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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS-UNIPAM

CURSO: EDUCAÇÃO FÍSICA – 3º PERÍODO NOTURNO/BACHARELADO

DISCIPLINA: FISIOLOGIA

PROFESSORA: DRA. LUCIANA MENDONÇA ARANTES

VISÃO

BRENDON SOARES PINHEIRO

BRUNA LEAL RIBEIRO

CLAUDIO BARBOSA

CRISTYÉLLEN DOS SANTOS ROSA

EDUARDHA LUISA DE MAGALHÃES

MARIA CECÍLIA DE SOUZA REIS

MARIA VITÓRIA FONSECA

SAMUEL ALEXANDRE GOMES

PATOS DE MINAS

MARÇO 2021
BRENDON SOARES PINHEIRO

BRUNA LEAL RIBEIRO

CLAUDIO BARBOSA

CRISTYÉLLEN DOS SANTOS ROSA

EDUARDHA LUISA DE MAGALHÃES

MARIA CECÍLIA DE SOUZA REIS

MARIA VITÓRIA FONSECA

SAMUEL ALEXANDRE GOMES

VISÃO

Trabalho apresentado como requisito parcial


de avaliação na disciplina Fisiologia, do curso
de Educação Física, do Centro Universitário
de Patos de Minas - UNIPAM, sob orientação
da professora Dra. Luciana Mendonça
Arantes.

PATOS DE MINAS

MARÇO 2021
INTRODUÇÃO

Esse trabalho tem como objetivo aprofundar no sentido visão. A visão é um dos cincos
sentidos, e é por meio desse sentido que temos a capacidade de enxergar tudo à nossa volta. A
visão é um sentido extremamente importante, pois nos possibilita ver todas as coisas ao nosso
redor, diferenciar cores, distinguir alguma coisa de outra, enfim, é um sentido
muitosignificativo para nós seres vivos. Os olhos humanos são órgãos responsáveis pela visão
e, apesar de parecerem simples, possuem uma série de estruturas que garantem a captação de
imagens.
Então vamos falar sobre algumas dessas estruturas, falar como, por onde e de que
forma a imagem chega para nós, será discutido também sobre algumas doenças e outros
assuntos relacionados a visão.
1. VISÃO

O olho é um órgão sensorial que funciona como uma câmera. Ele foca a luz sobre
uma superfície sensível à luz (retina) utilizando uma lente e uma abertura (pupila), cujo
tamanho pode ser ajustado para modificar a quantidade de luz que entra. A visão é o processo
pelo qual a luz refletida pelos objetos em nosso meio externo é traduzida em uma imagem
mental. Esse processo pode ser dividido em três etapas: 1. A luz entra no olho e a lente
(cristalino) a focaliza na retina. 2. Os fotorreceptores da retina transduzem a energia luminosa
em um sinal elétrico. 3. As vias neurais da retina para o cérebro processam os sinais elétricos
em imagens visuais.
O sistema visual detecta e interpreta estímulos luminosos, que são ondas
eletromagnéticas. O olho pode distinguir duas qualidades da luz: o brilho e o comprimento de
onda. Para seres humanos, os comprimentos de onda entre 400 e 750 nanômetros são
denominados luz visível.
O olho é protegido por uma cavidade óssea, a órbita, formada pelos ossos
cranianos da face. As estruturas acessórias associadas ao olho incluem seis músculos
extrínsecos, que são músculos esqueléticos que se fixam à superfície externa do bulbo do olho
(globo ocular) e controlam os movimentos oculares. Os nervos cranianos III, IV e VI inervam
esses músculos. As pálpebras superiores e inferiores se encontram na superfície anterior do
olho, e o aparelho lacrimal, um sistema de glândulas e ductos, mantém um fluxo contínuo de
lágrimas que lavam a superfície exposta, de modo que ela permaneça úmida e livre de
partículas. A secreção lacrimal é estimulada por neurônios parassimpáticos do nervo craniano
VII.
A pupila é uma abertura através da qual a luz pode entrar para o interior do olho.
O tamanho da pupila varia com a contração e o relaxamento de músculos lisos da pupila. A
pupila aparece como o ponto negro do interior do círculo de pigmento colorido, denominado
íris. Os pigmentos e outros componentes da íris determinam a cor do olho.
O olho é uma esfera oca dividida em dois compartimentos (câmaras) separados
por uma lente. A lente (cristalino), suspensa por ligamentos, denominados zônulas ciliares, é
um disco transparente que focaliza a luz. A câmara anterior na frente da lente é preenchida
com o humor aquoso, um líquido com baixa concentração de proteínas, similar ao plasma, que
é secretado pelo epitélio ciliar que sustenta a lente. Atrás da lente, está uma câmara muito
maior, a câmara postrema (câmara vítrea), preenchida principalmente pelo humor vítreo, uma
matriz clara gelatinosa que ajuda a manter a forma do bulbo do olho. A parede externa do
bulbo do olho, a esclera, é constituída de tecido conectivo.
A luz entra na superfície anterior do olho através da córnea, um disco de tecido
transparente que é a continuação da esclera. Após a luz passar pela abertura da pupila, ela
chega à lente, que possui duas superfícies curvadas (convexas). Juntas, a córnea e a lente
desviam a direção dos raios de luz que entram, para que eles sejam focalizados na retina, o
revestimento do olho sensível à luz que possui os fotorreceptores. Quando olhamos através da
pupila com um oftalmoscópio, vemos a retina com pequenas artérias e veias entrecruzadas,
que se irradiam a partir de um ponto, o disco óptico. O disco óptico é o local onde os
neurônios da via visual formam o nervo óptico (nervo craniano II) e, então, saem do olho.
Lateral ao disco óptico está um pequeno ponto mais escurecido, a fóvea. A fóvea e o tecido a
sua volta, a mácula lútea, são as regiões da retina com a visão mais acurada.
Os nervos ópticos vão dos olhos para o quiasma óptico, no encéfalo, onde
algumas fibras cruzam para o lado oposto. Após fazer sinapse no corpo geniculado lateral
(núcleo geniculado lateral) do tálamo, os neurônios da visão finalizam seu trajeto no córtex
visual do lobo occipital. As vias colaterais vão do tálamo para o mesencéfalo, onde fazem
sinapse com neurônios eferentes do nervo craniano III, os quais controlam o diâmetro pupilar.

2. RECEPTORES DA VISÃO

Os receptores sensoriais da visão são os fotorreceptores, localizados na retina. Existem


dois tipos de fotorreceptores, os bastonetes e os cones. Os bastonetes apresentam limiares
baixos, são sensíveis à luz de baixa intensidade e funcionam bem no escuro. Os bastonetes
apresentam baixa acuidade e não participam da visão em cores. Os cones apresentam um
limiar para luz mais alto do que os bastonetes, operam melhor à luz do dia, dão alta acuidade
visual e participam da visão em cores. Os cones não são sensíveis à luz de baixa intensidade.
As informações são recebidas e transduzidas por fotorreceptores na retina e, então, levadas
para o sistema nervoso central por meio dos axônios das células ganglionares retinianas. 

3. RETINAS – COMPOSIÇÃO E FUNÇÃO


A retina, também chamada túnica interna, tem morfologia neurossensorial, contém
células altamente especializadas em capturar a luz externa e processar os estímulos resultantes
transmitindo-os ao nervo óptico. É dividida em retina central e retina periférica, esta última
tem seus limites anteriores à oro serrata, uma linha de aspecto serrilhado, localizada a 6 mm
do limbo córneo-escleral. As camadas externas da retina são nutridas pelo plexo coriocapilar
da coroide e as camadas internas irrigadas pelos vasos provenientes da artéria central da
retina.

A foto transdução e o processamento visual da retina são tarefas bastante complexas.


