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00.MA - Elemento Textual Completo Calculo Diferencial e Integral 2018.4
00.MA - Elemento Textual Completo Calculo Diferencial e Integral 2018.4
2
BLOCO 1. CONJUNTOS NUMÉRICOS E FUNÇÕES
Este material foi elaborado com o objetivo de fornecer ferramentas para auxiliar no
nivelamento dos conhecimentos necessários para um ótimo desempenho de cada
aluno(a) neste curso.
Com a expectativa de colaborar com o seu processo de aprendizagem, o bloco 1 é
composto por conteúdos estudados ao longo dos ensinos fundamental e médio, sendo
assim, uma revisão que irá contribuir como base ao longo de todo o curso.
Neste bloco, estudaremos os conjuntos numéricos, revendo as definições dos
conjuntos dos números naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais. Ainda neste
bloco, teremos um estudo sobre as funções, tais como: função afim, função
quadrática, função modular, função exponencial, função logarítmica e funções
trigonométricas.
3
Alemanha ∉ P
Agora, consideremos a propriedade p:
p: x é um número natural par.
Essa propriedade pode ser expressa pelo conjunto B = {0, 2, 4, 6, 8, 10,...}
Dessa maneira, é indiferente dizer que x possui a propriedade p ou x ∈ B .
representado por { } ou .
Exemplo: A = {x: x é um número negativo maior que 2}
A = { }, pois não existe número negativo maior que 2.
4
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, ...}
O sucessor de um número natural é o número natural que vem imediatamente depois
dele. Assim, o sucessor de 2 é 3, de 3 é 4, de 5 é 6 etc.
Observe que o zero é o único natural que não é sucessor de outro natural.
Para o subconjunto N*, temos que o elemento zero foi retirado do conjunto N, sendo
assim:
Conjunto dos números inteiros não positivos: Z − = {...-6, -5, -4, -3, -2, -1, 0}
Conjunto dos inteiros negativos: Z −* = {... -6, -5, -4, -3, -2, -1}
5
5 : 3 = ? não é possível em Z, existindo a necessidade de conhecer as frações.
2
3
− 5
17
− 21
6
1.1.7 Números reais (R)
Da reunião do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números
irracionais, obtemos o conjunto dos números reais (R).
R = {x: x é racional ou x é irracional}
Com o conjunto R dos números reais, a reta fica completa, ou seja, a cada ponto da
reta corresponde um único número real e, reciprocamente, a cada número real
corresponde um único ponto da reta.
Temos, assim, a reta real com apenas alguns números reais:
Importante: Além dos números reais, existem os números complexos. A raiz de índice
par e radicando negativo é impossível em R, pois, por exemplo, não existe número real
7
1.1.8 Intervalos reais
Podemos fazer as operações usuais de conjuntos para intervalos reais, uma vez que
são subconjuntos de R. Lembrando que para a e b reais, com a < b, temos as seguintes
notações para intervalos:
I. Intervalo fechado
{x: x Є R e a ≤ x ≤ b} = [a; b]
8
{x: x Є R e x < a} = ]-∞; a[ = (-∞; a)
9
Temos que A . B = {(2; 1), (2; 3), (2; 5), (4; 1), (4; 3), (4; 5), (6; 1), (6; 3), (6; 5)}.
1.2.4 Relação
Denominamos relação de A em B todo subconjunto R de A x B.
Exemplo 1:
Se A = {1, 2} e B = {0, 3, 7}, determine R, sendo R = {(x; y) Є A . B: x > y}
Resolução:
A . B = {(1; 0), (1; 3), (1; 7), (2; 0), (2; 3), (2; 7)}
R = {(x; y) Є A . B: x > y}
x>y
R = {(1; 0), (2; 0)}
Exemplo 2:
Se A = {1, 2} e B = {0, 1, 2}, determine R, sendo R = {(x; y) Є A . B: x = y}
Resolução:
A . B = {(1; 0), (1; 1), (1; 2), (2; 0), (2; 1), (2; 2)}
10
R = {(x; y) Є A . B: x = y}
x=y
R = {(1; 1), (2; 2)}
Exemplo 3:
Se A = {1, 2} e B = {0, 1, 3}, determine R, sendo R = {(x; y) Є A . B: x + y = 5}
Resolução:
A . B = {(1; 0), (1; 1), (1; 3), (2; 0), (2; 1), (2; 3)}
R = {(x; y) Є A . B: x + y = 5}
x+y=5
R = {(2; 3)}
1.3 Funções
1.3.1 Definição e notação de função
Sendo A e B conjuntos não vazios, temos:
Uma função de A em B é uma relação que a todo elemento x de A faz corresponder um
único elemento y de B.
f: A → B (f de A em B), para indicar uma função de A em B.
A é Domínio de f: D(f)
B é Contradomínio de f
y = f(x) é Imagem de f: Im(f)
a) f ( x) = x ³ − x ² + x − 7
Resolução: Existe alguma restrição para x? Nesse caso, não!
Sendo assim, D (f) = R.
11
b)
3
f ( x) =
x
Resolução: Existe alguma restrição para x?
x≠0
Sendo assim, D (f) = R*.
c)
1
f ( x) =
3 x − 12
Resolução: Existe alguma restrição? Sim. É: 3x - 12 > 0
3x – 12 > 0
3x > 12
x>4
Sendo assim, D (f) = ]4; +∞[.
12
x1 < x2 temos f ( x1 ) < f ( x2 )
Exemplos:
1. Os gráficos representam funções. Identifique cada função como crescente ou
decrescente.
