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Sustentabilidade e Gestão da

Edificação em BIM

Brasília-DF.
Elaboração

Inara de Camargo Gomes

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7

UNIDADE I
SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM........................................... 9

CAPÍTULO 1
APLICAÇÕES E DEFINIÇÕES DA SUSTENTABILIDADE EM PROJETOS.............................................. 9

CAPÍTULO 2
MÉTODOS PARA IDENTIFICAR PROBLEMAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO............................... 31

UNIDADE II
SUSTENTABILIDADE, UTILIZANDO A MODELAGEM BIM............................................................................. 42

CAPÍTULO 1
REQUISITOS PARA A MODELAGEM DA INFORMAÇÃO DA CONSTRUÇÃO.................................. 42

UNIDADE III
GESTÃO DE EDIFICAÇÕES INTEGRADA A MODELAGEM BIM.................................................................. 50

CAPÍTULO 1
NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO DA MODELAGEM DA INFORMAÇÃO DA CONSTRUÇÃO............. 50

CAPÍTULO 2
MODELAGEM DA INFORMAÇÃO DOS PROJETOS SUSTENTÁVEIS............................................... 57

UNIDADE IV
APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE....................................................... 63

CAPÍTULO 1
IMPLANTAÇÃO DO BIM EM UM PROJETO................................................................................. 63

CAPÍTULO 2
SOFTWARES PARA SEREM UTILIZADOS PARA IMPLANTAÇÃO DO BIM A FAVOR DA
SUSTENTABILIDADE................................................................................................................. 74

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 84
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

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Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

5
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Atualmente, com os impactos causados pelos fenômenos climáticos em conjunto
com os problemas ambientais constantes que acontecem no planeta, faz com que se
aumente a busca por novas tecnologias que atendam às necessidades, causando o
mínimo de impacto sobre o meio ambiente.

Na área da construção civil não é diferente, dados indicam que aproximadamente 30 a


40% do lixo são recorrentes da construção civil, com isso surge uma imensa busca por
construções mais sustentáveis, construções que impactem o quanto menos no ambiente
ao qual será inserida.

A busca por este menor impacto gera mudanças na racionalidade de utilização de


materiais e energia, educação para a mão de obra, entre outros.

A maioria conservadora no setor é o grande empecilho contra obras mais sustentáveis,


isto se justifica pela falta de cultura do setor que não se preparou para mudanças, devido
à falta de dados e quantificações comprobatórias que mostrem os benefícios alcançados
com a utilização de obras sustentáveis, entre outros.

Para se quantificar as possibilidades de sustentabilidade que podem vir a ser aplicadas


em um edifício, se faz necessário tempo e atuação de múltiplos funcionários.

A utilização do processo “Building Information Modelling” ou mais conhecido como


BIM possibilita realizar uma avaliação total da obra e na qual o tempo está a favor, na
fase de projeto por exemplo.

Sua aplicação quando todos os profissionais estão devidamente gabaritados para


trabalharem juntos é muito eficaz e satisfatória, e é exatamente neste ponto que
existe um déficit muito grande dos profissionais que não conseguem administrar
simultaneamente o processo devido a falhas já no começo de sua execução, como por
exemplo, projeto em si. Também podemos apontar as particularidades de cada software
e também algumas restrições de integração em alguns casos na plataforma IFC.

Mas temos que nos aprofundar no assunto e levá-lo ao alcance de todos os profissionais,
pois este é o futuro de um projeto, com ele podemos ter acesso e controlar todo o ciclo
de vida do empreendimento.

Podemos citar que através deste processo temos o total controle sobre concepção,
elaboração e detalhes de todos os projetos de todas as áreas envolvidas no processo.

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Além de ter todos os detalhes sobre o orçamento da obra, seu planejamento e execução,
manutenção desta e, por fim, a demolição (MANZIONE, 2013).

Contamos, atualmente, com uma infinidade de softwares e plataformas que nos


ajudam no desenvolver do processo BIM. Através destes podemos traçar o modelo 3D
paramétrico, neste temos todas as informações sobre a obra de diferentes áreas como
hidráulica, elétrica arquitetônica, estrutural.

Aplicar o processo BIM à construção sustentável é com toda certeza trazer resultados
satisfatórios, tanto para o profissional, para o cliente quanto para o meio ambiente em
que vivemos. Podemos nos arriscar a dizer que o processo BIM chegou para ficar e o
profissional que trabalha com este processo com certeza já está engajado ao futuro do
setor e à frente de muitos que ainda têm pensamentos ultrapassados.

A partir de agora, entenderemos o conceito de sustentabilidade, sua aplicação no setor


de construção civil e o casamento entre o processo BIM e a sustentabilidade, gerando
benefícios para quem constrói, quem planeja e para o planeta.

Objetivos
»» Apresentar conceitos de sustentabilidade aplicados ao setor da
construção civil.

»» Apresentar como o processo BIM pode ser um grande aliado neste


novo conceito de redução de recursos naturais.

»» Elucidar quanto à utilização da melhor forma para se conseguir


resultados satisfatórios.

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SUSTENTABILIDADE
DEFINIÇÕES E UNIDADE I
APLICAÇÕES ALIADAS
À PLATAFORMA BIM

Nesta primeira unidade entenderemos o conceito de sustentabilidade e como


aplicá-lo dentro do setor de construção civil, por fim entenderemos como a
plataforma BIM pode auxiliar neste processo de redução de recursos naturais e de
que forma pode trazer resultados satisfatórios para o meio ambiente.

CAPÍTULO 1
Aplicações e definições da
sustentabilidade em projetos

Breve histórico do contexto da construção civil


e sustentabilidade
Os seres humanos no decorrer da história utilizam uma variedade imensa de recursos
e de técnicas em diversos meios. Estes conhecimentos adquiridos por uns são passados
a outros através do patrimônio cultural e aqui já chamam atenção de programas de
gestão e estratégias ligadas à área ambiental com o intuito de um desenvolvimento
sustentável.

Temos que o projeto é todo correlacionado ao redor da economia, ou seja, de acordo


com o custo de materiais, métodos de construção, execução etc.

Ao término da Revolução industrial, com o uso de novos materiais como pré-fabricados,


por exemplo, houve uma abertura para certo progresso na área de tecnologias que
significou buscar fontes além das apresentadas pela natureza. Com isso, foi possível
reduzir os custos nas construções, diminuir o tempo para a execução.

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UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

Com a revolução industrial tivemos países que antes eram totalmente voltados à
agricultura se tornarem grandes potências industriais. Decorrentes vieram os estudos
científicos e a união destes resultou em um grande avanço (ISOLDI, 2007).

Com todas estas mudanças foi estabelecido que tudo deveria, de certa forma, ser
lucrativo e gerar um crescimento econômico.

Durante os séculos XIX e XX temos nitidamente um cenário de busca por lucros e


progresso tecnológico visando sempre uma maior participação no mercado. Este avanço
permitiu que o setor de construção civil se desenvolve em grande escala, superando
os limites humanos, com projetos ousados e utilizando muita tecnologia passando a
utilizar 50% dos recursos mundiais, aqui fica evidente que não se pensava nem um
pouco em sustentabilidade.

Foi na década de 70 que este tipo de processo começou a decair, já que sempre foi
levado em conta somente o lucro em cima de novas tecnologias, começou-se a discutir
o impacto sobre o meio ambiente, os recursos não serem infinitos e com isso iniciou-se
a busca por alternativas que melhor se encaixassem ao atual cenário.

Temos na década de 80 a criação da Comissão Mundial sobre Ambiente e


Desenvolvimento (WCED), cuja finalidade era obter estratégias de longo prazo a fim
de se estabelecer um desenvolvimento sustentável para o ano 2000. E é a partir desta
comissão que é estabelecido o primeiro relatório, relatório de Brundtland sobre o
conceito de desenvolvimento sustentável, que estabeleceu a utilização em grande escala
de recursos naturais e o grande estrago que isso significaria para o mundo, propondo
soluções a curto e longo prazo envolvendo tarefas comuns a todos do planeta.

Sequente temos nos anos noventa a realização da Cúpula da Terra, sendo esta a segunda
conferência ambiental realizada pela ONU, ela aconteceu no estado do Rio de Janeiro
e é conhecida como RIO-92 ou Eco-92, esta conferência reuniu entidades ambientais
e líderes mundiais que verificaram as leis e normas que dizem respeito à proteção
ambiental.

Foi nesta conferência que cinco importantes documentos foram realizados, como a
Agenda 21 que contém recomendações sobre a conservação do planeta e estabelece
metas para a exploração sustentável dos recursos.

Com isso, cada país teve a possibilidade de criar a sua Agenda-21 e assim estabelecer
metas e planos de ação para evitar mais problemas ambientais a curto e longo prazo.

Temos aqui em nosso país a formação da Comissão de Política de Desenvolvimento


Sustentável ou também conhecido CPDS.

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SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

Mas foi em Kyoto, em 1997, que foi assinado o tratado mais importante da história,
referente à proteção ambiental, o conhecido e famoso Tratado de Kyoto. Nele, 55% dos
países do planeta deveriam afirmar compromisso de diminuir a produção de gás efeito
estufa.

Já em 2007, com o Painel de Mudanças Climáticas da ONU, IPCC, e o ex vice presidente


norte-americano Al Gore em conjunto ganham o Nobel da Paz pelos estudos realizados
a fim de espalhar conhecimentos sobre a influência do homem sobre o clima do mundo,
e aqui é o estopim para que a sustentabilidade fosse realmente levada a sério por todos.

Afinal, o que é sustentabilidade?


Este conceito muito utilizado atualmente está ligado diretamente ao desenvolvimento
sustentável, portanto sustentabilidade é um aglomerado de estratégias, ideias projetos
etc., que são ligadas à preservação dos recursos naturais levando em consideração
possibilidades economicamente viáveis, socialmente justas e culturalmente corretas.

Sua utilidade principal é garantir que os recursos naturais não sejam extintos no
planeta, sendo que propõem soluções ecologicamente corretas para o desenvolvimento
da sociedade.

Podemos definir muitos conceitos diretamente conectados à sustentabilidade como,


por exemplo:

»» Crescimento sustentado: representa um aumento na economia de forma


clara e segura.

»» Gestão sustentável: organizar de forma clara uma organização levando


em consideração todos os fatores que a englobam, sempre pensando no
meio ambiente.

Deixaremos clara aqui a diferença entre sustentável e sustentado. No primeiro temos


que sustentável quer dizer que existe uma possível forma de sustentação, enquanto
que sustentado significa algo que já está sendo realizado, que a sustentação já está
sendo feita.

Tipos de sustentabilidade

Ambiental e ecológica
Este específico tipo de sustentabilidade é ligado diretamente ao ecossistema do
planeta em harmonia com a população mundial, ele se preocupa com a manutenção
do meio ambiente para o planeta.

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UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

Aqui temos um conjunto de ações como a separação do lixo orgânico do que pode ser
reciclado, métodos para evitar poluição dos rios e riachos; evitar desastres ecológicos
como desmatamentos, queimadas etc.

Com o conceito de sustentabilidade podemos, em longo prazo, estabelecer formas de


atender o que é necessário sem comprometer as necessidades de gerações futuras.

Este é o maior desafio atual, conseguir estabelecer e com isso preservar o padrão de
vida que vivemos sem esgotar os recursos naturais do planeta.

Empresarial
Atualmente, as empresas buscam atender os conceitos de sustentabilidade como
uma forma de marketing comercial desta. Com o mercado cada vez mais acirrado,
o conceito de sustentabilidade está diretamente ligado à responsabilidade social e
tornou-se fator decisivo em disputas comercias por clientes.

A população, de um modo geral, busca por empresas que pratiquem a sustentabilidade


e a empresa que a pratica além de marketing comercial também tem uma
sustentabilidade econômica que faz com que sejam realizados incentivos econômicos
às pessoas, gestão melhor da parte natural da empresa.

Social
Aqui temos um grupo de medidas que apresentam um equilíbrio e um bem-estar à
sociedade. Seus objetivos são:

»» Ajudar a sociedade que apresenta más condições de vida.

»» Diminuir índices de desigualdades sociais.

»» Diminuir índices de violência.

»» Aumento do ensino público com qualidade.

Podemos destacar entre os diversos conceitos aplicados dentro da sustentabilidade


social o investimento ao saneamento básico para população; programas culturais e de
qualificação profissional, entre outros.

Econômica
Atende ao desenvolvimento econômico buscando sempre estratégias para melhor
atender, não fomentando impactos ambientais e atingindo a qualidade de vida da
sociedade.

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SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

Podemos destacar como ações que podem ser consideradas como sustentáveis no
plano econômico o estudo e incentivo à utilização de energias renováveis e fiscalização
a crimes ambientais.

Sustentabilidade: exemplos de ações para


atingir com sucesso
São algumas ações que sozinhas ou em conjunto favorecem a sustentabilidade como
um todo, abaixo citaremos algumas delas:

»» Utilizar fontes de energias renováveis e limpas.

»» Evitar desperdício de água.

»» Preservar áreas verdes.

»» Racionalizar e manter o controle sobre explorações de recursos minerais


como carvão, petróleo etc.

»» Realizando estratégias que favoreçam menos impacto ao meio ambiente.

»» Fazer com que a produção e o consumo de alimentos orgânicos cresçam.

»» Fazer com que a utilização de tecnologias que usam fontes de energias


renováveis seja maior.

»» Aumentar a reciclagem e coleta seletiva do lixo.

»» Aumentar o consumo de produtos biodegradáveis.

Pontos favoráveis da sustentabilidade


Podemos dizer que com a aplicação e ações sustentáveis a qualidade de vida da
população como um todo tende sempre a ser melhor.

Dentro dos resultados que a sustentabilidade é capaz de oferecer ao planeta


podemos destacar:

»» Menor poluição de rios, terra e da atmosfera.

»» Recursos naturais preservados.

»» Qualidade de vida para todos sem que o meio ambiente seja afetado.

»» Reduzido ou extinto o impacto ambiental.

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UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

Tripé da sustentabilidade
Na figura abaixo podemos ver o tripé da sustentabilidade.

Figura 1. Tripé da sustentabilidade.

Ecológico

Suportável Viável

Sustentável

Social Equitativo Econômico

Fonte: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/materias/imagens/02012_02.jpg>.

Também conhecido como Triple Bottom Line ou People, Planet, Profit, aqui temos
claro o conceito de sustentabilidade sendo sustentado por três pilares distintos:

»» Ambiental.

»» Econômico.

»» Social.

Alguns consideram que os aspectos tecnológicos e culturais também fazem parte como
complementos e manutenção da sustentabilidade.

Com a união de todos estes aspectos, conseguimos visualizar o que é sustentabilidade.

Ecologicamente correto
Este termo se refere ao aspecto ambiental, nada mais é do que a real importância do
meio ambiente no decorrer do desenvolvimento da humanidade.

Sendo que qualquer que seja a ação que gere aspectos negativos, esta deve ser evitada,
como por exemplo, o grupo social pensar em alternativas para desgaste de recursos
naturais.

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SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

Economicamente viável
Este termo se refere ao aspecto econômico do tripé da sustentabilidade, por exemplo,
indústrias que investem a favor do bem-estar social e ambiental.

Com isso, podemos concluir que a sustentabilidade não exprime somente o bem-estar
social, mas também o desenvolvimento econômico.

As empresas precisam gerar lucros, mas sempre devem estar em conjunto com ações
que não interfiram no meio ambiente.

Socialmente justo
Aqui a referência é o social, sendo importante como o ser humano em geral é tratado,
seja dentro de uma empresa, seja pela sociedade. O foco principal é a valorização da
qualidade de vida das pessoas de forma ambiental e econômica.

Portanto, ser socialmente justo é valorizar não somente o público-alvo em questão,


mas também garantir um desenvolvimento social e pessoal de todos que estão
envolvidos no processo.

Sustentabilidade em projetos de construção


Atualmente, temos que o setor de construção civil é o responsável por 5% do produto
interno bruto (PIB) e de acordo com Costa (2014) emprega mais de dois milhões de
trabalhadores.

Conforme Gehlen (2008), em contrapartida temos que o setor é um dos mais


retrógrados quanto a mudanças, isto se dá ao fato de casos como:

»» Pouca renovação nos conhecimentos adquiridos.

»» Não permitir mudanças em seus processos.

»» Demora na aceitação de novas tecnologias.

»» Falta de experiências em obras, entre outros.

E com o cenário em que vivemos, ou seja, a necessidade de adaptações constantes


faz com que o setor da construção civil literalmente corra atrás do tempo perdido.

Atualmente, uma obra não pode mais gerar tantos entulhos, por exemplo, há uma
necessidade crescente de se controlar ao máximo os impactos ambientas sejam eles
de curto ou de longo prazo. Com isso, temos a busca por ferramentas que auxilie nesta
mudança de comportamento da melhor forma possível.
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UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

Em um projeto contamos com materiais, custos, métodos construtivos e sistemas a


serem utilizados bem definidos.

