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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

AMAZONAS – CAMPUS MANAUS CENTRO


DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE INFRAESTRUTURA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

GESTÃO DA QUALIDADE

ADELINA CRISTINA AUGUSTO CHAVES


BRENDO BENEDITO DE SOUZA
CLAUDIO RICARDO FARIAS CANTO
ISADORA DE OLIVEIRA NOVO

GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL


NO MUNICÍPIO DE MANAUS/AM

Manaus/AM
Agosto-2021
ADELINA CRISTINA AUGUSTO CHAVES
BRENDO BENEDITO DE SOUZA
CLAUDIO RICARDO FARIAS CANTO
ISADORA DE OLIVEIRA NOVO

GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL


NO MUNICÍPIO DE MANAUS/AM

Trabalho apresentado ao curso de


Engenharia Civil, do Instituto
Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Amazonas, para
composição da nota referente a
disciplina: Gestão da Qualidade.
Prof. José Francisco Caldas Costa.

Manaus/AM
Agosto-2021
Sumário
1. Introdução 4

2. A Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002 5

2.1. Classificação dos resíduos da Construção Civil para efeito da Resolução


CONAMA 307/2002 6

2.2. Principais diretrizes estabelecidas pela Resolução CONAMA 307/2002 7

2.3. Principais itens do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da


Construção Civil, segundo a Resolução CONAMA 307/2002: 7

2.4. O gerenciamento dos Projetos de Resíduos da Construção Civil, segundo a


Resolução CONAMA 307/2002. 8

2.5. Prazos estabelecidos pela Resolução CONAMA 307/2002, referentes aos


Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 9

3. O Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil no


Município de Manaus 10

3.1. Geradores de resíduos sujeitos ao Plano de Gerenciamento Específico 10

3.2. Procedimentos Operacionais de Manejo de Resíduos Sólidos 10

3.3. Indicadores de Desempenho Operacional e Ambiental dos Serviços Públicos


de Limpeza Urbana e de Manejo de Resíduos Sólidos 11

3.4. DISPOSIÇÃO FINAL 11

4. Outras iniciativas: Inovações Tecnológicas para o Gerenciamento de


Resíduos da Construção Civil 12

4.1. Projeto para reutilização e recuperação 12

4.2. Projeto para construção fora do local 13

4.3. Design para otimização de materiais 13

4.4. Projeto para aquisição eficiente de resíduos 14

4.5. Design para desconstrução e flexibilidade 15

Considerações Finais 16

REFERÊNCIAS 17
1. Introdução

A Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002 reconhece a


necessidade de implementação de diretrizes para a efetiva redução dos impactos
ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção civil, reconhece ainda
que os geradores de resíduos da construção civil devem ser responsáveis pelos
resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e demolições de
estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção de vegetação
e escavação de solos.

Entende que, a disposição de resíduos da construção civil em locais


inadequados contribui para a degradação da qualidade ambiental e que estes
representam um significativo percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas
urbanas.

Dessa forma, considera que a gestão integrada de resíduos da


construção civil deverá proporcionar benefícios de ordem social, econômica e
ambiental.

A Resolução também estabelece que cabe aos Municípios e Distrito


Federal a elaboração de Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil.

Esse trabalho, investiga a conformidade da gestão de resíduos sólidos


na indústria da construção civil no município de Manaus com a Resolução
CONAMA, supracitada. E apresenta algumas iniciativas que vêm sendo apontadas
como inovações tecnológicas para o setor.
2. A Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002

A Resolução CONAMA visa, sobretudo, estabelecer diretrizes, critérios


e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as
ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais.

Para tanto, define:

I. Resíduos da construção civil: são os provenientes de


construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos
cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,
madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico,
vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de
entulhos de obras, caliça ou metralha;
II. Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou
privadas, responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os
resíduos definidos nesta Resolução;
III. Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas,
encarregadas da coleta e do transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e
as áreas de destinação;
IV. Agregado reciclado: é o material granular proveniente do
beneficiamento de resíduos de construção que apresentem características
técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infraestrutura, em aterros
sanitários ou outras obras de engenharia;
V. Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa
reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento,
responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e
implementar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em
programas e planos;
VI. Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo,
sem transformação do mesmo;
VII. Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um
resíduo, após ter sido submetido à transformação;
VIII. Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo à
operações e/ou processos que tenham por objetivo dotá-los de condições que
permitam que sejam utilizados como matéria-prima ou produto;
IX. Aterro de resíduos da construção civil: é a área onde
serão empregadas técnicas de disposição de resíduos da construção civil Classe
“A” no solo, visando a preservação de materiais segregados de forma a
possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilização da área, utilizando princípios de
engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à
saúde pública e ao meio ambiente;
X. Áreas de destinação de resíduos: são áreas destinadas ao
beneficiamento ou à disposição final de resíduos.

Para efeito da Resolução, os resíduos da construção civil são


agrupados em classes.

