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Apostila Prof Julio
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DIREITO PENAL
MARCELO UZEDA
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, Posse (objetividade jurídica imediata,
coisa alheia móvel: primária) - é a exteriorização dos
direitos de propriedade (situação de fato
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e estabelecida entre o sujeito e o direito
multa. de usar, gozar e dispor de seus bens),
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se abrangendo a detenção (para alguns
autores). É necessário que a posse seja
o crime é praticado durante o repouso noturno.
legítima; e
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode Propriedade (objetividade jurídica mediata,
substituir a pena de reclusão pela de detenção, secundária) - é o conjunto dos direitos
diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar inerentes ao uso, gozo e disposição dos bens.
somente a pena de multa. 2. SUJEITOS DO DELITO
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• Pode haver furto de coisa comum (art. mecânica, térmica, sonora, radiante, atômica,
156, CP). genética - não humana - ex.: touro reprodutor).
• Pode trata-se de exercício arbitrário das Exposição de motivos (item 56) é "toda energia
próprias razões (art. 346 do CP): "tirar" economicamente utilizável e suscetível de
"coisa própria que se acha em poder de incidir no poder de disposição material e
terceiro por convenção". exclusiva de um indivíduo".
5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
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STJ: O tipo penal classificado como furto hostilidade) da coisa, ainda que por curto
consuma-se no momento, ainda que breve, no período de tempo, submetendo-a ao próprio
qual o agente se torna possuidor da res, não se poder autônomo de disposição.
mostrando necessária a posse tranquila.
A tentativa é admissível.
Segundo lição do Ministro Moreira Alves, no
voto condutor do RE n. 102.490/SP, há quatro Para a 1ª corrente: quando o sujeito
teorias que explicam a consumação dos tipos não consegue, por circunstâncias
do roubo e do furto. Pela teoria da contrectatio, alheias à sua vontade, retirar o objeto
a consumação se dá com o simples contato material da esfera de proteção e
entre o agente a coisa alheia. vigilância da vítima, submetendo-a à
sua própria disponibilidade.
Pela apprehensio ou amotio, a consumação se
dá quando a coisa passa para o poder do Para a 2ª Corrente: quando o sujeito,
agente. após retirar a coisa da esfera de
disponibilidade, não consegue ter a
Na ablatio, a consumação se dá quando a posse tranquila.
coisa, além de apreendida, é transportada de
um lugar para outro e, Súmula 145 do STF: Flagrante provocado (ou
preparado) - se a consumação do crime é
finalmente, na illatio, a consumação se dá impossível pela preparação do flagrante, não
quando a coisa é transportada ao local há crime.
desejado pelo agente para tê-la a salvo.
A existência de monitoramento pela segurança
O art. 155 do Código Penal traz como verbo- através de circuito interno de tevê não torna o
núcleo do tipo penal do delito de furto a ação crime impossível - possibilidade de tentativa.
de "subtrair"; pode-se concluir que o direito
brasileiro adotou a TEORIA DA C) CAUSA DE AUMENTO DE PENA
APPREHENSIO OU AMOTIO, em que os DE 1/3 RELATIVA AO REPOUSO
delitos de roubo ou de furto se consumam NOTURNO (§1º)
quando a coisa subtraída passa para o poder é o período destinado ao descanso, de
do agente, mesmo que num curto espaço de recolhimento dedicado ao repouso, de
tempo, independentemente de a res acordo com os costumes do local .
permanecer sob sua posse tranquila.
Deve ser à noite (período de ausência
(AgRg no REsp 1226382/RS,, SEXTA TURMA, de luz solar natural).
DJe 13/10/2011)
Só se aplica para o furto simples
Divide-se a doutrina entre duas posições: (posição topográfica). Não pode incidir
1ª Corrente (majoritária nos tribunais no furto qualificado.
superiores): O furto se consuma quando a Para o STJ, é irrelevante o fato de se
coisa sai da esfera de posse e disponibilidade tratar de estabelecimento comercial ou
do sujeito passivo, ingressando na do agente, de residência, habitada ou desabitada,
ainda que este não tenha tido a posse tranquila bem de a vítima estar ou não
da coisa. (REsp 668857/RS). efetivamente repousando.
