Você está na página 1de 2

AULA #5 - 22mar01

Gestão Bancária, criação e destruição de depósitos e crédito


Mishkin cap.10

A operação de uma firma bancária com vistas a maximizar o retorno das aplicações
encontra duas peculiaridades: o risco individual de iliquidez e o risco sistêmico. O
caráter de bem público da estabilidade do sistema bancário é o principal fator por detrás
dos mecanismos de assistência de liquidez. De modo a entender o mecanismo é
importante entender o problema da gestão de riscos em condições de informação
assimétrica. Na aula passada examinamos de que forma o retorno total de um banco é
determinado a partir da rentabilidade dos seus ativos e do seu grau de alavancagem , que
determinam também seu grau de exposição ao risco.O balancete simplificado de um
banco comercial é o seguinte:

Ativo Passivo
Encaixes (caixa+reservas no Bacen) Depósitos
Empréstimos interbancários Depósitos Interbancários
Empréstimos Empréstimos de redesconto
Títulos Capital e Reservas

1. O retorno de um banco não pode, assim, ser dissociado dos riscos que corre.

Riscos do banco: iliquidez, inadimplência e insolvência. O controle do grau de


alavancagem, os encaixes compulsórios, as reservas de provisão para inadimplência e o
requisito de capital mínimo, além da auditoria independente das contas do balanço são
assim, elementos de controle externo da atividade bancária. Relação com a política
monetária: deve o controle dos riscos dos bancos ser atribuído ao Banco Central?
Bancos versus instituições múltiplas.

2. Gestão interna de risco: medidas e controles de “descasamento”. Operações


para controlar a exposição do banco a riscos indesejáveis.

Ativo Passivo
Reservas Depósitos pré
Títulos e empréstimos pré Depósitos e outros passivos pós
Títulos e empréstimos pós Capital e Reservas

Medidas de sensibilidade do balanço do banco a movimentos de juros

gap = medidas de descasamento em juros = diferenças entre ativos e passivos sensíveis


a juros (refinamentos: segmentação dos riscos, buckets)

duration = O conceito geral é sensibilidade do valor de mercado de um título a variação


na taxa de juros a partir da vida média do fluxo de caixa do ativo. É a razão entre a
média dos vencimentos ponderados pelos respectivos valores presentes, e o valor
presente do ativo. A duration do ativo de um banco é tipicamente maior do que a
duration do passivo o que significa que o patrimônio do banco costuma diminuir
quando as taxas de juros sobem. O que quer dizer isso acerca da função de
transformação de passivos desempenhada pelo banco?
Há várias operações com derivativos para limitar o risco de forma a corrigir os
descasamentos e proteger os balanços de mudanças bruscas diante de eventos
exógenos. Um exemplo são as vendas de ativos e passivos, permanentes ou com
compromissos de recompra, outro são as operações com swaps – trocas de posição
pré e pós entre instituições bancárias como forma de reduzir a sensibilidade do banco
à variações dos juros. (descrição completa no cap10).

Além do controle dos “descasamentos” (que podem ser estendidos a outras formas,
como o “descasamento de moedas”, que requerem controles diversos em mercados
com mais de uma moeda na qual os empréstimos e depósitos são denominados),
entretanto, os bancos precisam cuidar de ter manter sob controle o risco de
inadimplência, para manter dentro de limites o risco do ativo. Este será o tópico em
questão na próxima aula.

Você também pode gostar