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Ana Zandwais (org.

HISTÓRIA DAS IDEIAS


diálogos entre linguagem, cultura e história

F A
TUPF EDITORA
Universidade
de Passo Fundo
Cinara Sabadin Dagneze

Sabino Gallon Revisão de Emendas


Revisão de Texto e
Sumário
da Silua
Sirlete Regina
Projeto Gráfico, Diagramação
7 Apresentação
e Produção da Capa

17 Lingua, poder e corpo


Patrick Sériot

pode ser reprodu-


54)A emergência da sociolinguistica soviética das cinzas da
em parte, contorme determinaç o legal, nao psicologia do povo
Este livro no todo ou e escrito do autor ou da editora
meio sem autorizaçao expressa por
zido por qualquer emitidos, as imagens, tabelas. Craig Brandist
A exatidão das informaçõese dos concetos e opinióes
dos autores.
são de exclusiva responsabilidade
quadros figuras
e
92 Valentin Voloshinov: signos, ideologia e sentido
Mika Lähteenmäki
CIP-Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 120 Povos e linguas eslavas: uma "aberração" da "linguística
adicional"? A eslavística fantástica de Nicolai
lakovlevitch Marr
H673 História dasideias: diálogos entre linguagem, culturae
história/ Ana Zandwais (org.). - Passo Fundo: Ed. Ekaterina Velmezova
Universidade de Passo Fundo, 2012.
312p.: il.; 21 cm. 135 Oque a herança de Marr pode nos oferecer?
Vladimir Alpatov
Inclui bibliografia. memória e a história
ISBN 978-857515-790-9 157 Aprocura da liíngua universal: entre a
Amanda Eloina Scherer
1.Linguagemelinguas Filosofia. 2. Identidade. 3.
-

175 Subjetividade, sentido e linguagem: desconstruindo o mito da


Cultura. 4. História Filosofia. I.
Zandwais, Ana, coord.
-

homogeneidade da lingua
Ana Zandwais
CDU: 800.1
Bibliotecária responsável Jucelei 192 Origens filosóficas da ética em Bakhtin: releituras da
Rodrigues Domingues -

CRB 10/1569 metafísica e da fenomenologia ontológico-hermenêutica


Maria Cristina Hennes Sampaio
UPF EDITORA
A chegada de Voloshinov/Bakhtin ao Brasil na década
Campus 1, BR 285-Km
216
Fone/Fax: (54) 3316-8373171- Bairro São José
de 1970
CEP Beth Brait
99001-970-Passo Fundo RS-Brasil nos olhos do outro: o conceito
bakhtiniano de
Home-page: www.upf.br/editora
-

244 Macunaima
E-mail: editora@upf.br "excedente de visão"
Maria Ines Batista Campos

O nome sindicato no Brasil, uma relação lingua-história


263 Carme Regina Schons
materialismo
sua interface com o
289 A análise do discurso e
Editora UPF afiliada
à
histórico
Oliveira Cavalcante
Maria do Socorro Aguiar de

309 Sobre os autores


Associação Brasileira
das Editoras Universitárias
Subjetividade, sentido e
desconstruindo o mito da linguagem
homogeneidade da lingua
Ana Zandwais
busca por um modelo de
língua homogênea,
canaz de refletir os modos de
identificação
plena dos povos na antiguidade, e a unida-
de de um Estado nação, na
modernidade,
Darecem ser utopias indispensáveis às diferentes
formas de organização das sociedades humanas.
Se a língua é o corpo material que serve de base
concreta à ação estruturante da prófpria condição
de simbolizar, de acordo com o modo como Bakhtin
/Volochinov (1986) a concebem em Marxismo e fi
losofia da linguagem, tratar de torná-la homogê-
nea significa tratar de dispor de meios de controle
Sobre as modalidades de subjetivação dos sujeitos
portanto, das formas de produção dos sentidos.
Na Antiguidade, a utopia da busca de uma

língua homogênea, universal, parece ter encontra-

do uma origem em narrativas bíblicas sobre o "s0-


Nimrod,
C Babel", em que o bisneto de Noé,
cujo reino possuía muitas capitais, dentre as quais
uma torre tão alta que das leis
gradas" é
Babel,' decidiu c o n s t r u i r

das
inundações,
como castig livrar
divino,
d a

a
infabilidade
i n f a b i l

ia da prescrição
ue
como os homensdeveria garantir
de
ico
úni espaço
a efica

veriam vive
seu
povo
todo o povo
num
geográfic terra, e tambem fornecer as bases 1 a8es
mo decapaz
tando
Desse modo, reunid
Desse na
n a

de formaçao das licar


a
todos.
um condiçoes
comunidades. as
pró-
de abrigar
de uma mesma um prias
trib
Babel
mesmo espaço Babe e -

á mercé do povo
língua, A
A
unidade
un
das deste
na religiosoS e pela modo, ligadas, as mesmo
nãoficaria mais castigo divino. tempo, por lag
empo busca de
do
de
temor
dilúvio na terra. Entretanto0 Ou
um
novo
ou
como das
línguas faladas entre seus membros é homogeneidade
bre a onipoténcia dos a que
determina-
formas como deveriam
ira divina
seria soberana

