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11ª GERAÇÃO

MODERNISTA (1922-
1930)
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CONTEXTO HISTÓRICO CARACTERÍSTICAS MODERNISTAS – 1ª GERAÇÃO


ͫ Geração heroica
ͫ Liberdade
» Formal: verso livre e branco
» Temática: poesia do cotidiano
ͫ Iconoclastia: antiparnasianissimo
ͫ Humor – irreverência – poema piada –poema pílula –paródia
ͫ Independência cultural
ͫ Nacionalismo crítico
» minha terra tem palmares
ͫ Língua Brasileira – coloquialismo – erros

A data mais decisiva para história de nossa Literatura e uma das mais importantes para a história » Me dá um cigarro!
das artes no Brasil é o ano de 1922, que ficou conhecido como a Semana de Arte Moderna. ͫ Predomínio da poesia – quantitativo
O evento marcou uma ruptura radical por parte de alguns artistas em relação ao passado e a
ͫ Influência inicial do futurismo
um tipo de arte que vigorava no Brasil por décadas, sem dar sinais de enfraquecimento (pelo
menos no que diz respeito à aceitação da crítica e do público). O Parnasianismo – sinônimo ͫ Louvor da máquina
de arte acadêmica, racional e bem comportada – fez muito sucesso no Brasil e seus poetas
foram durante longos anos aclamados por leitores e por especialistas em poesia e arte daquela AUTORES
época. Este sucesso parnasiano, não foi abalado pelo aparecimento do Simbolismo em nosso
Oswald de Andrade – Ponta de Lança – agitador – mais radical
país, prova disso é que se principal representante, o poeta Cruz e Souza, morreu na miséria e
no esquecimento. Em meio a essa “vitória” parnasiana sobre o Simbolismo tivemos no Brasil Manifestos: Pau-Brasil: arte brasileira – primitiva – de exportação
aqueles autores que foram classificados como pré-modernistas, mas que não formavam uma Antropófago: assimilar, transformar a influência estrangeira
escola coesa, com escritores reunidos em torno de mesmos ideais artísticos ou concepções ͫ – Tarsila do Amaral – Abaporu
estéticas. Estes pré-modernistas, portanto, ainda que apresentassem em suas obras diferenças
Romances: Memórias Sentimentais de João Miramar
importantes em relação à escola realista e parnasiana, não constituíam um ataque organizado
aos modelos artísticos tradicionais vigentes no país. Esta autoatribuída função de suplantar o ͫ Serafim Ponte Grande linguagem telegráfica – poesia + prosa
academicismo da arte parnasiana ficou por conta daqueles que seriam chamados de nossos Mário de Andrade – o Papa – teórico – intelectual – folclorista
primeiros modernistas.
Obras: Paulicéia Desvairada – Prefácio Interessantíssimo – poesia

SEMANA DE ARTE MODERNA ͫ Macunaíma – Rapsódia – herói sem nenhum caráter


Amar, verbo intransitivo – Carlos x Elza – romance
ͫ Marco inicial do Modernismo no Brasil
Manuel Bandeira – S. João Batista
ͫ Local: Teatro Municipal – SP
Convívio com a morte – tuberculose
ͫ 3 noites: 13,15 e 17 de fevereiro
Melancolia e autoironia
ͫ 13/02: abertura – Graça Aranha Simplicidade e profundidade
ͫ 15/02: Os sapos – Manuel Bandeira Erotismo e Ternura
ͫ 17/02: Villa-Lobos – chinelos e vaias Bardo Moderno
ͫ Semana de Arte: Guiomar Novaes, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Victor Brecheret, Menotti
Del Pichia, Guilherme de Almeida, Ronald de Carvalho, Sérgio Milliet, Cassiano Ricardo...
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“Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano”.
OBRAS (Oswald de Andrade)
A cinza das horas – 1917 – 1ª obra – parnaso simbolista
Os sapos
Carnaval – 1919 – prenúncios do modernismo
Enfunando os papos,
Ritmo Dissoluto – 1924 – já moderno
Saem da penumbra,
Libertinagem – 1930 – obra-prima
Aos pulos, os sapos.
Estrela da manhã – 1950 – concretismo
A luz os delumbra.

