, publicamente,
informações periódicas.

55
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Outros elementos que devem ser considerados são:


 Diagnósticos mais pormenorizados e capilarizados de cada UGRH baseados em
levantamentos municipais participativos, atividade esta que pode promover tanto a
aquisição de informação quanto sua apropriação pela população local e seu respectivo
empoderamento para participar do processo de gestão;
 Ampliação massiva da base de monitoramento dos recursos hídricos;
 Integração com instituições de pesquisa no âmbito nacional e internacional e
internacional para Elaboração de modelos climáticos de resolução adequada à região,
acoplados com modelos de circulação global (GCM) e regional, para realização de
projeções mais precisas e acuradas. Em particular, deve ser articulado a inclusão dos rios
do estado Acre como estudo de caso do INCT/MC (Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia pra Mudanças Climáticas), afim de que se promova o devido apoio
tecnológico para subsidiar as medidas de adaptação;
 Foco na promoção da resiliência socioambiental baseado em programas de
adaptação às mudanças climáticas;
 Plena implementação do ZEE e de OTL assim como de todos os demais
instrumentos de política ambiental;
 Ampliação das redes de abastecimento e saneamento;
 Articulação com os estados do Amazonas e Rondônia e países vizinhos (Bolívia
e Peru) para a gestão de bacias compartilhadas;
 Articulação inter-setorial para que a quantidade e qualidade do recurso água
sejam variáveis internalizadas no planejamento de setores usuários de água (agricultura,
indústria, etc.), promovendo a co-responsabilidade, transcendendo os limites das
instituições gestoras dos recursos hídricos (WWAP, 2009).

56
Plano Estadual de Recursos Hídricos

CAPÍTULO II. PLANO DE AÇÃO

2.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Este Plano de Ação se fundamenta nas diretrizes estabelecidas no Plano Nacional de


Recursos Hídricos (PNRH), na Metodologia do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Acre
(PLERH/AC) elaborada pela SEMA em 2008, no Diagnóstico e situação atual dos recursos
hídricos do Estado do Acre (SEMA, 2010), nos resultados do Prognóstico dos recursos hídricos,
além das considerações contidas no Plano Plurianual do Governo do Estado (PPA, 2008-2011).
Dentre as diretrizes estabelecidas para a construção do Plano Estadual de Recursos
Hídricos do Acre (PLERH/AC) (SEMA, 2008) destacam-se:
 Considerar o Plano Nacional de Recursos Hídricos, o Plano Estadual de Recursos
Hídricos e os planos de bacia como instrumentos de planejamento estratégico das
respectivas regiões de abrangência;
 Construir o PLERH/AC apoiado na participação ampla dos diferentes grupos que
compõem a sociedade acreana, de forma a garantir um acordo político sobre a base de
informações técnicas e considerar a água como elemento natural capaz de potencializar
o desenvolvimento social e econômico sustentável do estado do Acre;
 Considerar o PLERH/AC como documento de referência para orientar o processo de
planejamento e desenvolvimento sócio-cultural e ambiental do Estado do Acre,
conforme diretrizes estabelecidas no Art. 5º da Lei 1.500/2003.
O Plano Plurianual do Governo do Estado (PPA, 2008-2011) para efeitos de gestão das
águas e dos recursos hídricos do Acre indica que deverão ser criadas as políticas públicas
capazes de contornar os problemas de comprometimento e degradação desses recursos com
medidas duradouras para a gestão, envolvendo a participação das comunidades, como condição
necessária para o desenvolvimento sustentável do Acre.
Neste sentido, o Governo do Estado traçou as seguintes prioridades, conforme estabelecido
no Art. 3º da Lei 9.433 de 1997:
 Considerar as diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais das
diferentes bacias na implantação da Política Estadual de Recursos Hídricos;
 Implantar os comitês (ou consórcios) de bacias ou microbacias segundo as
especificidades de cada região;
 Implantar a política de gerenciamento de bacias, considerando que os rios do Acre
ultrapassam os limites territoriais do Estado e do país, projetando-se no contexto da
Bacia Amazônica;

57
Plano Estadual de Recursos Hídricos

 Implementar medidas voltadas para a preservação e conservação das nascentes dos rios
e igarapés, visando à melhoria da disponibilidade hídrica e das funções ecológicas das
áreas de matas ciliares;
 Integrar a política de recursos hídricos com as demais políticas setoriais (saúde,
educação, transporte e infra-estrutura, por exemplo);
 Articular junto ao governo federal a inserção do tema “Gestão dos Recursos Hídricos”
nos acordos internacionais, com os países de fronteira.
Ainda, segundo o PPA (2008-2011) os “problemas ambientais urbanos no Acre têm
sido gritantes e nossos igarapés se transformaram em escoadouros de resíduos domésticos e
industriais”.
Dentre outras medidas necessárias para a mitigação do problema, o PPA indica a
implantação de aterros sanitários consorciados entre municípios vizinhos, priorizando o
tratamento do chorume e a drenagem dos gases.
Segundo proposto no Termo de Referência do Contrato Nº 089/2010, a seleção dos
programas e ações do Plano de Ação deverão considerar as expectativas da sociedade expressas
nas propostas apresentadas nas oficinas ocorridas nas Unidades de Gestão dos Recursos
Hídricos (UGRH). Este Termo de referência indica também como importante o estabelecimento
de medidas estruturais e não-estruturais para a solução dos problemas diagnosticados e para o
alcance do cenário almejado, compatibilizando-as e integrando-as em escala estadual, de modo
a contemplar, tanto quanto possível as demandas regionais. Deverão ainda ser considerados os
seguintes aspectos:
a) Programas do Governo Estadual;
b) Ações de fortalecimento incluindo a sustentabilidade do Sistema de Gestão de Recursos
Hídricos do Estado;
c) Ações voltadas para a integração das atividades dos Sistemas de Meio Ambiente e de
Recursos Hídricos;
d) Ações voltadas para a aproximação dos municípios com o Sistema de Gestão dos
Recursos Hídricos;
e) Compatibilização das ações municipais, a exemplo dos Planos Diretores, do
Ordenamento Territorial e das Agendas 21 elaborados, e em elaboração;
f) Ações de articulação do Sistema Estadual com o Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos (SINGREH), nas bacias de rios de domínio da União e no diálogo
com os demais países e Estados que compartilham bacias hidrográficas no Acre;
g) Ações voltadas para a articulação com os setores usuários, em suas vertentes pública e
privada.
A integração dos programas e ações a serem incluídos nos estudos para subsidiar a
elaboração do PLERH/AC deverá ser baseada em dois enfoques principais:

58
Plano Estadual de Recursos Hídricos

 Programas e ações de cunho emergencial, levando-se em consideração os impactos


mais significativos nas bacias que afetam a quantidade e a qualidade da água;
 Programas e ações continuadas de médio e longo prazos, dedicadas a diferentes
temas, em função do diagnóstico e do prognóstico elaborados.
Algumas ações consideradas essenciais são:
 Implantação da rede hidrológica e de monitoramento da qualidade da água;
 Tecnologia e treinamento em recursos hídricos dos técnicos de instituições afins;
 Serviços e obras de conservação, proteção e recuperação da qualidade das águas e dos
recursos hídricos;
 Proteção e monitoramento das águas subterrâneas;
 Conservação e proteção de nascentes;
 Recuperação de áreas degradadas;
 Tecnologia de conservação de recursos hídricos na agricultura e agroindústria;
 Defesa contra inundações e secas;
 Prevenção e defesa contra erosão do solo e assoreamento dos rios.
O diagnóstico do PLERH/AC apresenta alguns indicativos referentes à situação atual
dos recursos hídricos, importantes para o processo de gestão integrada das águas no Acre,
dentre os quais: falta de informações sistematizadas sobre recursos hídricos; vazios de
informações pluviométricas e fluviométricas; dificuldade de mapeamento dos usos consuntivos;
alta vulnerabilidade dos aqüíferos; comprometimento da qualidade das águas superficiais pelo
lançamento de esgoto e resíduos sólidos; dentre outros aspectos.
O diagnóstico indica ainda que, para melhor caracterização da situação dos recursos
hídricos nas UGRH, será necessário incluir duas frentes de trabalho estratégicas, a fim de dotar
o Estado de uma infra-estrutura técnica e tecnológica de apoio à gestão das águas e à elaboração
dos planos diretores dos recursos hídricos. São ações apoiadas na integração da Hidrologia com
os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e a Tecnologia da Informação (TI):
 Cadastramento dos usos consuntivos em ambiente de informações geográficas,
caracterizando a dinâmica espacial e temporal dos múltiplos usos da água; e
 Desenvolvimento de uma base de dados contínua com informações hidrológicas
espacializadas ao longo de toda a rede hidrográfica do estado do Acre.
Para a elaboração dos cenários de recursos hídricos no Acre foi identificado um
conjunto de incertezas críticas para cada UGRH, a partir das oficinas participativas, para as
quais foram formuladas hipóteses em que elas têm mais probabilidades de se manifestarem.
Posteriormente as macro-incertezas foram agrupadas para maior consistência de análise no
nível do Estado, em: disponibilidade de água em quantidade e qualidade; mudanças climáticas;
alterações antrópicas; gestão dos recursos hídricos; e integração.

59
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Posteriormente, com base nos cenários do Plano Nacional de Recursos Hídricos


(PNRH), no PPA (2008-2010) e nas informações advindas das oficinas realizadas nas UGRH,
foram definidos três cenários, a saber:
 Águas insustentáveis: formado pela conjugação das hipóteses mais pessimistas pelas
incertezas críticas, onde as mudanças climáticas promovem a escassez dos recursos
hídricos associado ao seu uso indiscriminado e taxa elevada de degradação ambiental,
além da baixa implementação dos instrumentos de gestão e de articulação com outros
programas de desenvolvimento.
 Águas no limite: caracterizado pela manutenção dos padrões atuais de gestão e das
taxas de consumo e de degradação ambiental, supondo a permanência de status do
contexto socioeconômico atual, admitindo-se que esta já pode ser considerada uma
situação limítrofe.
 Águas sustentáveis: tem como premissa principal que as esferas de governo federal,
estadual e municipais estão alinhadas em torno do desenvolvimento sustentável, tendo a
gestão dos recursos hídricos como um dos seus eixos principais, promovendo o
ordenamento territorial, a eficiência na gestão pública e estratégias de mitigação e
adaptação às mudanças climáticas.
Neste sentido o prognóstico apresenta as seguintes diretrizes para o PLERH/AC:
- Ampliação do capital social para a gestão dos recursos hídricos, com capacitação
de técnicos em todos os níveis e em todos os municípios e o envolvimento sócio-educativo
de todos os usuários;
- Sistema de gestão de informação sobre recursos hídricos, que seja alimentado por
monitoramento, disponibilizando publicamente informações periódicas;
- Diagnósticos pormenorizados e capilarizados de cada UGRH baseados em
levantamentos municipais participativos, promovendo tanto a aquisição de informação
quanto sua apropriação pela população local e seu respectivo empoderamento para
participar do processo de gestão;
- Ampliação massiva da base de monitoramento dos recursos hídricos;
- Integração com instituições de pesquisa no âmbito nacional, regional e
internacional para elaboração de modelos climáticos de resolução adequada à região,
acoplados com Modelos de Circulação Global (GCM) e regional, para realização de
projeções mais precisas e acuradas;
- Promoção da resiliência socioambiental baseado em programas de adaptação às
mudanças climáticas;
- Plena implementação do ZEE e de Ordenamento territorial (OTL), assim como
de todos os demais instrumentos da política ambiental;
- Ampliação das redes de abastecimento e saneamento;

60
Plano Estadual de Recursos Hídricos

- Articulação com os estados do Amazonas e Rondônia e países vizinhos (Bolívia e


Peru) para a gestão das bacias compartilhadas;
- Articulação inter-setorial para que a quantidade e qualidade do recurso água
sejam variáveis internalizadas no planejamento de setores usuários de água (agricultura,
indústria, dentre outros), promovendo a co-responsabilidade, transcendendo os limites das
instituições gestoras dos recursos hídricos.
Este conjunto complexo e completo de informações foi analisado em parceria com os
diferentes segmentos da sociedade nas oficinas realizadas nas UGRH para proposição das
diretrizes, programas e ações do PLERH/AC, a seguir apresentados.

61
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2.2. DIRETRIZES, METAS, PROGRAMAS E AÇÕES DO PLERH/ACRE

DIRETRIZES
As diretrizes propostas visam orientar a implantação do Sistema Estadual de Gestão dos
Recursos Hídricos do Acre (SEGRH/AC) dentro de uma visão sustentável de desenvolvimento,
que garanta a integração interinstitucional e a participação efetiva dos usuários, sociedade civil
e governo, conciliando conservação ambiental e crescimento econômico com equidade.
Foram propostas quatro diretrizes e dez programas (Quadro 1), cujos componentes
(projetos e ações) estão apresentados na seqüência.

Quadro 1. Diretrizes e programas do PLERH/AC.


DIRETRIZES PROGRAMAS
Programa 1. Implementação dos instrumentos de
gestão dos recursos hídricos.
I – Implementação da Política de Gestão Programa 2. Implantação da rede de monitoramento
Integrada dos Recursos Hídricos no Estado. quali-quantitativa das águas superficiais e subterrâneas
do Estado.
Programa 3. Saneamento Ambiental Integrado.
   
Programa 4. Fortalecimento do Sistema de Gestão dos
Recursos Hídricos.
Programa 5. Articulação institucional e intersetorial na
II – Consolidação do marco legal e
gestão dos recursos hídricos nos níveis Federal e inter-
fortalecimento institucional para a gestão
Estadual.
integrada dos recursos hídricos.
Programa 6. Sustentabilidade econômico-financeira
para a gestão dos recursos hídricos no Estado.

   
Programa 7. Comunicação, divulgação e educação
III – Desenvolvimento tecnológico, educação ambiental para a gestão integrada dos recursos hídricos.
ambiental e comunicação
Programa 8. Desenvolvimento científico e tecnológico
para gestão de recursos hídricos.
   
Programa 9. Desenvolvimento de medidas de
adaptação e mitigação dos eventos extremos.
IV – Desenvolvimento de medidas de
adaptação às mudanças climáticas. Programa 10. Revitalização de Bacias Hidrográficas
(Conservação e recomposição de áreas de proteção
permanente).

   

62
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2.2.1. DIRETRIZ I. IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE GESTÃO INTEGRADA


DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO

PROGRAMA 1. IMPLEMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO DOS


RECURSOS HÍDRICOS

PROJETO 1.1. IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE


RECURSOS HÍDRICOS DO ACRE (SIRENA)

OBJETIVOS
Reunir, organizar , georreferenciar e sistematizar as informações existentes e relativas
aos recursos hídricos do Estado levando-se em consideração as Unidade de Gestão de Recursos
Hídricos (UGRH).

Reunir, organizar e sistematizar as informações existentes e sua formatação em um


banco de dados georreferenciado, organizado por Unidade de Gestão de Recursos Hídricos
(UGRH).
Disseminar as informações hidrológicas, hidrogeológicas e de qualidade das águas,
contribuindo para a realização de estudos e projetos e para a construção do conhecimento em
recursos hídricos no Estado.

JUSTIFICATIVA
O sistema de informações sobre recursos hídricos é um dos instrumentos da Política
Nacional de Recursos Hídricos, de acordo com a Lei Federal 9.433/1997. No Estado do Acre o
Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos (SIRENA) está previsto no Art. 8º. da Lei
Estadual de Recursos Hídricos (1.500/2003), no âmbito do Sistema Estadual de Informações
Ambientais (SEIAM), devendo ser gerido pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC).
De acordo com o Art. 25, da Lei Federal 9.433/1997, o sistema de informações sobre
recursos hídricos é um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de
informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.
Neste sentido o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos do Acre (SIRENA)
deverá ser estruturado e desenvolvido, de forma compatibilizada, com o Sistema Nacional de
Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH), bem como com os sistemas dos Estados
vizinhos do Amazonas e Rondônia, com os quais compartilha seus recursos hídricos.
Particularmente, é importante que sejam implantadas estruturas interativas e de fácil
compreensão, disponibilizada em ambiente Web, para que haja amplo acesso por parte da
população e das instituições.

63
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Os princípios e as orientações básicas para implantação do SIRENA estão previstos nos


Artigos 15, 16, 17 e 18 da Lei 1.500/2003 e na Metodologia do PLERH/AC (SEMA, 2008).
Segundo a Metodologia para elaboração do PLERH/AC (SEMA, 2008), para a
formatação do banco de dados deverá ser utilizada a base cartográfica digital da Unidade
Central de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (UCEGEO) da Fundação Tecnológica
do Estado do Acre (FUNTAC) (escala de 1:100.000), que possibilite:
 Coletar e gerenciar dados e informações para elaboração do PLERH/AC;
 Realizar simulações, análises espaciais e visualização gráfica dos dados geográficos
e outros que se fizerem necessários;
 Fornecer suporte para disponibilizar as informações por meio da internet, portal,
vídeos, folhetos, publicações, CDs, dentre outros;
 Fornecer prestação de informações sobre os recursos hídricos do Estado;
 Fornecer acesso a sistemas de informações diversos em cooperação com outros
órgãos do Estado;
 Fornecer suporte à elaboração e à implementação de estudos de recursos hídricos
nas UGRH e respectivas bacias hidrográficas.
AÇÕES
1.1.1. Contratação de empresa e/ou especialista para construção do SIRENA, segundo
Metodologia do PLERH/AC (SEMA, 2008).
1.1.2. Desenvolvimento de ferramentas computacionais e modelos de apoio à decisão.
1.1.3. Capacitação de corpo técnico das Secretarias Municipais de Meio Ambiente, da
SEMA, do IMAC, dos usuários e da sociedade civil (WWF) no uso do SIRENA,
para que possam extrair, comparar, cruzar e analisar dados, gerando informações
sobre os usuários, usos, disponibilidade, demanda e qualidade dos recursos
hídricos.
1.1.4. Integração do Sistema de Informação sobre Recursos Hídricos do Estado
(SIRENA) com o Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos
(SNIRH).
1.1.5. Integração do Sistema Estadual de Informações Ambientais (SEIAM) com o
Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos (SIRENA).
1.1.6. Disponibilização do SIRENA em ambiente WEB.

METAS
Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos do Acre (SIRENA) implantado e em
funcionamento até final de 2014.

64
Plano Estadual de Recursos Hídricos

EXECUTORES
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) e Instituto de Meio Ambiente do Acre
(IMAC).

PARCEIROS
DEPASA/VIGIÁGUA/ SAEB/ANA.

65
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 1.2. SISTEMA DE OUTORGA DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO

OBJETIVOS
A outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como objetivo principal o
controle qualitativo e quantitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso
a água.
Identificar os usos e usuários das águas superficiais e subterrâneas, de forma a conhecer
as demandas e consumos de água, o perfil do usuário, tecnologias utilizadas, dentre outras
características.

JUSTIFICATIVA
Os múltiplos usos da água podem ser concorrentes, gerando conflitos entre setores
usuários, além de impactos ambientais. Nesse sentido, gerenciar recursos hídricos é uma
necessidade premente e que tem o objetivo de ajustar as demandas econômicas, sociais e
ambientais por água em níveis sustentáveis, de modo a permitir, a convivência dos usos atuais e
futuros da água sem conflitos (Cardoso da Silva e Monteiro, 2004).
A Lei Federal 9433/97 referenda a outorga pelo uso da água, no âmbito da Política
Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), caracterizando-a como um instrumento administrativo
prerrogativo da União, do Distrito Federal e dos Estados.
No Acre, o Art. 23 da Lei 1500/2003 também define a outorga como um ato
administrativo específico de autorização, mediante o qual o órgão do poder público do Estado
faculta ao administrado o uso do recurso hídrico de domínio do Estado, por prazo determinado,
nos termos e condições expressos nesta lei, nos regulamentos e no ato outorgante.
A Resolução CEMACT nº 04 de 17/08/2010 regulamenta a concessão de outorga
provisória e de direito de uso dos recursos hídricos no Estado do Acre, disciplinando o
regime de outorga de direitos de uso dos recursos hídricos de dominialidade do Estado.
Segundo Parágrafo único da Resolução 04/2010, a outorga preventiva será concedida
na forma desta Resolução bem como na forma do Art. 22 da Lei 1.500/2003 e de norma a ser
expedida pelo IMAC.
O cadastro de usos e usuários do Estado para fins de implantação da outorga deverá se
articular com o Cadastro Nacional de Usos e Usuários de Recursos Hídricos (CNARH) junto a
ANA, que tem por objetivos a reunir e disponibilizar de forma sistemática as informações sobre
usuários e demandas de recursos hídricos existentes em todo o país, para suporte às diversas
ações de gestão, notadamente a outorga.

AÇÕES

66
Plano Estadual de Recursos Hídricos

1.2.1. Elaboração dos procedimentos para regulamentação e implantação da outorga


(Marco Legal).
1.2.2. Confecção de um manual de outorga para orientação aos usuários.
1.2.3. Promover a integração do sistema de outorga com o sistema de licenciamento
ambiental do Estado.
1.2.4. Cadastro de usos (consuntivos e não consuntivos) e dos usuários de recursos
hídricos superficiais e subterrâneos.
1.2.5. Cadastro de captações e lançamentos industriais.
1.2.6. Integrar ao cadastro as fontes pontuais potencialmente poluidoras.
1.2.7. Integrar o sistema de cadastro de usos e usuários do Estado ao Cadastro Nacional
de Usos e Usuários de Recursos Hídricos (CNARH).

METAS
Sistema de outorga de direito de uso dos recursos hídricos implantado e em
funcionamento até o final de 2011.

EXECUTORES
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) e Instituto de Meio Ambiente do Acre
(IMAC).

PARCEIROS
Procuradoria Geral do Estado (PGE).

67
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 1.3. ENQUADRAMENTO DOS CORPOS D´ÁGUA SEGUNDO USOS


PREPONDERANTES

OBJETIVOS
Assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem
destinadas e diminuir os custos de combate à poluição das águas mediante ações preventivas
permanentes.

JUSTIFICATIVA
A Lei n.º 9.433, de 08 de janeiro de 1997, definiu o enquadramento dos corpos de água
em classes, segundo os usos preponderantes, sendo este um dos cinco instrumentos da Política
Nacional de Recursos Hídricos, o qual visa garantir qualidade das águas compatível com usos
mais exigentes.
Ressalte-se que o processo de enquadramento deve estar em consonância com as
diretrizes do Plano Estadual de Recursos Hídricos, o qual prevê a implantação da ferramenta
e a instrumentalização dos órgãos competentes para colocar em prática o seu uso.
A Resolução 357 de 17 de março de 2005, do CONAMA, estabelece os padrões de
qualidade das águas para diferentes usos, classificando-as em classes de usos
preponderantes. Esta norma “dispõe sobre a classificação dos corpos de água e dá as
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e os
padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências”.
Esta Resolução estabelece, no seu Artigo 26, que “os órgãos ambientais federal,
estaduais e municipais, no âmbito de sua competência, deverão, por meio de norma
específica ou no licenciamento da atividade ou empreendimento, estabelecer a carga
poluidora máxima para o lançamento de substâncias passíveis de estarem presentes ou serem
formadas nos processos produtivos, listadas ou não no Art. 34, desta Resolução, de modo a
não comprometer as metas progressivas obrigatórias, intermediárias e final, estabelecidas
pelo enquadramento para o corpo de água”.
O enquadramento é um processo demorado e trabalhoso que envolve a participação
dos usuários e do poder público, fato este que deve ser levado em conta no planejamento.
Em particular deve ser considerada a participação da comunidade no processo, indicando a
qualidade desejada de acordo com os usos preponderantes.
O enquadramento representa, indiretamente, um mecanismo de controle do uso e
ocupação do solo e deve ser compatível com o ZEE.
Segundo a Resolução 357/2005, o enquadramento dos corpos d´água em classes de uso
preponderante é o estabelecimento da meta ou objetivo de qualidade da água (classe) a ser,

68
Plano Estadual de Recursos Hídricos

obrigatoriamente, alcançado ou mantido em um segmento de corpo d’água, de acordo com os


usos preponderantes pretendidos, ao longo do tempo.
É importante que o Estado organize o processo de enquadramento das águas dos rios
de sua dominialidade, com base na legislação indicada, a fim de estabelecer as metas de
qualidade de água e as classes de enquadramento.

AÇÕES
1.3.1. Elaboração de estudos para o enquadramento dos corpos d´água do Estado.
1.3.2. Realização de oficinas com os diversos segmentos para validação do
diagnóstico e prognóstico do enquadramento.
1.3.3. Realização das consultas públicas para validação dos cenários e
estabelecimento de metas e alternativas de enquadramento.
1.3.4. Publicação do documento final contendo os procedimentos e propostas para
implantação do enquadramento.

METAS
Enquadramento dos corpos d´água em classes de usos preponderantes implantado até
2020.

EXECUTORES
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) e Instituto de Meio Ambiente do Acre
(IMAC).

PARCEIROS
Organizações não governamentais (ONG) locais.

69
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 1.4. PLANOS DE BACIA DOS IGARAPÉS PRIORITÁRIOS NO ESTADO

OBJETIVOS
Fomentar a (OBS: Vera) elaboração dos planos de bacias hidrográficas para
fundamentar o gerenciamento dos recursos hídricos e orientar a implementação dos programas
e projetos nas respectivas bacias.

JUSTIFICATIVA
Os planos de bacia são considerados instrumentos de gestão dos recursos hídricos (Art.
6º. e 7º. da Lei 9.433 de 1997 e Art. 8º. e 13º. da Lei 1.500 de 2003), devendo ser elaborados
em conformidade com o Plano Estadual de Recursos Hídricos.
Durante as oficinas de capacitação realizadas nas UGRH para formação dos Grupos de
Trabalho Regionais (GTR) foram apontados os sistemas aquáticos mais comprometidos pelo
lançamento de efluentes domésticos nas áreas urbanas, devendo estes ser os primeiros alvos de
gerenciamento no Estado (Quadro 2).

Quadro 2. Relação dos rios e igarapés comprometidos em áreas urbanas nos municípios
do Estado.

Municípios Sistemas aquáticos comprometidos

Igarapés Judia, São Francisco, Amaro, Batista e Dias


Rio Branco
Martins
Senador Guiomard Igarapés Judia e Pirão de Rã
Bujari Igarapé Redenção
Porto Acre Rio Acre, Igarapé Santa Helena/São Simão
Brasiléia Rio Acre e Jarinau
Epitaciolândia Rio Acre, igarapés Encrenca e Bahia
Assis Brasil Igarapés Cascata e Grande
Xapuri Rio Xapuri, Igarapé Bolívia e Santa Helena
Sena Madureira Igarapé Cafezal, rios Macauã, Caeté e Iaco
Manoel Urbano Rio Purus, Iaco, igarapés São João e Benfica
Santa Rosa do Purus Rio Purus, Igarapé Santa Rosinha
Igarapés: Preto, Canela Fina, Boulevard Thaumaturgo e
Cruzeiro do Sul
Sacado da Alemanha
Rodrigues Alves Rios Juruá e Apuí
Mâncio Lima Igarapé Preto, Igarapé da Sanacre e Generoso
Porto Walter Igarapé do Marcelino e Maloca
Marechal Thaumaturgo Igarapé Curinga e Rio Juruá
Tarauacá Rio Tarauacá e Igarapé Pirajá
Feijó Igarapés Diabinho e Aristides
Jordão Igarapé São João e Rio Jordão
Plácido de Castro Igarapé Visionário e Rio Abunã
Tarauacá Igarapé Pirajá

70
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Segundo os participantes das referidas oficinas, o problema do saneamento é agravado pelo


desmatamento das áreas de preservação permanente (APP), além da ocupação desordenada das
mesmas (SEMA, 2009).
Para efeitos de mobilização dos diversos segmentos das bacias prioritárias para formação
das comissões pró-organização de comitês de bacias hidrográficas e elaboração dos planos de
bacia, os participantes da oficina do prognóstico indicaram, que o processo se inicie pelos
seguintes sistemas:
 UGRH Abunã (Rapirrã e Vizionário);
 UGRH Acre-Iquiri (Encrenca, Redenção, Escondido, Pirão de Rã, Riozinho do Rola,
Judia, Santa Rosa, São Simão e São Pedro);
 UGRH Purus (Cafezal);
 UGRH Envira-Jurupari (Diabinho e Aristídes);
 UGRH Tarauacá (Igarapé Piranji e Pirajá);
 UGRH Juruá (Igarapé Preto e Canela Fina).

AÇÕES
1.4.1. Mobilização dos diversos segmentos da bacia para apresentação da proposta de
elaboração dos planos de bacia dos igarapés prioritários.
1.4.2. Realização dos estudos necessários para viabilizar os planos de bacias dos
igarapés prioritários.
1.4.3. Mobilização dos diversos segmentos da bacia para formação de comissões pró-
organização de comitês de bacias hidrográficas.
1.4.4. Articulação entre o PNRH, o PLERH/2010, os planos de bacia, os planos
diretores e demais planos setoriais, conforme peculiaridades de cada região.
METAS
Planos de bacia dos igarapés prioritários em processo de construção a partir de 2011 até
2016.

EXECUTORES
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), Organizações não governamentais
(ONG) locais e Organismos de bacias existentes.

PARCEIROS
Organizações não governamentais (ONG) locais.

71
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 1.5. FISCALIZAÇÃO DO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS

OBJETIVOS
Promover a educação e a orientação dos usuários de recursos hídricos e prevenir
condutas violadoras da legislação aplicável.

JUSTIFICATIVA
O Art. 56 da Lei Estadual de Recursos Hídricos (1.500/2003) indica que cabe ao
Instituto do Meio Ambiente do Acre (IMAC) exercer a ação fiscalizadora dos usos dos recursos
hídricos no Estado, com poder de polícia, inclusive mediante imposição de penalidades pelas
condutas violadoras, na forma desta lei e dos regulamentos.
Segundo informações contidas no Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) as
ações de fiscalização devem ser pautadas em ações preventivas e de orientação aos usuários de
recursos hídricos, através de um processo contínuo de educação ambiental. Tem também função
corretiva/repressiva, na medida em que estimula o cumprimento da legislação pelos usuários de
recursos hídricos e os informa quanto aos preceitos legais e os procedimentos para sua
regularização (MMA, 2006).
A fiscalização dos usos dos recursos hídricos, integrada ao processo de fiscalização dos
recursos naturais, permitirá uma maior eficiência e otimização no uso dos recursos e
instrumentos, bem como a harmonização das condutas e procedimentos estabelecidos,
proporcionando tratamento justo aos usuários, com a constatação e aplicação de penalidades de
forma harmônica, conforme preconizado no PNRH.
Ainda, segundo dados do Programa de Desenvolvimento e Implementação dos
Instrumentos de Gestão do PNRH, as ações de fiscalização devem ser desenvolvidas segundo
uma abordagem sistêmica, planejada por bacia hidrográfica, com observância das inter-relações
entre os usuários, de maneira a garantir os usos múltiplos da água.

AÇÕES
1.5.1. Estruturação do Sistema de fiscalização do uso dos recursos hídricos no Estado,
com o estabelecimento de normas e procedimentos.
1.5.2. Integração do Sistema de fiscalização dos recursos hídricos com o Sistema de
fiscalização ambiental realizado pelo IMAC, com harmonização de condutas e
procedimentos.
1.5.3. Capacitação de recursos humanos para a fiscalização do uso dos recursos
hídricos no Estado.
1.5.4. Fortalecimento do corpo técnico do IMAC.
1.5.5. Incentivos a realização de denúncias contra crimes ambientais,

72
Plano Estadual de Recursos Hídricos

METAS
Sistema de fiscalização do uso dos recursos hídricos implantado em todas as
UGRH até final de 2014.

EXECUTORES
Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
de Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

PARCEIROS
Prefeituras Municipais.

73
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 1.6. APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS ECONÔMICOS À GESTÃO DE


RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO

OBJETIVOS
Reconhecer a água como bem econômico, dar ao usuário uma indicação de seu
real valor e promover o uso racional dos recursos hídricos e a sustentabilidade
financeira dos sistemas.

JUSTIFICATIVA
Segundo o Art. 30 da Lei 1500/2003 serão cobrados os usos de recursos
hídricos de domínio do Estado do Acre sujeitos a outorga, nos termos desta lei e dos
regulamentos.
O Parágrafo 1º. da referida lei estabelece que as cobranças pelo uso dos
recursos hídricos deverão ser realizadas pelo Instituto do Meio Ambiente do Acre
(IMAC), nos termos do ato impositivo, podendo delegar à Agência Reguladora de
Serviços Públicos do Acre.
Segundo o Art. 30 a cobrança objetiva ainda:
I – incentivar a racionalização do uso da água;
II – melhorar a qualidade dos corpos de água do Estado;
III – obter recursos para o financiamento dos programas e projetos constantes dos
planos de recursos hídricos;
IV – custear parte das atividades dos agentes envolvidos na gestão de recursos
hídricos do Estado, mormente no controle e fiscalização dos usos da água.

AÇÕES
1.6.1. Estudo de instrumentos econômicos de gestão de recursos hídricos adequados à
realidade do Estado, com foco na cobrança pelo uso da água.
1.6.2. Identificar as bacias onde haja a viabilidade para aplicação da cobrança.
1.6.3. Operacionalização de um sistema integrado de cadastro, outorga e cobrança.
1.6.4. Estudos para implementação de pagamento por serviços ambientais - fração
água.
METAS
Estudos realizados até 2011. Cobrança pelo uso dos recursos hídricos implantada até
final de 2014.