Os castigos destino. huma


ria a s f o r m a s

de tal modo
cristalizar-se os sentidos en-
segundo o discurso biblico, uma comunidade, que, sendo
apreendidos como naturalizados,
nos, ao tre
espalhá-los por vários
homens consistiram
em
sentidospoderiam ser
torn -los incompreensiveis entre si
tórios
0 s
as O5
sensuais "propriedades
constituir, dessa forma, as condições
dispersos e através de neces-
suas próprias línguas. sárias para o ssujeitamento dos sujeitos de uma
Com base nesse mito, então, lutar contra
identificados, prioritariar como nação,
dispersão sujeitos de relizião.
dos povos, reunindo os homens num mesmo territirio conforme Haroche (1992).
e
identificando-os por meio de uma lingua comum, cuja modo, podemos caracterizar as formas de
Desse
ca. assu-
racteristica central seria a transparencia, parece ser uma ieitamento do sujeito nas nações mais primitivas pela e-
forma de resgatar "o sonho perdido desde Babel... tra do sagrado", a qual determina o funcionamento, o
pró-
Por outro lado, conforme Renan
(1882),3 nos povos an- prio modo de produção dos sentidos da letra da
língua" à
tigos. como os hebreus, 0s assírios, os babilõnios, os elos ca- semelhança de um código jurídico que prescreve os limites
pazes de unificar as tribos, os dispersos, em da interpretação.
múltiplos ter- Se
ritórios, além do étnico, estariam nos
reportarmos para as
sociedades modernas,
fusão entre saberes
representados por uma partir do século XIX, conforme Renan (1882) e Haroche
a

religiosos e saberes linguísticos, de tal


modo que os
primeiros determinariam os segundos eo mito (1992, p. 84), a institucionalização do Estado de direito e a
hegemonia da instituição jurídica sobre a religiosa passam
eremos dar destaque a

Epsdio biblico em
fato de que não há
ao
torno de
somente uma versao eo ter outras consequências sobre as formas de controle da
DID2 SeTada (1990. p. 22) Babel, uma das
capitais do reino
v de Na subjetividade dos sujeitos em uma
é colocada em
Bapel'e a confusão, o desentendimento destague uma relaçao e n c S
papéis das
naça0 e
vOS e Si2
conseqkente gerado por Jave entt organizações sociais de seus diseur
aralva, em uma notadispersão. Cabe ressaltar, por outro
de rodapé.
E, p. 22) lado, que imbolo Teli
s, voltad
OS disciplinas
para a ordem das morais, de cunho
deformada pela p. 22, Babel é caracterizada
cara como
exploradora e auto-suficiéncia, que produz uma estrutura injusta gloso, passam a ser desestabilizados, de tal modo que
Eimportarnte opressora, daí a destruiçáo. hegemonia da ordem jurídica sobre a a
TOrma austera ressaltar, religiosa
aqui, o modo com0 a presentada de passa
no
Velho Testamento.
Biblia Sagrada (1990. imagem aivue hadra consolidação de uma nova psique. onde o sujeit0
a
E para tanto, referêneia
tomamomos como
pode
tazemos referência
da por Ernest Ranc à celebre conferência "Quest ce
Centro de qu' une nation nelo
roferi-
Visto
hasSeue como
por suas perdas, responsável por proprias
por seus danos moraise.
o es
sobretudo,
suas
de
Pesquisas
Europa Central em março de1882 na Sourbo
Históriae Epis da

Comparada da Linguistica seus modos de significar a ordem do real.


Oriental
Universidademologia
e
-

de
Lausanne.
upjetvidade, sentido linguagem:
e

desconstruindoo mito da no ogeneidade da lingua


Ana Zandwais
-176
-177-
0 sujeito.
essa perspeciva, |ue He tornú Ku
Visto sob
assujeita-se também a uma n condições de permanente
jeito de direito, ova atação; b)
entre a ordem
institucional e o saber
linguístico de
de relaçau
acor
ubordinaçao
no que se
estabiliza, ao que outro, cultiva
DARHA a regular as condições de adquire caráter
com Haroche (1992, p. 84).
Se a
instituição religio a
normativoepassa
vida do eoletin
do direito a penetrar
na opacidade dos pr
o pri
rocesso, por outro lado, não se tivo.
vava
realidade, nas suas
ormas de sentidos que
Esse
assujeitamer não realiza em deter
permeiam a
traditório, sob
ingua
o

no discurso
argumento de
que modo
sagrado, religios0,
o funcionamen
de Bignj
signi.
ni
minde
te
eito, a
dos
novas
determinações que
linguagem e o sentid.
se faz de

permeiam as
modo indepe
den-
relações entre
ficaçãoda
inquestionável, nao podendo
seria in Fuye
o Bujeito,a

de rel para sujeito conversão do


de
Enfim, a
tangivel, ser
confundido Hujeito
suye direito envolve
o modo como a lingua trabalharia no discurso profa com çãode ilusöes que devem regular o8 modon a produ-
novas