OUTROS AUTORES Em ronco que a terra,


Berra o sapo-boi:
ͫ Menotti Del Picchia: Juca Mulato (1917).
– “Meu pai foi à guerra!”
ͫ Alcântara Machado, autor de contos com tons de crônica popular, enfocava os italianin- – “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”
hos – imigrantes italianos radicados em São Paulo, e sua linguagem peculiar, o que se
(...)
chamou de português macarrônico. Suas mais importantes obras são os livros de contos
Brás, Bexiga e Barra Funda (1927) e Laranja da China (1928). Urra o sapo-boi:

ͫ Raul Bopp: escreveu Cobra Norato (1930). – “Meu pai foi rei” — “Foi!”
– “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”
ͫ Ronald de Carvalho: Epigramas Irônicos e Sentimentais (1922).
Brada em um assomo
ͫ Cassiano Ricardo: Martim Cererê (1928).
O sapo-tanoeiro:
GRUPOS RIVAIS – “A grande arte é como

Antropofágico X Verde Amarelismo (Anta) Lavor de joalheiro.


(Manuel Bandeira)

TEXTOS MODERNISTAS No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do
“... a poesia está em tudo – tanto nos amores quanto nos chinelos, tanto nas coisas lógicas medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo
como nas disparatadas”. do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram
de Macunaíma.
(Manuel Bandeira)
(Macunaíma – Mário de Andrade)
Poema tirado de uma notícia de jornal
Vício na fala
João gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia
Para dizerem milho dizem mio
[num barracão sem número.
Para melhor dizem mió
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Para pior pió
Bebeu
Para telha dizem teia
Cantou
Para telhado dizem teiado
Dançou
E vão fazendo telhados
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado
(Oswald de Andrade)
(Manuel Bandeira)

“Malditos para sempre os Mestres do Passado! Que a simples recordação de um de vós escra-
vize os espíritos no amor incondicional pela Forma! Que o Brasil seja infeliz porque vos criou!
Que o Universo se desmantele porque vos comportou! E que não fique nada! nada! nada!”
(Mario de Andrade)
6 EXERCÍCIOS 7

DE SAPO VAI CHAMAR O PARNASIANO


LETRAS PARÓDIAS DE LITERATURA E, UM CIGARRO ME DÁ, E GRATO PELA VAIA
DOIS VAMO ESCREVER SOBRE O COTIDIANO
(BANG)
RONALD DE CARVALHO, VILA-LOBOS, ANITA MALFATTI
OSWALD DE ANDRADE, “MIRAMAR” E FEZ O “SERAFIM
O BRECHERET, O GRAÇA ARANHA E O DI CAVALCANTI
CO’A TARSILA, ABAPORU E TAMBÉM PAU-BRASIL
MANUEL, MÁRIO, OSWALD
MANUEL, MÁRIO, OSWALD
22...A SEMANA FOI ACONTECER
ELA COM O PASSADO VAI ROMPER EXERCÍCIOS
POEMA PIADA E A PILULA, PARÓDIA
1. (UNISC – 2017) Leia atentamente o trecho de Macunaíma, de Mário de Andrade.
Então...22...ESSA É A PRIMEIRA GERAÇÃO
No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do
LIBERDADE PARA CRIAÇÃO medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo
E COLOQUIAL SE TORNA A LÍNGUA, BRASILEIRA do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram
de Macunaíma.
I CONOCLASTIA, HUMOR, IRREVERENCIA
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si
DE SAPO VAI CHAMAR O PARNASIANO o incitavam a falar exclamava:
E, UM CIGARRO ME DÁ, E GRATO PELA VAIA – Ai! que preguiça!...
VAMO ESCREVER SOBRE O COTIDIANO e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o
MÁRIO DE ANDRADE – PAULICÉIA E MACUANÍMA trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê
na força de homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si
AMAR VERBO INTRANSITIVO E O VERSO SEM RIMA
punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém. E também espertava
MANUEL, MÁRIO, OSWALD quando a família ia tomar banho no rio, todos juntos e nus. Passava o tempo do banho dando
22...A SEMANA FOI ACONTECER mergulho, e as mulheres soltavam gritos gozados por causa dos guaimuns diz-que habitando
a água-doce por lá. No mucambo si alguma cunhatã se aproximava dele pra fazer festinha.
ELA COM O PASSADO VAI ROMPER
Macunaíma punha a mão nas graças dela, cunhatã se afastava. Nos machos guspia na cara.
POEMA PIADA E A PILULA, PARÓDIA Porém respeitava os velhos e frequentava com aplicação a murua a poracê o torê o bacorocô
Então...22...ESSA É A PRIMEIRA GERAÇÃO a cucuicogue, todas essas danças religiosas da tribo.
(ANDRADE, Mano de. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Belo Horizonte: Itatiaia, 1987. p. 9)
LIBERDADE PARA CRIAÇÃO
A partir da interpretação do trecho acima, assinale a alternativa correta.
E COLOQUIAL SE TORNA A LÍNGUA, BRASILEIRA
a) Macunaíma é um típico herói idealizado do Romantismo.
I CONOCLASTIA, HUMOR, IRREVERENCIA
b) Observa-se, no trecho acima, que o comportamento da personagem está em sin-
DE SAPO VAI CHAMAR O PARNASIANO
tonia com o ambiente em que vive, sendo, por esse motivo, um romance típico do
E, UM CIGARRO ME DÁ, E GRATO PELA VAIA Naturalismo.
VAMO ESCREVER SOBRE O COTIDIANO c) O trecho apresenta a inovação em termos de linguagem que caracteriza as obras
MANUEL BANDEIRA FOI PARNASO TAMBÉM SIMBOLISTA literárias da primeira geração do Modernismo.