EXECUTORES
Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) e Agência Nacional de Águas (ANA).

74
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PARCEIROS
Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (DEPASA), Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Serviço de Água e Esgoto de
Rio Branco (SAERB).

75
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROGRAMA 2. IMPLANTAÇÃO DA REDE DE MONITORAMENTO QUALI-


QUANTITATIVA DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS DO ESTADO.

PROJETO 2.1. REDE DE MONITORAMENTO QUALI-QUANTITATIVA DAS


ÁGUAS SUPERFICIAIS DO ESTADO

OBJETIVOS
Avaliar a evolução da qualidade e quantidade das águas em todas as UGRH do
Estado para dar subsídios técnicos aos planos de bacia e demais programas do
PLERH/AC e garantir o uso múltiplo das águas no Estado.

JUSTIFICATIVA
Segundo dados do diagnóstico do PLERH/AC, o Estado, de modo geral,
encontra-se em uma situação excelente para atendimento dos usos múltiplos frente à
disponibilidade hídrica representada pela vazão média no exutório das bacias
hidrográficas (SEMA, 2010).
No entanto, os dados de qualidade apontam valores preocupantes para o Índice
de Qualidade das Águas (IQA), especialmente na estação chuvosa, devido ao excesso
de matéria orgânica, inorgânica e sólidos totais em suspensão nas águas. Informações
do Plano de Prevenção e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos
Perigosos (P2R2) do Estado mostram que os pontos de lançamento de esgoto em todos
os municípios do Estado são feitos nos principais rios e igarapés, muitos dos quais nas
proximidades dos pontos de captação de águas do DEPASA.
A ampliação do conhecimento dos principais processos e mecanismos de
funcionamento dos sistemas aquáticos poderá dar a fundamentação necessária para a
recuperação dos ecossistemas e a proteção àqueles que ainda não estão ameaçados pela
deterioração da quantidade e da qualidade.
As alterações na distribuição, quantidade e qualidade das águas representam
uma ameaça à sobrevivência humana e das demais espécies do Planetaum desafio para
a gestão dos recursos hídricos, principalmente no que tange ao tratamento necessário
para o abastecimento humano.. É necessário um esforço conjunto para aumentar a
capacidade de predição e prognóstico e para integrar continuamente ciência,
planejamento e gerenciamento na área de recursos hídricos (Tundisi, 1999, in SEMA,
2010).
Portanto, manejar os recursos naturais para fins de produção de água, em
quantidade e qualidade, salvaguardando os valores do solo, da vegetação e da água na
paisagem, representa o grande desafio que ainda requer da sociedade maior

76
Plano Estadual de Recursos Hídricos

entendimento sobre os recursos naturais, sobretudo os hídricos, uma vez que a água é
vital à sobrevivência das espécies e não tem substituto (Brigante & Espíndola, 2003, in
SEMA, 2010).
Neste sentido fazem-se necessárias a ampliação e a redefinição da rede de
monitoramento quali-quantitativa das águas superficiais, com implantação de pontos de
monitoramento estratégicos em todas as UGRH.
No processo deverão ser consideradas as especificidades de cada região, bem
como os aspectos legais pertinentes, dentre os quais a Resolução 357/2005 do
CONAMA e a Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde.
O estado do Acre apresenta um número razoável de estações fluviométricas instaladas
nas calhas dos rios principais que originam as UGRH acreanas, com exceção dos rios Juruparí
e Envira que não apresentam nenhuma estação de monitoramento. Analisando a Figura 1 com
a distribuição das estações, é fácil observar que a região central do Estado é deficiente em
dados de vazão. As estações se concentram próximas às fronteiras do Acre com o Amazonas,
restando à região central sem estações de monitoramento e, portanto, sem séries históricas de
vazão.

Figura 1. Região com deficiência em estações de monitoramento de vazão.

77
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Dada as dificuldades de logística para coletas e análises de qualidade de água no


interior do Estado, principalmente no que se refere ao transporte e tempo de conservação das
amostras, o diagnóstico referente à qualidade das águas dos principais rios do Estado
(SEMA, 2010) indica a necessidade de uma rede de monitoramento dividida em cinco
pontos centralizadores e responsáveis pelo processo de coleta e/ou análise ou envio das
amostras para os devidos laboratórios.
 Centro 1 - Assis Brasil, Brasiléia/Epitaciolândia e Xapuri, com centralização em
Brasiléia, onde há um núcleo do IMAC que pode dar suporte e coordenação ao
trabalho.
 Centro 2 – Rio Branco, Porto Acre e Plácido de Castro, com centralização em Rio
Branco, onde a UFAC pode assumir a responsabilidade na rede.
 Centro 3 – Santa Rosa do Purus, Manoel Urbano e Sena Madureira, com
centralização em Sena Madureira, onde a Secretaria Municipal de Meio Ambiente
poderia dar o suporte necessário, ou o núcleo do IMAC.
 Centro 4 – Tarauacá e Feijó com centralização de Tarauacá, via núcleo do IMAC, se
existir. Alternativamente o centro 4 poderá ser somado ao Centro 5, uma vez que há
trafegabilidade, embora precária, até Cruzeiro do Sul pela BR-364.
 Centro 5 – Cruzeiro do Sul, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, com
centralização em Cruzeiro do Sul, onde a UFAC poderia dar suporte.
Para que esses centros possam garantir o trabalho faz-se necessário uma estrutura
básica em cada município centralizador, com previsão de recursos para embarque de
amostras para Rio Branco para análises mais sofisticadas.
O arranjo dos centros acima descritos permitiria que em uma semana todos os pontos
fossem amostrados, de modo que a resposta das análises seria dada num prazo muito curto,
garantindo abertura de séries de dados com freqüência, pelo menos, trimestral.
Mesmo com abertura da BR-364 durante todo o ano é necessária a centralização das
atividades do monitoramento pelo menos em três centros (Rio Branco, Cruzeiro do Sul e
Brasiléia).

78
Plano Estadual de Recursos Hídricos

AÇÕES
2.1.1. Revisão da rede de monitoramento hidrológico e de qualidade da água, com
base nos resultados e recomendações do diagnóstico do PLERH/AC.
2.1.2. Capacitação em técnicas usuais de coleta e preservação de amostras de água
superficial.
2.1.3. Estabelecimento de convênios e/ou Termo de Cooperação Técnica entre a
SEMA e a Universidade Federal do Acre (UFAC), Secretaria da Saúde,
Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (DEPASA) e Serviço
de Água e Esgoto de Rio Branco (SAERB), Corpo de Bombeiros Militar e
Polícia Ambiental, para análise de qualidade de água e suporte de campo.
2.1.4. Aquisição de equipamentos e materiais para coleta de água (vidrarias e
reagentes) e adequação de espaço físico para recebimento das amostras.
2.1.5. Integração das informações hidrológicas e meteorológicas.
2.1.6. Implementação, operação e manutenção de uma Rede Estratégica de
Monitoramento: processamento, interpretação e difusão de informação.
2.1.7. Trabalhar em articulação com a Agência Nacional de Águas (ANA) para uso
da base de dados da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN) - (Banco de
Dados HIDRO/ANA), bem como do Programa Nacional de Qualidade da Água
(PNQA).
2.1.8. Proceder o monitoramento dos açudes de piscicultura implantados no Estado.
(OBS. VERA)

METAS
Rede de monitoramento hidrológico e de qualidade da água implantada no período de
2011 a 2014.

EXECUTORES
2.1.1. Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), Instituto de Meio Ambiente
do Acre (IMAC) e Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Indústria, Ciência
e Tecnologia (SEDICT). (OBS. VERA)

PARCEIROS
Agência Nacional de Águas (ANA), Fundação de Tecnologia do Estado do Acre
(FUNTAC), Instituto Federal do Acre (IFAC), Universidade Federal do Acre (UFAC),
Secretaria de Saúde e Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).

79
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 2.2. IMPLANTAÇÃO DA REDE DE MONITORAMENTO DA


QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

OBJETIVOS
Criar uma base de conhecimento hidrogeológico do Estado e acompanhar a evolução da
qualidade das águas subterrâneas em todas as UGRH.

JUSTIFICATIVAS
Segundo dados do diagnóstico do PLERH/AC (SEMA, 2010) o Acre apresenta três
importantes sistemas aqüíferos: Solimões, Cruzeiro do Sul e Rio Branco. Dentre eles, o Sistema
Aqüífero Rio Branco, restrito ao município de Rio Branco, com distribuição apenas no Segundo
Distrito da Capital, apresenta um nível de solicitação oriundo de sua exploração muito intenso,
mostrando que o limite do potencial de água subterrânea a ser explorado poderá ser ultrapassado
em breve, gerando implicações na demanda ecológica natural.
O Aqüífero Rio Branco deve ser visto como prioritário para avaliação, independentemente
dos trabalhos pioneiros realizados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em 2006, (CPRM,
2007).
A interação com sistemas hídricos superficiais será imprescindível, além da necessidade de
se desenvolver metodologias para quantificar as interações entre aqueles sistemas e os subterrâneos.
Considerando, ainda, o confronto entre qualidade e quantidade, será necessário atentar para
a questão da interferência entre poços para determinar o grau de interferência entre poços
perfurados e produtores.
Os cenários geoambientais nos quais se inserem os sistemas aqüíferos do Acre apresentam
particularidades vinculadas ao arcabouço geológico local. Neste sentido é prioritário avaliar as
possíveis interferências, para que não coloque em risco a produtividade e a qualidade do aqüífero, e
determinar qual tecnologia poderá ser empregada para minimizá-las.
Existe a necessidade de pesquisa envolvendo a vulnerabilidade dos aqüíferos, além de
outras envolvendo a proteção das áreas de recarga, a relação entre o uso do solo nas áreas de
recarga e a qualidade da água, zonas de proteção de poços e melhoramento do projeto de poços,
com o objetivo de reduzir ou mesmo evitar que os mesmos atuem como via de contaminação,
inclusive considerando poços improdutivos, secos, dentre outros aspectos.
O diagnóstico indica ainda a necessidade de planejar e executar a gestão dos recursos
hídricos subterrâneos, considerando os seguintes aspectos:
 Avaliar os mecanismos legais de gestão das águas subterrâneas no estado do Acre;
 Aprimorar o banco de dados sobre exploração de águas subterrâneas;

80
Plano Estadual de Recursos Hídricos

 Avaliar os elementos econômicos e de exploração das águas subterrâneas no


sistema de gestão quanto ao financiamento da gestão, monitoramento e cobrança
pela poluição;
 Avaliar mecanismos de proteção de áreas de recarga, proteção das captações e
isolamento dos poços abandonados.
De modo especial, para os aqüíferos urbanos, e aqui a referência prioritária recai sobre o
Aqüífero Rio Branco, a indicação é para que sejam desenvolvidas ações vinculadas que previnam
ou mitiguem os efeitos relacionados à infiltração de esgotos domésticos, aterros sanitários,
vazamento de postos de combustíveis, recarga, super exploração e interferência de poços (SEMA,
2010).
Estas ações poderão ser ampliadas para outras regiões do Acre, onde a pressão urbana
represente risco para os sistemas aqüíferos, como por exemplo, Cruzeiro do Sul, Brasiléia –
Epitaciolândia, Sena Madureira, dentre outras sedes municipais.

AÇÕES
2.2.1. Cadastro de uso e dos usuários dos recursos hídricos subterrâneos, em especial
a exploração e comercialização da água mineral.
2.2.2. Zoneamento da vulnerabilidade e risco à poluição dos aqüíferos.
2.2.3. Capacitação em técnicas usuais de coleta e preservação de amostras de águas
subterrâneas.
2.2.4. Estabelecimento de convênio com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) para
fins de monitoramento quali-quantitativo das águas subterrâneas, via Sistema
de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS).
2.2.5. Estabelecer parceria coma a ANA, via Agenda Nacional de Águas
Subterrâneas.

METAS
Rede de monitoramento das águas subterrâneas funcionando até 2014. Estudo de
vulnerabilidade dos aqüíferos acreanos finalizado até final de 2012. Termo de Cooperação
técnica firmado com CPRM-SIAGAS até final de 2011.

81
Plano Estadual de Recursos Hídricos

EXECUTORES

Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) e Instituto de Meio Ambiente do


Acre (IMAC).

PARCEIROS

Serviço Geológico do Brasil (CPRM) - Sistema de Informações de Águas Subterrâneas


(SIAGAS), Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e Departamento Estadual de
Pavimentação e Saneamento (DEPASA).

82
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROGRAMA 3. SANEAMENTO AMBIENTAL INTEGRADO

PROJETO 3.1. MODERNIZAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E AMPLIAÇÃO DOS SISTEMAS


DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

OBJETIVOS
Apoiar os municípios na efetivação de investimentos públicos em saneamento
ambiental de forma a garantir qualidade ambiental e de vida para a população acreana.

JUSTIFICATIVA
Com a crise do extrativismo a população cresceu de forma desordenada nas cidades
acreanas, agravando os problemas ambientais pela falta de saneamento básico e destinação
inadequada dos resíduos sólidos. A poluição dos recursos hídricos destaca-se nesse panorama
com graves implicações para a saúde da população (PPA, 2008-2011).
O PPA (2008-2011) prevê, dentre outras ações de saneamento, a implantação de
estação de tratamento e rede e melhorias de esgotamento sanitário nos municípios com maior
índice de mortalidade infantil no Estado (Plano Plurianual, 2008-2011, pág. 82 e 103).
A degradação da qualidade da água, as alterações no regime hídrico e na sua quantidade
decorrem do crescimento demográfico, da parca infra-estrutura de saneamento e da progressiva
demanda originadas por atividades econômicas, nem sempre compatibilizadas com os
princípios da sustentabilidade ambiental.
O atendimento às demandas de água requer, portanto, o conhecimento das
condicionantes para a utilização sustentável dos recursos hídricos, organizando o uso do
território em conformidade com sua capacidade suporte.
Do ponto de vista da qualidade dos recursos hídricos, observa-se o comprometimento
da disponibilidade hídrica em muitos cursos de água pelo lançamento de efluentes domésticos
e industriais sem tratamento, que atinge inclusive mananciais de abastecimento humano.
Verifica-se a necessidade de incrementar o tratamento dos efluentes domésticos e
industriais responsáveis pelo quadro de poluição existente. O desenvolvimento tecnológico no
tratamento dos efluentes deve ser um aliado na busca da melhoria de sua eficiência do ponto
de vista sanitário e ambiental, particularmente na expansão da rede de coleta de esgoto
sanitário e seu tratamento.
Neste sentido são necessárias políticas voltadas para a gestão dos problemas
ambientais urbanos que a cada dia se tornam mais graves.

AÇÕES

83
Plano Estadual de Recursos Hídricos

3.1.1. Estabelecimento do marco regulatório dos serviços de saneamento ambiental


(água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais) no Estado (PPA,
2008-2011, pág. 82 e pág. 103).
3.1.2. Implantação de tecnologia de tratamento adequada à realidade do Estado.
3.1.3. Implantação de sistema de tratamento de esgoto em todos os municípios.
3.1.4. Modernização, micromedição e controle de perdas do sistema e ampliação da
rede de abastecimento de água em todos os municípios do interior do Estado
(PPA, 2008-2011, pág. 82 e 103).
3.1.5. Implantação de esgotamento sanitário em todas as UGRH, com implantação de
rede coletora e tratamento de esgoto e gerenciamento adequado dos resíduos
sólidos (desativação dos lixões).
3.1.6. Articulação com a ANA, via Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas
(PRODES).
3.1.7. Implantação de solução alternativa de abastecimento de água e micros sistemas
de tratamento de esgoto em pequenas comunidades (rurais, indígenas e
extrativistas).

METAS
Marco regulatório dos serviços de saneamento ambiental estabelecido até 2011. Novas
tecnologias de tratamento implantadas até 2011. Rede de abastecimento de água ampliada e
controle de perdas efetivadas até 2011. Saneamento ambiental (coleta, tratamento e destinação
adequada do lixo, esgoto e resíduos sólidos) implantado em todas as UGRH até 2020.

EXECUTORES
Prefeituras Municipais. (OBS. VERA)

PARCEIROS
Governo do Estado e Governo Federal (Programa de Aceleração do Crescimento -
PAC).

84
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2.2.2. DIRETRIZ II. CONSOLIDAÇÃO DO MARCO LEGAL E FORTALECIMENTO


INSTITUCIONAL PARA A GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS

PROGRAMA 4. FORTALECIMENTO DO SISTEMA DE GESTÃO DOS RECURSOS


HÍDRICOS

PROJETO 4.1. FOMENTO E APOIO A INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE


ORGANISMOS DE BACIA E ÓRGÃOS CORRELATOS

OBJETIVOS
Apoiar a criação de organismos de bacias prioritárias no Estado e estruturas correlatas e
contribuir para a consolidação das bases do Sistema Estadual de Gestão Integrada dos Recursos
Hídricos (SEGRH) no Acre.

JUSTIFICATIVAS
Os comitês ou organismos de bacia estão previstos nos artigos 37 a 40 da Lei
9433/1997. Deverão ser instituídos, organizados e terão seu funcionamento segundo critérios
estabelecidos na Resolução 05 de 10 de abril de 2000 do Conselho Nacional de Recursos
Hídricos (CNRH).
O Art. 50 da Lei de Recursos Hídricos do Acre (1500/2003) indica que os comitês de
bacia hidrográfica são colegiados consultivos e deliberativos instituídos por decreto do
Governador do Estado, com atuação exclusiva na área de abrangência da respectiva bacia ou
sub-bacia hidrográfica.
Segundo o Art. 3º. da Resolução 05/2000 os Comitês de bacia hidrográfica em rios de
domínio do Estado, afluentes a rios de domínio da União, serão desenvolvidas mediante
articulação da União com os Estados, observados os critérios e as normas estabelecidas pelos
Conselhos Nacional, Estaduais e Distrital dos recursos hídricos.

AÇÕES
4.1.1. Capacitação de usuários, sociedade civil e governo das bacias prioritárias para
a instalação de organismos de bacia, conforme previsto nas políticas nacional e
estadual de recursos hídricos.
4.1.2. Apoio à estruturação das Agências de bacias.
4.1.3. Incentivo à criação, qualificação e participação de associações de usuários de
água.

METAS

85
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Atores mobilizados para conformação dos organismos de bacia dos igarapés prioritários
e suas respectivas agências a partir de 2011. Apoio a criação de bacias estruturadas a partir de
2012.
EXECUTORES
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) via Conselho de Meio Ambiente
Ciência e Tecnologia (CEMACT), Organismos de Bacia existentes e Setor de Usuários.

PARCEIROS
Universidade Federal do Acre (UFAC), Instituto Federal do Acre (IFAC), Prefeituras
Municipais e Conselhos Municipais de Defesa do Meio Ambiente (CONDEMA).

86
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 4.2. APOIO AOS MUNICÍPIOS PARA SUA INTEGRAÇÃO AO SISTEMA


DE GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO

OBJETIVO
Promover a gestão integrada e participativa das águas e dos recursos hídricos no
Estado, com a efetiva contribuição dos municípios.
Apoiar a capacitação dos gestores municipais para sua atuação no Sistema Estadual de
Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SEGRH) e inclusão do tema da gestão sustentável das
águas nas políticas municipais.

JUSTIFICATIVA
A metodologia do PLERH/AC (SEMA, 2008) indica a necessidade da articulação da
gestão estadual de recursos hídricos com a gestão ambiental nos municípios, com mecanismos
que, de fato, dêem efetividade a essa integração, considerando que a qualidade e a quantidade
das águas estão diretamente dependentes dos usos do solo, cuja legislação é competência
municipal.
Considerando que o PLERH/AC é um importante instrumento de integração das
políticas de uso do solo com as políticas de recursos hídricos, poderá contribuir para fortalecer
o papel dos Municípios na gestão dos mesmos.
De acordo com a Lei Estadual 1.500/2003 (Artigo 3 o, Parágrafo Único) “na
implementação da política e da gestão de recursos hídricos estaduais, os Poderes Executivos do
Estado e dos Municípios promoverão a integração das políticas de saneamento básico, de uso,
ocupação e conservação do solo e de meio ambiente entre si e com a Política Nacional de
Recursos Hídricos”.
Na perspectiva de gestão dos recursos hídricos não se pode negligenciar a formulação e
a implementação de políticas públicas de saneamento e de saúde, cujas institucionalidade e
governança devem necessariamente se coordenar com a questão das obras e sistemas que
formam a sua base física e operacional.
Dentre esses aspectos estão: o manejo de águas fluviais e a drenagem pluvial urbana; o
gerenciamento de águas residuárias; a captação e o abastecimento de água; a manutenção da
qualidade dos mananciais; o manejo de resíduos sólidos, cujas ações são, principalmente, de
responsabilidade dos municípios (SEMA, 2010).
Neste sentido a descentralização do processo de gestão dos recursos hídricos, a partir da
integração dos Municípios na estrutura da gestão é de fundamental importância para o Estado.

87
Plano Estadual de Recursos Hídricos

AÇÕES
4.2.1. Fortalecimento dos órgãos gestores e capacitação dos técnicos das Secretarias
municipais de meio ambiente e dos Conselhos municipais em assuntos relativos
à gestão de recursos hídricos, de forma que possam participar de todo o
processo de construção e implementação do PLERH/AC.
4.2.2. Formalização de parcerias com os municípios para proteção dos mananciais
locais e gestão das águas urbanas.
4.2.3. Criar mecanismos de articulação entre as secretarias municipais, estaduais e
órgãos federais visando à gestão dos recursos hídricos.

METAS
Parcerias formalizadas com os municípios para gestão integrada dos recursos hídricos a
partir de 2011. Capacitação dos técnicos das Secretarias Municipais de Meio Ambiente e dos
Conselhos municipais em assuntos relativos à gestão de recursos hídricos a partir de 2011.

EXECUTORES
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), Instituto do Meio Ambiente do Acre
(IMAC) e Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

PARCEIROS
Secretarias Municipais de Saúde, Conselhos Municipais de Defesa do Meio Ambiente
(CONDEMA), Procuradoria Geral do Estado (PGE) e Órgãos Federais. (OBS. VERA)

88
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 4.3. CONSOLIDAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO DO FUNDO


ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE (FEMAC) PARA RECURSOS HÍDRICOS

OBJETIVOS
Consolidar e operacionalizar o Fundo Estadual de Meio Ambiente (FEMAC) para
garantir a sustentabilidade financeira do processo de gestão integrada dos recursos hídricos no
Estado.

JUSTIFICATIVA
O Fundo Especial de Meio Ambiente (FEMAC) foi criado pela Lei 1.117 de 1994 e
deverá ser conduzido em conformidade com legislação específica e com as alterações
introduzidas pela referida lei, exclusivamente no que diz respeito aos recursos hídricos (Art. 34
da Lei 1500/2003).
O Parágrafo 1°. da Lei 1500/2003 indica que a aplicação de recursos do FEMAC
deverá atender às diretrizes da Política Estadual de Recursos Hídricos e aos objetivos e metas
do Plano Estadual de Recursos Hídricos (PLERH/AC) e dos planos das bacias hidrográficas,
quando houver.
De acordo com o Parágrafo 2°. a gestão do FEMAC deverá estar em conformidade com
o plano plurianual do Governo do Estado, com as diretrizes orçamentárias e com o orçamento
anual do Estado.

AÇÕES
4.3.1. Regulamentar Fundo Especial de Meio Ambiente (FEMAC), no que diz
respeito a recursos hídricos. (Arts. 35 a 37 da Lei 1500/2003) e desenvolver os
mecanismos necessários para a sua implantação.
4.3.2. Identificar fontes potenciais de receita para investimento no Sistema Estadual
de Gestão Integrada de Recursos Hídricos e a implementação dos programas e
projetos previstos no PLERH/AC.
4.3.3. Criar mecanismos de rateio dos recursos do fundo entre os municípios que
possuírem organismos de bacia.

METAS
Fundo Estadual de Meio Ambiente implantado até 2011.

EXECUTORES
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), via CEMACT.

89
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PARCEIROS
Prefeituras Municipais.

90
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROGRAMA 5. ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL E INTER-SETORIAL NA


GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NOS NÍVEIS FEDERAL E INTER-
ESTADUAL

PROJETO 5.1. ARTICULAÇÃO INTER-SETORIAL PARA O PLANEJAMENTO E


EXECUÇÃO DE ATIVIDADES RELACIONADAS A RECURSOS HÍDRICOS NO
ESTADO

OBJETIVOS
Promover a articulação das políticas de desenvolvimento do Estado, dos municípios, do
setor privado, usuários para fins da gestão integrada dos recursos hídricos.
Incentivar a cooperação entre o Estado, a União, entidades de pesquisa, organismos
nacionais e internacionais de desenvolvimento e fomento, com vistas ao planejamento e
gerenciamento integrado dos recursos hídricos.

JUSTIFICATIVA
A gestão participativa envolve a necessidade de articulação dos poderes públicos com
os diversos segmentos da sociedade, incluindo usuários com interesses conflitantes, além da
articulação entre os diversos órgãos e níveis de governo.
Segundo a Metodologia de elaboração do PLERH/AC (SEMA, 2008), o Plano Estadual
de Recursos Hídricos deve ser compatível com os interesses da União no que se refere às bacias
hidrográficas de rios federais, no tocante à gestão de seus recursos hídricos, com vista a
minimizar possíveis conflitos e obter uniformidade de decisões acerca dos cursos d’água de
interesse comum. Além disso, devem ser observados os conflitos com os países vizinhos
(Bolívia e Peru), onde compartilhamos rios fronteiriços e transfronteiriços.
A sua elaboração deverá apoiar-se em instrumentos jurídicos adequados e nos planos de
desenvolvimento existentes (ZEE/2006; Plano de Desenvolvimento Sustentável do Estado,
Plano Estratégico do Governo do Estado, Metas do Milênio, Relatório do IPCC/2007, dentre
outros). Deverá ser implantado por etapas, por um sistema integrado de gestão com a Política
Estadual de Meio Ambiente, considerando as demais políticas setoriais de interesse no Estado
(Planejamento, Saúde, Saneamento, Obras, Educação, dentre outras) e promovendo articulação
das políticas de desenvolvimento nacional e regional.

91
Plano Estadual de Recursos Hídricos

AÇÕES
5.1.1. Identificação, no Estado e nos Municípios, programas, projetos e investimentos
que regem os setores que afetam a gestão das águas, em termos de seus
propósitos e impactos potenciais, para fins de coordenação, eliminação de
duplicidades, convergência de objetivos e incorporação de diretrizes de
interesse da gestão integrada de recursos hídricos no Estado, via Comissão
permanente de acompanhamento, monitoramento e avaliação da
implementação do Plano Estadual de Recursos Hídricos (CMAI-PLERH/AC).
5.1.2. Criação e consolidação de espaços institucionais efetivos para discussão de
temas estratégicos relacionados à gestão dos recursos hídricos (Planejamento,
Obras, em especial construção e retificação de estradas, rodovias e ramais,
Saneamento, Educação, Saúde, dentre outros).
5.1.3. Articulação entre a SEMA e a Agência Nacional de Águas (ANA) /Secretaria
de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU/MMA) e definição de
estratégias conjuntas para a gestão dos recursos hídricos fronteiriços e
transfronteiriços.
5.1.4. Elaboração de documentos estratégicos para a sinergia entre o Sistema de
Recursos Hídricos e outras políticas de desenvolvimento, a exemplo do Sistema
Estadual de Incentivos a Serviços Ambientais (SISA), Planos Diretores
Municipais, Ordenamento Territorial Local (OTL), Plano de Desenvolvimento
Comunitário (PDC), dentre outros.
5.1.5. Integração entre o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos
(SINGREH) e o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hídricos
(SEGRH/AC).
5.1.6. Fortalecimento das ações desenvolvidas no âmbito da Iniciativa MAP (Madre
de Dios-PE, Acre-BR e Pando-BO) e demais fóruns existentes (FIFAU- Fórum
de Integração Fronteiriça Acre-Ucayali), modelo de articulação integrada para
a gestão das águas fronteiriças e transfronteiriças, na fronteira Brasil, Bolívia e
Peru, priorizando a articulação entre os ministérios das relações exteriores dos
três países.
5.1.7. Articulação dos planos de bacias do Estado com o Plano da Margem Direita do
Rio Amazonas (PDMA), via ANA. (OBS. VERA)
5.1.8. Apoiar a elaboração dos Zoneamentos Ecológico-Econômicos (ZEE) locais e
planejamento territorial de áreas urbanas, bem como a implementação de
planos municipais de ordenamento territorial (PLOT), planos diretores e
desdobramentos (PPA – 2008-2011, pág. 44).

92
Plano Estadual de Recursos Hídricos

5.1.9. Articulação com os estados do Amazonas e Rondônia e com os países vizinhos


(Bolívia e Peru) e definição de estratégias conjuntas para a gestão de bacias
compartilhadas, de forma a harmonizar os esforços técnicos e financeiros na
implantação dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos e manutenção da
quantidade e qualidade das águas
5.1.10. Definição de estratégias de articulação do SEGRH/AC com os setores usuários,
consórcios municipais e com as instituições públicas que formulam e
implementam as políticas de desenvolvimento local e regional.
5.1.11. Integrar ações da Agenda 21 local com as ações de gestão dos RH no Estado.
(OBS. VERA)
5.1.12. Apoio a implementação do acordo de cooperação na Bacia do rio Acre já
aprovado na Câmara Técnica de Gestão de Recursos Hídricos Transfronteiriços
(CTGRHT) do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH). (OBS.
VERA)
5.1.13. Construção de uma agenda comum entre o Brasil, Bolívia e Peru para articular
e definir estratégias conjuntas de gestão compartilhada dos rios
transfronteiriços.
5.1.14. Desenvolver ações no sentido do estabelecimento de políticas de integração
(Ex: Encontro trinacional entre Peru, Bolívia e Brasil). (OBS. VERA)

METAS
Articulação inter-setorial para o planejamento e execução de atividades relacionadas a
recursos hídricos desencadeada em 2011 e com formalidades estabelecidas até 2014.

EXECUTORES
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), via Comissão permanente de
acompanhamento, monitoramento e avaliação da implementação do Plano Estadual de
Recursos Hídricos (CMAI-PLERH).

PARCEIROS
Agência Nacional de Águas (ANA), Conselhos Municipais de Defesa do Meio
Ambiente (CONDEMA), Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do
Meio Ambiente (SRHU/MMA), Iniciativa MAP (Madre de Dios – PE, Acre – BR e Pando –
BO), Ministério de Relações Exteriores (MRE) e Prefeituras Municipais. (OBS. VERA)

93
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROGRAMA 6. SUSTENTABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA PARA A


GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO

PROJETO 6.1. IDENTIFICAÇÃO DE FONTES DE FINANCIAMENTO PARA O


SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS

OBJETIVOS
Identificar fontes de financiamento para apoiar a implementação do Sistema de
Gerenciamento Recursos Hídricos do Estado (SEGRH/AC) e viabilizar a execução dos projetos
previstos no PLERH/AC.

JUSTIFICATIVA
O conjunto de programas e projetos previstos no PLERH/AC demanda recursos
financeiros para sua execução, em especial para aqueles que não estão previstos no orçamento
do Estado, implicando em parcerias e na identificação de fontes de financiamento junto a
organismos de fomento nas esferas estadual, federal e internacional. Faz-se necessário traçar
estratégias que garantam a viabilidade e a sustentabilidade econômico-financeira do
PLERH/AC.
Apesar de estar em fase de revisão, o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH)
tem um programa de desenvolvimento institucional de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos
no Brasil, que provavelmente será mantido, e onde é previsto apoio a organização dos Sistemas
Estaduais de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SEGRH), via sub-programa, no sentido de
construir e consolidar capacidades, por meio da adoção de políticas de capacitação e fixação de
quadros nas entidades, cabendo aqui a necessária articulação do SEGRH/AC com o SINGREH
via SRHU/MMA.

AÇÕES
6.1.1. Estudo de sustentabilidade econômico-financeira do modelo de gestão adotado
pelo Estado.
6.1.2. Identificação de fontes de financiamento junto aos órgãos federais e
internacionais e elaborar propostas de parcerias (Termos de Cooperação
Técnica ou Convênios) para implementação do SEGRH/AC.
6.1.3. Identificação de fontes de financiamento para os planos de bacia, junto a ANA,
SRHU e usuários.
6.1.4. Negociar a inserção de recursos no PPA do Governo do Estado para viabilizar
projetos estruturantes na área de recursos hídricos.

94
Plano Estadual de Recursos Hídricos

6.1.5. Negociar junto ao Governo de Estado e a FUNTAC a disponibilidade de


recursos financeiros para pesquisa, estudos e desenvolvimento tecnológico
previstos no PLERH/AC.

METAS
Estudo de sustentabilidade econômico-financeira do modelo de gestão adotado
realizado em 2011. Parcerias firmadas e convênios assinados até final de 2011. Projetos
elaborados e encaminhados para busca de financiamento até final de 2011.