Com o término da revolução industrial o setor da construção civil teve muitas


tecnologias novas sendo aplicadas e, com isso, surgiram novos materiais como
pré-fabricados, por exemplo, ela abriu caminho também para que se chamasse de
progresso tecnológico no setor.

Construção sustentável
Temos que o termo construção sustentável surgiu para detalhar a real
responsabilidade da indústria de construção civil no que se refere aos objetivos
impostos pela sustentabilidade.

O impacto que a indústria de construção civil faz sobre o meio ambiente alerta para
que mudanças sejam realizadas o mais rápido possível. A princípio, as tecnologias
foram comparadas a fim de saber exatamente os pontos que deveriam ser revistos
e trabalhados para atingir a sustentabilidade no setor. Para que isso ocorresse, foi
necessário alterar processos de construção e com isso houve mudanças nos fatores
competitivos: custo, tempo e qualidade. Na figura abaixo podemos verificar os novos
aspectos a serem levados em consideração na indústria da construção civil.

Figura 2. Fatores a serem considerados para atingir sustentabilidade no setor da construção civil.

Escopo
Stakeholders Tempo

Aquisição Custo
Integração
Riscos Qualidade

RH Comunicação

Fonte: <www.diegomacedo.com.br/gerenciamento-da-integracao-pmbok-5a-ed/>.

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SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

Antigamente, o conceito de construção competitiva nada mais era do que ter o nível de
qualidade exigido pelo projeto utilizando sistema de construção que fosse eficaz para o
tempo de construção que retornava o investimento rapidamente.

Aqui no Brasil, temos o setor de construção civil como um dos mais fortes setores da
economia e consequentemente o que mais influencia sobre o meio ambiente em que
esta está inserida, já que além da mão de obra, também continua a utilizar os sistemas
de construção tradicionais que utilizam excessivos recursos materiais, energéticos e por
consequência produzem muito resíduo.

De acordo com Valoto e Andrade (2011), 40% da extração de recursos naturais são
destinados à indústria da construção, sendo que 50% da energia gerada é usada para
o funcionamento das edificações e 50% dos resíduos sólidos urbanos são gerados pelo
setor da construção civil.

Com estes dados assustadores, as discussões sobre os problemas ambientais que


englobam o setor cresceram e a busca por tecnologias e inovações que atendam esta
carência está a todo vapor.

A utilização de fontes energéticas que gerem menores poluentes ou que produzam o


mínimo de produtos que agridem o meio ambiente são fatores que devem ser levados
em consideração pelo setor de construção civil.

A prática de construções sustentáveis além de refletir e aumentar a visibilidade da


empresa e aspectos econômicos relevantes, também influencia aspectos sociais e no
meio ambiente quando pensamos como um todo.

No mercado atual, temos uma visão de quanto esta prática sustentável vem
aumentando no decorrer dos anos frente ao mercado consumidor que exige
atualmente a prática de edificações sustentáveis. Frente a este cenário devemos
buscar novos modelos, projetos e formas de gerenciar obras, buscando soluções
ecologicamente corretas e viáveis para a edificação como um todo.

Conforme Motta e Aguilar (2008), muitas instituições mostram princípios que são
básicos para a construção sustentável como os apresentados pelo Conselho Brasileiro
de Construção Sustentável:

»» Utilizar as condições naturais do local onde será realizada a obra.

»» Projeto visando integrar a construção ao meio ambiente natural e tentar


utilizar o mínimo de área do terreno possível.

»» Averiguar todo o contorno onde será realizada a construção.

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UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

»» Promover o mínimo de impactos ao entorno. Ex: concentração de calor,


sensação de bem-estar, paisagens etc.

»» Realizar qualidade ambiental externa e interna.

»» Promover uma gestão sustentável da implantação da obra.

»» Preparar a adaptação do projeto às necessidades do usuário pensando no


presente e futuro.

»» Utilização de matérias-primas que tenham histórico de contribuir para o


meio ambiente.

»» Diminuir a utilização de energia.

»» Diminuir a utilização de água.

»» Diminuir os resíduos sólidos gerados na obra.

»» Utilizar novas tecnologias sempre que for possível.

»» Realizar educação e conscientização quanto aos aspectos ambientais que


envolvem o processo.

De acordo com a Câmara da Indústria da Construção (2008):

“Construção sustentável nada mais é do que o processo holístico


para restabelecer e manter a harmonia entre os ambientes natural e
construído e criar estabelecimentos que confirmem a dignidade humana
e estimulem a igualdade econômica”.

Com essa definição, podemos verificar que esta coloca como fatores principais aproveitar
da melhor forma possível os recursos naturais como:

»» Luz.

»» Calor.

»» Ventilação etc.

Este tipo de verificação e mudança gera grandes benefícios à obra ao mesmo tempo em
que não geram muitos custos adicionais ao projeto e por consequência não causa um
aumento exorbitante no custo final desta.

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SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

Condições para desenvolvimento de projetos


sustentáveis
De acordo com a Câmara da Indústria da Construção (2008), são três pré-condições
pra que se inicie um projeto sustentável realmente, são elas:

Primeira condição

Qualidade acima de tudo. A busca pela qualidade no projeto deve ser primordial e
mantida durante todo o processo. Temos que ter em mente que a gestão da qualidade
é essencial para que uma obra seja sustentável, já que a qualidade é um estimulante
natural para melhorias constantes em processos como, por exemplo, que estejam
diretamente ligados ao consumo de recursos naturais.

Segunda condição

A informalidade não se assimila à sustentabilidade. É de suma importância que os


fornecedores de serviços e materiais como toda a equipe envolvida seja selecionada
com critérios estabelecidos e parâmetros a serem seguidos. Faz-se necessário garantir
que toda a empresa desde a seleção de fornecedores até a mão de obra do projeto esteja
engajada e dentro destes padrões pré-estabelecidos, só assim podemos assegurar que a
obra é legítima e segue padrões de qualidade voltados à sustentabilidade.

Terceira condição

Utilização de inovações tecnológicas. Sempre buscar a aplicação de novas tecnologias


quando houver a possibilidade. Se no projeto não houver a possibilidade da utilização
de novas tecnologias, buscar outras soluções condizentes.

É de suma importância que as empresas tenham acesso a novas tecnologias, seja


através de parcerias ou agentes promotores dentro da cadeia de produção. Estas novas
tecnologias abrangem materiais, equipamentos, capacitação de mão de obra, entre
outros. Com isso, temos que a sustentabilidade une social econômico e ambiental,
enfatizando a necessidade de se aprimorar com novas tecnologias.

Dessa forma, podemos dizer que estrategicamente quando pensamos em


sustentabilidade devemos nos ater para ações pontuais, porém estas devem ser feitas
de forma global para que assim atenda aspectos sustentáveis como um todo.

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UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

Aqui no Brasil, podemos afirmar que o termo sustentabilidade ainda é recente e


com a gestão ambiental e a preocupação com a responsabilidade social aumentando
nas empresas faz com que se concretize que este desenvolvimento sustentável só
tende a aumentar gradativamente no decorrer dos anos (ARRUDA et al., 2012).

Esta responsabilidade social presente nas empresas a cada dia e com maior
participação é um compromisso firmado entre a empresa e o bem-estar da sociedade e
da organização. Este tipo de responsabilidade é construído por gestores e funcionários
engajados com este propósito de repassar condutas éticas, atendimento a leis e
bem-estar social da organização e todos os envolvidos com esta (CÔRTES et al., 2011).

A gestão dos códigos de conduta dentro da empresa é imprescindível para que as


atividades sejam executadas de forma correta e os objetivos sejam alcançados.

Portanto, podemos afirmar que a sustentabilidade está diretamente relacionada à


estratégia que a empresa adota, seu planejamento e gestão que inclui os fatores já
impostos.

Gestão ambiental na construção civil


Com as atuais conjunturas que envolvem as questões ambientais os gestores têm
aprimorado nas empresas programas e medidas que reduzem resíduos, consumo de
energia e água etc., embasados em novas tecnologias que surgem a todo o momento,
sempre buscando as que mais se aplicam a cada caso. Com isso, podemos ver no
cenário empresarial a possibilidade de gerar lucros e ao mesmo tempo proteger o meio
ambiente como um todo e, por fim, estas medidas trazem também uma imagem melhor
da empresa perante a sociedade.

Temos que a quantificação e identificação dos possíveis impactos ambientais é adotada


como uma política ambiental onde se pode quantificar as consequências que podem
levar a tal processo quando pensamos no meio ambiente.

Estabelecidas através da Resolução no 307/2002 pelo CONAMA as diretrizes para a


gestão do meio ambiente. Quando falamos de construção civil a resolução cita a gestão
de resíduos sólidos gerados nas obras, que podem gerar benefícios tanto na ordem de
custos quanto social, educativa e ambiental.

Agora vamos citar algumas resoluções, selos, leis que foram incorporadas nos últimos
anos com o princípio de orientar as empresas para desenvolver negócios e aplicar
gestão ambiental em seu cotidiano.

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SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

Selo PROCEL
Este selo trata-se de um certificado voltado para economia de energia, foi
desenvolvido pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – Procel,
que é coordenado pelo Ministério de Minas e Energia – MME. Tem como objetivo
mostrar ao consumidor os índices de eficiência energética, com isso gerando ao
consumidor um poder de escolha embasado na economia de sua futura conta
energética. Seu principal objetivo é mostrar ao consumidor, no ato da compra,
que produtos apresentam os melhores índices de eficiência energética, dando
oportunidade de escolha baseada na economia de sua conta de energia elétrica.
Dessa maneira, também ocorre um estímulo de produção e comércio de produtos
que apresentem maior eficiência.

Construção sustentável
De acordo com o Programa Minha Casa Minha Vida, incentiva a instalação de
equipamentos de aquecimento solar de água nas construções de habitação para
populações de baixa renda e a utilização de medidores individualizados de água e gás e
redutores de consumo de água.

Resíduos sólidos
Contamos com uma Política Nacional de Resíduos Sólidos ou PNRS que entrou
em vigor de acordo com a Lei no 12.305/2010, esta cita as responsabilidades
compartilhadas entre todos estes atores para a redução da geração e correta
destinação dos resíduos sólidos. Esta lei diz que a logística reversa deve ser aplicada
e com isso os padrões mais sustentáveis de produção são exigidos.

Certificações na construção civil


Com a busca pela sustentabilidade, as empresas estão empenhadas em certificarem
SUS unidades, já que o mercado cada vez fica mais exigente neste quesito. Certificações
quanto à:

»» Qualidade.

»» Segurança e saúde no trabalho.

»» Gestão ambiental.

»» Responsabilidade social.

21
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

Estes tipos de certificações podem ser tanto a nível nacional quanto à internacional e
trazem benefícios para todos.

Vamos verificar algumas normas que são utilizadas para tais fins.

NBR ISO 9001: 2008

Através desta norma temos a implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade que


tem por finalidade otimizar diversos processos na organização através da melhoria
contínua de produtos e serviços, e com isso aumentar ganho de visibilidade frente ao
mercado.

OHSAS 18001: 2007

Esta norma diz respeito à segurança e saúde ocupacional, seu principal objetivo é
fazer com que sejam cumpridos os procedimentos e cuidados referentes à saúde e à
segurança do empregado (CÔRTES et al.,2011).

ISO 14000: 2004

Esta norma cria especificações referentes a gerenciamento ambiental, definindo como


serão as políticas e objetivos que devem ser levados em consideração quando o assunto
é impacto ambiental. Ela abrange o meio ambiente de forma geral, promove a proteção
do meio ambiente com a imposição de redução de poluição, através de todo processo
produtivo visando melhoria contínua, controle de insumos, matérias primas e evitando
uso em excesso de recursos naturais.

ISO 26000: 2010

Através desta norma é estabelecido padrão internacional para gestão sistêmica e a


importância da mesma para empresa e partes interessadas. Aqui no Brasil, contamos
com a NBR 16001: 2007, podemos nos orgulhar já que o Brasil é um dos poucos países
com uma norma nacional sobre o tema e responsabilidade social.

Modelos de certificações no Brasil


O setor da construção civil está literalmente correndo atrás do prejuízo, enquanto
vários setores já se adequaram à sustentabilidade e seus conceitos, o setor está em
transformação e absorção de novos conceitos gerenciais, afinal o público está mais

22
SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

exigente, a concorrência está cada vez mais acirrada e não se adaptar às novas exigências
significa fechar as portas (CÔRTES et al., 2011).

Estes tipos de adaptações e mudanças geram custos e isso é um grande empecilho


para atrair as construtoras num primeiro momento para buscarem selos verdes em
suas edificações. Mas temos que ter em mente que em longo prazo estes irão gerar a
redução dos custos de operação e como consequência reduzirá os impactos ambientais,
tornando-se assim extremamente vantajoso.

No Brasil, temos o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável órgão responsável


pelo setor e que defende a certificação como essencial para a gestão sustentável de uma
edificação.

Cada gestor deve detalhar todo o projeto, atentando para riscos ambientais, saúde,
segurança do trabalho e socioculturais de maneira que atenda todos os quesitos de
forma eficiente. E com isso, aumentando a qualidade do produto final.

Após várias iniciativas para promover a construção sustentável no sentido de preservar


o meio ambiente podemos citar como a principal o sistema de certificação ambiental
nas edificações sustentáveis. A certificação quanto à sustentabilidade da edificação é um
eficiente medidor de quão segura e saudável é uma construção, colaborando diretamente
para que o gestor da obra entregue um produto com qualidade ao consumidor.

Para aplicar tal sistema de certificação alguns passos devem ser seguidos embasados
em certificações mundiais dos chamados selos verdes para construções sustentáveis.
Abaixo, podemos visualizar os nove passos mais importantes:

»» Plano Sustentável da obra.

»» Aproveitamento passivo dos recursos naturais.

»» Eficiência energética.

»» Gerenciamento e economia da água.

»» Gerenciamento dos resíduos das edificações.

»» Qualidade do ar e do ambiente interior.

»» Utilização de conforto termo acústico.

»» Utilização racional de materiais.

»» Uso de produtos e tecnologias que conciliem com sustentabilidade.

23
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

Aqui é corriqueiro encontrar empresas em busca de selos verdes, com o propósito de


destaque positivo frente à sociedade. Já no cenário mundial, o número de selos verdes
é bem expressivo se comparado ao Brasil, listaremos a seguir as certificações que estão
crescendo no meio empresarial do Brasil:

Selo casa azul da Caixa


O selo criado pela Caixa Federal é exclusivo a empreendimentos imobiliários. Trata-se
de um método classificatório para fatores socioambientais de projetos habitacionais
que são financiados pela Caixa Econômica que tem por finalidade o reconhecimento de
projetos com propostas eficientes e sustentáveis para suas edificações, com isso criando
um incentivo da utilização racional de recursos naturais e a melhoria da qualidade da
habitação e de seu entorno.

O selo exige que a construção seja aprovada a partir da análise de 53 critérios, entre
obrigatórios e de livre escolha, divididos em seis categorias: qualidade urbana, projeto
e conforto, eficiência energética, conservação de recursos materiais, gestão da água e
práticas sociais. A verificação dos critérios acontece durante o acompanhamento da
obra e as classificações variam de acordo com o número de critérios atendidos, como
mostrado no quadro a seguir.

Quadro 1. Classificação e números de critérios necessários.

Classificação Critérios Necessários


Ouro 19 critérios obrigatórios + 12 livre escolha
Prata 19 critérios obrigatórios + 6 livre escolha
Bronze 19 critérios obrigatórios
Fonte: Selo Casa Azul, 2010.

Na figura abaixo encontram-se as logomarcas que representam a classificação do Selo


Casa Azul da Caixa Federal.

Figura 3. Logomarcas do Selo Casa Azul da Caixa Federal.

CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO


SUSTENTÁVEL SUSTENTÁVEL SUSTENTÁVEL

Fonte: <https://slideplayer.com.br/slide/6996087/22/images/16/Constru%C3%A7%C3%B5es+Sustent%C3%A1veis.jpg>.

24
SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

LEED

Este selo que é obtido pela Green Building Council Brasil tem como significado
Leadership in Energy and Environmental Design, trata-se de um sistema internacional
de certificação com orientações para edificações em geral, ele já é utilizado em 143
países, e tem como função incentivar projetos e obras com foco em sustentabilidade.
A avaliação do imóvel é realizada de acordo com:

»» Eficiência energética e da atmosfera.

»» Eficiência no uso de água.

»» Qualidade ambiental interna.

»» Inovações e processos.

»» Desempenho sustentável.

»» Materiais e recursos.

»» Processos e créditos de prioridade regional.