2. Considere o gráfico a seguir, que representa uma função, responda para que valores
reais de x a função é crescente e decrescente:
13
1.3.5 Função composta
Exemplos:
Sejam f(x) = 3x + 1 e g(x) = 4x – 2, determine:
a) g(f(3))
Resolução:
f(3) = 3 . 3 + 1 = 10
g(f(3)) = g(10) = 4 . 10 – 2 = 38
g(f(3)) = 38
b) f(g(3))
Resolução:
g(3) = 4 . 3 – 2 = 10
f(g(3)) = f(10) = 3 . 10 + 1 = 31
f(g(3)) = 31
c) g(f(x))
Resolução:
f(x) = 3x + 1
g(f(x)) = g(3x+1) = 4. (3x +1) – 2 = 12x + 4 – 2
g(f(x)) = 12x + 2
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1.4 Funções afim e quadrática
1.4.1 Função afim ou função do 1o. grau
Uma função f: R em R chama-se função afim quando existem dois números reais a e b
tais que f(x) = a x + b, para todo x Є R.
a: coeficiente angular
b: coeficiente linear
Exemplos:
f(x) = 3 x + 7
f(x) = x, a = 1 e b = 0 (função identidade)
f(x) = - 5 x, a≠0eb=0 (função linear)
f(x) = x – 3, a=1eb≠0 (função translação)
Função constante
Se na função afim y = a x + b tivermos a = 0, teremos a função constante, que é uma
aplicação de R em R e que associa a cada elemento x Є R sempre o mesmo elemento b
Є R.
f: R em R, y = f(x) = b
Exemplos:
a) y = 2 b) f(x) = -5
15
c) Na contratação de um serviço como um pacote de serviço de telefonia, onde a
pessoa paga um valor fixo mensal independentemente da quantidade de ligações
realizadas.
Outras representações:
16
1.4.2 Função quadrática ou função do 2º grau
Uma função f: R em R chama-se quadrática quando existem números reais a, b, c, com
a ≠ 0, tais que f(x) = a x² + b x + c para todo x Є R.
Exemplos:
a) y = 3x² + 7x – 9
b) f(x) = - x² + 8x + 10
c) g(x) = 5x² + 100
17
Situação-problema:
Os diretores de um centro esportivo desejam cercar uma quadra de basquete
retangular e outros aparatos esportivos que estão à sua volta com tela de alambrado.
Tendo recebido 200 metros de tela, os diretores desejam saber quais devem ser as
dimensões do terreno a cercar com tela para que a área seja a maior possível.
18
1.5 Funções exponencial, logarítmica, modular e trigonométrica
1.5.1 Função exponencial
Dado um número real a (a > 0 e a ≠ 1), denomina-se função exponencial de base a
uma função f : R → R+* definida por f ( x) = a x ou y = ax .
Exemplos:
a) f ( x) = 3 x
b) f ( x) = 5 x
x
1
c) f ( x) =
2
d) f ( x) = ( 7) x
e) f ( x) = 3 x +1
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Gráfico da função exponencial:
Como podemos observar, para a > 1 a função é crescente e para 0 < a < 1 a função é
decrescente.
Exemplos:
a) f ( x) = 2 x
x
1
b) f ( x) =
2
20
1.5.2 Função logarítmica
A função g que associa a cada número real x > 0 o número real log a x , com a > 0 e a ≠
D( g ) = R+* e g −1 (x ) = a x .
a) g ( x) = log 7 x
b) f ( x) = log 5 x
c) g ( x) = log 1 x
2
21
Função decrescente quando 0 < a < 1
Exemplos
a) f ( x) = log 2 x
22
b) f ( x) = log 1 x
2
x para x ≥ 0
y=
x para x < 0
23
Gráfico da função modular
24
1.5.4 Funções seno e cosseno
Função seno (sen) é a função, de R em R, que a todo número α associa a ordenada do
ponto P, imagem de α no círculo trigonométrico.
Eixo dos
cossenos
25
OP2 é a medida algébrica do segmento OP2 quando o raio é tomado como unidade.
Eixo dos
cossenos
OP1 é a medida algébrica do segmento OP1 quando o raio é tomado como unidade.
26
cos AÔP = cosα = OP1
O eixo Ox passa a ser denominado eixo dos cossenos.
Círculo trigonométrico:
Para as funções seno e cosseno, onde para cada par ordenado primeiro é o valor do
cosseno e depois do seno.
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1.5.5 Funções tangente e cotangente
A definição da função tangente de x para x Є R, desde que cosx ≠ 0, é dada por:
senx
tgx = , cos x ≠ 0
cos x
Assim, o domínio D da função f definida por f(x) = tgx é dada por todos os x Є R tais que
cosx ≠ 0, isto é:
π
D = x : x ∈ R e x≠ + kπ , k ∈ Z
2
28
Gráfico da função tangente
29
Gráfico da função cotangente
Conclusão
Neste bloco, estudamos os conjuntos numéricos (naturais, inteiros, racionais,
irracionais e reais), intervalos numéricos, as funções afim, constante, quadrática,
exponencial, logarítmica, modular e trigonométricas (seno, cosseno, tangente e
cotangente).
Essa revisão é fundamental para um melhor desempenho nos próximos blocos e assim
ser possível consolidar as expectativas de aprendizagem.
Referências
BOULOS, P. Cálculo diferencial e integral. São Paulo: Makron Books, 1999. v. 1.
DANTE, L. R. Matemática. São Paulo: Ática, 2005.
IEZZI, G.; MURAKAMI, C. Fundamentos da matemática elementar 1: conjuntos e
funções. São Paulo: Atual, 2004.
