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verbo

regula
r
amar
verbo
irregular
medir
Estudo de textos – Crônica sobre formas verbais
eu amo
eu MECo

aula 73
tu amas radical
tu MEDES diferente
ele ama
ele MEDE
nós amamos
nós MEDIMOS
vós amais
vÓs MEDIS
eles amam
eles MEDEM

mesmo
radical

1. e O narrador exime a escola (o ensino formal) de ser a única responsável pelo processo de
aprendizagem, deixando claro que “a gente tinha que se virar por fora”; afirma – ironica-
mente – haver alguns que, sem a devida aplicação, “não sabiam ler”.
2. e O narrador, naquele momento, não poderia imaginar que um dia estaria na atividade do-
cente – como professor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia – e
que iria adquirir “fama de professor carrasco”, vendo “aqueles rapazes e moças pálidos e
trêmulos diante de mim”.
3. b Como diz o narrador, ele se sentia incomodado com essa situação, deixando implícita sua
desaprovação a respeito dessa relação, cujo fundamento é o autoritarismo e não o respei-
to resultante de uma relação saudável entre professor e aluno.
4. c O aluno encarou-o sorridente e conjugou impavidamente o presente do indicativo do
verbo, tomando como paradigma de conjugação o verbo pôr: ponho (“fonho”), pões
(“fões”), põe (“fõe”), pomos (“fomos”), pondes (“fondes”), põem (“fõem”).
5. b Em certos momentos, o autor dirige-se ao leitor, como no final do primeiro parágrafo:
“... mas julgo necessário falar do antigo às novas gerações e lembrá-lo às minhas coevas (ao
dicionário outra vez; domingo, dia de exercício)”. No trecho, ele pede ao leitor que consulte
o dicionário, caso não saiba o significado da palavra “coevas” – que significa “da mesma idade”.
6. b Conforme o texto:
“O vestibular, é claro, jamais voltará ao que era outrora (...). Nada de cruzinhas, múlti-
pla escolha ou matérias que não interessassem diretamente à carreira. Tudo escrito tão
ruybarbosianamente quanto possível...”
7. a O narrador considera “necessário falar do antigo [sistema de ensino/vestibular] às novas ge-
rações” para pôr em relevo certos valores – como nível de ensino e dedicação aos estudos –
que devem (ou deveriam) ser preservados.
8. d Entre outros elementos, o desfecho da crônica, com o aluno conjugando impavidamente
o verbo “for”, garante o efeito de humor que o texto se propõe atingir.
9. c Independentemente de que verbo esteja em pauta, os verbos “ser” e “ir” apresentam as
mesmas formas no futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes, forem.
10. b Trata-se de uma palavra nova, criada pelo autor a partir do nome próprio “Ruy Barbosa” e
do sufixo adverbial “-mente”. O novo advérbio indica o modo como o texto foi escrito.
11. a Trata-se de um adjetivo que significa literalmente “que apresenta progresso; adiantado” e,
figuradamente, “avançado em anos; velho”. Esse sentido pode ser deduzido pelo contexto
em que o adjetivo aparece:
“Já estou chegando, ou já cheguei, à altura da vida em que tudo de bom era no meu tem-
po; meu e dos outros coroas.”

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12. a Um dos usos do futuro do pretérito consiste em indicar um fato que poderia ocorrer,
dependendo de determinada condição. Nesse caso, a oração subordinada que expressa
a condição (oração adverbial condicional) traz o verbo no imperfeito do subjuntivo e o
verbo da oração principal no futuro do pretérito:
“Se não agíssemos com o vigor necessário (...), tudo sairia fora de controle...”
13. c O verbo haver, empregado para indicar existência, é impessoal (não tem sujeito), sendo
usado apenas na 3ª pessoa do singular.
14. d O futuro do presente normalmente se faz por meio de uma locução verbal: ir + verbo
principal:
Ele irá prestar vestibular = “Quando ele for prestar vestibular”.