Captar um fóton de luz e convertê-lo em sinal elétrico é o processo de foto transdução, uma
função primordial realizada dentro dos segmentos externos dos fotorreceptores (cones e
bastonetes). Em seguida inicia-se o processamento visual, quando o sinal é carreado pelas
fibras do nervo óptico até os centros nervosos encarregados da percepção e reconhecimento
visual.
A retina neurossensorial é organizada em camadas (Figura 16), excetuando fóvea, ora
serrata e disco óptico. Apesar de possuir apenas 0,5 mm, é um tecido bastante complexo e
organizado por conexões neuronais entre células. As camadas da retina são descritas na
sequência.
Epitélio pigmentar da retina: a camada externa da retina se encontra aderida à coroide
pela membrana de Bruch e interage com a camada interna dos fotorreceptores, separando-os
da coroide. Possui grânulos de melanina e tem como funções essenciais regeneração e síntese
do pigmento retiniano, estocagem e reciclagem de vitamina A, homeostase elétrica, controle
de fluído e nutrientes no espaço sub-retiniano (função de barreira hematorretiniana),
regeneração e reparo dos fotorreceptores; sintetizar a matriz entre os fotorreceptores
(mantendo a adesão retiniana e evitando seu descolamento); por ter uma parede opaca, evita a
dispersão da luz no interior do globo ocular.
Camada dos fotorreceptores: os cones e bastonetes são alta- mente especializados em
converter o estímulo luminoso em estímulo elétrico através da foto transdução. As moléculas
de foto pigmento situam-se na membrana dos fotorreceptores, são formadas pela combinação
de opsina (proteína especializada) e retinol (vitamina A). Nos bastonetes, existe a molécula de
rodopsina que absorve melhor os fótons azul-verde, responsáveis pela visão noturna (em preto
e branco) e pela visão em movimento. Os pigmentos dos cones, denominados iodopsina,
apresentam picos de absorção de três tipos: azul, vermelho e verde do espectro e são
responsáveis pela nitidez da visão durante o dia. Várias combinações estimulatórias desses
três tipos de pigmentos são responsáveis pela visão em cores por nós percebida. A captura de
energia luminosa é respondida pelas células do fotorreceptor pela conversão do isômero 11-
cis-retinol no isômero alltransretinol, produzindo hiperpolarização da membrana, transmitida
imediatamente por neurotransmissores para os neurônios da retina.
Camada nuclear externa: é formada pelos núcleos dos fotorreceptores. Considerada
como o “primeiro neurônio” da visão.
Camada plexiforme externa: em que ocorrem sinapses entre os neurônios bipolares,
que representam o “segundo neurônio da visão”, e os fotorreceptores.
Camada nuclear interna: é formada pelos núcleos dos neurônios bipolares, pelas
células horizontais, que regulam as sinapses entre os fotorreceptores e os neurônios bipolares,
e pelas células amácrinas, que processam também o sinal.
Camada plexiforme interna: onde ocorre o processamento de ordem superior na retina
neurossensorial, ou seja, onde ocorre a transmissão sináptica entre os neurônios bipolares e os
dendritos das células ganglionares.
Camada de células ganglionares: em que o processamento é realizado via células
ganglionares que se encontram nessa camada e formam assim o “terceiro neurônio da visão”.
Camada de fibras nervosas: em que se veem os axônios das células ganglionares em
direção à papila do nervo óptico (II par craniano), ponto de convergência de todas as fibras do
estímulo visual.
A estrutura organizacional da retina é determinada pela direção das células de Müller,
que são as células gliais da retina e
se apresentam verticalmente dispostas. A glia mulleriana forma duas estruturas basais
da retina: a membranalimitante externa, em que se comunica com os ápices do epitélio
pigmentar da retina; e a membrana limitante interna, que separa a camada de fibras nervosas
(mais interna da retina) do corpo vítreo.
A retina mais posterior e central é denominada mácula. Apresenta aspecto ovalado e é
localizada temporalmente à papila óptica. A margem macular tem diâmetro aproximado de
5,5 mm. A mácula pode ser diferenciada da retina periférica pela grande camada de células
ganglionares, que apresentam maior espessura, enquanto a periferia retiniana tem a espessura
de uma só célula. O centro da mácula, denominado fóvea, é uma escavação no centro da
retina. Seu fundo corresponde à fovéola, cujo centro é chamado de umbu, onde é encontrada a
maior concentração de cones impactados, que constitui o local de maior acuidade visual, pois
recebe a maior parte dos feixes luminosos emitidos pelos objetos que enxergamos.
A transparência normal dos meios oculares permite a visualização in vivo do sistema
circulatório e é um meio importante para reconhecimento de patologias relacionadas à
vasculatura da retina. A retina é irrigada pelos seguintes sistemas vasculares:
Artéria central da retina: a artéria central da retina se apresenta ao interior do globo
ocular pela papila óptica. A partir de sua primeira bifurcação os vasos já são arteríolas,
perfeitamente visíveis à fundos- cópia. A artéria se divide em artérias papilares superior e
inferior que, por sua vez, dividem-se em ramos do quadrante temporal e nasal, que formam
arcadas nos quatro quadrantes da retina, por que os vasos retinianos normais se cruzam a rafe
horizontal. Os ramos da artéria central da retina percorrem a superfície retiniana e são
responsáveis pela irrigação dos 2/3 internos da espessura da retina (da camada de fibras
nervosas até a camada plexiforme externa). Por serem vasos de irrigação terminal, sem
colaterais, a oclusão em qualquer ponto do sistema vascular superficial causa isquemia
retiniana na área coberta pelos ramos ocluídos.
Coriocapilares: representados pelas artérias ciliares posteriores (medial e lateral),
constituem-se um ramo da artéria oftálmica. As camadas retinianas externas são avasculares e
esses vasos são responsáveis por suprir 1/3 externo da espessura da retina pela difusão
coriocapilar (epitélio pigmentar da retina, camada dos fotorreceptores e camada nuclear
interna). Por exemplo, a fóvea não recebe vascularização proveniente da artéria central da
retina, é considerada uma área avascular na fundoscopia.
Veia central da retina: a drenagem venosa retiniana geralmente acompanha o
suprimento arterial visto na fundoscopia. Existem pontos de cruzamento, principalmente as
vênulas presentes na retina interna, que entrelaçam com as arteríolas associadas. Esses pontos
são locais mais comuns de obstrução de ramo de veia retiniana.

4. MÁCULA LÚTEA

Área oval na retina (3 a 5 mm de diâmetro) que se localiza geralmente na zona


temporal ao polo posterior do olho e levemente abaixo do nível do disco óptico. Caracteriza-
se pela presença de pigmento amarelo que impregna, de maneira difusa, as camadas internas
que contém a fóvea central em seu centro, e fornece a melhor acuidade visual foto trópica. É
livre de vasos sanguíneos retinianos, exceto em sua periferia e recebe nutrientes através dos
coriocapilares da coroide. A mácula está localizada no centro da retina e é apenas um ponto. É
esta pequena parte do olho que fica responsável pela visão centralizada, por exemplo quando
lemos ou realizamos tarefas em campos visuais restritos. 

Como sabemos, a função do olho humano é transmitir ao nosso cérebro o mundo


exterior. Isto acontece da seguinte forma: a imagem passa pela córnea e é refratada pelo
cristalino, a lente natural do olho humano, e chega de cabeça para baixo no fundo do olho, na
região conhecida como retina. Aqui, milhões de células fotossensíveis identificam a
informação e enviam ao cérebro, que coloca a imagem na posição correta. 

A mácula circunda a parte central da retina, a fóvea central, onde se vê com a melhor
definição possível. Nas pessoas que precisam usar óculos ou lentes de contato, este processo
não ocorre exatamente como devia, e a imagem se forma antes ou atrás da retina, o que causa
uma visão borrada ou desfocada. Existem doenças degenerativas que afetam a mácula,
causando dificuldade para ver de perto, principalmente a leitura, mas não causa cegueira total.
A pessoa afetada normalmente tem uma mancha no centro da visão, mas a visão periférica
continua, se não afetada por outros problemas, e objetos que estejam posicionados ao lado da
mancha podem ser identificados. 