FOI CONCRETO E DOS MODERNOS FOI O “JOÃO BATISTA d) O texto apresenta as características que marcam o regionalismo crítico da prosa da
segunda geração do Modernismo.
MANUEL, MÁRIO, OSWALD
I CONOCLASTIA, HUMOR, IRREVERENCIA
8 EXERCÍCIOS 9

e) O aprofundamento psicológico da personagem permite afirmar que se trata de um d) A linguagem utilizada pode ser considerada complexa, pois mistura elementos da
romance da terceira geração do Modernismo brasileiro. oralidade e sinais de pontuação como o travessão, mais comuns em textos escritos
em prosa, o que dificulta o entendimento do texto.
2. (UFRGS – 2016) Assinale a alternativa correta a respeito da vida e da obra do poeta por-
tuguês Fernando Pessoa. e) O texto, embora pareça um poema, está escrito em prosa, uma vez que o uso dos
travessões, que determinam o início das falas e caracterizam um diálogo, é próprio de
a) Pessoa foi um dos líderes da revista de literatura Orpheu, juntamente com Mário de
textos prosaicos, os quais utilizam marcas para identificar as personagens da narrativa.
Sá-Carneiro e Eça de Queiroz.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
b) A criação da revista de literatura Orpheu identifica Pessoa como um dos fundadores
Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir.
do Modernismo português.
Brasil
c) Pessoa foi responsável pelo espírito derrotista, em que Portugal estava mergulhado
no final do século XIX. O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
d) Os heterônimos de Pessoa, tais como Álvaro de Campos e Ricardo Reis, podem ser
vistos como pseudônimos, utilizados pelo poeta para burlar a censura. — Sois cristão?

e) A criação de heterônimos é uma prática comum aos poetas colaboradores da revista — Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Orpheu. Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!

3. (IFPE – 2016) O CAPOEIRA Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!


O negro zonzo saído da fornalha
– Qué apanhá sordado?
Tomou a palavra e respondeu
– O quê?
— Sim pela graça de Deus
– Qué apanhá?
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
Pernas e cabeças na calçada.
E fizeram o Carnaval
ANDRADE, Oswald de. Disponível em: <http://www.escritas.org/pt/t/7796/o-capoeira>.
Oswald de Andrade, Poesias Reunidas.
Acesso em: 27 jun. 2016
4. (FGVRJ – 2016) Entre as estratégias expressivas de que se vale o poema, só NÃO se en-
No início do século XX, uma verdadeira revolução começou a ocorrer nas artes em geral. Na contra a:
Literatura, não foi diferente: os escritores voltaram-se contra o academicismo e romperam
com os padrões estéticos vigentes. O texto O Capoeira está inserido nessa fase, conhecida a) reprodução da variante oral-popular da linguagem.
como Modernismo brasileiro. b) referência a verso célebre da literatura brasileira, extraído de I-Juca-Pirama, de Gon-
A esse respeito, analise as alternativas a seguir e assinale aquela cuja informação fornecida çalves Dias.
está correta. c) estrutura semelhante à do “poema-piada”, praticado no Modernismo.
a) Embora seja modernista, o poema faz clara oposição aos ideais defendidos por esse d) utilização de versos brancos e de versos livres.
movimento, em que a perfeição formal não abria espaço para equívocos ortográficos,
e) citação de expressões do tupi-guarani, do nheengatu e da língua iorubá.
ainda que esses equívocos fossem permitidos pelas variações linguísticas existentes
na língua. 5. (ENEM – 2015) Vei, a Sol
b) O texto O Capoeira representa o Modernismo brasileiro em seu primeiro momento, Ora o pássaro careceu de fazer necessidade, fez e o herói ficou escorrendo sujeira de urubu.
em que os autores buscavam romper com a tradição estética da forma fixa, além de Já era de madrugadinha e o tempo estava inteiramente frio. Macunaíma acordou tremendo,
retratar o modo popular de fala de algumas regiões brasileiras. todo lambuzado. Assim mesmo examinou bem a pedra mirim da ilhota para vê si não havia
alguma cova com dinheiro enterrado. Não havia não. Nem a correntinha encantada de prata
c) O texto O Capoeira faz alusão à capoeira, expressão artística brasileira em que a
que indica pro escolhido, tesouro de holandês. Havia só as formigas jaquitaguas ruivinhas.
dança se assemelha a uma briga, situação que é sugerida no início do poema, com o
verso “Qué apanhá sordado?”, e explicitada no final, com o verso “Pernas e cabeças Então passou Caiuanogue, a estrela da manhã. Macunaíma já meio enjoado de tanto viver
na calçada”. pediu pra ela que o carregasse pro céu.
10 EXERCÍCIOS 11