O tipo de classificação fica a cargo da comparação com o desempenho ambiental entre


empreendimentos de mesma categoria, sendo que cada tipo de categoria indica uma
certificação. Nos quadros 2 e 3 a seguir podemos verificar os tipos de critérios de
avaliação.

Quadro 2. Descrição de cada critério de avaliação.

Critério de Avaliação Descritivo


Encoraja estratégias que minimizam o impacto no ecossistema durante a implantação da
Sustainable sites (Espaço Sustentável) edificação e aborda questões fundamentais de grandes centros urbanos, como redução do
uso do carro e das ilhas de calor.
Waterefficiency (Eficiência do uso da Promove inovações para o uso racional da água, com foco na redução do consumo de água
água) potável e alternativas de tratamento e reuso dos recursos.
Promove eficiência energética nas edificações por meio de estratégias simples e inovadoras,
Energy &atmosphere (Energia e
como por exemplo, simulações energéticas, medições, comissionamento de sistemas e
Atmosfera) utilização de equipamentos e sistemas eficientes.
Encoraja o uso de materiais de baixo impacto ambiental (reciclados, regionais, recicláveis,
Materials&resources (Materiais e
de reuso etc.) e reduz a geração de resíduos, além de promover o descarte consciente,
Recursos) desviando o volume de resíduos gerados dos aterros sanitários
Promove a qualidade ambiental interna do ar, essencial para ambientes com alta
Indoor environmentalquality (Qualidade permanência de pessoas, com foco na escolha de materiais com baixa emissão de
ambiental interna) compostos orgânicos voláteis, controlabilidade de sistemas, conforto térmico e priorização de
espaços com vista externa e luz natural.

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UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

Critério de Avaliação Descritivo


Incentiva a busca de conhecimento sobre Green Buildings, assim como, a criação de
Innovation in design or innovation in
medidas projetuais não descritas nas categorias do LEED. Pontos de desempenho exemplar
operations (Inovação e Processos) estão habilitados para esta categoria.
Incentiva os créditos definidos como prioridade regional para cada país, de acordo com as
Regional priority credits (Créditos de
diferenças ambientais, sociais e econômicas existentes em cada local. Quatro pontos estão
Prioridade Regional) disponíveis para esta categoria.
Fonte: (CÔRTES et al., 2011).

Quadro 3. Níveis de certificação e pontuação.

Certificação Pontuação necessária


Platinum 80 +
Gold 60 - 79 pontos
Silver 50 - 59 pontos
Certified 40 - 49 pontos
Fonte: Selo Casa Azul, 2010.

Este sistema pode ser aplicado a qualquer tipo de construção em qualquer fase.

A seguir, na figura abaixo a logomarca do selo LEED que pode ser alcançada pelo
empreendimento. Sendo que para diferenciar platinum, gold, silver e certified somente
as cores são alteradas, a logomarca continua sendo a mesma.

Figura 4. Logomarca do selo LEED.

Fonte: <http://www.inovatechengenharia.com.br/cms/wp-content/uploads/2018/01/paraEdificios_Certificacoes_SeloLEED.jpg>.

Qualiverde

Este tipo de selo foi projetado pela Secretaria Municipal de Urbanismo em grupo
com a Prefeitura do Rio de Janeiro. O mesmo tem como função reduzir os impactos
ambientais através de concepções de benefícios fiscais e assim incentivando a prática
de construções sustentáveis. Na figura a seguir, podemos verificar o selo de qualificação
QUALIVERDE.

26
SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

Figura 5. Selo Qualiverde.

Fonte: <http://www.rio.rj.gov.br/igstatic/43/68/51/4368517.jpg>.

A edificação para garantir tal selo necessita de características específicas como aplicar
desempenho sustentável em relação à água, energia e características térmicas além
do projeto em si. O preenchimento de um formulário e entrega à prefeitura deve ser
realizado e depois avaliado pela comissão da Secretaria Municipal de Urbanismo e de
Meio Ambiente que irá fiscalizar a obra após sua conclusão.

Os critérios listados são examinados um a um e possuem pontuação distinta, cada


item da lista de critérios a atender possui uma pontuação exclusiva e a soma desta
pontuação significa que a edificação pode ser de dois níveis distintos:

»» Quando alcança 70 pontos é classificado como Qualiverde.

»» Quando alcança no mínimo 100 pontos se torna Qualiverde Total.

Como benefício gerado pelos selos, pode citar:

»» Desconto no imposto sobre serviço na obra também conhecido como ISS.

»» Isenção ou um desconto sobre o imposto predial e territorial urbano


(IPTU) durante a obra.

»» Desconto ou isenção no imposto sobre transição de bens imóveis (ITDB).

»» Desconto no IPTU da edificação.

Aqua

Nasceu da parceria entre a Cerqual que é um integrante do grupo Qualitel, grupo este
responsável por certificações de ambientes sustentáveis na França com a Fundação
Vanzolini que é referência em certificação de sistemas de gestão e produtos da construção
civil. Este tipo de certificação requer uma gestão do empreendimento SGE e que este
atenda a 14 categorias de qualidade ambiental QAE que são divididas em quatro grupos
distintos, listados a seguir na figura.

27
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

Figura 6. Grupos e categorias para se conseguir selo AQUA em um empreendimento.

• Relação do edifício com o seu entorno.


• Escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos.
Sítio e • Canteiro de obras com baixo impacto ambiental.
Contrução

• Gestão da energia.
• Gestão da água.
• Gestão dos resíduos de uso e operação do edifício.
Gestão • Manutenção - Permanência do desempenho ambiental.

• Conforto higrotérmico.
• Conforto acústico.
• Conforto visual.
Conforto • Conforto olfativo.

• Qualidade sanitária dos ambientes.


• Qualidade sanitária do ar.
Saúde • Qualidade sanitária da água.

Fonte: Autor, 2018.

Podemos dizer que cada uma das categorias pode ser classificada de acordo com o que
o gestor entender ser prioridade em seu empreendimento como base, Boas Práticas
e Melhores Práticas, dependendo exclusivamente do contexto e de sua estratégia
sustentável.

Para que um empreendimento receba o selo AQUA, ele precisa no mínimo ter
desempenho total em três categorias em nível de Melhores Práticas, 4 categorias no
nível Boas Práticas e por fim 7 categorias no nível Base. Na figura abaixo temos a foto
ilustrativa do selo AQUA.

Figura 7. Ilustração do selo AQUA.

Fonte: <https://vanzolini.org.br/aqua/wp-content/uploads/sites/9/2016/12/Selo_Processo_AQUA_Certificado.png>.

28
SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

Selo procel edificações

Este selo foi criado em 2014 e tem por finalidade identificar edificações que tenham
bom desempenho energético em uma categoria, o que faz com que o consumidor se
interesse pelo empreendimento e ao mesmo tempo motiva a população a procurar por
edificações com tais selos. Este selo é de adesão voluntária, para obtê-lo se faz necessário
que desde o projeto sejam realizados estudos de onde poderão ser implementados
melhores resultados com menores investimentos voltados ao desempenho energético
como consequência reduzindo a utilização de materiais e diminuindo os impactos
sobre o meio ambiente.

O selo ou etiqueta pode ser obtido em dois momentos:

1. Na fase inicial do projeto.

2. Após conclusão da construção da edificação.

Em edifícios públicos de serviço e comerciais passam por avaliação três sistemas:

»» Envoltória.

»» Iluminação.

»» Condicionamento de ar.

Já em unidades habitacionais são avaliados:

»» Envoltória.

»» Sistema de aquecimento de água.

O selo é emitido pela Eletrobrás Procel depois das edificações passarem por avaliação
do Organismo de Inspeção Acreditado (OIA) pelo Inmetro, com escopo de Eficiência
Energética em Edificações - OIA-EEE. Na figura abaixo, temos a etiqueta emitida que
garante a eficiência energética da edificação.

29
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

Figura 8. Etiqueta de eficiência energética PROCEL.

Fonte: <http://www.procelinfo.com.br/data/documents/storedDocuments/%7BEB3DAE90-58CB-48BF-86E9-
1CA876F683B0%7D/%7BAE1F89BF-F50C-40B3-80C5-7CDC9D9E8F6E%7D/C2.jpg>.

30
CAPÍTULO 2
Métodos para identificar problemas de
segurança do trabalho

Saúde e segurança do trabalho


Como comentamos anteriormente, sustentabilidade não é somente aplicar técnicas e
tecnologias para não interferir no meio ambiente, sustentabilidade também é ter saúde
segurança de trabalho, é cuidar também da parte social. Por isso, agora descreveremos
alguns dos mais importantes métodos para analisar riscos nesta área para serem
aplicados ao processo BIM mais adiante.

Método de análise de risco em SST

Neste método temos o bem-estar físico, mental e social do profissional. Engloba o local
de serviço, o meio que o rodeia de forma a prevenir acidentes e possíveis doenças que
possam acometer o profissional.

Aplicar este tipo de programa significa economizar com possíveis custos com os
profissionais e trazer efeitos positivos, já que melhora o estado de espírito destes, ao
terem o conforto e segurança necessária para realizarem suas tarefas com tranquilidade
e qualidade.

No setor da construção civil, através de referências bibliográficas conseguimos alcançar


os fatores e metodologias mais eficazes para serem utilizados quando pensamos em
profissionais envolvidos em obras relativas à construção civil.

Método 3P+I, Delphi

Neste método temos a elaboração e um quadro 3P+I que tem por finalidade gerenciar
a segurança do trabalho, temos os fatores de influência da segurança agrupados em
quatro grandes setores: política, incentivo, pessoal que são processos organizacionais e
processos que são técnicos.

Temos que ter em mente os colaboradores com atitudes incorretas podem vir a
provocar acidentes, e estes comportamentos são muito difíceis de serem controlados e
acompanhados. Com isso, o incentivo e capacitação dos profissionais torna-se de suma
importância para que o programa seja eficiente.
31
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

Para confecção do quadro, são realizados questionários que verificam o potencial de


cada processo encontrado na segurança do projeto.

O quadro 3P+I que é utilizado para gerenciar a segurança na construção é conduzido


por gerentes responsáveis pelo projeto.

Método Delphi

Este método tem como princípio definir os riscos que são vinculados às atividades de
trabalho referentes à concretagem com formas. Trata-se de uma técnica sistemática e
interativa que é destinada ao julgamento de especialistas.

Realiza-se uma listagem das atividades que podem vir a ocorrer durante a etapa que
está sendo analisada e posteriormente esta é enviada para o painel de especialistas que
respondem ao questionário, estes atribuem notas para cada atividade que está sendo
avaliada através de escalas de frequência e severidade. Inicialmente é feita uma lista
de atividades que ocorrem durante a etapa analisada, conforme podemos verificar nos
quadros 4 e 5 a seguir.

Quadro 4. Severidade das ocorrências.

Nível de gravidade subjetiva Escore de gravidade


Desprezível 1
Desconforto Temporário 2
Desconforto Persistente 4
Dor temporária 8
Dor persistente 16
Primeiros Socorros menores 32
Primeiros Socorros maiores 64
Caso médico 128
Tempo de trabalho perdido 256
Invalidez permanente 1024
Fatalidade 26214
Fonte: Hallowell e Gambatese, 2009.

Quadro 5. Frequência com que acontecem.

Trabalhadores-hora por incidente Escore de frequência


>100 milhões 1
10-100 milhões 2
1-10 milhões 3
10.000-1 milhão 4
10.000-100.000 5
1.000-10.000 6
100-1.000 7
10-100 8
1-10 9
0.1-1 10
Fonte: Hallowell e Gambatese, 2009.

32
SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

Com estes valores em mãos é possível quantificar com que frequência e qual a
importância de cada risco. Tendo estes dados, são realizadas as classificações dos
valores por unidade de trabalhador – hora, incidente em um valor único, sendo que
este valor não mais se altera.

»» Através das entrevistas que os valores de riscos são obtidos.

»» Os valores encontrados são uma média para todas as empresas, sendo


independente do tamanho, de sua localização ou registros de segurança.

»» Valores obtidos são tidos como níveis médios de risco que podem vir a
ocorrer caso não seja realizada a implantação de programas de segurança.

»» A opinião dos especialistas que ditam os valores de referência.

»» Em projetos que não são comuns e em casos extremos estes valores não
são utilizados.

Este método é aplicado quando se fazem necessárias inspeções, treinamentos e palestras


sobre tarefas de alto risco e reduzir a ênfase em tarefas de baixo risco, podendo ser usado
também na avaliação do impacto de risco à segurança de meios e métodos alternativos
de construção. Porém, temos que levar em consideração que este método tem certa
limitação, já que os riscos definidos pelas atividades que forem descritas somente são
aplicáveis quando elas são realizadas conforme o descritivo.

Modelo triplo-índice

Conforme Kamardeen (2009), este modelo de forma resumida foi realizado para se
prever possíveis riscos de acidentes durante projetos. Estimar estes tipos de riscos
englobam três fases principais que são:

»» Estimativa do índice de risco de projeto (PHI): é realizado baseado no


quadro de riscos, onde ocorre a avaliação do grau de risco do projeto em
questão.

»» Estimativa do índice de segurança do projeto (PSI): o quadro tem


por finalidade avaliar o grau de preparação de segurança, levando em
consideração fatores de segurança e seus respectivos fatores.

»» Estimativa do índice de acidente de projeto (PAI): analisa uma troca


entre o PSI e o PHI.

33
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

Tanto para o PHI quanto para o PSI são realizados estudos para identificar e calcular
o risco.

Quando se estima o PHI, o primeiro passo é a identificação dos perigos apresentados


no local da construção, com estes dados se levanta os atributos de classificação do risco
através do quadro de riscos para cada perigo identificado. Através deste realiza-se
levantamento sobre os perigos, classificando-os e normalizando as classificações.

Para se estimar o PSI, primeiramente realiza-se a identificação dos fatores e subfatores


de segurança do projeto, adicionam-se os índices de segurança para cada e a partir
destes é calculado o índice de segurança, entre zero e um.

O cálculo do PSI é realizado através do sistema de apoio à decisão, ou seja, o SAD que
automatiza o sistema triplo-índice.

O software SAD pode ser dividido em dois grupos principais: interface gráfica: é um
agrupamento de três fatores: alimentação dos valores de riscos para cálculo de PHI; os
valores de segurança de projeto para o cálculo do PSI e a interface de saída final PAI.

Temos que os índices de PSI e PHI são realizados no SAD e este calcula o PAI através
das seguintes fórmulas de comando:

If PSI< PHI

then PAI = 1 - (PSI/PHI) else PAI = 0

Endif

O programa correlaciona valores calculados e número de acidentes, quanto maior o valor


de PAI maior será o número de acidentes. Este modelo revela os possíveis índices de
acidentes, porém deve ser realizado para cada obra, o que torna inviável a comparação
entre projetos.

Modelo RAM

Este modelo faz a avaliação quantitativa dos riscos eminentes colaborar para que os
funcionários compreendam os ricos que estão sujeitos no trabalho. O modelo pode
fornecer uma avaliação quantitativa dos riscos, com base em dados históricos sobre
os níveis de risco de diferentes tarefas nas obras, conforme podemos verificar na
figura a seguir.

34
SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

Ele é realizado utilizando a ferramenta EXEL e faz levantamento do número de


acidentes e custos dos danos coletados a partir de registros históricos de acidentes.
Ele possui três principais entradas:

»» Seção de entrada de dados.

»» Seção de análise de dados.

»» Seção de resultados.

Existem oito planilhas no EXEL em RAM que são a folha de entrada, DA1, DA2, DA3,
DA4, DA5, DA6 e a folha referente aos resultados.

Com os dados relativos ao histórico de acidentes e custos os acidentes são


classificados e avaliados.

A partir dos dados que forem coletados se realiza a taxa de frequência e severidade,
sendo a taxa de risco a multiplicação da taxa de frequência com a taxa de severidade.
Finalmente, calcula-se a taxa de risco que é igual a multiplicação da taxa de frequência
com a taxa de severidade.

Porém, para projetos distintos e profissionais de segurança distintos a avaliação do


risco se dá de forma distinta, com isso é necessário observar quais os níveis de risco
serão avaliados pelo RAM com seus valores relativos e não absolutos.

Figura 9. Modelo de RAM e seus princípios.

Método de Critérios de
análise avaliação

Dados históricos de acidentes


Modelo de análise de
(incluindo números de Nível de riscos
riscos
acidentes e custos de danos)

Variáveis Variáveis
observáveis latentes

Fonte: Adaptado de FUNG et al., 2010.

Método do índice de risco ocupacional (ORI)

Método aplicado quando é necessário se estabelecer dados para serem utilizados em


multicritérios. Por este método podemos calcular a quantidade total de trabalho a ser

35
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

dedicado a cada atividade de risco, o qual chamamos de “i” ponderada pela importância
do risco associado “W”. Como podemos verificar na equação abaixo.

ORIi= Wix homem-hora

ORI = ∑ORLi

Análises qualitativas são feitas para determinar a consequência “c” e a probabilidade


“P” de ocorrer acidente em cada uma das atividades.

