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BRUNO RENAN PAZ DA SILVA

NÚMERO DE MATRÍCULA: 299016

POLO: GUARATINGUETÁ

MÓDULO: Ministério Pastoral

PRIMEIRA ETAPA:

09 Agosto: Fomos introduzidos ao estudo do ministério pastoral através das quatro definições
do ser humano a partir do pensamento de Brakemeier. São elas: a primeira (cosmológica) foi
a mudança da cosmovisão geocêntrica para a heliocêntrica proposta por Nicolau Copérnico; a
segunda (biológica) com a teoria da evolução de Charles Darwin; a terceira foi o estudo do
“eu” a partir da psicanálise e a quarta a descoberta do genoma humano. Na sociedade atual
podemos observar que as pessoas passaram a serem enxergadas como números que compõe
um sistema (comercial), muitas vezes relativizando o “eu” e diminuindo a importância da
dignidade humana. Nesse quesito é importante observar a importância do cristianismo e do
resgate da “imagem de Deus”, ao devolver as pessoas a qualidade humana.

O conceito de pastor tem origem na antiguidade conforme observamos no antigo testamento.


Inicialmente esse conceito era atribuído a Deus; o Deus bíblico era responsável por conduzir
(nahag) o povo de acordo com a sua vontade soberana, por cuidar (darash) e apascentar
(ra’ah) a nação. Posteriormente Iahweh escolheria outras figuras que cumpririam esse papel
frente ao povo, como o exemplo de Moisés, que conduziu o povo na travessia do deserto. No
novo testamento o pastoreio se inicia através de Jesus, aquele que pastoreou e discipulou
enquanto caminhou na terra. Após sua ida e com o início da igreja primitiva começam a surgir
líderes/chefes nessas comunidades (os primeiros pastores) e posteriormente as figuras dos
presbíteros e diáconos.

16 Agosto: Para compreender a vocação pastoral a luz do evangelho é preciso compreender


como ela se relaciona com as características esperadas no ministério pastoral. O primeiro é a
vocação para a identidade pastoral; embora a sociedade viva uma crise de identidade existe
uma imagem esperada de um pastor, um modelo “ideal” o qual as comunidades cristãs
esperam. O segundo é a vocação para a autoridade. Embora uma parte da autoridade esteja
associada a função institucional do pastor dentro de uma igreja, é notório que a autoridade que
vem através do carisma pessoal tem um poder maior de influenciar a comunidade para o
crescimento. Em terceiro, a vocação para as emoções e pensamentos, que seria a capacidade
de empatizar com as pessoas, de se deixar tocar, mas também a capacidade de manter suas
próprias emoções sobre controle. Em quarto lugar a vocação para a espiritualidade e sua
vinculação com a ética; uma capacidade de se manter centrado e em coerência com aquilo que
se crê, é cuidar daquilo que acontece dentro de si sem se esquecer de impactar as demais
pessoas.

23 Agosto: Ao rever os conceitos de Teologia Prática e Pastoral nos aproximamos da


compreensão da ação pastoral nas comunidades de fé; essa ação ultrapassa os limites do cargo
(ordenança) e abrange a Igreja como um todo, conforme o sacerdócio universal de todos os
crentes.

A ação da Igreja pode ser definida de diversas formas, visto que a Igreja atua de forma ampla
dentro da sociedade. Dentre as áreas de atuação existe a função do pastoreio, cuja relevância
não é maior do que os demais ministérios, apenas contendo suas especificidades. Fato é que
os ministérios diversos tem como objeto o alcance de um grupo específico de pessoas. Dentro
de uma comunidade sempre existirá aqueles que estão envolvidos diretamente pelos
ministérios diversos e aqueles que recebem a ação de forma mais passiva.

Existem duas formas de se estruturar a organização dessas igrejas. De acordo com a ótica das
cartas pastorais há uma organização hierárquica: bispo, presbítero e diáconos; e, de acordo
com as cartas paulinas, essa estrutura é mais carismática: dons e ministérios.