2ª Corrente: A consumação do furto somente D) FURTO PRIVILEGIADO (§2º)
com a posse tranquila (sossegada, a salvo da
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(REsp 1395838/SP, QUINTA TURMA, julgado No estelionato, a fraude faz que a vítima incida
em 20/05/2014, DJe 28/05/2014) em erro e é empregada para obter o seu
consentimento.
2. Com abuso de confiança:
STJ: o furto mediante fraude não se confunde
O abuso se verifica quando há um especial com o estelionato. Segundo Damásio, "[n]o
vínculo subjetivo de confiança depositado pela furto, a fraude ilude a vigilância do ofendido,
vítima no agente. que, por isso, não tem conhecimento de que o
objeto material está saindo da esfera de seu
A mera relação de emprego não caracteriza
confiança, mas pode incidir a agravante patrimônio e ingressando na disponibilidade do
genérica das relações domésticas, de sujeito ativo. No estelionato, ao contrário, a
coabitação ou de hospitalidade (art. 61, II, “f”, fraude visa a permitir que a vítima incida em
CP). erro.
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o agente se vale de uma especial habilidade utilizado como dispositivo para abrir fechadura,
manual para retirar a coisa da vítima sem que incluindo gazuas, mixas, arames, etc. II. O uso
ela perceba (“mão-leve”). de "mixa", na tentativa de acionar o motor de
automóvel, caracteriza a qualificadora do inciso
Se a própria vítima perceber a subtração, não III do § 4º do art. 155 do Código Penal.
há que se falar em destreza. Não há tentativa (19/06/2007).
de furto qualificado por destreza se é
surpreendido pela própria vítima. (prova do CESPE)
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De acordo com a doutrina majoritária, não A arma pode ser própria ou imprópria.
admite a tentativa.
A arma própria é aquela cujo destino específico
Se o sujeito emprega violência contra a pessoa é o ataque ou a defesa (exemplos: a arma de
ou grave ameaça, e o delito está consumado. fogo, o punhal, o canivete).
Não se exige resultado naturalístico. Se não
emprega esses meios de execução logo depois A arma imprópria é qualquer artefato que sirva
da subtração, permanece o fato como furto para agredir (pedaço de madeira, caco de
tentado ou consumado. Nesse mesmo sentido, vidro).
o STJ e o STF. Não basta estar com a arma, deve-se
7. CONCURSO DE CRIMES: empregá-la efetivamente (empunhá-la ou
simplesmente mostrá-la para caracterizar a
Se houver o roubo com subtração de grave ameaça).
bens de várias pessoas num mesmo
contexto fático, mediante uma ameaça, O fundamento da majoração do crime
a opinião majoritária é que isso de roubo com o uso de arma é pela
configura concurso formal de crimes. maior ofensividade/potencialidade
lesiva da arma.
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No que tange à arma de brinquedo, não enquanto que o roubo não se qualifica
há dúvida de que esta serve para pela posse da arma e sim pelo emprego
caracterizar a grave ameaça típica do desta.
roubo, mas a súmula nº 174 do STJ foi
cancelada, logo, o sujeito que usa arma C) vítima em serviço de Transportes de
de brinquedo responde somente pelo Valores e o agente conhece essa
roubo simples, já que brinquedo não circunstância
tem qualquer potencialidade lesiva. O agente tem que saber que a vítima
De acordo com a jurisprudência dos transporta valores.
tribunais superiores, há a inversão do os criminosos têm como alvo empresas
ônus da prova, cabendo ao acusado especializadas com carro próprio,
demonstrar que não havia através de malote. O assalto a carro-
potencialidade lesiva. forte é um exemplo típico.
STJ e STF: prescindível a perícia da Ex.: a vítima vende jóias e o sujeito
arma, se houver outros elementos
ativo conhece que o mesmo transporta
probatórios suficientes a atestar a diretamente as jóias.
potencialidade lesiva.