30
BLOCO 2. LIMITES
31
Definição
Dada uma função f, definida num intervalo D, dizemos que o limite de f(x), quando x
tende a t, é L:
lim f ( x) = L
x →t
32
a) Quando x se aproxima de 2 pela esquerda, o f(x) se aproxima de qual o valor?
lim f ( x) = 2
x→2−
(2 x − 1)( x − 2)
, se x≠2
x − 2
f ( x) =
5, se x=2
Qual o limite de f quando x tende a 5?
Mesmo que f(2) = 5 diante da sentença, isso não determina que o limite para essa
função quando x tende a 2 será o mesmo que f(2).
O correto é:
lim f ( x) = 3
x→2
33
2.2 Propriedades dos limites
A definição de limite permite provar que
lim f ( x) = L
x →t
mas não indica como obter L. Além disso, são grandes as dificuldades que surgem ao
aplicá-la para funções um pouco mais elaboradas. Veremos agora as propriedades que
eliminaram parte dessas dificuldades.
34
35
36
2.3 Limites das funções racionais
2.3.1 Função Racional
Temos uma função racional quando:
P( x)
f ( x) =
Q( x) sendo Q(x)≠0
37
Função racional própria ocorre quando o grau de P(x) é menor que o grau de Q(x).
Função racional imprópria ocorre quando o grau de P(x) é maior ou igual o grau de
Q(x) ou P(x) é função identicamente nula.
38
39
2.4 Limites infinitos e limites no infinito
2.4.1 Limites infinitos
No tópico anterior, calculamos o limite de f(x) / g(x) para x tendendo a t, onde g(t) ≠ 0
e também, quando f(t) = 0 e g(t) = 0.
Agora, vamos estudar quando f(t) ≠ 0 e g(t) = 0.
40
41
42
2.4.2 Limites no infinito
Estudando limites no infinito, é possível identificar que é a variável independente que
cresce ou diminui infinitamente. Seja f(x) = P(x) / Q(x) uma função racional e
P( x)
lim
x → ±∞ Q ( x )
43
44
2.5 Calculando limites
Nesse momento vamos resolver alguns cálculos de limites.
Exercícios
1. Calcule
5x³ − 2 x² + x − 9
lim
x →1
x² − 7 x + 8
Resolução:
Qual o melhor caminho para calcular esse limite solicitado?
a) Realizar uma divisão entre os polinômios.
b) Fazer o gráfico da função.
c) Substituir o x da função por 1.
Resposta correta
c) Substituir o x da função por 1.
5 x ³ − 2 x ² + x − 9 5.1³ − 2.1² + 1 − 9 5 − 2 + 1 − 9 5
lim = = =−
x →1
x² − 7 x + 8 1² − 7.1 + 8 1− 7 + 8 2
2. Calcule
x² − 9
lim
x →3 x − 3
Resolução:
Ao substituir o x por 3, está correto afirmar que:
a) o resultado desse limite é 0.
b) não existe resultado para esse caso.
c) é necessário simplificar essa função.
Resolução:
Alternativa c, pois:
3² − 9 9 − 9 0
= =
3−3 3−3 0
45
x ² − 9 x ² − 3²
Simplificação : =
x −3 x −3
Lembrete : (a + b).(a − b) = a ² − b ²
x ² − 9 x ² − 3² ( x − 3).( x + 3)
= = = x+3
x −3 x −3 x−3
x² − 9
lim
x →3 x − 3
= lim (x + 3) = 3 + 3 = 6
x →3
3. Calcule
8 x ³ − 36 x ² + 54 x − 27
lim
x→
3 4 x ² − 12 x + 9
2
Resolução:
Ao substituir o x por 3/2, está correto afirmar que:
a) o numerador dessa função será diferente de 0.
b) o numerador e denominador dessa função resultam em zero.
c) o limite resultará em menos infinito.
46
8 x ³ − 36 x ² + 54 x − 27 3
lim = lim3 (2 x − 3) = 2. − 3 = 3 − 3 = 0
x→
3 4 x ² − 12 x + 9 x→ 2 2
2
4. Calcule
7 x 5 + 3x³ − x + 9
lim
3x + 4 x + 2
x →∞ 5
Resolução:
7 x 5 + 3 x ³ − x + 9 lim (7 x 5 + 3 x ³ − x + 9)
lim = x →∞
3x + 4 x + 2 lim (3 x 5 + 4 x + 2)
x →∞ 5
x →∞
a) Soma
b) Produto
c) Quociente
Alternativa c é a correta.
47
Conclusão
Neste tópico, foi possível estudar o limite de diversos tipos de funções.
Compreendemos que o limite é número real e que esse assunto será fundamental para
o estudo das derivadas e integrais.
Para conceituar o limite, começamos com a ideia intuitiva, analisando funções, tabelas
e gráficos, chegando à definição e propriedades, e resolvendo alguns casos para uma
melhor compreensão do conteúdo estudado.
Referências
BOULOS, P. Cálculo diferencial e integral. São Paulo: Makron Books, 1999. v. 1.
IEZZI, G.; DOLCE, O.; TEIXEIRA, J. C.; MACHADO, N. J.; GOULART, M. C.; CASTRO, L. R. S.;
MACHADO, A. S. Matemática. São Paulo: Atual, 1995.
LEITHOLD, L. O Cálculo com geometria analítica. Tradução de Cyro de Carvalho
Patarra. 3. ed. São Paulo: Harbra, 1994
48
Taxa de variação
Observando o gráfico da função afim y = 2 x + 3, temos:
Calculando:
f ( x2 ) − f ( x1 ) a.( x 2 − x1 )
r= ⇔r= ⇔r=a
x2 − x1 x2 − x1
49
f ( x2 ) − f ( x1 )
a=
x2 − x1
50
Nesse caso, a taxa de variação referente a cada unidade não é constante.