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verbo
regula
r
amar
verbo
irregular
medir
Algumas dificuldades verbais
eu amo
eu MECo

aulas 74 e 75
tu amas radical
tu MEDES diferente
ele ama
ele MEDE
nós amamos
nós MEDIMOS
vós amais
vÓs MEDIS
eles amam
eles MEDEM

mesmo
radical

1.
Infinitivo Particípio regular Particípio irregular
aceitar aceitado aceito, aceite
acender acendido aceso
benzer benzido bento
cegar cegado cego
eleger elegido eleito
entregar entregado entregue
enxugar enxugado enxuto
expressar expressado expresso
exprimir exprimido expresso
expulsar expulsado expulso
extinguir extinguido extinto
ganhar ganhado ganho
gastar gastado gasto
imprimir imprimido impresso
incorrer incorrido incurso
isentar isentado isento
limpar limpado limpo
manifestar manifestado manifesto
matar matado morto
morrer morrido morto
pagar pagado pago
prender prendido preso
salvar salvado salvo
soltar soltado solto
suspender suspendido suspenso

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2. a) matado
b) morta
c) limpado
d) limpo
e) acendido
f ) acesas
g) pegado
h) pego
i) salvado
j) salva
k) aceitado
l) aceito
3. d Os verbos cobrir e escrever (alternativas c e e) possuem apenas o particípio irregular co-
berto e escrito. Os particípios “ganhado” e “pagado” (alternativas a e b) vêm caindo em
desuso, sendo substituídos por ganho e pago, respectivamente.
4. O Dicionário Houaiss da língua portuguesa apresenta os seguintes sentidos:
“beócio adj. s.m. (1871)
1 relativo à Beócia, região da antiga Grécia ao norte e noroeste da Ática, ou o seu natural ou
habitante
2 p.ext. pej. que ou o que apresenta as características atribuídas (pelos atenienses) aos beócios,
ou seja, espírito pouco cultivado, indiferença à cultura; grosseiro, boçal
3 p.ext. infrm. pej. que ou o que não possui conhecimentos suficientes em determinado do-
mínio; ignorante <é um b. nesse assunto> <um manual b. sobre computação>
4 p.ext. (da acp. 2) que ou o que é simplório, ingênuo”
No texto, a palavra foi usada pejorativamente com o sentido de “ignorantes”.
5. c Conforme o texto: “... e frisar para os alunos que as formas padronizadas são apenas trazido
e chegado, formas perfeitamente regulares”.
6. a) Nas duas ocorrências, a forma “for” representa o verbo ser conjugado no futuro do subjuntivo.
b) Em I, o infinitivo “dar” é o verbo da oração principal, fazendo parte da locução verbal “vão
dar”, equivalente ao futuro do presente do indicativo darão; em II, o infinitivo “fazer” é verbo de
uma oração subordinada com a função de complemento nominal.
7. a) Como terapia, eu pinto com interesse e criatividade cromática os desenhos.
“Colorir” é verbo defectivo, ou seja, não se conjuga nas formas em que depois do radical apa-
recem a ou o; desse modo, a tradição gramatical não admite coloro, devendo tal forma ser
substituída por um sinônimo.
b) As crianças colorem com interesse e criatividade cromática os desenhos.
Conforme o ensinamento de Maria Helena Moura Neves, conjuga-se “colorir” nas formas em
que depois do r do radical aparecem e ou i: colores, colore, colorimos, coloris, colorem.

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8. Rápido, antes que tudo estoure.
Como ensina a gramática normativa, “explodir” é verbo defectivo, pois não se conjuga na 1ª pes-
soa do singular do presente do indicativo; portanto, também não se conjuga no presente do
subjuntivo (que é dele derivado). Desse modo, seriam incorretas as formas “exploda”/“expluda”,
devendo ser empregado um verbo sinônimo (entre os quais o verbo “estourar”, dado como
exemplo na resposta).
9. Agora também geia.
10. a) • Substituição por um sinônimo: adapte.
• Para quem aceita o verbo como regular: adeque.
b) • Substituição por um sinônimo: capino.
• Uso de uma locução verbal: estou carpindo.
c) reouve
d) Substituição por um sinônimo: recuperemos, recobremos, retomemos, etc.