Estado de direit no, a o mundo, os modos como ele


instituiçao jurídica, o
iriam suscitar ne
apreend
pelos quais pode
He
sujeito dúvida, à contes
o direito à suas
experiêncis e vivid interpretar
inscrev-las numa
a realização de múltiplas, leituras antes
e,
sobretudo,
interditadas na
ordem simbólica. determinada
estrutura da lingua pela "letra do sagrado". Uma das mais significativas dessas
ilusóes consiste
Entretanto, semelhante mudança de estatuto do das relações que o8 8ujeito8 mantêm com a
su-
ehes em torno das quais nos deteremos
língua: rela-
jeito não viria a ocorrer de forma automática. neste estudo. Essa
as organizaçoes tribais, nas
Assujeitado ilusão diz respeito ao modo
entidades coletivas unidas como as classes hegemónicas,
por
laços étnicos religiosOs, assujeitado à determinação dos
e ao se identificarem língua, pas8am a representá-la.
com a

dogmas dos Ao modo como constroem


preceitos que viriam a constituiro que seria a
e
imaginário de língua homo-
um

esséncia de sua própria forma de gênea que, ao representar seus interesses, as


de ler o mundo,
reconhecer-se, sua forma representa,
que Ihes permite aprofundar as distâncias em relação às
assujeitado ao da "letra "monolinguismo"
do sagrado", da
instituição religiosa que fabrica o seu pró- plemais classes; enfim, que se torna útil à exclusäo social
prio "senso comum",
para que o sujeito se reconheça coIno
dos linguisticamente desaparelhados, na medida em que
Lal em sua refrata o fato de
própria identidade, o novo sujeito que uma mesma língua pode converter-se
diante do Estado de precisarl, em muitas nas sociedades de classes.
direito, repensar seu próprio lugar
HOCiedade. HBA problemática
que nos é tão cara está, sobretudo,
P'ara
tornar-se econada ao fato de que o estatuto concreto das Iinguas
ua
um
que sujeito de fato,
recon e por a
ndividualidade, que tem direito a suas u- CoLicdiano, o estatuto da heteroglossia"dosfalan
ras,
ainterpretar o mundo, ao seu modo de próprias e
dos, este sujeito nâo somente produ anar Volorhunov lak e

-8e Com
mundo no
o precisa aprender indeter a
defrontar
binkii, da ltuequo uqui às discunsóen produzidaa por
B nOB 1930, quundo colaboravam con o peródiev "L.iteralur
minado, a fim de qual se inscreve, a lidar co ria indeter tAs, Suns dincusno*
ondo dincuNBóen de ba ociolingulsti em tona peelag
dferengan de
falaren

dade, mas tornar-se intérprete


ntérprete de reali
de sua pro
giruvam
Tro de umu ingun em derivam
nacionul torno do du
fat.entratificaçho
qu "an
ócio veonomica d
também Bu d e
sOciedade que funcionaidentificar-se
uma ducde", Iukubinskii denonvolvou refexóes ncerca do caráter de elass
de
Cono "espírito"
u-C
está klawovnt)
Mjn, do gun, tratando, om pecinl, de queatón
do hetorglmaia, on

tradiçäo: a) de um
llar odo de divi a muitan A eale reapeito, con
um menma lingun CENMÁKI, Mika 2003)
em

'aibjetivicdarle, entid ALPATOV, imir (1991-2003), LA


e
linguayen da homorqeneidade
da lirgoa
fnito Ana Zandwals
178 170
comunidad ades, grupos,
grupos, e que representa, da sociedade
dentro da
costume,
diferentes

de chinov (1986), as condições reais aos

sujeito moderno qualse reconhece


Volochinov
s /
ã o , .

Bakhtin de direito, o
sujeito
conforme
convivem m a língua,
coms
omoreconnecer-se a partir
omo s
não somente pas-

COhendoconsequentes por
sujeitos
os
do mode
, don das
formas
como
modo
do preenchendo seus
ropriam
dela,
espaços de sa como se
como se
também a
cialmente, mas estratifica
partir do modo
entes sig
sido objeto de estudos.
nificancia, nãotem por sOCs históricas que o
minações h i
constituem falam as
deter- como
parte dos linguistas.
leterminações permitem que
ele
m dele.
dele. E essas
A necessidade de
forjar um
imaginário de
língua ho-
dete