Observando a tabela de uma função y = - x³ + 10, temos:
f ( x2 ) − f ( x1 )
r=
A taxa de variação x2 − x1 depende do intervalo considerado, sendo r taxa de
variação média entre x1 e x2.
Para determinar a taxa de variação de f(x) em um determinado ponto x0, recorremos à
noção de limite.
f ( x ) − f ( x0 )
f ´(x0 ) = lim
x → x0 x − x0
Quando os limites indicados não existem ou não são finitos, então dizemos que a
função f(x) não tem derivada no ponto considerado.
Exemplo:
Seja f(x) = x², procure a derivada dessa função no ponto onde x = 3, ou seja, f´(3).
51
Portanto, a derivada dessa função para x = 3 é 6, ou seja, f´(3) = 6.
Na figura a seguir a reta t é tangente ao gráfico da função f, pois passa por pelo P.
52
3.3.1 Reta secante
A taxa média de variação de f no intervalo [a, b] é o coeficiente angular da reta r que
passa pelos pontos P e Q.
∆y f (b) − f (a )
=
∆x b−a
Exemplo:
Determine a taxa média de variação da função f(x) = 2x² - 5 no intervalo [0, 3].
53
Portanto, a taxa média de variação de f no intervalo [0, 3] é 6.
f ( x + ∆x) − f ( x)
m = lim
∆x →0 ∆x
Onde m é a inclinação de um gráfico f no ponto (x, f(x0))
Equação da reta tangente ao gráfico da função no ponto (x0, f(x0)):
y – y0 = m . (x – x0)
ou
f(x) – f(x0) = m . (x – x0)
54
f ( x) − f ( x0 )
m = lim
x → x0 x − x0
Exemplo:
Determine a equação da reta tangente ao gráfico da função f no ponto em que x = 1.
f ( x) = 3 x
Resolução:
Equação da reta tangente tem esse formato: y – y0 = m . (x – x0)
y − 1 = .( x − 1) ⇔ x − y + = 0
1 1 2
3 3 3
55
Temos:
c−c 0
f ´(x) = lim = lim = lim 0 = 0
∆x → 0 ∆x ∆x → 0 ∆x ∆x → 0
a ) f ( x) = 7 ⇒ f ' ( x) = 0
b) f ( x ) = π ⇒ f ' ( x ) = 0
c) f ( x) = −15 ⇒ f ' ( x) = 0
56
n(n − 1) x n − 2
x n + nx x −1 ∆x + .(∆x) 2 + ... + (∆x) n − x n
f ´(x) = lim 2
∆x → 0 ∆x
n(n − 1) x n − 2
nx x −1 ∆x + .(∆x) 2 + ... + (∆x) n
⇔ f ´(x) = lim 2
∆x → 0 ∆x
x −1 n(n − 1) x n − 2
∆x nx + .(∆x) + ... + (∆x) n −1
2
⇔ f ´(x) = lim
∆x → 0 ∆x
x −1 n(n − 1) x n − 2
⇔ f ´(x) = lim nx + .(∆x) + ... + (∆x) n −1
∆x → 0
2
n −1
⇔ f ' ( x) = n.x
Exemplos:
Apresente a derivada de cada função:
a ) f ( x ) = x 5 ⇒ f ' ( x ) = 5. x 4
b) f ( x) = x − 6 ⇒ f ' ( x) = (−6).x − 7
é f ' ( x) = n.x n −1 .
57
Exemplos:
Apresente a derivada de cada função:
Exemplo:
Apresente a derivada de cada função:
a ) f ( x) = 5 x ⇒ f ' ( x) = 5 x ln 5
b) f ( x) = e x ⇒ f ' ( x) = e x . ln e ⇔ f ' ( x) = e x
58
1
a ) f ( x) = log 7 ( x) ⇒ f ' ( x) =
x. ln 7
1 1
b) f ( x) = log e ( x) ⇒ f ' ( x) = ⇔ f ' ( x) =
x. ln e x
Função cosseno
A derivada da função cosseno é o oposto da função seno.
f(x) = cos x => f’(x) = - sen x
Função tangente
f ( x) = tgx ⇒ f ' ( x) = sec ²( x)
Função cotangente
f ( x) = cot gx ⇒ f ' ( x) = − cos ec ²( x)
Função secante
f ( x) = sec x ⇒ f ' ( x) = sec( x).tg ( x)
Função cossecante
f ( x) = cos ecx ⇒ f ' ( x) = − cos ec( x). cot g ( x)
59
3.5 Propriedades operatórias das derivadas
3.5.1 Soma
Explicação: A derivada da soma é a soma das derivadas.
Se f e g são funções diferenciáveis de x, então:
h( x ) = f ( x ) + g ( x ) ⇒ h' ( x ) =
d
[ f ( x) + g ( x)] = f ' ( x) + g ' ( x)
dx
Exemplos:
Apresente a derivada de cada função:
a) f(x) = 13 x³ + 2x² + x
=> f’(x) = 13. 3. x² + 2. 2. x + 1 = 39 x² + 4x + 1
b) f(x) = x³ + sen(x) + 7
=> f’(x) = 3.x² + cos(x) + 0 = 3x² + cos(x)
3.5.2 Diferença
Explicação: A derivada da diferença é a diferença das derivadas.
Se f e g são funções diferenciáveis de x, então:
h( x ) = f ( x ) − g ( x ) ⇒ h' ( x ) =
d
[ f ( x) − g ( x)] = f ' ( x) − g ' ( x)
dx
Exemplos:
Apresente a derivada de cada função:
a) f(x) = 5 x³ - 2x²
=> f’(x) = 5. 3. x² - 2. 2. x = 15 x² - 4x
b) f(x) = x³ - cos(x) - 7
=> f’(x) = 3.x² - [-sen(x)] - 0 = 3x² + sen(x)
3.5.3 Produto
Explicação: A derivada do produto de duas funções é igual ao produto da derivada da
primeira função pela segunda função mais o produto da primeira função pela derivada
da segunda função.
