Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Cabeamento Estruturado e Normas
ANSI/TIA/EIA-568, 569 e 606
Objetivos
• Compreender e abordar os principais conceitos da utilização de infraestrutura de cabe-
amento estruturado aplicado em redes de comunicação, a importância da utilização de
padrões, ambientes de conexão e principais características de meios físicos de redes ba-
seadas em normas técnicas internacionais.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Cabeamento Estruturado e Normas ANSI/TIA/EIA-568, 569 e 606
Contextualização
Você sabe como funciona uma rede de computadores? Consegue definir a importân-
cia dos meios físicos de comunicação e dos ambientes que armazenam os vários siste-
mas de computação dentro de uma empresa? Existem uma infinidade de arquiteturas e
padrões de comunicação extremamente importantes para a conectorização de compu-
tadores e sistemas de redes.
Vamos começar!
6
Cabeamento Estruturado
Muitos administradores de rede acabam tendo problemas de quedas repentinas nas
conexões, pesquisas mais recentes indicam que a maioria desse problemas são relacio-
nados à camada física da rede, por não serem projetadas e montadas com organização
e qualidade e com a camada de aplicação, por estarem mais próximas aos usuários,
que muitas vezes não estão treinados corretamente para acessar os sistemas. Ou seja,
quando uma rede de comunicação é bem projetada, instalada e configurada e seus
usuários bem treinados para acessar os sistemas e manter procedimentos seguros para
esses acessos, é muito difícil termos problemas nessa infraestrutura de TIC.
O cabo estruturado é o único que precisa ser instalado para lidar com as necessida-
des de telefonia e comunicação de dados agora e no futuro. É um sistema que fornece
uma abordagem muito “estruturada” para o sistema de uma rede de mídia mista, ou
seja, o cabeamento que suporta todo o tráfego de informações transmitidas, como,
por exemplo, voz, dados, vídeo e até grandes e complexos tráfegos gerados por siste-
mas de banco de dados. Poderia ser descrito como um sistema que compreende um
conjunto de produtos de transmissão, aplicado com regras de projeto de engenharia
que permitem ao usuário colocar voz, dados e imagens de uma maneira que maximiza
as taxas de dados transmitidas.
Outro fator subjacente é a gestão da mudança; deve ser percebido que arquiteturas de
sistema podem mudar com frequência quando o sistema evolui. Por esse motivo, a arqui-
tetura de cabeamento deve ser capaz de mudar com mínima inconveniência. A disposi-
ção de um painel central proporciona administração e flexibilidade necessárias para fazer
7
7
UNIDADE
Cabeamento Estruturado e Normas ANSI/TIA/EIA-568, 569 e 606
adições, movimentos e alterações. As alterações podem ser facilitadas com um simples in-
terruptor posicionado ao longo do meio como remendo ou permitindo interconectividade.
As vantagens do Cabeamento Estruturado são:
• Consistência: Ter um sistema de cabeamento estruturado significa que se possuem
os mesmos sistemas de cabeamento tanto para dados, voz e vídeo;
• Suporte para equipamentos multi-vendor: Um sistema de cabo baseado em pa-
drões poderá suportar aplicações e hardware, mesmo com uma mistura de disposi-
tivos de outros fornecedores;
• Simplificar movimentos/adições/alterações: Sistemas de cabeamento estrutura-
do podem suportar quaisquer alterações nos sistemas;
• Simplificar a solução de problemas: Com sistemas de cabeamento estruturado,
os problemas são menos propensos e minimizam quedas de rede, mais fácil de
isolar e mais fácil de corrigir;
• Suporte para aplicações futuras: Sistema de cabeamento estruturado suporta
futuras aplicações como multimídia, videoconferência e outras, com pouca ou ne-
nhuma complicação.
Outra vantagem principal do uso de cabeamento estruturado é o isolamento de falhas.
Ao dividir toda a infraestrutura em blocos gerenciáveis simples, é fácil de testar e isolar os
pontos específicos de falhas e corrigi-los com o mínimo de perturbação para a rede. Uma
abordagem estruturada em cabeamento ajuda também a reduzir os custos de manuten-
ção. Os sistemas de cabeamento estruturado se tornaram rapidamente o padrão de utili-
zação dos meios físicos para pequenas, médias e grandes redes (PINHEIRO, J.M., 2015).