2.1. Classificação dos resíduos da Construção Civil para efeito da


Resolução CONAMA 307/2002

O CONAMA, para efeitos da Resolução 307/2002, classifica os


resíduos da construção civil em 4 classes:

I. Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como


agregados, tais como:
a. de construção, demolição, reformas e reparos de
pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de
terraplanagem;
b. de construção, demolição, reformas e reparos de
edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de
revestimento etc.), argamassa e concreto;
c. de processo de fabricação e/ou demolição de peças
pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio fios etc.) produzidas nos canteiros
de obras;

II. Classe B - são os resíduos recicláveis para outras


destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e
outros;
III. Classe C - são os resíduos para os quais não foram
desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a
sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;
IV. Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo
de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles
contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas
radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e
materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. (nova
redação dada pela Resolução n° 348/04).
2.2. Principais diretrizes estabelecidas pela Resolução CONAMA 307/2002

Dentre as principais diretrizes, destacamos:

Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de


resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a
destinação final.

Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros


de resíduos domiciliares, em áreas de “bota fora”, em encostas, corpos d`água,
lotes vagos e em áreas protegidas por Lei.

O Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil,


a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, deverá incorporar: I -
Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil; e II -
Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.

2.3. Principais itens do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos


da Construção Civil, segundo a Resolução CONAMA 307/2002:

O Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção


Civil será elaborado, implementado e coordenado pelos municípios e pelo Distrito
Federal, e deverá estabelecer diretrizes técnicas e procedimentos para o
exercício das responsabilidades dos pequenos geradores, em conformidade com
os critérios técnicos do sistema de limpeza urbana local.

I. Diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa Municipal


de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e para os Projetos de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil a serem elaborados pelos
grandes geradores, possibilitando o exercício das responsabilidades de todos os
geradores.
II. Cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para
recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes, em
conformidade com o porte da área urbana municipal, possibilitando a destinação
posterior dos resíduos oriundos de pequenos geradores às áreas de
beneficiamento;
III.Estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de
beneficiamento e de disposição final de resíduos;
IV. Proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas
não licenciadas;
V. Incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no
ciclo produtivo;
VI. Definição de critérios para o cadastramento de
transportadores;
VII. Ações de orientação, de fiscalização e de controle dos
agentes envolvidos;
VIII. Ações educativas visando reduzir a geração de resíduos e
possibilitar a sua segregação.

2.4. O gerenciamento dos Projetos de Resíduos da Construção Civil,


segundo a Resolução CONAMA 307/2002.

Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil serão


elaborados e implementados pelos geradores não enquadrados como pequenos
geradores e terão como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para
o manejo e destinação ambientalmente adequados dos resíduos.

O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, de


empreendimentos e atividades não enquadrados na legislação como objeto de
licenciamento ambiental, deverá ser apresentado juntamente com o projeto do
empreendimento para análise pelo órgão competente do poder público municipal,
em conformidade com o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil.

O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil de


atividades e de empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, deverá ser
analisado dentro do processo de licenciamento, junto ao órgão ambiental
competente.
Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
deverão contemplar as seguintes etapas:

I. Caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e


quantificar os resíduos;
II. Triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na
origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa
finalidade, respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no art. 3o desta
Resolução;
III.Acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos
resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os
casos em que seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem;
IV. Transporte: deverá ser realizado em conformidade com as
etapas anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte
de resíduos;
V. Destinação: deverá ser prevista de acordo com o estabelecido
nesta Resolução.

2.5. Prazos estabelecidos pela Resolução CONAMA 307/2002, referentes


aos Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil

A Resolução CONAMA 307/2002, estabeleceu que, a partir de


02/01/2003, data em que a Resolução entrou em vigor. os geradores, não
enquadrados como pequenos geradores, teriam um prazo máximo de vinte e
quatro meses para que incluir os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil nos projetos de obras a serem submetidos à aprovação ou ao
licenciamento dos órgãos competentes.

Estabeleceu ainda um prazo máximo de dezoito meses, a partir


daquela data, que os Municípios e o Distrito Federal deveriam cessar a disposição
de resíduos de construção civil em aterros de resíduos domiciliares e em áreas de
“bota fora”.
3. O Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil no
Município de Manaus

O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de


Manaus conforme determina o Decreto nº 1.349 de 9 de novembro de 2011, em
seu art.2º, tem sua revisão a cada quatro anos, realizada pela equipe técnica da
Prefeitura Municipal de Manaus representada pela Secretaria Municipal de
Limpeza Pública

A atualização do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos


Sólidos de Manaus (PMGIRS-Manaus) consiste numa reavaliação e adequação
das metas anteriormente estabelecidas ajustando à realidade atual os números
da geração e coleta de resíduos sólidos no Município, em prol do
aperfeiçoamento da gestão dos serviços de resíduos sólidos, em que se busca
mudança de paradigmas.

Compatibilizar a atualização do Plano considerando o diagnóstico e o


prognóstico realizados e incorporar aos resultados as contribuições resultantes da
Audiência Pública realizada em 09/11/2015, na Câmara Municipal de Manaus.
Além das informações atualizadas do diagnóstico, das proposições para operação
e gerenciamento do sistema de resíduos sólidos, dos aspectos legais correlatos e
dos estudos de viabilidade econômica.