30 Agosto: O trabalho pastoral envolve inúmeros desafios; não basta ser um bom pregador
apenas, é necessário que o pastor vá além desse estereótipo e apresente características
relevantes dentro do seu ministério que acabam por assemelhar-se a uma liderança eficiente
no mundo secular.

Na sociedade atual as pessoas buscam moldar o cristianismo a seus próprios padrões de


satisfação, o que se reflete numa customização da religião. É possível fazer uma analogia com
a ida a um supermercado, onde uma pessoa passa pelos corredores a procura dos produtos que
procura; de igual forma, as pessoas costumam procurar um modelo de pastoreio que atenda
aos seus próprios anseios.

Para que possa obter êxito, um pastor precisa esforçar-se em compreender e aperfeiçoar o
relacionamento consigo mesmo, com a congregação e com a sociedade. Dessa forma ele
poderá ter uma compreensão ampla do cenário no qual está inserido, das necessidades e
desafios que ele enfrentará e quais as competências disponíveis ou que precisem ser
aperfeiçoadas em seu ministério pessoal.

06 Setembro: É comum ouvirmos a frase “o estado e laico” dos debates públicos atuais.
Entretanto, como estudado, a religião não é um corpo estranho a sociedade, pelo contrário, é
uma parte viva e atuante. Os integrantes das comunidades de fé fazem parte das discussões
sociais e políticos e têm grande relevância para o debate público além de enorme capacidade
de influenciar a sociedade.

Nesse contexto somos apresentados ao conceito de Teologia Pública no intuito de


compreender o espaço da religião na sociedade. É necessário para isso que a teologia comece
a se comunicar com a sociedade e passe a ouvir os anseios desta, a afirmar seu lugar nas
universidades e se comunicar com a comunidade científica, religiosa, econômica e política.

13 Setembro: Vivemos em uma sociedade que apresente diversas formas de desigualdade:


étnico-racial, gênero e classe. Essas desigualdades exigem que o a comunidade cristã se
posicione frente a essas adversidades, pois calar-se seria negar os propósitos para os quais o
Senhor as constituiu.

A igreja precisa ser responsável, estar inserida e ser atuante na sociedade ajudando a combater
todas as formas de desigualdade. Para tal a igreja pode lançar mão de todas as formas de ação
ministerial, os membros devem utilizar ativamente seus dons em prol da comunidade e da
sociedade. A igreja existe pra servir e o desafio teológico-pastoral é valorizar os ministérios
sem hierarquizá-los, valorizando e respeitando o espaço de cada um deles e ressaltando a
importância deles.
SEGUNDA ETAPA

De acordo com o texto O carisma dos ministérios dados à Igreja, de Josué Adam Lazier,
observamos que o entendimento do autor é de que os carismas (dons) são dons dados por
Deus para serem em utilizados em benefício da coletividade (igreja e sociedade). Nas palavras
do autor “Os dons subentendem serviço prestado” e são “atributos especiais” concedidos aos
membros de uma comunidade de fé por Deus de acordo com sua própria vontade.

Tais afirmações estão em consonância com o texto bíblico de Efésios capítulo 4 em seu
versículo 7, que deixa claro que a graça é concedida a cada um e repartida por Cristo. Embora
os propósitos da distribuição desses carismas sejam claro na continuação do próprio texto
bíblico, a natureza deles por si só evidencia a necessidade de utilizá-los para o bem da
coletividade.

De fato, seria difícil de imaginar apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres


exercendo seus dons vivendo uma vida isolados de uma comunidade. Imaginar um apóstolo
sem nenhum ouvinte, um profeta sem um receptor, um evangelista sem alguém para
evangelizar, um pastor sem uma ovelha ou um mestre sem um discípulo; todos esses são
cenários que inviabilizaram o propósito para qual Deus distribuiu os carismas.