Caiuanogue foi se chegando porém o herói fedia muito. O teor de tal repercussão demonstra:
– Vá tomar banho! – ela fez. E foi-se embora. a) uma “demolição” das convenções estéticas tradicionais.
Assim nasceu a expressão “Vá tomar banho” que os brasileiros empregam se referindo a certos b) uma retomada da estética parnasiana, considerada superficial.
imigrantes europeus.
c) a modernidade urbana introduzida pelo crescimento industrial.
ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro: Agir, 2008.
d) a relevância de aspectos nacionalistas vistos na quebra de antigos paradigmas.
O fragmento de texto faz parte do capítulo VII, intitulado “Vei, a Sol”, do livro Macunaíma, de
8. (UNESP – 2015) Em 1924, uma caravana formada por Mário de Andrade, Oswald de An-
Mário de Andrade, pertencente à primeira fase do Modernismo brasileiro. Considerando a
drade, Tarsila do Amaral e o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, entre outros, percorreu
linguagem empregada pelo narrador, é possível identificar:
as cidades históricas mineiras e acabou entrando para os anais do Modernismo.
a) resquícios do discurso naturalista usado pelos escritores do século XIX.
O movimento deflagrado em 1922 estava se reconfigurando.
b) ausência de linearidade no tratamento do tempo, recurso comum ao texto narrativo
MARQUES, Ivan. “Trem da modernidade”. Revista de História da Biblioteca Nacional, fevereiro de 2012. Adaptado.
da primeira fase modernista.
Entre as características da “reconfiguração” do Modernismo, citada no texto, podemos incluir:
c) referência à fauna como meio de denunciar o primitivismo e o atraso de algumas
regiões do país. a) a politização do movimento, o resgate de princípios estéticos do parnasianismo e o indigenismo.

d) descrição preconceituosa dos tipos populares brasileiros, representados por Macu- b) a retomada da tradição simbolista, a defesa da internacionalização da arte brasileira
naíma e Caiuanogue. e a valorização das tradições orais.

e) uso da linguagem coloquial e de temáticas do lendário brasileiro como meio de va- c) a incorporação da estética surrealista, o apoio ao movimento tenentista e a defesa
lorização da cultura popular nacional. do verso livre.
d) a defesa do socialismo, a crítica ao barroco brasileiro e a revalorização do mundo rural.
6. (UFRGS – 2015) No bloco à esquerda, estão listados os títulos de algumas obras do mo-
dernismo brasileiro; no bloco à direita, nomes de autores modernistas. e) a maior nacionalização do movimento, o declínio da influência futurista e o aumento
Associe adequadamente o bloco da esquerda com o da direita. da preocupação primitivista.