60
Se f e g são funções diferenciáveis de x, então:
h( x) = f ( x).g ( x) ⇒ h' ( x) =
d
[ f ( x).g ( x)] = f ' ( x).g ( x) + f ( x).g ' ( x)
dx
Exemplos:
Apresente a derivada de cada função:
a) f(x) = 5 x³ . sen(x)
=> f’(x) = 5. 3. x² . sen(x) + 5x³ . cos(x) = 15 x².sen(x) + 5x³.cos(x)
b) f(x) = x² . tg(x)
=> f’(x) = 2.x . tg(x) + x² . sec²(x)
3.5.4 Quociente
Explicação: A derivada do quociente de duas funções é igual o produto do
denominador pela derivada do numerador menos o produto do numerador pela
derivada do denominador, tudo dividido pelo quadrado do denominador.
Se f e g são funções diferenciáveis de x, então:
Exemplo:
Apresente a derivada da função:
sen( x) cos( x). cos( x) − sen( x).[− sen( x)]
f ( x) = ⇒ f ' ( x) =
cos( x) cos ²( x)
cos ²( x) + sen²( x) 1
⇔ f ' ( x) = = = sec ²( x)
cos ²( x) cos ²( x)
Conclusão
Neste bloco, estudamos a derivada como taxa de variação comparando gráficos e
tabelas da função, definindo a derivada de uma função, analisando a inclinação de
uma curva. Conhecemos também as retas secante e tangente em relação ao gráfico da
função, as derivadas de algumas funções elementares e as propriedades operatórias
das derivadas para ser possível realizar os cálculos necessários.
61
Referências
BOULOS, P. Cálculo diferencial e integral. São Paulo: Makron Books, 1999. v. 1.
IEZZI, G.; DOLCE, O.; TEIXEIRA, J. C.; MACHADO, N. J.; GOULART, M. C.; CASTRO, L. R. S.;
MACHADO, A. S. Matemática. São Paulo: Atual, 1995.
LEITHOLD, L. O cálculo com geometria analítica. Tradução de Cyro de Carvalho
Patarra. 3. ed. São Paulo: Harbra, 1994
Estudando um caso:
Dadas as funções f(x) = 2 x + 5 e g(x) = x² - x + 1, calcule:
a) f (g(x))
Para desenvolver esse problema, iniciamos substituindo o g(x):
62
f(x² - x + 1) = 2 . ( x² - x + 1) + 5 = 2x² - 2x + 2 + 5 = 2 x² - 2 x + 7
Sendo assim, f(g(x)) = 2 x² - 2 x + 7
b) g o f
Importante lembrar que g o f é a mesma coisa que g(f(x)), sendo assim:
g(f(x)) = g (2x + 5) = (2x+5)² - (2x + 5) + 1 = 4x² + 20x + 25 – 2x – 5 + 1 = 4 x² + 18 x + 21
Portanto, (g o f) (x) = 4 x² + 18 x + 21
Isso significa que uma função pode ser definida em termos de outras funções, isto é,
pela composição dessas funções. Daí o nome função composta.
Exemplos
Calcule a derivada de h(x) = sen (7 – 2x)
Resolução:
É importante reparar que h(x) é uma função composta, onde temos:
f(x) = sen (x) e g(x) = 7 – 2 x, sendo h(x) = f(g(x))
Para um caso como esse, aplicamos a Regra da Cadeia.
h’(x) = f’(g(x)) . g’(x)
Onde desenvolvemos da seguinte forma:
f(x) = sen (x) f’(x) = cos (x)
63
g(x) = 7 – 2 x g’(x) = -2
Agora, temos:
h(x) = sen (7 – 2x) h’(x) = [cos (7 - 2x)] . (-2) = -2 . cos (7 – 2x)
Lembrando que trabalhamos de fora para dentro, onde diferenciamos a função de fora f (na
função de dentro g) e então multiplicamos pela derivada da função de dentro.
c) y = cos (tg x)
u = tg x e z = cos u
u’(x) = sec ² x
z’(u) = - sen u
y’ = z’(u) . u’(x) = - sen (tgx) . sec ² x
d) g ( x) = x ² − 7 x
1
u = x² - 7x e z= u =u 2
u’(x) = 2 x -7
1
1 − 1 1
z ' (u ) = .u 2 = 1
=
2 2
2. u
2.u
64
1 2x − 7
g’(x) = z’(u) . u’(x) = .(2 x − 7) =
2. x ² − 7 x 2. x ² − 7 x
.
4.2 Derivada da Função Inversa
Compreender a regra que determina a derivada de uma função inversa como
ferramenta para derivar outra função, quando a mesma possui inversa.
Seja y = y(x) uma função inversível, derivável no ponto x, onde y’(x) ≠ 0.
Temos que a função inversa é representada por x = x(y), é derivável no ponto y, sendo
y = y(x), e calculemos a sua derivada como:
∆x 1
=
∆y ∆y
∆x
Como y = y(x) é derivável e y’(x) ≠ 0, temos:
∆x 1 1 1
x' ( y ) = lim = lim = =
∆y →0 ∆y ∆x →0 ∆y ∆y y ' ( x)
lim
∆x ∆x → 0 ∆x
1
⇔ x' ( y ) =
y ' ( x)
Exemplo
Seja a função y = 5x – 7, apresente a derivada da sua inversa.