não,somente como simbolize a


ordem do
nação, de tal lalinguagem de codifica real
pelalin
mogênea,
sem hibride numa forma que mas também a
experiencia
forma ificar ovi-
históricas que atestam os ,asas vido, 0
partir dos
próprias condições
recisam ser rejeitadas, processos de linguísticos de que le se que utiliza para registros
hibridação da língua
de um código que, forjando
anulada s, em meio social, com história e com a
a interagir com o
favor da hegemonia o
ideal de
própria
linguagem corporiica a ideologia em suas memória, ou
unidade nacional, de identidade de um povo
do-se numa unidade linguística", parece ainda carec
e
transvestin- formasde realização e de variação. Ela fala do
múltiplas
de suascondições de existência e de suas formas de
de sujeito,
discussões, uma vez que sendo tomada como patrimônio da expressão.
nacão. a língua nacional torna-se homogènea, para os fins
Ele é sujeito porque reconhecido pelo
registro cartorial,
Dolíticos a que serve, sendo refratadas as
condições con.cre. filiações
porsuasfil históricas, pelo lugar social
que ocupa
tas sob as quais ela funciona. e pelos lugares a partir dos quais enuncia. Mas também
E importante observar também, no que tange às pode ser mais ou menos
sujeito pelo código que domina.
mu-
danças das formas de subjetivação do sujeito de direito, o Desse modo, o sujeito de direito, para que
seja considerado
deslocamento que se produz entre o processo de determi- i realmente de direito, precisa ser um sujeito falante
nação do sujeito pela instituiçã0 religiosa até o processo de capaz
compreender unma língua que deve ser sua, mas que não
de determinação deste
pelo Estado, que as relações entre é bem sua... Como pode ocorrer isso? Essa
questão éindis-
subjetividade, linguagem e sentido não säo acidentais. Ao pensável colocar.
contrário, segundo nossa ótica, toda teoria sobre as relações Se a "cartorialidade" do Estado transforma oplurilin-
entre
subjetividade, linguagem e sentido precisa responder gismo-condição real de toda lingua- em monolinguis-
a determinados interesses mo, nao o faz sem
conigurar os
político-jurídicos que permitem consequências. E
monolinguismo, que
o
ideais de um Estado nacão ou de uma "unida Em
representatividade no Estado nação da modernidade,
de nacional". Eé a partir de tais relacões que se faz ssível Uente se faz com uma língua de cultura,' que é escrita.
pensar otrabalho de apagamento das
Tuncionamento da linguagem e, em condições empiricas a5
formas por meio das consequência, ndo Houaiss (1983), as línguas de cultura são assim designadas por ps
quais tem sido representada no interior motonentário lexical e gramatical amplo e universal que responde,aohes
e
um corpo social cujo funcionamento não é transpa.
te. quiso0, tanto às necessidades de seus usuários como às necessidadese
uisa, observar, a partir
Nos últimos dois enopor
desta definição, tecnológico e de criação terminológica Cabe

outro lado, que a própria designação "língua cultura" ja


de
séculos, eassujeitado
nação, às formas de recepção expressão às leis do lda na-
culturais nos
remete para estruturado que permite
simbólico
explicar como se constituição
a de um sistema
e de
de apropriação
tegorizam "os 'desiguais' frente às formas
uesconhecimento das normas que rege ema estruturado".

bjetividade, sentido e
linguagem: descons
onstruindo o mito da
lingua
nogeneidadeda Ana Zandwais

-180- 181
ntorme Bakhtin Volochinov
Vo (1986
Volochinov Eis porque o sujeito precisa econhecer-

L n sesta
annne
D A N a n '

consci ncia dos sujeitos, p.96) que língua monolíngue uma a partir de
uma
se
el à
um sistema de formas
omo um.
porquanto relaçõescom

zada,que
ma parece uma língu língua norma-
estrangeira
norma
vmo

hATmonIS
abstrato e aienado dos
conhecer como eque nem
rna* tempo
po
a bst
teres
imo nteresse consegue sua.
consciência do sujeito, em torno
s e m p r e

Sm
as.
tenLn as propósitos imediatos
propósitos As modalida

rno dede
io pemie cotidianas
n e a s cotidia
onversas no lações coma lingua, dentro do Estado
partir das formasmoderno,
E enfim. merca- as relay
sua
a pre-
m. nas periferias
farelas, nas vilas.
ercana compreendidas

r a .rica.
nas
sivo contingente
cisam
ser

é normatizada, a partir dos


pelas quais a
nentra um cional
populacional imaginários de "solid
n baixas. E conforme
obser
chi- ng1ais
os quais
aa língua é representada.
Eis a eficácia
fic-
dapela
ciasses Sdiais mastorno da questão," todo
com
ção da "monoglossia que atesta a soberania do Estado
210 a5 em conjunto de pela
d a s na vzda
de todos os dias que refleten qualidade
qualid
de normatizar sua língua oficial" e que, contra-
apenincas
permitea
T a ida
social. assim como asexpressões exte
xter- ditoriamente,
reprodução dos desiguais, São es-
ses os fundamentos, do ponto de vista prático, que alicer-
diesamente ngados pela 1deologia do diano.
as e s
Aideniogia do cotidianoé que interpreta e dá sentido a cada om
çam
a ilusão da soberania de
língua como símbolo de
uma