1. Memórias sentimentais de João Miramar ( ) Raul Bopp 9. (UFRGS – 2015) Assinale a alternativa correta sobre a Semana de Arte Moderna.
2. Macunaíma ( ) Manuel Bandeira 1. A Semana de Arte Moderna, liderada por intelectuais e políticos paulistas, foi o evento que coroou
3. Cobra Nonato ( ) Oswald de Andrade o Modernismo Brasileiro, com a publicação de Macunaíma, de Mário de Andrade.
4. Juca Mulato ( ) Mario de Andrade 2. O Modernismo foi um movimento isolado, ocorrido na cidade de São Paulo, sem repercus-
5. O ritmo dissoluto são nacional.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
3. A briga entre Graça Aranha e Anita Malfatti serviu de inspiração para a concepção da Semana.
a) 4 - 3 - 1 - 2.
4. A prática dos Manifestos, muito comum nas vanguardas europeias, foi repetida pelos moder-
b) 5 - 4 - 2 - 1. nistas, como forma de veicular seus ideais estéticos e sociais.
c) 1 - 5 - 2 - 4. 5. As vanguardas europeias, por seu caráter destruidor e localista, são copiadas e seguidas
d) 3 - 2 - 4 - 1. pelos artistas brasileiros, como Monteiro Lobato, Murilo Mendes e Raul Bopp.
e) 3 - 5 - 1 - 2. Ática,1999, p.69.

7. (UERN – 2015) A Semana de Arte Moderna, ou Semana de 1922, marcou a entrada do Mo- Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
dernismo artístico e literário no Brasil. Em 22/02/1922, A Gazeta publicou a seguinte notícia: a) 2-2-2-1-3
“Ao público chocado diante da nova música tocada na Semana, como diante dos quadros b) 1-3-3-3-2
expostos e dos poemas sem rima (...): sons sucessivos, sem nexo, estão fora da arte musical: são
c) 1-3-2-3-2
ruídos, são estrondos; palavras sem nexos estão fora do discurso: são disparates como tantos
e tão cabeludos que nesta semana conseguiram desopilar os nervos do público paulista [...]”. d) 2-3-2-1-3

(A Gazeta em 22-02-1922: In Emília Amaral e outros. Cit. Pág. 67.) e) 2-2-3-1-2


12 GABARITO 13

10. (UPE – 2014) A tela de Tarsila do Amaral apresenta uma marcante característica do Modernismo. D: incorreta, uma vez que Álvaro de Campos e Ricardo Reis são heterônimos de Fernando
Pessoa e não pseudônimos.
E: incorreta, porque apenas Fernando Pessoa utilizou heterônimos.
3. B
O Modernismo foi um movimento que, primeiramente, buscou romper com o tradiciona-
lismo experimentado pelo Brasil, sobretudo, com o parnasianismo. Assim, os modernistas
buscavam resgatar a identidade brasileira, não se resumindo somente à cópia europeia,
além de buscarem romper com as formas fixas, criando textos muito mais livres. Em “O
Capoeira”, vemos o tratamento dado à forma popular da fala, com o uso de termos como
“qué”, “apanhá” e “sordado”. Percebe-se, com isso, um rompimento com uma linguagem
mais erudita e tradicional, representando genuinamente algumas regiões do Brasil. Além
Assinale a alternativa que contém essa característica. disso, o poema não apresenta uma forma fixa, com versos ritmados e métricas perfeitas.
a) Idealização da natureza, pois no quadro aparecem frutos tropicais. 4. B
b) Equilíbrio e racionalismo, pois há na tela a predominância de cores neutras. O romance Grande sertão: veredas é considerado a obra-prima de João Guimarães Rosa,
c) Resgate da cultura popular brasileira, por se tratar de uma tela em que há elementos cujos contos e romances foram ambientados no sertão brasileiro e pertenceram à terceira
da fauna, da flora e do cotidiano do país. geração do Modernismo.

d) Objetividade e racionalismo, por trazer à tona o mar com todo o seu colorido. Memórias Sentimentais de João Miramar, publicado em 1924, é de autoria de Oswald de
Andrade, poeta, romancista e dramaturgo do período inicial do Modernismo brasileiro.
e) Religiosidade e cromatismo, principais características da primeira geração do Modernismo. Trata-se de um romance importante para a renovação da ficção brasileira.
Vidas Secas é uma das obras mais conhecidas de Graciliano Ramos, autor da segunda fase
do Modernismo, publicada em 1938. O romance, a exemplo também de São Bernardo,
GABARITO retrata as agruras da vida do homem nordestino.