EXECUTORES
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), via Comissão permanente de
acompanhamento, monitoramento e avaliação da implementação do Plano Estadual de
Recursos Hídricos (CMAI-PLERH) e FUNTAC. (OBS. VERA)

PARCEIROS
Prefeituras Municipais, Associações, Organizações não governamentais (ONG) e
Sindicatos.

95
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 6.2. REGULAMENTAÇÃO DO SISA PARA OS RECURSOS HÍDRICOS


(ÁGUA) - LEI 2308/2010

OBJETIVO
Regulamentar e implantar o Programa de conservação das águas e dos recursos
hídricos e o pagamento por serviços ambientais, fração água no Estado.

JUSTIFICATIVA
Através da Lei 2.308 de outubro de 2010, o Governo do Estado criou o Sistema
Estadual de Incentivos a Serviços Ambientais (SISA), o Programa de Incentivos por
Serviços Ambientais (ISA) Carbono e demais Programas de Serviços Ambientais e
Produtos Ecossistêmicos do Estado do Acre.
O objetivo do SISA é fomentar a manutenção e ampliação da oferta dos
serviços e produtos ecossistêmicos, dentre os quais a conservação das águas e dos
serviços hídricos.
Além da Agência de Desenvolvimento de Serviços Ambientais do Estado foi
criado o Instituto de Regulação, Controle e Registro, supervisionado pela SEMA para,
que, dentre outras funções, responsabilize-se pelo estabelecimento das normas
complementares do SISA.
Segundo o art. 30 da referida lei, as regras de funcionamento do programa
estadual dos recursos hídricos será objeto de lei.

AÇÕES
6.2.1. Desenvolvimento dos estudos necessários para implantação do Programa de
conservação das águas e dos recursos hídricos.
6.2.2. Elaboração dos procedimentos para a sua regulamentação.

METAS
Criar e regulamentar Programa de conservação das águas e dos recursos
hídricos e pagamento por serviços ambientais, fração água implantados e
regulamentados de 2011.

EXECUTORES
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), Conselho Estadual de Meio
Ambiente, Ciência e Tecnologia (CEMACT), Instituto de Mudanças Climáticas (IMC),
Agência de Regulação, Controle e Registro e órgãos afins. (OBS. VERA)

96
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PARCEIROS
Agência Nacional de Águas (ANA), Procuradoria Geral do Estado (PGE),
WWF-Brasil, GIZ, Forest Trends, dentre outros. (OBS. VERA)

97
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2.2.3. DIRETRIZ III. DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO, EDUCAÇÃO


AMBIENTAL E COMUNICAÇÃO

PROGRAMA 7. COMUNICAÇÃO, DIVULGAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL


PARA A GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS

PROJETO 7.1. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DIFUSÃO DE CONHECIMENTO


SOBRE RECURSOS HÍDRICOS

OBJETIVOS
Desenvolver um processo continuado de educação ambiental e difusão de
conhecimentos sobre recursos hídricos para os diversos segmentos sociais, de forma a garantir a
gestão participativa das águas e dos recursos hídricos no Estado.
Contribuir para a institucionalização política da gestão integrada de recursos hídricos
no Estado e para a efetividade da implantação do SEGRH/AC, via mecanismos de apoio
transversal continuado à implementação dos programas e projetos propostos no PLERH/AC.
Preparar a sociedade acreana para lidar com a nova realidade, advinda das mudanças
globais, tanto na incorporação de novos modos de vida, quanto na busca de atitudes que
contribuam para minimizar tais alterações (Plano Plurianual, 2008-2011, pag. 39).

JUSTIFICATIVA
Segundo a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), a educação ambiental
deve proporcionar, entre outros aspectos, a construção de valores e a aquisição de
conhecimentos, atitudes e habilidades voltadas para a participação responsável em gestão
integrada de recursos hídricos (Lei Federal n° 9.795/99).
O Decreto no 4.281, de 25 de junho de 2002, que regulamenta a Política Nacional de
Educação Ambiental (PNEA), determina a criação, manutenção e implementação de programas
de educação ambiental integrados às atividades de gestão dos recursos ambientais, inclusive dos
recursos hídricos.
A Resolução 98/2009, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), estabelece
princípios, fundamentos e diretrizes para a educação, o desenvolvimento de capacidades, a
mobilização social e a informação para a gestão integrada de recursos hídricos no Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH).
A Lei de recursos hídricos do Acre (1500/2003) estabelece a Educação ambiental como
instrumento de gestão das águas. Segundo o Art. 42 da referida lei, o Poder Público Estadual
deverá empreender campanhas de orientação pública aos usuários de recursos hídricos e à
sociedade em geral, de forma a esclarecer e informar sobre as questões relevantes da legislação

98
Plano Estadual de Recursos Hídricos

de recursos hídricos e meio ambiente e a correta utilização do patrimônio hídrico do Estado.


Dentre as ações propostas na Metodologia de elaboração do PLERH/AC (SEMA,
2008), constam a capacitação e o envolvimento da população na discussão das potencialidades
e dos problemas hídricos e suas implicações através da educação ambiental.
De modo geral, os projetos de educação ambiental devem ter a Agenda 21, o Tratado de
Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (ECO 92), os
objetivos do Milênio e a Carta da Terra como base de orientação e deverão utilizar como
referência de estudo a bacia hidrográfica, principal unidade territorial de planejamento e gestão
das águas e dos recursos hídricos.

AÇÕES
7.1.1. Capacitação continuada de lideranças comunitárias, professores, coordenadores e
diretores de escolas, agentes de saúde, dos técnicos dos órgãos gestores da união, do
Estado e dos Municípios.
7.1.2. Intensificar os programas de Ciência e tecnologia junto a FUNTAC,
EMBRAPA, UFAC e IFAC bem como a universidades particulares e outras instituições
de pesquisas para ampliar o conhecimento sobre recursos hídricos, através de editais de
apoio a projetos de pesquisas.
7.1.3. Implantação de um Sistema de Comunicação e difusão da informação sobre
recursos hídricos. (Rádio, Televisão, Internet, principalmente nas escolas).
7.1.4. Incentivo a introdução do tema Mudanças Globais no currículo do ensino
fundamental e médio das escolas públicas e particulares do Estado e também nas
Universidades.
7.1.5. Capacitação de usuários, sociedade civil para acompanhamento do PLERH/AC.
7.1.6. Fomento à realização de cursos e seminários de atualização, aperfeiçoamento e
especialização em recursos hídricos para os diferentes segmentos (sociedade civil,
usuários e poder público), sem perder de vista a questão de gênero, as comunidades
tradicionais e indígenas.
7.1.7. Desenvolver ações de sensibilização (cursos de formação) para os técnicos do
DERACRE, ITERAC E INCRA para minimizar os impactos ambientais na construção
e recuperação de rodovias, ramais e pontes. (OBS. VERA)
7.1.8. Apoiar a criação de cursos em instituição de ensino superior voltados para os
recursos hídricos.
7.1.9. Apoiar a realização de atividades de extensão: cursos, palestras, seminários de
atualização.
7.1.10. Apoiar a criação de um curso superior em recursos hídricos.

99
Plano Estadual de Recursos Hídricos

7.1.11. Fomento para criação de cursos de nível médio para a gestão de recursos hídricos,
a exemplo do que o estado do Acre já vem fazendo com outras áreas (agrofloresta, turismo,
agroindústria e outros).
7.1.121. Elaborar materiais informativos com ênfase na gestão de recursos hídricos.

100
Plano Estadual de Recursos Hídricos

METAS
Capacitação continuada em funcionamento a partir de 2011. Programas de Ciência e
tecnologia fomentados pelo Governo a partir de 2011. Sistema de Comunicação e difusão da
informação sobre Recursos hídricos implantado até 2012. Introdução do tema Mudanças
Globais no currículo do ensino fundamental e médio das escolas públicas e privadas do Estado
a partir de 2011 e em Universidades a partir de 2012. Elaboração de materiais informativos com
ênfase na gestão de recursos hídricos a partir de 2011.

EXECUTORES
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA).

PARCEIROS
Secretaria Estadual de Educação (SEE), Fundação de Tecnologia do Estado do Acre
(FUNTAC), Universidade Federal do Acre (UFAC), Secretarias Municipais de Educação, de
Meio Ambiente e de Saúde, Prefeituras Municipais, Organizações não governamentais (ONG),
instituições de pesquisa e entidades religiosas, dentre outras.

101
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROGRAMA 8. DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO PARA


GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

PROJETO 8.1. DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA CIENTÍFICA E


TECNOLÓGICA PARA CONSOLIDAÇÃO E APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO
EM RECURSOS HÍDRICOS

OBJETIVOS
Desenvolver estudos e pesquisas para ampliar a base de conhecimento sobre os recursos
hídricos do Estado.
Difundir os resultados de pesquisa científica e tecnológica para aplicação do
conhecimento em recursos hídricos.

JUSTIFICATIVA
A consolidação da gestão dos recursos hídricos no Estado depende de avanços e
geração de conhecimento científico e tecnológico em várias áreas (qualidade e quantidade de
águas superficiais e subterrâneas, demanda, usos consuntivos e não consuntivos, adaptação a
mudanças climáticas, hidrogeologia, relação água-floresta, dentre outros), conforme
identificado no diagnóstico do PLERH/AC (SEMA, 2010).
Neste sentido o Governo do Estado deverá investir em Ciência e Tecnologia, em
parceria com as instituições de pesquisa e de ensino superior, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), dentre
outras.

AÇÕES
8.1.1. Estudos sobre o potencial de geração e transporte de cargas poluidoras de
origem difusa.
8.1.2. Fomento acadêmico para conhecimento hidrogeológico do Estado.
8.1.3. Desenvolvimento de estudos para conhecer a inter-relação água-solo-floresta e
suas implicações no ciclo hidrológico.
8.1.4. Desenvolvimento de tecnologia de conservação de recursos hídricos para os
usos consultivos.
8.1.5. Fortalecimento do programa de formação de pesquisas locais (PPA, 2008-2011,
pág. 101).
8.1.6. Fortalecimento do programa de iniciação científica da FUNTAC e UFAC
(PPA, 2008-2011, pág. 101).

102
Plano Estadual de Recursos Hídricos

8.1.7. Promoção de estudos e pesquisa sobre conservação dos sistemas aquáticos e


adaptação a eventos extremos.
8.1.8. Estudos sobre vulnerabilidades sociais, econômicas e ambientais das bacias do
Estado.
8.1.9. Estudo sobre as especificidades da Região Hidrográfica Amazônica com
relação aos recursos hídricos, clima e uso do solo.
8.1.10. Criação de uma Fundação de Amparo a Pesquisa do estado do Acre.
8.1.11. Estudos para gestão e defesa contra eventos extremos (controle de erosão,
cheias e estiagens, dentre outros).
8.1.12. Realizar pesquisa para o desenvolvimento de alternativas para captação, reuso
e tratamento de água para dessedentação humana.

METAS
Estudos e pesquisas desencadeados a partir de 2011 e finalizados em 2016.

EXECUTORES
Fundação Tecnológica do Estado do Acre (FUNTAC).

PARCEIROS
SEMA, Instituições de pesquisa e universidades locais (UFAC, IFAC, UNINORTE,
EMBRAPA) e ONG. (OBS. VERA)

103
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2.2.4. DIRETRIZ IV. DESENVOLVIMENTO DE MEDIDAS DE ADAPTAÇÃO ÀS


MUDANÇAS CLIMÁTICAS

PROGRAMA 9. DESENVOLVIMENTO DE MEDIDAS DE ADAPTAÇÃO E


MITIGAÇÃO DOS EVENTOS EXTREMOS

PROJETO 9.1. DEFESA CONTRA SECAS E INUNDAÇÕES

OBJETIVOS
Identificar as áreas sujeitas a eventos hidrológicos críticos, e propor ações integradas e
intervenções multidisciplinares que possibilitem a mitigação desses eventos e a adaptação das
comunidades e dos sistemas afetados.
Criar um Núcleo Integrado de Monitoramento de Eventos Extremos e o sistema
permanente de alerta precoce para antecipação dos mesmos nas UGRH.

JUSTIFICATIVA
Eventos extremos têm se tornando mais freqüentes no Estado. Durante a fase de seca,
em 2005, o baixo nível do Rio Acre dificultou a coleta de água para tratamento e distribuição
para a população de Rio Branco. Em 2006 e posteriormente em 2009, inundações desabrigaram
milhares de famílias assentadas ao longo das principais bacias hidrográficas do Estado,
especialmente no Rio Acre.
A abordagem da bacia hidrográfica no estudo dos perigos ambientais possibilita uma
análise integrada dos elementos físicos e sociais, considerando a relação população-ambiente,
permitindo ainda a mensuração do risco ambiental, a produção social do risco e a capacidade de
resposta da sociedade (Cutter, 1996 in Marandola e Hogan, 2009).
As ações de adaptação em bacias hidrográficas requerem, portanto, o desenvolvimento
de análises de vulnerabilidade como um diagnóstico prévio dos riscos relativos às mudanças
climáticas e aos estresses não climáticos, como as mudanças no uso e ocupação do solo a que
estão submetidas, bem como o zoneamento das áreas de risco.
A identificação das fragilidades potenciais e emergentes na bacia hidrográfica
proporciona uma melhor definição das diretrizes e ações a serem implementadas no espaço
físico-territorial, servindo como subsídios à gestão integrada dos recursos naturais (Sporl e
Ross, 2004).

104
Plano Estadual de Recursos Hídricos

AÇÕES
9.1.1. Inventário e zoneamento das áreas de vulnerabilidade ambiental e social.
9.1.2. Estabelecimento de medidas estruturantes para minimizar a vulnerabilidade
social às enchentes e às secas, em articulação com os Municípios.
9.1.3. Criação de um Sistema de alerta precoce para antecipação dos eventos
extremos (chuvas intensas e secas prolongadas) nas UGRH, em parceria com a
Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais (CEGdRA).
9.1.4. Promoção de ações preventivas de apoio a comunidades rurais e florestais,
visando reduzir a vulnerabilidade da sociedade acreana aos efeitos locais das
mudanças climáticas (PPA, pag. 39).
9.1.5. Criação de um Núcleo Integrado de monitoramento e controle de eventos
extremos, em parceria com Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais
(CEGdRA).
9.1.6. Fortalecimento da Defesa Civil em todos os municípios.

METAS
Inventário e zoneamento das áreas vulneráveis elaborados até 2012. Núcleo Integrado
de monitoramento e controle de eventos extremos implantado em 2011. Instalar pelo menos
dois sistemas pilotos de alerta precoce nas UGRH Acre-Iquiri e Juruá em 2011 e os demais até
2013.

EXECUTORES
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), através da Comissão Estadual de
Gestão de Riscos Ambientais (CEGdRA).

PARCEIROS
Prefeituras Municipais, Corpo de Bombeiros Militar e Defesa Civil, Defesas Civis
Municipais, ANA e SRHU/MMA. (OBS. VERA)

105
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROGRAMA 10. REVITALIZAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS PRIORITÁRIAS


(MANEJO INTEGRADO - CONSERVAÇÃO E RECOMPOSIÇÃO DE ÁREAS DE
PROTEÇÃO PERMANENTE)

O Programa de revitalização de bacias hidrográficas deverá permitir a recuperação,


preservação e conservação das bacias do Acre, por meio de ações integradas e permanentes, que
promovam o uso sustentável dos recursos naturais, a melhoria das condições socioambientais, o
aumento da quantidade e a melhoria da qualidade das águas para usos múltiplos.
Os projetos a seguir apresentados, embora descritos de forma isolada, deverão ter seu
processo de realização integrado para surtir os efeitos esperados, via manejo integrado das
bacias prioritárias do Estado.

PROJETO 10.1. CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE NASCENTES E


RECOMPOSIÇÃO DE MATAS CILIARES NAS BACIAS DOS IGARAPÉS
PRIORITÁRIOS

OBJETIVOS
Identificar e recuperar áreas degradadas compreendendo aquelas consideradas de
preservação permanente (nascentes e matas ciliares) nas bacias dos igarapés prioritários.
Recuperar, conservar e preservar o ambiente das bacias dos igarapés prioritários e
mitigar os impactos ambientais antrópicos, visando: a recuperação e manutenção de corpos
d’água, a redução dos processos erosivos e do assoreamento, o aumento da recarga e a elevação
da oferta de água bruta, a partir da difusão de práticas de recuperação ambiental somadas à
promoção da educação ambiental voltada para sociedade em geral.

JUSTIFICATIVA
Revitalizar significa recuperar, preservar e conservar as bacias hidrográficas em
situação de vulnerabilidade e degradação ambiental, por meio de ações integradas e
permanentes, que promovam o uso sustentável dos recursos naturais, a melhoria das condições
socioambientais, o aumento da quantidade e a melhoria da qualidade da água para usos
múltiplos.

106
Plano Estadual de Recursos Hídricos

AÇÕES
10.1.1. Potencializar a implantação do Programa Estadual de Conservação e
Recuperação de Nascentes e Matas Ciliares (APP) (PPA, 2008-2011).
10.1.2. Implantar um sistema de certificação de iniciativas de recuperação
ambiental nas bacias prioritárias.
10.1.3. 10.1. 3. Aliar as iniciativas de recuperação ambiental nas bacias prioritárias
às ações de certificação da política do ativo ambiental florestal.
10.1.4. 10.1.4. Estabelecer áreas prioritárias, de acordo com o nível de degradação,
para implantação do referido programa.

METAS
Programa Estadual de Conservação e Recuperação de nascentes e matas ciliares
implantado a partir de 2011, em no mínimo 10 microbacias até 2014 e em mais 10 microbacias
até 2012.

EXECUTORES
Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC).

PARCEIROS
ONG locais, Prefeituras Municipais, Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e
Produção Familiar (SEAPROF), SEMA, Fundação Nacional do Índio (FUNAI), lideranças
indígenas, Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Comissão Pró Índio (CPI), Universidades,
pecuaristas e agricultores dentre outros.

107
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 10.2. PROTEÇÃO DAS ÁREAS DE RECARGA DOS AQUÍFEROS

OBJETIVOS
Promover e apoiar a recuperação das áreas de recarga dos aqüíferos, através da
implementação de ações não estruturantes para sua recuperação.

JUSTIFICATIVA
O diagnóstico do PLERH/AC (SEMA, 2010), referente à disponibilidade e demanda de
águas subterrâneas, aponta a necessidade de identificação das áreas de recarga, bem como de
técnicas para induzir recarga artificial, fundamental na manutenção do equilíbrio entre entrada e
saída de água do sistema.
O diagnóstico aponta a necessidade de desenvolvimento de pesquisa sobre a
vulnerabilidade dos aqüíferos, envolvendo a proteção das áreas de recarga, a relação entre o uso do
solo nas áreas de recarga e a qualidade da água no aqüífero, zonas de proteção de poços e
melhoramento do projeto de poços, com o objetivo de reduzir ou mesmo evitar que os mesmos
atuem como via de contaminação, inclusive considerando poços improdutivos, secos, dentre outros
aspectos (SEMA, 2010).
Segundo o mesmo relatório será também necessário conhecer o meio físico, as fontes
potenciais de contaminação, as técnicas de proteção dos aqüíferos, o desenvolvimento de
metodologias de avaliação da capacidade do aqüífero, ou adaptar metodologias existentes, de modo
a evitar super exploração e a conseqüente exaustão do recurso.

AÇÕES
10.2.1. Recuperação e/ou conservação de drenagens e cabeceiras dos aqüíferos,
conforme definido no diagnóstico do PLERH/AC e nos estudos do CPRM,
especialmente para Rio Branco.

METAS
Medidas de proteção dos aqüíferos estabelecidas a partir de 2011.

EXECUTORES
Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC).
PARCEIROS
CPRM, Prefeituras, SEAPROF, FUNTAC, SEMA, ONG locais, UFAC, dentre outras.

108
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 10.3. PREVENÇÃO E DEFESA CONTRA EROSÃO DO SOLO E


ASSOREAMENTO DOS RIOS

OBJETIVOS
Preservar as bacias prioritárias dos processos erosivos naturais ou antrópicos,
impedindo ou revertendo-os.

JUSTIFICATIVA
Processos erosivos e de assoreamento são comuns no Estado e são diretamente
proporcionais na dinâmica das bacias hidrográficas. A erosão fornece os materiais que ao serem
transportados e depositados darão origem ao assoreamento.
O desmatamento nas zonas rurais e a execução de obras em áreas frágeis do ambiente
urbano potencializam a deflagração de processos erosivos em suas mais diversas escalas
espaciais e temporais.
As intervenções junto às margens podem, igualmente, deflagrar processos erosivos ou
mesmo de solapamento, especialmente considerando-se a forte ação fluvial sobre as mesmas.
Neste sentido medidas preventivas e corretivas são necessárias para manutenção das
condições ecológicas dos sistemas e segurança das populações locais.

AÇÕES
10.3.1. Identificação e georeferenciamento das áreas críticas e dos fatores
determinantes na mitigação e controle dos processos erosivos e de
assoreamento do solo nas bacias hidrográficas prioritárias.
10.3.2. Desenvolvimento de mecanismos de defesa contra erosão do solo e
assoreamento dos rios.
10.3.3. Mobilização e engajamento social no processo de recuperação dos
processos erosivos, bem como construção de estruturas de contenção,
recomposição da vegetação, dentre outras atividades, incluindo ações do
programa PRODES da ANA.
10.3.4. Promover integração das ações aqui propostas com o Programa de
Valorização do Ativo Ambiental Florestal do Estado.
10.3.5. Fazer parceria com a ANA para implantação do Programa Produtor de Água
no Acre.
10.3.6. Acompanhamento dos empreendimentos rurais (fazendas e criadouros de
peixes) para se evitar o desmatamento indiscriminado e estabelecimento de
processos erosivos.

109
Plano Estadual de Recursos Hídricos

10.3.7. Monitoramento dos locais de risco de escorregamentos para evitar


ocupações irregulares e fiscalização das áreas recuperadas.

METAS
Sistema de Prevenção e defesa contra erosão do solo e assoreamento dos rios
implantado a partir de 2011 a 2015. Programa do Produtor de Água implantado em 5 (cinco)
microbacias até 2014 e mais 5 (cinco) microbacias até 2020.

EXECUTORES
Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) e Prefeituras Municipais. (OBS. VERA)

PARCEIROS
SEMA, Organizações não governamentais (ONGs) locais, Consórcios de municípios,
Prefeituras municipais, Colônia de Pescadores, dentre outras. (OBS. VERA)

110
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 10.4. RECUPERAÇÃO E URBANIZAÇÃO DOS FUNDOS DE VALE, NOS


MUNICÍPIOS DO ESTADO

OBJETIVOS
Implementar sistemas de drenagem adequados, recuperar e urbanizar as áreas de fundo
de vale nas bacias prioritárias.

JUSTIFICATIVA
O escoamento superficial sofre alterações substanciais em decorrência do processo de
urbanização de uma bacia, principalmente como conseqüência da impermeabilização
superficial, alterando as vazões dos sistemas aquáticos e comprometendo a vida das pessoas.
A urbanização de áreas nas proximidades de rios e igarapés é recorrente no Acre e tem
se constituído em um sério problema para o planejamento urbano. A maior preocupação refere-
se à falta de um sistema de drenagem eficiente que contribua para enchentes e processos
erosivos, colocando em risco a vida da população.
A ocupação irregular das áreas de vales e planícies inundáveis trás como conseqüência
a vulnerabilidade do sistema natural e das comunidades e deve ser evitada. Um olhar especial
para o sistema de drenagem das cidades faz-se necessário e o estabelecimento uma política de
ocupação do solo, em especial das várzeas de inundação, que não entre em conflito com a
política de drenagem urbana, via planos diretores e ordenamento territorial local.
Programas de revitalização desses locais, como a implantação de áreas de lazer e
parques lineares são aconselháveis para evitar a ocupação humana e facilitar o escoamento das
águas pluviais nos sistemas de drenagem adequados.

AÇÕES
10.4.1. Recuperação dos fundos de vale, nos municípios do Estado, através de
processos de implantação e/ou revitalização dos sistemas de drenagem das
cidades.
10.4.2. Integração das ações dos Planos diretores e Ordenamento Territorial com
atividades previstas no PLERH/AC.

111
Plano Estadual de Recursos Hídricos

METAS
Implantação e ou readequação dos sistemas de drenagem urbana a partir de 2011 em 4
(quatro) municípios até 2014 e em mais 5 (cinco) até 2020.

EXECUTORES
Prefeituras Municipais e Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC). (OBS. VERA)

PARCEIROS
SEMA, Organizações não governamentais (ONG) locais, Consórcios de municípios,
Prefeituras municipais, dentre outras. (OBS. VERA)

112
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 10.5. REALIZAÇÃO DE OBRAS DE CONTENÇÃO DAS MARGENS DOS


PRINCIPAIS RIOS DO ESTADO.

OBJETIVOS
Realizar obras de contenção das margens dos principais rios do Estado.

JUSTIFICATIVA
O regime hidrológico dos rios do Estado, com cheias rápidas, provoca o
extravasamento nas margens convexas dos meandros, facilitando a mudança do traçado dos rios
(ACRE, 2000). A vegetação que recobre o relevo apresenta raízes muito superficiais, não
conferindo estabilidade à vegetação ciliar e esta acaba caindo sobre o leito fluvial.
Outro fenômeno comum é o deslizamento das margens (ACRE, 2000), promovendo o
assoreamento dos sistemas aquáticos. Estes processos naturais, aliados ao uso e ocupação
irregular do solo, têm promovido a degradação dos sistemas, com possíveis reflexos sobre a
fauna aquática.

AÇÕES
10.5.1. Levantamento e estudos das necessidades de obras de contenção para
identificação e verificação de áreas (rural e urbana) onde não é mais possível
revitalização natural.

10.5.2. Realização de obras de contenção (bioengenharia) das margens dos principais


rios do Estado (Tarauacá, no município de Tarauacá, Envira, no município de Feijó,
Acre nos municípios de Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri e Rio Branco, dentre outros).

METAS
Obras de contenção das margens dos principais rios do Estado realizadas até 2012 –
2015.

EXECUTORES
Secretaria de Obras.

PARCEIROS
SEMA, Organizações não governamentais (ONG) locais, Consórcios de municípios,
Prefeituras municipais, dentre outras. (OBS. VERA)

113
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 10.6. PROMOVER A ADOÇÃO DE TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS NOS


PROCESSOS PRODUTIVOS AGROPECUÁRIOS NAS UGRH

OBJETIVOS
Promover a adoção de técnicas sustentáveis nos processos produtivos agropecuários.

JUSTIFICATIVA
A relação entre a ocupação agropecuária das terras e as características físicas da bacia
hidrográfica (solos e relevos) também requer atenção no Acre. Verifica-se a ocorrência
freqüente de ocupação antrópica em terras inaptas à atividade agropecuária.
O Zoneamento Ecológico- Econômico do Acre – Fase II, mostra que a evolução da
pecuária está associada com o crescimento das áreas de pastagens pela intensificação dos
sistemas de produção que vem se observando ao longo dos anos e esta atividade se constitui
no principal uso da terra nas áreas alteradas do Estado (ACRE, 2006).
Dados do Censo Agropecuário de 2006 (IBGE, 2006) indicam que houve um aumento
na extensão das pastagens no Estado, de 63.354 ha em 1970 para 1.032.430 ha em 2006.
Dada a extensão das terras ocupadas inadequadamente, os impactos sobre os recursos
hídricos são diretos e dependem de reforço nas ações de assistência técnica aos produtores
rurais, para estimular a otimização do uso em terras aptas e para reverter à condição de
degradação dos recursos naturais.
As áreas com restrições à ocupação devem ser consideradas no planejamento e no
ordenamento territorial das bacias hidrográficas, em articulação com as políticas setoriais,
particularmente a política agrícola, pecuária e de uso e ocupação do solo, de modo geral.

AÇÕES
10.6.1. Estímulo ao desenvolvimento de projetos de boas práticas agropecuárias e de
uso do solo nas UGRH.
10.6.2. Disseminação do conceito de agronegócio responsável e sustentável,
agregando características de eficiência, de boas práticas de produção,
responsabilidade social e de preservação ambiental.
10.6.3. Apoio a ações de regularização das propriedades rurais frente à legislação
ambiental (reserva legal, áreas de preservação permanente, tratamento de
dejetos e resíduos, entre outros).
10.6.4. Redução da pressão por desmatamento em novas áreas, visando à ampliação
da atividade agropecuária em áreas degradadas e que estejam sob processo de
recuperação.

114
Plano Estadual de Recursos Hídricos

10.6.5. Implantação de sistemas orgânicos de produção agropecuária, inclusive


serviços e insumos inerentes ao período de conversão e à fase relativa à
certificação, como inscrição, inspeção e manutenção, dentre outros aspectos.
10.6.6. Implantação e ampliação de sistemas de integração da agricultura com a
pecuária, ou da agricultura, pecuária e silvicultura.
10.6.7. Articulação das ações com o Programa de Valorização do Ativo Ambiental
Florestal do estado.
10.6.8. Adoção do Programa de Valorização do Ativo florestal.

META
50 Projetos de boas práticas agropecuárias e de uso do solo nas UGRH até 2014 e mais
200 até 2020.

EXECUTORES
SEAPROF, IMAC e EMBRAPA. (OBS. VERA)

PARCEIROS
SEMA, WWF-Brasil, Usuários (agricultores e pecuaristas), SEAP, SEAPROF e
Prefeituras Municipais. (OBS. VERA)

115
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Quadro 3. Diretrizes, Programas, Projetos, Ações, Metas, Executores e Parceiros do Plano de Ação

DIRETRIZ I – IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO


PROGRAMA 1. IMPLEMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS
PROJETOS AÇÕES METAS EXECUTORES PARCEIROS
PROJETO 1.1. 1.1.1. Contratação de empresa e/ou especialista para construção do SIRENA, SIRENA SEMA e IMAC DEPASA/VIGIÁG
IMPLANTAÇÃO segundo Metodologia do PLERH/AC. implantado e UA/ SAERB/ANA
DO SISTEMA DE 1.1.2. Desenvolvimento de ferramentas computacionais e modelos de apoio à funcionando até
INFORMAÇÕES decisão. 2014.
SOBRE RECURSOS 1.1.3. Capacitação de corpo técnico das Secretarias Municipais de Meio Ambiente,
HÍDRICOS DO da SEMA e do IMAC no uso do SIRENA, para que possam extrair, comparar,
ACRE (SIRENA) cruzar e analisar dados, gerando informações sobre os usuários, usos,
disponibilidade, demanda e qualidade dos recursos hídricos.
1.1.4 Integração do SIRENA com o SNIRH.
1.1.5. Integração SEIAM com o SIRENA.
1.1.6. Disponibilização do SIRENA em ambiente WEB.
PROJETO 1.2. 1.2.1. Elaboração dos procedimentos para regulamentação e implantação da Sistema de outorga SEMA e IMAC PGE
IMPLANTAÇÃO outorga. de direito de uso
DO SISTEMA DE 1.2.2. Confecção de um manual de outorga para orientação aos usuários. dos recursos
OUTORGA DOS 1.2.3. Promover a integração do sistema de outorga com o sistema de hídricos implantado
RECURSOS licenciamento ambiental do Estado. e em
HÍDRICOS DO 1.2.4. Cadastro de usos (consuntivos e não consuntivos) e dos usuários de recursos funcionamento até
ESTADO hídricos superficiais e subterrâneos. final de 2011.
1.2.5. Cadastro de captações e lançamentos industriais.
1.2.6. Integrar ao cadastro as fontes pontuais potencialmente poluidoras.
1.2.7. Integrar o sistema de cadastro de usos e usuários do Estado ao CNARH.
PROJETO 1.3. 1.3.1. Elaboração de estudos para o enquadramento dos corpos d´água do Estado. Enquadramento dos SEMA e IMAC ONG locais.
ENQUADRAMENT 1.3.2. Realização de oficinas com os diversos segmentos para validação do corpos d´água em
O DOS CORPOS D diagnóstico e prognóstico do enquadramento. classes de usos
´ÁGUA SEGUNDO 1.3.3. Realização das consultas públicas para validação dos cenários e preponderantes
USOS estabelecimento de metas e alternativas de enquadramento. implantado até
PREPONDERANTE 1.3.4. Publicação do documento final contendo os procedimentos e propostas para 2020.
implantação do enquadramento.