Padronização
No início da criação das redes de computadores, os sistemas operacionais e os siste-
mas físicos de interconexão eram proprietários, ou seja, se naquela época você tivesse
que montar um projeto de infraestrutura de rede, você deveria montá-lo baseando-se
em um fabricante apenas, que fornecia praticamente todo o ambiente necessário para
a sua infraestrutura de TI, porém caso algum componente da rede desse problema, a
única alternativa era adquirir desse mesmo fabricante e pelo valor que ele desejasse na
época, pois não se tinha concorrência. Com a evolução das tecnologias da informação
e a criação de novos dispositivos de outros fabricantes, era praticamente impossível
conectá-los nessas redes proprietárias. Nesse contexto surge a necessidade das defini-
ções de normas e padrões tanto em relação aos componentes físicos de interconexão,
como os componentes lógicos (sistemas operacionais e protocolos de comunicação)
que permitiam que dispositivos de vários fabricantes pudessem se comunicar entre si
(FILHO, E.C.L, 2015).
8
A Importância das Normas de Padronização
Os Padrões são a plataforma de todas as redes de telecomunicações. Eles estabele-
cem diretrizes e recomendam as melhores práticas para cada aspecto do segmento de
sistemas de telecomunicações, design de rede e instalação e verificação do meio para um
bom desempenho. Normas estabelecem critérios técnicos para assegurar a uniformida-
de e compatibilidade dentro e entre as redes, possibilitando a conexão de dispositivos de
múltiplos fornecedores.
Em cabeamento de comunicações, normas definem tipos de cabeamento, distâncias,
conexões, arquiteturas de cabeamento, parâmetros de desempenho, requisitos de ensaio
e muito mais. Eles fornecem as melhores práticas recomendadas, normas podem reduzir
as despesas de inatividade e instalação. Eles simplificam saídas, adições e mudanças, a
fim de maximizar a disponibilidade do sistema e estender a vida útil de um sistema de
cabeamento. Padrões permitem construir sistemas de cabeamento estruturado que po-
dem facilmente acomodar tecnologias existentes, equipamentos e usuários, bem como
as futuras tecnologias que estão por vir (ANSI/TIA/EIA-568-C.0).
Hoje, existem duas organizações principais envolvidas no desenvolvimento de pa-
drões de cabeamento estruturado. Os padrões (TIA) Telecommunications Industry
Association são geralmente especificados na América do Norte. E a (ISO) International
Organization for Standardization
9
9
UNIDADE
Cabeamento Estruturado e Normas ANSI/TIA/EIA-568, 569 e 606
Organizações de Padronização
Hoje, há um número de organizações que desenvolvem normas relacionadas com o
cabeamento e sistemas de comunicações. Podemos citar, por exemplo:
• ANSI (American National Standards Institute): grupo que coordena e adota
normas nacionais nos EUA
• BICSI (Building Industry Consulting Service International): associação com-
patível com os sistemas de transporte de informação (ITS) da indústria com infor-
mação, educação e avaliação de conhecimentos.
• CSA (Canadian Standards Association): Produtos elétricos e eletrônicos no
Canadá deve ser CSA aprovado.
• TIA (Telecommunications Industry Association): Mais conhecido por desen-
volver padrões de cabeamento com o EIA. O TIA é a principal associação comercial
para obter informações, comunicações e indústria de tecnologia de entretenimento.
• ISO (International Organization for Standardization): Este grupo é a maior
desenvolvedora mundial de normas e inclui grupos de padrões de países membros
em todo o mundo.
• IEC (International Electrotechnical Commission): Esta organização interna-
cional de normalização prepara e publica padrões internacionais para todas as
tecnologias elétricas, eletrônicas e afins.
• IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers): O IEEE é uma orga-
nização internacional líder em desenvolvimento de padrões em uma ampla gama
de disciplinas, incluindo energia elétrica, tecnologia da informação, segurança da
informação e telecomunicações.
• NEC (National Electrical Code): A NEC é um documento produzido pela National
Fire Protection Association (NFPA). É um padrão regional adotável para a instalação
segura de cabos e equipamentos elétricos nos Estados Unidos.
• NEMA (National Association Manufacturing Elétrica): O NEMA é a voz do
Fórum para as indústrias de elétrica, imagem e médica.
• NFPA (National Fire Protection Association): Esta é a organização norte-ameri-
cana de prevenção de incêndios e uma fonte autorizada na segurança pública.
• ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas): como o nome diz, é a orga-
nização de padronização técnica no Brasil.