1. C Jorge Amado, autor de Capitães de areia (1937) e Gabriela cravo e canela (1958), é um
escritor da segunda fase do Modernismo brasileiro que, assim como Graciliano Ramos,
A: Incorreta. Macunaíma é o retrato do anti-herói brasileiro, ilustrando o nacionalismo
destacou-se por seus romances regionalistas e de forte cunho social.
crítico da 1ª geração Modernista.
Clarice Lispector é uma escritora da terceira geração modernista – assim como Guimarães
B: Incorreta. Macunaíma é uma obra da 1ª geração Modernista.
Rosa –, cujo traço estilístico mais marcante é a prosa intimista e psicológica. A paixão
C: Correta. A valorização da linguagem coloquial é uma das propostas da 1ª geração Mo- segundo GH, romance publicado em 1964, exemplifica essas tendências.
dernista, como se verifica em “Nos machos guspia na cara. Porém respeitava os velhos 5. E
e frequentava com aplicação a murua a poracê o torê o bacorocô a cucuicogue, todas
essas danças religiosas da tribo”. A: Correta. Em “E preguntou pro guarani da mata virgem”, há reprodução da variante
informal da linguagem.
D: Incorreta. Macunaíma é uma obra da 1ª geração Modernista. Além disso, é conhecida
por “rapsódia brasileira”, exatamente por buscar retratar a diversidade nacional. B: Correta. Em “Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte”, há referência a um célebre
verso de Gonçalves Dias, de I-Juca Pirama: “Sou bravo, sou forte, sou filho do norte”.
E: Incorreta. Macunaíma é uma obra da 1ª geração Modernista. Além disso, não é preo-
cupação do narrador apresentar abordagem psicológica em seus personagens. C: Correta. O poema = piada é uma estrutura recorrente durante a 1ª geração Modernista
brasileira, buscando o riso com a quebra de expectativa do leitor (no poema em questão,
2. B
o verso “E fizeram o Carnaval” ilustra tal afirmação).
B: incorreta, haja vista que Eça de Queirós não participou da Orpheu (o escritor faleceu
D: Correta. A ruptura com padrões formais é ponto essencial para os autores da 1ª e da
em 1900 e a revista circulou em 1915).
2ª geração Modernista.
C: incorreta, pois Fernando Pessoa não foi responsável pelo espírito derrotista em Por-
E: Incorreta. As expressões “Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!” e “Canhem Babá Canhem
tugal no final do século XIX, até porque iniciou sua carreira por volta da segunda década
Babá Cum Cum!” não têm significado, sendo referências à sonoridade indígena e africana.
do século XX.
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6. E
“Macunaíma”, de Mário de Andrade, faz parte da primeira fase modernista, período
em que as vanguardas europeias são visíveis nas técnicas inovadoras de linguagem, nas
inúmeras referências ao folclore brasileiro e na composição narrativa que se aproxima
da oralidade.
7. E
Raul Bopp publicou Cobra Norato, seu primeiro livro de poesias, em 1931; Manuel Ban-
deira publicou O ritmo dissonante, também um livro de poesias, em 1924; Oswald de
Andrade publicou o romance Memórias sentimentais de João Miramar também em 1924;
finalmente, Macunaíma foi publicado por Mario de Andrade em 1928, considerado uma
das obras mais significativas do Modernismo brasileiro.
8. A
A iconoclastia é a principal característica da primeira fase do Modernismo no Brasil, e
a Semana de Arte Moderna, considerada o marco desse movimento, representou bem
essa atitude, causando, no entanto, revolta e furor em grande parte do público. A depre-
ciação da arte moderna pôde ser observada também entre a crítica, como evidenciado
na notícia de A Gazeta.
9. E
Em 1924 foi iniciado o movimento Pau Brasil, por Oswald de Andrade; percebe-se, a partir
de então, maior preocupação dos artistas com o próprio Brasil (e a viagem dessa cara-
vana às cidades históricas mineiras é bastante proveitosa nesse sentido) em sua versão
primitivista: valoriza-se a arte popular em detrimento à vanguardista.
10. D
A: Incorreta. Macunaíma foi publicado em 1928, seis anos após a Semana de Arte
Moderna.
B: Incorreta. A Semana de Arte Moderna ocorreu na cidade de São Paulo, porém o movi-
mento se espalhou pelo país, a ponto de sua 2ª geração se caracterizar por ser regionalista,
expondo o cotidiano nordestino para as demais regiões brasileiras.
C: Incorreta. Graça Aranha e Anita Malfatti foram dois dos grandes colaboradores da
Semana de Arte Moderna, ele proferindo a conferência inaugural e ela apresentando
suas telas.
D: Correta. Os Manifestos, como Pau-Brasil, Antropofagia, Verde Amarelismo e Regio-
nalista, foram responsáveis por divulgar seus pontos de vista a respeito do que viria a se
consolidar como Arte Moderna no Brasil.
E: Incorreta. Monteiro Lobato não foi um artista modernista. O grande exemplo talvez
seja a crítica a respeito da exposição de Anita Malfatti, Paranoia ou Mistificação?

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