Consultando um especialista regularmente, é possível detectar a doença precocemente


e evitar problemas adicionais. No caso, o paciente pode ser tratado com óculos e lentes
especiais, que vão ajudá-lo a encontrar um acomodamento visual.

5. FOVEA CENTRAL

Área de aproximadamente 1,5 mm de diâmetro, localizada na mácula lútea, onde a


retina se adelgaça bastante em virtude do deslocamento oblíquo de todas as camadas da retina
com exceção da pigmentar. Inclui as paredes inclinadas da fóvea (clivo) e contém poucos
bastonetes em sua periferia.

A fóvea ou mancha amarela é a região central da retina do olho humano onde se


concentram os cones e onde se forma a imagem que será transmitida ao cérebro. Há duas
regiões especiais na retina: a foveacentralis (ou fóvea ou mancha amarela) e o ponto cego. A
fóvea está no eixo óptico do olho, em que se projeta a imagem do objeto focalizado, e a
imagem que nela se forma tem grande nitidez. É a região da retina mais altamente
especializada para a visão de alta resolução. A fóvea contém apenas cones e permite que a luz
atinja os fotorreceptores sem passar pelas demais camadas da retina, maximizando a acuidade
visual – que é a capacidade do olho de distinguir entre dois pontos próximos

6. PAPILA ÓPTICA

Conhece-se pelo nome de papila óptica uma região que se encontra na retina. Deste
espaço situado no olho do ser humano partem os axões das células que compõem o nervo
óptico. Tendo em conta que a papila óptica não dispõe dos elementos necessários para sentir a
luminosidade, também recebe o nome de ponto cego.

Um ponto cego, também conhecido como escotoma, é uma pequena área da retina que
não contém receptores de luz. Corresponde à porção da retina onde se insere o nervo ótico,
que transmite os estímulos nervosos da camada plexiforme interna ao córtex cerebral.

Em particular, a estrutura do olho humano impõe ao campo de visão um ponto cego


Este, é amplamente relatado na literatura médica e tem sua origem atrelada à falta de células
fotorreceptoras na superfície da retina, em região onde o nervo ópticopenetra o olho, na
porção posterior do órgão. Uma vez que não existem células sensíveis para detectar a luz
nessa região do disco óptico, a parte da imagem projetada pelo cristalino (lente do olho) sobre
tal região não é reconhecida pelo sistema nervoso, logo, não é processada como informação
no encéfalo. Contudo, o ponto cego normalmente não é conscientemente percebido. Durante o
processamento da imagem, o cérebro preenche esse ponto com informações sobre imagens ao
redor e com informações registradas pelo outro olho, e a imagem conscientemente formada
mostra-se isenta das umbras ou penumbras correspondentes.

A primeira observação documentada da existência do ponto cego foi realizada por


EdmeMariotte, na França, por volta de 1660. Nessa época acreditava-se que o ponto em que o
nervo óptico entrava no olho deveria ser a parte mais sensível da retina; no entanto, a
descoberta de Mariotte desautorizou essa teoria.

7. OS CONES E BASTONETES
Os neurônios bipolares promovem a união das células fotossensíveis com os neurônios
ganglionares, que agrupa-se com as fibras nervosas e, assim, origina o nervo óptico. Este,
transporta os impulsos nervosos até ao cérebro. As células fotossensíveis, devido a sua forma,
são denominadas em dois tipos: os cones e os bastonetes.
Existem cerca de 6 milhões de cones que estão concentrados em uma pequena
depressão localizada mácula lútea (centro da retina) denominada de fóvea. Apresentam uma
forma alongada e cilíndrica, com segmentos externos de forma cônica. É nessa região que a
imagem é formada com maior nitidez, pois são estimulados pela luz mais intensa. Os cones
são especializados na acuidade da visão diurna e em reconhecer a cor. Existem três tipos de
cones que apresentam fotopigmentos fundamentais que respondem à luz de comprimentos de
ondas (λ): o cianopigmento – cones S (λ curto) – sensível a cor azul, o cloropigmento – cones
M (λ médio) – sensível a cor verde e o eritopigmento – cones L (λ longo) – sensível a cor
vermelha. O cérebro interpreta os sinais recebidos por esses cones, o que permite processar a
diferenciação das cores.

Olhos reconhecem a luz por causa do trabalho dos cones e bastonetes:

Na edição da coluna Fique de Olho, o professorEduardo Rocha fala sobre células que
formam os tecidos dos olhos, como os cones e bastonetes, chamadas de fotorreceptoras, pois
são responsáveis por fazerem o reconhecimento da presença e da ausência de luz. Segundo o
professor, são cerca de 4,5 milhões de cones e aproximadamente 90 milhões de bastonetes,
estes distribuídos na retina e na parte sensorial do olho.

Além disso, cones e bastonetes possuem a capacidade de reconhecer formas, cores e


movimentos, a partir do contato com outras células. Isso acontece devido aos fotopigmentos
próximos à membrana, derivados da vitamina A, que são sensíveis ao estímulo da luz, e
modificam a sua forma, além de estimularem na membrana a “abertura de canais iônicos,
tornando essas células eletrificadas”. Rocha comenta também que alguns fotorreceptores são
mais sensíveis à luz verde, azul e vermelha, o que faz com que percebam diferenças entre as
cores.

Para este trabalho exaustivo, chamado de foto transmissão, é preciso “muita energia, e
requer que essas células façam um autorreparo diariamente”, já que não são substituídas ao
longo do tempo, além de perda natural com o passar dos anos de vida. “O reparo é sustentado
pelas células pigmentadas, que estão próximas aos cones e bastonetes”, informa Rocha.
O professor ainda comenta que substituir cones e bastonetes, devido a perdas
relacionadas a traumas ou a doenças genéticas que os tornam frágeis, é um desafio para a
ciência. Evitar exposição excessiva “à luz, eclipses, excesso de luz ultravioleta” e ter uma
alimentação saudável, que “permita prover proteínas e principalmente vitamina A”, são
recomendações do especialista para o cuidado e proteção dessas células fotorreceptoras.
Os bastonetes estão concentrados em maior parte na periferia da retina (estão ausentes
na fóvea central e mácula), com cerca de 120 milhões de células, apresentam uma forma
semelhante à do cone (um pouco mais alongadas e com segmentos externos cilíndricos) e são
importantes para a visão noturna.
Em ambientes pouco iluminados, conseguem captar imagens e fazem discriminação
entre diferenciação das tonalidades de claro e escuro. E também dos movimentos e formas das
imagens.Apresentam uma substância química fotossensível, um pigmento vermelho
denominado de rodopsina. A energia luminosa fragmenta a rodopsina em substâncias que a
formaram inicialmente, o retineno e a escotopsia. Após um determinado tempo são
recombinadas, por processos metabólicos da célula, e formam uma nova rodopsina. Sua
recuperação completa pode levar de 15 a 20 minutos, motivo pelo qual é necessário aguardar
alguns minutos para conseguir obter uma visão na obscuridade de um ambiente, após ter
permanecido muito tempo em um local com claridade.

A retina também apresenta uma grande quantidade de melanina, um pigmento escuro


cuja função é impedir a reflexão da luz no globo ocular, através da absorção dos raios
luminosos que atravessam. As pessoas albinas, por serem incapazes de produzir melanina,
denotam uma acuidade visual cerca de três vezes menor do que os indivíduos que não
apresentam essa condição genética, devido ao fato das imagens ficarem ofuscadas pela
claridade excessiva da luz, uma vez que os raios luminosos depois que atravessam a retina,
são refletidos em todas as direções.