116
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROJETO 1.4. 1.4.1. Mobilização dos diversos segmentos da bacia para apresentação da proposta Planos de bacia dos SEMA e ONG locais
FOMENTO E de elaboração dos planos de bacia dos igarapés prioritários. igarapés prioritários Organismos de
APOIO A 1.4.2. Realização dos estudos necessários para viabilizar os planos de bacias dos em processo de bacias existentes.
ELABORAÇÃO igarapés prioritários. construção a partir
DOS PLANOS DE 1.4.3. Mobilização dos diversos segmentos da bacia para formação de comissões de 2011 até 2016.
BACIA DOS pró-organização de comitês de bacias hidrográficas.
IGARAPÉS 1.4.4. Articulação entre o PNRH, o PLERH/2010, os planos de bacia, os planos
PRIORITÁRIOS NO diretores e demais planos setoriais, conforme peculiaridades de cada região.
ESTADO
PROJETO 1.5. 1.5.1. Estruturação do Sistema de fiscalização do uso dos recursos hídricos no Sistema de IMAC e IBAMA Prefeituras
FISCALIZAÇÃO Estado, com o estabelecimento de normas e procedimentos. fiscalização do uso Municipais
DO USO DOS 1.5.2. Integração do Sistema de fiscalização dos recursos hídricos com o dos recursos
RECURSOS 1.5.3. Sistema de fiscalização ambiental realizado pelo IMAC, com harmonização hídricos implantado
HÍDRICOS de condutas e procedimentos. em todas as UGRH
1.5.4. Capacitação de recursos humanos para a fiscalização do uso dos recursos até de 2014.
hídricos no Estado.
1.5.5. Fortalecimento do corpo técnico do IMAC.
1.5.6. Incentivar a realização de denúncias contra crimes ambientais.
PROJETO 1.6. 1.6.1. Estudo de instrumentos econômicos de gestão de recursos hídricos Estudos realizados IMAC e ANA DEPASA/
APLICAÇÃO DE adequados à realidade do Estado, com foco na cobrança pelo uso da água. até 2012. IBAMA/SAEB
INSTRUMENTOS 1.6.2. Identificar as bacias onde haja a viabilidade para aplicação da cobrança.
ECONÔMICOS À 1.6.3. Operacionalização de um sistema integrado de cadastro, outorga e cobrança. Cobrança pelo uso
GESTÃO DE 1.6.4. Estudos para implementação de pagamento por serviços ambientais - fração dos recursos
RECURSOS água. hídricos implantada
HÍDRICOS NO até final de 2014.
ESTADO

117
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROGRAMA 2. IMPLANTAÇÃO DA REDE DE MONITORAMENTO QUALI-QUANTITATIVA DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS DO


ESTADO.
PROJETOS AÇÕES METAS EXECUTORES PARCEIROS
PROJETO 2.1. 2.1.1 Revisão da rede de monitoramento hidrológico e de qualidade da água, Rede de monitoramento SEM, IMAC, ANA/FUNTAC/IF
IMPLEMENTAÇÃ com base nos resultados e recomendações do diagnóstico do PLERH/AC. hidrológico e de SEDICT (OBS. AC
O DA REDE DE 2.1.2. Capacitação em técnicas usuais de coleta e preservação de amostras de qualidade da água VERA) UFAC/SEC. DE
MONITORAMENT água superficial. implantada no período de SAÚDE/FUNASA
O QUALI- 2.1.3. Estabelecimento de convênios e/ou Termo de Cooperação Técnica entre a 2011 a 2014.
QUANTITATIVA SEMA e a UFAC, Secretaria da Saúde, DEAS, SAERB, Corpo de Bombeiros
DAS ÁGUAS Militar e Polícia Ambiental, para análise de qualidade de água e suporte de
SUPERFICIAIS DO campo.
ESTADO 2.1.4. Aquisição de equipamentos e materiais para coleta de água (vidrarias e
reagentes) e adequação de espaço físico para recebimento das amostras.
2.1.5. Integração das informações hidrológicas e meteorológicas.
2.1.6. Implementação, operação e manutenção de uma Rede Estratégica de
Monitoramento: processamento, interpretação e difusão de informação.
2.1.7. Trabalhar em articulação com ANA para uso da base de dados da RHN,
bem como do PNQA.
2.1.8. Proceder ao monitoramento dos açudes de pisciculturas implantados no
Estado. (OBS. VERA)
Obs: As ações deste projeto deverão ser priorizadas nas UGRH: Tarauacá, Acre-
Iquiri e Purus. (WWF).
PROJETO 2.2. 2.2.1. Cadastro de uso e dos usuários dos recursos hídricos subterrâneos, em Rede de monitoramento SEMA e IMAC CPRM –
IMPLANTAÇÃO especial a exploração e comercialização da água mineral. das águas subterrâneas SIAGAS/DEPASA
DA REDE DE 2.2.2. Zoneamento da vulnerabilidade e risco à poluição dos aqüíferos. funcionando até 2014. / FUNASA
MONITORAMENT 2.2.3. Capacitação em técnicas usuais de coleta e preservação de amostras de Estudo de
O DA águas subterrâneas. vulnerabilidade dos
QUALIDADE DAS 2.2.4. Estabelecimento de convênio com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) aqüíferos acreanos
ÁGUAS para fins de monitoramento quali-quantitativo das águas subterrâneas via finalizado até final de
SUBTERRÂNEAS Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS). 2012.
2.2.5. Estabelecer parceria coma a ANA, via Agenda Nacional de Águas Termo de Cooperação
Subterrâneas. técnica firmado com
CPRM-SIAGAS até final
de 2011.

118
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROGRAMA 3. SANEAMENTO AMBIENTAL INTEGRADO


PROJETOS AÇÕES METAS EXECUTORES PARCEIROS
PROJETO 3.1. 3.1.1. Estabelecimento do marco regulatório dos serviços de saneamento Marco regulatório dos Prefeituras Governo do
MODERNIZAÇÃO, ambiental (água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais) no serviços de saneamento Municipais Estado e
IMPLANTAÇÃO E Estado. ambiental estabelecido até (OBS. VERA) Governo
AMPLIAÇÃO DOS 3.1.2. Implantação de tecnologia de tratamento adequada à realidade do Estado. 2011. Federal (PAC).
SISTEMAS DE 3.1.3. Implantação de sistemas de tratamento em todos os municípios. Novas tecnologias de
ABASTECIMENTO 3.1.4. Modernização, micromedição e controle de perdas do sistema e tratamento implantadas até
DE ÁGUA E ampliação da rede de abastecimento de água em todos os municípios do interior 2011.
ESGOTAMENTO do Estado. Rede de abastecimento de
SANITÁRIO 3.1.5. Implantação de esgotamento sanitário em todas as UGRH, com água ampliada e controle de
implantação de rede coletora e tratamento de esgoto e gerenciamento adequado perdas efetivadas até 2011.
dos resíduos sólidos (desativação dos lixões). Saneamento ambiental
3.1.6. Articulação com a ANA via Programa Despoluição de Bacias (coleta, tratamento e
Hidrográficas (PRODES). destinação adequada do
3.1.7. Implantação de solução alternativa de abastecimento de água e micro lixo, esgoto e resíduos
sistemas de tratamento de esgoto em pequenas comunidades (rurais, indígenas e sólidos) implantado em
extrativistas). todas as UGRH até 2020.

119
Plano Estadual de Recursos Hídricos

DIRETRIZ II – CONSOLIDAÇÃO DO MARCO LEGAL E FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL PARA A GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS
HÍDRICOS.
PROGRAMA 4. FORTALECIMENTO DO SISTEMA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS.
PROJETOS AÇÕES METAS EXECUTORES PARCEIROS
PROJETO 4.1. 4.1.1. Capacitação de usuários, sociedade civil e governo das bacias Atores mobilizados nas UGRH para SEMA via UFAC/IFAC/
FOMENTO E APOIO A prioritárias para a instalação de organismos de bacia, conforme conformação dos organismos de CEMACT, PREFEITURAS
INSTALAÇÃO E previsto nas políticas nacional e estadual de recursos hídricos. bacia dos igarapés prioritários a Organismos de MUNICIPAIS/
FUNCIONAMENTO 4.1.2. Apoio à estruturação das Agências de bacias. partir de 2001. Bacia existentes e COMDEMA
DE ORGANISMOS DE Incentivo à criação, qualificação e participação de associações de Apoio à criação de agências de Setor de
BACIA E ÓRGÃOS usuários de água. bacias estruturadas a partir de 2012. Usuários.
CORRELATOS
4.2.1. Fortalecimento dos órgãos gestores e capacitação dos Parcerias formalizadas com os IMAC, SEMA e SECRETARIAS
PROJETO 4.2. APOIO
técnicos das Secretarias municipais de meio ambiente e dos municípios para gestão integrada Secretarias MUNICIPAIS
AOS MUNICÍPIOS
Conselhos municipais em assuntos relativos à gestão de recursos dos recursos hídricos a partir de Municipais de DE SAÚDE/
PARA SUA
hídricos, de forma que possam participar de todo o processo de 2011. Meio Ambiente. COMDEMA/PG
INTEGRAÇÃO AO
construção e implementação do PLERH/AC. Capacitação dos técnicos das E/
SISTEMA DE GESTÃO
4.2.2. Formalização de parcerias com os municípios para proteção Secretarias Municipais de Meio Órgãos Federais
INTEGRADA DOS
dos mananciais locais e gestão das águas urbanas. Ambiente e dos Conselhos
RECURSOS
4.2.3. Criar mecanismo de articulação entre as secretarias municipais em assuntos relativos à
HÍDRICOS DO
municipais, estaduais e órgãos federais visando à gestão integrada gestão de recursos hídricos a partir
ESTADO
doa recursos hídricos. de 2011.
4.3.1. Regulamentar Fundo Especial de Meio Ambiente (FEMAC), Fundo Estadual de Meio Ambiente SEMA via PREFEITURAS
PROJETO 4.3.
no que diz respeito a recursos hídricos. (Arts. 35 a 37 da Lei implantado até 2011. CEMACT MUNICIPAIS
CONSOLIDAÇÃO E
1500/2003) e desenvolver os mecanismos necessários para a sua
OPERACIONALIZAÇ
implantação.
ÃO DO FUNDO
4.3.2. Identificar fontes potenciais de receita para investimento no
ESTADUAL DE MEIO
Sistema Estadual de Gestão Integrada de Recursos Hídricos e a
AMBIENTE (FEMAC)
implementação dos programas e projetos previstos no PLERH/AC.
PARA RECURSOS
4.3.3. Criar mecanismo de rateio dos recursos do fundo entre os
HÍDRICOS
municípios que possuírem organismo de bacia.

120
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROGRAMA 5. ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL E INTERSETORIAL NA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NOS NÍVEIS FEDERAL E
INTERESTADUAL.
PROJETOS AÇÕES METAS EXECUTO PARCEIRO
RES S
PROJETO 5.1. 5.1.1. Identificação, no Estado e nos Municípios, programas, projetos e investimentos que regem os Articulação SEMA via COMDEMA/
ARTICULAÇÃO setores que afetam a gestão das águas, em termos de seus propósitos e impactos potenciais, para fins de inter-setorial CMAI ANA/SRHU/
INTER- coordenação, eliminação de duplicidades, convergência de objetivos e incorporação de diretrizes de para o MMA/
SETORIAL interesse da gestão integrada de recursos hídricos no Estado, via CMAI da implementação PLERH/AC. planejamento INICIATIVA
PARA O 5.1.2. Criação e consolidação de espaços institucionais efetivos para discussão de temas estratégicos e execução MAP/MRE/
PLANEJAMENT relacionados à gestão dos recursos hídricos (Planejamento, Obras, em especial construção e retificação de atividades PREFEITUR
O E EXECUÇÃO de estradas, rodovias e ramais, Saneamento, Educação, Saúde, dentre outros). relacionadas AS
DE 5.1.3. Articulação entre a SEMA e a ANA/SRHU/MMA e definição de estratégias conjuntas para a a recursos MUNICIPAI
ATIVIDADES gestão dos recursos hídricos fronteiriços e transfronteiriços. hídricos S
RELACIONADA 5.1.4. Elaboração de documentos estratégicos para a sinergia entre o Sistema de Recursos Hídricos e desencadeada (OBS.
S A RECURSOS outras políticas de desenvolvimento, a exemplo do Pagamento por Serviços Ambientais (SISA), Planos em 2011 e VERA)
HÍDRICOS NO Diretores Municipais, OTL, PDC, dentre outros. com
ESTADO 5.1.5. Integração entre o SINGREH e o SEGRH/AC. formalidades
5.1.6. Fortalecimento das ações desenvolvidas no âmbito da Iniciativa MAP e demais fóruns existentes estabelecidas
(FIFAU – Fórum de Integração Fronteiriça Acre-Ucayali), modelo de articulação integrada para a gestão até 2014.
das águas fronteiriças e transfronteiriças, na fronteira Brasil, Bolívia e Peru, priorizando a articulação
entre os ministérios das relações exteriores dos três países.
5.1.7. Articulação dos planos de bacias do Estado com o Plano da Margem Direita do Rio Amazonas
(PDMA), via ANA. (OBS. VERA)
5.1.8. Apoiar a elaboração dos ZEE locais e planejamento territorial de áreas urbanas, bem como a
implementação de PLOT, planos diretores e desdobramentos.
5.1.9. Articulação com os estados do Amazonas e Rondônia e com os países vizinhos (Bolívia e Peru) e
definição de estratégias conjuntas para a gestão de bacias compartilhadas, de forma a harmonizar os
esforços técnicos e financeiros na implantação dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos e
manutenção da quantidade e qualidade das águas.
5.1.10. Definição de estratégias de articulação do SEGRH/AC com os setores usuários, consórcios
municipais e com as instituições públicas que formulam e implementam as políticas de desenvolvimento
local e regional.
5.1.11 Integrar ações da Agenda 21 local com as ações de gestão dos RH no Estado. (OBS. VERA)
5.1.12. Apoio a implementação do acordo de cooperação na Bacia do rio Acre já aprovado Na Câmara
Técnica de Gestão de Recursos Hídricos Transfronteiriços (CTGRHT) do CNRH.

121
Plano Estadual de Recursos Hídricos

5.1.13. Construção de uma agenda comum entre o Brasil, Bolívia e o Peru para articular e definir
estratégias conjuntas de gestão compartilhada dos rios transfronteiriços. (OBS. VERA)
5.1.14. Desenvolver ações no sentido do estabelecimento de políticas de integração (Ex: Encontro
trinacional entre Peru, Bolívia e Brasil).

PROGRAMA 6. SUSTENTABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA PARA A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO.


PROJETOS AÇÕES METAS EXECUTORES PARCEIROS
PROJETO 6.1. 6.1.1 Estudo de sustentabilidade econômico-financeira do modelo de Estudo de sustentabilidade SEMA via CMAI- Prefeituras/
IDENTIFICAÇÃO gestão adotado pelo Estado. econômico-financeira do PLERH e FUNTAC. Associações/
DE FONTES DE 6.1.2. Identificação de fontes de financiamento junto aos órgãos federais e modelo de gestão adotado (OBS. VERA) ONG/
FINANCIAMENTO internacionais e elaborar propostas de parcerias (Termos de Cooperação realizado em 2011. Sindicatos.
PARA O SISTEMA Técnica ou Convênios) para implementação do SEGRH/AC. Parcerias firmadas e
DE 6.1.4. Identificação de fontes de financiamento para os planos de bacia, convênios assinados até
GERENCIAMENT junto a ANA, SRHU e usuários. final de 2011. Projetos
O DE RECURSOS 6.1.5. Negociar a inserção de recursos no PPA do Governo do Estado para elaborados e encaminhados
HÍDRICOS viabilizar projetos estruturantes na área de recursos hídricos. para busca de
6.1.6. Negociar junto ao Governo de Estado e a FUNTAC a disponibilidade financiamento até final de
de recursos financeiros para pesquisa, estudos e desenvolvimento 2011.
tecnológico previstos no PLERH/AC.
PROJETO 6.2. 6.2.1. Desenvolvimento dos estudos necessários para implantação do Criar e regulamentar SEMA, CEMACT, ANA/PGE/WWF
REGULAMENTAÇ Programa de conservação das águas e dos recursos hídricos. Programa de conservação IMC, Agência de -BRASIL, GIZ,
ÃO DO 6.2.2. Elaboração dos procedimentos para a sua regulamentação. das águas e dos recursos Regulação, Controle FOREST
PAGAMENTO POR hídricos e pagamento por e Registro e órgãos TRENDS, dentre
SERVIÇOS serviços ambientais, fração afins. outros.
AMBIENTAIS água implantados e (OBS. VERA) (OBS. VERA)
(SISA) PARA OS regulamentados a partir de
RECURSOS 2011.
HÍDRICOS (ÁGUA)
- LEI 2308/2010

122
Plano Estadual de Recursos Hídricos

DIRETRIZ III – DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E COMUNICAÇÃO


PROGRAMA 7. COMUNICAÇÃO, DIVULGAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS.
PROJETOS AÇÕES METAS EXECUTORE PARCEIROS
S
7.1.1. Capacitação continuada de lideranças comunitárias, professores, Capacitação continuada em SEMA SEE/ FUNTAC/
coordenadores e diretores de escolas, agentes de saúde, dos técnicos dos órgãos funcionamento a partir de UFAC/Secretarias
gestores da união, do Estado e dos Municípios. 2011. Municipais de
7.1.2. Intensificar os programas de Ciência e tecnologia junto a FUNTAC, Educação, de Meio
EMBRAPA, UFAC e IFAC bem como a universidades particulares e outras Programas de Ciência e Ambiente e de
instituições de pesquisas para ampliar o conhecimento sobre recursos hídricos, tecnologia fomentados pelo Saúde/
através de editais de apoio a projetos de pesquisas. Governo a partir de 2011. Prefeituras/
7.1.3. Implantação de um Sistema de Comunicação e difusão da informação ONG/ instituições
sobre recursos hídricos. (Rádio, Televisão, Internet, principalmente nas escolas). Sistema de Comunicação e de pesquisa e
PROJETO 7.1. 7.1.4. Incentivo a introdução do tema Mudanças Globais no currículo do ensino difusão da informação entidades religiosas
MOBILIZAÇÃO fundamental e médio das escolas públicas e particulares do Estado e também nas sobre Recursos hídricos dentre outras.
SOCIAL, Universidades. implantado até 2012.
EDUCAÇÃO 7.1.5. Capacitação de usuários, sociedade civil para acompanhamento do
AMBIENTAL E PLERH/AC. Incentivar a introdução do
DIFUSÃO DE 7.1.6. Fomento à realização de cursos e seminários de atualização, tema Mudanças Globais no
CONHECIMENT aperfeiçoamento e especialização em recursos hídricos para os diferentes currículo do ensino
O SOBRE segmentos (sociedade civil, usuários e poder público), sem perder de vista a fundamental e médio das
RECURSOS questão de gênero, as comunidades tradicionais e indígenas. escolas públicas e privadas
HÍDRICOS 7.1.7. Desenvolver ações de sensibilização (cursos de formação) para os técnicos do Estado a partir de 2011
do DERACRE, ITERAC E INCRA para minimizar os impactos ambientais na e Universidade a partir de
construção e recuperação de rodovias, ramais e pontes. (OBS. VERA) 2012.
7.1.8. Apoiar a criação de cursos em instituição de ensino superior voltada para
os recursos hídricos. Elaboração de materiais
7.1.9. Apoiar a realização de atividades de extensão: cursos, palestras, seminários informativos com ênfase na
de atualização. gestão de recursos hídricos
7.1.10. Apoiar a criação de um curso superior de recursos hídricos a partir de 2011.
7.1.11. Elaborar materiais informativos com ênfase na gestão de recursos
hídricos.

123
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROGRAMA 8. DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO PARA GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS.


PROJETOS AÇÕES METAS EXECUTORES PARCEIROS
8.1.1. Estudos sobre o potencial de geração e transporte de cargas poluidoras de Estudos e pesquisas FUNTAC SEMA,
origem difusa. desencadeados a partir Instituições de
8.1.2 Fomento acadêmico para conhecimento hidrogeológico do Estado. de 2011 e finalizados pesquisa e
8.1.3. Desenvolvimento de estudos para conhecer a inter-relação água-solo-floresta e em 2016. universidades
suas implicações no ciclo hidrológico. locais (UFAC,
PROJETO 8.1.
8.1.4. Desenvolvimento de tecnologia de conservação de recursos hídricos para os IFAC,
DESENVOLVIMENT
usos consultivos. UNINORTE,
O DE PESQUISA
8.1.5 Fortalecimento do programa de formação de pesquisas locais. EMBRAPA) e
CIENTÍFICA E
8.1.6. Fortalecimento do programa de iniciação científica da FUNTAC e UFAC. ONG. (OBS.
TECNOLÓGICA
8.1.7. Promoção de estudos e pesquisa sobre conservação dos sistemas aquáticos e VERA)
PARA
adaptação a eventos extremos.
CONSOLIDAÇÃO E
8.1.8. Estudos sobre vulnerabilidades sociais, econômicas e ambientais das bacias do
APLICAÇÃO DO
Estado.
CONHECIMENTO
8.1.9. Estudo sobre as especificidades da Região Hidrográfica Amazônica com
EM RECURSOS
relação aos recursos hídricos, clima e uso do solo.
HÍDRICOS
8.1.10. Criação de uma Fundação de Amparo a Pesquisa do estado do Acre.
8.1.11. Estudos para gestão e defesa contra eventos extremos (controle de erosão,
cheias e estiagens, dentre outros).
8.1.12. Realizar pesquisa para o desenvolvimento de alternativas para captação, reuso
e tratamento de água para dessedentação humana.

124
Plano Estadual de Recursos Hídricos

DIRETRIZ IV – DESENVOLVIMENTO DE MEDIDAS DE ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS.


PROGRAMA 9. DESENVOLVIMENTO DE MEDIDAS DE ADAPTAÇÃO E MITIGAÇÃO DOS EVENTOS EXTREMOS.
PROJETOS AÇÕES METAS EXECUTORES PARCEIROS
9.1.1. Inventário e zoneamento das áreas de vulnerabilidade ambiental e social. Inventário e SEMA através Prefeituras
9.1.2. Estabelecimento de medidas estruturantes para minimizar a vulnerabilidade zoneamento das áreas da CEGdRA. Municipais/Corp
social às enchentes e às secas, em articulação com os Municípios. vulneráveis o de Bombeiros/
9.1.3. Criação de um Sistema de alerta precoce para antecipação dos eventos elaborados até 2012. Defesas Civis
extremos (chuvas intensas e secas prolongadas) nas UGRH, em parceria com a Núcleo Integrado de Municipais/
Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais (CEGdRA). monitoramento e ANA/SRHU.
PROJETO 9.1.
9.1.4. Promoção de ações preventivas de apoio a comunidades rurais e florestais, controle de eventos (OBS. VERA)
DEFESA CONTRA
visando reduzir a vulnerabilidade da sociedade acreana aos efeitos locais das extremos implantado
SECAS E
mudanças climáticas. em 2011. Instalar pelo
INUNDAÇÕES
9.1.5. Criação de um Núcleo Integrado de monitoramento e controle de eventos menos dois sistemas
extremos, na CEGdRA. pilotos de alerta
9.1.6. Fortalecimento da Defesa Civil em todos os municípios. precoce nas UGRH
Acre-Iquiri e Juruá
em 2011 e os demais
até 2013.

125
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROGRAMA 10. REVITALIZAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS (CONSERVAÇÃO E RECOMPOSIÇÃO DE ÁREAS DE PROTEÇÃO


PERMANENTE).
PROJETOS AÇÕES METAS EXECUTOR PARCEIROS
ES
PROJETO 10.1. 10.1.1. Potencializar a implantação do Programa Estadual de Conservação e Programa Estadual de IMAC ONG locais/
CONSERVAÇÃO Recuperação de Nascentes e Matas Ciliares (APP). Conservação e Recuperação de Prefeituras/
E 10.1.2. Implantar um sistema de certificação de iniciativas de recuperação nascentes e matas ciliares SEAPROF/SEMA/
RECUPERAÇÃO ambiental nas bacias prioritárias. implantado a partir de 2011 em, FUNAI, lideranças
DE NASCENTES 10.1. 3. Aliar as iniciativas de recuperação ambiental nas bacias prioritárias no mínimo, 10 microbacias, até indígenas/ CIMI/
E às ações de certificação da política do ativo ambiental florestal. 2014 e em mais 10 microbacias CPI/Universidades/
RECOMPOSIÇÃO 10.1.4. Estabelecer áreas prioritárias, de acordo com o nível de degradação, até 2020. pecuaristas/
DE MATAS para implantação do referido programa. agricultores dentre
CILIARES NAS outros.
BACIAS DOS
IGARAPÉS
PRIORITÁRIOS
PROJETO 10.2. 10.2.1. Recuperação e/ou conservação de drenagens e cabeceiras dos Medidas de proteção dos IMAC. CPRM/Prefeituras
PROTEÇÃO DAS aqüíferos, conforme definido no diagnóstico do PLERH/AC e nos estudos do aqüíferos estabelecidas a partir SEAPROF/FUNT
ÁREAS DE CPRM, especialmente para Rio Branco. de 2011. AC, SEMA/ONG
RECARGA DOS locais/ UFAC,
AQUÍFEROS dentre outras
PROJETO 10.3. 10.3.1. Identificação e georeferenciamento das áreas críticas e dos fatores Sistema de Prevenção e defesa IMAC e SEMA, ONG
PREVENÇÃO E determinantes na mitigação e controle dos processos erosivos e de contra erosão do solo e Prefeituras locais/ Consórcios
DEFESA assoreamento do solo nas bacias hidrográficas prioritárias. assoreamento dos rios Municipais. de municípios/
CONTRA 10.3.2. Desenvolvimento de mecanismos de defesa contra erosão do solo e implantado a partir de 2011 a (OBS. Prefeituras
EROSÃO DO assoreamento dos rios. 2015. VERA) municipais/Colônia
SOLO E 10.3.3. Mobilização e engajamento social no processo de recuperação dos dos Pescadores
ASSOREAMENT processos erosivos, bem como construção de estruturas de contenção, Programa de Produtor de Água dentre outras.
O DOS RIOS recomposição da vegetação, dentre outras atividades, incluindo ações do implantado em 5 microbacias até (OBS. VERA)
programa PRODES da ANA. 2014 e mais 5 microbacias até
10.3.4. Promover integração das ações aqui propostas com o Programa de 2020.
Valorização do Ativo Ambiental Florestal do Estado.
10.3.5. Fazer parceria com a ANA para implantação do Programa Produtor
de Água no Acre.
10.3.6. Acompanhamento dos empreendimentos rurais (fazendas e
criadouros de peixes) para se evitar o desmatamento indiscriminado e

126
Plano Estadual de Recursos Hídricos

estabelecimento de processos erosivos.


10.3.7. Monitoramento dos locais de risco de escorregamentos para evitar
ocupações irregulares e fiscalização das áreas recuperadas.
PROJETO 10.4. 10.4.1. Recuperação dos fundos de vale, nos municípios do Estado, através Implantação e ou readequação Prefeituras SEMA, ONG
RECUPERAÇÃO de processos de implantação e/ou revitalização dos sistemas de drenagem dos sistemas de drenagem Municipais e locais/Consórcios
E das cidades. urbana a partir de 2011 em IMAC. (OBS. municipais/
URBANIZAÇÃO 10.4.2. Integração das ações dos Planos diretores e Ordenamento Territorial quatro municípios até 2014 e VERA) Prefeituras, dentre
DOS FUNDOS DE com atividades previstas no PLERH/AC. mais 5 até 2020. outras.
VALE, NOS (OBS. VERA)
MUNICÍPIOS DO
ESTADO
PROJETO 10.5. 10.5.1. Levantamento e estudos das necessidades de obras de contenção para Obras de contenção das margens Secretaria de SEMA/ONG
REALIZAÇÃO identificação e verificação de áreas (rural e urbana) onde não é mais possível dos principais rios do Estado Obras. locais/ Consórcios
DE OBRAS DE revitalização natural. realizadas até 2012 – 2015. de
CONTENÇÃO 10.5.2. Realização de obras de contenção (bioengenharia) das margens dos municípios/Prefeit
DAS MARGENS principais rios do Estado (Tarauacá, no município de Tarauacá, Envira, no uras municipais,
DOS PRINCIPAIS município de Feijó, Acre nos municípios de Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri dentre outras.
RIOS DO e Rio Branco, dentre outros). (OBS. VERA)
ESTADO.
PROJETO 10.6. 10.6.1. Estímulo ao desenvolvimento de projetos de boas práticas 50 Projetos de boas práticas SEAPROF, SEMA/ WWF-
PROMOVER A agropecuárias e de uso do solo nas UGRH, incluindo a capacitação de agropecuárias e de uso do solo IMAC e Brasil/Usuários
ADOÇÃO DE técnicos da SEAP e SEAPROF, com capacitação posterior de usuários nas UGRH até 2014 e mais 200 EMBRAPA. (agricultores e
TÉCNICAS (agricultores e pecuaristas). (PROPOSTA EMBRAPA) até 2020. (OBS. pecuaristas)
SUSTENTÁVEIS 10.6.2. Disseminação do conceito de agronegócio responsável e sustentável, VERA) /SEAP/
NOS PROCESSOS agregando características de eficiência, de boas práticas de produção, SEAPROF/
PRODUTIVOS responsabilidade social e de preservação ambiental. PREFEITURAS.
AGROPECUÁRIO 10.6.3. Apoio a ações de regularização das propriedades rurais frente à (OBS. VERA)
S NAS UGRH legislação ambiental (reserva legal, áreas de preservação permanente,
tratamento de dejetos e resíduos, entre outros).
10.6.4. Redução da pressão por desmatamento em novas áreas, visando à
ampliação da atividade agropecuária em áreas degradadas e que estejam sob
processo de recuperação.
10.6.5. Implantação de sistemas orgânicos de produção agropecuária,
inclusive serviços e insumos inerentes ao período de conversão e à fase
relativa à certificação, como inscrição, inspeção e manutenção, dentre outros
aspectos.

127
Plano Estadual de Recursos Hídricos

10.6.6. Implantação e ampliação de sistemas de integração da agricultura


com a pecuária, ou da agricultura, pecuária e silvicultura.
10.6.7. Articulação das ações com o Programa de Valorização do Ativo
Ambiental Florestal do estado.
10.6.8. Adoção do Programa de valorização do ativo florestal.

128
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2.3. PLANO DE INVESTIMENTOS

O Plano de Investimento do PLERH-AC foi concebido tendo por base a ordem de


magnitude dos principais projetos da área ambiental tanto na esfera estadual como na federal
além de considerar o nível de emergência de ações imediatas necessárias para minimizar os
efeitos do risco que no qual os recursos hídricos do Estado se encontram.
Uma porção significativa dos recursos estimados (83%, cerca de R$ 220 milhões de
um total de R$ 265 milhões), encontra-se já em execução pelo PPA 2008-2011 ou possui
contrapartida de outros projetos ou programas em andamento, e a maior parte deste recurso já
se encontra comprometida com o componente de saneamento ambiental (R$ 204 milhões).
O Plano de Investimento partiu da premissa que um dos principais riscos para os
recursos hídricos do Estado são os efeitos das mudanças climáticas, associados à degradação
dos corpos d’água. Logo opta-se por um massivo investimento (R$ 35 milhões) no
desenvolvimento (elaboração e implementação) de estratégias e medidas de adaptação às
mudanças climáticas e à mitigação dos danos ambientais nos corpos d’água e ecossistemas
associados.
Estes valores tem por base o volume de recurso empreendimento em projetos
ambientais de grande envergadura como o Próprio Zoneamento Ecológico Ecônomico do
Estado do Acre, e demais projetos executado no âmbito do PPG7 (Proj Resex, ProManejo,
ProVárzea, PDA, etc), por exemplo que tiveram valores em torno de R$ 30 a 70 milhões de
reais.
Entende-se que o plano de investimento deve fornecer a diretriz na qual os esforços
devem ser empreendidos. Ele não tem por objetivo apresentar neste momento um
planejamento detalhado das ações com cada um dos insumos (passagens, diárias, etc). Mas
sim, ser insumo para o planejamento, fornecendo tetos para o desenvolvimento estratégico
das atividades.
De acordo com as metas estabelecidas para PLERH-AC, será necessário um grande
investimento relativo logo no primeiro ano, em função da necessidade do estabelecimento
urgente dos mecanismos de gestão, bem como da elaboração de estratégias de adaptação às
mudanças climáticas e mitigação de danos ambientais (Figura1).

129
Plano Estadual de Recursos Hídricos

R$ 20,000,000.00
R$ 18,000,000.00
R$ 16,000,000.00
R$ 14,000,000.00
R$ 12,000,000.00 Investimento Total
Diretriz - I
R$ 10,000,000.00
Diretriz - II
R$ 8,000,000.00 Diretriz - III
Diretriz - IV
R$ 6,000,000.00
R$ 4,000,000.00
R$ 2,000,000.00
R$ -
2011 2012 2013 2014 2015

Figura 1 – Distribuição temporal dos Investimentos por Diretriz do PLERH-AC

Do ponto de vista dos projetos e ações dentro de cada diretriz, procurou-se concentrar
um pouco mais o investimento em todos os elementos que promovem o capital social para
gestão dos recursos hídricos, como capacitação de técnicos e sociedade civil e apoio a
associações locais. Também as ações que envolvem grande investimento tecnológico, como a
compra de equipamentos para monitoramento e desenvolvimento de modelos
computacionais, são os elementos relativamente mais custosos.
Todavia, não se pode perder de vista a importância de elementos menos custosos do
ponto de vista financeiro, mas extremamente estratégicos para o PLERH-AC, que são os
processos de articulação institucional e parcerias e a concepção de um plano de
sustentabilidade financeira.

130
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Valores em Reais.

PROGRAMA
S
CORRELAT
DIRETRIZES PROGRAMAS Total 2011 2012 2013 2014 2015
OS
EXISTENTE
S

Programa 1. Implementação dos Licenciamento


instrumentos de gestão dos recursos 5.446.629,00 3.764.927,83 625.599,81 452.614,87 452.614,87 150.871,62 Ambiental
hídricos. (IMAC)

I – Implementação Programa 2. Implantação da rede de


da Política de Gestão monitoramento quali-quantitativa
Integrada dos Programa 8 -
dos principais rios do Estado e dos 4.689.836,00 2.815.064,68 700.530,18 542.238,84 542.238,84 180.746,28
Recursos Hídricos no PNQA-ANA
mananciais de abastecimento público
Estado. de água potável.