D) Roubo de veículo automotor
A apreensão da arma utilizada no crime
é dispensável, se seu emprego é Se a subtração for de veiculo automotor que
confirmado por outras provas venha a ser transportado para outro estado ou
(HC 93946 / RS). para o exterior.
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STJ: No crime de extorsão, a entrega do bem de fazer ou tolera que se faça alguma
ocorre mediante o emprego de violência ou de coisa.
grave ameaça. A vítima não age iludida: faz ou
deixa de fazer alguma coisa motivada pelo • A tentativa é admissível. Se o sujeito
constrangimento a que é exposta. Ao revés, no passivo não realiza a conduta
estelionato o prejuízo resulta de artifício, ardil, pretendida pelo sujeito ativo.
ou qualquer outro meio fraudulento capaz de • O momento do recebimento da
induzir em erro a vítima. vantagem após o constrangimento é
O caso em apreço melhor se subsume, em fase de exaurimento da extorsão.
princípio, ao crime de extorsão, pois o 9. Causa de Aumento de Pena:
interlocutor teria, por meio de ligação
telefônica, simulado o sequestro da irmã da • art. 158, § 1º, do CP: se o crime é
vítima, exigindo o depósito de determinada cometido por duas ou mais pessoas, ou
quantia em dinheiro sob o pretexto de matá-la, com emprego de arma, aumenta-se a
tudo a revelar que o sujeito passivo do delito pena de um terço até metade.
em momento algum agiu iludido, mas sim em
razão da grave ameaça suportada. 10. Figuras Típicas Qualificadas:
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• Art. 1º, inc. IV, da Lei n. 8.072/90 (Lei • Segundo a maioria da doutrina,
dos Crimes Hediondos): todas as “qualquer vantagem” deve ser
formas de extorsão mediante sequestro, entendida como vantagem econômica
da simples às qualificadas, são (crime contra o patrimônio).
consideradas crimes hediondos.
• “Condição" é algo que se exige a fim de
• 2. Sujeitos do Delito: que liberte o sujeito passivo.
• O sujeito ativo pode ser qualquer • “Preço” é o valor exigido a fim de que
pessoa - crime comum. se libere o sequestrado.
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Exs.: cheque sem fundos, documento falso, Pena - detenção, de um a seis meses, ou
confissão da prática de delito etc. multa.
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III. Contra o patrimônio da União, Estado, Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel,
Município, empresa concessionária de serviços de que tem a posse ou a detenção:
públicos ou sociedade de economia mista (pela Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
qualidade da coisa);
§ 1º - A pena é aumentada de um terço,
Controvérsia: preso que danifica cela a fim de quando o agente recebeu a coisa:
fugir.
I - em depósito necessário;
1ª Corrente – Responde por dano qualificado
(Damásio). O dano não exige o chamado dolo II - na qualidade de tutor, curador, síndico,
específico, que se manifesta no animus liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
nocendi. depositário judicial;
2ª Corrente - Não responde por delito de dano III - em razão de ofício, emprego ou
qualificado, pois considera-se que o crime de profissão.
dano exige o dolo específico, ausente na
conduta do preso que danifica a cela a fim de • 1. CONCEITO E OBJETIVIDADE
alcançar a liberdade. JURÍDICA
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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e Trata-se de crime instantâneo, que se consuma
multa. no momento em que decorre o prazo e o
responsável deixa de repassar a contribuição.
1. CONCEITO - Não levar a efeito o repasse
das contribuições previamente recolhidas dos Por ser crime omissivo próprio, não admite a
contribuintes aos cofres da Previdência Social. tentativa. Para Bitencourt, cabe tentativa se o
sujeito inverte o título da posse (dispõe do
2. BEM JURÍDICO TUTELADO valor).
Tutela-se o patrimônio da seguridade 7. PENA E AÇÃO PENAL
social.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa.