Conheça os portais do TIA (em inglês), da ISO (em inglês) e da ABNT nos endereços:
https://sites.tiaonline.org | https://www.iso.org/home.html | http://www.abnt.org.br/
10
Padrões Chave em Cabeamento Estruturado
ANSI/TIA-568-C.0: Cabeamento Genérico de Telecomunicações nas Instalações
do Cliente. Este documento é direcionado para usuários finais, designers e instaladores.
Este padrão é para o planejamento e instalação de cabeamento estruturado em todos os
tipos de instalações do cliente. Ele especifica os requisitos mínimos para cabos de tele-
comunicações genéricos em um ambiente multivendor dentro de um edifício comercial
e entre edifícios em um ambiente de campus (ANSI/TIA/EIA-568-C.1). Fala sobre os
seguintes temas:
• Estruturas do sistema de cabeamento de telecomunicações;
• Topologias e distâncias multitenant;
• Requisitos de instalação para o par trançado e fibras ópticas;
• Requisitos de desempenho de fibra e de teste.
Esta norma reconhece o Cat6a, e inclui teste de ligação de fibra e requisitos de de-
sempenho. Além disso, atualiza o raio de curvatura para UTP.
Esta norma destina-se aos usuários finais, designers e instaladores. Acrescenta o ca-
beamento CAT6 e CAT6a, caixas de telecomunicações. Cabos CAT5, 150 ohm STP, e
de 50 ohms UTP e cabo coaxial de 75 ohm.
11
11
UNIDADE
Cabeamento Estruturado e Normas ANSI/TIA/EIA-568, 569 e 606
12
ANSI/TIA-569-C: Caminhos e Espaços de Telecomunicações. Substitui a norma
TIA-569-B dirigida a edifícios comerciais. Esta última versão inclui a adição de requisitos
de climatização baseado em HVAC, práticas recomendadas de temperatura e umida-
de relativa do ar, diretrizes de alimentação em ambientes e requisitos de iluminação.
O padrão inclui:
• Compatibilidade Ambiental;
• Instalações de Telecomunicações;
• Espaços de Construção;
• Provedor de Acesso e Espaços do Provedor de Acesso.
13
13
UNIDADE
Cabeamento Estruturado e Normas ANSI/TIA/EIA-568, 569 e 606
Ambiente de Conexão
A estrutura do sistema de cabeamento de telecomunicações, como foi dito anterior-
mente, se baseia na norma ANSI/TIAS/EIA-568-C.0 e ANSI/TIA/EIA-568-C.1, que for-
nece uma representação dos elementos funcionais que compreendem um sistema de cabe-
amento genérico. Na próxima figura são apresentados os elementos funcionais descritos
em um sistema de construção de cabeamento comercial. Como os seguintes ambientes:
• Instalações de Entrada;
• Salas de Equipamento;
• Quarto de Telecomunicações ou em algumas implementações, recintos
de telecomunicações;
• Cabeamento de Backbone;
• Cabeamento Horizontal;
• Área de Trabalho.
14
A instalação de entrada (EF) consiste nos cabos, hardware de conexão, dispositivos
de proteção e outros equipamentos que se conectam ao cabeamento do provedor de
acesso (AP). Ou seja, a instalação de entrada seria o ponto de consolidação do cabo que
vem do ISP para o edifício comercial.
15
15
UNIDADE
Cabeamento Estruturado e Normas ANSI/TIA/EIA-568, 569 e 606
16
Cabos de Backbone e Cabeamento Horizontal
Os termos cabos horizontais e de backbone (às vezes chamados de cabo vertical) não
têm nada a ver com a orientação física do cabo em direção ao horizonte ou verticalmen-
te. Os cabos horizontais passam entre um painel de conexão cruzada em um armário
de fiação (rack) e uma tomada de telecomunicações de parede que tem por objetivo a
ligação de clientes da rede. Cabos de backbone correm entre os armários de fiação e
o ponto principal de conexão cruzada de um edifício (geralmente chamado de sala de
equipamentos). É muito importante lembrar que como os cabos de backbone, geralmen-
te interligam os racks horizontais e intermediários à sala de equipamentos principal, ele
se torna a espinha dorsal da rede, que geralmente é o meio pelo qual os dados precisam
passar por maiores velocidade e geralmente possuem sistemas de redundância, para
evitar eventuais problemas de conectividade, pois se um backbone der problema, certa-
mente um pedaço da rede ou a rede toda será comprometida. Os componentes típicos
encontrados em um ambiente de cabeamento estruturado, incluindo o cabo horizontal, o
cabo de backbone, as tomadas de telecomunicação e os cabos de conexão (PINHEIRO,
J.M., 2015). Podemos verificar isso na próxima figura:
• Cabos Horizontais: Os trechos horizontais são implementados com mais frequên-
cia com cabos de condutores sólidos de 100 ohms, quatro pares e de par trançado
não blindado (UTP), conforme especificado no padrão ANSI/TIA/EIA-568 para
edifícios comerciais. O Padrão também prevê o cabeamento horizontal a ser imple-
mentado usando fibra óptica multimodo de 62,5/125-mícron ou 50/125-mícron.