Programa 3. Programa Integrado de PPA (2008-


204.594.720,00 174.460.431,87 3.946.163,97 11.457.304,32 11.457.304,32 3.273.515,2
Saneamento Ambiental (*) 2011) - PAC

131
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROGRAMA
S
CORRELAT
DIRETRIZES PROGRAMAS Total 2011 2012 2013 2014 2015
OS
EXISTENTE
S

Programa 4. Fortalecimento do
Sistema de Gestão dos Recursos 4.345.246,30 537.469,16 795.651,36 1.290.911,05 1.290.911,05 430.303,68 PNRH
Hídricos.
II – Consolidação do
marco legal e PDMA (Plano
fortalecimento Programa 5. Articulação institucional de bacia dos
institucional para a e intersetorial na gestão dos recursos rios da
3.235.707,00 662.672,79 217.439,51 588.898,67 815.398,16 951.297,86
gestão integrada dos hídricos nos níveis Federal e inter- margem direita
recursos hídricos. Estadual. do Rio
Amazonas)
Programa 6. Sustentabilidade Fundo
econômico-financeira para a gestão 632.162,40 351.453,85 195.309,73 18.964,87 28.447,31 37.929,74 Amazônia -
dos recursos hídricos no Estado. ISA/Carbono

132
Plano Estadual de Recursos Hídricos

PROGRAMA
S
CORRELAT
DIRETRIZES PROGRAMAS Total 2011 2012 2013 2014 2015
OS
EXISTENTE
S
Programa 7. Comunicação,
divulgação e educação ambiental PPA (2008-
III – 2.632.750,00 331.726,50 398.861,63 783.243,13 783.243,13 335.675,63
para a gestão integrada dos recursos 2010)
Desenvolvimento hídricos.
tecnológico,
educação ambiental e
Programa 8. Desenvolvimento
comunicação PPA (2008-
científico e tecnológico para gestão de 4.790.648,00 519.306,24 647.216,54 1.492.286,85 1.492.286,85 639.551,51
2010)
recursos hídricos.

                 
Programa 2 -
Comissão
Programa 9. Desenvolvimento de Estadual de
IV – medidas de adaptação e mitigação 14.069.824,00 8.184.416,62 563.496,45 2.191.375,09 2.191.375,09 939.160,75 Gestão de
Desenvolvimento de dos eventos extremos. Riscos
medidas de Ambientais
adaptação às (CEGdRA).
mudanças climáticas. Programa 10. Revitalização de Bacias
Hidrográficas (Conservação e
21.485.709,00 1.289.142,54 1.933.713,81 7.519.998,15 7.519.998,15 3.222.856,35 ISA Carbono
recomposição de áreas de proteção
permanente).
                 
TOTAL   265.923.231,7 192.916.612,0 10.023.983,00 26.337.835,84 26.573.817,76 10.161.908,94  
(*) OBS: Mais de R$ 200 milhões correspondem ao plano de saneamento
ambiental já previstos pelo PPA 2008-2011

133
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz I – Implementação da Política de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos do Estado


Estratégia - Implantar um Programa Integrado de Saneamento Ambiental com vistas à manutenção da saúde humana, da vida aquática e da
qualidade ambiental.
Projeto Meta
Ações Indicadores Total 2011 2012 2013 2014 2015
s s
Contratação de empresa e ou especialista Sistema de Informações sobre
até
para construção do SIRENA, segundo Recursos Hídricos do Acre -
final de 435.730,32 435.730,32
Metodologia do PLERH/AC (SEMA, SIRENA implantado e em
2011
2008). funcionamento
Desenvolvimento de ferramentas SIRENA finalizado para até
Projeto 1.1. Implantação do Sistema de Informação dos Recursos

computacionais e modelos de apoio à subsidiar a gestão integrada de final de 272.331,45 272.331,45


decisão. RH. 2011
Capacitação de corpo técnico da SEMA e
do IMAC no uso do SIRENA, para que
possam extrair, comparar, cruzar e até
Corpo técnico da SEMA e do
analisar dados, gerando informações sobre final de 283.224,71 283.224,71
IMAC capacitados
os usuários, usos, disponibilidade, 2011
demanda e qualidade dos recursos
Hídricos-SIRENA.

hídricos.
Integração do Sistema de Informação
sobre Recursos Hídricos do Estado até
(SIRENA) com o Sistema Nacional de SIRENA e SNIRH integrados final de 108.932,58 108.932,58
Informação sobre Recursos Hídricos 2011
(SNIRH).
  Integração do Sistema Estadual de
até
Informações Ambientais (SEIAM) com o
SEIAM e SIRENA integrados final de 81.699,44 81.699,44
Sistema de Informações sobre Recursos
2011
Hídricos (SIRENA).
SIRENA disponibilizado em até
Implantação e disponibilização do
ambiente WEB até final de final de 54.466,29 54.466,29
SIRENA em ambiente WEB.
2011 2011

134
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz I – Implementação da Política de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos do Estado


Estratégia - Implantar um Programa Integrado de Saneamento Ambiental com vistas à manutenção da saúde humana, da vida aquática e da
qualidade ambiental.
Projeto Meta
Ações Indicadores Total 2011 2012 2013 2014 2015
s s
Elaboração dos procedimentos para Procedimentos para até
regulamentação e implantação da outorga regulamentação e implantação final de 49.019,66 49.019,66
(Marco Legal). da outorga elaborados. 2011
até
Confecção de um manual de outorga para Manual de procedimentos para
final de 43.573,03 43.573,03
orientação aos usuários. outorga elaborado
2011
Projeto 1.2. Sistema de outorga dos recursos hídricos do Estado.

Promover a integração do sistema de Sistema de outorga integrado até


outorga com o sistema de licenciamento ao Sistema de licenciamento final de 381.264,03 381.264,03
ambiental do Estado. ambiental 2011
Cadastro de captações e até
Cadastro de captações e lançamentos
lançamentos industriais final de 326.797,74 326.797,74
industriais.
realizado 2011
Cadastro de usos (consuntivos e não Cadastro de uso e usuários das até
consuntivos) e dos usuários de recursos águas superficiais e final de 163.398,87 163.398,87
hídricos superficiais e subterrâneos. subterrâneas finalizado 2011
até
Integrar ao cadastro as fontes pontuais Outorga e licenciamento
final de 108.932,58 108.932,58
potencialmente poluidoras. ambiental integrados
2011
Sistema de cadastro de usos e
Integrar o Sistema de cadastro de usos e
usuários do Estado integrado até
usuários do Estado ao Cadastro Nacional
ao Cadastro Nacional de Usos final de 108.932,58 108.932,58
de Usos e Usuários de Recursos Hídricos
e Usuários de Recursos 2011
(CNARH).
Hídricos (CNARH)

135
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz I – Implementação da Política de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos do Estado


Estratégia - Implementar os instrumentos de gestão dos recursos hídricos como suporte a tomada de decisão.
Projeto Meta
Ações Indicadores Total 2011 2012 2013 2014 2015
s s
Projeto 1.3. Enquadramento dos corpos d

Elaboração de estudos para o até


Enquadramento dos principais
´água segundo usos preponderantes.

enquadramento dos corpos d´água do final de 163.398,87 81.699,44 81.699,44


rios do Estado elaborado
Estado. 2012
Realização de oficinas com os diversos Oficinas para validação do até
segmentos para validação do diagnóstico e diagnóstico e prognóstico do final de 272.331,45 136.165,73 136.165,73
prognóstico do enquadramento. enquadramento realizadas. 2012
Consultas públicas para
Realização das consultas públicas para validação dos cenários e até
validação dos cenários e estabelecimento estabelecimento de metas e final de 272.331,45 136.165,73 136.165,73
de metas e alternativas de enquadramento. alternativas de enquadramento 2012
realizadas.
Documento final contendo os
Publicação do documento final contendo até
procedimentos e propostas
os procedimentos e propostas para final de 217.865,16 26.143,82 39.215,73 65.359,55 65.359,55 21.786,52
para implantação do
implantação do enquadramento. 2014
enquadramento publicado.
Projeto 1.4. Planos de bacia dos igarapés prioritários no 

Mobilização dos diversos segmentos para a partir


Pelo menos 01 Plano de bacia
apresentação da proposta de elaboração de 272.331,45 32.679,77 49.019,66 81.699,44 81.699,44 27.233,15
de igarapé prioritários
dos planos de bacias. elaborado por município 2011

Diversos segmentos da bacia


Mobilização dos diversos segmentos da
para formação de comissões a partir
bacia para formação de comissões pró- 217.865,16 26.143,82 39.215,73 65.359,55 65.359,55 21.786,52
pró-organização de comitês de de
organização de comitês de bacias
bacias hidrográficas 2011
hidrográficas.
mobilizados
Estado.

Estudos necessários para


Realização dos estudos necessários para a partir
viabilizar os planos de bacias
viabilizar os planos de bacias dos igarapés de 190.632,02 22.875,84 34.313,76 57.189,60 57.189,60 19.063,20
dos igarapés prioritários
prioritários. 2011
realizados.
Estudos e mapeamentos das
Inserir nos planos de bacia estudos e vulnerabilidades sociais,
a partir
mapeamentos das vulnerabilidades econômicas e ambientais das
de 255.991,56 30.718,99 46.078,48 76.797,47 76.797,47 25.599,16
sociais, econômicas e ambientais das bacias das bacias prioritárias
2011
bacias das bacias prioritárias do Estado. do Estado inseridos nos planos
de bacia a serem elaborados.
Articulação entre o PNRH, o PNRH, o PLERH/2010, os a partir 163.398,87 19.607,86 29.411,80 49.019,66 49.019,66 16.339,89
PLERH/2010, os planos de bacia, os planos de bacia, os planos de

136
Plano Estadual de Recursos Hídricos

planos diretores e demais planos setoriais,


diretores e demais planos
respeitando as peculiaridades de cada 2011
setoriais articulados.
região.

137
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz I – Implementação da Política de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos do Estado


Estratégia - Implementar os instrumentos de gestão dos recursos hídricos como suporte a tomada de decisão.
Projeto Meta
Ações Indicadores Total 2011 2012 2013 2014 2015
s s
Estruturação do Sistema de Fiscalização Sistema d fiscalização do uso
até
do uso dos recursos hídricos no Estado, dos recursos hídricos
final de 277.778,08 277.778,08
com o estabelecimento de normas e implantado em todas as
2011
procedimentos. UGRH.
Integração do Sistema de Fiscalização dos
Projeto 1.5. Fiscalização do uso dos recursos hídricos.

Sistema de Fiscalização dos


recursos hídricos com o Sistema de até
recursos hídricos integrado
Fiscalização Ambiental realizado pelo final de 141.612,35 141.612,35
com o Sistema de Fiscalização
IMAC, com harmonização de condutas e 2011
Ambiental.
procedimentos.
Capacitação de recursos humanos para a Recursos humanos capacitados até
fiscalização do uso dos recursos hídricos para a fiscalização do uso dos final de 114.379,21 114.379,21
no Estado. recursos hídricos no Estado. 2011
Medidas de controle,
Medidas de controle, fiscalização e até
fiscalização e suporte técnico
suporte técnico qualificado para a final de 81.699,44 81.699,44
qualificado para a aqüicultura
aqüicultura. 2011
implantados.
Medidas de controle e
Medidas de controle e fiscalização fiscalização integrada para até
integrada para atividades de mineração, atividades de mineração, final de 87.146,06 87.146,06
exploração de água mineral e navegação. exploração de água mineral e 2011
navegação implantadas.
Projeto 1.6. Aplicação de instrumentos

Estudo de instrumentos econômicos de Cobrança pelo uso da água ou


gestão de recursos hídricos adequados à instrumento econômico até
econômicos à gestão de recursos

60.457,58 7.254,91 10.882,36 18.137,27 18.137,27 6.045,76


realidade do Estado, com foco na alternativo implantado para os 2014
cobrança pelo uso da água. usos outorgados.
Bacias com viabilidade para
Identificar as bacias onde haja a até
cobrança pelo uso da água 54.466,29 6.535,95 9.803,93 16.339,89 16.339,89 5.446,63
viabilidade para aplicação da cobrança. 2014
identificadas.
Sistema integrado de cadastro,
Operacionalização de um sistema até
outorga e cobrança 75.708,14 9.084,98 13.627,47 22.712,44 22.712,44 7.570,81
integrado de cadastro, outorga e cobrança. 2014
operacionalizado.
Estudos para implementação de Metodologia para PSA em RH até 108.932,58 108.932,58
pagamento por serviços ambientais - elaborada na parte referente à final de
fração água RH regulamentada, segundo 2011
Lei 2.308/2010.

138
Plano Estadual de Recursos Hídricos

139
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz I – Implementação da Política de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos do Estado


Estratégia - Implantar a Rede de monitoramento quali-quantitativa das águas superficiais e subterrâneas de modo a garantir o uso múltiplo
das águas no Estado.
Projeto Meta
Ações Indicadores Total 2011 2012 2013 2014 2015
s s
Revisão e integração da rede hidrológica
de monitoramento quali-quantitativo das
Rede de monitoramento quali- 2011 a
águas superficiais no Estado, com base 750.373,76 90.044,85 135.067,28 225.112,13 225.112,13 75.037,38
quantitativa funcionando. 2014
nos resultados e recomendações do
Projeto 2.1. Rede de monitoramento quali-quantitativa das águas superficiais e dos mananciais de

diagnóstico do PLERH/AC.
Técnicos (12 - 2 por UGRH)
Capacitação em técnicas usuais de coleta e
capacitados em técnicas usuais
preservação de amostras de água 2011 468.983,60 468.983,60
de coleta e preservação de
superficial.
amostras de água superficial.
Estabelecimento de convênios e/ou Termo
de Cooperação Técnica entre a SEMA e a
Universidade Federal do Acre-UFAC,
Secretaria da Saúde , DEPASA e SAERB, Parcerias formalizadas. 2011 37.518,69 37.518,69
Corpo de Bombeiros Militar e Polícia
abastecimento público de água potável.

Ambiental, para análise de qualidade de


água e suporte de campo.
Aquisição de equipamentos e materiais
para coleta de água (vidrarias e reagentes) Equipamentos e materiais para
2011 703.475,40 937.967,20
e adequação de espaço físico para coleta de água adquiridos.
recebimento das amostras.
Integração das informações hidrológicas e Informações hidrológicas e
2011 515.881,96 515.881,96
meteorológicas. meteorológicas integradas.
Rede Estratégica de
Implementação, operação e manutenção
Monitoramento:
de uma Rede Estratégica de 2011 a
processamento,a, Interpretação 588.105,43 70.572,65 105.858,98 176.431,63 176.431,63 58.810,54
Monitoramento: processamento,a, 2014
e difusão de informação
Interpretação e difusão de informação.
implementada e em operação.
Trabalhar em articulação com a Agência
Nacional de Águas (ANA) para uso da
base de dados da Rede
Parceria formalizada com até
Hidrometeorológica Nacional (RHN) - 234.491,80 234.491,80
ANA via PNQA. 2011
(Banco de Dados HIDRO/ANA), bem
como do Programa Nacional de Qualidade
da Água (PNQA).

140
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz I – Implementação da Política de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos do Estado


Estratégia - Implantar a Rede de monitoramento quali-quantitativa das águas superficiais e subterrâneas de modo a garantir o uso múltiplo
das águas no Estado.
Projeto Meta
Ações Indicadores Total 2011 2012 2013 2014 2015
s s
Projeto 2.2. Implantação da rede de monitoramento

Cadastro de uso e dos usuários dos


Rede de monitoramento das
recursos hídricos subterrâneos, em até
águas subterrâneas 468.983,60 56.278,03 84.417,05 140.695,08 140.695,08 46.898,36
especial a exploração e comercialização 2014
funcionando.
da qualidade das águas subterrâneas.

da água mineral.
Zoneamento da vulnerabilidade e risco à Estudo de vulnerabilidade dos até
281.390,16 140.695,08 140.695,08
poluição dos aqüíferos aqüíferos finalizado. 2012
Capacitação dos técnicos (12 -
Capacitação em técnicas usuais de coleta e 2 por UGRH) em técnicas
preservação de amostras de águas usuais de coleta e preservação 2012 468.983,60 234.491,80 234.491,80
subterrâneas. de amostras de águas
subterrâneas.
Estabelecimento de convênio com o
até
Serviço Geológico do Brasil para fins de Termo de Cooperação técnica
final de 14.069,51 14.069,51
monitoramento da qualidade das águas firmado com CPRM-SIAGAS.
2011
subterrâneas, via SIAGAS.
Parceria coma a ANA via
Estabelecer parceria coma a ANA via
Agenda Nacional de Águas 2011 14.069,51 14.069,51
Agenda Nacional de Águas Subterrâneas.
Subterrâneas firmada.

141
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz I – Implementação da Política de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos do Estado


Estratégia - Implantar um Programa Integrado de Saneamento Ambiental com vistas à manutenção da saúde humana, da vida aquática e da
qualidade ambiental.
Projeto Meta
Ações Indicadores Total 2011 2012 2013 2014 2015
s s
Estabelecimento do marco regulatório dos
serviços de saneamento ambiental (água,
Marco regulatório dos serviços
esgoto, resíduos sólidos e drenagem de até
de saneamento ambiental 40.918,94 40.918,94
águas pluviais) no Estado (Plano 2011
estabelecido.
Plurianual, 2008-2011, pág. 82 e pág.
103).
Projeto 3.1. Modernização, implantação e ampliação dos sistemas de abastecimento de água e

Implantação de tecnologia de tratamento Novas tecnologias de até


12.132.466,90 12.132.466,90
adequada à realidade do Estado. tratamento implantadas. 2011
Coleta e tratamento de esgoto - conclusão
da ETE São Francisco e ampliação da ETE São Francisco, Redenção
até
ETE Conquista, construção das ETE e 2o. Distrito concluídas e 102.297.360,00 102.297.360,00
2011
Redenção e 2º Distrito (Plano Plurianual, ETE Conquista ampliada
2008-2011, pág. 82 e pág. 103).
Modernização, micromedição e controle
de perdas do sistema e ampliação da rede Rede de abastecimento de
até
de abastecimento de água em todos os água ampliada e controle de 36.827.049,60 36.827.049,60
2011
municípios do interior do Estado (Plano perdas efetivado.
Plurianual, 2008-2011, pág. 82 e 103).
esgotamento sanitário.

Municípios com alto índice de


Implantação de estação de tratamento e
mortalidade infantil com
rede e melhorias de esgotamento sanitário
sistemas de esgotamento até 20.459.472,00 20.459.472,00
nos municípios com maior índice de
sanitário implantado 2011
mortalidade infantil (Plano Plurianual,
(Capixaba, Feijó, Jordão,
2008-2011, pág. 82 e 103).
Plácido de Castro, Tarauacá)
Implantação de esgotamento sanitário em
todas as UGRH, com implantação de rede Esgotamento sanitário
até
coletora e tratamento de esgoto e implantado em todas as 32.735.155,20 2.600.867,07 3.946.163,97 11.457.304,3 11.457.304 3.273.515
2020
gerenciamento adequado dos resíduos UGRH.
sólidos (desativação dos lixões)
Articulação com a ANA, via
Articulação com a ANA, via Programa
Programa Despoluição de
Despoluição de Bacias Hidrográficas 2011 102.297,36 102.297,36
Bacias Hidrográficas
(PRODES).
(PRODES) viabilizada.

142
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz II – Consolidação do marco legal e fortalecimento institucional para a gestão integrada dos recursos hídricos.
Estratégia - Fortalecer o Sistema de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos e garantir a participação efetiva dos diversos segmentos
(usuários, sociedade civil e governo).
Projetos Ações Indicadores Metas Total 2.011 2.012 2.013 2.014 2.015
Projeto 4.1. Fomento e apoio à instalação e funcionamento dos Organismos de

Capacitação de usuários, sociedade civil e


governo das bacias prioritárias para a
Membros dos Organismos e a partir
instalação de organismos de bacia,
Conselhos de bacias de 2.573.643,34 308.837,20 463.255,80 772.093,00 772.093,00 257.364,33
conforme previsto nas políticas nacional e
capacitados. 2011
estadual de recursos hídricos.
bacia (Rios de dominialidade do Estado do Acre).

Apoio à estruturação das Agências de


Agências de bacias dos a partir
bacias.
Organismos de bacias de 654.259,96 78.511,19 117.766,79 196.277,99 196.277,99 65.426,00
consolidadas e estruturadas. 2011

Incentivo à criação, qualificação e


a partir
participação de associações de usuários Associações de usuários
de 91.284,25 10.954,11 16.431,17 27.385,28 27.385,28 9.128,43
de água. criadas.
2011
aos Municípios para

Fortalecimento dos órgãos gestores e Órgãos gestores municipais a partir 605.532,50 72.663,90 108.995,85 181.659,75 181.659,75 60.553,25
Projeto 4.2. Apoio

capacitação dos técnicos das Secretarias fortalecidos e técnicos das de


Municipais de Meio Ambiente e dos Prefeituras municipais 2011
Conselhos municipais em assuntos capacitados para a GIRH.
relativos à gestão de recursos hídricos, de
forma que possam participar de todo o
processo de construção e implementação
do PLERH/AC.

143
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Integrada dos Recursos Hídricos do Estado.


sua integração ao Sistema de Gestão

Parcerias com os municípios para Projetos para busca de


proteção dos mananciais locais e gestão recursos financeiros a partir
das águas urbanas. elaborados para apoiar os de 335.345,36 40.241,44 60.362,16 100.603,61 100.603,61 33.534,54
municípios na gestão das 2011
águas urbanas
Projeto 4.3. Consolidação e operacionalização do Fundo

Regulamentar Fundo Especial de Meio


em
Ambiente, no que diz respeito a Recursos FEMAC regulamentado
2011
Hídricos. (Arts. 35 a 37 da Lei também como Fundo Estadual 42.209,47 21.104,74 21.104,74      
até
1500/2003) e desenvolver os mecanismos de RH.
2012
necessários para a sua implantação.
Estadual de Recursos Hídricos

Identificar fontes potenciais de receita


para investimento no Sistema Estadual de
Fontes potenciais de receita a partir
Gestão Integrada de Recursos Hídricos e
para investimento no de 42.971,42 5.156,57 7.734,86 12.891,43 12.891,43 4.297,14
implementação dos programas e projetos
SEGRH/AC identificadas. 2011
previstos no PLERH/AC.

144
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz II – Consolidação do marco legal e fortalecimento institucional para a gestão integrada dos recursos hídricos.
Estratégia - Promover a articulação institucional e intersetorial para a gestão dos recursos hídricos nos níveis Federal e inter-Estadual no
sentido de garantir a gestão integrada e minimizar a duplicidade de recursos e esforços.
Projeto
Ações Indicadores Metas Total 2.011 2.012 2.013 2.014 2.015
s
Projeto5. 1. Articulação intersetorial para o planejamento e execução de atividades relacionadas a

Identificação, no Estado e nos Municípios,


programas, projetos e investimentos que regem os
Comissão permanente de
setores que afetam a gestão das águas, em termos de
acompanhamento,
seus propósitos e impactos potenciais, para fins de
monitoramento e
coordenação, eliminação de duplicidades,
avaliação da
convergência de objetivos e incorporação de em 2011 323.570,70 323.570,70        
implementação do Plano
diretrizes de interesse da gestão integrada de recursos
Estadual de Recursos
hídricos no Estado, via Comissão permanente de
Hídricos - CMAI-PLERH
acompanhamento, monitoramento e avaliação da
constituída.
implementação do Plano Estadual de Recursos
Hídricos (CMAI-PLERH/AC).
Criação e consolidação de espaços institucionais Espaços institucionais
efetivos para discussão de temas estratégicos criados para discussão de
a partir de
relacionados à gestão dos recursos hídricos temas estratégicos 452.998,98 54.359,88 81.539,82 135.899,69 135.899,69 45.299,90
2011
(Planejamento, construção e retificação de estradas, relacionados à gestão dos
rodovias e ramais, saneamento básico, dentre outros). RH.
Articulação entre a SEMA e a Agência Nacional de
SEMA, ANA e
Águas (ANA) /Secretaria de Recursos Hídricos e
SRHU/MMA articulados a partir de
Ambiente Urbano (SRHU/MMA) e definição de 161.785,35 6.471,41 9.707,12 32.357,07 48.535,61 64.714,14
para gestão dos recursos 2011
estratégias conjuntas para a gestão dos recursos
hídricos transfronteiriços.
hídricos fronteiriços e transfronteiriços.
Elaboração de documentos estratégicos para a
sinergia entre o Sistema de Recursos Hídricos e Documento estratégico de
outras políticas de desenvolvimento, a exemplo do sinergia entre os SGIRH e
Sistema Estadual de Incentivos a Serviços as Políticas de em 2011 194.142,42 194.142,42        
Ambientais (SISA), Planos Diretores Municipais, Desenvolvimento do
Ordenamento Territorial Local (OTL), Plano de Estado elaborado.
Desenvolvimento Comunitário (PDC), dentre outros.
Integração entre o Sistema Nacional de
Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SINGREH) e SINGREH e o SEGRH a partir de
129.428,28 5.177,13 7.765,70 25.885,66 38.828,48 51.771,31
o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos integrados. 2011
Hídricos (SEGRH/AC).
Articulação entre a SEMA e a ANA /SRHU para Gestão transfronteiriça do a partir de 323.570,70 12.942,83 19.414,24 64.714,14 97.071,21 129.428,28
gestão dos recursos hídricos fronteiriços e Rio Acre implantada em 2011
transfronteiriços, com prioridade para o Rio Acre. articulação com a ANA.

145
Plano Estadual de Recursos Hídricos

146
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz II – Consolidação do marco legal e fortalecimento institucional para a gestão integrada dos recursos hídricos.
Estratégia - Promover a articulação institucional e intersetorial para a gestão dos recursos hídricos nos níveis Federal e inter-Estadual no
sentido de garantir a gestão integrada e minimizar a duplicidade de recursos e esforços.
Projeto
Ações Indicadores Metas Total 2.011 2.012 2.013 2.014 2.015
s
Planos de bacias dos
Projeto5. 1. Articulação intersetorial para o planejamento e execução de atividades

Articulação dos planos de bacias do Estado com o igarapés prioritários a partir de


323.570,70 12.942,83 19.414,24 64.714,14 97.071,21 129.428,28
Plano da Margem direita do Amazonas-PDMA. elaborados em articulação 2011
com o PMDA.
Apoiar a elaboração de instrumentos de planejamento
territorial de áreas urbanas e rurais, bem como a Planos diretores e OTL
implementação de ZEE locais, planos municipais e elaborados e implantados
até 2014 485.356,05 19.414,24 29.121,36 97.071,21 145.606,82 194.142,42
regionais de ordenamento territorial, planos diretores em todos os municípios do
e desdobramentos (Plano Plurianual do Governo do Estado.
Estado, pág. 44).
Agendas 21 locais
Elaboração de Agenda 21 local para todos os a partir de
elaborada para todos os 323.570,70 12.942,83 19.414,24 64.714,14 97.071,21 129.428,28
municípios. 2011
municípios.
Articulação com os estados do Amazonas e Rondônia
e com os países vizinhos (Bolívia e Peru) e definição Estados do Amazonas,
de estratégias conjuntas para a gestão de bacias Rondônia, Acre, Bolívia e
compartilhadas, de forma a harmonizar os esforços Peru articulados para a partir de
323.570,70 12.942,83 19.414,24 64.714,14 97.071,21 129.428,28
técnicos e financeiros na implantação dos definição de estratégias 2011
instrumentos de gestão dos recursos hídricos e conjuntas para a gestão de
manutenção da quantidade e qualidade das águas bacias compartilhadas.
compartilhadas.
Definição de estratégias de articulação do Estratégias de articulação a partir de 194.142,42 7.765,70 11.648,55 38.828,48 58.242,73 77.656,97
SEGRH/AC com os setores usuários, consórcios do SEGRH/AC com os 2011
municipais e com as instituições públicas que setores usuários,
formulam e implementam as políticas de consórcios municipais e
desenvolvimento local e regional. com as instituições
públicas que formulam e
implementam as políticas
de desenvolvimento local
e regional definidas.

147
Plano Estadual de Recursos Hídricos

148
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz II – Consolidação do marco legal e fortalecimento institucional para a gestão integrada dos recursos hídricos.
Estratégia - Buscar sustentabilidade econômico-financeira para a gestão dos recursos hídricos no Estado no sentido de viabilizar a
implementação dos projetos e ações propostos.
Projeto
Ações Indicadores Metas Total 2.011 2.012 2.013 2.014 2.015
s
hídricos.Projeto 6.1. Identificação de fontes de financiamento para o sistema de gerenciamento de recursos

Estudo de sustentabilidade
Estudo de sustentabilidade econômico-
econômico-financeira do
financeira do modelo de gestão adotado pelo 2011 a 2012 282.519,70 141.259,85 141.259,85      
modelo de gestão adotado pelo
Estado.
Estado realizado.
Identificação de fontes de financiamento junto
aos órgãos federais e internacionais e elaborar Fontes de financiamento
propostas de parcerias (Termos de Cooperação identificadas junto aos órgãos 2011 a 2012 96.720,85 48.360,42 48.360,42      
Técnica ou Convênios) para implementação do federais e internacionais.
SEGRH/AC.
Fontes de financiamento
Identificação de fontes de financiamento para
identificados para a elaboração a partir de
os planos de bacia, junto a ANA, SRHU e 94.824,36 3.792,97 5.689,46 18.964,87 28.447,31 37.929,74
dos planos de bacia, junto a 2011
usuários.
ANA, SRHU e usuários.
Negociar a inserção de recursos no PPA do Projetos estruturantes na área
Governo do Estado para viabilizar projetos de recursos hídricos inseridos 2011 18.964,87 18.964,87        
estruturantes na área de recursos hídricos. no PPA.

Disponibilidade de recursos
Negociar junto ao Governo de Estado e a
financeiros para pesquisa,
FUNTAC a disponibilidade de recursos
estudos e desenvolvimento
financeiros para pesquisa, estudos e 2011 12.643,25 12.643,25        
tecnológico previstos no
desenvolvimento tecnológico previstos no
PLERH/AC negociados junto ao
PLERH/AC.
Governo do Estado.
rP

SISA-Água implantado e até 2011 126.432,48 126.432,48        

149
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz III – Desenvolvimento tecnológico, educação ambiental e comunicação


Estratégia - Promover a comunicação, difusão de informações e educação ambiental para a gestão integrada dos recursos hídricos.
Projeto
Ações Indicadores Metas Total 2011 2012 2013 2014 2015
s
anual - a
hídricos.Projeto 7.1. Educação ambiental e difusão de conhecimento sobre recursos

Capacitação continuada dos técnicos dos órgãos Capacitação continuada em


partir de 789.825,00 47.389,50 71.084,25 276.438,75 276.438,75 118.473,75
gestores do Estado e dos municípios. funcionamento.
2011
Intensificar os programas de Ciência e Programas de Ciência e anual - a
tecnologia junto a FUNTAC para ampliar o tecnologia fomentados pelo partir de 263.275,00 15.796,50 23.694,75 92.146,25 92.146,25 39.491,25
conhecimento sobre recursos hídricos. Governo. 2011
Sistema de Comunicação e
Implantação de um Sistema de Comunicação e
difusão da informação sobre até 2012 394.912,50 197.456,25 197.456,25      
difusão da informação sobre recursos hídricos.
Rh implantado na SEMA.
Tema Mudanças Globais
Incentivo a introdução do tema Mudanças
introduzido no currículo do a partir de
Globais no currículo do ensino fundamental das 263.275,00 15.796,50 23.694,75 92.146,25 92.146,25 39.491,25
ensino fundamental das 2011
escolas públicas do Estado.
escolas públicas do Estado.
Cursos de capacitação
Capacitação de usuários, sociedade civil para a partir de
continuada para usuários, 658.187,50 39.491,25 59.236,88 230.365,63 230.365,63 98.728,13
acompanhamento do PLERH. 2011
sociedade civil elaborados.