Resolução:
65
Apresente a derivada da função a seguir: y = x
5
66
4.3 Regra de L’Hôpital
Compreender a regra de L’Hôpital como ferramenta para calcular o limite de função
racional nos casos onde há indeterminação do tipo zero sobre zero ou infinito sobre
infinito.
Sejam f e g funções deriváveis num intervalo ou união de intervalos I, com g’(x) ≠ 0,
para qualquer x Є I.
Exemplos:
67
68
4.4 Derivadas Superiores
Compreenda que se existir uma função diferenciável, então a sua derivada também é
uma função. Se f for uma função diferenciável, então sua derivada f’ é também uma
função, logo f’ poderia ter sua própria derivada, denotada por (f’)’=f’’.
Pela notação de Leibniz, temos:
d dy d ² y
= = D ² f ( x)
dx dx dx ²
É chamada de derivada segunda!
A derivada terceira f’’’ é a derivada da derivada segunda:
f‘’’ = (f’’)’
d d² y d³y
f ' ' ' ( x) = = = D ³ f ( x)
dx dx ² dx ³
O processo pode ser contínuo, onde a derivada n-ésima de f é denotada por:
dny
y ( n ) = f ( n ) ( x) = n
= D n f ( x)
dx
Exemplos:
Se f(x) = x. cos (x), determine f’’(x).
69
70
f ( n ) ( x) = (−1) n .n.(n − 1).(n − 2)...2.1.x − ( n +1)
ou
(−1) n .n!
f ( n ) ( x) =
x n +1
y = x³ + 1 ou y = x.sen( x)
Em geral, y = f(x).
Exemplos:
Encontre y’ para x³ + 2 x = 2 y³ + y² - 2.
Resolução:
F(x) = x³ + 2x e G(x) = 2y³ + y² - 2
d d
( x ³ + 2 x) = (2 y ³ + y ² − 2)
dx dx ⇔ 3 x ² + 2 = 6 y ² y '+2 y. y '
⇔ 3 x ² + 2 = (6 y ² + 2 y ). y '
3x² + 2
⇔ y' =
6 y² + 2 y
71
Resolução:
Conclusão
Neste bloco, estudamos algumas regras de derivação que serão usadas ao longo do
curso. As regras estudadas foram: Regra da Cadeia para derivar função composta,
regra da função inversa e Regra de L’Hôpital. Ainda estudamos Derivadas Superiores e
Derivada da Função Implícita.
Referências
BOULOS, P. Cálculo diferencial e integral. São Paulo: Makron Books, 1999. v. 1.
IEZZI, G.; DOLCE, O.; TEIXEIRA, J. C.; MACHADO, N. J.; GOULART, M. C.; CASTRO, L. R. S.;
MACHADO, A. S. Matemática. São Paulo: Atual, 1995.
LEITHOLD, L. O cálculo com geometria analítica. Tradução de Cyro de Carvalho
Patarra. 3. ed. São Paulo: Harbra, 1994
STEWART, J. Cálculo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. v 1.
5 Neste bloco, estudaremos algumas aplicações das derivadas, onde será possível
compreender que a derivada contribui, entre outras ações, para identificar o intervalo
de crescimento e decrescimento de uma função, o máximo local e mínimo local. Na
sequência, a derivada segunda ajuda a identificação do formato do gráfico da função,
informando quando a concavidade do gráfico está para cima ou para baixo.
Em Física, a derivada é uma ferramenta para determinar a função velocidade e
aceleração, e na Economia é possível usá-la na análise das funções lucro, receita e
custo, com as funções marginais.
72
5.1 Significado do Sinal das Derivadas Primeira e Segunda
5.1.1 Sinal da Derivada Primeira – Crescimento e Decrescimento de uma função
O estudo sobre derivada de uma função indica que a mesma pode ser aplicada em
muitas áreas e situações. Neste momento, será possível compreender um pouco mais
sobre como analisar o desenvolvimento de uma função em um determinado intervalo.
Como f’(x) representa a inclinação da curva y = f(x) no ponto (x; f(x)), onde ela nos
informa a direção segundo a qual a curva segue em cada ponto. Assim, é razoável
esperar que a informação sobre f’(x) nos dê informações sobre f(x).
Observe a figura a seguir:
É possível identificar que entre A e B, assim como entre C e D, as retas tangentes têm
inclinação positiva (coeficiente angular), logo f’(x) > 0. Entre B e C, a reta tangente têm
inclinação negativa, portanto f’(x) < 0.
Dessa forma, suponhamos f derivável em todos os pontos de um intervalo I, temos
que:
• f'(x) > 0 para todo x do interior de I, então f é crescente em I.
• f'(x) < 0 para todo x do interior de I, então f é decrescente em I.
73
Sendo f’(x) > 0 para todo x real, logo, f é uma função crescente em R.
b) f(x) = - x³ - 2x
Resolução:
Realizando a derivada de f, temos:
f’(x) = - 3x² - 2.
Sendo f’(x) < 0 para todo x real, logo, f é uma função decrescente em R.
x³
c) f ( x) = + 2 x² − 5x + 1
3
Resolução:
Realizando a derivada de f, temos:
f'(x) = x² + 4 x – 5 = (x – 1).(x + 5)
Nesse caso, temos dois valores que tornam f’(x) = 0, ou seja, x = -5 e x = 1. Para esse
caso, podemos utilizar uma tabela para estudar a função:
Valores para x f'(x) f
x<-5 + (positiva) Crescente em ]-∞; -5[
-5<x<1 - (negativa) Decrescente em ]-5; 1[
x>1 + (positiva) Crescente em ]1; ∞[
74
Figura a Figura b
Seja f uma função com derivada segunda em um intervalo aberto I:
• se f’’(x) > 0 para todo x em I, então f é côncava para cima em I;
• se f’’(x) < 0 para todo x em I, então f é côncava para baixo em I.