0 s s s feitos. cada uma de nossas ações e a cada um wnidade nacional e, ao mesmo tempo, produzem a evidén-
e 08505 esaiss
consientes".
iadadesigualdade "natural"entreos sujeitos. Mas se,de
siesea linguade cultura, abstrata, é aquela que acordo com Marx, "nãoexiste coincidência entre essência e
a smete é imacessível à maioria, mas também se torna aparência", então é preciso compreender os desdobramen-
para os que so excluídos mais cedo da instituição tos que possibilitam remeter às relações idiossincráticas
entreo Estado, a sociedade e a língua.
scia imendo um contingente de falantes linguistica Esta questão que nos parece tão atual, em razão das
eees2Tarelhads
PO Uo ado, é importante ressaltar que tal reali querelas instituídas sobre a legitimidade dos registros "não
ie tão é aridental, já que ao associar a sua identidade convencionais", e que revive para testemunhar a força dos
itica a de uma lingua de cultura, o Estado moderno esquecimentos que o imaginário de Estado nação produz,
a r i a o efeito de homogeneidade da língua ao COmo unidade nacional, não é nova, e nos remete ao contex
1920-30 entre o pOvo
vemacalar, distante da língua viva, servindo-se, sOciopolítico e linguístico dos anos
entre Sta-
En2nete, das normas:
aquelas previstas no S1stena usso-soviético, maisprecisamente às querelas
uriisylitine as que fortalecemo sistema, que a naçao
O s camaradas do Círculo de Bakhtin, já
no
aiss da gamática. prevista construir uma
vietica, durante o regime de Stalin, para dominante
ca de base nacionalista teria colocado como
brasileiro
educacional

yazik (0
é a língua
que Marzisme mos referência aos escândalos causados no
contexto
registros de fala
e
, e
Virainsn, reduzido para a língua francsa ena lingua portu edifundidos por meios midiáticos, virtude da inscrição de nteúdo
PunNhR iu vnenge. Perie. Lambert, 2019. (A das camadas sem
em

instrução e linguisticamente
saparelhadas"
no

tradugan pa Vro didático aprovado pelo MEC em 20


g denrsindo o mito da hom Ana Zandwais

-182 -183
comopara o estudo abstrato de línguas vivas, igr
construção de um
para
a
constru

imaginário de últimas estão em


permanente ando
da
lingua

língua de todo povo8 a partir essas

tal razão não


processo de trans-
oestatuto

heterogl
hetero
glóssicas,as do que
e que por
poderiam ser
apagam
as
p r o d u ç õ e s

nação, ser discursivizado relações form.


ação,
somente por seu modelo de escrita. representáá
qual
se

ais dentro
de
uma

m o n o g l ó s s i c a ,

linguatosse o u t r o lado,
Bakhtin/Volochinov
Assim, para Ba (p. 98), se uma
seconfinaaonível da escrita torna-se imobilizada',língua
torna
comosea lado, já está pOsta no
período
questão,
por
seC
se
1íngua estrangeira em seu próprio meio';
Essa
Marxismo e filosofia.
da linguagem como objeto - S eu m a
de sua própria ela se
1929 em vejamos.
desvincula, ortanto, realidade,.Oe
onder às demandas mais imediatas porque
Senão,
de criticas
explicitas.
capitulo da obra intitulad
desy
Se nos
reportarmos
a um deixade
dade, da socie
deixa quer porque sequer pode refletir as modalidades em
encontramos alguma
imas conside
fala e
enunciação"
de dau
Lingua.
importantes
sobre a questão.
Bakhtin/wol
Bakhtin/Voloc ovl0 que
se para configurar as formas de interação
"desdobra"

rações refletirem sobre o fato de que "a lin erodução de sentidosem diferentes esferas sociais e
(1986.p. 96),
ao agua,
dos indivíduos que a falam, de maneira
consciência
institucionais.