Fomento à realização de cursos e seminários de Cursos e seminários de


atualização, aperfeiçoamento e especialização atualização, aperfeiçoamento e
em recursos hídricos para os diferentes especialização em recursos a partir de
263.275,00 15.796,50 23.694,75 92.146,25 92.146,25 39.491,25
segmentos (sociedade civil, usuários e poder hídricos elaborados em 2011
público), sem perder de vista a questão de parceria com UFAC, IFAC,
gênero, as comunidades tradicionais e indígenas. UNINORTE, dentre outros

150
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz III – Desenvolvimento tecnológico, educação ambiental e comunicação


Estratégia - Promover o desenvolvimento científico e tecnológico para gestão de recursos hídricos.
Projeto
Ações Indicadores Metas Total 2011 2012 2013 2014 2015
s
Projeto 8.1. Desenvolvimento de pesquisa científica e tecnológica para consolidação e aplicação do

Estudos sobre o potencial de


Estudos sobre o potencial de geração e
geração e transporte de cargas
transporte de cargas poluidoras de origem até 2015 479.064,80 28.743,89 43.115,83 167.672,68 167.672,68 71.859,72
poluidoras de origem difusa
difusa.
realizados.
Fomento acadêmico para conhecimento Estudos hidrogeológicos do
até 2016 383.251,84 22.995,11 34.492,67 134.138,14 134.138,14 57.487,78
hidrogeológico do Estado. Estado realizados.
Desenvolvimento de estudos para conhecer a Estudos da interrelação água-
interrelação água-solo-floresta e suas solo-floresta e suas implicações no até 2014 239.532,40 14.371,94 21.557,92 83.836,34 83.836,34 35.929,86
implicações no ciclo hidrológico. ciclo hidrológico realizados.
Desenvolvimento de tecnologia de Tecnologia de conservação de
conservação de recursos hídricos para os recursos hídricos para os usos até 2012 526.971,28 263.485,64 263.485,64      
usos consultivos. consultivos desenvolvidas.
Fortalecimento do programa de formação de Programa de Pesquisa da
a partir de
pesquisas locais (Plano Plurianual 2008- FUNTAC com ênfase em RH 239.532,40 14.371,94 21.557,92 83.836,34 83.836,34 35.929,86
2011
2011, pág. 101). fortalecido.
Fortalecimento do programa de iniciação
Programa de iniciação científica a partir de
científica (Plano plurianual 2008-2011, pág. 479.064,80 28.743,89 43.115,83 167.672,68 167.672,68 71.859,72
com ênfase em RH fortalecido. 2011
101).
Estudos e pesquisa sobre
Promoção de estudos e pesquisa sobre
conservação dos sistemas a partir de
conservação dos sistemas aquáticos e 766.503,68 45.990,22 68.985,33 268.276,29 268.276,29 114.975,55
aquáticos e adaptação a eventos 2011
adaptação a eventos extremos.
extremos realizados.
Estudos sobre vulnerabilidades sociais, Estudos sobre vulnerabilidades
a partir de
econômicas e ambientais das bacias do sociais, econômicas e ambientais 383.251,84 22.995,11 34.492,67 134.138,14 134.138,14 57.487,78
2011
estado. das bacias do estado realizados.
Estudo sobre as especificidades da
Estudo sobre as especificidades da região
região amazônica com relação aos a partir de
amazônica com relação aos recursos 383.251,84 22.995,11 34.492,67 134.138,14 134.138,14 57.487,78
recursos hídricos, clima e uso do 2011
hídricos, clima e uso do solo.
solo realizados.
Criação de uma Fundação de Amparo a Fundação de Amparo a Pesquisa
até 2014 431.158,32 25.869,50 38.804,25 150.905,41 150.905,41 64.673,75
Pesquisa do Acre do Acre criada.
Estudos para gestão e defesa contra eventos Estudos para gestão e defesa a partir de 479.064,80 28.743,89 43.115,83 167.672,68 167.672,68 71.859,72
extremos (controle de erosão, cheias e contra eventos extremos (controle 2011
estiagens, dentre outros). de erosão, cheias e estiagens,
dentre outros) realizados.

151
Plano Estadual de Recursos Hídricos

152
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz IV – Desenvolvimento de medidas de adaptação às mudanças climáticas.


Estratégia - Minimizar as conseqüências dos eventos hidrológicos extremos através do desenvolvimento de medidas de adaptação e mitigação
às mudanças climáticas.
Projeto
Ações Indicadores Metas Total 2011 2012 2013 2014 2015
s
Mapeamento das áreas de
Inventário e zoneamento das áreas de até final
risco social e ambiental 633.142,08 633.142,08        
vulnerabilidade ambiental e social. de 2011
elaborado.
Medidas estruturantes para
Estabelecimento de medidas estruturantes minimizar a vulnerabilidade
para minimizar a vulnerabilidade social às social às enchentes e às
2011 2.391.870,08 2.391.870,08        
Projeto 9.1. Defesa contra secas e inundações;

enchentes e às secas, em articulação com os secas estabelecidas e


municípios. articuladas com os
municípios.
Criação de um sistema de alerta precoce para
antecipação dos eventos extremos (chuvas Sistema de alerta precoce
intensas e secas prolongadas) nas UGRH, em funcionando de forma 2011 1.266.284,16 1.266.284,16        
parceria com a Comissão Estadual de Gestão permanente.
de Riscos Ambientais (CEGdRA).
Promover ações preventivas de apoio a Ações preventivas de apoio
comunidades rurais e florestais, visando a comunidades rurais e
a partir
reduzir a vulnerabilidade da sociedade acreana florestais para reduzir a
de 2011 - 6.261.071,68 375.664,30 563.496,45 2.191.375,09 2.191.375,09 939.160,75
aos efeitos locais das mudanças climáticas vulnerabilidade aos efeitos
2013
(Plano Plurianual do Governo do Estado, pag. locais das mudanças
39). climáticas estabelecidas.
Criação de um Núcleo Integrado de
monitoramento e defesa contra eventos
Núcleo Integrado de
extremos (em parceria com a CGRisco), onde
monitoramento de eventos
além de outras atividades se possa fazer o 2011 3.517.456,00 3.517.456,00        
extremos criado e em
monitoramento dos indicadores de estiagens
funcionamento.
prolongadas (chuvas, níveis dos rios, dentre
outros).

153
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz IV – Desenvolvimento de medidas de adaptação às mudanças climáticas.


Estratégia - Revitalizar as bacias hidrográficas dos igarapés prioritários, em especial os utilizados para abastecimento público de água potável
(conservação e recomposição de áreas de proteção permanente).
Projeto
Ações Indicadores Metas Total 2011 2012 2013 2014 2015
s
rP Projeto 10.1. Recomposição de matas ciliares e proteção das nascentes nas microbacias dos igarapés

Potencializar a implantação do Programa


Programa Estadual de
Estadual de Conservação e Recuperação de a partir
Conservação e Recuperação
Nascentes e Matas Ciliares (APP) (Plano de 2011 2.578.285,08 154.697,10 232.045,66 902.399,78 902.399,78 386.742,76
de nascentes e matas ciliares
Plurianual 2008-2011). -2012
implantado.

Sistema de certificação de
Implantar um sistema de certificação de
iniciativas de recuperação
iniciativas de recuperação ambiental nas a partir
ambiental nas bacias 429.714,18 25.782,85 38.674,28 150.399,96 150.399,96 64.457,13
bacias prioritárias. de 2011
prioritárias criado e
implantado.
prioritários.

Medidas de proteção dos a partir 2.148.570,90 128.914,25 193.371,38 751.999,82 751.999,82 322.285,64

154
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz IV – Desenvolvimento de medidas de adaptação às mudanças climáticas.


Estratégia - Revitalizar as bacias hidrográficas dos igarapés prioritários, em especial os utilizados para abastecimento público de água potável
(conservação e recomposição de áreas de proteção permanente).
Projeto
Ações Indicadores Metas Total 2011 2012 2013 2014 2015
s
Identificação e georeferenciamento de áreas Áreas críticas a processos
críticas e dos fatores determinantes na erosivos e de assoreamento
2011
mitigação e controle dos processos erosivos e identificadas e 859.428,36 51.565,70 77.348,55 300.799,93 300.799,93 128.914,25
-2015
de assoreamento do solo nas bacias georeferenciadas nas bacias
Projeto 10.3. Prevenção e defesa contra erosão do solo e assoreamento dos rios.

hidrográficas prioritárias. hidrográficas prioritárias.


Sistema de prevenção e
Desenvolvimento de mecanismos de defesa defesa contra erosão do solo a partir e
1.289.142,54 77.348,55 116.022,83 451.199,89 451.199,89 193.371,38
contra erosão do solo e assoreamento dos rios. e assoreamento dos rios 2011
implantado.
Mobilização e engajamento social para Engajamento social
recuperação dos processos erosivos, bem ocorrendo nos processos de
a partir
como construção de estruturas de contenção, recuperação do solo contra 1.783.313,85 106.998,83 160.498,25 624.159,85 624.159,85 267.497,08
de 2011
recomposição da vegetação, dentre outras erosão e assoreamento nas
atividades, incluindo o PRODES - ANA. bacias prioritárias.
Ações de recuperação do
Promover integração das ações aqui propostas
solo integradas ao Programa a partir
com o Programa de Valorização do Ativo 644.571,27 38.674,28 58.011,41 225.599,94 225.599,94 96.685,69
de Valorização do Ativo de 2011
Ambiental Florestal do Estado.
Ambiental Florestal.
Parceria efetivada com a
Fazer parceria com a ANA para implantação ANA para implantação do a partir
107.428,55 6.445,71 9.668,57 37.599,99 37.599,99 16.114,28
do Programa Produtor de Água no Acre. Programa Produtor de Água de 2011
no Acre.
Acompanhamento dos empreendimentos
Empreendimentos rurais
rurais (fazendas e criadouros de peixes) para a partir
(fazendas e criadouros de 214.857,09 12.891,43 19.337,14 75.199,98 75.199,98 32.228,56
se evitar o desmatamento indiscriminado e de 2011
peixes) monitorados.
estabelecimento de processos erosivos.
Monitoramento dos locais de risco de
Áreas de risco de
escorregamentos para evitar ocupações a partir
escorregamentos e ocupação 1.074.285,45 64.457,13 96.685,69 375.999,91 375.999,91 161.142,82
irregulares e fiscalização das áreas de 2011
irregular monitorados.
recuperadas.

155
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz IV – Desenvolvimento de medidas de adaptação às mudanças climáticas.


Estratégia - Revitalizar as bacias hidrográficas dos igarapés prioritários, em especial os utilizados para abastecimento público de água potável
(conservação e recomposição de áreas de proteção permanente).
Projeto
Ações Indicadores Metas Total 2011 2012 2013 2014 2015
s
Projeto 10.4 – Recuperação dos fundos de vale, nos municípios do

Recuperação dos fundos de vale, nos


municípios do Estado, através de processos de Áreas de fundo de vale
a partir
implantação e/ou revitalização dos sistemas de recuperadas nos municípios 1.611.428,18 96.685,69 145.028,54 563.999,86 563.999,86 241.714,23
de 2011
drenagem das cidades. do Estado.

Planos diretores e
Integrar ações dos Planos diretores e
Ordenamento Territorial a partir
Ordenamento Territorial com atividades 150.399,96 9.024,00 13.536,00 52.639,99 52.639,99 22.559,99
integrados com as atividades de 2011
previstas no PLERH/AC.
previstas no PLERH/AC.
rEstado. 
P

Obras de contenção das 2011- 1.074.285,45 64.457,13 96.685,69 375.999,91 375.999,91 161.142,82

156
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz IV – Desenvolvimento de medidas de adaptação às mudanças climáticas.


Estratégia - Revitalizar as bacias hidrográficas dos igarapés prioritários, em especial os utilizados para abastecimento público de água potável
(conservação e recomposição de áreas de proteção permanente).
Projeto
Ações Indicadores Metas Total 2011 2012 2013 2014 2015
s
soloProjeto 10.6 - Elaboração de programas de incentivo a boas práticas agropecuárias e de conservação do

Estímulo ao desenvolvimento de projetos de


Projetos de boas práticas a partir
boas práticas agropecuárias e de uso do solo 2.148.570,90 128.914,25 193.371,38 751.999,82 751.999,82 322.285,64
funcionando. de 2011
nas UGRH.
Disseminação do conceito de agronegócio
responsável e sustentável, agregando Conceito de agronegócio
a partir
características de eficiência, de boas práticas responsável e sustentável 1.503.999,63 90.239,98 135.359,97 526.399,87 526.399,87 225.599,94
de 2011
de produção, responsabilidade social e de disseminado.
preservação ambiental.
Apoio a ações de regularização das
propriedades rurais frente à legislação
Propriedades rurais a partir
ambiental (reserva legal, áreas de preservação 193.371,38 11.602,28 17.403,42 67.679,98 67.679,98 29.005,71
legalizadas. de 2011
permanente, tratamento de dejetos e resíduos,
entre outros).
Redução da pressão por desmatamento em
novas áreas, visando à ampliação da atividade Pressão por desmatamento a partir
171.885,67 10.313,14 15.469,71 60.159,99 60.159,99 25.782,85
agropecuária em áreas degradadas e que reduzida. de 2011
estejam sob processo de recuperação.
Implantação de sistemas orgânicos de
produção agropecuária, inclusive serviços e Sistemas orgânicos de
a partir
insumos inerentes ao período de conversão e à produção agropecuária 1.718.856,72 103.131,40 154.697,10 601.599,85 601.599,85 257.828,51
de 2011
fase relativa à certificação, como inscrição, implantados.
inspeção e manutenção, dentre outros itens.
Implantação e ampliação de sistemas de
Sistemas agrícolas e a partir
integração de agricultura com pecuária, ou de 1.718.856,72 103.131,40 154.697,10 601.599,85 601.599,85 257.828,51
pecuários integrados. de 2011
agricultura, pecuária e silvicultura (ILPS).

Programas articulados com o


Articulação das ações com o Programa de A partir
Programa de Valorização do 64.457,13 3.867,43 5.801,14 22.559,99 22.559,99 9.668,57
Valorização do Ativo Ambiental Florestal. de 2011
Ativo Ambiental Florestal.

157
Plano Estadual de Recursos Hídricos

158
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2.4. SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLERH/AC


O futuro do aproveitamento dos recursos hídricos, assim como a responsabilidade de
fazer cumprir o PLERH/AC, é uma tarefa coletiva, na qual estão igualmente comprometidos os
poderes público, privados e a sociedade em geral.
As ações governamentais, bem como a correta aplicação dos instrumentos da Política
Estadual de Recursos Hídricos (PERH) perpassam pela elaboração de um plano pactuado com
os diversos usuários, com a sociedade civil e instituições governamentais, para alcançar os seus
objetivos.
Neste sentido propõe-se a criação de uma Comissão permanente de
acompanhamento, monitoramento e avaliação da implementação do Plano Estadual de
Recursos Hídricos (CMAI-PLERH), junto ao Departamento de Gestão das Águas e dos
Recursos Hídricos da SEMA, com os objetivos principais de: acompanhar a implantação dos
projetos e das ações voltadas ao uso sustentado dos recursos hídricos no Estado e antecipar
possíveis desvios em relação à visão de futuro estabelecida no prognóstico.
Esta Comissão (CMAI) deverá ser composta por profissionais com condições de apoiar
a implementação do PLERH/AC, bem como, tomar atitudes e efetuar a mobilização de
segmentos de usuários, governo e sociedade civil, visando à articulação interinstitucional nas
correções de rumos que se façam necessários ao longo de todo processo.
A CMAI deverá ser coordenada por um especialista que capacite uma equipe mínima e
organize a infra-estrutura física necessária para apoio à execução das atividades de
acompanhamento, monitoramento e avaliação do PLERH/AC.
Dada a complexidade do PLERH/AC e a diversidade de seus planos e projetos, é
imprescindível o uso de ferramentas de gestão que facilitem a tomada de decisões, com base em
informações atualizadas e confiáveis. Neste sentido faz-se necessário a estruturação de um
Sistema de gerenciamento da implantação do plano (SIGI-PLERH/AC) de forma a permitir
a implantação do acompanhamento e gestão do plano, seus programas e projetos com eficiência
e eficácia.
Este sistema (SIGI-PLERH/AC) deverá possibilitar a tomada de decisões, de forma
rápida, com base em relatórios gerenciais, com o intuito de corrigir possíveis desvios na
execução do mesmo, devendo estar articulado com o SIRENA.
Dentre as principais atividades necessárias para a viabilização do monitoramento e
avaliação do PLERH/AC deverão ser consideradas:
a. Definição de um corpo técnico mínimo, com a participação do CEMACT,
SEMA, representantes de usuários, da sociedade civil e instituições parceiras,
que tenham interesse e disponham de tempo para executar as atividades
estratégicas de implantação, acompanhamento e avaliação do PLERH/AC;

159
Plano Estadual de Recursos Hídricos

b. Estabelecimento dos procedimentos de funcionamento da CMAI, as


atribuições, o estabelecimento da estrutura física e a logística de apoio as suas
atividades, tanto na sede quanto no interior do Estado;
c. Definição da ferramenta de gestão a ser utilizada para a implantação e
execução do PLERH/AC;
d. Alimentação do sistema com dados relativos ao planejamento das atividades,
por projeto, considerando os seus cronogramas de atividades e custos;
e. Elaborar a matriz que representa a situação atual em que encontra o Estado e a
situação futura para a implementação do PERH/AC;
f. Elaboração de cronograma de atividades, com base no planejamento, para que
seja possível realizar o acompanhamento físico e financeiro dos diversos
projetos;
g. Definição das inter-relações das diversas atividades previstas no PLERH/AC e
estabelecer o grau de dependência e precedência entre elas;
h. Realização de discussões estratégicas no âmbito do CMAI para internalizar as
informações referentes ao PLERH/AC (diagnóstico e prognóstico) e os
diversos programas e projetos previstos;
i. Viabilizar reuniões periódicas com os segmentos relacionados aos recursos
hídricos do Estado, para informar o andamento do PLERH/AC, coletar novas
informações, encaminhar a solução de problemas, planejar atividades, dentre
outros;
j. Apresentação de relatórios periódicos (físicos, financeiros e gerenciais)
referentes ao andamento das atividades previstas no PLERH/AC;
k. Apoiar a articulação inter-setorial e inter-institucional, atuando junto às
Secretarias de Estado, Agência Nacional de Águas (ANA), Secretaria de
Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU), Municípios, organizações não
governamentais (ONG) e Movimentos Sociais para viabilizar a participação
ativa na implementação do PLERH/AC;
l. Auxiliar na viabilização de recursos para que as atividades previstas nos
projetos executivos sejam realizadas segundo cronogramas estabelecidos;
m. Realizar seminários anuais com representantes dos diversos segmentos e
entidades, visando à identificação das principais questões/problemas que
envolvem a gestão dos recursos hídricos e os encaminhamentos necessários no
campo do desenvolvimento institucional.

160
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2.4.1. INDICADORES
O conjunto de indicadores deve ser gradualmente estabelecido, de modo que
satisfaça às várias necessidades do Sistema de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos
do Estado (SEGRH/AC), dentre as quais se destacam:
 Monitorar a sua qualidade e os efeitos decorrentes da implementação dos programas e
projetos, bem como o progresso e o cumprimento das metas fixadas;
 Corrigir o curso de programas e projetos sempre que o desvio desses se tornar
excessivo;
 Determinar o impacto de ações empreendidas ou situações existentes; e
 Medir e comparar a eficácia de ações alternativas.
Os indicadores deverão medir, por outras vias, como, quanto e com que
qualidade as metas do PLERH/AC vão sendo atendidas e como os programas e projetos
vão sendo implementados.
Os indicadores, especialmente os ambientais, devem denotar o estado do meio
ambiente e as tensões nele instaladas, bem como a distância em que este se encontra de
uma condição de desenvolvimento sustentável.
No caso da gestão dos recursos hídricos, os indicadores são medidas das
condições em que se encontram os recursos hídricos de uma determinada bacia e o
estado da gestão dos mesmos, bem como das transformações experimentadas, tanto por
esses recursos quanto pela sua gestão, e das relações que guardam com o
desenvolvimento sustentável.
A implantação de um indicador pode, em casos mais complexos, levar um longo
tempo até que a base de dados e os procedimentos metodológicos estejam
satisfatoriamente definidos e calibrados, a exemplo da implantação dos instrumentos de
gestão (SIRENA, outorga, enquadramento, dentre outros).

161
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Neste sentido os indicadores do PLERH/AC podem ser divididos em dois grupos:


1. Indicadores operacionais (associados à implantação do SEGRH/AC):
 Comissão permanente de acompanhamento, monitoramento e avaliação da
implementação do Plano Estadual de Recursos Hídricos (CMAI-PLERH) formada e
em funcionamento.
 Sistema de gerenciamento da implantação do plano (SIGI-PLERH/AC) instalado.
 Sistema de Informação sobre recursos hídricos (SIRENA) em operação.
 Observatório das Águas estruturado e em operação.
 Sistema de comunicação, difusão de informações e educação ambiental implantado e
em funcionamento.
 Núcleo Integrado de monitoramento e defesa contra eventos extremos (em parceria com
a CGRisco) em funcionamento.
 Programas e projetos revisados semestralmente.
 Relatórios técnicos avaliados pelo CNRH/AC e CEMACT e divulgados
trimestralmente.
 Rede de monitoramento quali-quantitativa das águas superficiais e subterrâneas
implantada e em funcionamento.
 Sistema de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos implantado.

2. Indicadores técnicos (associados aos programas e projetos):


 Instrumentos de gestão dos recursos hídricos implementados e servindo como suporte a
tomada de decisão (SUPRIMIR - WWF).
 ACRESCENTAR - WWF: Três (03) Planos de Bacias por UGRH elaborados nos 05
(cinco) primeiros anos de execução do Plano.
 Três (03) bacias por UGRH com enquadramento dos corpos d’ água implementado nos
05 (cinco) primeiros anos de execução do Plano.
 Três (03) sistemas/procedimentos de outorga de direito de recursos hídricos
implantados em três (03) bacias por UGRH nos 05 (cinco) primeiros anos de execução
do Plano.
 Três (03) sistemas/procedimentos de cobrança por uso de recursos hídricos implantados
em três (03) bacias por UGRH nos 05 (cinco) primeiros anos de execução do Plano.
 Procedimentos para compensação de outorga/cobrança implantados em 02 (dois)
municípios por UGRH nos 05 (cinco) primeiros anos de execução do Plano.
 Rede de monitoramento quali-quantitativa das águas superficiais e subterrâneas
implantada e em funcionamento (foi colocado como indicador operacional – WWF).
 ACRESCENTAR- WWF: Indicadores de qualidade de água monitorados (pH, oxigênio
dissolvido (OD), turbidez (TURB), temperatura da água (T°C), nitrogênio total (NT),

162
Plano Estadual de Recursos Hídricos

fósforo total (PT), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), sólidos totais em


suspensão (STS) e coliformes termotolerantes (CF), conforme normas estabelecidas
pela CETESB (2005)/Diagnóstico dos Recursos Hídricos do Estado do Acre (folha
213).
 ACRESCENTAR- WWF: Disponibilidade (quantidade) de água monitoriados a partir
dos parâmetros estabelecidos pelo Diagnóstico dos Recursos Hídricos do Estado do
Acre (Capítulo 1, 2 e 3 – Anexos).
 Esgotamento sanitário implantado em todas as UGRH. (Os resultados da implantação
do esgotamento sanitário se refletem nos indicadores de qualidade da água já propostos
acima).
 Sistema de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos implantado (foi transferido para
indicador operacional - WWF). OBS: O conjunto dos indicadores aqui listados é que
irão aferir o nível/grau de implementação do sistema.
 SUPRIMIR – WWF Participação efetiva dos diversos segmentos (usuários, sociedade
civil e governo) de todas as fases de implementação do PLERH/AC.
 ACRESCENTAR – WWF: Pelo menos uma audiência pública anual realizada por
UGRH, com a participação efetiva dos diversos segmentos (usuários, sociedade civil e
governo) para monitoramento do PLERH, com a participação de pelo menos 80% das
instituições/organizações que integram as UGRH e 80% de projetos conforme o
cronograma do Plano de Ação.
 SUPRIMIR: Processo de articulação institucional e intersetorial efetivado para a gestão
dos recursos hídricos nos níveis Federal e inter-Estadual. (JÁ CONTEMPLADO
ACIMA).
 SUPRIMIR: Sustentabilidade econômico-financeira garantida para a gestão dos
recursos hídricos.
 SUBSTITUÍDO POR: Pelo menos 80% dos recursos financeiros previstos para
execução do Plano de Investimento foram aplicados conforme valores e cronograma
estabelecidos.
 SUPRIMIR: Estudos e pesquisas científicas e tecnológicas em andamento na área de
recursos hídricos.
 SUBSTITUÍDO POR: Pelo menos 80% dos estudos e pesquisas científicas e
tecnológicas em andamento na área de recursos hídricos foram executados conforme
Plano de Ação.
 SUPRIMIR: Medidas de adaptação e mitigação às mudanças climáticas implantadas
nas bacias prioritárias.
 SUBSTITUÍDO POR: Inventário e zoneamento das áreas vulneráveis elaborados até
2012.

163
Plano Estadual de Recursos Hídricos

 Núcleo Integrado de monitoramento e controle de eventos extremos implantado em


2011.
 Pelo menos dois sistemas pilotos de alerta precoce instalados nas UGRH Acre-Iquiri e
Juruá em 2011 e nos demais até 2013.
 SUPRIMIR: Bacias hidrográficas dos igarapés prioritários revitalizadas.
 SUBSTITUÍDO POR Programa Estadual de Conservação e Recuperação de nascentes
e matas ciliares implantado a partir de 2011 em, no mínimo, 10 microbacias até 2014 e
em mais 10 microbacias até 2020.
 Medidas de proteção dos aqüíferos estabelecidas a partir de 2011.
 Sistema de Prevenção e defesa contra erosão do solo e assoreamento dos rios
implantado a partir de 2011 a 2015.
 Programa de Produtor de Água implantado em 5 microbacias até 2014 e em mais 5
microbacias até 2020.
 Implantação e ou readequação dos sistemas de drenagem urbana a partir de 2011 em
quatro municípios até 2014 e em mais 5 municípios até 2020.
 Obras de contenção das margens dos principais rios do Estado realizadas até 2012 –
2015.
 50 Projetos de boas práticas agropecuárias e de uso do solo nas UGRH até 2014 e mais
200 até 2020.

164
Plano Estadual de Recursos Hídricos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DO PROGNÓSTICO

Alves L.M & José Marengo. 2010. Assessment of regional seasonal predictability using
the PRECIS regional climate modeling system over South America. Theor Appl Climatol 100:
337–350 pp.

Cândido, l.A. et alli. 2007. O clima at Ual e futuro da Amazônia nos cenários do IPCC:
a questão da savanização. Ciência e Cultura, v59, n.3, P 44-47.

Godet, M. 2000. La Caja de Herramientas de la Prospectiva Estrategica. Cuadernos


de LIPS, 106p.

Governo do Acre. 2010. Diagnóstico dos Recursos Hídricos do Estado para


subsidiar o Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Acre. Relatório de
Consultoria. Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Rio Branco-AC.

INCT/MC. 2010. Relatório de Atividades. São José dos Campos, 2010. 96p.

Marengo J, Ambrizzi T, Rocha RP, Alves LM, Cuadra SV, Valverde MC, Ferraz SET,
Torres RR & Santos DC.2009: Future change of climate in South America in the late XXI
Century: Intercomparison of scenarios from three regional climate models. Climate
Dynamics, DOI 10.1007/s00382-009-0721-6. 2009.

Meadows, D., J. Randers & D. Meadows. 2007. Limites do Crescimento – A


Atualização de 30 anos. The Club of Rome - BrazilianChapter. Qualitymark, Rio De Janeiro-
RJ, 335p.

Nascimento, E.P.do. et al. 2010. Prospecção no universo das águas: a experiência da


construção de cenários no plano nacional de recursos hídricos no Brasil, 2005-2006. Geosul,
Florianópolis, v. 25, n. 49, p 27-62.

Plano Nacional de Recursos Hídricos. 2006. Cenários para 202 – Águas para o
Futuro: Volume 2. MMA/SRH, Brasília-DF, 100p.

165
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Sánchez-Román, S.M. et AL. 2009. Situação dos recursos hídricos nas bacias
hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí utilizando modelo desenvolvido em
dinâmica de sistemas. Eng. Agríc., Jaboticabal, v.29(4):.578-590p.
Valverde, M.C. & J.A.Marengo. 2010. Mudanças na circulação atmosférica sobre a
América do Sul para cenários futuros de clima projetados pelos modelos globais do IPCC AR4.
Revista Brasileira de Meteorologia, v.25(1), 125 – 145p.

Xu, X.X. et al. 2002. Sustainability Analysis for Yellow River Water Resources
Using the System Dynamics Approach. Water Resources Management 16: 239–261p.

World Water Assessment Programme. 2009. The United Nations World Water
Development Report 3 : Water in a Changing World. Paris: UNESCO Publishing, and
London: Earthscan, 305p.

DO PLANO DE AÇÃO

ACRE. Governo do Estado do Acre. Plano Plurianual do Governo do Estado (PPA,


2008-2011).

Cardoso da Silva, L. M e Monteiro, R. A. Outorga de Direito de Uso de Recursos


Hídricos: uma das possíveis abordagens. Gestão de Águas Doces/Carlos José Saldanha
Machado (Organizador). Capítulo V, p. 135-178. - Rio de Janeiro: Interciência. 2004.

Marandola Jr., E. e Hogan, D. J. Vulnerabilidade do lugar vs. Vulnerabilidade


sociodemográfica: implicações metodológicas de uma velha questão. R. bras. Est. Pop., Rio de
Janeiro. v. 26, n. 2, p. 161-181, jul./dez. 2009.

MMA. Ministério do Meio Ambiente. Plano Nacional de Recursos Hídricos. Brasília,


DF. 2006.

SECTMA. Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Zoneamento Ecológico-


econômico do Acre: recursos naturais e meio ambiente. Rio Branco. 2000, v. 1, p. 37-49.

SEMA. Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Plano Estadual de Recursos


Hídricos. Metodologia. Vol.1. Rio Branco, 2008, 52p.

166
Plano Estadual de Recursos Hídricos

SEMA. Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Relatório do processo de capacitação


de usuários, sociedade civil e técnicos governamentais para participação da elaboração do
PLERH/AC. Rio Branco, 2009.

SEMA. Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Diagnóstico e situação atual dos


recursos hídricos do Estado do Acre. Relatórios. Rio Branco, 2010.

Sporl, C. e Ross, J. L. S. Análise comparativa da fragilidade ambiental com


aplicação de três modelos. GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, 15, pp.39-49. 2004.

167
Plano Estadual de Recursos Hídricos

ANEXOS

1. Simulação numérica da precipitação total sobre a América do Sul (1961-1990)

2. Cenários para anomalias na precipitação para a América do Sul (2011-2040)

3. Cenários para anomalias nos dias consecutivos sem chuva para a América do Sul (2011-
2040)

4. Cenários para anomalias na temperatura para a América do Sul (2011-2040)

5. Lista de Variáveis do PNRH

6. Descrição dos Cenários do PNRH

7. Resultados das Oficinas de Cenarização para o PLERH/AC

7.1. UGRH Abunã

7.2. UGRH Acre-Iquiri

7.3. UGRH Purus

7.4. UGRH Envira - Jurupari

7.5. UGRH Tarauacá

7.6. UGRH Juruá

8. Registro Fotográfico e Lista dos Participantes

168
Plano Estadual de Recursos Hídricos

1. Simulação numérica da precipitação total sobre a América do Sul (1961-1990)

Figura 25 – Média de precipitação diária entre os anos de 1961-1990 sobre a América


do Sul, de acordo com os modelos ETA-HadCM3
Fonte: CPTEC/INPE

169
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2. Cenários para anomalias na precipitação para a América do Sul (2011-2040)

Figura 26 – Cenários das anomalias de precipitação sobre a América de Sul projetados


para o perído de 2011-2040, de acordo com os modelos ETA-HadCM3
Fonte: CPTEC/INPE

170
Plano Estadual de Recursos Hídricos

3. Cenários para anomalias nos dias consecutivos sem chuva para a América do Sul
(2011-2040)

Figura 27 – Cenários para dias consecutivos sem chuva sobre a América de Sul
projetados para o perído de 2011-2040, de acordo com os modelos ETA – Echam e ETA-
HadCM3
Fonte: CPTEC/INPE

171
Plano Estadual de Recursos Hídricos

4. Cenários para anomalias na temperatura para a América do Sul (2011-2040)

Figura 28 – Cenários das anomalias de temperatura sobre a América de Sul projetados


para o perído de 2011-2040, de acordo com os modelos ETA-HadCM3.
Fonte: CPTEC/INPE

172
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Figura 29 – Cenários das anomalias de temperatura sobre a América de Sul projetados


para o perído de 2011-2040, de acordo com os modelos ETA-Echam.
Fonte: CPTEC/INPE)

173
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Figura 30 – Probabilidade de redução de chuvas e aumento da intensidade das secas, para


dois cenários prováveis de desmtamento: A-tendencial e B-aumento de governança.
Extraído de MALHI et al (2008)

174
Plano Estadual de Recursos Hídricos

5. Lista de Variáveis do PNRH


1. Qualidade da água
Condição físico-química-biológica dos corpos d'água, superficiais e subterrâneos, em um
determinado momento, em relação aos usos preponderantes, atuais e futuros.

2. Quantidade de água superficial disponível


Regime de disponibilidade quantitativa (natural) de água superficial.

3. Quantidade de água subterrânea disponível


Disponibilidade quantitativa (natural) de água subterrânea explotável e aquela com potencial de
explotação.

4. Alteração do regime natural dos corpos de água


Alterações nos corpos d'água decorrentes de atividades humanas;consideram-se as alterações
morfológicas e hidrológicas, ou seja, na forma e vazão, geradas por: impermeabilização do solo,
canalização, retificação, dragagem, barramentos, diques, processos erosivos, assoreamento,
transposições, entre outros.