75
Logo, o gráfico dessa curva tem concavidade para baixo, para x < 2/3, e concavidade
para cima, para x > 2/3.
76
Se f(x) é derivável em I, então os pontos extremos interiores de f(x) têm uma
caracterização importante: a tangente ao gráfico de f(x) em tais pontos deve ser
paralela ao eixo x, ou seja:
77
Para pontos críticos de f(x) que não são pontos de máximo local nem de mínimo local,
se x0 é um desses pontos, então a derivada primeira tem o mesmo sinal para valores
de x maiores e menores que x0, e x0 é denominado ponto de inflexão de f(x).
Exemplo:
Exemplo:
Para fabricar uma caixa sem tampa, utiliza-se um pedaço de cartolina quadrado de
lado 12 cm. Em cada canto da cartolina, deve-se recortar um quadradinho de lado x,
conforme mostra a figura a seguir. Determine o valor de x de modo que o volume da
caixa seja o máximo. Qual é o volume máximo?
78
Sendo assim, x = 2 cm é o ponto de máximo de V(x) no intervalo ]0; 6[.
E para x = 2, o volume máximo é:
V(2) = 144 . 2 – 48 . 2² + 4 . 2³ = 128 cm³
79
5.3 Derivada: Significado Cinemático
5.3.1 A velocidade como derivada
Estudando cinemática, é possível compreender que a posição de um ponto material
que se move sobre uma curva conhecida pode ser determinada em cada instante t
através da sua curvilínea S:
S (t ) − S (t0 ) ∆S
v(t0 ) = lim vm = lim = lim
∆t →0 t →t 0 t − t0 ∆t →0 ∆t
v( t0 ) = S ' (t0 )
Exemplo:
80
5.3.2 A aceleração como derivada
Para um ponto em movimento, a velocidade v pode variar de instante para instante,
ou seja, v é uma função do tempo t. A expressão v = v(t) é chamada equação da
velocidade do ponto.
Exemplo:
81
5.4 Funções Marginais
Algumas funções usadas na Economia como função receita (R), função custo (C),
função lucro (L), entre outras, são exemplos importantes para aplicarmos os conceitos
sobre derivadas de funções.
Importante lembrar: L = R – C
Os economistas se referem a lucro marginal, receita marginal e custo marginal como as
taxas de variação do lucro, da receita e do custo em relação ao número x de unidades
produzidas ou vendidas.
Exemplo:
Uma companhia estima que o custo (em reais) na produção de x itens é: C(x) = 2600 +
2x + 0,001 x².
Encontre o custo, o custo médio e o custo marginal da produção de 1000, 2000 e 3000
itens.
Resolução:
Custo: C(x) = 2600 + 2x + 0,001 x².
C(1000) = 5.600,00
C(2000) = 10.600,00
C(3000) = 17.600,00
82
Se o custo marginal for menor do que o custo médio, então é necessário produzir mais
para baixar o custo médio. Agora, se o custo marginal for maior que o custo médio,
então é preciso diminuir a produção para baixar o custo médio.
Aproveitando o mesmo exemplo: a que nível de produção será mais baixo o custo
médio? Qual o custo médio mínimo?
Resolução:
Se o custo médio for mínimo, então:
custo marginal = custo médio
83
Conclusão
Neste bloco, estudamos algumas aplicações de derivadas primeira e segunda.
Na primeira derivada, pudemos identificar em qual intervalo a função original cresce
ou decresce, os pontos críticos como máximos e mínimos locais de uma função.
Aplicando derivada na cinemática, determinamos a função velocidade ao derivar a
equação horária, e aceleração ao derivar a velocidade. Na Economia, vimos as funções
marginais após derivação das funções lucro, receita e custos.
Ainda nesse bloco, estudamos a derivada segunda, onde para uma melhor análise do
gráfico de uma função, pudemos identificar a concavidade sendo para cima ou para
baixo e o ponto de inflexão.
Referências
BOULOS, P. Cálculo diferencial e integral. São Paulo: Makron Books, 1999. v. 1.
IEZZI, G.; DOLCE, O.; TEIXEIRA, J. C.; MACHADO, N. J.; GOULART, M. C.; CASTRO, L. R. S.;
MACHADO, A. S. Matemática. São Paulo: Atual, 1995.
LEITHOLD, L. O cálculo com geometria analítica. Tradução de Cyro de Carvalho
Patarra. 3. ed. São Paulo: Harbra, 1994.
STEWART, J. Cálculo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. v 1.
84
6.1 Definição de Continuidade
Partindo do significado da palavra continuidade, podemos começar lembrando que o
processo contínuo é aquele que ocorre gradualmente, sem interrupção ou mudanças
abruptas.
Definição Matemática: uma função é contínua em um número a se:
lim f ( x) = f (a )
x→a
1
se x ≠ 0
f ( x) = x ²
1 se x = 0
Resolução:
1
lim f ( x) = lim
x →0 x →0
Nesse caso, f(0) = 1, mas x² não existe.
Logo, f é descontínua em 0.
x² − x − 2
se x ≠ 2
f ( x) = x − 2
1 se x = 2
Resolução:
x² − x − 2 ( x − 2).( x + 1)
lim f ( x) = lim = lim = lim( x + 1) = 3
x→2 x→2 x−2 x→2 x−2 x→2
lim f ( x) ≠ f (2)
x→2
86
6.2 Propriedades
Se f e g forem contínuas em a e se c for uma constante, então as seguintes funções são
contínuas, também em a:
1. f + g (soma de funções contínuas)
87
f
5. g se g(a) ≠ 0 (quociente de funções contínuas)
Nesse caso, f não é derivável no domínio da função, pois x não pode ser zero.