São realizadas várias avaliações por especialistas e com isso se estabeleceram médias de
acordo com critérios estabelecidos.

Obtêm-se qual importância cada risco representa multiplicando a consequência


do acidente por sua probabilidade. Com este resultado, se realiza o cálculo do peso
normalizado, que é a divisão do peso de cada risco pelo peso do maior risco estipulado.
Por fim, os resultados geram um quadro de atividades e seus valores ORIs normalizados.
Temos neste quadro que a alternativa com menor ORI será a mais segura, por outro lado
a alternativa com maior ORI deverá ser a que mais tenha atenção no quesito segurança.

A utilização do ORI com a finalidade de avaliar qual melhor alternativa para um dado
projeto, favorece que o fator segurança no trabalho seja realizado desde o início do
projeto. Mas temos que nos atentar de que podem ocorrer variações devido a regiões
diferentes, tecnologias utilizadas e especialistas responsáveis.

Este método é utilizado na fase inicial do projeto, o que proporciona uma escolha
melhor do tipo de técnica e tecnologia a ser empregada. Como exemplo podemos citar
a utilização de pré moldado ou moldado insitu para dreno que seria construído em uma
rua residencial, o ORI maior do in situ confirmou que a utilização do pré-moldado era
mais segura.

Método quantitativo

Através deste método podemos medir o nível de risco de segurança de um projeto


de construção. Além de poder fornecer uma boa base comparativa, entre empresas
distintas e locais de construção.

Primeiramente, começamos identificando os riscos que podem vir a surgir em todo o


processo de construção, a partir deste identifica-se todos os processos participativos
da atividade e após é realizado um inventário que contenha os acidentes, e com isso é
possível identificar os riscos referentes à segurança. Neste período também se avalia o

36
SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

processo para ter conhecimento sobre o nível de segurança em cada um, avaliando a
probabilidade “P” e a gravidade das consequências “S”.

Uma escala para probabilidade é adotada e varia de baixa a relativamente elevada,


e a gravidade é avaliada levando-se em consideração quão grande foi ou será o dano
referente ao incidente, com isso a consequência e a probabilidade são convertidas em
uma escala numérica.

Temos que a classificação de significância de um risco é obtida pela multiplicação


da probabilidade de ocorrência e a gravidade das consequências, com esta operação
podemos afirmar que um risco é considerado significativo quando seu valor é maior ou
igual a três. Como podemos verificar na equação abaixo:

SGi= Pi x Si

Onde temos:

SGi: significância de um risco em uma fase específica i da construção;

Pi: representa a sua probabilidade de ocorrência;

Si: corresponde à sua gravidade das consequências.

Já numa segunda fase os especialistas desenvolvem indicadores com a finalidade


de avaliar a exposição ao risco na construção, sendo estes baseados em informações
observadas ou contidas no projeto de construção. Para facilitar e auxiliar os especialistas
a definir os níveis de riscos, utiliza-se o quadro a seguir.

Quadro 6. Sistema de escores para a exposição a um risco.

Probabilidade de Ocorrência (Pi) Gravidade das consequências Escore


(Si)
Improvável Nenhum 0
Não muito provável Pequena 1
Provável Grande 2
Muito provável Catastrófico 3
Fonte: GANGOLELLS et al., 2010.

Podemos definir o nível de risco global de um projeto como sendo a somatória das
exposições dos riscos de segurança de uma construção, como podemos verificar na
equação abaixo.

n
R = ∑EX j
j =1

37
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

Onde temos:

R: nível de risco global de segurança de um projeto de construção.

EXj: exposição que corresponde um risco referente a uma construção específica.

Com isso, podemos afirmar que o projeto que tiver a maior soma será o que possui o
menor nível de segurança ou o maior número de riscos.

Método fuzzyahp

Este tipo de método de avaliação de risco se baseia na Teoria de conjuntos fuzzy, que
se trata de uma ferramenta muito efetiva para quando se faz necessário trabalhar com
conceitos subjetivos e também lidar com grandes quantidades de fatores de riscos.

O modelo pode ser dividido em três etapas:

»» Preliminar.

»» Definição da função de fator de risco e medição de variáveis.

»» Etapa de inferência fuzzy.

Preliminar

Nesta primeira fase os membros são selecionados para participarem das avaliações,
cujos cargos são desde peritos até consumidores do produto, que serão responsáveis
por medir os riscos e classificá-los em níveis.

Definição da função de fator de risco e medição


de variáveis

Nesta fase, temos o fator de risco sendo calculado por intermédio dos seguintes
parâmetros:

»» Impacto do risco (RI).

»» Probabilidade do risco (RP).

»» Discriminação do risco (RD).

Impacto do risco (RI)

Este parâmetro investiga o efeito do risco sobre o projeto.

38
SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

Probabilidade do risco (RP)

Responsável pela investigação da probabilidade de um risco em específico vir a


acontecer.

Discriminação do risco (RD)

Este parâmetro tem por finalidade medir o impacto que o risco global possa vir a surtir
sobre a obra, sendo que os outros dois citados acima não levam este em consideração.

Com cada risco sendo avaliado dentro dos três parâmetros temos um valor que pode ser
atribuído ao mesmo conforme a equação abaixo:

Fator de risco global = impacto x probabilidade/ discriminação de risco

Já quando as informações sobre os riscos não são tão precisas eles são transformados
em número fuzzy através de uma escala de conversão conforme o quadro a seguir.

Quadro 7. Termos linguísticos, seu significado e seu número fuzzy.

Descrição do RI Interpretação geral Número fuzzy


Crítico Envolve impacto muito alto (0.8,0.9,1,1)
Sério Envolve impacto alto (0.6,0.75,0.75,0.9)
Moderado Envolve impacto moderado (0.3,0.5,0.5,0.7)
Pequeno Envolve somente impacto pequeno (0.1,0.25,0.25,0.7)
Desprezível Envolve nenhum impacto permanente (0,0,0.1,0.2)
Descrição do RI Interpretação geral Número fuzzy
Alto Muito provável de ocorrer (0.7,0.9,1,1)
Médio Provável de ocorrer (0.2,0.5,0.5,0.8)
Baixo Ocorrência improvável (0,0,0.1,0.2)
Descrição do RDC Interpretação geral Número fuzzy
Muito mais Muito mais impacto no quadro geral do projeto (0,0,0,0.3)
Mais Mais impacto no quadro geral do projeto (0,0.25,0.25,0.5)
Invariável Invariável o impacto no quadro gral do projeto (0.3,0.5,0.5,0.7)
Pouco Pouco impacto no quadro gral do projeto (0.5,0.75,0.75,1)
Muito pouco Muito pouco impacto no quadro gral do projeto (0.7,1,1,1)
Fonte: Adaptado de MOROTE; VILA, 2011.

Com este parâmetro aplica-se média aritmética conforme equação abaixo:

1 m n 1
Rli= × ∑Rli = × ( Rli1 + Rli2 +…. + Rlim
m n =1 m
1 m n 1
RPi= × ∑Rli = × ( RPi1 + RPi 2 +…. + RlPi m
m n =1 m

39
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM

Onde temos que:

i : riscos;

m: número de especialistas do grupo;

x: multiplicação escalar;

+:adição fuzzy.

A cada par de riscos identificados os membros do grupo têm que fornecer o julgamento
de comparação entre o impacto global para cada risco que for identificado no mesmo
nível e grupo dentro da estrutura hierárquica.

Modelo integrado ISO 14004 e OHSAS 18001

Desenvolvido com a finalidade de identificar mais facilmente, avaliar e controlar os


impactos ambientais e riscos à saúde e segurança de maneira operacional em obras, e
projetos referentes a edificações residenciais.

Temos que primeiramente identificar os processos mais importantes, os riscos à saúde,


segurança e os impactos ambientais em um banco de dados e na sequência dividi-los
em pequenas etapas de processos.

Em uma primeira etapa, aspectos ambientais que inicialmente foram apresentados


passam por avaliação nos seguintes termos para cada etapa da construção:

»» Escala.

»» Duração.

»» Probabilidade de ocorrência.

Que são obtidos através do cálculo do grau de impacto ambiental.

A fim de diminuir o quão subjetivo são os aspectos ambientais e riscos à saúde e


segurança uma escala de quatro pontos foi desenvolvida realizando a pontuação
de forma numérica para cada componente. Para reduzir a subjetividade durante a
identificação dos aspectos ambientais e riscos à saúde e segurança relacionados com o
processo de c, como podemos verificar no quadro abaixo, foi desenvolvida uma escala
de quatro pontos.

40
SUSTENTABILIDADE DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES ALIADAS À PLATAFORMA BIM │ UNIDADE I

Quadro 8. Escala de escores.

Domínio do meio ambiente Domínio da saúde e segurança


Pontuação Escala de Probabilidade de Duração do Probabilidade de Gravidade das
impacto ocorrência impacto ocorrência consequências
0 Nenhum Improvável Nenhuma Improvável Nenhuma
1 Local e área em Improvável Menor que a fase de Não muito provável Pouca
volta trabalho
3 Local e regional Não muito provável Igual a fase de Provável Muita
trabalho
5 Fora da região Muito provável Maior que a fase de Muito provável Catastrófica
trabalho
Fonte: Adaptado de GANGOLELLS et al., 2010.

Quando realizamos uma avaliação inicial, o impacto ambiental será considerado em


uma específica fase da construção, o risco à saúde e segurança ocorrerá quando seu
grau for acima de 3.

Na avaliação de aspectos ambientais de risco à segurança e saúde quando na fase de


reconstrução usamos os componentes restantes do significado. Através do parâmetro de
gravidade, podemos computar a relevância do fator ambiental em termos quantitativos

Já o parâmetro de preocupação inclui atenção às comunidades vizinhas que são


afetadas diretamente pelo projeto e também preocupação com a sociedade como um
todo. O parâmetro de exposição refere-se a situações de perigo que são expostos os
colaboradores durante a construção no local da obra.

Com a finalidade de ajudar o escalonamento desses parâmetros, há uma escala de


4 pontos construída cujos limites numéricos foram estabelecidos entre as quatro
categorias.

Estes limites numéricos têm como função avaliar a importância dos riscos à saúde e
segurança e também os impactos ambientais levando em consideração a exposição,
ocupação e em termos de gravidade do problema. Eles foram baseados em estudos ou
características mensuráveis de um projeto de construção e assim representados pela
variável que era medida em todos os casos. Portanto, este modelo foi realizado com a
finalidade de avaliar de modo objetivo e com antecedência os riscos à segurança, saúde,
impactos ambientais, nos documentos do projeto de construção.

41
SUSTENTABILIDADE,
UTILIZANDO A UNIDADE II
MODELAGEM BIM

CAPÍTULO 1
Requisitos para a modelagem da
informação da construção

Breve resumo BIM


Temos que BIM é o conjunto de três aspectos fundamentais para desenvolver um
modelo de edificação:

»» gestão e avaliação do projeto ao longo do seu ciclo de vida;

»» modelagem paramétrica;

»» interoperabilidade.

Sendo BIM uma nova tecnologia de modelagem, onde as informações e criações são
compartilhadas atuando de forma colaborativa, com isso temos que o BIM não é um
software qualquer mais sim uma nova tecnologia de modelagem.

Através de seu caráter tridimensional, e também de armazenamento, este facilita


que sejam realizadas análises facilitando a execução e simulação de possíveis riscos.
Portanto, o BIM além de colaborar com a visualização, com o desenvolvimento e com a
finalização da documentação do projeto, também permite eliminação de retrabalho, e
resultados mais consistentes.

O BIM permite uma visão sistêmica e integrada da construção, possibilitando a redução


de custos, antecipações de soluções e possibilitando também testar as variáveis no início
do projeto e com isso antecipar soluções. A partir deste momento, estaremos estudando
como a utilização da ferramenta BIM pode vir a interagir estudos referentes a impactos
ambientais de saúde e segurança com atividade de construção, promovendo assim a
integração entre os dois.

42
SUSTENTABILIDADE, UTILIZANDO A MODELAGEM BIM │ UNIDADE II

Bim e sustentabilidade
Como vimos anteriormente, sustentabilidade não é somente pensar no meio ambiente.
Como a tecnologia BIM o desenvolvimento de construções sustentáveis e ecologicamente
corretas é uma das soluções mais plausíveis para o nosso setor na atualidade. Com a
incorporação dos selos verdes, procura dos clientes por construções sustentáveis, novas
leis e normas referentes a impactos ambientais riscos à saúde e segurança fizeram
com que a busca de construtoras e incorporadoras por ferramentas e tecnologias que
aperfeiçoem tais projetos aumentasse gradativamente.

Temos que ter em mente que a ferramenta ou a tecnologia além de atender ao quesito
de sustentabilidade também deve trazer à economia investimentos, recursos naturais
matérias-primas e tudo isso dentro do menor tempo possível, com isso pode afirmar
que uma das maiores inovações é o BIM Building Information Modeling, em português
significa Modelagem da Informação da Construção sendo este uma representação
gráfica do projeto de engenharia através de um modelo virtual de edificação.

Através do BIM, podemos aferir o conforto térmico, luminotécnico e acústico,


podendo assim minimizar o consumo de água, emissão de carbono na atmosfera e
energia elétrica, contribuindo assim para o credenciamento do empreendimento as
certificações específicas para construções sustentáveis como os selos verdes que vimos
anteriormente.

Este conceito de modelagem é uma tendência na construção civil anteriormente só


tínhamos modelos em 2D e mapas dos projetos com o BIM passamos a ter um modelo
3D onde tudo é mais visual e mais informativo.

A busca das empresas para se adequar a utilização desta nova tecnologia é um diferencial
muito importante já que o BIM é capaz de integrar atributos parametrizáveis. Com isso
os gestores com isso os gestores conseguem identificar falhas no projeto ainda na sua
fase de concepção.

Porém, para que o BIM realmente funcione é preciso estar totalmente integrado
empresa, já que ele sozinho não consegue orçar detalhadamente, ejetar todas as etapas
e despesas e adequar a folha de pagamento de mão de obra com isso é importante contar
com softwares de gestão que possibilitem o controle financeiro, gerencial e físico.

Podemos afirmar que uma parcela significativa referente aos impactos do ciclo de
vida de uma edificação é determinada no início do projeto pelas escolhas realizadas,
salientar também que é nesta fase do projeto que as escolhas mais efetivas em relação
à sustentabilidade são realizadas. Quando pensamos nos métodos convencionais

43
UNIDADE II │ SUSTENTABILIDADE, UTILIZANDO A MODELAGEM BIM

de um projeto temos que ter em mente que estes não suportam estas decisões
antecipadamente, já que as análises de desempenho são realizadas só após a conclusão
do projeto, o que torna necessária sempre a realização de mudanças retroativas.

Para realização de análises nos estágios iniciais de projeto com bases reais, as seguintes
informações devem ser acessíveis: materiais; sistemas técnicos; forma da edificação;
contexto como um todo.

É neste momento que o BIM nos permite multidisciplinaridade de informações em


um único modelo que é rico em representações digitais paramétricas da edificação e
em dados. Através deste, cada profissional envolvido com o projeto de acordo com
a sua necessidade específica pode analisar dados apropriadamente e com isso gerar
informações que podem ser utilizadas na tomada de decisões.

Podemos afirmar então que a combinação da tecnologia BIM com as estratégias de


projetos sustentáveis potencializa as mudanças práticas atuais de projetar e produzir
edifícios de Alto desempenho. Com a utilização da ferramenta BIM associada à
sustentabilidade, temos as seguintes vantagens:

»» Otimização da utilização de energia.

»» Otimização da utilização de água.

»» Otimização da utilização de solo.

»» Otimização nos estudos para alternativas de projeto com possibilidade de


antecedência no processo.

»» Monitoramento, acompanhamento e melhoramento do desempenho


utilizando modelos 3D inteligentes.

»» Informações de projeto referentes à sustentabilidade mais visíveis e


disponíveis.

»» Simulações de indicadores de sustentabilidade.

»» Tomadas de decisões e discussões para ajuste de melhorias no projeto de


forma mais acessível.

»» Antecipação de problemas.

»» Redução nos custos da construção.

»» Aumento na qualidade das obras.

»» Sustentabilidade das edificações.

44
SUSTENTABILIDADE, UTILIZANDO A MODELAGEM BIM │ UNIDADE II

Quando ocorre o início do processo de um projeto as metas e utilização do BIM são


determinadas, e assim repassadas a todos os envolvidos sendo que a ACV a considera
desde o início.

Portanto, o modelo é transferido ao analista ACV, este recolhe os dados necessários


para a referida análise, sendo elas:

»» Quantidade de material a ser utilizada no projeto.

»» Energia utilizada na construção.

»» Distância média de transporte dos materiais a serem utilizados, entre


outros.