5. Eventos Hidrológicos Críticos


Ocorrência de situações provenientes de fenômenos de excesso ou escassez hídrica,
respectivamente, enchentes e secas; também se consideram a freqüência e intensidade dessas
ocorrências.

6. Clima
Regime climático, considerando a interação entre os elementos do clima (precipitação,
temperatura, temperatura na superfície do mar, evaporação, dentre outros); o regime de chuvas,
considerando sua freqüência, intensidade e duração; além da variabilidade climática e potenciais
mudanças.

7. Água para manutenção de ecossistemas


Disponibilidade de água em quantidade, qualidade e em regime fluvial suficientes para a
manutenção da biota associada.

8. Bioinvasão
Introdução intencional ou acidental de organismos (macro ou microscópicos) em ambientes
onde não estavam presentes.

175
Plano Estadual de Recursos Hídricos

9. Conservação dos biomas


Estado de conservação dos biomas, considerando a variação dos diferentes tipos de cobertura
vegetal ao longo do tempo e respectiva superfície ocupada, a dimensão e distribuição dos
espaços territoriais sob a forma de áreas protegidas. Considera-se ainda, a ocorrência de fauna e
práticas de uso dos recursos naturais associadas aos diferentes biomas.

10. Dinâmica de uso e ocupação do solo


Dinâmica de uso e ocupação do solo, compreendendo a área de urbanização, pecuária,
agricultura irrigada e de sequeiro, preservação e terras a serem recuperadas, com suas
dimensões, distribuições e aptidões, abrangendo as unidades territoriais utilizadas para a
formulação de políticas (bacias hidrográficas e unidades de planejamento e gestão de recursos
hídricos).

11. Sistemas estuarinos


Estado de conservação dos sistemas estuarinos, considerando a repercussão da gestão dos
recursos hídricos, do uso e ocupação do solo e de atividades antrópicas sobre esses sistemas.

12. Mortalidade/ morbidade por doenças de veiculação hídrica


Ocorrência de mortalidade e morbidade humanas, provocada por doenças de veiculação hídrica.

13. Desenvolvimento humano


Nível de desenvolvimento humano, sob a ótica da desigualdade social, considerando a renda,
longevidade, educação e padrão de consumo.

14. Infra-estrutura de controle da poluição doméstica


Níveis de atendimento da população pelos serviços de saneamento ambiental, considerando
infra-estrutura de coleta, tratamento e disposição final de esgoto sanitário; coleta, tratamento e
disposição adequada dos resíduos sólidos.

15. Abastecimento humano


Graus de acesso da população a água potável, considerando a utilização de soluções alternativas
de abastecimento público.

16. Segurança alimentar e nutricional


Características alimentar, e nutricional, da água.

17. Desigualdade social

176
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diferença, para mais e para menos, entre os níveis socioeconômicos da população.


18. Diversidade social
Reconhecimento da diversidade social e o respeito às particularidades dos grupos sociais,
tradicionais e movimentos sociais, e suas conseqüências na gestão de recursos hídricos.

19. Organização da sociedade civil


Organização da sociedade, considerando o grau de associativismo e outras formas de
organização não setorial dedicados à discussão dos temas relacionados aos recursos hídricos e
ao Meio Ambiente.

20. Transparência e acesso à informação


Facilidade de acesso público à informação de qualidade de forma sistemática, respeitando
princípios éticos na administração pública e privada; e pela qualidade das informações
gerenciais, que auxiliam a tomada de decisões.

21. Implementação do Sistema de Informação


Grau de implementação do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, incluindo as ações
de planejamento e gestão da rede hidrometeorológica.

22. Consideração das questões de gênero


Reconhecimento da diferença nas relações de mulheres e homens com o uso da água e suas
conseqüências na gestão de recursos hídricos.

23. Dinâmica populacional


Dinamismo próprio da população, considerando o ritmo de seu crescimento, a população
residente em marcos temporais distintos, concentrações populacionais, bem como seus
movimentos intra-regionais e inter-regionais.

24. Demanda por água


Quantidade de água necessária para sustentação dos diferentes usos consuntivos e não
consuntivos.

25. Atividade da agricultura irrigada


Produção agrícola com irrigação, incluindo a infra-estrutura necessária.

26. Atividade industrial


Conjunto das atividades industriais, incluindo a infra-estrutura necessária.

177
Plano Estadual de Recursos Hídricos

178
Plano Estadual de Recursos Hídricos

27. Atividade de mineração


Aproveitamento mineral, incluindo a prospecção e pesquisa minerais, a existência de jazidas, os
sistemas de disposição de estéril e rejeitos com seus efluentes e os barramentos, considerando,
ainda, a infra-estrutura necessária.

28. Atividade de geração de energia


Geração de energia elétrica: hidrelétricas e termoelétricas (convencionais e nucleares),
considerando, ainda, a infra-estrutura necessária.

29. Atividade de pesca


Produção pesqueira comercial e artesanal, considerando, ainda, a infra-estrutura necessária.

30. Atividade de aqüicultura


Produção de organismos aquáticos cultivados com valor comercial, considerando, ainda, a infra-
estrutura necessária.

31. Atividade de navegação


Manutenção, operação e utilização dos cursos d’água para navegação. Considera-se ainda, a
construção de infra-estrutura hidroviária, com sua a infra-estrutura necessária.

32. Atividade de turismo e lazer


Condições qualitativas e quantitativas dos recursos hídricos necessários ao turismo e lazer.

33. Atividade agropecuária e avícola


Produção agrícola de sequeiro, pecuária e avícola, incluindo a infra-estrutura necessária.

34. PIB – Produto interno bruto


Alterações no Produto Interno Bruto (PIB).

35. Criação de um mercado internacional de água bruta


Possibilidade de criação de um mercado internacional para comercialização de água bruta.

36. Investimento no setor de infra-estrutura


Grau de investimentos em infra-estrutura produtiva, considerando investimentos de capital com
possíveis conseqüências em recursos hídricos.

179
Plano Estadual de Recursos Hídricos

37. Eficácia no uso da água


Grau de eficácia na utilização da água, resultante de pesquisas tecnológicas, melhoria no manejo
dos processos produtivos que utilizam água (reuso da água, reaproveitamento de resíduos e
efluentes...), treinamento e capacitação no seu uso eficiente.

38. Gestão das águas urbanas


Existência de gestão das águas urbanas e seu grau de implementação.

39. Enquadramento dos corpos de água.


Existência de enquadramento dos corpos de água, segundo as classes de uso definidas na
resolução CONANA nº 20/1986.

40. Existência de planos de recursos hídricos.


Existência de Planos de Recursos Hídricos, em todos os níveis, Planos de Bacia Hidrográfica,
Planos Estaduais e Plano Nacional de Recursos Hídricos.

41. Implementação do processo de alocação de água e da outorga de direito de uso


Grau de implementação do processo de alocação de água e da outorga de direito de uso.

42. Implementação da cobrança pelo uso da água


Grau de implementação da cobrança pelo uso dos recursos hídricos.

43. Implementação do SISNAMA


Grau de implementação do SISNAMA, considerando o licenciamento ambiental e o
Zoneamento Ecológico Econômico, entre outros.

44. Ações de educação em recursos hídricos e meio ambiente


Ações de educação em recursos hídricos e meio ambiente, formal e não formal, desenvolvidas
nas diversas instâncias da sociedade.

45 . Implementação institucional do SINGREH


Estágio da estruturação, contemplando a efetiva implementação das instâncias de deliberação,
dos órgãos gestores e dos mecanismos institucionais que criem condições político-institucionais
para a gestão de recursos hídricos conforme preconizado pela Legislação Federal. Consideram-
se, também, as possibilidades de alterações na orientação da implementação do SINGREH e os
riscos ao modelo de gestão dos recursos hídricos vigente no País.

180
Plano Estadual de Recursos Hídricos

46. Implementação de acordos internacionais relativos a RH e MA, ratificados


Reflexo da implementação dos acordos internacionais relativos a recursos hídricos e meio
ambiente.

47. Investimento e despesa pública em proteção e gestão de recursos hídricos


Montante de aplicação de recursos públicos ou privados na proteção dos recursos hídricos e na
capacitação de profissionais para atuar na gestão de recursos hídricos.

48. Conflitos internacionais por água


Existência de conflitos internacionais atuais e potenciais por recursos hídricos.

49. Dinâmica do mercado internacional


Dinâmica de intercâmbio de mercadorias, serviços e investimentos do Brasil com os demais
Países, especialmente a formação de blocos econômicos e suas repercussões na balança
comercial brasileira. Considera-se a existência de barreiras ambientais ou sanitárias e as demais
formas regulamentação de colocação de produtos brasileiros no mercado internacional.

50. Eficiência no serviço público


Grau de agilidade na implementação das políticas públicas e dos instrumentos de gestão de
recursos hídricos.

51. Produção do conhecimento para o gerenciamento dos recursos hídricos


Produção de conhecimento para a gestão da oferta, da demanda, dos conflitos e dos aspectos
institucionais.

52. Interação com outros planos e políticas nacionais


Grau de integração dos planos e políticas nacionais.

53. Biotecnologia
Grau de disseminação do uso de técnica de manipulação dos organismos vivos (ou parte destes)
para produzir ou modificar produtos, para o melhoramento de plantas e animais, ou para o
desenvolvimento de micro-organismos para uso específico.

181
Plano Estadual de Recursos Hídricos

6. Descrição dos Cenários do PNRH

Cenário 1: Água para todos

Sob influência de um mundo que cresce de maneira integrada e contínua,


o Brasil adota, gradativamente, um modelo de desenvolvimento que
caminha no sentido da redução da pobreza e das desigualdades sociais,
graças ao forte índice de crescimento econômico e de políticas sociais
consistentes e integradas. Dessa forma, as atividades econômicas se
expandem em todo o País, incluindo a agricultura irrigada, a instalação
de usinas hidrelétricas, a expansão do biocombustível e da energia
eólica, além de hidrovias e da infra-estrutura urbana, com fortes, porém
declinantes, impactos sobre os recursos hídricos. Graças a uma gestão
operativa e significativos investimentos na proteção dos recursos
hídricos, bem como a adoção de novas tecnologias, observa-se uma
redução dos danos sobre a qualidade e disponibilidade das águas.
Impulsionado em parte pelos freqüentes conflitos, o País, aos poucos,
encontra uma forma mais eficaz no uso das águas e na contemplação de
seu uso múltiplo.

Cenário 2: Água para alguns

Tanto o mundo como o Brasil são regidos por forte dinamismo


excludente, com grande crescimento das atividades econômicas no País,
fortes impactos sobre os recursos hídricos e aumento dos bolsões de
pobreza e dos índices de desigualdade. A crescente demanda de energia
conduz a instalação de usinas hidrelétricas, biocombustível, hidrovias e
infra-estrutura em geral. Apesar da demanda, a rede de saneamento
cresce medianamente por razão dos pequenos e seletivos investimentos. A
degradação dos recursos hídricos é notória, como resultante dessas
atividades e da gestão liberal que se implanta, com planos inoperantes,
participação social formal e pouca regulamentação e fiscalização no uso
das águas. Assim, os conflitos e os problemas dos recursos hídricos
crescem, e a degradação ambiental compromete a sua qualidade e
quantidade. O uso múltiplo das águas é mal resolvido por causa das
pressões econômicas, particularmente da área de exportação.

Cenário 3: Água para poucos

O Brasil não consegue aproveitar as poucas oportunidades de um mundo


instável e fragmentado, e tem um pequeno crescimento das atividades
econômicas e das infra-estruturas urbana e de logística. O resultado do
pequeno crescimento econômico também não expande significativamente
o fornecimento de energia por falta de investimentos. Estes, em relação à
proteção de recursos hídricos são também exíguos, seletivos e corretivos,
sob uma gestão estatal pouco eficiente. Assim, os conflitos e problemas,
em torno da oferta e qualidade dos recursos hídricos, crescem,
particularmente nas regiões hidrológicas já deficientes e localidades já
problemáticas. A contaminação das águas subterrâneas, em algumas
regiões hidrográficas, por sua vez, agrava-se.

182
Plano Estadual de Recursos Hídricos

7. RESULTADOS DAS OFICINAS DE CENARIZAÇÃO PARA O PLERH/AC

7.1. PROGNÓSTICO UGRH - ABUNÃ

1. Características da UGRH
A UGRH Abunã é compreendida pela totalidade do Município de Plácido de Castro, e
parcialmente pelos municípios de Xapuri, Capixaba, Epitaciolândia e Porto Acre. È a região que
apresenta, ao lado da UGRH Acre, a maior pressão pela criação de gado, apresentando parcela
significativa de água para consumo animal (Figura 1). O seu respectivo balanço quantitativo é
considerando excelente de acordo com índice da ONU (Tabela 1), conforme informações
levantadas no Diagnóstico do PLERH-AC.

UGR H Abunã
Urbano
9% R ural
Indus trial
4% Irrigação
0%
3%

A nimal
84%

Figura 1 – Aspectos qualitativos da demanda de água.

O seu respectivo balanço quantitativo é considerando excelente de acordo com índice da


ONU (Tabela 1), conforme informações levantadas no Diagnóstico do PLERH-AC

Tabela 1- Relação entre Disponibilidade e demanda de água


Deman Balanço Quantitativo Avaliação
Disponibilidade
da (%) (ONU)
Bacia/
UGRH Qmld Q95 Q7,10 Retirad
(1) (2) (3)
(m³/s) (m³/s) (m³/s) a (m³/s)
Rio Abunã 118,9 15,8 12,4 0,2630 0,22 1,66 2,12 Excelente

183
Plano Estadual de Recursos Hídricos

A Tabela 2 lista como as ações previstas no PPA 2008-2011 incidem no conjunto da UGRH
Abunã.

Tabela 2 – Inserção do PPA (2008-2011) na UGRH Abunã


PNRH - TEMAS PNRH - SUB- PPA ACRE 2008-2011 (interface com os
PRIORITÁRIOS TEMAS RH)
Impactos ambientais que Desmatamento 10990000 - Consolidações do Arcabouço
repercutem sobre os recursos Legal da Gestão Florestal
hídricos
Impactos ambientais que Desmatamento 11010000 - Fomento a Expansão da Oferta
repercutem sobre os recursos de Planos de Manejo em Florestas Privadas e
hídricos Implantação do Sistema de Monitoramento
de Reserva Legal
Questões Institucionais Monitoramento 14070000 - Controle Ambiental das
Atividades Poluidoras
Questões Institucionais Instrumentos de 15450000 - Modernização do Sistema de
Gestão Licenciamento Monitoramento e
Fiscalização Ambiental
Questões Institucionais Instrumentos de 25020000 - Implantação do Marco
Gestão Regulatório de Saneamento
Questões Institucionais Monitoramento 25200000 - Controle dos desmatamentos e
queimadas
Impactos ambientais e sociais Efluentes urbanos 12560000 - Saneamento nas Regionais do
dos usos da água domésticos Alto e Baixo Acre (Ampla Melhoria Micro
medição e Cont. de Perdas do Sist. Abast
Água)
Questões Institucionais Instrumentos de 21290000 - Implementação do ZEE como
Gestão Instrumento de Gestão
Questões Institucionais Capacitação 11110001 - Fortalecimento da Gestão
Institucional
Impactos ambientais que Desmatamento 10960000 - Implantação e Descentralização
repercutem sobre os recursos de Viveiros e Fomento ao Reflorestamento
hídricos
Atendimento às Demandas Abastecimento de água 11020000 - Promoção e Incentivo da
Hídricas Pecuária Leiteira Através da Difusão e
Melhoramento Genético
Atendimento às Demandas Aqüicultura/Pesca 11030000 - Fomento e Modernização da
Hídricas Piscicultura
Impactos ambientais que Desmatamento 11050000 - Fomentos à Recuperação de
repercutem sobre os recursos Áreas Alteradas
hídricos
Impactos ambientais e sociais Efluentes industriais 11170000 - Reestruturação e Modernização
dos usos da água de Parques e Distritos Industriais de Rio
Branco
Impactos ambientais e sociais Efluentes industriais 11190000 - Implantação de Pólos
dos usos da água Moveleiros nos Municípios
Atendimento às Demandas Abastecimento de água 11390000 - Modernização e Ampliação da
Hídricas Cadeia Produtiva do Leite

184
Plano Estadual de Recursos Hídricos

As áreas antropizadas e as regiões onde os aqüíferos representam vulnerabilidades são as


áreas potenciais para conflitos entre usuários (Figuras 2 e 3).

Figura 2 – Áreas Antropizadas na UGRH Abunã.

Figura 3 – Áreas Antropizadas na UGRH Abunã


Figura 3 – Vulnerabilidade dos aqüíferos na UGRH Abunã.

185
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2. Exercício de Cenarização
O procedimento de cenarização da UGRH Abunã, assim como todas as demais UGRH,
forma baseadas na metodologia prospectiva de Godet (GODET, 2000)
Durante o exercício de cenarização com o atores institucionais da UGRH, e a partir da
lista de variáveis do PNRH, foram selecionadas as variáveis consideradas mais relevantes para
aquele contexto (Tabela 3)

Tabela 3- Variáveis selecionadas para a UGRH Abunã


 Qualidade de Água
 Quantidade de água superficial
 Quantidade de água subterrânea disponível
 Alteração do regime natural dos corpos de água
 Eventos Hidrológicos Críticos
 Água para manutenção de ecossistemas
 Dinâmica de uso e ocupação do solo
 Mortalidade/ morbidade por doenças de veiculação hídrica
 Desenvolvimento humano
 Infra-estrutura de controle da poluição doméstica
 Abastecimento humano
 Segurança alimentar e nutricional (da água)
 Desigualdade social
 Demanda por água
 Atividade da agricultura irrigada
 Agropecuária
 Atividade de pesca
 Atividade de aqüicultura
 Atividade de navegação
 Atividade de turismo e lazer
 Investimento no setor de infra-estrutura
 Eficácia no uso da água
 Gestão das águas urbanas
 Enquadramento dos corpos de água.
 Existência de planos de recursos hídricos.
 Implementação do processo de alocação de água e da outorga
de direito de uso
 Investimento e despesa pública em proteção e gestão de
recursos hidricos
 Conflitos internacionais por água
 Eficiência no serviço público
 Interação com outros planos e políticas nacionais

186
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Da mesma forma, o exercício de cenarização também definiu os atores que teriam maior
peso nas atividades e decisões referentes aos recursos hídricos (Tabela 4).

Tabela 4 – Lista de atores selecionados par a UGRH Abunã


 MPF
 MPE
 Agropecuaristas
 DERACRE
 ICMBio
 IBAMA
 SEMA
 IMAC
 DEAS
 SEAPROF
 Prefeituras
 GTA
 Empresas Madeireiras
 Associações R. Extrativista
 Sindicato dos Trabalhadores Rurais
 Colônias de Pescadores
 Ribeirinhos
 BOLÍVIA
 MMA/SRHU

A análise estrutural (Tabela 5) é a síntese dos dois exercícios anteriores, onde é definido de
que forma cada uma das principais variáveis (chamadas variáveis motrizes) são afetadas por
cada um dos atores.

Tabela 5 – Análise estrutural do exercício de cenarização

Para efeitos deste estudo, quanto mais atores interferem em uma variável, maior será
probabilidade ele terá pra ser uma “incerteza crítica” dentro do sistema dos cenários

187
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Tabela 6 – Análise morfológica, definição de hipóteses e de cenários

CENÁRIO 1 – ACRE CENÁRIO 2 – CENÁRIO 3 – ACRE


INSUSTENTÁVEL ACRE NO LIMITE SUSTENTÁVEL

De acordo com os atores da UGRH Abunã apresenta como suas principais incertezas
críticas 1) Alteração do regime dos corpos d´água, 2) Eventos hidrológicos Críticos, 3)
dinâmica de uso dos recursos hídricos e 4) Existência de planos de recursos hídricos e 5)
Atividade Agropecuária e Avícola. Isto implicou em uma alta criticidade para a macro-
incerteza Alterações Antrópicas e Integração.
Os resultados da oficina de cenários indicaram um alta criticidade para as macro-
incertezas Alterações Antrópicas e Integração, intermediária para Mudanças Climáticas, e
baixa para Gestão dos Recursos Hídricos. Um reconsideração de caráter técnico e
conservativo, optou-se por elevar o nível de criticidade de todas as incertezas críticas para o
nível máximo nesta UGRH.
De acordo com a cadeia de causalidade do modelo sistêmico de projeções (Figura 4), a
gestão dos recursos Hídricos acaba por ter uma influência ampla, magnificando ou
minimizando as demais incertezas críticas, acabando por influenciar fortemente a
disponibilidade de água seja pelo quantidade como pela qualidade. As Mudanças Climáticas

188
Plano Estadual de Recursos Hídricos

desempenham um papel crítico podendo influenciar a quantidade de água disponível no sistema


hídrico.

Figura 4 – Cadeia de Causalidade com foco na Macro-Incerteza Gestão dos Recursos


Hídricos.

Os níveis de sustentabilidade da UGRH Abunã estão entre os mais baixos, já que esta
unidade apresenta o menor caudal mínimo de vazão no período, além de ter impactos antrópicos
amplos.

Figura 5 – Nível de criticidade das macro-incertezas na UGRH Abunã, conforme sugestão


das oficinas agregado por avaliação técnica.

189
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Tabela 7 – Projeções agregadas para 2014, 2022 e 2030 para a UGRH Abunã
Oferta de Água com Qualidade (m3/s) -Mínimo Período Seco
Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 4,071 3,721 3,357
2022 3,919 3,717 3,364
2030 4,001 3,752 3,403

Demanda de Água com Qualidade (m3/s)


Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 0,447 0,671 1,369
2022 0,506 0,765 1,569
2030 0,575 0,876 1,807

Índice de Sustentabilidade do Uso dos recursos Hídricos


Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 0,826 0,656 0,221
2022 0,842 0,645 0,137
2030 0,835 0,613 0,094

Figura 6 – Nível de criticidade das macro-incertezas na UGRH Abunã, conforme


sugestão da oficina agregado por avaliação técnica.

190
Plano Estadual de Recursos Hídricos

7.2. PROGNÓSTICO UGRH – ACRE-IQUIRI

1. Características da UGRH
A UGRH Acre-Iquiri é a unidade de gestão que apresenta o maior desenvolvimento
econômico e maior densidade demográfica, e por conseqüência, onde as alterações antrópicas já
se apresentam de forma mais pronunciada, apresentando a maior pressão pela criação de gado,
possuindo uma parcela significativa de água para consumo animal (Figura 1).

UGR H Ac re-Iquiri
Urbano
19%
R ural
3%
Indus trial
2%

Irrigaç ão
3%

A nimal
73%

Figura 1 – Aspectos qualitativos da demanda de água.

O seu respectivo balanço quantitativo é considerando excelente de acordo com índice da


ONU (Tabela 1), conforme informações levantadas no Diagnóstico do PLERH-AC, embora seja
o índice de demanda mais elevado do estado. No período de estiagem este índice não representa
a oferta de água da forma como ele é vivenciado pela população local.

Tabela 1- Relação entre Disponibilidade e demanda de água


Avaliaçã
Demand Balanço Quantitativo
Disponibilidade o
a (%)
(ONU)
Bacia/UGRH
Qmld Q95 Q7,10 Retirada
(1) (2) (3)
(m³/s) (m³/s) (m³/s) (m³/s)

Rio Acre-Iquiri 468,3 48,6 28,4 2,1722 0,46 4,47 7,65 Excelente

191
Plano Estadual de Recursos Hídricos

A Tabela 2 lista como as ações previstas no PPA 2008-2011 incidem no conjunto da


UGRH Acre-Iquiri.
Tabela 2 – Inserção do PPA (2008-2011) na UGRH Acre-Iquiri
PNRH - TEMAS PNRH - SUB-TEMAS PPA ACRE 2008-2011 (interface com
PRIORITÁRIOS os RH)
Impactos ambientais que Desmatamento 10960000 - Implantação e
repercutem sobre os recursos Descentralização de Viveiros e Fomento
hídricos ao Reflorestamento
Impactos ambientais que Desmatamento 10990000 - Consolidações do Arcabouço
repercutem sobre os recursos Legal da Gestão Florestal
hídricos
Impactos ambientais que Desmatamento 11010000 - Fomento a Expansão da
repercutem sobre os recursos Oferta de Planos de Manejo em Florestas
hídricos Privadas e Implantação do Sistema de
Monitoramento de Reserva Legal
Atendimento às Demandas Abastecimento de água 11020000 - Promoção e Incentivo da
Hídricas Pecuária Leiteira Através da Difusão e
Melhoramento Genético
Atendimento às Demandas Aqüicultura/Pesca 11030000 - Fomento e Modernização da
Hídricas Piscicultura
Impactos ambientais que Desmatamento 11050000 - Fomentos à Recuperação de
repercutem sobre os recursos Áreas Alteradas
hídricos
Impactos ambientais e sociais dos Efluentes industriais 11170000 - Reestruturação e
usos da água Modernização de Parques e Distritos
Industriais de Rio Branco
Questões Institucionais Monitoramento 14070000 - Controle Ambiental das
Atividades Poluidoras
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão 15450000 - Modernização do Sistema de
Licenciamento Monitoramento e
Fiscalização Ambiental
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão 25020000 - Implantação do Marco
Regulatório de Saneamento
Questões Institucionais Monitoramento 25200000 - Controle dos desmatamentos
e queimadas
Atendimento às Demandas Abastecimento de água 12510000 - Mo der Emil e Ampla dos
Hídricas Sist. de Abasto de Água em Rio Branco
Impactos ambientais e sociais dos Efluentes urbanos 12520000 - Sistema de Coleta e
usos da água domésticos Tratamento de Esgoto em Rio Branco -
Construção e ampliação de Eles
Impactos ambientais e sociais dos Efluentes urbanos 12560000 - Saneamento nas Regionais do
usos da água domésticos Alto e Baixo Acre (Ampla Melhoria
Micro medição e Cont. de Perdas do Sist.
Abast Água)
Atendimento às Demandas Irrigação 11380000 - Desenvolvimento e
Hídricas Fortalecimento da Cadeia Produtiva de
Hortaliças
Atendimento às Demandas Abastecimento de água 11390000 - Modernização e Ampliação
Hídricas da Cadeia Produtiva do Leite
Atendimento às Demandas Aqüicultura/Pesca 11410000 - Fortalecimento da Cadeia
Hídricas Produtiva de Pescados
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão 21290000 - Implementação do ZEE como
Instrumento de Gestão
Impactos ambientais e sociais dos Efluentes industriais 12740000 - Construção, Ampliação e
usos da água Reforma do Distrito e Parque Industrial
(Rio Branco e Cruz. do Sul) e Porto Seco

192
Plano Estadual de Recursos Hídricos

(Rio Branco)
Questões Institucionais Capacitação 11110001 - Fortalecimento da Gestão
Institucional

As áreas antropizadas e as regiões onde os aqüíferos representam vulnerabilidades são as


áreas potenciais para conflitos entre usuários (Figuras 2 e 3).

Figura 2 - Áreas Antropizadas na UGRH Acre-Iquiri

Figura 3 – Vulnerabilidade dos aqüíferos na UGRH Acre-Iquiri

193
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Figura 3 – Vulnerabilidade dos aqüíferos na UGRH Acre-Iquiri

Figura 3 – Vulnerabilidade dos aqüíferos na UGRH Acre-Iquiri

Figura 3 – Vulnerabilidade dos aqüíferos na UGRH Acre-Iquiri.

194
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Figura 3 – Vulnerabilidade dos aqüíferos na UGRH Acre-Iquiri.

Figura 3 – Vulnerabilidade dos aqüíferos na UGRH Acre-Iquiri.

195
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2. Exercício de Cenarização
O procedimento de cenarização da UGRH Acre- Iquiri, assim como todas as demais
UGRH, forma baseadas na metodologia prospectiva de Godet (GODET, 2000)
Durante o exercício de cenarização com os atores institucionais da UGRH, e a partir da
lista de variáveis do PNRH, foram selecionadas as variáveis consideradas mais relevantes para
aquele contexto (Tabela 3).

Tabela 3 - Variáveis selecionadas para a UGRH Acre-Iquiri


 Qualidade de Água
 Quantidade de água superficial
 Alteração do regime natural dos corpos de água
 Eventos Hidrológicos Críticos
 Clima Regime climático
 Água para manutenção de ecossistemas
 Conservação dos biomas
 Dinâmica de uso e ocupação do solo
 Mortalidade/ morbidade por doenças de veiculação hídrica
 Abastecimento humano
 Dinâmica populacional
 Atividade de aqüicultura
 Atividade agropecuária e avícola
 Implementação do SINGREH (licenciamento, zee, etc.)
 Ações de educação em recursos hídricos e meio ambiente
 Implementação de acordos internacionais relativos à RH e MA
ratificados

196
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Da mesma forma, o exercício de cenarização também definiu os atores que teriam maior
peso nas atividades e decisões referentes aos recursos hídricos (Tabela 4).

Tabela 4 – Lista de atores selecionados par a UGRH Acre-Iquiri


 IBAMA
 SEMA
 IMAC
 DEAS
 SEAPROF
 Prefeituras
 PESACRE
 Empresas Madeireiras
 Associações Produtores Rurais
 Sindicato dos Trabalhadores Rurais
 Colônias de Pescadores
 Associações Indígenas
 PERU
 ANA
 MMA
 MPA
 Instituições de Cooperação e Financiamento (WWF, UICN, GTZ, DED,
etc.)
 BOLÍVIA
 SAERB

A análise estrutural (Tabela 5) é a síntese dos dois exercícios anteriores, onde é definido
de que forma cada uma das principais variáveis (chamadas variáveis motrizes) são afetadas por
cada um dos atores.

Tabela 5 – Análise estrutural do exercício de cenarização

` Para efeitos deste estudo, quanto mais atores interferem em uma variável, maior será
probabilidade ele terá pra ser uma “incerteza crítica” dentro do sistema dos cenários.

Tabela 6 – Análise morfológica, definição de hipóteses e de cenários

197
Plano Estadual de Recursos Hídricos

CENÁRIO 1 – ACRE CENÁRIO 2 – ACRE NO CENÁRIO 3 – ACRE


INSUSTENTÁVEL LIMITE SUSTENTÁVEL

De acordo com os atores da UGRH Acre-Iquiri apresenta como suas principais


incertezas críticas 1) Qualidade de Água, 2)Quantidade de Água Superficial, 3) Regime
Climático, 4) Implementação do SINGERH e 5) Implementação de Acordos
Internacionais. Isto implicou em uma alta criticidade para a macro-incerteza Mudanças
Climáticas.
Os resultados da oficina de cenários indicaram um alta criticidade para as macro-
incertezas Mudanças Climáticas, intermediária para Integração e Disponibilidade de Água e
baixa para Gestão dos Recursos Hídricos e Alterações Antrópicas. Uma reconsideração de
caráter técnico e conservativo optou-se por elevar o nível de criticidade de todas as incertezas
críticas para o nível máximo nesta UGRH
A UGRH Acre-Iquiri é a que apresenta a maior complexidade socioambiental e
econômica, e nela todas as macro-incertezas interagem entre si de forma complexa,
determinando a disponibilidade de água com qualidade (Figura 4).

198
Plano Estadual de Recursos Hídricos

IC 2 - Criticidade
IC 3 - Criticidade
IC 3 - Alterações Antrópicas
IC 4 - Gestão dos recursos Hídricos
Cenário Nacional
(IC 4 - Gestão dos recursos Hídricos) IC 5 -Integração IC 2 - Disponibilidade de Água
IC 5 - Criticidade
Desvio PPT
IC 1 - Mudanças Climáticas Precipítação (mm)
PPT Média

Figura 4 – Cadeia de Causalidade com foco nos fatores determinantes de disponibilidade


hídrica.

Os níveis de sustentabilidade da UGRH Acre-Iquiri estão entre os mais baixos, pois


além de complexos fatores que determinam a disponibilidade de água, esta é região com maior
densidade demográfica, apresentando os maiores índices de demanda pelo recurso hídrico.

Figura 5 – Nível de criticidade das macro-incertezas na UGRH Acre-Iquiri, conforme


sugestão da oficina agregado por avaliação técnica

199
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Tabela 7 – Projeções agregadas para 2014, 2022 e 2030 para a UGRH Acre-Iquiri
Oferta de Água com Qualidade (m3/s) -Mínimo Período Seco
Águas Sustentáveis Água no Limite Águas Insustentáveis
2014 26,276 24,791 20,181
2022 25,610 23,314 20,069
2030 25,885 23,815 20,003

Demanda de Água com Qualidade (m3/s)


Águas Sustentáveis Água no Limite Águas Insustentáveis
2014 2,982 4,474 9,128
2022 3,372 5,100 10,459
2030 3,831 5,843 12,050

Índice de Sustentabilidade do Uso dos recursos Hídricos


Águas Sustentáveis Água no Limite Águas Insustentáveis
2014 0,811 0,643 0,205
2022 0,837 0,641 0,132
2030 0,832 0,610 0,091

Figura 6 – Nível de criticidade das macro-incertezas na UGRH Acre-Iquiri,


conforme sugestão da oficina agregado por avaliação técnica.

200
Plano Estadual de Recursos Hídricos

7.3. PROGNÓSTICO UGRH PURUS

1. Características da UGRH
A UGRH Purus é a unidade de gestão que apresenta a bacia hidrográfica com a maior
vazão da região, e uma alta demanda por água para irrigação. (Figura 1).