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Concordância nominal
aula 76

1. obtidos – brasileira – olímpica – latino-americana – semelhantes – aos – melhores – europeias


2. O advérbio “não” tem uma conotação irônica, pois a moça, além de confirmar o seu pedido, corri-
ge a linguagem do(a) atendente: “duzentos gramas de mortadela”. A palavra grama, como unida-
de de medida de massa no sistema CGS, é substantivo masculino: o grama, trezentos gramas, etc.
3. a) Um milhão e trezentas mil declarações de IRPF.
b) uns
c) Uns – dois – milhões
d) Os
4. a) verdadeiros – verdadeira
b) verdadeiro – verdadeiros
c) verdadeira
5. a) honestos
b) abatidos – abatido
6. a) culpados
b) culpados – culpada
7. Redações possíveis:
• Ela pesquisa a história brasileira e a latino-americana.
• Ela pesquisa as histórias brasileira e latino-americana.
8. Na expressão “é proibido” o adjetivo concorda com o sujeito desde que esse apareça determinado
por artigo. Assim, o correto seria: “É proibida a permanência de pessoas estranhas ao serviço”.
Caso o sujeito não apareça determinado pelo artigo, a expressão “é proibido” fica invariável: “É
proibido animais [sujeito] nas áreas comuns do prédio”.
9. e A palavra “meio”, referindo-se a um adjetivo – “gordinha” –, é advérbio e, portanto, invariável.
10. “Uma garrafa de vinho meio vazia também está meio cheia, mas uma meia mentira não será
nunca uma meia verdade.”
11. a) baratas
b) caro
c) mesmas
d) obrigada
e) anexa
f ) anexo
g) é desaconselhável
h) é bom
i) é boa
j) quites
k) alerta

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Concordância verbal (I)
aula 77

1. a) Como regra geral, o verbo concorda em pessoa e número com o sujeito da oração. Por isso,
em I, II e III, o verbo ficou na 3ª pessoa do singular (“alcança”, “aprompta”, “cessa”), concordan-
do com os sujeitos “Campos”, “Tristão” e “a necessidade”, respectivamente, que representam a
3ª pessoa do discurso. Em IV, o verbo ficou na 3ª pessoa do plural (“deram”), concordando com
o sujeito “as duas” (Carmo e Fidelia).
b) Em “Entendam lá mulheres!”, o verbo foi usado na 3ª pessoa do plural não em razão de um
termo da oração que fosse seu sujeito, mas como recurso para deixar o sujeito da oração inde-
terminado.
2. Como regra geral, sujeito composto leva o verbo para o plural. No entanto, quando o sujeito
composto está posposto ao verbo, este pode concordar apenas com o núcleo mais próxi-
mo, como no texto de Orígenes Lessa, ou no plural com ambos os núcleos, como no texto de
Machado de Assis.
3. “ele transforma quaisquer animais que o tocam em pedra.”
4. a) importava – importavam
b) misturava – misturavam
c) abalaram
d) fazes
e) começaram
f ) Abraçavam-se
5. A frase não está de acordo com as normas da língua culta, pois não há a devida concordância
entre o verbo (no singular) e o sujeito (no plural). A correta redação da frase deve ser a seguin-
te: Percebiam-se, muito opacamente na neblina intensa, os faróis dos carros.

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Concordância verbal (II)
aulas 78 e 79

1. a) O humor decorre da antítese entre revistas – índice de leitura rápida – e livros – índice de
leitura demorada. Desse modo, os livros sugerem uma longa espera.
b) Não. O leitor da tira precisa ter um tipo de conhecimento chamado enciclopédico (normal-
mente resultante de sua formação cultural) para a correta decodificação do texto. No caso, o
leitor precisa saber que Guerra e paz, de Leon Tolstói, A revolta de Atlas, de Ayn Rand, e Crime e
castigo, de Dostoiévski, são obras muito volumosas e, por isso, a espera será muito longa.
2. a) Quando o sujeito é constituído pela expressão “a maioria dos/das...”, o verbo pode concordar com
o núcleo “maioria”, na 3ª pessoa do singular, ou com o adjunto adnominal, representado
pelo substantivo, na 3ª pessoa do plural:
“A maioria dos consultórios tem revistas.”/ “A maioria dos consultórios têm revistas.”
b) Não, pois a norma-padrão da língua não admite o emprego de ter com sentido existencial,
ou seja, em lugar de haver.
c) Na maioria dos consultórios há revistas.
3. a) desconhece/desconhecem
b) sobrevoa/sobrevoam
c) beneficiaria/beneficiariam
d) quer
4. a) conhecem
b) veio
c) participaram
d) surgirão
e) teve
f ) confraternizam
5. a) paga – foste
b) calam – consentimos
c) assina/assinamos
d) atesta – pode
6. a) deseja
b) desejarão/desejaremos
c) deseja
7. a) deve
b) compraram
c) compraram/comprou
d) lê
e) declarou
8. a) são
b) evitou
c) permanece