Na automatização deste processo, quem integra todos os participantes do projeto


permite uma maior eficiência nos procedimentos de ACV, e com isso a viabilização de
mudanças antes da construção efetiva. Quando pensamos numa construção sustentável,
o BIM pode nos auxiliar nos seguintes quesitos:

»» Orientar a edificação que significa selecionar uma melhor orientação para


o projeto que resulte em um custo energético mínimo.

»» A massa da edificação o que significa analisar a melhor forma da edificação


e assim aperfeiçoar seu envelope.

»» Análise da incidência de luz do dia.

»» Consumo de água que significa estudar toda a viabilidade para redução


da necessidade de água da edificação.

»» A modelagem energética que condiz em reduzir a utilização de energia


e ao mesmo tempo analisar fontes possíveis e renováveis para serem
utilizadas.

»» Materiais sustentáveis de maneira a reduzir a utilização de materiais de


fontes não renováveis e reutilizar reciclados, o que possibilita a redução
dos custos com logística reversa, entre outros.

Portanto, o BIM pode ser muito útil quando pensamos em sustentabilidade, já que
sua multidisciplinaridade permite que várias informações estejam presentes em
um único modelo que é rico em representações digitais e dados do projeto. Do BIM
podemos extrair e analisar vários dados utilizados por vários usuários dependendo
da necessidade específica e assim gerando informações que podem ser utilizadas
nas tomadas de decisões visando à melhoria e o desempenho da edificação unidas à
sustentabilidade.

45
UNIDADE II │ SUSTENTABILIDADE, UTILIZANDO A MODELAGEM BIM

O BIM pode ser utilizado sozinho ou combinado a outros programas com a finalidade
de análises mais completas.

Existe, é claro, a necessidade de aperfeiçoamento metodológico e operacional dos


procedimentos, sendo necessário o desenvolvimento de novas plataformas mais robustas
e sofisticadas atendendo a todos os quesitos de sustentabilidade já que alguns estudos
indicam que existem limitações e incertezas devido a problemas de representações
geométricas inadequadas, limitações de interoperabilidade e de nível de detalhes de
modelo. Contudo, podemos afirmar que a utilização do BIM possui impactos limitados
como qualquer outro software tendo que ser aprimorado a processos de edificações
quando pensarmos em sustentabilidade em edificações.

Mas ainda assim a tecnologia BIM desponta no setor como uma importante ferramenta
integrando o ciclo da construção em si e avaliação da sustentabilidade durante todo o
seu processo desde o projeto até a conclusão final e também atendendo a todo seu ciclo
de vida, já que a tecnologia trabalha a nosso favor, é através dela que hoje podemos
ter uma visualização do projeto de uma forma total antes mesmo da construção se
iniciar, além disso, existe a possibilidade de se prever gastos e com isso aprimorar o
planejamento.

Normalizações para utilização de BIM


A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial junto com a Associação
Brasileira de Normas Técnicas trouxe um acervo de normalizações BIM, tecnologia
de modelagem virtual de componentes, elementos e Sistemas, que são essenciais para
uma modernização do setor da construção civil no país.

A seguir, são listadas as normalizações referentes ao processo BIM.

»» ABNT Coletânea Eletrônica de Normas Técnicas - Edificações


Habitacionais - Desempenho.

»» ABNT NBR 15873:2010 - Coordenação modular para edificações.

»» ABNT NBR 15965-1:2011 -Sistema de classificação da informação da


construção.

»» ABNT NBR 15965-2:2012 - Sistema de classificação da informação da


construção.

»» ABNT NBR 15965-3:2014 - Sistema de classificação da informação da


construção.

46
SUSTENTABILIDADE, UTILIZANDO A MODELAGEM BIM │ UNIDADE II

»» ABNT NBR 15965-7:2015 - Sistema de classificação da informação da


construção.

»» ABNT NBR ISO 12006-2:2018 - Construção de edificação - Organização


de informação da construção.

»» ABNT NBR ISO 16354:2018 - Diretrizes para as bibliotecas de


conhecimento e bibliotecas de objetos.

»» ABNT NBR ISO 16757-1:2018 - Estruturas de dados para catálogos


eletrônicos de produtos para sistemas prediais.

»» ABNT NBR ISO 16757-2:2018 - Estruturas de dados para catálogos


eletrônicos de produtos para sistemas prediais.

Presenciamos uma busca crescente e incansável para o desenvolvimento da cadeia da


construção civil de forma sustentável, identificando os impactos negativos e alcançando
os positivos.

O setor da construção civil no país tem forte participação na economia, sendo um


dos principais geradores de emprego e consequente desenvolvimento econômico e
social. Com isto, sendo o setor de tal importância a busca é crescente por alternativas
e estratégias que possam aumentar o desenvolvimento deste de forma sustentável. O
incentivo à busca de desenvolvimento sustentável traz ao setor melhorias no processo
produtivo agregando valor, gerando ganhos financeiros, aumentando a produtividade
e gerando os menores impactos possíveis ao meio ambiente. Dessa maneira, temos que
as melhorias de gestão com foco em visão sistêmica da cadeia de valor e a união de
políticas que contribuam e auxiliem este tipo de inovação apresentada geram o que hoje
nós tratamos de construções sustentáveis.

Quando buscamos definições sobre construções sustentáveis, a grande maioria dos


autores consideram uma construção sustentável sendo desde a concepção, então, são a
renovação, a utilização de conceitos e processos reconhecidos de sustentabilidade.

A construção ainda deve levar em consideração medidas para reduzir e otimizar o


consumo de materiais e energia, a redução dos resíduos gerados, a preservação do
meio ambiente e a melhoria da qualidade em torno do ambiente construído. Portanto,
a construção sustentável engloba de forma sistêmica o ambiental e cultural e enfatiza
que a qualidade de vida dos consumidores e da comunidade em torno da construção
deve ser levada em consideração. Em contrapartida, os consumidores precisam exercer
seus papéis, defendendo e iniciando o processo de conscientização para que o meio
ambiente consiga ser usufruído por próximas gerações, processos como reciclagem e
utilização de biodegradáveis.

47
UNIDADE II │ SUSTENTABILIDADE, UTILIZANDO A MODELAGEM BIM

Com a busca sempre crescente sobre o desenvolvimento sustentável e a


sustentabilidade, não podemos deixar que esses assuntos sejam vistos como algo
negativo ou até mesmo como obrigação ou normas a seguir, a conscientização de que
a melhoria dos processos pode ser feita reduzindo os custos e aumentando a receita
organizacional para que possamos alcançar a sustentabilidade já pode ser o bastante
para potencializar este novo conceito.

Quando pensamos no futuro, podemos afirmar que apenas as empresas que fazem a
utilização da sustentabilidade vão conseguir atingir a competitividade no mercado.

No setor da construção civil para ser sustentável é preciso conseguir passar por um
processo de cinco estágios, sendo que a cada fase existe um novo desafio. O quadro a
seguir apresenta este processo de cinco estágios, apresentando as etapas e desafios,
competências e oportunidades para ser sustentável.

Quadro 9. Competências, unidade e desafios da sustentabilidade.

Desafios da Sustentabilidade Competência e Oportunidades


Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4
Visualizando o cumprimento das Fazendo cadeias de valor Projetando de forma sustentável Desenvolvimento de novos
oportunidades sustentável produtos e serviços modelos de negócios
Desafio central Desafio central Desafio central Desafio central
Garantir que o cumprimento Para aumentar a eficiência em A fim de desenvolver oferta Para encontrar novas formas de
com as normas se torne uma toda a cadeia de valor sustentável ou redesenhar os captura de valor que irá alterar a
oportunidade para a inovação seres já existentes para se tornar base de competição.
ecologicamente saudável.
Competências Competências Competências Competências
necessárias necessárias necessárias necessárias
A capacidade de prever e Expertise em técnicas como a *Habilidades para saber quais *A capacidade de entender
regulamentos de forma. gestão de carbono e avaliação do produtos ou serviços são mais que os consumidores querem
ciclo de vida. hostis para o meio ambiente. e descobrir maneiras diferentes
A habilidade de trabalhar com
para atender a essas demandas.
outras empresas, incluindo rivais, Capacidade de redesenhar *Capacidade de gerar
A capacidade de compreender
a para a implementação de operações e assim utilizar menos verdadeiro apoio público para
como os parceiros podem
soluções criativas. energia e água, produzir menos sustentabilidade.
melhorar a valor das ofertas.
emissões e gerar menos resíduos.
*O conhecimento e gestão de
*Capacidade de garantir que dimensionar as duas fontes
fornecedores e varejistas façam materiais verdes e fabricação de
suas operações ecologicamente produtos.
correta
Oportunidade de Oportunidade de inovação Oportunidade de Oportunidade de
inovação inovação inovação
*Usando o cumprimento de Desenvolvimento sustentável *Técnicas de aplicação de tais *Desenvolver nova entrega
induzir à empresa e seus fontes de matérias-primas e como biomimetismo em produto tecnologias que mudam
parceiros as experiências com componentes. desenvolvimento. *Desenvolvendo relações da cadeia de valor em
sustentabilidade tecnologias e compactando a embalagem aspectos significativos. *Criação
*Aumento da utilização de fontes
capazes, materiais e processos. sustentável. de monetização modelos que
de energia limpa, como a energia
se relacionam com os serviços
eólica e solar.
em vez de produtos. Conceber
*Encontrar usos inovadores para modelos de negócios que
produtos devolvidos. combina digital e infraestruturas
físicas.
Fonte: Nidumolu; Rangaswami,2009.

48
SUSTENTABILIDADE, UTILIZANDO A MODELAGEM BIM │ UNIDADE II

Quando conseguimos realizar melhorias no processo produtivo aumentamos a


produtividade, geramos retorno financeiro e agregamos valor. Com isto, temos o direito
ao andamento das empresas para buscarem o desenvolvimento sustentável. Apresenta
entre seus valores a sustentabilidade as empresas que buscam ações sociais, visão
sistêmica da cadeia de valor, políticas para inovação.

O desenvolvimento sustentável e o modelo CSV estabelecem parâmetros para se


mensurar as práticas da indústria da construção civil frente a uma construção mais
sustentável.

49
GESTÃO DE
EDIFICAÇÕES UNIDADE III
INTEGRADA A
MODELAGEM BIM

Nesta terceira unidade estudaremos os conceitos de sustentabilidade aplicados na


gestão de edificações, de forma que a utilização da modelagem BIM seja a mais eficiente
possível dentro do que se espera para o projeto em questão.

CAPÍTULO 1
Níveis de desenvolvimento da
modelagem da informação da
construção

A fim de obter sucesso com a implantação de um projeto através da modelagem BIM, se


faz necessário todo um planejamento completo e detalhado do que será realizado. Neste
planejamento devemos ter à disposição os direitos autorais, quem estará à frente do
projeto e estimar o custo e como serão aproveitados durante a realização do projeto os
documentos que forem sendo obtidos pela modelagem. Com o planejamento concluído,
coloca-se em prática o planejamento de forma que a execução seja comparada com o
que foi planejado, com isso conseguimos um melhor, senão o maior, aproveitamento
dos benefícios gerados pela utilização do BIM (CIC, 2010).

Com este tipo de abordagem conseguimos estabelecer comunicação entre a equipe de


projeto nas primeiras fases da edificação. Cabe a esta definir quais representantes vão
incluir de cada área a fim de estabelecer conexão com todos os setores. Mas devemos
ter em mente que cada projeto deverá ter estratégias para sua execução de acordo com
a necessidade e a capacidade de cada colaborador deste.

Com a utilização do BIM Execution Planning Guide é possível se estabelecer estratégias


de execução do projeto através da modelagem BIM.

50
GESTÃO DE EDIFICAÇÕES INTEGRADA A MODELAGEM BIM │ UNIDADE III

Podemos verificar os benefícios da aplicação do BIM quando comparamos a obra


que não teve a participação da modelagem desde o planejamento, já que esta
estabelece mais custos e significativos atrasos no cronograma. Implantação do BIM
requer planejamento, caso a modelagem BIM não seja bem aplicada, com as devidas
modificações realizadas tanto no processo de realização do planejamento de projeto
quanto na equipe os resultados obtidos não serão nada satisfatórios.

Quando pensamos em como o BIM pode ser aliado à sustentabilidade, podemos destacar
os seguintes benefícios da aplicação da modelagem:

»» Os alvos a serem alcançados com a estratégia estão bem compreendidos


entre todos os colaboradores do projeto.

»» Função e responsabilidade de cada um está bem definida.

»» Processos de execução adequados podem ser montados para cada equipe.

»» Cria uma referência para empreendimentos posteriores.

»» Contratos expõem o que realmente cada agente deve cumprir.

»» Fornecimento de todo o progresso do projeto bem detalhado.

Com a aplicação deste tipo de modelagem podemos destacar que a sustentabilidade


dentro do setor da construção civil será o único caminho que poderemos seguir para
que meio ambiente e progresso caminhem juntos. Na figura abaixo, podemos verificar
os quatro passos para o planejamento de execução utilizando a modelagem BIM para o
ciclo de vida completo de uma edificação, onde cada decisão sobre projeto e construção
tem impacto direto no meio ambiente.

Figura 10. Etapas do planejamento de um empreendimento utilizando modelagem BIM.

Definir as formas de
Identificar os recursos contrato,
BIM, os quais serão procedimentos de
Projetar o processo Definir os
utilizados durante as fases comunicação,
de execusão BIM, documentos BIM que
de Planejamento de ferramentas e
através da criação de serão utilizados nas
Projeto Construção e controle de
mapas de processo. trocas de informações
operações. qualidade, para
apoiar a
implementação.

Fonte: Adaptado de CIC, 2010.

51
UNIDADE III │ GESTÃO DE EDIFICAÇÕES INTEGRADA A MODELAGEM BIM

Vamos entender um pouco cada fase e conciliar com a aplicação da sustentabilidade.

1ª fase
Neste primeiro momento, definir objetivos e benefícios aos quais se quer alcançar são o
mais importante, como por exemplo:

»» A redução de prazos.

»» Aumentar a produtividade.

»» Melhorar a qualidade dos processos.

»» Reduzir os custos com retrabalhos.

»» Crescimento das habilidades dos colaboradores.

»» Modelagem 4D.

»» Estimativas de custos reais.

»» Melhor gestão do espaço físico.

»» Melhor eficiência energética.

»» Melhor conforto técnico.

»» Redução da utilização de materiais.

»» Redução na geração de lixo, entre outros.

Com tudo bem definido e quais pontos priorizar, a empresa tem então a decisão de
quais recursos vai utilizar no BIM.

2ª fase
Com tudo bem definido, um diagrama do que será realizado e como cada processo
deve ser realizado. Com este diagrama cada colaborador pode compreender como seu
trabalho vai ser realizado e como afeta outro processo.

A confecção deste tipo de diagrama pode ser feita em diferentes níveis de detalhamento,
com isso pode ser utilizado desde os operários para saber detalhes específicos para a
realização de determinados serviços, bem como pela alta gerência para gerenciar como
um todo a obra por exemplo.

52
GESTÃO DE EDIFICAÇÕES INTEGRADA A MODELAGEM BIM │ UNIDADE III

Com este planejamento podemos também atender, por exemplo, uma empresa em
específico como a responsável pela eficiência energética ou várias empresas que estão
envolvidas ao mesmo tempo (CIC, 2010).

3ª fase
Definimos nesta etapa a comunicação entre os colaboradores, é de suma importância
que as informações sejam claras para todos e que elas realmente cheguem ao seu
destinatário.

4ª fase
Nesta última etapa ocorre a definição da infraestrutura que é necessária para que se
desenvolva o projeto utilizando BIM, como foi planejado nas etapas anteriores, como:

»» Infraestrutura tecnológica.

»» Procedimentos colaborativos.

»» Controle de qualidade.

»» Formas utilizadas.

»» As estruturas e cláusulas dos contratos.

»» As definições de atribuições e responsabilidades.

Quando o plano de execução realizado com BIM está terminado, as informações


necessárias são:

»» Toda documentação descrevendo o porquê da criação do Plano.

»» Informações básicas de onde será realizado o projeto como: local,


descrição de terreno data de referências mandatórias etc.

»» Todos os colaboradores envolvidos sejam identificados.

»» Todos os objetivos e estratégias com a utilização do BIM.

»» Definir todos os colaboradores dos diversos estágios para aplicação do


BIM, começando pelos coordenadores. Esta definição é muito importante,
pois é através dela que se identifica as qualidades que o profissional
precisa ter para que o plano seja executado com sucesso.
53
UNIDADE III │ GESTÃO DE EDIFICAÇÕES INTEGRADA A MODELAGEM BIM

»» Realizar o projeto dos processos que serão executados através de


cronogramas de barras PERT/COM, método utilizado para processos
de gestão de projetos, já que integra e correlaciona de modo fácil as
atividades pertinentes ao planejamento, coordenação e controle como
podemos verificar na figura abaixo.