OLHO HUMANO E PERCEPÇÃO DE CORES

No fundo do globo ocular existe uma área sensível à luz a retina, similar a uma tela
onde se projetam as cores e se produz o foco da imagem de um objeto. Na retina existem as
células fotoreceptoras denominadas cones e bastonetes que enviam ao cérebro, por meios
químicos e elétricos os estímulos de luz e cor. Estas células altamente sofisticadas são
especializadas em detectar as longitudes de onda procedentes do entorno, ou seja,
transformam em informações de cor e volumes os diferentes estímulos de luz oferecidos pelos
objetos e espaço ao redor. Os cones são sensíveis às cores; e os bastonetes sensíveis à luz.

Nossos olhos operam a todo o momento para compensar as variações de luminosidade,


com uma tendência ao conforto e a continuar funcionando com baixa luminosidade, aliada à
capacidade de enxergar cores no processo.

Existem aproximadamente 7 milhões de CONES em cada olho humano concentrados


na região fóvea. São responsáveis pela visão Fotópica sensível aos estímulos de luz e cores. A
ausência ou deficiência nos cones dá origem ao daltonismo. Os BASTONETES são células
fotoreceptoras (sensíveis à luz), da retina e conseguem funcionar com níveis de luminosidade
baixos. São basicamente responsáveis pela visão noturna. Têm este nome derivado de sua
forma alongada e cilíndrica. São também usados na visão periférica. Estas células estão
concentradas na parte mais externa da retina e existem cerca de 100 milhões de bastonetes.
Proporcionam a visão Escotópica, quando existe menos luz, e acentuam a percepção de
contrastes, saturação e matizes do preto, branco e cinzas, mas não das cores em si.

A Teoria Tricromática de Thomas Young descreve que a sensação de cor é


estabelecida a partir da existência de cones prioritariamente sensíveis às ondas luminosas
compridas, relacionadas ao vermelho; outros cones são sensíveis às ondas médias próximas
aos verdes; e por fim os cones sensíveis às ondas curtas do azul e violeta.
O princípio da mistura aditiva do RGB (Red,Green,Blue) deriva dos desdobramentos
desta característica de produção da sensação e percepção de cor operada pela conexão
olho/cérebro.

COMO NOSSO OLHAR VÊ LUZ E COR NAS HORAS MÁGICAS DO DIA E DA NOITE
Como vimos anteriormente nossos olhos são aparelhados para enxergar algumas ondas
do espectro eletromagnético da luz solar através dos cones e bastonetes.

Responsáveis pela sensação de cores enviadas ao cérebro os Cones, realizam a visão


Fotópica e funcionam melhor com bastante luz, na função de captar as ondas de cor do
espectro solar e realizam a síntese aditiva da luz branca nas horas de sol alto. Ao longo do
crepúsculo nossa visão passa lentamente a operar com a visão Escotópica característica dos
Bastonetes. Durante o pôr-do-sol e o nascer do dia temos as quatro células fotosensíveis
operando simultaneamente, pois os bastonetes estão ativados pela baixa luminosidade, mas a
luminosidade solar ainda mantem os cones captando ondas coloridas do vermelho ao violeta.
Devido à angulação do sol em relação aos nossos pontos de observação enxergamos num
contínuo cada comprimento de onda colorida do espectro, e lentamente nos adaptamos à baixa
luminosidade da noite.

Este fenômeno chama-se efeito de Purkinje, em nome do anatomista checo que o


descobriu, Jan Evangelista Purkinje: é chamada de visão mesópica.

Fotópica = Visão diurna ativada pelos cones

Escotópica = Visão noturna ativada pelos bastonetes

Mesópica = Visão amanhecer/crepúsculo ativada pelo conjunto das células


fotosensíveis: cones e bastonetes. Eduardo Rocha fala sobre células que formam os tecidos
dos olhos, como os cones e bastonetes, chamadas de fotorreceptoras, pois são responsáveis
por fazerem o reconhecimento da presença e da ausência de luz. Segundo o professor, são
cerca de 4,5 milhões de cones e aproximadamente 90 milhões de bastonetes, estes distribuídos
na retina e na parte sensorial do olho.

Além disso, cones e bastonetes possuem a capacidade de reconhecer formas, cores e


movimentos, a partir do contato com outras células. Isso acontece devido aos fotopigmentos
próximos à membrana, derivados da vitamina A, que são sensíveis ao estímulo da luz, e
modificam a sua forma, além de estimularem na membrana a “abertura de canais iônicos,
tornando essas células eletrificadas”. Rocha comenta também que alguns fotorreceptores são
mais sensíveis à luz verde, azul e vermelha, o que faz com que percebam diferenças entre as
cores.

Para este trabalho exaustivo, chamado de foto transmissão, é preciso “muita energia, e
requer que essas células façam um autorreparo diariamente”, já que não são substituídas ao
longo do tempo, além de perda natural com o passar dos anos de vida. “O reparo é sustentado
pelas células pigmentadas, que estão próximas aos cones e bastonetes”, informa Rocha.
8. TRANSDUÇÃO VISUAL

O sistema nervoso de qualquer organismo pode ser modelado em sua forma mais
simples como um sistema que possui entrada de dados (células receptoras), nenhum ou algum
processamento do sinal (interneurônios) e um sistema de saída (células efetoras) (Fig. 1).

Figura 1 – Modelo simplificado do


arranjo de um Sistema Nervoso.

O arranjo mais simples possível é chamado arcorreflexo, em que uma única célula
recebe o estímulo em um ponto do organismo e diretamente atua como uma célula efetora.
Esse arranjo já permite uma série de respostas comportamentais úteis à sobrevivência.
Eventualmente, modificou-se para um arranjo com duas células: uma receptora e outra
efetora, formando um arcorreflexomonossináptico (e.g. reflexo patelar). Ressalta-se que a
comunicação entre as duas células já poderia representar uma forma de modulação do sinal e,
portanto, flexibilizar o comportamento (Eckert, 1983).

Há ainda o arcorreflexopolissináptico, com pelo menos um interneurônio entre as


células receptora e efetora. A existência do interneurônio nessa interface deu origem aos
gânglios – acúmulos de corpos celulares de neurônios no organismo. Em última instância, o
Sistema Nervoso Central (SNC) dos organismos é um gânglio (ou um grande conjunto deles).

A rede neural mais simples em organismos vivos é aquela encontrada nos


Celenterados. O arranjo das células nervosas é difuso, com cruzamentos desordenados de
axônios, e sem preferência de direção do estímulo conduzido. Em alguns Celenterados há
um início de organização em direção a arcos-reflexo monossinápticos, que é presente em
todos os outros organismos multicelulares (com tecido verdadeiro). Apesar disso, os arcos-
reflexo polissinápticos são mais comuns.
As células receptoras, de agora em diante chamadas receptores sensoriais, são
responsáveis por transduzir (isto é, transformar uma forma de energia em outra) o estímulo
ambiental em um sinal elétrico que possa ser processado pelo SNC. Os receptores tendem a
ser muito específicos e, somado ao arranjo no qual estão dispostos, respondem
preferencialmente a um tipo de estímulo.

A luz tem excelentes propriedades direcionais e a maior velocidade de deslocamento


conhecida, sendo muito fiel para retratar mudanças no ambiente, especialmente mudanças
rápidas. Dois terços dos filos animais tem órgãos sensíveis à luz. Olhos (órgãos
especializados para captação de luz) com formação de imagem existem em 6 dos 33 filos
extantes (ainda existentes) de Metazoários, os quais representam aproximadamente 96% das
espécies conhecidas atualmente, sugerindo que olhos contribuiram para o sucesso evolutivo
(Fernald, 2008).

Mesmo animais que vivem em ambientes com baixas quantidades de luz apresentam
olhos. Alguns mamíferos com hábitos noturnos são capazes de utilizar olhos para orientação
no ambiente, mediante mecanismos de compensação das condições mínimas de luz. Gatos
possuem um tecido refletivo na retina (chamado Tapetumlucidum), que faz com que a luz
passe duas vezes por ela. Outros mamíferos, como os Tarsius, têm globos oculares
extremamente grandes.