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Chove
Chovve uma
uma chuva
chuva sem
sem parar,
parar,

Figuras de linguagem – Aspectos sonoros


chuva
chuuva fina,
fina,
chuvinha
chuvinha triste
triste e chata,
chata,
dia
dia cinza
cinza
e frio
frio
indolente
indolente Também
Também na na alma
alma
sonolento...
sonolento... chove
chove
chuva
chuva mais
mais triste
triste
e fria
fria

aula 80
cortante
cortante
dor
dor muda
muda
e aguda
aguda
desse
desse instante
instante
Chove
Chove chuva
chuva
Chove
Chove sem
sem parar...
parar...

1. A tira fundamenta seu humor no recurso da paronomásia, ou seja, na aproximação das pala-
vras “prequência” e “sequência”, que apresentam semelhança fônica.
2. a) Havia/a via
b) tremas/temas
c) Houve/ouve
3. Cruz e Sousa explora a sonoridade das palavras por meio dos recursos da:
•  assonância: efeitos expressivos com a repetição de vogais:
       “alvuras castas, virginais alvuras”
•  aliteração: efeitos devidos à repetição de consoantes:
        “Braços nervosos, brancas opulências,
       brumais brancuras, fúlgidas brancuras”
4. e Não se observa no texto a repetição intencional de vogais ou consoantes para criar um
efeito fonético.
5. O exemplo encontra-se no verbete paronomásia, pois associa dois termos de semelhança
fonética e significados diferentes: “sonho”/“sanha”.
6. O slogan utiliza a rima interna “diferente”/“consciente” e as assonâncias que a estruturam na
repetição das vogais i e e.

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Segunda geração modernista – A poesia de Cecília Meireles e
Murilo Mendes
aulas 81 e 82

1. c Os poemas revelam a perplexidade do eu lírico com as mudanças inexoráveis provocadas


pela passagem do tempo.
2. a) Cecília Meireles explora com intensidade a camada sonora da linguagem, valorizando a
musicalidade que resulta de aliterações e assonâncias, exemplificada pelos versos “Assim cal-
mo, assim triste, assim magro” e “Tão simples, tão certa, tão fácil”.
b) O eu poético não se reconhece na imagem refletida no espelho; sua verdadeira face/identi-
dade se perdeu com o passar do tempo.
c) O eu lírico alude à inexorabilidade da mudança em decorrência da passagem do tempo.
d) A autora desenvolve o tema da passagem do tempo e as mudanças inexoráveis daí resultan-
tes: a fugacidade da juventude e da beleza, a chegada da velhice, etc.
3. e I. Correta. Há uma sinestesia, pois associa-se o tato (“mãos (...) molhadas”) à visão (“azul das
ondas”).
II. Correta. Ocorre metonímia no processo de substituição da coisa (água) pela cor (azul).
III. Correta. A aliteração fica caracterizada na repetição do fonema v (“vento vem vindo”),
sugerindo o som do vento.
IV. Correta. A autora atribui à noite uma dimensão humana, fazendo-a sentir frio, como
uma pessoa.
V. Correta. O polissíndeto aparece na repetição da conjunção e.
4. b O eu poemático é responsável pelo naufrágio do seu próprio sonho (“... abri o mar com as
mãos / para o meu sonho naufragar”), renunciando a ele (“e o meu sonho desapareça”).
Sem o sonho, o eu chega à perfeição, que seria um estado de quietude, paz, ausência de
sofrimento (“... tudo estará perfeito; / (...) / meus olhos secos...”). Portanto, infere-se que o
sonho, de alguma forma, provoca a dor e, para evitá-la, é preciso abrir mão dele.
5. d Cecília Meireles recorre a versos extremamente melódicos para dar vazão a seu veio lírico:
expressão do fugaz, do espiritual, do místico e do metafísico.
6. a) Tanto o título quanto as imagens do poema remetem à geometria e ao desenho geométrico
(Matemática), muito aplicados aos projetos de arquitetura e engenharia.
b) Tais imagens associadas ao desenho remetem à concepção da vida como projeto construído,
racionalmente planejado. O poema sugere que o homem age ilusoriamente como se tivesse
domínio, controle sobre sua vida.
c) Sim. Desde a segunda estrofe, vemos o quão ilusória e incerta é essa atitude racional, uma
vez que, de acordo com a metáfora, as perspectivas e as estruturas são traçadas e projetadas
“Sem esquadro, sem nível, sem fio de prumo”, demonstrando, assim, que o projeto de vida
tende à incerteza, ao fracasso ou à frustração. Na estrofe seguinte, a menção aos “labirintos
impermanentes” reitera a ideia da perda de referência e transitoriedade da vida, contrariando
o que havia sido planejado. A última estrofe confirma a tendência ao fracasso, na medida em
que afirma o quão distante geralmente estamos daquilo que planejamos ou pretendemos ser
e fazer. Trata-se, sem dúvida alguma, de uma visão bastante pessimista da existência. Deve-se,