Logo, f é contínua em R, mas não é derivável quando x é 0.
88
6.3 Teoremas
6.3.1 Teorema de Bolzano
Se f é uma função contínua em [a; b], onde f(a) e f(b) têm sinais contrários, então
existe (pelo menos) um ponto c de [a; b] tal que f(c) = 0.
Pelo ponto de vista geométrico, temos:
Para os pontos A = (a; f(a)) e B = (b; f(b)), onde f(a) e f(b) possuem sinais contrários no
plano cartesiano, temos:
Exemplo: A velocidade de uma partícula é dada por v(t) = 2t³ - 2t² - 1 . Mostre que
existe um instante entre 1 e 2 no qual a velocidade se anula.
Resolução:
Como v(1) = 2. 1³ - 2. 1² - 1 = - 1, sendo v(1) < 0, agora calculando v(2)
89
v(2) = 2. 2³ - 2. 2² - 1 = 7, sendo v(2) > 0, onde v é uma função contínua, de acordo com
o Teorema de Bolzano, existe c, com 1 < c < 2, tal que v(c) = 0.
Como uma função contínua não possui nenhum buraco e nem quebras, é fácil
compreender que o Teorema do Valor Intermediário é verdadeiro.
Uma das aplicações do Teorema do Valor Intermediário é a localização das raízes de
equações.
90
Exemplo:
Para a equação 4x³ - 6x² + 3x – 2 = 0, existe uma raiz entre 1 e 2?
Resolução:
f(x) = 4x³ - 6x² + 3x – 2
f(1) = 4. 1³ - 6. 1² + 3. 1 – 2 = -1, onde f(1) < 0
f(2) = 4.2³ - 6.2² + 3.2 – 2 = 12, onde f(2) > 0
Para n = 0 que está entre f(1) e f(2), pelo Teorema do Valor Intermediário existe c,
onde 1 < c < 2, que determina f(c) = n = 0.
Logo, a equação 4x³ - 6x² + 3x – 2 = 0 possui, pelo menos, uma raiz c no intervalo ]1; 2[.
Pela ilustração gráfica, temos que t é uma reta tangente ao gráfico de f, paralela à reta
AB. Temos pela interpretação geométrica da derivada, que a inclinação da reta t é f’(c),
a qual, por serem t e AB paralelas, é igual à inclinação de AB, ou seja:
f (b) − f (a )
f’(c) = inclinação da reta t = inclinação da reta AB = .
b−a
91
Em representação geométrica, se f é uma função contínua em [a; b], seu gráfico deve
ser uma curva contínua nesse intervalo, e se ela for derivável em ]a; b[, seu gráfico
deve ser uma curva suave nesse outro.
Exemplo:
A função horária de um movimento é dada por s(t) = t³ - 3t² + 1. Em quais instantes do
intervalo de tempo [0; 1] a velocidade média nesse intervalo é atingida pela velocidade
escalar?
Resolução:
Sendo a função velocidade a derivada da função horária, temos:
v(t) = s’(t) = 3t² - 6t
Pelo Teorema do Valor Médio, temos:
s (1) − s (0)
s ' (t ) =
1− 0
Desenvolvemos:
(−1) − 1
3t ² − 6t = ⇔ 3t ² − 6t = −2
1− 0
⇔ 3t ² − 6t + 2 = 0
3 3
Resolvemos a equação, encontramos t = 1 + e t = 1− , como o valor para t
3 3
3
precisa pertencer ao intervalo [0; 1], o único valor no qual t pode assumir é t = 1 − .
3
3
Portanto, para t = 1 − a velocidade média no intervalo [0; 1] atinge a velocidade
3
escalar.
92
lim g ( x) = g (a )
x→a
Sendo f contínua em b = g(a), podemos indicar pela definição de função contínua que:
lim f ( g ( x)) = f ( g (a ))
x→a
Exemplo:
Verifique se a função h(x) = sen(x²) é contínua em R.
Resolução:
Para h(x) = sen(x²), temos que g(x) = x² e f(x) = sen x.
Por ser g(x) = x², não existe nenhum valor real que torna g descontínua, ou seja, g é
contínua em R.
lim g ( x) = g (a ) ⇒ lim x ² = a ²
x→a x→a
Para f(x) = sen x, o caso não é diferente de g, pois para qualquer valor atribuído para x
existe sen x. Onde g(a) = a², temos h(x) = sen(x²) h(a) = sen(a²)
lim h( x)) = h(a )
x→a
Conclusão
Neste bloco, estudamos a definição de continuidade, onde foi possível identificar
quando uma função é contínua ou descontínua em determinado intervalo I.
Conhecemos as propriedades, como soma de funções contínuas, diferença de funções
contínuas, produto de funções contínuas, produto de constante com função contínua e
quociente de funções contínuas.
Conhecemos os teoremas: Teorema de Bolzano, Teorema de Weierstrass, Teorema do
Valor Intermediário, Teorema do Valor Médio e Teorema da Função Composta. E
concluímos com uma aula interativa para ser possível resolver uma situação-problema
com o uso dos conceitos estudados.
93
Referências
BOULOS, P. Cálculo diferencial e integral. São Paulo: Makron Books, 1999. v. 1.
IEZZI, G.; DOLCE, O.; TEIXEIRA, J. C.; MACHADO, N. J.; GOULART, M. C.; CASTRO, L. R. S.;
MACHADO, A. S. Matemática. São Paulo: Atual, 1995.
LEITHOLD, L. O cálculo com geometria analítica. Tradução de Cyro de Carvalho
Patarra. 3. ed. São Paulo: Harbra, 1994.
STEWART, J. Cálculo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. v 1.
94