O padrão reconhece o cabo de par trançado blindado 150 ohm (STP), mas não o
recomenda para novas instalações, e espera-se que seja removido da próxima revi-
são do padrão. Se desejar utilizar um cabo com blindagem recomendada, orienta-
-se a utilização do cabo do tipo ScTP. Já cabo coaxial não é mais um tipo de cabo
horizontal reconhecido para instalações de voz ou dados.
17
17
UNIDADE
Cabeamento Estruturado e Normas ANSI/TIA/EIA-568, 569 e 606
18
para conexão dos vários ambientes dentro da rede. Em algumas literaturas podemos
encontrar o termo backbone como conexão vertical, por geralmente ser instalado inter-
ligando verticalmente vários andares em um edifício (ANSI/TIA/EIA-568-C.1).
19
19
UNIDADE
Cabeamento Estruturado e Normas ANSI/TIA/EIA-568, 569 e 606
Cabeamento Horizontal
O cabeamento horizontal inclui cabo horizontal, tomadas/conectores de telecomuni-
cações na área de trabalho (WA), terminações mecânicas (path panels) e patch cables
ou jumpers localizados em uma sala de telecomunicações (TR) ou gabinete de telecomu-
nicações (TE) e pode incorporar conjuntos de tomadas de telecomunicações do usuário
(MUTOAs) e pontos de consolidação (CPs).
Cada cabo metálico de 4 pares (UTP) na tomada do equipamento deve ser terminado
em um conector modular de oito vias (conector fêmea) ou em caso de conexão de fibras
ópticas, devem ser terminadas em uma tomada de fibra duplex (geralmente uma fibra
multimodo que é muito usada em ambientes locais) e que atendam aos requisitos das
normas para este fim.
20
que interliga os dispositivos intermediários de rede ativos (como por exemplo um switch)
e o patch cord que tem como função interligar a tomada de telecomunicações da WA ao
computador do cliente da rede (usuários). A soma total do tamanho máximo do canal e
dos patches cords não pode ser superior a 100 metros, que é o tamanho máximo que
um cabo de par trançado pode suportar sem dispositivo de repetição de sinal (ANSI/
TIA/EIA-568-C.1).
Área de Trabalho
Como já foi dito, os componentes da área de trabalho (WA) estendem-se desde a
saída de telecomunicações/extremidade do conector do sistema de cabeamento hori-
zontal até a tomada posicionada em WA, que geralmente é uma conexão metálica do
tipo UTP e/ou uma conexão óptica do tipo multimodo. É possível também utilizar um
dispositivo passivo de rede conhecido como MUTOA (Multi-user Telecommunications
Outlet Assembly), que age como um ponto múltiplo de conexão física (por exemplo,
pode interligar 5 dispositivos), como podemos verificar na próxima figura:
21
21
UNIDADE
Cabeamento Estruturado e Normas ANSI/TIA/EIA-568, 569 e 606
Data Centers
Em um passado não muito distante, os computadores eram centralizados em grandes
salas e às vezes até mesmo tomavam espaço de um edifício inteiro. Esses ambientes
eram conhecidos como CPDs – Centros de Processamento de Dados e continham todos
os equipamentos de computação da empresa onde estavam instalados, para isso, tais
salas eram controladas e continham sistemas de ar condicionado, sistemas elétricos de
alimentação e controle de acesso restrito aos profissionais de informática, que tinham
acesso a este ambiente. Com a descentralização dos equipamentos de computação e o
surgimento de computadores servidores, essas salas diminuíram de tamanho e alguns
desses servidores foram departamentalizados. Porém o computador de grande porta
(mainframe) ainda continuava existindo, principalmente para realizar a grande carga de
processamento e armazenamento de dados na infraestrutura da época.