Figura 11. Fluxograma exemplificando gestão e PERT/COM.

• Recursos Financeiros.
• Recursos Humanos.
Planejamento
• Recursos Materiais.

• Pessoal executante.
• Fornecedores.
Coordenação • Projetistas.

• Custos.
• Tempo.
Controle • Desempenho.

Fonte: Avila, 2007.

»» Detalhes bem definidos dos níveis que serão utilizados para troca de
informações.

»» O cliente ou proprietário deve ter documentada sua exigência e


compreendido por todos que vão desenvolver o projeto.

»» Toda parte de acesso a registros deve ser bem controlada, como também
as agendas de reuniões.

»» Um sistema para monitorar que todo processo se dê por completo e que


todos colaboradores realizem o que foi requerido aos mesmos.

»» As redes, softwares e infraestruturas devem ser estabelecidos e estarem


em perfeito funcionamento.

54
GESTÃO DE EDIFICAÇÕES INTEGRADA A MODELAGEM BIM │ UNIDADE III

»» Todas as equipes devem ser responsáveis pelo monitoramento e


documentações como biblioteca de modelagem, sistemas de coordenadas,
estratégias para medições de serviços que já forem sendo realizados e
completados, entre outros.

»» Contratos referentes a designbulding serão diferentes em cláusulas e em


impactos quando implantados.

Com isso, temos que para um bom desenvolvimento do plano de execução, devemos
primeiramente ter uma equipe formada já nos primeiros estágios do empreendimento.
A equipe deve ser composta por todos envolvidos no processo de desenvolvimento
do empreendimento como: proprietário, engenheiros, especialistas de áreas distintas
envolvidas, gerentes de operações e de contrato, projetistas.

É de suma importância que todos os envolvidos estejam em sintonia para um bom


planejamento. Em reuniões de definições iniciais, temos que ter todos os responsáveis
pela operação presentes, definindo muito bem o que será realizado, como será realizado,
por quais pessoas, quanto tempo etc.

Já nas reuniões seguintes, quando temos todo o detalhamento do plano, estas podem
ser realizadas pelos líderes do BIM responsável por cada área. Neste ponto é importante
realizar a escolha de um líder que será o responsável por redigir o plano, este pode ser
o proprietário, engenheiro, arquiteto ou construtor.

Quando o projeto é mais complexo, este líder inicialmente pode ser proprietário num
primeiro momento, já em uma segunda fase temos um especialista assumindo este cargo.
Pode acontecer de toda equipe formada ter pouca experiência, neste caso aconselha-se
a contratação de um terceiro para que o processo tenha fluidez (CIC, 2010).

Temos que ter em mente que para um bom planejamento dar certo precisamos que
todos trabalhem juntos, e quando pensamos na utilização de ferramenta BIM, ainda
mais esta regra vale, afinal sem a colaboração de todos envolvidos de forma clara,
sincronizada e coordenada é impossível que se obtenha sucesso.

Resumidamente, podemos afirmar que para um empreendimento em geral são


necessárias pelo menos três reuniões a fim de se criar um plano de alvos e objetivos,
nas quais precisamos que estejam presentes os tomadores de decisão. As sequentes
reuniões podem ter um número menor de participantes e serem direcionadas para mais
detalhes.

Na figura abaixo, de forma resumida, podemos verificar as 4 etapas e atividades


envolvidas no planejamento de execução.

55
UNIDADE III │ GESTÃO DE EDIFICAÇÕES INTEGRADA A MODELAGEM BIM

Figura 12. Etapas de um planejamento.

Atividades envolvidas Fases dos materiais


Etapa pré-operacional durante o processo de construção

1. Produção, fabricação e disposição


1. Extração de matéria prima; final dos materiais de construção;
2. Produção de materiais; 2. e 3. Planejamento de custos,
Saída requisitos do cliente, transporte Extração de
3. Construção da edificação matéria prima
até o local

Fabricação

Reciclagem
Etapa operacional
1. Concertos, reparos e
1. Uso e manutenção Transporte
Saída manutenção. Aquecimento,
ventilação e ar condicionado.

Etapa pós operacional Uso

1. Demolição Saída 1. Eliminação de resíduos e


reciclagem de materiais
Gerenciamento
do desperdício.

Fonte: Adaptado de Ortiz, 2009.

56
CAPÍTULO 2
Modelagem da Informação dos
Projetos Sustentáveis

Vamos iniciar este capítulo já exemplificando uma aplicação da sustentabilidade na


modelagem BIM, lembrando que podemos utilizar infinitos recursos e softwares para
aplicar a sustentabilidade dentro de uma construção.

Podemos ver a aplicação do BIM com princípios geométricos. O edifício em questão é o


The Bubble, localizado na Alemanha, este foi criado pelo escritório Bernard Franken e
teve como desafio propor um conceito novo de energia limpa.

Para seu projeto foi utilizado o software Alias Wave Front, este realizou uma simulação
entre duas bolhas com massas distintas que foram unidas pela forma da gravidade.
Sendo que sua superfície representa o balanço entre a tensão da superfície e a pressão
interna que são características de uma bolha de ar.

Podemos notar na ilustração que as características marcantes da edificação são o volume


e forma desta, onde ocorre uma máxima permeabilidade da incidência de luz solar. Para
que isso fosse possível, a estrutura de sustentação foi projetada e dimensionada para
interferir da menor forma possível sobre esta permeabilidade à luz solar, a preocupação
aqui como podemos notar foi aliar um eficiente estrutural à imagem arquitetônica
esperada.

A estrutura após muitos estudos de viabilidade escolhida foi a pórtica em alumínio


estabilizada por elementos transversais e como cobertura acrílicos na parte exterior.
Os perfis selecionados forma de 8 milímetros formando uma seção de 230x24
milímetros. O aparafusamento da estrutura aconteceu em cada pórtico que contém três
unidades aparafusadas e com isso transmitindo os esforços resultantes para a fundação
e forma direta por intermédio de ligações mecânicas. Já as fundações são constituídas
por uma viga cintada periférica que foi estabilizada por vigas transversais.

Quanto à cobertura externa feita de acrílico, sua fabricação ocorreu em duas etapas:

Primeiramente ocorreu a execução dos moldes em espuma de poliuretano e


em sequência a produção das peças em acrílico. Os formatos no acrílico foram
realizados por intermédio de processos térmicos através dos moldes. As peças
confeccionadas têm dimensões entre 1 a 1,7 metros quadrados e com espessura
de 10 milímetros. A fixação destas à estrutura ocorreu por intermédio de peças de
ligações que foram aparafusadas ao conjunto.

57
UNIDADE III │ GESTÃO DE EDIFICAÇÕES INTEGRADA A MODELAGEM BIM

A montagem do edifício ocorreu no local, o que possibilita que a estrutura seja


desmontada e montada em outro local, sendo que este tipo de construção recebe o
nome de desconstrução, sendo assim uma construção sustentável.

Neste tipo de edifício podemos então perceber que o conceito de arquitetura


sustentável e paramétrica foi muito utilizado e com isso podemos visualizar um
projeto que levou em consideração espaços viáveis, flexíveis e eficientes como sendo
um organismo vivo estabelecendo relações diretas com a natureza como sistema
autorregulável, utilização de tecnologia por computador, elementos adaptáveis,
entre outros. Na figura abaixo podemos ver todo o desenvolvimento da edificação
desde a ideia da concepção até o planejamento da execução da obra em si.

Figura 13. Concepção do The Buble.

Fonte: <https://i0.wp.com/bimexperts.com.br/wp-content/uploads/2017/04/aaa.jpg?resize=1024%2C456>.

Podemos com o exemplo acima estabelecer relação entre a arquitetura sustentável e a


arquitetura paramétrica, através dos softwares paramétricos e novas tecnologias. Aqui
começamos a entender um novo conceito de arquitetura, que estabelece complexidade
e ao mesmo tempo se dá de forma orgânica.

Atualmente, os softwares da arquitetura que englobam sustentabilidade apresentam


ferramentas que possibilitam criar um projeto a partir de elementos naturais, onde
temos que uma cadeia de informações geram possibilidades de uma arquitetura com
maior precisão, sustentabilidade e eficiência.

Este novo conceito permite aos arquitetos realizar modelos mais sustentáveis,
explorando novos conceitos de arquitetura, modelando novas formas através de estudos
paramétricos (ARAÚJO, 2017).

58
GESTÃO DE EDIFICAÇÕES INTEGRADA A MODELAGEM BIM │ UNIDADE III

Com isso, podemos afirmar que em um ambiente virtual podemos ter noções de um
ambiente ecológico e ambiental, tornando a arquitetura sustentável, sendo esta
arquitetura não somente virtual ou visual ela torna-se real e possível. E é através do
ambiente virtual que estabelecemos uma infinidade de forma que nos possibilitam
conceber edificações sustentáveis.

Através de softwares e ferramentas digitais é possível estabelecer análises e com isso


desenvolver de forma eficiente um projeto, já que através destes é possível analisar:

»» Cálculos.

»» Parâmetros.

»» Informações.

»» Interações.

»» Formas orgânicas.

Sendo que estas listadas acima ficam impossíveis de serem raciocinadas pela mente
humana sem ajuda de um programa assistido por computador (ARAÚJO, 2017).

Processos sustentáveis em ambiente virtual


Com a modernização e lançamento de muitos softwares específicos criou-se uma
possibilidade de se executar projetos complexos que antes não eram possíveis de ser
executados. Com isso se cria uma possibilidade de se projetar formas complexas que
antes não eram possíveis de ser planejadas, projetadas e executadas com os meios
tradicionais que se tinha acesso (ARAÚJO, 2017).

O projeto sustentável vai além de se projetar um edifício com menos impacto no meio
ambiente, ele deve levar em consideração o desenvolvimento comunitário, crescimento
urbano, uma maior qualidade de vida, funcionalidade e desenvolvimento para a
comunidade como um todo.

Podemos exemplificar tal projeto com o Complexo Multifuncional Vitalidade Urbano


da arquiteta Carolina Araújo, no qual esta desenvolveu uma proposta futurista que
englobou o desenvolvimento da comunidade como um todo, levando em consideração
todos os itens listados acima sobre um projeto sustentável (ARAÚJO, 2017).

Este complexo é formado no projeto por três torres, sendo que uma torre é de escritórios
com 8 salas comerciais de 40 metros quadrados por pavimento, uma torre residencial

59
UNIDADE III │ GESTÃO DE EDIFICAÇÕES INTEGRADA A MODELAGEM BIM

com 24 pavimentos, sendo 1 residência por pavimento e uma torre hotel com 12
pavimentos sendo 55 unidades habitacionais, além de galerias comerciais em uma área
de 15.198.00 metros quadrados (ARAÚJO, 2017).

Nas figuras, a seguir, podemos verificar todo o processo de desenho arquitetônico


utilizando a modelagem BIM para a concepção do projeto.

Figura 14. Terreno para implantação do Complexo Multifuncional Vitalidade Urbano.

Acesso exclusivo
Veículos - Torre Corte
Residencial Torre
Hotel
ELEVAÇÃO 4

TORRE
CORTE RESIDENCIAL
TORRE
ESCRITÓRIOS

TORRE
ELEVAÇÃO 3

ESCRITÓRIOS
ELEVAÇÃO 1

TORRE
HOTEL

Acesso Torre de Escritórios;


Acesso Torre Hotel;
Acesso Lojistas;
BR 116 - Rodovia Régis Bittencourt Acesso público Geral
Acesso Atuba/Quatro Barras

ELEVAÇÃO 2

IMPLANTAÇÃO/COBERTURA
ESCALA -1:500

Fonte: <https://i2.wp.com/bimexperts.com.br/wp-content/uploads/2017/04/aaaaaaa.jpg?w=948>.

60
GESTÃO DE EDIFICAÇÕES INTEGRADA A MODELAGEM BIM │ UNIDADE III

Figura 15. Concepção dos cortes para projeto das torres e área construída.

Corte Torre Hotel

Corte Torre Residencial

Corte Torre Escritórios


Fonte:<https://i2.wp.com/bimexperts.com.br/wp-content/uploads/2017/04/asaas.jpg?w=934>.

Figura 16. Apresentação por modelagem do projeto final do Complexo Multifuncional Vitalidade Urbano.

Fonte: <https://i1.wp.com/bimexperts.com.br/wp-content/uploads/2017/04/dwds.jpg?w=904>.

61
UNIDADE III │ GESTÃO DE EDIFICAÇÕES INTEGRADA A MODELAGEM BIM

Neste tipo de exemplo de projeto podemos então visualizar todos os conceitos que
estamos estudando até o momento. Aqui, fica claro que através da modelagem BIM
podemos incorporar todos os requisitos para obter selos verdes, por exemplo, e tornar
a edificação o mais sustentável possível.

62
APLICAÇÃO DA
MODELAGEM UNIDADE IV
BIM A FAVOR DA
SUSTENTABILIDADE

Nesta última unidade estaremos nos aprofundando em como implantar o BIM e


utilizá-lo a favor da sustentabilidade.

CAPÍTULO 1
Implantação do BIM em um projeto

Para se implantar o BIM a partir de uma concepção de um arquiteto precisamos


estabelecer comunicação entre engenheiro, cliente e arquiteto e esta troca de
informações inicialmente era realizada através de documentos. Era através desta
documentação que a ideia inicial do arquiteto era recriada de maneira inversa.
Como resultado poderíamos enfrentar muitos problemas como modos de concepção
diferentes, perdas de informações, desperdícios etc. Com a implementação da
modelagem BIM como um tipo de coordenador central podemos verificar na figura
abaixo que facilita com que todas as informações referentes ao empreendimento
em questão fiquem de forma centralizada e clara. Com isso, temos que todos os
envolvidos possam acessar as informações. Assim, todos os agentes envolvidos no
empreendimento podem acessar as informações contidas em um mesmo modelo.

63
UNIDADE IV │ APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE

Figura 17. Modelagem BIM como coordenadora de um projeto.

Proprietário

Engenharia
Arquitetura
estrutural

Fundações
BIM Administra-
dor da
Obra

Instalações Instalações
elétricas hidraulicas

Fonte: PEREIRA; AMORIM, 2011.

Podemos afirmar que com a utilização do BIM temos uma maior compreensão do
que será realizado, fica tudo mais claro, limpo e funcional. Como subsídio nesta fase,
buscam-se informações à respeito do mercado imobiliário e das necessidades dos
clientes. Devido à complexidade e à dinâmica do mercado e do setor da indústria da
construção, podem-se ignorar aspectos relevantes nesta análise.

De acordo com Romsy et al. (2011) com a customização de aplicativos BIM de acordo
com Coordenação Modular podemos chegar a obter muitos benefícios como:

»» Redução do tempo de produção.

»» Redução do retrabalho.

»» Maior sinergia entre projeto e construção.

Isso que precisamos entender com a contextualização do BIM, a substituição do


trabalho 2D por um ambiente BIM engloba não somente a aquisição de softwares
e treinamento. Não é somente mudar o jeito com que se realiza um projeto, por
exemplo, é gerar uma modificação real de tudo que o engloba.

Com a utilização do BIM, vemos mudanças em todos os aspectos do empreendimento,


devido a isso um ótimo planejamento deve ser realizado para gerar maior
compreensão e planejamento maior por parte de todos os envolvidos.

64
APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE │ UNIDADE IV

No contexto do BIM, o projeto não é somente um suporte, ele é um definidor de


processos e procedimentos, que serve para o controle das etapas de produção no
canteiro de obras e nas etapas de produção.

A modelagem BIM vem de encontro para uma melhor execução, já que simula as
etapas de construção (4D: modelagem + tempo) e com isso o controle de custos se
torna mais fácil (5D: modelagem + tempo + custos).

Eastman et al. (2008) colocam que para um processo de implantação do BIM


precisamos ter:

»» Um plano detalhado do BIM deve ser desenvolvido pela alta administração


exibindo todos os impactos que ele pode ocasionar internamente ou
externamente.

»» Uma nova equipe interna responsável pela execução do plano dos recursos
necessários e o tempo necessário para seu desempenho deve ser criado.

»» Para se iniciar a utilização do BIM é recomendado utilizá-lo em projetos de


pequeno porte em paralelo à metodologia já utilizada tradicionalmente e
com isso produzir a documentação para que se possa comparar o modelo
convencional com o modelo depois da implantação do BIM.

»» Utilizar os resultados obtidos para ajustes na implantação do BIM e assim


manter a liderança da empresa bem informada.

»» Iniciar envolvimento dos colaboradores de forma que ocorre a troca de


conhecimentos sobre o modelo e assim ampliar a utilização do BIM a
novos projetos.

»» Realizar a integração do BIM com todas as áreas pertinentes na empresa


e com isso estabelecer novos documentos contratuais para clientes e
parceiros.