Apesar da vasta utilização da luz para orientação espacial e localização de presas,


outras formas de energia e mesmo moléculas também permitem essas funções. É importante
ressaltar que não há sistemas mais ou menos evoluídos (ou perfeitos), mas apenas aqueles
mais adaptados a um determinado nicho

(Futuyma, 2005).

Visão
A faixa de radiação eletromagnética utilizável pelos animais como luz é
relativamente estreita (Fig. 2).
Figura 2 – Faixa de luz visível aos vertebrados (em destaque). Comprimento de onda
em nanômetros.
Modificado de Carlson (2004).

Fernald (1988) sugere que isso deve-se aos estágios inicias da evolução animal terem
ocorrido na água, meio no qual acontece significativa redução de amplitude da radiação
eletromagnética em comprimentos de onda acima do vermelho. O mesmo ocorre com
comprimentos de onda abaixo do violeta, que, além disso, podem causar dano tecidual por
alterações no DNA (Alberts, 2008).

Esses fatores devem ter sido determinantes para que a seleção natural favorecesse
mecanismos bioquímicos nessa estreita faixa de radiação que hoje chamamos de luz visível.
Mais tarde, algumas espécies de pássaros e insetos passaram a utilizar também
comprimentos de onda na faixa do ultravioleta próximo.

Mecanismo de transdução
Mesmo alguns organismos unicelulares apresentam resposta à luz – uma simples
fototaxia (movimento em direção à luz). Mas para que possamos enxergar, mais do que gerar
uma resposta intracelular em resposta à luz precisamos formar uma imagem representativa
do ambiente que nos rodeia. Isso só é possível nos organismos multicelulares e na presença
de olhos.

Apesar das diferenças no formato e no funcionamento, o mecanismo básico envolve


a captação da luz e a estimulação de fotorreceptores específicos. A molécula fundamental
para esse processo é uma combinação entre opsina (uma proteína) e um carotenóide. Todo
fotorreceptor possui essa combinação em suas membranas. A combinação mais encontrada,
tanto em vertebrados como em invertebrados, é entre opsina e Retinal (uma molécula
derivada da Vitamina A).
Essas moléculas se encontram em abundância nas dobras de membrana do receptor
(uma a cada 5 nm em alguns receptores) e mudam sua conformação com a estimulação
luminosa, provocando uma cascata bioquímica no interior da célula. Em última instância, há
uma alteração da atividade eletrofisiológica do receptor, que é transmitida até o SNC.

Os invertebrados mais bem estudados com respeito ao sistema visual são os insetos.
Eles possuem olhos compostos por unidades individuais chamadas omatídeos, cada qual
com um receptor sensorial. Este é formado por um dendrito central de uma célula chamada
excêntrica, rodeado por 6 a 12 células retinulares, as quais enviam uma densa profusão de
microvilos em direção ao dendrito da célula excêntrica, formando o rabdômero (Fig.3).

Figura 3 –
Representação de um omatídeo do olho
composto de invertebrado. Modificado de
Eckert (1983).

A formação de imagem nesse tipo de olho se dá pela composição das diversas partes
do campo visual captadas pelos diversos omatídeos, formando um mosaico. A quantidade de
tipos de pigmentos visuais é bastante variável, com alguns crustáceos apresentando até oito
diferentes pigmentos em seu sistema visual (Cronin, 2007).

Os vertebrados reúnem todos os receptores em um mesmo local (a retina, Fig. 4A),


abrigados por uma câmara com entrada de luz controlada e intermediada por uma lente, um
arranjo que permite a projeção de uma imagem invertida sobre a retina. A maioria dos
grupos possui dois tipos de receptores, cones e bastonetes (Fig. 4B). Primatas têm os cones
concentrados na porção central da retina (fóvea), uma depressão formada pelo afastamento
das camadas celulares superiores (Fig. 4B).
A fóvea é o ponto de maior acuidade visual, sendo processado por quase 50% do
córtex visual primário (V1) (Fig. 5), ainda que responda por menos de 1% do campo visual.
Essa discrepância de valores é resultado da extrema fidelidade com a qual as imagens desse
ponto do campo visual são tratadas. Conforme se afasta do centro da retina em direção à
periferia, menos cones e mais bastonetes são encontrados, com virtualmente nenhum cone
nas regiões mais periféricas, o inverso do centro da fóvea.

Figura 4 – (A) Olho em câmara de vertebrados. (B) Detalhe da fóvea no centro da


retina, evidenciando algumas camadas celulares da retina. Modificado de Lent (2006).

Poucas generalizações podem ser feitas quanto ao envolvimento desses receptores na


visão de cores e outras propriedades de uma imagem (e.g. brilho), dado que as variações entre
os grupos são grandes. O comprimento de onda que será absorvido em cada receptor é
também bastante variável.

A maioria dos primatas possui na retina dois tipos de cones (cada um com um
pigmento) mais bastonetes (Casagrande e col., 2007). Alguns têm três tipos de cones,
incluindo os humanos, e a habilidade de perceber cores se dá pela capacidade de comparar
diferentes comprimentos de onda absorvidos por diferentes cones (Casagrande e col., 2007).

Os bastonetes são mais sensíveis à luz do que os cones (podendo responder a apenas
um fóton – o equivalente à luz de uma vela a 1 km de distância), mas são de apenas um tipo,
absorvendo preferencialmente comprimentos de onda próximos a 496 nm. Nessas condições,
como em um quarto escuro, cones não respondem e percebemos o ambiente como imagens
acinzentadas (ou simplesmente sem cor). Bastonetes são extremamente importantes para a
detecção de bordas e movimento.

Neurônios com axônios longos, as células ganglionares (Fig. 4B), formam o nervo
óptico que transmite a alteração da atividade eletrofisiológica resultante da estimulação dos
fotorreceptores em direção ao V1 (Fig. 5).

Figura 5 - Córtex visual


primário (V1), em
vermelho,
no córtex
occipital do homem, do
gato e do rato. Encéfalos fora de
escala. Modificado de
Bear e col. (1996).

Esse caminho, porém, não é direto. Há um cruzamento de parte das fibras que se
dirigem ao SNC (Fig. 6). As células ganglionares da hemiretina temporal em ambos os lados
não se cruzam e se projetam para o córtex ipsilatereal. As fibras da hemiretina nasal se
cruzam no quiasma óptico e se projetam para o córtex contralateral. Dessa forma, toda a
estimulação no hemicampo visual direito irá para o córtex esquerdo e vice-versa.
Figura 6 – Cruzamento das fibras do nervo óptico e hemicampos contemplados em
cada hemisfério cerebral. Modificado de Bear e col. (1996).

Note que há uma extensa área de sobreposição dos campos esquerdo e direito (Fig. 6).
É ela quem permite a visão binocular, responsável pela visão em profundidade e criada pela
proximidade entre os dois globos oculares (voltados, portanto, para um mesmo lado da
cabeça), algo constante em animais carnívoros. A grande maioria dos herbívoros, por outro
lado, tem os olhos em lados opostos da cabeça, o que reduz sensivelmente a visão binocular,
mas potencializa a visão em todas as direções, permitindo que esses animais percebam a
aproximação de predadores independentemente do local para o qual eles estejam
direcionados.

Após o cruzamento no quiasma óptico, todas as fibras projetam-se para o Tálamo nos
vertebrados. Em mamíferos e passáros, mais especificamente, para o Núcleo Geniculado
Lateral (NGL) e, em estrutura possivelmente homóloga, nos répteis (Dicke e Roth, 2007).
Esse núcleo tem seis regiões citoarquitetônicas muito bem definidas em todos os primatas. As
duas camadas mais inferiores possuem neurônios com corpos celulares grandes e trazem as
informações vindas dos bastonetes: é a camada magnocelular. As outras quatro camadas,
chamadas parvocelulares, têm neurônios com corpo celulares pequenos e trazem informações
vindas de cones com pigmentos sensíveis a um comprimento de onda médio (comumente
chamado de verde) e, em primatas possuidores de três cones diferentes, comprimento de onda
longo (comumente chamado de vermelho). Entremeado nessas camadas, há células chamadas
koniocelulares que trazem informações dos cones sensíveis a comprimento de onda curto
(comumente chamado de azul) (Casagrande e col., 2007, Wässle, 2008).
Do NGL, a estimulação segue para V1 no córtex occipital, que tem um mapa
retinotópico, isto é, tem uma região cortical para cada região na retina atendida pelo Campo
Receptivo de uma célula ganglionar.