Então todas as vezes que falamos de Data Centers, estamos falando de um ambiente
sensível e monitorado a fim de concentrar computadores de grande porte, minicompu-
tadores, servidores, armazenadores de dados (storages), sistemas de ativos de redes,
como por exemplo o cabeamento que geralmente são equipamentos passivos de rede e
os dispositivos ativos de redes, como os switches, roteadores e outros.
22
Esses equipamentos de computação e redes são geralmente armazenados ou insta-
lados em racks ou armários metálicos dentro de salas apropriadas para esta finalidade.
Como nos antigos CPDs, estas salas devem ser refrigeradas, monitoradas com sistemas
de segurança de acesso e sistemas de combate a incêndios, precisam ter pisos elevados
para acomodar a passagem de cabeamento e sistema de alimentação de energia que vão
alimentar e conectar estes diversos sistemas computacionais.
Ambientes de Fiação
Quando falamos de sistemas de cabeamento estruturado, precisamos entender que
para que possam ser instalados e implementados com organização e segurança, vários
componentes de acomodação dos dispositivos de rede devem ser implementados em
sala de equipamentos, de telecomunicação ou até mesmo em ambientes físicos de Data
Center. Os ambientes de fiação é o ponto onde sua rede começa e onde geralmente
estão os dispositivos de rede ativos (energizados). Esse ponto central de rede fornece
componentes necessários para levar seus usuários finais a utilizarem seus recursos e
aplicações, montando a base do sistema nervoso da rede.
Existem dois tipos de ambientes de fiação: salas de telecomunicações e salas de equi-
pamentos. Dependendo do tamanho da sua organização e do tamanho do seu prédio,
você pode ter uma ou mais salas de telecomunicações concentradas em uma sala de
equipamentos. As salas de telecomunicações estão estrategicamente posicionadas em
todo o edifício para fornecer um único ponto de terminação de suas áreas de trabalho.
Em um prédio de múltiplos andares, você deve ter pelo menos uma sala de telecomu-
nicações por andar. À medida que as distâncias entre seus dispositivos finais e a sala de
telecomunicações se aproximam dos limites máximos recomendados (90 metros), você
deve considerar a implementação de salas de telecomunicações adicionais. Idealmente,
estes são incluídos durante a fase de planejamento antes da construção ou remodelagem
de uma infraestrutura física de rede. As salas de telecomunicações são conectadas à sala
de equipamentos em uma configuração em estrela por cabos de backbone de fibra ou
cobre (PINHEIRO, J.M., 2015).
Como já mencionado, no cabeamento de backbone é dada a preferência de uso de
fibra ópticas, a fibra é preferida nesses casos, porque as distâncias da sala de equipamen-
tos até a última sala de telecomunicações podem totalizar 2.000 metros para multimodo
e 3.000 metros para modo único (singlemode). Ao se conectar com o cobre UTP, os
comprimentos de execução do backbone devem totalizar 800 metros ou menos para
sistemas de telefonia e 90 metros ou menos para sistemas de dados. Por uma concepção
de redes convergentes, atualmente os administradores de rede seguem a metragem para
conexão de dados como um todo, que seria a distância máxima de 90 metros para cabos
metálicos (FILHO, E.C.L. 2015).
23
23
UNIDADE
Cabeamento Estruturado e Normas ANSI/TIA/EIA-568, 569 e 606
Racks de Cabeamento
Os racks são as peças de hardware que ajudam a organizar a infraestrutura de cabea-
mento. Eles variam em altura de 39 a 84 polegadas e vêm em duas larguras, de 19 e 23
polegadas. As larguras de dezenove polegadas são muito mais comuns e estão em uso há
quase 60 anos. Esses racks são comumente chamados de racks de 19 polegadas ou, às
vezes, racks EIA. Os orifícios de montagem estão espaçados entre 5/8 e dois centímetros
de distância, para que você possa ter certeza de que, independentemente do fornecedor
do equipamento, o equipamento de rede ativo (como um switch por exemplo) caberá no
rack. Em geral, três tipos de racks estão disponíveis para compra: suportes de parede,
estruturas esqueléticas e gabinetes de equipamentos completos (PINHEIRO, J.M., 2015).
• Suportes de Parede: Para pequenas instalações e áreas onde a economia de es-
paço é uma consideração importante, os suportes de parede podem fornecer a
melhor solução. Prateleiras montadas na parede, como o suporte de parede têm
uma armação que oscila 90 graus para fornecer acesso aos painéis traseiros e inclui
guias de arame para ajudar no gerenciamento de cabos.