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entretanto, considerar que, embora reconheça o fracasso do projeto da vida e de toda tenta-
tiva de mantê-la sob domínio e controle, a autora não deixa de reconhecer que a existência
compreende o constante fazer e refazer de projetos.
7. b I. Incorreta. “Romanceiro da Inconfidência” não poetiza o movimento dos inconfidentes
para heroicizar o passado brasileiro, mas privilegiar a questão da luta pela liberdade.
II. Correta.
III. Incorreta. Conforme o trecho: “Melhor negócio que Judas / fazes tu, Joaquim Silvério! /
Pois ele encontra remorso, / coisa que não te acomete.”.
IV. Correta.
8. a) Podem ser mencionadas, dentre outras características:
•  a influência das vanguardas europeias, sobretudo do Surrealismo, por meio do emprego de
imagens insólitas;
•  a recuperação de valores simbolistas (o poeta pertenceu a uma geração conhecida como
Neossimbolista), principalmente a musicalidade, pela utilização de aliterações e assonâncias;
•  a presença dos versos brancos, que contribuem para a fluência frásica mais livre e a criação
do ritmo mais aberto (no plano estilístico);
•  a importância das elipses mentais (desencadeadas a partir do título do texto) e de certa
liberdade de linguagem.
b) O texto é marcado por imagens surrealistas, entre elas: “Tocava piano no caos”, “Cansada de
tanto som / Equilibrou-se no azul” e “Cai no álbum de retratos”.
9. b Murilo Mendes ironiza a exacerbação contida no pronome “tudo”, bem como o desejo de
encontrar ouro na nova terra.

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Segunda geração modernista – A prosa de Rachel de Queiroz e
José Lins do Rego
aulas 83 e 84