3. SUJEITOS DO CRIME A ação penal e pública incondicionada.
A) SUJEITO ATIVO - É o substituto tributário, FORMAS EQUIPARADAS
aquele que tem a obrigação legal de repassar à
Previdência as contribuições recolhidas. § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar
de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Trata-se de crime próprio praticado pelo sócio
administrador ou gerente ou diretor de agentes I – recolher, no prazo legal, contribuição ou
ligados à rede bancária ou qualquer outro outra importância destinada à previdência
estabelecimento autorizado a receber social que tenha sido descontada de
contribuições. pagamento efetuado a segurados, a terceiros
ou arrecadada do público;
B) SUJEITO PASSIVO É Estado (INSS -
Instituto Nacional do Seguro Social). O sujeito ativo é o empresário que omite o
recolhimento de contribuição ou importância
4. TIPO OBJETIVO descontada de pagamentos feitos a segurados,
A) NÚCLEO: “deixar de repassar” (conduta a terceiros (empresas ou cooperativas) ou ao
omissiva) B) OBJETO MATERIAL: público (de concursos prognósticos.
contribuições sociais recolhidas dos II – recolher contribuições devidas à
contribuintes. C) ELEMENTO NORMATIVO: previdência social que tenham integrado
“no prazo e na forma legal ou convencional” despesas contábeis ou custos relativos à
(norma penal em branco). venda de produtos ou à prestação de serviços;
5. TIPO SUBJETIVO III - pagar benefício devido a segurado, quando
É o dolo de abster-se de repassar à Receita as respectivas cotas ou valores já tiverem sido
Previdenciária as contribuições recolhidas dos reembolsados à empresa pela previdência
contribuintes. Não há necessidade de animus social.
rem sibi habendi. Não há previsão de • A única hipótese aplicável ao inciso III é
modalidade culposa. o salário-família (art. 68, da Lei 8213/91
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA e Lei 9876/99).
EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE
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É hipótese de arrependimento posterior com SUJEITO ATIVO – pode ser qualquer pessoa.
efeito de causa extintiva de punibilidade, desde SUJEITO PASSIVO – é qualquer pessoa
que praticada a conduta antes do início da determinada (proprietário, possuidor ou
fiscalização. qualquer prejudicado).
PERDÃO JUDICIAL Se for um numero indeterminado de pessoas,
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena pode caracterizar crime contra a economia
ou aplicar somente a de multa se o agente for popular ou contra as relações de consumo.
primário e de bons antecedentes, desde que: 3. TIPO OBJETIVO
I – tenha promovido, após o início da ação
A) NÚCLEO
fiscal e antes de oferecida a denúncia, o
pagamento da contribuição social Obter significa alcançar, adquirir.
previdenciária, inclusive acessórios; ou
B) OBJETO MATERIAL
II – o valor das contribuições devidas, inclusive
acessórios, seja igual ou inferior àquele Vantagem indevida (Bens móveis, imóveis,
estabelecido pela previdência social, direitos etc) em prejuízo alheio.
administrativamente, como sendo o mínimo
C) MEIOS DE EXECUÇÃO
para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
Induzir - fazer nascer o erro (conduta
ESTELIONATO
comissivo) ou Manter – sabe que a vítima está
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, em erro e a mantém nessa situação,
vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo aproveitando-se para obter a vantagem.
ou mantendo alguém em erro, mediante
Em erro (falsa representação da realidade)
artifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento: Artifício – produto de arte (aspecto material) –
palavras, gestos, atos. Pode ser ostensivo ou
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e
tácito, explícito ou implícito.
multa.
Ardil – manha, sutileza, reticência maliciosa
1. CONCEITO e BEM JURÍDICO TUTELADO
(aspecto intelectual) – dirige-se a psiqué, ao
“Stellio” significa camaleão. Estelionato é a intelecto, ao sentimento ou à lógica.
conduta dirigida a obtenção de vantagem
4. TIPO SUBJETIVO
indevida (para si ou para terceiro)em prejuízo
alheio, sendo que a vítima é induzida ou É o dolo (animus fraus), vontade livre e
mantida em erro pelo sujeito ativo, que, para consciente de obter a vantagem ilícita em
tanto, se utiliza de fraude (artifício ou ardil).