Campo Receptivo pode ser definido como a área de processamento de uma


determinada unidade do sistema nervoso, onde unidade pode ser desde um receptor sensorial
até um neurônio em regiões tardias de processamento no córtex associativo (e.g. neurônio em
V4).

É, portanto, de substancial importância o tamanho dos campos receptivos das células


ganglionares que levam a informação da retina até o SNC, pois eles determinam áreas de
processamento cortical desiguais para as regiões periféricas. Lembrando que a região
compreendida pela fóvea corresponde a quase 50% de V1, fica claro que a fidelidade entre
célula ganglionar e receptor sensorial deve ser altíssima na fóvea (ou pelo menos na fóvea
central, algo como 1:1 – menores campos receptivos) e que essa fidelidade deve ser bem
reduzida nas regiões periféricas da retina, com cada vez mais células receptoras para cada
célula ganglionar, i.e., maiores campos receptivos.

Essa organização privilegia regiões importantes para o comportamento (Kaas, 2007)


e o arranjo é válido não só para a fóvea em primatas, mas também para as vibriças em ratos,
audição em morcegos (especialmente frequências envolvidas com a ecolocalização), o nariz
da Toupeira-nariz-de-estrela (Condylura cristata), entre uma diversidade de outros exemplos
onde o refinamento no processamento da informação sensorial gerou vantagem adaptativa
que fosse selecionada.

9. MECANISMO DE ATIVAÇÃO DOS CONES E BASTONETES

Existem dois tipos de fotorreceptores no olho humano, um deles é chamado de bastonete,


que permite a visão em preto e branco, e o outro de cone, que permite a visão em cores. A
retina contém 100 milhões de bastonetes e sete milhões de cones.
Os cones e bastonetes se assemelham em suas substâncias fotossensíveis, suas
composições químicas, diferenciando apenas na parte proteica, as opsinas, nos cones chamado
de fotopsinas e nos bastonetes de escotopsinas. Nos cones a combinação de retinal e
fotopsinas determina seus pigmentos cromatossensíveis. Para os cones, existem três tipos de
substâncias fotossensíveis. Cones com substâncias fotossensíveis para o azul, outros para o
vermelho e outros para o verde. Um tipo de pigmento para cada cone, portanto, os cones com
pigmentos azuis possuem picos de absorbância de 445nm, já os de pigmentos verdes de 535
mm e para os de pigmentos vermelhos de 570 nm, desta forma haverá a diferenciação das
cores. O retinal é igual tanto para cones quanto para os bastonetes, na exposição dos olhos à
luz, haverá a diminuição das substâncias fotossensíveis nos cones e bastonetes, retinal e
opsinas. O retinal se converterá em vitamina A, com isso haverá a queda das substâncias
fotossensíveis para que a percepção do excesso de luz seja reduzida, a adaptação ao claro,
facilitando o resultado da visão na claridade. Quando o oposto ocorre, isto é, a visão é exposta
à escuridão, em ambientes pouco iluminados, as opsinas e o retinal se transformam em
pigmentos fotossensíveis, nos cones e bastonetes, sendo que o retinal é reproduzido a mais,
pois a vitamina A se transforma em retinal, existe nesta circunstância a necessidade de maior
produção de substâncias fotossensíveis, para que em ambientes com pouca luz, a visão seja
capaz de captar as informações do ambiente, aumentando a capacidade de percepção visual no
escuro, havendo a adaptação ao escuro. A adaptação ao escuro é muito veloz, um minuto no
escuro e a sensibilidade aumentará dez vezes, se em vinte minutos, a adaptação ao escuro será
de até 6000 vezes, se a pessoa ficar no mesmo ambiente escuro por quarenta minutos, essa
sensibilidade será aumentada para até 25000 vezes. Os cones se adaptam quatro vezes mais
rápido do que os bastonetes, mas os bastonetes mantêm a constância na adaptação, podendo
ficar muito tempo, mesmo horas, na adaptação ao escuro. (Guyton, A.C., 2ª. Edição)
Os pigmentos dos cones são sensíveis ao azul, verde e vermelho, mas o olho humano
detecta muitas cores devido à mistura destes. A constância das cores é obtida através da
matemática neural, o ajuste neural, para que a percepção da cor se mantenha apesar da
alteração da luz do ambiente. Protanopia é a não percepção da cor vermelha, a pessoa é cega
para o vermelho porque os cones com pigmentos vermelhos não existem para essa pessoa.
Deutanopia ocorre na ausência dos cones verdes, a pessoa é cega para o verde.
Quando a luz entra em contato com estes dois tipos de células, ocorre uma série de
reações químicas complexas. O composto químico formado (rodopsina ativada) cria impulsos
elétricos no nervo ótico. Geralmente, o segmento exterior dos bastonetes é longo e fino,
enquanto os segmentos externos dos cones são mais parecidos com cones.
Segmento externo de um bastonete ou cone contém os compostos químicos sensíveis à
luz. Nos bastonetes, este químico é chamado de rodopsina. Nos cones, são chamados
pigmentos de cor. A retina é revestida de um pigmento negro chamado melanina, assim como
o interior de uma máquina fotográfica é preta, para diminuir a quantidade de reflexo. A retina
possui uma área central, mácula, que contém alta concentração de somente cones. Esta área é
a responsável pela visão detalhada e precisa.
10. VISÃO COLORIDA

O sistema visual detecta e interpreta estímulos luminosos, que são ondas


eletromagnéticas. O olho pode distinguir duas qualidades da luz: o brilho e o comprimento de
onda. Para seres humanos, os comprimentos de onda entre 400 e 750 nanômetros são
denominados luz visível.

Os receptores sensoriais da visão são os fotorreceptores, localizados na retina. Existem


dois tipos de fotorreceptores, os bastonetes e os cones. Os bastonetes apresentam limiares
baixos, são sensíveis à luz de baixa intensidade e funcionam bem no escuro. Os bastonetes
apresentam baixa acuidade e não participam da visão em cores. Os cones apresentam um
limiar para luz mais alto do que os bastonetes, operam melhor à luz do dia, dão alta acuidade
visual e participam da visão em cores. Os cones não são sensíveis à luz de baixa intensidade.

As informações são recebidas e transduzidas por fotorreceptores na retina e, então,


levadas para o SNC por meio dos axônios das células ganglionares retinianas. Alguns axônios
dos nervos ópticos se cruzam no quiasma óptico, enquanto outros seguem de forma ipsilateral.
A principal via visual é composta pelo núcleo geniculado lateral do tálamo, que se projeta ao
córtex visual.

Etapas da Fotorrecepção
A fotorrecepção é o processo de transdução que converte a energia luminosa em
energia elétrica nos cones e bastonetes. A rodopsina, o pigmento fotossensível, é composta
por opsina (uma proteína que pertence à superfamília dos receptores acoplados à proteína G) e
retinal (um aldeído da vitamina A). Quando a luz atinge os fotorreceptores, a rodopsina é
quimicamente transformada em um processo denominado fotoisomerização, que inicia o
processo de transdução.