»» De tempo em tempo realizar a revisão do planejamento inicial da


implantação levando em consideração os erros e ajustando os alvos de
custo tempo e desempenho.

Fases de desenvolvimento
De acordo com Tobin (2008), o BIM pode ser compreendido em três fases que são:
BIM 1.0, BIM 2.0 e BIM 3.0. Três dessas fases podem visualizar o estado atual e toda
a trajetória do bem futuramente que é construir um protótipo virtual uma réplica do
edifício a ser erguido em um canteiro de obras.
65
UNIDADE IV │ APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE

BIM 1.0

Nesta primeira fase podemsos visualizar a substituição dos desenhos 2D que eram
tradicionais por uma modelagem 3D parametrizada, que permite uma otimização de
elaborações de desenhos, cálculos e planilhas temos também um cronograma e uma
listagem de materiais, nesta primeira fase o BIM se concentra nos projetistas que têm o
livre arbítrio na escolha de um software e definem até que querem aplicar a tecnologia.

BIM 2.0

Já nesta fase, temos uma comunicação entre os modelos das diversas disciplinas.
Existe uma associação dos parâmetros temporais como CAD 4D para a elaboração
de cronogramas e financeiros CAD 5D para previsão de gastos. Nesta fase os
profissionais que antes trabalhavam independentemente passam a trabalhar em
conjunto simultaneamente, aqui os profissionais estão fora da sua zona de conforto,
documentos como lista de materiais, ferramenta de logística e fonte de informação para
manutenção pós ocupacional passam a ter validade se comparados a como eram tratado
anteriormente, é nesta fase que se desenvolve a aplicação de conceitos de organização
AIA62 e AGC63 publicaram os documentos “ContractorsGuideto BIM” e “Integrated
Project Delivery”.

BIM 3.0

Já nesta fase, temos a prototipagem completa que foi realizada de modo colaborativo,
temos análises de conforto térmico e acústico; energética do projeto; são contra
incêndios; entre outros. Aqui, todas as disciplinas fazem parte de um modelo único
através de um gerenciamento e controle centralizado de um banco de dados acessados
pela internet (cloud computing). Os colaboradores trabalham de modo coletivo em suas
especialidades, por exemplo, o protótipo do arquiteto terá valor durante todo o ciclo de
vida da edificação, esta é uma visão Idealista onde inovações no campo da Ciência da
Computação completam este cenário. Os colaboradores, nesta fase, devem sair da zona
de conforto para um ambiente cooperativo e totalmente compartilhado.

Desafios na implementação do BIM


Com certeza de todos os desafios enfrentados para implementação da tecnologia
BIM, interoperabilidade é o único cuja responsabilidade de solução encontra-se
especialmente no setor da Computação. Por parte dos Fabricantes de softwares há um
grande esforço em atender à demanda de mercado, porém a indústria da construção tem

66
APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE │ UNIDADE IV

requerido ainda mais funcionalidade e menos interoperabilidade. Com o desenvolver


desta tecnologia, a indústria da construção está deixando o caminho improdutivo,
porém ainda existe um longo caminho pela frente. Do BIM ocasionará uma mudança
significativa em toda a forma de contrato realizado entre os agentes participantes de
um emprego que era tradicionalmente realizado em papel e prancha.

Arquitetos, Engenheiros, construtores, fornecedores e qualquer outro colaborador


que estiver envolvido no projeto deverá estabelecer uma comunicação entre si já que
as contribuições de especialistas serão mais direcionadas e necessárias nas primeiras
fases do projeto.

Trabalho em equipe colaborativo

Com a aplicação do BIM é essencial a colaboração mútua entre todos os envolvidos,


mas a determinação da forma que mais se adequa às equipes é um problema que deve
ser resolvido. Caso o arquiteto, por exemplo, utiliza-se para seu projeto um desenho
tradicional 2D o construtor deve então construir o modelo para planejar, ordenar e
estimar a construção.

Aqui temos um problema, pois estamos criando um modelo BIM após o projeto
ser executado, com isso já temos um aumento do custo e o tempo, porém é mais
vantajoso para o planejamento já que ocorre a elaboração de detalhes úteis para
instalações hidrossanitárias elétricas trabalhos com outras empresas participantes
do empreendimento e de fornecedores e também para sanar problemas de mudança
caso sejam necessárias dentro do projeto, Os colaboradores de uma mesma equipe
podem utilizar softwares, remodelamento, diferentes de outra equipe acarretando num
aumento na complexidade da interação entre as equipes já que vai ser necessária a
utilização de protocolo de comunicação a fim de que haja interoperabilidade.

Documentações

Organizações como a AIA e AGC estão propondo orientações para os termos


contratuais e distinguir quem terá a propriedade sobre o banco de dados múltiplo do
projeto sobre a fabricação análise e construção, quem é por eles, quem é responsável
por sua exatidão. Conforme os proprietários incorporadores vão tendo acesso e
aprendendo sobre as vantagens do BIM estes passam a requerer o modelo contratual
com suporte a estas operações.

67
UNIDADE IV │ APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE

Tempo de aprendizado

Para toda grande mudança, seja ela através de processos ou tecnologias, requer um
tempo para que se assimile o aprendizado e adaptação. Claro que as companhias no
mundo atual estão em busca de profissionais que tenham habilidade para trabalhar em
projetos BIM, as Universidades têm implantado o curso para introduzir os alunos nas
novas ferramentas, mas dessa experiência acadêmica é nova e é baseada em pedagogias
ainda não consolidadas. Para formação de profissionais em BIM é recomendado aulas de
laboratório, palestra sobre conceitos e ferramentas e também é importante uma revisão
de estudos de caso realizando visitas a empresa e canteiros de obras para que o aluno
compreenda o processo de construção. Este aprendizado pode ser baseado na resolução
de problemas ou no desenvolvimento de projetos BIM onde o professor assume o papel
de gerente BIM do projeto. Uma equipe interdisciplinar de professores composta por
um especialista em ferramentas BIM e especialistas nas diversas disciplinas como
arquitetura cálculo estrutural e instalações e outras deve ser formada. Já o aluno
pode trabalhar com colega mais experiente até que ele adquire o conhecimento básico
e gradativamente sejam introduzidas as atividades práticas Integradas com outras
universidades ou empresas temos que a indústria e academia devem estabelecer uma
conexão, seria neste treinamento de mão de obra.

Com isso, temos as empresas se beneficiando já que terão uma mão de obra
especializada seus problemas com tecnologia inovadora. Ao invés de tentar mudar o
currículo a faculdade deveria se envolver com as empresas, um trabalho colaborativo
de pesquisa consultoria e ensino. A indústria, por sua vez, deve fazer investimentos
nas faculdades, visitar a sala de aula, discutir com os professores e alunos as novas
tendências e a realidade do cenário atual além de compartilhar modelos e outros
materiais para prática do conhecimento temos, por exemplo, o CAD que quando surgiu
era uma nova tecnologia de projeto auxiliado por computador, mas com a banalização
ficou conhecido como o conjunto de ferramentas, tanto para que não aconteça o mesmo
no ensino do BIM a sua abordagem para formação de Engenheiros e arquitetos deve ser
ampla e focada na aplicação de políticas processos e tecnologias na disciplina de projeto
e não somente na capacitação em disciplinas de informática aplicada.

De acordo com Ruschel et al. (2010), que realizaram duas experiências de ensino
do BIM em disciplinas da graduação e pós-graduação, este enfatiza que nessas duas
experiências não usou o ferramental, mas sim a conceituação da modelagem BIM e de
seus processos do projeto e como conclusão notou-se uma engenharia que tem uma
abordagem segmentada do processo construtivo que é caracterizada por uma contínua
negociação das responsabilidades dos direitos, e por consequência as obrigações no

68
APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE │ UNIDADE IV

decorrer da cadeia produtiva vão se transferindo de um profissional para o outro


objetivando sempre o melhor resultado final do produto.

O mecanismo no setor de comunicação entre softwares permite a interoperabilidade


no uso da tecnologia BIM, já que ocorre a troca sincronizada e contínua de informações
entre os modelos permitindo uma engenharia simultânea o que temos que nos atentar
aqui é para parar, por exemplo, soluções técnicas em completas ou gestão inadequada do
fluxo de informação, pois isto pode criar um buraco no desenvolvimento do projeto com
a tecnologia BIM que pode gerar desperdício de tempo como espera de processamento
que causa ciclo desnecessário ou de longo prazo consequentemente um desempenho
baixo do processo.

Fases de transição na implementação do BIM

A modelagem BIM em uma empresa envolve diferentes profissionais que colaboram


para o projeto. Existem algumas situações que a empresa terá que enfrentar:

Projeto e fábrica integrados a fim de se obter uma maior integração entre o


arquiteto ,o modelo do projeto e o modelo real utilizado na construção a prática da
contratação de empresas para realizar partes do empreendimento como concreto
aço etc deve desaparecer, porém isso só é possível ser todos os pontos críticos da
produção forem incluídos no projeto, ocasionando assim que não haja necessidade
de grandes revisões posteriores. Esse tipo de colaboração que antecede o projeto
é de fundamental importância, já que afeta diretamente as relações de trabalho
e contratos. São relações corporativas que dependem do suporte da realização do
gerente de modelagem e do gerente de construção.

Projeto de acordo com desempenho

A solicitação para realização de simulações e análises da operação do edifício que está


sendo planejado será cada vez maior para arquitetos e Engenheiros, com a finalidade de
estabelecer um conhecimento dos custos operacionais não somente da edificação mas
também de todas as funções primárias, como por exemplo, no projeto de um aeroporto
as implicações na escala de aterrissagem, taxiamento e decolagem ou no projeto de um
hospital as suas operações de emergências com isso podemos concluir que o projeto de
edificações destinadas a serviços ou a produção deverão ter certificação para a eficiência
a qual estão sendo concebidos.

69
UNIDADE IV │ APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE

Podemos assim estabelecer que serão realizadas interações com a entidade do cliente
e os seus Consultores do projeto um fluxo de trabalho por fases e a capacidade de
troca de dados da firma para com cliente fica a cargo da equipe de projetos também
estimar os custos, m dióxido de carbono e gastos de energia do edifício em questão.
Qual a utilização do BIM esses requisitos poderão ser confrontadas semanalmente
ou até diariamente tudo dependerá de como foram organizados e como em sintonia
estão os consultores para que isto ocorra.

Coordenação do processo produtivo a fim de que cada empresa participante do


empreendimento do projeto possa comparar seus projetos com o dos outros, a qualquer
momento os padrões de comunicação devem ser mudados. Os projetos elétricos, devem
ser disponibilizados no sistema e também no canteiro de obras, isso requer um gerente
geral que coordene esses modelos, coordene o processo produtivo e também a logística.

Documentação

Fica na responsabilidade do diretor do BIM seja ele da firma projetista Construtora


ou fabricante o banco de dados de modelos do gerenciamento do empreendimento.

Projeto e compras

Quando por algum motivo alguma matéria prima do material a ser utilizado na obra tem
uma data de entrega grande que seja feita fora do canteiro de obra é vantajoso começar
a fabricação enquanto o projeto ainda está em andamento. Porém, algumas partes do
projeto são travadas quando vão para a produção e para isso necessita de uma gestão
conjunta entre o gerente de construção e o gerente de modelagem. Salientando mais
uma vez, que não é da noite para o dia que essas mudanças vão acontecer, mesmo já
estando disponível para serem implementadas, pois elas requerem que os colaboradores
participem de uma nova forma dentro da empresa, os arquitetos e Engenheiros e demais
colaboradores devem ter em mente que eles vão responder pelas novas práticas.

Os gerentes de BIM vão liderar as equipes de colaboradores dentro das empresas


através das padronizações de interoperabilidade que são desenvolvidas por
organizações do BIM de âmbito nacional e global sendo essas padronizações
utilizadas durante toda a negociação do contrato e também no planejamento do
fluxo de trabalho. Conforme a utilização do BIM ocorre de forma crescente ocorre
a necessidade de uma formação e treinamento de líderes dentro da empresa e de
profissionais de projeto de construção e fabricação, sendo que os fabricantes de
produtos o que são utilizados dentro do setor de construção civil devem disponibilizar
modelos que serão utilizados pelas equipes nas empresas projetistas. Então nós

70
APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE │ UNIDADE IV

temos esta mudança de uma prática enraizada em desenho para uma prática nova
que é baseada em modelos de projeto e construção virtual este novo modelo requer
mais esforço e tempo, porém o seu resultado é muito melhor.

Como planejar a execução utilizando BIM

Os colaboradores têm que fazer um planejamento detalhado e completo de como vai


ser aplicado neste empreendimento e a partir desse plano completo definir os direitos
autorais, estimar o custo, quem vai ser o coordenador do projeto e também planejar
como vão ser utilizado durante todo o ciclo de vida do empreendimento os documentos
que vão ser gerados. Feito o planejamento os colaboradores executam e monitoram o
Progresso comparando o planejamento realizado com a finalidade de obter o máximo
de benefícios com a implementação dessa modelagem BIM.

Então, podemos salientar que o objetivo principal aqui é desenvolver e aumentar a


comunicação entre os colaboradores das equipes de projeto durante as fases iniciais
do empreendimento. Esta equipe que lidera o processo de planejamento deve eleger
representantes de todas as áreas e setores que têm papel significativo dentro do
empreendimento e devido ao fato de não ter um método que seja mais benéfico, a
estratégia de execução para cada caso deve ser Projetada de acordo com as características
que se quer obter como empreendimento e também de acordo com as capacitações dos
colaboradores da equipe.

Quando falamos de benefícios no ciclo de vida do empreendimento, podemos listar


alguns principais e em qual setor se enquadram, conforme podemos verificar no quadro
abaixo.

Quadro 10. Benefícios do ciclo de vida de um empreendimento com aplicação do BIM.

Planejamento Projeto Construção Operação


Modelamento de edificações existentes
Estimativas de custos
Planejamento executivo das fases
Prototipagem
Análise de volumetria
Análise geográfica
Criação de projetos
Análise energética
Análise estrutural
Análise mecânica, elétrica e tubular

71
UNIDADE IV │ APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE

Planejamento Projeto Construção Operação


Certificação de sustentabilidade
Conformidade com normas
técnicas
Coordenação 3D
Planejamento do canteiro de
obras
Projeto do sistema construtivo
Fabricação digital
Planejamento e controle 3D
“as bult” do modelo
Planejamento de manutenção
preventiva
Análise dos sistemas do
edifício
Gerenciamento de atrativos
Gerenciamento de espaços
Planejamento de emergência
Fonte: Adaptado de CIC, 2010.

Utilizando os dados acima listados podemos aumentar o desenvolvimento do modelo


em questão, unindo a precisão dos dados e controle da qualidade, a fim de beneficiar
quem vai utilizar estes dados.

A fim de enxergar todo o ciclo e as partes mais beneficiadas com a aplicação do BIM,
é de costume também analisar estes dados começando do fim da vida da obra, o
que é ilustrado pelo quadro 11, onde os colaboradores realizam análise das fases do
empreendimento em uma ordem cronológica de forma invertida e assim conseguem
compreender a importância das últimas fases da obra em questão.

Quadro 11. Cronograma inverso dos benefícios da aplicação do BIM.

Operação Construção Projeto Planejamento


Planejamento de manutenção
preventiva
Análise dos sistemas de edifícios
Gerenciamento de ativos
Gerenciamento de espaços
Planejamento de emergências
“as bult” do modelo
Planejamento do canteiro de
obras

72
APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE │ UNIDADE IV

Operação Construção Projeto Planejamento


Projeto do sistema construtivo
Fabricação Digital
Planejamento e Controle 3D
“as bult” do modelo
Criação de projetos
Análises energéticas
Análises estruturais
Análises mecânicas, elétricas e
tubulações
Certificação de sustentabilidade
Conformidade com normas
técnicas
Análise geográfica
Prototipagem
Análise volumétrica
Planejamento executivo das fases
Estimativa de custos
Modelamento de Edificações existentes
Fonte: Adaptado de CIC, 2010.

No quadro 12, a seguir, podemos visualizar alguns softwares que são utilizados na
tecnologia BIM e as empresas que os desenvolveram. Os melhores softwares são aqueles
que conseguem ser facilitadores para minimizar ou eliminar rotinas e atividades de
forma a maximizar os processos como um todo.

Quadro 12. Relação de softwares para utilização do BIM.

Software Empresa
Revit (Architecture/MEP/Structure) Autodesk
Microstation Bentley Systems Inc
Archicard Graphisoft
Digital Project Gehry Technologies
TeklaStructures TeklaCorp.
Dprofiler Beck Technologies
Active 3D Archimen
Allplan Nemetscheck
Vectorworks Nemetscheck
Fonte: Techne, 2010.