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§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: VI - emite cheque, sem suficiente provisão de
fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o
pagamento.
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industrial, coisa que deve saber ser produto de 4. SUJEITO ATIVO - É o comerciante ou
crime: industrial (crime próprio) “no exercício de
atividade comercial ou industrial”.
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
5. SUJEITO PASSIVO – qualquer pessoa física
1. CONCEITO - Além das cinco condutas ou jurídica.
descritas no caput, pune-se o comerciante ou
industrial que praticar as condutas de: 6. TIPO SUBJETIVO – dolo eventual “deve
saber que é produto de crime” .
Ter em depósito – armazenar, guardar, manter,
conservar (crime permanente). 7. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Desmontar – separar as peças existentes, Crime material – consuma-se com prática das
desencaixar. condutas descritas recaindo sobre a coisa que
deve saber ser produto de crime.
Montar – juntar as peças que se encontravam
separadas do todo, de modo a permitir o 8. PENA E AÇÃO PENAL
funcionamento da coisa.
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
Expor à venda – exibir, mostrar com a
finalidade de transferi-la a terceiro. RECEPTAÇÃO CULPOSA
Utilizar, de qualquer forma, em proveito próprio § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua
ou alheio – usar, empregar, fazer uso, valer-se. natureza ou pela desproporção entre o valor e
o preço, ou pela condição de quem a oferece,
Remontar – montar novamente, consertando-o, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
reparando-o.
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou
Vender – transferir o domínio a outrem multa, ou ambas as penas.
mediante pagamento.
1. CONCEITO - Exceção aos tipos
2. OBJETO MATERIAL culposos, que em regra são abertos, o
§3º do artigo 180, é um tipo fechado,
Coisa móvel que o agente DEVE SABER que é descrevendo de forma pormenorizada a
produto de crime. Exige-se a pratica de crime conduta do agente.
anterior.
2. OBJETO MATERIAL
Exclui-se a coisa oriunda de contravenção
penal. É a coisa móvel que deve presumir-se obtida
por meio criminoso:
Cláusula de equiparação (§2º)
por sua natureza – características peculiares
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para (ex.: peças, acessórios de carro etc)
efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de
comércio irregular ou clandestino, inclusive o pela desproporção entre o valor e o preço – há
exercício em residência. (Redação dada pela indício da origem criminosa.
Lei nº 9.426, de 1996)
pela condição de quem a oferece – condição,
3. BEM JURÍDICO TUTELADO – patrimônio. aparência, idade, conduta social.
3. TIPO SUBJETIVO
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Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, Não há exclusão do crime, mas por razão de
pode o juiz, tendo em consideração as política criminal, levando-se em conta motivos
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. de ordem utilitária e baseando-se na
circunstância de existirem laços familiares ou
PRIVILÉGIO (§ 5º, segunda parte) afetivos entre os envolvidos, não se pune o fato
típico, antijurídico e culpável.
Na receptação dolosa aplica-se o disposto no §
2º do art. 155. As escusas absolutórias têm caráter pessoal,
ou seja, são incomunicáveis a terceiros
AUTONOMIA DA RECEPTAÇÃO
estranhos aos laços de família ou afetivos.
4º - A receptação é punível, ainda que
Impedem, inclusive, a instauração de inquérito
desconhecido ou isento de pena o autor do
policial, salvo se houver crime conexo que
crime de que proveio a coisa.
atinja outro bem jurídico (ex.: falso - não
AUMENTO DE PENA ou FORMA incidirá sobre este a escusa absolutória).
QUALIFICADA
HIPÓTESES LEGAIS:
§ 6º - Tratando-se de bens e instalações do
I - do cônjuge, na constância da sociedade
patrimônio da União, Estado, Município,
conjugal;
empresa concessionária de serviços públicos
ou sociedade de economia mista, a pena Marco inicial: declaração formal de casamento
prevista no caput deste artigo aplica-se em (art.1514, CC).
dobro.
Marco Final: dissolução do casamento (art.
• Só se aplica à figura do caput, não 1571):
alcançando a figura qualificada.
Morte de um dos cônjuges;
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