1. A luz atinge a retina, iniciando a fotoisomerização da rodopsina. O 11-cis-retinal é


convertido a todo-trans-retinal. A partir disso, a opsina sofre uma série de alterações
conformacionais que culminam na produção de metarrodopsina II. (A regeneração do 11-cis-
retinal envolve a nova conversão de todo-trans-retinal a retinol [vitamina A].)
2. A metarrodopsina II ativa uma proteína G chamada transducina ou Gt. (Há uma enorme
amplificação nesta etapa, onde um fóton de luz ativa uma molécula de metarrodopsina II que,
por sua vez, ativa quase 800 moléculas de transducina!) Quando ativada, a transducina
estimula uma fosfodiesterase que catalisa a conversão do monofosfato cíclico de guanosina
(GMPc) a 5’-GMP. Consequentemente, há um aumento na degradação de GMPc, diminuindo
a sua concentração.
4. 3 e 4. Na membrana do fotorreceptor, os canais de Na+, que carreiam a corrente de entrada
são regulados pelo GMPc. No escuro, há um aumento nos níveis de GMPc, produzindo uma
corrente de entrada de Na+ (ou “corrente escura”) e despolarização da membrana do
fotorreceptor. Na luz, há uma diminuição dos níveis de GMPc, já descrita, que fecha os canais
de Na+ na membrana do fotorreceptor, reduz a corrente de entrada do íon e
produz hiperpolarização. (O término do estado ativado por luz envolve a redução do
Ca2+ intracelular, o que restaura os níveis de GMPc.)
5. A hiperpolarização da membrana do fotorreceptor diminui a liberação de glutamato dos
terminais sinápticos do fotorreceptor.
6. Existem dois tipos de receptores de glutamato nas células bipolares e horizontais: os
receptores ionotrópicos, que são despolarizantes (excitatórios), e os receptores
metabotrópicos, que são despolarizantes (inibitórios). O tipo de receptor na célula bipolar ou
horizontal determina se a resposta será despolarização (excitação) ou hiperpolarização
(inibição). Assim, a menor liberação de glutamato que interage com os receptores
ionotrópicos causa hiperpolarização e inibição da célula bipolar ou horizontal (ou seja, menor
excitação). Já a menor liberação de glutamato que interage com os receptores
metabotrópicos causa despolarização e excitação da célula bipolar ou horizontal (ou seja, a
menor inibição causa excitação). Este processo estabelece os padrões de ligado-desligado dos
campos visuais.

Pode ser dito que o sentido da visão é o que nos dá uma maior quantidade de
informações sobre o meio em que vivemos. No entanto, temos algumas limitações para
perceber objetos pequenos ou objetos que estejam distantes de nós. A visão é um processo
pelo qual os seres vivos percebem a forma e a cor dos objetos. Podemos dizer que essa
percepção só é possível quando a informação sobre o meio ambiente chega aos olhos sob a
forma de luz emitida ou refletida pelos objetos, e é transformada em impulsos elétricos
envidados ao cérebro através do nervo óptico.
A retina é uma fina película composta de células sensíveis à luz e disposta no fundo do
olho, onde a imagem é focalizada. Em nossa retina existem dois tipos de células que são
sensíveis à luz: são os cones e os bastonetes. Os cones são sensíveis às luzes vermelha, verde
e azul. Dessa forma, caracterizamos três tipos diferentes de cones, que são estimulados de
formas distintas quando a luz, de qualquer frequência, atinge a retina. Assim, dizemos que
uma luz cuja frequência é de 6,5 x 1014 Hz, estimula mais os cones sensíveis ao azul do que
ao verde ou ao vermelho.

A figura abaixo ilustra, de forma simples, a sensibilidade que o olho humano tem das
diversas cores. No gráfico pode-se observar que a cor à qual o olho é mais sensível é a cor
verde, que também faz parte do espectro solar de mais intensidade. Dessa forma, pode-se
dizer que nosso olho está ajustado para a luz do Sol.

Existem três espécies de cones em nossos olhos e cada um deles é capaz de “perceber”
uma cor: vermelho, verde ou azul.

Os cones fazem o trabalho – é assim que a visão em cores funciona.

Essas células sensoriais dividem o trabalho entre si e executam tarefas diferentes: os


bastonetes nos permitem perceber alterações de brilho até uma determinada intensidade de
luz. Os bastonetes dos olhos são essenciais para a visão noturna e crepuscular. Eles nos
permitem ver tanto na claridade quanto no escuro. Os cones são responsáveis pela percepção
de cor. Eles existem em três variedades distintas, cada uma reagindo a diferentes
comprimentos de onda:

Cones para luz azul (cones S, onde S significa “short” (curto); eles reagem a
comprimentos de onda mais curtos)

Cones para luz verde (cones M, onde M significa “medium” (intermediário); para
comprimentos de onda intermediários)

Cones para luz vermelha (cones L, onde L significa “long” (longo); para
comprimentos de onda mais longos)

E como isso afeta a visão em cores? – Se uma superfície reflete, por exemplo, apenas
ondas curtas, então ela parecerá azul para o seu cérebro. Se apenas ondas longas são
refletidas, então vemos o vermelho. Raios de luz de comprimento intermediário nos fazem ver
a cor verde. Somente percebemos cores misturadas como amarelo, roxo, laranja ou violeta
quando uma superfície reflete ondas com comprimentos diferentes. Se esses tipos de cones
percebem todos os comprimentos de ondas simultaneamente, então o cérebro as vê como
branco.

Mas há outro fator importante que afeta a nossa percepção de cor: os objetos não só
refletem as cores, como também as absorvem. Uma cereja madura, por exemplo, apresenta
uma linda cor vermelha porque a superfície da fruta absorve luz verde e luz azul, refletindo
apenas ondas de luz longas, ou seja, a cor vermelha. As cores que percebemos dependem da
proporção e da força da luz absorvida pelas três cores azul, verde e vermelho.

Geralmente, os olhos processam um espectro de luz entre 380 e 780 nanômetros. Eles
não percebem luzes de ondas mais curtas (UV) e mais longas (infravermelho), ou seja, tudo o
que está abaixo e acima do espectro de luz visível.
TESTE

Placas pseudo isocromáticas: teste de Ishihara

Este teste foi criado em 1917 por Ishihara Shinobu.


É formado por 38 placas chamadas “pseudo isocromáticas”, placas feitas de pequenos
círculos coloridos, formando um fundo no qual aparece um símbolo (letra ou número).

As pessoas que não apresentam discromatopsia distinguem claramente o símbolo,


enquanto aquelas que possuem o distúrbio terão dificuldade.

O objetivo é destacar a existência de um potencial de discromatopsia, mas não permite a


detecção da sua gravidade.

11. VIAS VISUAIS

A via ótica é uma via aferente (sensorial) que apresenta quatro neurónios desde a retina até ao
córtex.

1º neurónio - cones e bastonetes (fotorreceptores).

2º neurónio - neurónios bipolares (ligam os bastonetes e os cones às células ganglionares).

3º neurónio - células ganglionares (formam o nervo ótico e vão até ao corpo geniculado
externo).

4º neurónio – cortical (saem do corpo geniculado externo, formam a radiação ótica e


terminam na área visual).

Na via visual, distinguem-se vários sectores: retina, nervo ótico, quiasma ótico, fita ótica,
corpo geniculado externo,
radiações óticas e córtex
occipital.
Campos Receptivos Visuais

Cada nível da via visual pode ser descrito por seus campos receptivos. Assim, existem
campos receptivos para fotorreceptores, células bipolares e horizontais, células ganglionares,
células do núcleo geniculado lateral do tálamo e células do córtex visual. A cada nível
superior, os campos receptivos ficam mais complexos.