para a E, pois, a partr dessa ótica que Bakhtin\ Volochinov


alguma se apresenta
um sistema deformas normati-
como

do pensamento filológico e linguisth (1986, p. 100) afirmam gue "a palavra da língua nativa não
vas,criticam as bases
os modelos que servem consegue ser percebida em sua condição real", senão como
coindo-europeu, considerando que
de base aos estudos indo-europeus ja em 1929 teriam abs- efeito de cruzamentosde linguas, de múltiplas hibridações,
traido de suas reflexões o funcionamento da fala viva, cons
deformas de estratificação social, enfim, de heteroglossia
truindo visdes cientificas abstratas e dispositivos analíticos Entretanto, a língua pode também ser percebida como
alienantes que tanto serviriam para o estudo de línguas "uma roupa familiar", como parte da atmosfera cotidiana
mortas que se conservaram em documentos escritos"
(p. 96) na qual "habitualmente se vive e respira" (p. 100). E. des-
se modo, por não mudar de "natureza", por não remeter a
xpressão utilizada por J. Stalin nenhum tabu, por não apresentar nenhum mistério. não
com vistas à constituiçâo de um imaginario
nomogëneo a pora e de lingua. precisa
ueremos ct.amar a atenço
para o fato de que uma leitura acurada em or
ser questionada, interpretada.
20 do midc de
composiço dos capítulos de Marxismo e filosofia da
linguage Torna-se, então, transparente, abstrata e. por fim, cor
UmEe a umas
refexõöes contraditórias em torno do
funcionamen
aue Etreranto. comno olivro foi "retocado" dadas as circunstancias U sua
publicaçào. nát naveria como ser
0DOra para o fortalecimento de uma concepção de lingua
homogêna. Uma língua desprovida de ambiguidades. de
A0trabeinarmos com a versão diferente.
portuguesa de Marrismo e filosofia da lingua-
Ee L3,traduzida da primeira versão francesa Marxisme et
rdcoes internas que necessariamente derivam dos usos
htinestamOs
e nOs reportando duplamente a Valentin philoso:ail
Russa
omo autores
da obra, embora
por Ladislav Mateka I. R.
Volochino
versão inglesa
a traduzida da língua azem dela as massas falantes, uma lingua em que 0s
ruasa
para a francesa. Titunik (1986) e as unda versão
e

traduzida poror Patrick Sériot e Inna T.


da lingua componentes
de normativos suplantam todas as perspectivas
explicação de seu funcionamento organico. Uma lingua
(2010)
atrbuam a autoria somente eva

a
Valentin Volochinov.
a-0s
da
iinguagem
ão
momento de
produção de Marrismo e filosofia
que POr deixar de tratar com seres e objetos reais, AcaD
etura de Nicolaientre o O russo-soviético
povo ão e ecirculação
circulaça
sobretudo às referènc feitas .
por tornar-se intangivel.
Marr em torn0 0
ios estudos indo-europeus.
Suojet idade senrido
e
linguagem: descor
nStruindo o mito da homogeneidade dalingu
Ana Zandwais
184
recisa ser real, o que e a instabilndade, já que a materialid:
língua
pred
implicai b i l i d a a

da
Mas
se
uma
enquan um corpo de um outro corp0
,
língua,
carrega as marcas
-Sua
tangibilidade?
primeiro lugar, compreender maior.
-
o social.
em
primeiro
que a ob docorpo
pois, alicerçada simples que atribui
maior
E
preciso,
não estaria, E este corpo valores às
oletivas, concretas, mutaveis, vivas palavras,
língua
Jeti
dade da
na gramática,
literalidade do s
gramâtica,
na
torna
que
na
norma,
na
que é
estaria articulada à
as
as
de mudança. E este corpo maior,
e
sensíveis a
mente
contrário,
contrári

todo tipo enfim,


uístico, enquanto perma- que inscre-
ao
mas,

significado cáo do objeto


significado,
objeto lingui refle palavras em sítios ideológicos distintos,
nte
transformação
sociais, enquanto
ve
as

heteroglossia. E, pois, pela tornando-as


istema de
normas

alterações
do ma. objetos
concepção de hetero-
significa ntes glossia quese pode apreender a
das os novos
rialidade que
teria
possibilita
apreender

u m a língua.
condição real
de orgânica,
acontecimentos e aos significados ac funcionamento de
que se criam nos
que
remetem, a partir das
intervenções da A língua em funcionamento, enquanto
estes significantes linguagem, pas-
aceim, a refletir não somente os diferentes
nos
ordenamentos soCiais já sedimentad sa, modos de
infraestrutura
produção de discursos e de
cristalizadas de nlacão dos sujeitos com ela, caracterizando sua própria
nas formas já Lder. mas também as condições em que os sentidos se
certamente, articulada às no
sentidos, enfim, estaria,
vividas pelas forças sociais. deslocam de comunidade para comunidade, passando a fa-
experiências
Essas seriam as razões pelas quais
ao "lançarmos so lar dos suijeitos, em sua diversidade, em suas formas de es-
bre a língua um olhar oblíquo", segundo Bakhtin/Volochi tratificação.
90), não podemos encontrar nenhum indício de um Essa visão, entretanto, não seria compartilhada, se-
nov (p.
sistema de normas imutáveis. E nem mesmo "o lapso do gundo os autores, por filólogos e linguistas. Comparando os
tempo', que estaria na base do processo de apreensão de filólogos a0s sacerdotes, que foram, ao longo da história, os
uma lingua como um sistema sincrônico, como produto aca- primeiros filólogos e os primeiros linguistas, Bakhtin/Vo-
bado, poderia, sob tal ótica, ser considerado real. Assim, a lochinov (p. 100) observam que se a tarefa dos sacerdotes-
cOnstrução de um imaginário de língua pautado no prin- linguistas consistia em decifrar o "mistério das escrituras
Ciplo de unicidade, da monoglossia, somente pode ser da sagradas", o poder desses sempre residiu em voltar-se para
ordem do a palavra estrangeira e, pelo cultivo desta, por meio de suas
desejo, da ficção, porquanto tal representaçao ne
cessita refratar o fato de que a língua é tão desigual quanto intervenções sobre
o sentido da palavra estrangeira,
com

