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‘Lifehacks’ de escrita!

Travado para escrever


o TCC/Artigo?
10 de março de 2015TrabalhoDICAS, escrever, Escrita, Escrita
Livre, estudante, ideias, Livros, profissional, SUCESSO, TCC, trabalho, trabalho cientifico
Escrever pode ser um desafio em qualquer etapa da vida, do ensino médio ao
mundo profissional, e qualquer que seja a área. Não tem pior do que ficar
frente a um papel ou página do Word em branco, tentando extirpar uma
ideia da cabeça e terminar no fabuloso mundo da internet por estar, como se
diz, “travado”.

Não sou nenhuma J.K.Rowling ou um Gabriel García Marquez (RIP), mas é


certo que sempre tive muita facilidade de escrever, parcialmente porque gosto
muito de ler desde pequena, e também porque tive a sorte de encontrar na
minha vida excelentes professores de escrita. Vou revelar aqui umas dicas
minhas, que uso para desenvolver qualquer texto com pequenos passos
simples, o que pode ajudar bastante na hora de uma redação mais detalhada.

PRIMEIRO PASSO – IDEIAS

Ao estar com bloqueio, com um tema determinado, o primeiro passo é se


munir de um papel ou bloco de notas, pegar uma caneta, e anotar tudo
que lhe vem à cabeça envolvendo o tema. Mesmo com temas complicados,
sempre deve sair alguma coisa. Anote o máximo de coisa, até as coisas mais
insignificantes relativas ao tema tem seu valor.

Ainda assim não saiu nada? Chame o Santo Google, ou então passe pelo
sumário de livros envolvendo o tema (falarei depois das dicas de escrita
livre). O ideal é “entrar no clima”: conheça bem seu assunto, escute
músicas, encontre artigos, veja filmes sobre estas mesmas ideias e com
certeza em algum momento você terá suficiente material para escrever ao
máximo em seu bloquinho de notas.

Estar bem envolvido no assunto permite soltar ideias, mas é importante


também se concentrar e evitar distrações no meio do caminho: DISCIPLINA!
Pesquise apenas sobre seu assunto (nada de redes sociais ou filmes no
caminho!).

Deixe bem estas noções embaralhadas: nesta primeira etapa o importante


não é a qualidade, mas a quantidade. Quanto mais elementos na sua
folha em branco melhor.

Se ainda assim, nada saiu, podemos culpar duas coisas: ou não é o


momento para você escrever, e neste caso, divirta-se, volte para outras
ocupações, e em algum momento chegará o “tilt” para que haja fluidez de
ideias. Por outro lado, talvez o tema também não seja o correto, ou esteja
sob uma ótica errada: repense bem se o assunto é abordado da forma mais
adequada, ou repense sob outros pontos de vista. É aí que ideias também
podem surgir.

Fazer sua mente fluir também é uma questão de se conhecer: você


funciona melhor sob pressão? Em um ambiente relaxado? Ou tem ideias
geniais enquanto canta debaixo do chuveiro?  Descubra qual é a sua melhor
forma de escrever, e organize o seu ambiente de escrita de acordo com a sua
personalidade.

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SEGUNDO PASSO – ORGANIZAÇÃO

Depois de ter um papel todo rabiscado cheio de conceitos, o que vem


logicamente depois é deixar este papel bonitinho: organize tudo o que foi
escrito de uma forma coerente, que faça sentido. Isto é, se seu tema é uma
receita de churrasco, não adianta colocar no inicio do texto que o resultado foi
sensacional, no corpo que era receita da sua avó, e no final em menos de duas
linhas afirmar que o segredo é sal e no fim das contas não explicar como foi
feito o churrasco. A confusão não vai levar a nada.

Uma organização rudimentar, ou que eu também chamaria de


“tradicional”, pede que trabalhos profissionais sigam uma lógica de
compreensão: no direito, por exemplo, ou em filosofia, o mecanismo é de
tese, antítese e síntese. Ou seja, argumento, contra argumento, e resultado
do debate, em termos menos técnicos.

É essencial fazer uma separação lógica, para que o leitor entenda aonde
você quer chegar (aquela velha história). É difícil, mas é possível, pense
bem, o que você enquanto escritor quer defender e como você vai fazer
isso? E qual seria o argumento contrário? E uma solução que equilibraria os
dois pontos de vista? Nas escritas livres o mecanismo não é muito distante
daquilo, o difícil é fazer uma narrativa cativante, sem ser técnica, que no fim
das contas volte nesta mesma dialética: isso já vai ser questão de sua
criatividade.

Conseguiu separar em duas, três ou quatro partes lógicas? Muito


bem! Saiba então repetir essa mesma sistemática em cada tópico do
trabalho (tese – antítese – síntese). O horrível é que tudo deve estar conectado
(o primeiro capítulo remete ao segundo, e o terceiro envolve pedaços do
segundo, e no fim o primeiro tem bastante a ver com o último, enfim, CADA
PARTE DISTINTA, PORÉM CONECTADA UMA A OUTRA!)(como se fosse
tipo uma grande família de ideias, com cada integrante com personalidade
própria).

Como ilustração, vou usar o lema da república francesa, pois é conhecido em


filosofia como sendo excelente exemplo de dialética: LIBERDADE –
IGUALDADE – FRATERNIDADE.