1. Chico Bento, a família e os outros (não nomeados) são retirantes.


2. A cena transcorre próxima e sob um juazeiro.
3. “Em toda a extensão da vista nenhuma outra árvore surgia. Só aquele juazeiro, devastado e
espinhento, verdejava a copa hospitaleira na desolação cor de cinza da paisagem.”
4. A autora põe em evidência a fome dos retirantes.
5. Os retirantes disputam com os urubus a carne de uma rês morta e malcheirosa.
6. Tal como na prosa naturalista novecentista, Rachel de Queiroz enfatiza aspectos nauseantes da
realidade, como na descrição da vaca: “A cabeça inchada não tinha chifres. Só dois ocos podres,
malcheirosos, donde escorria uma água purulenta. (...) a vaca já fedia por causa da doença.”.
7. De um lado, ela pôs em destaque a solidariedade presente na ação de Chico Bento – “Chico Ben-
to alargou os braços, num grande gesto de fraternidade” –, que divide a pouca comida que ti-
nha com o bando de retirantes; por outro, destaca a indiferença da natureza, refletida na “frieza
mesquinha das nuvens”.
8. a) Enquanto o narrador faz uso de uma linguagem simples, mas conforme o padrão culto da
língua, os personagens fazem uso de uma linguagem coloquial, própria do grupo social a que
pertencem.
b) “Ai, pedra do diabo!”, “Nós já achamos ela doente. E vamos aproveitar, mode não dar para os
urubus”, etc.
c) Ela tentou dar uma dimensão realista à fala dos personagens.
9. A descrição, que estabelece a composição do cenário.
10. Porque apresenta as recordações de uma criança sobre seu avô José Paulino e sua propriedade
(Santa Rosa), bem como do engenho vizinho (Santa Fé) e seu proprietário, o coronel Lula de
Holanda.
11. O Santa Rosa, de propriedade de José Paulino, avô do narrador, era próspero; já o Santa Fé, do
coronel Lula de Holanda, estava em decadência, caindo aos pedaços.
12. A cana e o algodão.
13. O latifúndio.
14. Trata-se de um regionalismo; caracteriza o engenho que parou de produzir.
15. “Coitado do Santa Fé! (...) Uma desolação de fim de vida, de ruína, que dá à paisagem rural uma
melancolia de cemitério abandonado.”

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Segunda geração modernista – A prosa de Graciliano Ramos
aulas 85 e 86

1. Trata-se de uma viagem sem destino certo; eles fogem da seca sem rumo definido.
2. Conforme o texto, “A seca aparecia-lhe como um fato necessário”, ou seja, uma fatalidade da
natureza, algo que não se podia evitar.
3. Ela está na origem da sua “desgraça”: torna impossível a vida no Sertão; obriga-o a uma
mudança e a uma fuga indesejadas; ocasiona o êxodo.
4. “planície avermelhada”, “rio seco”, “galhos pelados da caatinga rala”, “lama seca e rachada que
escaldava os pés”.
5. Palavras como “infelizes”, “famintos” e “desgraça” colaboram para a caracterização dos persona-
gens como indivíduos oprimidos pela fatalidade da seca, a qual agrava a situação dos pobres,
marginalizados e excluídos da sociedade.
6. Trata-se de um texto essencialmente narrativo com elementos descritivos.
7. O narrador, em 3ª pessoa, é onisciente, como se vê em diversas passagens, dentre as quais:
“Fabiano levantou-se com a consciência tranquila”.
8. “Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se”; “Isto para ele era motivo de orgulho. Sim
senhor, um bicho”.
9. “Ele, a mulher e os filhos tinham-se habituado a camarinha escura, pareciam ratos”; “Você é um
bicho, Fabiano”.
10. A verossimilhança fica prejudicada pois há uma enorme distância entre a brutalidade do
narrador-personagem e a sofisticação da narrativa feita por ele.
11. a) O texto deixa evidente que o narrador vive um momento de aguda solidão, aludindo a fatos
vividos no passado.
b) Há o presente, tempo da narração (composição das memórias), e o passado, tempo dos
acontecimentos.
c) Trata-se de uma narrativa memorialista.
d) Paulo Honório diz “sou forçado a escrever”, pois, a partir da escrita, ele procura compreender
a si mesmo, sua vida e o seu relacionamento com Madalena.
12. Dentre as possibilidades: “A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me
deu uma alma agreste”; “Loucura estar uma pessoa ao mesmo tempo zangada e tranquila”.
Há também a própria perturbação psicológica vivida pelo personagem: “Emoções indefiníveis
me agitam (...) Agitam-se em mim sentimentos inconciliáveis (...)”.
13. “Irritado contra quem? Contra mestre Caetano. Não obstante ele ter morrido, acho bom que vá
trabalhar”; “A toalha reaparece, mas não sei se é esta toalha sobre que tenho as mãos cruzadas
ou a que estava aqui há cinco anos”; “Uma coruja pia na torre da igreja. Terá realmente piado a
coruja?”; “Esqueço que eles me deixaram e que esta casa está quase deserta”.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa – 2ª Série – Módulo 5 – Resolução 13


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14. Dom Casmurro, de Machado de Assis.
15. O autor concilia a análise social – o retrato da sociedade nordestina, sobretudo a rural (seus co-
ronéis com seus desmandos, crimes, exploração do sertanejo, etc.) – com a análise psicológica –
um homem analisando a si e aos outros (sua trajetória de vida com seus valores e opções equi-
vocados e, assim, a vida desperdiçada, etc.).