0S sujeitos que a falam e estratificam.


por meio dela se
Dase no registro escrito a s escrituras sagradas - eles po-
controlar
Ea5 porque, para Bakhtin/Volochinov (p. 92), "o centro deter o monopólio dos sentidos" e, assim,
de gravidade da língua" Subjetividade dos suieitos. É a esse "fenômeno" que os
reside na conformidade a no
não
a, nem se
sustenta nos estudos dos aspectos das rmas autores se referem como prática de "leitura escolástica".
IO*para 99), é a "lin-
inguisticas, já que as formas seriam estáveis porque, para Bakhtin/Volochinov (p.
uma sonesegundo
concepção idealista de lingua. Desse modo, a a que acaba
o1Ica dos see sta- , lingua morta-escrita-estrangeira"
autores, as formas precisam oscilar enu
Subjetividade, sentido e
linguagem: desconstruindoo mito da homogeneidade dalingo Ana Zandwais

186- - 187-
ão de
de língua que
base a
concepção

mana das 1as formas de compreensão e de


ria
servindo
"de
que
resentanm os inter
r e p r e s e n t a m

sses da enfim, que


possui o nterpretação
direito de fazer
suass escol
da reali-
escolhas, ao
lingiisticas dade,
Est sta lingua,
língua, segundo os dadio dos Estados tribais feuda
atores, e feudajs
refiexões

superestrutural.

líticos, religiosos
c o n t r á r i o

onde o
ordem aos
propósitos
e interpretava a realidade a sujeito se
serviria
somente

utilidade acabariaaria por ser a de


e constituia

ligião o determinava, há um como


partir do modo
não
maior
servi aspecto no
iterários.
Sua

lucacionais. Assim,
unma vez
ecifrada' a língua,
a reli
oderia perfeitamente remeter à
ideologiaEstado-nação
dos Estados
ansformando as
ue

escola, tran; feudais: trata-se. do modo como a


-Se de
ensiná-la n a
documentos heurísticos", ", de inscri
de cclássicos
ls.
ribais e

ngessada, monoglossicae abstrata. língua torna-se


ções
extraídas de lite- engess
ene pois, construção de um
escolares que servem para ilustr E, a
imaginário, de evidências
em exemplos as
rários, de leitura
de
materna, as práticas
as práticas leitura, os
modelos de que a lingua seria uma
realidade "invariável',
aulas de língua que per-
ideologi mite representá-la por
modo como as suas forças de
de ingua padrão". Eis o práticas imutabilidadel" e que,
do aparelho escolar têm ontribuído de forma incisiva para possibilita as
emconsequência, condições de alienacão dos
a refração de tudo que pode ser entendido como real no que em relação a ela.
sujeitos
funcionamento concreto da língua. Ao deixar de ser percebida como um todo
tange ao orgânico, que
Sacraliza-se, assim, um determinado tipo de registro Setransforma de acordo com suas condições de uso, a partir
em detrimento de outroS e adapta-se a escola às condicões dos acontecimentos, a partir do modo como a "vida" impõe
de normatividade que devem reger um imaginário de lín- a0s sujeitos as razões para torná-la instável, a língua dei-
xa de ser concreta, converte-se em mero objeto de estudos
gua, sem que se façam as apreciações necessárias em torno
da heterogeneidade desta, de seu funcionamento real e da metacognitivos que a tornam abstrata, assemelhando-se a
uma língua outra, estrangeira, incompreensível para seus
heteroglossia dos falantes que podem ser mais ou menos
próprios falantes.
excluídos de acordo com o modo como são linguisticamente
aparelhados. Afinal, nessa ótica uma língua não pode ser precis0, pois, considerar, com base nas reflexões de
um dialeto, não é um jargäão, não se sustenta pela hetero- Bakhtin/Volochinov, que o real de uma língua implica mu-
danças: de um registro para outro, de tonalidades subjeti-
de registros meio8
genedade
de
aos quais ela possibilita os
vas, de acentos ideológicos e de funcionamentos enuneiat
criação, enfim, precisa ser comparada à uma convençao
"monolíngue" e apagar dos discursos que referendan a Us que atendam às necessidades sociais e éticas dos sujer- como
identidade todas as marcas de seu funcionamentO he tero d e tal modo que as realidades tanto ideológicas
glóssico. LCas de uma língua somente podem ser compreendidas
com
oeals questões
relação ao seu cionamento heteroglóssico.
figuram, para nós. como fundame
a16, eporque nos permitem acessar um campo dialético,Ou
olocada, assim, a realidade da lingua, podemos pen
dominantes que
seja, se o Estado u e se os segmentos sociais'e culturais
laico nação, um Estado que se posI pres
perante à sociedade civil, institui o sujeito de
reito,
direito, ESsa evidênciaOde
pode ser identificada
seridentificada comoum índice de alienação desde
0s

as forças
de
gue passa a ser o Supostos preconizados | como
de linguistica geraB
(1995), onde
geral (19951, 0.
responsável por suas ações
jurídicas,po
mutabilidade
ciências
é que
da linguagem sustentam a construção de
um
imaginário.