UG R H P urus
Urbano R ural
10% 4%
Indus trial
1%

Irrigaç ão
23%
A nimal
62%

Figura 1 - Aspectos qualitativos da demanda de água.

O seu respectivo balanço quantitativo é considerando excelente de acordo com índice da


ONU (Tabela 1), conforme informações levantadas no Diagnóstico do PLERH-AC. E a região
que sofre menos com escassez de água durante o período de estiagem devido ao volumoso
caudal do rio Purus.

Tabela 1- Relação entre Disponibilidade e demanda de água


Avaliação
Disponibilidade Demanda Balanço Quantitativo (%)
(ONU)
Bacia/UGRH
Q95 Q7,10 Retirada ( ( (
Qmld (m³/s)
(m³/s) (m³/s) (m³/s) 1) 2) 3)

R 1 8 4 0 0 0 0 E
io 439 5,5 6,0 ,3755 ,03 ,44 ,82 xcelente

201
Plano Estadual de Recursos Hídricos

A Tabela 2 lista como as ações previstas no PPA 2008-2011 incidem no conjunto da UGRH
Purus.
Tabela 2 – Inserção do PPA (2008-2011) na UGRH Purus
PNRH - TEMAS PPA ACRE 2008-2011 (interface com os
PNRH - SUB-TEMAS
PRIORITÁRIOS RH)
11010000 - Fomento a Expansão da Oferta
Impactos ambientais que
de Planos de Manejo em Florestas Privadas e
repercutem sobre os recursos Desmatamento
Implantação do Sistema de Monitoramento
hídricos
de Reserva Legal
Atendimento às Demandas
Aqüicultura/Pesca 11030000 - Fomento e Modernização da
Hídricas
Piscicultura
Impactos ambientais que
11050000 - Fomentos à Recuperação de
repercutem sobre os recursos Desmatamento
Áreas Alteradas
hídricos
11190000 - Implantação de Pólos Moveleiros
Impactos ambientais e sociais
Efluentes industriais nos Municípios
dos usos da água
14070000 - Controle Ambiental das
Questões Institucionais Monitoramento
Atividades Poluidoras
15450000 - Modernização do Sistema de
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão Licenciamento Monitoramento e Fiscalização
Ambiental
25020000 - Implantação do Marco
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão
Regulatório de Saneamento
25200000 - Controle dos desmatamentos e
Questões Institucionais Monitoramento
queimadas
12530000 - Saneamento na Regional do
Impactos ambientais e sociais Efluentes urbanos
Purus – Ampliação, Melhoria Micro medição
dos usos da água domésticos
e Controle de Perdas do Sistema Abast. Água
Atendimento às Demandas 13810000 - Manejo Participativo de Pesca
Aqüicultura/Pesca
Hídricas Artesanal
21290000 - Implementação do ZEE como
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão
Instrumento de Gestão
11110001 - Fortalecimento da Gestão
Questões Institucionais Capacitação
Institucional

As áreas antropizadas e as regiões onde os aqüíferos representam vulnerabilidades são as


áreas potenciais para conflitos entre usuários (Figuras 2 e 3).

Figura 2 – Áreas Antropizadas na UGRH Purus.

202
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Figura 3 – Vulnerabilidade dos Aqüíferos na UGRH Purus

203
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2. Exercício de Cenarização
Os procedimentos de cenarização da UGRH Purus, assim como todas as demais UGRH,
foram baseados na metodologia prospectiva de Godet (GODET, 2000).
Durante o exercício de cenarização com os atores institucionais da UGRH, e a partir da
lista de variáveis do PNRH, foram selecionadas as variáveis consideradas mais relevantes para
aquele contexto (Tabela 3).

Tabela 3 - Variáveis selecionadas para a UGRH Purus


 Abastecimento humano
 Desigualdade social
 Diversidade social
 Organização da sociedade civil
 Desenvolvimento Humano
 Dinâmica populacional
 Demanda por água
 Atividade industrial
 Atividade de pesca
 Atividade agropecuária e avícola
 PIB – Produto interno bruto
 Investimento no setor de infra-estrutura
 Gestão das águas urbanas
 Implementação institucional do SINGREH
 Eficiência no serviço público
 Produção do conhecimento para o gerenciamento
recursos hídricos
 Interação com outros planos e políticas nacionais

204
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Da mesma forma, o exercício de cenarização também definiu os atores que teriam maior
peso nas atividades e decisões referentes aos recursos hídricos (Tabela 4).

Tabela 4 – Lista de atores selecionados par a UGRH Purus


 MPF
 MPE
 Agropecuaristas
 ICMBio
 IBAMA
 SEMA
 IMAC
 DEAS
 SEAPROF
 Prefeituras
 ONG Locais
 Empresas Madeireiras
 Associações R. Extrativista
 Sindicato dos Trabalhadores Rurais
 Colônias de Pescadores
 Associações Indígenas
 UFAC
 Coletivo Educador Municipal
 MDA
 IFAC
 Defesa Civil

A análise estrutural (Tabela 5) é a síntese dos dois exercícios anteriores, onde é definido de
que forma cada uma das principais variáveis (chamadas variáveis motrizes) são afetadas por
cada um dos atores.

Tabela 5 – Análise estrutural do exercício de cenarização

205
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Para efeitos deste estudo, quanto mais atores interferem em uma variável, maior será a
probabilidade que ele terá para ser uma “incerteza crítica” dentro do sistema dos cenários.

Tabela 6 – Análise morfológica, definição de hipóteses e de cenários

CENÁRIO 1 – ACRE CENÁRIO 2 – ACRE NO CENÁRIO 3 – ACRE


INSUSTENTÁVEL LIMITE SUSTENTÁVEL

De acordo com os atores, a UGRH Purus apresenta como suas principais incertezas
críticas 1) Eventos hidrológicos críticos, 2) Regime Climático, 3) Mortalidade/morbidade
por doenças de veiculação hídrica, 4) Atividade agropecuária e avícola, 5) Gestão de
Águas urbanas e 6) Atividades de Pesca. Isto implicou em uma alta criticidade para a macro-
incerteza Integração, em função da demanda sobre outros setores que interagem com os
recursos hídricos, como pesca e agropecuária.
Os resultados da oficina de cenários indicaram um alta criticidade para a macro-
incerteza Integração, intermediária para Gestão dos Recursos Hídricos e Disponibilidade de
Água, e baixa para Mudanças Climáticas e Alterações Antrópicas. Uma reconsideração de
caráter técnico e conservativo optou por elevar o nível de criticidade da Gestão dos Recursos
Hídricos e Mudanças Climáticas para o nível máximo.

206
Plano Estadual de Recursos Hídricos

De acordo com a cadeia de causalidade do modelo sistêmico de projeções (Figura 1), a


gestão dos recursos Hídricos acaba por ter uma influência ampla, magnificando ou
minimizando as demais incertezas críticas, acabando por influenciar fortemente a
disponibilidade de água seja pelo quantidade como pela qualidade. As Mudanças Climáticas
desempenham um papel crítico podendo influenciar a quantidade de água disponível no sistema
hídrico.

Figura 4 – Cadeia de Causalidade com foco na Macro-Incerteza Gestão dos Recursos


Hídricos.
` Os níveis de sustentabilidade da UGRH Purus estão entre os melhores, já que esta
unidade apresenta um dos maiores caudais mínimo de vazão no período seco, e uma densidade
demográfica relativamente baixa, implicando em níveis baixos de demanda.

Figura 5 – Nível de criticidade das macro-incertezas na UGRH Purus, conforme sugestão


da oficina agregado por avaliação técnica

207
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Tabela 7 – Projeções agregadas para 2014, 2022 e 2030 para a UGRH Purus.
Oferta de Água com Qualidade (m3/s) -Mínimo Período Seco
Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 92,225 83,612 74,988
2022 88,836 80,730 73,520
2030 90,032 81,186 73,442

Demanda de Água com Qualidade (m3/s)


Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 0,373 0,559 1,141
2022 0,422 0,637 1,307
2030 0,479 0,730 1,506

Índice de Sustentabilidade do Uso dos recursos Hídricos


Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 0,891 0,744 0,386
2022 0,864 0,675 0,192
2030 0,848 0,630 0,127

Figura 6 – Índice de Sustentabilidade do uso dos recursos hídricos na UGRH


Purus.

208
Plano Estadual de Recursos Hídricos

7.4. PROGNÓSTICO UGRH ENVIRA - JURUPARI

1. Características da UGRH
A UGRH Envira é uma das unidades de gestão que apresenta um das maiores taxas de
vazão, e uma alta demanda por água para dessedentação animal. (Figura 1).

Figura 1 - Aspectos qualitativos da demanda de água.

O seu respectivo balanço quantitativo é considerando excelente de acordo com índice da ONU
(Tabela 1), conforme informações levantadas no Diagnóstico do PLERH/AC. É uma das regiões
que sofre menos com escassez de água durante o período de estiagem devido ao volumoso caudal
do rio Envira.

Tabela 1- Relação entre Disponibilidade e demanda de água


Demand
Disponibilidade Balanço Quantitativo (%)
a
Bacia/UGR Qmld Q95 Q7,10 Retirada Avaliação
(1) (2) (3)
H (m³/s) (m³/s) (m³/s) (m³/s) (ONU)
Rio Envira- 514,3 27,7 8,0 0,1238 0,02 0,45 1,55 Excelente
Juruparí

209
Plano Estadual de Recursos Hídricos

A Tabela 2 lista como as ações previstas no PPA 2008-2011 incidem no conjunto da UGRH
Envira.

Tabela 2 – Inserção do PPA (2008-2011) na UGRH Envira-Jurupari.


PNRH - TEMAS PPA ACRE 2008-2011
PNRH - SUB-TEMAS
PRIORITÁRIOS (interface com os RH)
Impactos ambientais que 10960000 - Implantação e
repercutem sobre os recursos Desmatamento Descentralização de Viveiros e Fomento
hídricos ao Reflorestamento
11010000 - Fomento a Expansão da Oferta
Impactos ambientais que
de Planos de Manejo em Florestas
repercutem sobre os recursos Desmatamento
Privadas e Implantação do Sistema de
hídricos
Monitoramento de Reserva Legal
Atendimento às Demandas 11030000 - Fomento e Modernização da
Hídricas Aquicultura/Pesca Piscicultura
Impactos ambientais e Efluentes industriais 11190000 - Implantação de Pólos
sociais dos usos da água Moveleiros nos Municípios
14070000 - Controle Ambiental das
Questões Institucionais Monitoramento
Atividades Poluidoras
15450000 - Modernização do Sistema de
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão Licenciamento Monitoramento e
Fiscalização Ambiental
25020000 - Implantação do Marco
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão
Regulatório de Saneamento
25200000 - Controle dos desmatamentos e
Questões Institucionais Monitoramento
queimadas
Impactos ambientais e 12540000 - Saneamento na Regional
Efluentes urbanos
sociais dos usos da água Tarauacá
domésticos.
Atendimento às Demandas 13810000 - Manejo Participativo de Pesca
Aqüicultura/Pesca
Hídricas Artesanal
21290000 - Implementação do ZEE como
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão
Instrumento de Gestão
11110001 - Fortalecimento da Gestão
Questões Institucionais Capacitação
Institucional

210
Plano Estadual de Recursos Hídricos

As áreas antropizadas e as regiões onde os aqüíferos representam vulnerabilidades são as


áreas potenciais para conflitos entre usuários (Figuras 2 e 3).

Figura 2 – Áreas Antropizadas na UGRH Envira

Figura 3 – Vulnerabilidade de Aquíferos na UGRH Envira-Jurupari.

211
Plano Estadual de Recursos Hídricos

2. Exercício de Cenarização

O procedimento de cenarização da UGRH Envira-Jurupari, assim como todas as demais


UGRH, foi baseado na metodologia prospectiva de Godet (GODET, 2000).
Durante o exercício de cenarização com os atores institucionais da UGRH, e a partir da
lista de variáveis do PNRH, foram selecionadas as variáveis consideradas mais relevantes para
aquele contexto (Tabela 3).

Tabela 3- Variáveis selecionadas para a UGRH Envira-Jurupari


 Qualidade de Água
 Quantidade de água superficial
 Quantidade de água subterrânea disponível
 Alteração do regime natural dos corpos de água
 Conservação dos biomas
 Dinâmica de uso e ocupação do solo
 Mortalidade/ morbidade por doenças de veiculação hídrica
 Infra-estrutura de controle da poluição doméstica
 Dinâmica populacional
 Atividade de pesca
 Atividade de aqüicultura
 Implementação do SINGREH (licenciamento, zee, etc)
 Eficiência no serviço público
 Interação com outros planos e políticas nacionais.

212
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Da mesma forma, o exercício de cenarização também definiu os atores que teriam maior
peso nas atividades e decisões referentes aos recursos hídricos (Tabela 4).

Tabela 4 – Lista de atores selecionados par a UGRH Envira


 MPF
 MPE
 Agropecuaristas
 IBAMA
 SEMA
 IMAC
 DEAS
 SEAPROF
 Prefeituras
 Empresas Madeireiras
 Sindicato dos Trabalhadores Rurais
 Colônias de Pescadores
 Associações Indígenas
 GOV FEDERAL - Casa Civil
 GOV ESTADUAL - GAB
 Universidades e Instituições de Pesq. E Ensino

A análise estrutural (Tabela 5) é a síntese dos dois exercícios anteriores, onde é definido
de que forma cada uma das principais variáveis (chamadas variáveis motrizes) são afetadas por
cada um dos atores.

Tabela 5 – Análise estrutural do exercício de cenarização

213
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Para efeitos deste estudo, quanto mais atores interferem em uma variável, maior será
probabilidade ele terá pra ser uma “incerteza crítica” dentro do sistema dos cenários.

Tabela 6 – Análise morfológica, definição de hipóteses e de cenários

CENÁRIO 1 – ÁGUAS CENÁRIO 2 – ÁGUAS NO CENÁRIO 3 – ÁGUAS


INSUSTENTÁVEIS LIMITE SUSTENTÁVEIS

Figura 4 – Nível de criticidade das macro-incertezas na UGRH Envira, conforme sugestão


da oficinas agregado por avaliação técnica

No caso da UGRH Envira, os níveis gerais de criticidade para as incertezas críticas se


mantiveram baixos, com pequeno destaque para a gestão dos Recursos Hídricos e Mudanças

214
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Climáticas. A avaliação técnica, neste caso, optou por manter os níveis provenientes da oficina
com os atores.
Na simulação das projeções, a UGRH Envira apresenta valores do ISRH mais altos para o
cenário Acre Insustentável (Tabela 7 e Figura 5), comparando-se com as demais UGRH. Isto é
devido a alta vazão de seus rios associado à menor concentração populacional entre as regionais.

Tabela 7 – Projeções agregadas para 2014, 2022 e 2030 para a UGRH Envira
Oferta de Água com Qualidade (m3/s) -Mínimo Período Seco
Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 88,363 83,706 79,044
2022 86,803 82,290 77,777
2030 88,041 83,387 78,733

Demanda de Água com Qualidade (m3/s)


Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 0,239 0,358 0,730
2022 0,270 0,408 0,837
2030 0,307 0,467 0,964

Índice de Sustentabilidade do Uso dos recursos Hídricos


Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 0,909 0,764 0,405
2022 0,870 0,681 0,199
2030 0,852 0,634 0,131

Figura 5 – Índice de Sustentabilidade do Usos dos Recursos Hídricos na UGRH Envira-


Jurupari
7.5. PROGNÓSTICO UGRH TARAUACÁ

215
Plano Estadual de Recursos Hídricos

1. Características da UGRH

A UGRH Tarauacá é uma das unidades de gestão que apresenta um das maiores taxas de
vazão, e uma alta demanda por água para dessedentação animal. (Figura 1).

Figura 1 - Aspectos qualitativos da demanda de água.

O seu respectivo balanço quantitativo é considerando excelente de acordo com índice da


ONU (Tabela 1), conforme informações levantadas no Diagnóstico do PLERH-AC. E uma das
regiões que sofre menos com escassez de água durante o período de estiagem devido ao
volumoso caudal do rio Envira.

Tabela 1- Relação entre Disponibilidade e demanda de água


Balanço Quantitativo
Disponibilidade Demanda Avaliaçã
Bacia/UGR (%)
o
H Qmld Q95 Q7,10 Retirada
(1) (2) (3) (ONU)
(m³/s) (m³/s) (m³/s) (m³/s)
Rio
406,3 35,2 19,3 0,1400 0,03 0,40 0,73 Excelente
Tarauacá

216
Plano Estadual de Recursos Hídricos

A Tabela 2 lista como as ações previstas no PPA 2008-2011 incidem no conjunto da


UGRH Tarauacá.

Tabela 2 – Inserção do PPA (2008-2011) na UGRH Tarauacá


PNRH
PNRH PPA ACRE 2008-2011
TEMAS
SUB-TEMAS (interface com os RH)
PRIORITÁRIOS
Impactos ambientais que
10960000 - Implantação e Descentralização
repercutem sobre os Desmatamento
de Viveiros e Fomento ao Reflorestamento
recursos hídricos
11010000 - Fomento a Expansão da Oferta
Impactos ambientais que
de Planos de Manejo em Florestas Privadas
repercutem sobre os Desmatamento
e Implantação do Sistema de
recursos hídricos
Monitoramento de Reserva Legal
Atendimento às Demandas 11030000 - Fomento e Modernização da
Aqüicultura/Pesca
Hídricas Piscicultura
14070000 - Controle Ambiental das
Questões Institucionais Monitoramento
Atividades Poluidoras
15450000 - Modernização do Sistema de
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão Licenciamento Monitoramento e
Fiscalização Ambiental
25020000 - Implantação do Marco
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão
Regulatório de Saneamento
25200000 - Controle dos desmatamentos e
Questões Institucionais Monitoramento
queimadas
Impactos ambientais e Efluentes urbanos 12540000 - Saneamento na Regional
sociais dos usos da água domésticos Tarauacá
13420000 - Gestão Integrada de Ações
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão Socioambientais e Econômicas na Área de
Influência da BR-364
11380000 - Desenvolvimento e
Atendimento às Demandas
Fortalecimento da Cadeia Produtiva de
Hídricas Irrigação
Hortaliças
Atendimento às Demandas Aqüicultura/Pesca
13810000 - Manejo Participativo de Pesca
Hídricas
Artesanal
21290000 - Implementação do ZEE como
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão
Instrumento de Gestão
11110001 - Fortalecimento da Gestão
Questões Institucionais Capacitação
Institucional

217
Plano Estadual de Recursos Hídricos

As áreas antropizadas e as regiões onde os aqüíferos representam vulnerabilidades são as


áreas potenciais para conflitos entre usuários (Figuras 2 e 3).

Figura 2 – Áreas Antropizadas na UGRH Tarauacá

218
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Figura 3 – Vulnerabilidade dos Aqüíferos na UGRH Tarauacá


2. Exercício de Cenarização
O procedimento de cenarização da UGRH Tarauacá, assim como todas as
demais UGRH, foi baseado na metodologia prospectiva de Godet (GODET, 2000).
Durante o exercício de cenarização com o atores institucionais da UGRH, e a
partir da lista de variáveis do PNRH, foram selecionadas as variáveis consideradas mais
relevantes para aquele contexto (Tabela 3).

Tabela 3 - Variáveis selecionadas para a UGRH Tarauacá


 Qualidade de Água
 Quantidade de água superficial
 Alteração do regime natural dos corpos de água
 Bioinvasão
 Conservação dos biomas
 Dinâmica de uso e ocupação do solo
 Mortalidade/ morbidade por doenças de veiculação hídrica
 Infra-estrutura de controle da poluição doméstica
 Dinâmica populacional
 Atividade de pesca
 Implementação do SINGREH (licenciamento, ZEE, etc.)

219
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Da mesma forma, o exercício de cenarização também definiu os atores que


teriam maior peso nas atividades e decisões referentes aos recursos hídricos (Tabela 4).

Tabela 4 – Lista de atores selecionados par a UGRH Tarauacá


 MPE

 Agropecuaristas
 IBAMA
 SEMA
 IMAC
 DEAS
 SEAPROF
 Prefeituras
 Empresas Madeireiras
 Associações R. Extrativista
 Sindicato dos Trabalhadores Rurais
 Colônias de Pescadores
 Associações Indígenas
 PERU
 GOV FEDERAL - Casa Civil
 GOV ESTADUAL - GAB
 Universidades e Instituições de Pesq. E Ensino
 Defesa Civil
 Outras Iniciativas Privadas

A análise estrutural (Tabela 5) é a síntese dos dois exercícios anteriores, onde é definido
de que forma cada uma das principais variáveis (chamadas variáveis motrizes) são afetadas por
cada um dos atores.

Tabela 5 – Análise estrutural do exercício de cenarização

Para efeitos deste estudo, quanto mais atores interferem em uma variável, maior será a
probabilidade que ele terá para ser uma “incerteza crítica” dentro do sistema dos cenários.

220
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Tabela 6 – Análise morfológica, definição de hipóteses e de cenários

CENÁRIO 1 – ÁGUAS CENÁRIO 2 – ÁGUA NO CENÁRIO 3 – ÁGUAS


INSUSTENTÁVEIS LIMITE SUSTENTÁVEIS

A bacia do rio Tarauacá é uma das que apresenta menor nível de vazão durante o
período da seca (cerca de 34 m 3/s). Em função disto a oficina de cenarização apontou para um
alto nível de criticidade para a macro-incerteza Disponibilidade de Água. Todavia, uma
avaliação técnica considerou que em função da vulnerabilidade desta bacia, é razoável
incrementar os níveis de criticidades das macro-incertezas Mudanças Climática, Alterações
Antrópicas e Gestão dos Recursos Hídricos (Figura 4).
O ISRH da UGRH Tarauacá (Tabela 7 e Figura 5) apresenta os menores valores dentre
as bacias do oeste do estado (Envira, Tarauacá e Juruá). Ações para mitigar as causas passam
por aqueles fatores que incrementem a disponibilidade de água, já que o contingente
populacional desta UGRH está entre os mais baixos.

221
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Figura 4 – Nível de criticidade das macro-incertezas na UGRH Tarauacá, conforme


sugestão da oficina agregado por avaliação técnica

Tabela 7 – Projeções agregadas para 2014, 2022 e 2030 para a UGRH Tarauacá
Oferta de Água com Qualidade (m3/s) -Mínimo Período Seco
Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 9,836 9,000 8,163
2022 9,846 9,011 8,175
2030 9,003 8,185 7,366

Demanda de Água com Qualidade (m3/s)


Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 0,313 0,470 0,958
2022 0,354 0,535 1,098
2030 0,402 0,614 1,265

Índice de Sustentabilidade do Uso dos Recursos Hídricos


Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 0,828 0,676 0,294
2022 0,843 0,652 0,162
2030 0,835 0,617 0,109

222
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Figura 5 – Índice de Sustentabilidade do Usos dos Recursos Hídricos na UGRH


Tarauacá

223
Plano Estadual de Recursos Hídricos

7.6. PROGNÓSTICO UGRH JURUÁ

1. Características da UGRH

A UGRH Juruá uma das unidades de gestão que apresenta um das maiores taxas de vazão,
e uma alta demanda relativa para abastecimento humano, já que apresenta a segundo maior
contingente populacional entre as UGRH, com cerca de 130 mil habitantes. (Figura 1).

Figura 1 –Aspectos qualitativos da demanda de água.

O seu respectivo balanço quantitativo é considerando excelente de acordo com índice da


ONU (Tabela 1), conforme informações levantadas no Diagnóstico do PLERH-AC. E uma das
regiões que sofre menos com escassez de água durante o período de estiagem devido ao
volumoso caudal do rio Juruá, mas com alta demanda urbana por água com qualidade.

Tabela 1- Relação entre Disponibilidade e demanda de água


Balanço Avaliaçã
Disponibilidade Demanda
Quantitativo (%) o (ONU)
Bacia/UGRH
Qmld Q95 Q7,10 Retirada
(1) (2) (3)
(m³/s) (m³/s) (m³/s) (m³/s)

Rio Juruá 1047,8 123,2 79,9 0,3573 0,03 0,29 0,45 Excelente

224
Plano Estadual de Recursos Hídricos

A Tabela 2 lista como as ações previstas no PPA 2008-2011 incidem no conjunto da


UGRH Juruá.
Tabela 2 – Inserção do PPA (2008-2011) na UGRH Juruá
PPA ACRE 2008-2011
PNRH - TEMAS PRIORITÁRIOS PNRH - SUB-TEMAS
(interface com os RH)
Impactos ambientais que repercutem Desmatamento 10960000 - Implantação e
sobre os recursos hídricos Descentralização de Viveiros e
Fomento ao Reflorestamento
Impactos ambientais que repercutem Desmatamento 10990000 - Consolidações do
sobre os recursos hídricos Arcabouço Legal da Gestão
Florestal
Impactos ambientais que repercutem Desmatamento 11010000 - Fomento a Expansão
sobre os recursos hídricos da Oferta de Planos de Manejo
em Florestas Privadas e
Implantação do Sistema de
Monitoramento de Reserva Legal
Impactos ambientais e sociais dos usos Efluentes industriais 11160000 – Implantação do
da água Parque Industrial Florestal do
Município de Cruzeiro do Sul
Questões Institucionais Monitoramento 14070000 - Controle Ambiental
das Atividades Poluidoras
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão 15450000 - Modernização do
Sistema de Licenciamento
Monitoramento e Fiscalização
Ambiental
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão 25020000 - Implantação do
Marco Regulatório de
Saneamento
Questões Institucionais Monitoramento 25200000 - Controle dos
desmatamentos e queimadas
Impactos ambientais e sociais dos usos Efluentes urbanos 12550000 - Saneamento na
da água domésticos Regional do Juruá (ampla
Melhoria Micro medição e Cont.
de Perdas do Sistema Abast
água)
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão 13420000 - Gestão Integrada de
Ações Socioambientais e
Econômicas na Área de
Influência da BR-364
Questões Institucionais Instrumentos de Gestão 21290000 - Implementação do
ZEE como Instrumento de
Gestão
Impactos ambientais e sociais dos usos Efluentes industriais 12740000 - Construção,
da água Ampliação e Reforma do Distrito
e Parque Industrial (Rio Branco e
Cruz. do Sul) e Porto Seco (Rio
Branco)
Questões Institucionais Capacitação 11110001 - Fortalecimento da
Gestão Institucional

As áreas antropizadas e as regiões onde os aqüíferos representam vulnerabilidades são


as áreas potenciais para conflitos entre usuários (Figuras 2 e 3).

225
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Figura 2 – Áreas Antropizadas na UGRH Juruá

226
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Figura 3 – Vulnerabilidade de Aqüíferos na UGRH Juruá


2. Exercício de Cenarização

O procedimento de cenarização da UGRH Juruá, assim como todas as demais


UGRH, foi baseado na metodologia prospectiva de Godet (GODET, 2000).
Durante o exercício de cenarização com os atores institucionais da UGRH, e a
partir da lista de variáveis do PNRH, foram selecionadas as variáveis consideradas mais
relevantes para aquele contexto (Tabela 3).

Tabelas 3 - Variáveis selecionadas para a UGRH Juruá

 Alteração do regime natural dos corpos de água


 Eventos Hidrológicos Críticos
 Clima Regime climático
 Água para manutenção de ecossistemas
 Bioinvasão
 Conservação dos biomas
 Dinâmica de uso e ocupação do solo
 Mortalidade/ morbidade por doenças de veiculação hídrica
 Desenvolvimento humano
 Infra-estrutura de controle da poluição doméstica
 Abastecimento humano
 Segurança alimentar e nutricional (da água)
 Desigualdade social
 Diversidade social
 Organização da sociedade civil
 Transparência e acesso à informação
 Implementação do Sistema de Informação sobre RH
 Demanda por água
 Atividade industrial
 Atividade de mineração
 Atividade de pesca
 Atividade de aqüicultura
 Atividade de navegação
 Atividade de turismo e lazer
 PIB – Produto interno bruto
 Investimento no setor de infra-estrutura
 Eficácia no uso da água
 Gestão das águas urbanas

227
Plano Estadual de Recursos Hídricos

 Enquadramento dos corpos de água.


 Existência de planos de recursos hídricos.
 Implementação do processo de alocação de água e da outorga de direito de uso
 Implementação da cobrança pelo uso da água
 Implementação do SINGREH (licenciamento, zee, etc)
 Ações de educação em recursos hídricos e meio ambiente
 Implementação institucional do SINGREH
 Implementação de acordos internacionais relativos a RH e MA ratificados
 Investimento e despesa pública em proteção e gestão de recursos hidricos
 Conflitos internacionais por água
 Eficiência no serviço público
 Produção do conhecimento para o gerenciamento recursos hídricos
 Interação com outros planos e políticas nacionais

228
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Da mesma forma, o exercício de cenarização também definiu os atores que


teriam maior peso nas atividades e decisões referentes aos recursos hídricos (Tabela 4).

Tabela 4 – Lista de atores selecionados par a UGRH Juruá


 MPF
 MPE
 Agropecuaristas
 Empresas de Navegação
 ICMBio
 IBAMA
 SEMA
 IMAC
 DEAS
 SEAPROF
 Prefeituras
 ONGS Regionais (AMAJ, OPIRJ, Amigo da Cidade, Associacao das Parteiras,
SOS Amazonia, CPI, etc)
 Empresas Madeireiras
 Associações R. Extrativista
 Sindicato dos Trabalhadores Rurais
 Colônias de Pescadores
 Associações Indígenas
 PERU
 GOV FEDERAL - Casa Civil
 MDA
 GOV ESTADUAL - GAB
 Instituições de Cooperação e Financiamento (WWF, UICN, GTZ, DED, etc)
 EMBRAPA
 ANATEL
 Universidades e Instituições de Pesq. E Ensino
 Defesa Civil
 Outras Iniciativas Privadas
 SEF
 FUNASA
 FUNAI

229
Plano Estadual de Recursos Hídricos

 ANA
 DERACRE
 INCRA
 MMA

A análise estrutural (Tabela 5) é a síntese dos dois exercícios anteriores, onde é definido
de que forma cada uma das principais variáveis (chamadas variáveis motrizes) são afetadas por
cada um dos atores.

Tabela 5 – Análise estrutural do exercício de cenarização

Para efeitos deste estudo, quanto mais atores interferem em uma variável, maior será
probabilidade ele terá pra ser uma “incerteza crítica” dentro do sistema dos cenários.

Tabela 6 – Análise morfológica, definição de hipóteses e de cenários

CENÁRIO 1 – ÁGUAS CENÁRIO 2 – ÁGUAS NO CENÁRIO 3 – ÁGUAS


INSUSTENTÁVEIS LIMITE SUSTENTÁVEIS
De acordo com os atores da UGRH Juruá apresenta como suas principais incertezas
críticas 1) Transparência e Aceso a Informação, 2) Enquadramento dos corpos d água, 3)

230
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Implementação do SISGREH e 4) Ações de educação em recursos hídricos e meio


ambiente.
Isto implicou em uma alta criticidade para a macro-incerteza Gestão dos Recursos
Hídricos.
Os resultados da oficina de cenários indicaram um alta criticidade para a macro-
incerteza Gestão dos Recursos Hídricos, intermediária para Mudanças Climáticas, e baixa
para Integração, Ações Antrópicas e Disponibilidade de Água. Um reconsideração de caráter
técnico e conservativo, optou por elevar o nível de criticidade destas últimas para o nível
intermediário e de Mudanças Climáticas para o nível alto.
De acordo com a cadeia de causalidade do modelo sistêmico de projeções (Figura 1), a
gestão dos recursos Hídricos acaba por ter uma influência ampla, magnificando ou
minimizando as demais incertezas críticas, acabando por influenciar fortemente a
disponibilidade de água seja pelo quantidade como pela qualidade. As Mudanças Climáticas
desempenham um papel crítico podendo influenciar a quantidade de água disponível no sistema
hídrico.

Figura 4 – Cadeia de Causalidade com foco na Macro-Incerteza Gestão dos Recursos


Hídricos.

Os níveis de sustentabilidade da UGRH estão entre os melhores, já que esta unidade


apresenta o maior caudal mínimo de vazão no período, embora apresente a segunda maior
população do estado, estando atrás apenas da UGRH Acre-iquiri.

Figura 5 – Nível de criticidade das macro-incertezas na UGRH Juruá, conforme sugestão


das oficinas agregado por avaliação técnica.

231
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Tabela 7 – Projeções agregadas para 2014, 2022 e 2030 para a UGRH Juruá
Oferta de Água com Qualidade (m3/s) - Mínimo Período Seco
Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 82,983 74,323 66,961
2022 81,688 74,817 69,340
2030 82,945 75,563 68,152

Demanda de Água com Qualidade (m3/s)


Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 0,977 1,465 2,989
2022 1,104 1,670 3,425
2030 1,255 1,914 3,946

Índice de Sustentabilidade do Uso dos Recursos Hídricos


Águas Sustentáveis Águas no Limite Águas Insustentáveis
2014 0,886 0,741 0,375
2022 0,862 0,674 0,189
2030 0,847 0,630 0,125

Figura 6 – Índice de Sustentabilidade do Uso dos Recursos Hídricos na UGRH Juruá

232

Você também pode gostar