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Língua Portuguesa – 2ª Série – Módulo 5 – Resolução 14


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Arte brasileira contemporânea
aulas 87 e 88

1. a) Nessa época, a arte modernista tinha um sentido de engajamento, concebendo-se como


um importante instrumento de denúncia social. Como mostram as duas obras, põe-se em evi-
dência o drama dos excluídos, o sofrimento da gente humilde. Alguns historiadores referem-se
a essa época como a do Realismo social.
b) Menino morto, de Portinari, pertence à série Os retirantes, que retrata grandes deslocamen-
tos humanos, famílias famintas atravessando a paisagem deserta, registrando o drama da seca
e o êxodo de nordestinos (na literatura da época, era um tema muito importante, exemplifica-
do pelas obras O Quinze, Vidas secas, etc.); mostra, portanto, um Brasil agrário/rural.
Já Acidente de trabalho, de Sigaud, retrata um acidente de trabalho de um operário da constru-
ção civil, mostrando um Brasil urbano que se modernizava graças ao impulso da industrializa-
ção, sobretudo na região Sudeste.
2. A obra de Ivan Serpa mostra o avanço – a partir do final dos anos 1940 – da arte abstrata/
geométrica no Brasil, isenta de qualquer figuração ou imitação da realidade imediata, opondo-
-se ao figurativismo observado nas obras de Portinari e Sigaud; a obra trabalha unicamente
formas geométricas, ato de criação que se define como “um exercício experimental de liberda-
de”, nas palavras do crítico Mário Pedrosa. Com isso, distancia-se também da posição ideológica
desses modernistas – ou seja, a arte deixa de ter uma preocupação social e política e de ser
veículo de denúncia social.
3. Redação pessoal. A resposta deve contemplar os seguintes itens:
•  A iniciativa colocou o Brasil no circuito internacional dos grandes eventos de arte.
•  Tendo em vista o atraso da nossa cultura, a Bienal procurou atualizar a arte brasileira.
•  Essa atualização significou uma aproximação à arte abstrata/geométrica, como mostra o
cartaz da exposição.
•  De acordo com Ferreira Gullar, a Bienal teve importância decisiva no desenvolvimento da
arte concreta brasileira.
•  Representou um dos marcos do fim do “isolacionismo cultural” brasileiro, aproximando-a de
artistas e obras representativas da atualidade europeia e estadunidense.
Exemplo de redação:
Antes de tudo, a Bienal de São Paulo veio ampliar os horizontes da arte brasileira. Criada literalmen-
te nos moldes da Bienal de Veneza, seu primeiro resultado foi romper o círculo fechado em que se
desenrolavam as atividades artísticas no Brasil, tirando-as de um isolamento provinciano. Ela pro-
porcionou um encontro internacional em nossa terra, ao facultar aos artistas e ao público brasileiro
o contato direto com o que se fazia de mais “novo” e de mais audacioso no mundo.
Mário Pedrosa. “A Bienal de cá para lá”.
In: Lorenzo Mammì (Org.). Arte – Ensaios.
São Paulo: Cosac Naify, 2015. p. 440-508.

4. a) Trata-se de uma escultura contemporânea executada por meio de um sofisticado processo


metalúrgico, o que significa um rompimento com processos tradicionais/manuais de criação
escultórica. A obra exemplifica a união arte-indústria, que será importante na escultura da
contemporaneidade.