jetividade, sentido e ingua


linguagem: desconstruindo
gagem: desco omito da homogeneidade Ana Zandwais

188- - 189
riavelmente,a
às condições reais que
s condic
áculo impõem aos ddemais
emai seg ermitem
compreender
vernácul
o modoscomo os suj
identificam
com desaparelhadoe
desaparelhados
como deve ser diferentes jeitos se suh
tivam diant
se
cunstâncias vividas e dos lugares etivam
linguisticamente os

quanto objeto ee instrument


objeto d a sc i r c u n s t â n

enquant
sociaise
mentos,

lingua,
enquanto
norma,

exclud
udente, essestambén não podem des partir dos
q u a i s se
reconhecem. históricos
é a
por meio das quais a lín-
estatuto

formas
cujo lado, as
nhecer, poroutromodo orgânico,
de
erentes segmentos
em
Referências
funciona,

os
modos como ntidos e, portanto,
produz senti
nto, éé ALPATOV, V. storija odnogo mifa. Moscou: Nauka, 1991
edade, dos on
condições de vida dos que a
as
utilizam linguistique
ors de L'ILSL, markiste
de espelhar Ta
capaz impostos. Negar tal reali- em USS dans
Lausanne: Université les anées 1920-
culturalmente
fora dos padrões uncionamento da
de Lausanne.
dade seria negar
o próprio língua. p. 5-22, 2003.

sendo um corpo
A lingua
de um material corpo mais BÍBLIA
SAGRADA. Edição Pastoral. Trad. de Ivo
Storniolo.
Paulo: Paulus, 1990. São
complexo, de
acordo com
Bakhtin/Volochinov
(1986), traduz
as marcas desse corpo, ificando-o, Tressignificando-o e BAKHTIN, M. (VOLOCHINOV, V). Marxismo e filosofia da lin
M.
ugem. Problemas fundamentais do método sociológico
até mesmo refratando-0, todavia, nao tem como negá-la na ciência
da linguagem. Trad. de Michel Lahud e Yara Frateschi. São Paulo:
Desconhecer essa realidade, segundo nossa otica, é despoli
Hucitec, 1986.
tizar a língua e, portanto, retratar 0 fato de que ela exerc
HAROCHE, C. Fazer dizer, querer dizer. Trad. Eni Pulcinelli Orlandi
um papel fundamental para a observação do modo como se et al. São Paulo: Hucitec, 1992.
traduzem, por meio de seu material semiótico, as práticas HOUAISS, Antonio. A crise de nossa língua de cultura. Rio de Janei-
de classe, as correlações de força entre os desiguais, a pró- ro: Tempo Brasileiro, 1983.
pria violência exercida na ordem do simbólico. LÄHTEENMAKI, M. Estratificação social da linguagem no discur-
E somente a partir dessa ótica que deixa de ser uma lín- 80 sobre oromance: o contexto soviético oculto. In: ZANDWAIS, A.
gua estrangeira tanto para os que a investigam, como para Org.). Mikhail Bakhtin: contribuições para a filosofña da lingua-
O5 que a
falam; uma língua intangível,13 conforme Bakhtin/ gem e estudos discursivos. Porto Alegre: Sagra-Luzzatto. 2005.
p. 41-58.
Volochinov. Assim, ela somente pode deixar de instru-
mento de
ser
ENAN, E. Quest ce qu'une nation? Conferência proferida na Sour.
produção de alienação se for pensada a partir de bone. Paris: Université Sourbone, 1882.
Suas
múltiplas diferenças, das condições em que "falares AUSSURE, F. de. Curso de lingiüistica geral. Trad. de Antonio Che
distintos" constituem a lini et al. São
Paulo: Cultrix, 1995.
sua identidade,
ta mais, a porque não impor
partir desse olhar, estabelecer oSINOV, V. Marxism and the philosophyoflanguage. Cambrid-
Simétricase abstratas entre as corresponaen los as
ge: Harvard University Press, 1973.
normas estruturas,
e legitimidade dos que a falam,
a
os
seni et le langage: ln:
são as r- a k o e Yazik) Quest ce que la langue
neteroglóssicas de linguagem que nosiá que Les problems fundamentaux de
ds

remetem, 1 va- la méthodposophie du langage. Trad. de Patrick


10logique dans la science du langage.
Cabe lembrar que no u G
Inna Tylkowski-Ageeva. Limoges: Lambert-Laucas, a0
(p. 89) que visa Curso de guística geral (1995) há uma nota de odapé
esclarecer
a lingutstica
leitor sobre ge
o
wansiorma sem que os
condi da língua: "..) in
a a
que ela é
intangível masindivíduos
não
poBsam transformá-1a.
FOubr
de-se dizer tambem

inalterável."
guagem: desconstruindoo mito da ngua
homog Ana Zandwais
-190

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