Fotorreceptores, células horizontais e células bipolares

Um arranjo simples de campos visuais é ilustrado na Figura 3.17. A figura mostra os


campos receptivos para três fotorreceptores, duas células bipolares e uma célula horizontal
localizada entre as células bipolares. Quando a luz atinge os fotorreceptores, estes são sempre
hiperpolarizados e liberam quantidades menores de glutamato (lembre-se das etapas da
fotorrecepção), como indicado pelo sinal de subtração nos fotorreceptores. Os fotorreceptores
fazem sinapse diretamente com as células bipolares da camada plexiforme externa da retina.
O campo receptivo da célula bipolar é mostrado como dois círculos concêntricos: o círculo
interno é denominado “centro” e o círculo externo é chamado “periferia”. O centro do campo
receptivo da célula bipolar representa conexões diretas dos fotorreceptores e pode ser excitado
(ligado) ou inibido (desligado), dependendo do tipo de receptor de glutamato na célula
bipolar, como anteriormente descrito. Se o centro do campo receptivo apresentar receptores
metabotrópicos de glutamato, a célula bipolar será excitada (+); se o centro do campo
receptivo possuir receptores ionotrópicos de glutamato, a célula bipolar será inibida (−). A
periferia do campo receptivo da célula bipolar recebe sinais de fotorreceptores adjacentes,
através das células horizontais. A periferia do campo receptivo responde de forma oposta ao
centro, já que as células horizontais são inibitórias (ou seja, revertem a resposta direta do
fotorreceptor em sua célula bipolar). Os dois padrões de campos receptivos das células
bipolares são ilustrados na Figura 3.17 e explicados a seguir:
12. DOENÇAS VISUAIS

MIOPIA – Dificuldade de enxergar objetos distantes. Acontece quando o olho é mais


longo do que o normal – o que faz com que os raios de luz sejam focalizados antes da retina –
ou por causa de alterações da curvatura da córnea ou do cristalino.

HIPERMETROPIA – Ao contrário da miopia, é a dificuldade de enxergar objetos


próximos. Acontece quando o olho é mais curto, fazendo com que os raios de luz sejam
focalizados atrás da retina. Também pode ocorrer devido a alterações no formato da córnea ou
do cristalino.

ASTIGMATISMO – Acontece geralmente por uma irregularidade da curvatura da


córnea. E o efeito é a distorção da imagem, já que os raios de luz não chegam ao mesmo
ponto da retina.
PRESBIOPIA – É a tal da “vista cansada”, que normalmente ocorre a partir dos 40
anos e cujo sintoma é a dificuldade de focar objetos próximos. A causa principal é a perda da
capacidade de contração do músculo ciliar associada ao enrijecimento do cristalino.

ECTASIAS DE CÓRNEA

Doença mais rara, é o afinamento corneal central ou paracentral. A pessoa com essa
condição enxerga imagens múltiplas “fantasmas” e pontos espalhados. No geral, a progressão
maior ocorre na adolescência e pode ser associada com síndromes de Down e de Marfan,
alergias e catarata. O problema pode ser corrigido com lentes de contato rígidas e, em casos
mais avançados, com transplante de córnea.

DALTONISMO

O daltonismo, também conhecido por discromatopsia ou discromopsia, é uma


alteração da visão em que a pessoa não consegue distinguir muito bem algumas cores,
principalmente o verde do vermelho. Essa alteração é na maioria dos casos genéticas, no
entanto pode surgir também como consequência de lesões na estrutura dos olhos ou dos
neurônios responsáveis pela visão.

O daltonismo não tem cura, porém, o estilo de vida da pessoa pode ser adaptado para
que tenha uma vida próxima do normal e sem dificuldades, podendo ser indicado pelo
oftalmologista o uso de óculos para o daltonismo, por exemplo.

CATARATA

Doença que afeta o cristalino, a lente natural dos olhos. Com o envelhecimento, a
região começa a ficar opaca e a perder a transparência, dificultando a visão. Existem também
casos congênitos, quando o bebê nasce com a catarata, e secundários, quando a doença é
provocada pelo uso de corticoides, doenças metabólicas, traumas, entre outros. O tratamento é
cirúrgico.

GLAUCOMA

A doença, que tem como principal causa a pressão intraocular elevada, atinge o nervo
óptico (que leva as imagens ao cérebro para que possamos enxergar) e envolve a perda
irreversível de células da retina. O sintoma é a perda gradativa da visão e o tratamento pode
ser feito com colírios ou até cirurgia.

BLEFARITE

Inflamação da parte externa da pálpebra, cujos sintomas são queimação, coceira e


vermelhidão, entre outros. A causa pode ser infecciosa, inflamatória ou pelo acúmulo de
secreção das glândulas de gordura.

HETEROCROMIA

Anomalia genética benigna em que a pessoa tem olhos de cores distintas – como os do
cantor David Bowie – ou duas cores em um mesmo olho. Se desenvolvida ao longo da vida,
pode ser consequência de glaucoma, inflamação na íris, sangramento provocado por algum
trauma, diabetes, entre outras doenças.

CONJUNTIVITE

Inflamação de origem infecciosa ou alérgica que causa coceira, lacrimejamento


excessivo, hipersensibilidade à luz e sensação de areia nos olhos, e dura entre cinco e sete
dias. O tratamento é baseado no uso de lágrimas artificiais, anti-histamínicos e antibióticos
tópicos.

CURIOSIDADES

* É impossível espirrar de olhos abertos.


* Todos os bebês nascem daltônicos, ou seja, eles não têm capacidade de distinguir
cores.
* 1 em cada 12 homens é daltônico.
* Quando vemos alguém pela primeira vez, a troca de olhares ideal dura cerca de 4
segundos. Esse tempo é suficiente para perceber qual é a cor dos olhos do outro.
* As pessoas cegas conseguem enxergar em seus sonhos, desde que elas não tenham
nascido com essa condição.
* Você sabia que pelo menos metade dos 40 milhões de cegos existentes no mundo
poderiam ter salvado sua visão, se conhecessem as doenças, sintomas e situações que podem
levar a cegueira?
* Os piratas usavam tapa-olhos para ajustar a visão entre a luz do lado de fora do
navio e a escuridão do lado de dentro.
* 85% do nosso relacionamento com o ambiente é através da visão. Ao nascer a
criança enxerga pouco e somente aos cinco anos de idade é que atinge a visão completa como
do adulto. Por isto é muito importante que os problemas de visão sejam tratados até os seis
anos, período que ainda estão em formação. Não existe uma idade para o início do uso de
óculos, tanto pode ser muito cedo, como já na fase adulta.
* Em condições físicas normais o olho humano pode distinguir quase 10.000
diferentes cores

CONCLUSÃO

Conclui-se nesse trabalho, que a visão é um dos cincos sentidos, e é por meio desse
sentido que temos a capacidade de enxergar tudo à nossa volta. A visão é um sentido
extremamente importante, pois nos possibilita ver todas as coisas ao nosso redor, diferenciar
cores, distinguir alguma coisa de outra, enfim, é um sentido muito significativo para nós seres
vivos. Os olhos humanos são órgãos responsáveis pela visão e, apesar de parecerem simples,
possuem uma série de estruturas que garantem a captação de imagens. Os receptores
sensoriais da visão são os fotorreceptores, localizados na retina. Existem dois tipos de
fotorreceptores, os bastonetes e os cones. 
Estruturas como a Mácula Lútea, a Fóvea Central, Papila Optica, Cones e Bastonetes
também foram apresentados.
Falamos também sobre a retina, também chamada túnica interna, ela tem morfologia
neurossensorial, contém células altamente especializadas em capturar a luz externa e
processar os estímulos resultantes transmitindo-os ao nervo óptico.
Também foi descrito como e de que forma a imagem chega para nosso cérebro, e
como sistema visual detecta e interpreta estímulos luminosos, que são ondas eletromagnéticas.
O olho pode distinguir duas qualidades da luz: o brilho e o comprimento de onda. Para seres
humanos, os comprimentos de onda entre 400 e 750 nanômetros são denominados luz visível.
E por fim, foram apresentadas algumas doenças referentes à visão e suas
características.
Encerrando o assunto, a visão é de extrema importância para o ser humano, e para que
chegue tudo com clareza para nós, existe vários processos que passam em várias estruturas, e
esse foi nosso trabalho, falar um pouco mais aprofundado sobre esse sentido.

REFERÊNCIAS
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https://www.opticanet.com.br/secao/colunaseartigos/9885/visao-de-cores. Acesso em 27 de
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