 Liberdade: comum das democracias, permitindo que o cidadão faça o


que bem entender.
 Igualdade: limite à liberdade democrática, pois na igualdade, a sua
liberdade não pode interferir e prejudicar a liberdade do outro, já que todos têm
garantia à mesma.
 Fraternidade: é a união dos dois conceitos anteriores, no qual há
respeito pela liberdade dos outros, assim como a garantia de que o cidadão
terá liberdade de fazer o que bem entender (nos limites da igualdade).

Viu? Fez sentido agora?


TERCEIRO PASSO – DESENVOLVIMENTO I

“Ah, mas eu tenho as ideias, mas não estou conseguindo escrever a


partir delas.” Certo, então vamos fazer o seguinte: imagine que você é o
leitor, e que você está lendo o pouco que está escrito. Faça o esforço de
realmente imaginar que você NUNCA na vida viu aquele assunto e está lendo
sobre ele pela primeira vez: o que você está lendo faz sentido? Não? Então
reformule, em algum momento vai sair.

Caso você não consiga se imaginar como leitor, pergunte a um amigo


bem sincero que não se importe em lhe dizer que seu trabalho é um lixo
(melhor verdade que mentira). Senão eu aceito receber trabalhos, basta me
pedir nos comentários (mas farei críticas!).

Ainda assim, não conseguiu desenvolver as ideias? Então vamos fazer o


seguinte, deixe anotado em um papel o conceito, e faça perguntas que
possam parecer imbecis sobre esse conceito (pense que o leitor tem o
cérebro de um rato cozido). Exemplo: o conceito é porcos espinhos.
Perguntas: o que são, onde vivem, o que fazem, quais peculiaridades,
etc.? (estilo globo repórter). Depois passe às perguntas técnicas de sua
profissão: se você for biólogo, o que tem de único um porco espinho, e que
relevância no seu ecossistema?

Ainda assim nenhuma das perguntas permitiu desenvolver um pouco


mais azideias? Volte a ler um pouco mais sobre o assunto novamente,
talvez você encontre mais pontos de partida. Nada ainda? Então vá se
ocupar de outra coisa, olhe a temporada 3° completa de Game of Thrones, mas
não escreva, porque nada de bom vai sair.

QUARTO PASSO – DESENVOLVIMENTO II

Depois disso com certeza deu pra desenvolver no mínimo três páginas do seu
trabalho, ou até mesmo da sua escrita livre. “Ah, mas o mínimo pedido é de
15 páginas.” Certo, calma, respire, não é tão difícil assim. Se Victor Hugo
conseguiu escrever “Os miseráveis” em cinco volumes de mais ou menos
mil páginas cada um, você consegue escrever 15 linhas sobre um
assunto, seja ele técnico ou não.

Tente repetir o que expliquei nos passos anteriores antes de qualquer


coisa (principalmente dos passos 2 e 3). Se ainda assim não deu pra
desenvolver um pouco mais, existe o que eu denomino de “desenvolvimento
de frase simples”, na linguagem mais refinada, ou simplesmente, “gerador
de Lero Lero”.
(Vide: http://www.lerolero.com/ e http://www.cafw.ufsm.br/~bruno/disciplinas/de
senvolvimento_web/material/lerolero.html  – ESSAS SÃO PARÓDIAS, NÃO
USEM ISSO NO TRABALHO DE VOCÊS! – eu sei que parece idiota dizer
mas nunca se sabe).
Eis as dicas de como desenvolver uma frase simples: procure aprofundar
com vocabulário difícil algo que parece relativamente simples. Com o
exemplo a seguir vai ficar mais fácil de entender: frase “eu tenho um
cachorro”; Com o gerador de Lero Lero: “Eu sou dona de um quadrupede
que adoro, ele me permite ser muito feliz e entender o que é
verdadeiramente amizade”. É tudo uma questão de vocabulário, formas de
linguagem e criatividade linguística. Não tem como aumentar de 06 páginas
seu trabalho com o gerador! “Ah, mas eu era péssima em português e
odeio
escrever”: http://www.sinonimos.com.br/ e http://www.soportugues.com.br/sec
oes/estil/estil2.php ; estes dois sites devem ajudar.

QUINTO PASSO – FINALIZAR O TEXTO

Com certeza agora você deve ter conseguido soltar algum coisa em cima
do papel. Repita na sua divisão do trabalho, em cada tópico, os passos
anteriores, para ficar bem organizado. Também não hesite em reler várias
vezes o texto, às vezes ao ler podem surgir novas ideias. “Mas não é uma
tese, quero escrever um romance!”.

Se estiver escrevendo romance e fantasia (escrita livre), e tiver travado, o ideal


também é entrar no clima da historia: trata de que? Aplique os conceitos que
escrevi aqui ao que você já elaborou: claro, o que expliquei é mais adaptado a
trabalhos científicos, mas o fundo é o mesmo. Entre bem no clima do seu
assunto e deixe sua criatividade fluir com calma: se é, por exemplo, algo sobre
segunda guerra mundial, pesquise. Se for algo romântico, que tal explicar uma
experiência própria com nova roupagem?

Eu uso bastante essas dicas nas minhas próprias redações, sejam


jurídicas ou não. Espero que ajudem, e também estão convidados a pedir
ajuda caso seja necessário.
Não se esqueçam de curtir o facebook do blog para acompanhar
novidades (na caixinha aqui abaixo) e seguir no instagram
(@voltaicchicc), até porque ajuda a pessoa escrevendo aqui.

Saudações! 

Mariló

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