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b) A obra teve um efeito potencializador sobre as manifestações abstratas/geométricas que
estavam em seu início no Brasil. Segundo alguns, ela abriu as portas para o Concretismo
na arte brasileira. A obra influenciou diversos e importantes artistas nacionais, como Franz
Weissmann, que era figurativo quando conheceu Unidade Tripartida e depois aderiu ao
Neoconcretismo (segundo relato de Ferreira Gullar no livro Projeto construtivo brasileiro na arte).
5. O quadro de Luiz Sacilotto envereda pelo campo da arte abstrata/geométrica, não se preocu-
pando mais com a representação da realidade, ou seja, a arte torna-se autônoma em relação
ao mundo natural. O quadro alinha em diagonal pequenos quadrados pretos e brancos, sobre
fundo azul, criando um intenso ritmo visual. O sentido da obra está contido em si mesma e não
em sua relação com o mundo real.
6. Esse tipo de arte era rejeitado pelos concretistas porque expunha emotividade ou subjetivi-
dade do artista. Os princípios do Concretismo afastam da arte qualquer conotação lírica ou
simbólica; além disso, uma obra plástica deve ser ordenada pela geometria e clareza da forma. 
7. a) O término da Segunda Guerra Mundial e o fim do Estado Novo no Brasil permitiram maior
intercâmbio econômico e artístico com a Europa, impulsionando as transformações artísticas
que ocorrerão, particularmente, em São Paulo e no Rio de Janeiro – cidades que iniciavam pro-
cessos de metropolização, alimentados pelo surto industrial e pela ação desenvolvimentista
que atingiu seu auge com Juscelino Kubitschek (1955-1960), alterando de modo substancial a
paisagem urbana. Esse processo de modernização, a vontade do novo e o desejo de transfor-
mar a realidade de um país subdesenvolvido repercutirão no campo artístico com a assimila-
ção das novas linguagens da arte, que se refletirá, em especial, no Concretismo.
b) Do ângulo das artes visuais, a criação dos museus de arte moderna foi de fundamental
importância, pois desenvolveram condições para a experimentação concreta nos anos 1950,
estimulando as novas tendências plásticas não figurativas.
8. O Manifesto Neoconcreto foi lançado em 1959 durante a inauguração da I Exposição de Arte
Neoconcreta no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro pelos artistas cariocas que se opu-
nham à radicalidade racionalista que os concretistas paulistanos propunham. O manifesto afirma
que a expressão “neoconcreto” é uma tomada de posição em face da arte não figurativa
geométrica, e mais precisamente da arte concreta “levada a uma perigosa exacerbação racio-
nalista”. Essa condenação do excesso do racionalismo na arte é a tônica no documento, que
propõe dar prioridade à intuição criadora sobre o objetivismo científico ou matemático. O
manifesto critica o excesso da influência tecnológica e científica sobre os artistas que, ofuscados
por sua terminologia, tentaram fazer arte a partir de noções científicas, fugindo da liberdade
intuitiva na criação.
9. As duas obras são realizadas a partir de formas geométricas que pertencem ao processo
construtivista no Brasil. Porém, percebemos na obra de Waldemar Cordeiro um processo
mais mecânico e previsível, pelo modo com que o artista trabalha as duas diagonais. Já na
obra de Oiticica, percebemos uma ligeira movimentação na estrutura, passando a sensação de
algo que tende a se organizar no espaço, a partir da inserção de pequenas frestas que permi-
tem a fuga do olhar na dimensão do campo de fundo. Pode-se enxergar a primeira com mais
rigor compositivo, enquanto a segunda nos oferece uma dinâmica mais intuitiva.

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10. a Uma das propostas do Neoconcretismo é criar obras de arte que envolvam o espectador,
como, por exemplo, a manipulação da escultura (como na foto), criando a proximidade
entre arte e vida.
11. Os parangolés foram definidos por Hélio Oiticica como a formulação definitiva do que seria
a antiarte ambiental: com as capas, estandartes, bandeiras e tendas elaborados com diversas
camadas de panos coloridos, apresentam uma fusão de cores, estruturas, danças, palavras e
fotografias, utilizando o corpo como veículo para o que definia como “nova estética da antiar-
te”. O público deixa de ser espectador ou simples manuseador do objeto artístico para, agora,
incorporá-lo: amigos do artista e sambistas da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira
executaram bailados com as capas ao som de samba, momento em que, pelos movimentos, as
estruturas (resultante da relação entre corpo e capa) se revelam.

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