Afinal, como estabelecido no texto bíblico de Efésios 4:11-16 e bem colocado pelo autor do
texto em análise, os carismas são dados com propósitos estabelecidos. Eles não são dados
para que haja uma diferenciação, ou mesmo uma valorização de membros em relação aos
demais; talvez por esse motivo, um pouco antes no versículo 2 do mesmo capítulo de Efésios,
o Apóstolo Paulo faz questão de fazer um chamado a humildade, ao trato dócil e a paciência,
quase que antevendo um possível inflar de ego pelos agraciados ou mesmo uma faísca de
descontentamento por parte daqueles que porventura não receberiam um determinado
carisma.

No final das contas, o propósito dos carismas não é outro senão a edificação do corpo de
Cristo (a Igreja). Essa edificação vem a partir de alguns meios: o aperfeiçoamento de cada um
dos santos (4:12a) através do exercício plenos de cada um dos dons e o desempenho do
serviço (4:12b) de cada um dos membros, de forma a envolver a Igreja toda nos ministérios
(não semente pastores e líderes).

É possível ainda, de acordo com o autor do texto e do entendimento da Igreja metodista em


relação a atuação do Espírito Santo, dividir os ministérios de atuação do carisma na Igreja em
três: o carisma do ministério leigo, o carisma do ministério ordenado e o carisma do
ministério episcopal. Tal divisão é assertiva visto que acaba por envolver todos os membros
dentro dos ministérios de atuação da Igreja, provendo maior integração entre si sem, contudo,
exigir cargos ou funções para promover a participação. Cada um desses ministérios tem
extrema importância e sua atuação acaba por complementar os demais gerando maior sinergia
ao corpo de Cristo.

O ministério leigo tem como aspectos representar o corpo de Cristo; testemunhar a nova
oferecida por Deus; conciliar o mundo através do testemunho e proclamação do evangelho da
salvação e participar da vida, missão, adoração e governo da Igreja.

O ministério ordenado por sua vez tem como aspectos zelar pela proclamação da palavra;
orientar e ministrar sacramentos; garantir que as marcas da Igreja permeiem os diversos
ministérios; desenvolver o cuidado pastoral; promover a evangelização e o testemunho;
exercer a docência; ser fiel as decisões conciliares e episcopais. É importante ressaltar que o
fato de tal ministério ter caráter mais formal não significa, contudo, que sua relevância é
maior, apenas que ele adota características diferentes.

Por último, o ministério episcopal cujas funções estão relacionadas às do pastor, mestre e
apóstolos, auxiliando e sendo corresponsável no exercício destas. Isso se deve ao fato de que
os bispos são cargos de responsabilidade com função de supervisionar e liderar as
comunidades locais. Seus aspectos são o de cuidar da vida pastoral, litúrgica e ministerial da
Igreja; guardar as doutrinas e cumprir (e fazer cumprir) as regras de fé; promover os
ministérios da Igreja; proclamar a palavra; guiar e servir a Igreja e ordenar outros para os
ministérios reconhecidos da Igreja.

O entendimento do autor nesses casos é correto e em concordância com a palavra de Deus. Ao


analisar o texto de Efésios 4:16 é possível compreender que os três ministérios (leigo,
ordenado e episcopal) representam as partes que formam o todo do corpo. Quando eles
trabalham de forma unida e ajustada e cada parte realiza sua função é possível haver um
crescimento e uma edificação em amor.

Embora esse último cenário muitas vezes possa parecer um horizonte distante, é importante
que a Igreja persista ao máximo em atingir esse objetivo. É preciso fazer constantemente um
exercício de reflexão e auto análise; é preciso estudar o funcionamento dos seus ministérios,
promovendo ajustes quando necessário; promover a integração dos membros pouco
envolvidos das atividades da igreja, de forma a torna a vida orgânica da igreja o mais
inclusiva possível; melhorar os canais de comunicação entre liderança e membresia, gerando
um ambiente onde as ideias são compartilhadas. Dessa forma a Igreja passa a existir de fato
como um único Corpo, um organismo vivo que existe em prol de um objetivo comum que é a
glória de Cristo.

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