24
• Armários de Equipamentos Completos (Fe-
chado): A opção de rack mais cara são os ar-
mários de equipamentos completos, esses ofe-
recem os benefícios de segurança das portas
de armário de trava. Os gabinetes completos
podem ser tão simples quanto os esqueléticos
e/ou bastante elaborados, com portas de acrí-
lico e sistemas de refrigeração autocontidos,
muito utilizados em ambientes de Data Cen-
ter ou em salas de usuários que não podem
acessá-los facilmente, por estarem geralmente
trancados e protegidos por porta. Esses racks
oferecem melhor segurança física, resfriamen-
to e proteção contra interferência eletromag-
Figura 11 – Rack Completo/Fechado nética do que os quadros padrão de rack de
Fonte: Divulgação 19 polegadas.
Caminhos de Cabeamento
Os componentes do sistema de cabeamento descritos no Padrão de Caminhos e Vias
de Telecomunicações de Edifícios Comerciais dado pelo ANSI/TIA/EIA 569-A para
ocultar, proteger e rotear sua planta de cabos, em particular, descreve os componentes
utilizados nas áreas de trabalho e nos armários de cabeamento e nos trechos de cabos
horizontais e de backbone. Esses caminhos como todos os dispositivos de conexão de
rede, precisam estar aterrados conforme a norma de Requisitos de Ligação e Aterra-
mento do Edifício Comercial dado pelo ANSI/TIA/EIA-607.
Conduit ou Eletroduto
O eletroduto ou conduit é um tipo de cano, que pode ser metálico ou não metálico,
rígido ou flexível (conforme permitido pelo código elétrico aplicável) e interliga uma
área de trabalho a um armário de fiação (rack). Uma vantagem de usar o conduíte para
prender seus cabos é que ele já pode existir na instalação de um prédio comercial. Uma
desvantagem do conduíte é que ele fornece uma quantidade finita de espaço para aco-
modar os cabos. Ao esboçar especificações para conduítes, recomendamos que você
exija a instalação de um conduíte suficiente para que fique apenas 40% cheio de acordo
com as necessidades atuais de cabos; em uma instalação inicial só se deve preenchê-lo
até num máximo de 60%, para que se tenha uma margem de espaço para crescimento
futuro. De acordo com o Padrão ANSI/TIA/EIA-569-A, o conduíte pode ser usado
25
25
UNIDADE
Cabeamento Estruturado e Normas ANSI/TIA/EIA-568, 569 e 606
para rotear cabos horizontais e de backbone. O conduíte contrafogo também pode ser
usado para conectar armários de cabeamento em edifícios de vários andares. Alguns
códigos de construção locais exigem o uso de conduítes para todos os cabos, tanto de
telecomunicações quanto elétricos. Em nenhum caso os cabos de comunicação devem
ser instalados no mesmo conduíte como cabos elétricos sem uma barreira física entre
eles. Além de (e por causa) do perigo potencial óbvio, não é permitido pelo NEC que
define normas relacionadas à segurança física e a incêndios (SHIMONSKI, R.J., 2010).
Figura 12 – Eletroduto
Fonte: iStock/Getty Images
26
A norma ANSI/TIA/EIA-569-A prevê a utilização de bandejas para cabos horizontais
e de backbone. Esse tipo de pista parece uma escada que é montada horizontalmente
dentro do espaço do teto ou por cima dos racks de equipamentos em uma sala de tele-
comunicações ou equipamentos. No espaço do teto, esse tipo de pista impede que os
cabos sejam colocados sobre as luzes fluorescentes, o equipamento HVAC ou as telhas
do teto. Podemos ver algumas figuras desses componentes (PINHEIRO, J.M., 2015):
Figura 13 – Eletrocalha
Fonte: Divulgação
27
27
UNIDADE
Cabeamento Estruturado e Normas ANSI/TIA/EIA-568, 569 e 606
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Introduction to Structured Cabling
DUKDA, S. Introduction to Structured Cabling. 1ª ed. EUA: Division IT Ministry
of Communication, 2000.
28
Referências
COELHO, P. E. Projetos de Redes Locais Com Cabeamento Estruturado. Belo Ho-
rizonte: Instituto Online, 2003.
PINHEIRO, J.M. Guia Completo de Cabeamento de Redes. 2ª ed. São Paulo: Edito-
ra Elsevier, 2015.
29
29