73
CAPÍTULO 2
Softwares para serem utilizados para
implantação do BIM a favor da
sustentabilidade

Podemos afirmar que a utilização do BIM pode nos proporcionar dentro da obra um
planejamento e controle de todos os processos de produção em todos os ciclos de vida
do empreendimento, de forma dinâmica, já que nos indica quantificações automáticas
dos recursos e reduz a variabilidade na orçamentação.

A utilização de softwares específicos para orçamentos e planejamento de obra como o


VICO Office, Primus Software e o Allplan, realizam a conexão de etapas importantes
para se gerenciar um empreendimento utilizando o BIM.

No mercado, também existem softwares específicos para detectar conflitos ou


divergências que possam existir entre os modelos das diferentes disciplinas envolvidas
no BIM. Esses conflitos e divergências, por exemplo, podem ser entre estrutura,
instalações, arquitetura, fundações. Que são tipos de softwares que agem evitando
esses conflitos interdisciplinares e fazem com que estes passem sem ser percebidos,
assim temos que as interferências são resolvidas ou sanadas antes de serem executadas
durante a obra, com isso temos uma redução dos custos com retrabalhos, perdas de
material, telhas de mão de obra, redução de geração de resíduos. Assim podemos
afirmar que as ferramentas BIM com a finalidade de viabilidade têm como principal
função estimar os custos iniciais e o planejamento inicial do empreendimento quando
encontra-se no estudo de viabilidade ou Concepção.

Os resultados obtidos com a utilização das Ferramentas auxiliam nas etapas iniciais de
projeto, a tomada da melhor decisão, apresentando estimativas preliminares de custos
para se executar um empreendimento e assim tornar possível que estudos de massa
sejam realizados para decisão da forma arquitetônica.

Quando olhamos os custos e a sustentabilidade fica claro que se pensarmos nos custos
antes de participar da obra em si é pensar em uma construção sustentável logo que a
sustentabilidade e seu pilar econômico é de suma importância para tomada de decisões.

Como exemplo, podemos citar uma pesquisa que foi realizada na Universidade de
Brasília onde foram realizadas as formas de lançamento da arquitetura dançando
no custo de sua edificação, para isso foi utilizado o software Dprofiler. Com os

74
APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE │ UNIDADE IV

modelos já propostos ficou comprovada a possibilidade de se determinar um formato


arquitetônico aliado a um estudo preliminar de custos.

Custos de construção utilizando a ferramenta


BIM
Com a utilização das Ferramentas BIM podemos dizer que em relação aos custos elas
têm uma contribuição desde a extração das quantidades até a execução de orçamentos
executivos. Podemos citar o software BIM 3D utilizados para modelagem de projetos
como Archicad, AECOsim, Revit e Vectorworks que nos permite extrair dados de forma
automática e imediata dos quantitativos diretamente do modelo 3D.

Porteiro interfaces de trabalho com projetos de arquitetura, pintura e instalações


permitem também a extração dos quantitativos diretamente do modelo, o Revit é o
software mais conhecido mundialmente.

Porém, devemos levar em consideração duas questões referentes a esta extração do


quantitativo a partir dos modelos 3D:

»» Com o intuito de um orçamento preciso e confiável é necessário que o


nível de detalhamento do modelo seja perfeito.

»» A fim de se obter os valores das quantidades a serem utilizada a qualidade


do modelo também é de suma importância.

Portanto, para se iniciar uma extração de quantitativos e o modelo 3D é fundamental


utilizar softwares BIM para confirmar se não existem conflitos ou incompatibilidades
entre os modelos utilizados.

Como exemplo o SolibriModel Checker e o TeKla BIM City que são softwares nos quais
a modelagem final fica bem próxima à realidade e, portanto, a extração de quantitativos
é mais eficaz.

Quando pensamos em orçamento como utilização de softwares BIM sendo


denominados de BIM 5D, são utilizadas ferramentas específicas para este fim como o
Vico Office, Primus Alplan BCM. A partir destas ferramentas cria-se a possibilidade
e se desenvolver um orçamento de forma integrada com o modelo desenvolvido em
ferramentas BIM 3D.

Temos que o Vico Office executa com o Bim 4D e 5D, portanto ele trabalha na
gestão da construção dentro dos parâmetros de planejamento e de orçamento de
empreendimento. Através disso existe a possibilidade de se realizar estimativa de
75
UNIDADE IV │ APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE

custos, levantamento das quantidades do projeto e, por fim, utilizar a linha de balanço
para um planejamento correto com isso pode afirmar que essa ferramenta é utilizada
para a gestão da construção.

Custos com operações e manutenções da


ferramenta BIM
Podemos utilizar também as ferramentas BIM com a finalidade de gerenciar as
operações e manutenções de um empreendimento. A utilização de softwares como o
YouBIM para esta finalidade. Em específico, essa ferramenta proporciona um banco
de dados integrado que pode ter acesso direto na nuvem, tem diversas informações
sobre o empreendimento e são destinados à manutenção predial e também
informações sobre manutenção rotineira de equipamentos.

Melhores softwares do mercado na atualidade


Quando pensamos em softwares de modelagem BIM, temos uma grande gama de
opções, a seguir uma lista dos mais utilizados atualmente no Brasil:

»» Revit.

»» Navisworks.

»» Autodesk BIM 360.

»» SketchUp.

»» Tekla BIMsight.

»» Procore.

»» Dassault Systèmes BIM.

»» Trimble Connect.

»» AECOsim Building Designer.

»» Hevacomp.

»» BIMobjeto.

»» BIMx.

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APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE │ UNIDADE IV

»» Archicad.

»» Vectorworks Arquiteto.

»» PriMus IFC.

»» Edificius.

»» Midas Gen.

»» Arquitetura Allplan.

»» Buildertrend.

»» BricsCAD BIM.

A utilização de softwares está elevando o trabalho no setor da construção e gestão


ao nível mais elevado com maior eficiência e Transparência. Podemos concluir que
atualmente a utilização de softwares de modelagem e de informações no setor de
construção civil é obrigatório para projetos e licitações envolvendo contratos com
organizações governamentais por todo o mundo. Ao mesmo tempo isto se torna mais
acessível comercialmente e aos poucos está sendo introduzida aos estudantes no ensino
superior modelagem.

A modelagem BIM não é somente auxiliar do projeto através do computador, afinal ela
auxilia na redução de custos e na detecção de erros antes mesmo que eles aconteçam, a
acelerar os cronogramas da construção da obra.

Com projetos de construção mais usados e complexos para serem executados, esta
solução veio para simplificar e automatizar o gerenciamento da construção. Gerenciar
de forma correta estas obras complexas é a prioridade dentro do setor civil, afinal
retrabalho gera custos altíssimos. Pesquisas indicam que o custo médio do retrabalho
fica em aproximadamente 4 a 6% do custo total do projeto levando-se em conta custo
direto de retrabalho a ser reportado, além disso, o custo médio do retrabalho é de 9% do
custo total do projeto aliado a fatores diretos e indiretos, das Ferramentas Bim surge a
oportunidade para detectar possíveis problemas e assim evitar desperdícios de tempo e
dinheiro. A utilização de softwares 3D fornece ferramentas e percepções corretas para
se planejar, construir e gerenciar a obra com mais eficiência. Caso essa tecnologia ainda
não existisse, o projeto está sujeito a falhas e erros que poderiam ser evitados. Agora
vamos listar alguns softwares de modelagem de informação voltados para construção e
de forma resumida reportar quais os seus recursos e funcionalidades.

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UNIDADE IV │ APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE

Visual Arq
Voltado para projetos arquitetônicos que complementa a plataforma Rhino.
Proporcionando uma modelagem geométrica mais precisa através de uma camada
de recursos de estilização e documentação de objetos.

TurboFloorPlan
Muito utilizada para iniciantes e pequenas empresas possui ferramentas de início
rápido com Centro de Instrução e um estimador de custos automáticos e também dicas
de construções ecológicas.

Espírito softTech
Possui uma plataforma de modelagem AEC que possui recursos de controle de
custos integrado e também um conjunto de outras ferramentas BIM e CAD.

SeFaira
Possui uma plataforma que serve tanto para engenharia arquitetura e
sustentabilidade com ferramentas para simulações e colaborações.

Cypecad
Realiza análise de concreto armado e também de estruturas de aço para a existência
horizontais e verticais. Atende necessidades de arquitetos e Engenheiros e empresas
de construção, possuindo também estruturas 3D Integradas via conexão entre
Cypecad e sai Cype 3D.

Gestão de operações de construção Archibus


Uma ferramenta para gerenciamento de operações e construção no conjunto Archibus
agiliza o processo de gerenciamento e monitoramento de projetos Imobiliários,
instalações e de infraestrutura. Possui também um portal para autoatendimento de
tarefas de agendamento relatórios e despacho.

OpenStudio
Possibilita a modelagem de energia de construção em fonte aberta Projetada pelo
departamento de energia dos Estados Unidos, é utilizada para planejamento de energia
com análise avançada, com a luz do dia é capaz de realizar análise em grande escala

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APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE │ UNIDADE IV

utilizando ferramentas como calibração de entrada de modelo, estoque de construção e


também otimização do projeto.

Revizto

Possui uma plataforma colaborativa, possibilitando o rastreamento de problemas


multidimensionais a fim de colaborar para que as equipes se comuniquem e coordenem
de maneira mais eficiente todo o ciclo de vida do projeto, desde o início até a construção
esse. Torna todo deste acompanhamento de planos e ajustes mais fácil e orientado para
cumprir os objetivos.

Montar Insight

Possibilita gerenciar os dados da construção em uma nuvem que facilita analisar,


acessar e distribuir dados de construção que são baseados em modelos de processo
de reconstrução e construção. Os principais recursos são a geração de relatórios de
variação visual, ativa conceitual, os níveis de acompanhamento de desenvolvimento e
exportação para os conjuntos de pesquisa do NavisWork.

BIM Track

Muito utilizado para a coordenação de fluxo de trabalho BIM, pois unifica comunicação,
dados e problemas. Facilita a criação de modelagem 3D, gerenciamento de problemas
e a visualização de KPIs e também a recebimento de alertas.

Plataforma SmartBIM

É um facilitador para compartilhar e gerenciar o conteúdo BIM entre Engenheiros


arquitetos e contratados. Se trata de uma plataforma colaborativa cujos dados do BIM
são centralizados ao longo do ciclo do projeto, até a conclusão.

EcoDomus

Trata-se de uma forma bem utilizada por proprietários de imóveis e que apresenta um
ambiente de dados comum que funciona com vários formatos. Permite a implantação
de procedimentos de manutenção especificamente diminuindo custos de energia e mão
de obra de uma maneira econômica.

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UNIDADE IV │ APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE

Innovaya

Tem como principal função a simplificação de todo o processo de gerenciamento de


projeto e também projetos adaptáveis, uma variedade de modelagem de dados, vendo
formatos AEC e Revit e também fornece uma plataforma de colaboração para ver o
compartilhamento de ideias arquivos e dados.

YouBIM

É uma plataforma com pouco atrito que possibilita a capacidade de funcionários


escritório de campo a utilizá-lo. Gerencia a instalação e funciona com vários bancos de
dados.

RhinoBIM

Criado a partir da infraestrutura rindo, este BIM nada mais é do que um conjunto de
plugins que expandem o Rhino 5.0 para profissionais de AEC. Possui projeto estrutural
e editor.

StreamBIM

Trata-se de um software que simplifica o compartilhamento de dados e a sua colaboração


concentra na digitalização de planos que são acessíveis a partir de dispositivos móveis,
laptop ou desktop.

Benefícios do BIM

Quando temos uma implementação correta do BIM, este pode gerar muitos benefícios
como:

»» Qualidade maior de projeto.

»» As condições do canteiro de obra se tornam mais previsíveis.

»» Ocorre em planejamento melhor dos cronogramas de execuções.

»» Maior número de oportunidades de implantação de inovações.

Sendo que ao final da obra ocorre a formação de um banco de dados que pode ser
utilizado para manutenção preventiva e corretiva e também para o planejamento de
reformas ao passar do ciclo de vida da construção.

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APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE │ UNIDADE IV

A realidade aumentada já é utilizada há tempos na engenharia mecânica, porém no setor


de construção civil ainda está começando a ser implantada. Soluções para problemas
sustentáveis como a eficiência energética, térmico de edifícios, a utilização de menos
material na construção, reversa são aplicadas dentro deste conceito do bem de forma
fácil, rápida e precisa.

É sabido que o conceito do BIM é voltado para interoperabilidade, porém ainda existe
muita dificuldade de interface entre os softwares, sim, a solução atual adotada ainda é
a criação de modelos simplificados. Na figura 18, a seguir, temos o resumo de onde o
BIM trabalha.

Figura 18. Áreas de aplicação do BIM.

Pessoas

Projeto BIM
Processos

Tecnologia

Fonte: <http://mundogeo.com/blog/2016/11/11/artigo-bim-no-mercado-de-infraestrutura-quando-devo-implantar-uma-nova-
tecnologia/>.

Podemos destacar os benefícios do BIM distintos para cada colaborador, como veremos
a seguir:

Proprietário

A utilização de modelagem BIM possibilita que este acesse a banco de dados e assim
realize uma melhor análise para concepção e a viabilidade do empreendimento

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UNIDADE IV │ APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE

em questão. Ele pode verificar tantos os requisitos qualitativos quantos requisitos


quantitativos das especificações iniciais de um projeto.

Engenheiros e arquitetos

Ao aplicar a modelagem Bim, esta possibilita uma engenharia de forma simultânea,


projetos em tempos mais curtos e com uma menor margem de erro, maior oportunidade
de melhorias, maior estimativa de custos e quantidades mais rápidas e precisas,
simulações para sustentabilidade como energia, térmica materiais a serem utilizados.
As mudanças no projeto também são resolvidas com maior rapidez e precisão.

Fornecedores e construtores

Com a utilização do BIM é possível realizar a simulação do processo construtivo e


assim enxergar o canteiro de obras. Sendo assim, as interfaces são verificadas e se
existirem conflitos estes são identificados virtualmente antes de serem detectados
no campo. Já os fornecedores têm mais facilidade em fabricar pré-moldado.

Operadores pós ocupacionais

Com esta sessão do modelo BIM existe a possibilidade de uma fonte de informações
para manutenção preventiva e corretiva da construção, possibilitando também o
monitoramento dos sistemas de sensores e controle remoto das instalações e também
para o desenvolvimento de possíveis soluções que ainda não foram implantadas na
construção.

Finalizar sobre esse assunto dizendo que conforme a utilização do BIM aumenta devem
ser atribuídos dois cargos cruciais, o primeiro é o diretor BIM, habilidade de uma visão
Global do Bin para cada projeto, ele deverá promover a interoperabilidade, manter
bibliotecas de informação de projetos e cooperar na definição dos softwares utilizados
de acordo com as características de cada cliente e projeto, apoiar o serviço de contrato
com cliente parceiro de projeto e também dar assistência aos esforços de Marketing um
gerente de modelagem fica responsável por organizar o fluxo de trabalho e integridade
do banco de dados do empreendimento, ele trabalha em cima da infraestrutura provida
pelo diretor, mas ele também pode requerer certas adaptações a cada empreendimento
devido a diferentes métodos de execução ou para suprir as necessidades dos clientes.

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APLICAÇÃO DA MODELAGEM BIM A FAVOR DA SUSTENTABILIDADE │ UNIDADE IV

Devem ser estabelecidas políticas para serem guias de leitura e escrita e assim garantir
acessibilidade dos modelos.

Programação orientada dentro do modelo BIM

Esta programação nada mais é do que um paradigma de desenvolvimento de software


que é embasado na utilização de componentes individuais, nos quais se podem construir
sistemas bastante complexos e é baseada em conceitos tais como classe, herança e
atributos.

Objeto nada mais é do que uma entidade física como uma fechadura, uma janela sigla
etc ou uma entidade conceitual como processos ou registros, por exemplo.

Classe é um conjunto ou uma família de objetos cujas propriedades são parecidas. e um


comportamento comum ou um relacionamento idêntico com outros objetos quando se
realiza uma subclasse recebe como herança o atributo que já foi desenvolvido antes. A
porta de madeira recebe como herança o atributo da dimensão.

Então, a programação é realizada através destas classes e também com uma criação
de hierarquias onde as propriedades referentes às classes são transferidas através de
heranças. Sendo que o objetivo dessas classes comporta-se como pré-estabelecido
interage através de mensagens que identificam as operações a serem realizadas.

Os objetos de uma edificação são elementos de divisão e subdivisão da identificação da


edificação em partes. Este objeto tem propriedades associadas a ele.

Os espaços de uma edificação também podem ser tidos como objetos, já que objetos são
agregados para formar propriedades semelhantes.

Já as classes possuem informações como dimensão, altura, fabricante, modelo,


textura, elas podem vir de bancos de dados externos ou internos e também ser salvas
externamente para serem inseridas em outros objetos.

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Referências

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