Compõe também este documento uma programação de intervenções


com a indicação hierárquica em função das necessidades e possibilidades locais,
definindo estratégias de curto, médio e longo prazo, respeitando o horizonte
programado de 20 (vinte) anos e sua atualização a cada 4 (quatro) anos.

Os lixos gerados nas construções, são resultados de demolições,


reformas, e escavação de terrenos para obras civis. Estabelecendo limite até
50kg/dia para pequeno gerador, será coletado pelo município, acima deste limite
deve-se contratar coleta privada.

3.1. Geradores de resíduos sujeitos ao Plano de Gerenciamento


Específico
Em Manaus a Lei Municipal Nº001/2010 art. 133 em complementação
junto à Lei 12.305/2010 art. 20 que estabelece quais geradores estarão sujeitos à
elaboração do plano de gerenciamento de resíduos, entre estes encontram-se
citados os geradores de serviços públicos, resíduos sólidos urbanos, domiciliares
e de limpeza urbana, e os abaixo especificados:

 Os estabelecimentos de construção civil, que não


sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal, e os
dispostos nos termos da Lei Municipal Nº001/2010 e normas instituídas pelos
órgãos do SISNAMA.

3.2. Procedimentos Operacionais de Manejo de Resíduos Sólidos

Resíduos de construção e demolição A Resolução Conama n°307


define as responsabilidades do Poder Público e dos agentes privados quanto aos
resíduos da construção civil e torna obrigatória a adoção de planos integrados de
gerenciamento nos Municípios, além de projetos de gerenciamento dos resíduos
nos canteiros de obra. É pressuposto dessa Resolução que a responsabilidade
pelos resíduos é do gerador, cabendo aos demais participantes da cadeia de
atividades a responsabilidade solidária no âmbito de sua participação e ao Poder
Público o papel de disciplinar e fiscalizar as atividades dos agentes privados. A
Resolução estabelece ainda a obrigatoriedade da implementação de um Plano
Integrado de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil para os
Municípios. Esse Plano deverá adotar soluções diferenciadas para os pequenos
volumes, de responsabilidade do poder público municipal, e para os grandes
volumes, de responsabilidade privada. Desta forma, deverá ser elaborado o
Termo de Referência de Gerenciamento de RCD contendo as diretrizes técnicas e
procedimentos para o exercício das responsabilidades dos pequenos e grandes
geradores e transportadores que ainda deverão ser definidas, licenciadas e
disponibilizadas áreas de manejo para os RCD, dentro do prazo estipulado pela
meta que estipula até 2017. Deverá também ser efetuada a identificação e o
cadastramento dos grandes geradores e o credenciamento dos transportadores.
E estes devem fazer parte do SIMUR.
3.3. Indicadores de Desempenho Operacional e Ambiental dos Serviços
Públicos de Limpeza Urbana e de Manejo de Resíduos Sólidos

Indicadores sobre Serviços de Construção Civil

Rótulo Definição do indicador Unidade

IN026 Taxa de resíduos sólidos da construção civil (RCC) coletada pela %


prefeitura em relação à quantidade total coletada

IN029 Massa de rcc per capita em relação à população urbana %

3.4. Disposição Final

1) Recepção Dos Resíduos Sólidos Urbanos O controle da origem, do


tipo e da quantidade dos resíduos destinados no Aterro Municipal de Manaus são
efetuados por balança rodoviária eletrônica acoplada a sistema informatizado de
controle, que se destina a cadastrar e controlar todo e qualquer resíduo disposto
no aterro.

2) Vale ressaltar que será permitida apenas a entrada de resíduos


Classe II A nas áreas destinadas ao Aterro Municipal de Manaus, conforme
estabelecido na Licença de Operação;

3) Para verificação da adequação dos resíduos, fiscais para identificar


os mais variados tipos de resíduos. O resíduo doméstico e o comercial são
facilmente identificáveis para sua liberação na entrada ao aterro.

4) Não é permitida a entrada de resíduos perigosos (Classe I), bem


como resíduos da construção civil (resíduo inerte Classe II B).

4. Outras iniciativas: Inovações Tecnológicas para o Gerenciamento de


Resíduos da Construção Civil
Existem cinco princípios-chave que se pode usar durante o processo
de design de um projeto de engenharia civil para ajudar a reduzir o desperdício de
construção e usar os materiais com mais eficiência. Esses princípios são
projetados para:

 reutilização e recuperação
 construção fora do local
 otimização de materiais
 aquisição eficiente de resíduos
 desconstrução e flexibilidade

4.1. Projeto para reutilização e recuperação

Essencial quando se deseja minimizar a quantidade de materiais


necessários para o trabalho. A reutilização e a recuperação funcionam bem em
projetos de engenharia civil que geram grandes quantidades de resíduos, por
exemplo, terraplenagem, pavimentos e estruturas. Você deve considerar a
reutilização e reciclagem de materiais no local antes de importar materiais com
alto conteúdo reciclado, por exemplo:

 Reutilizando fundações, lajes, pavimentos, estruturas e


drenagem existentes
 Projetar o layout do site para usar a topografia e os recursos
existentes
 Balanceamento de corte / preenchimento de quantidades
 Trituração e peneiramento resultantes para uso como agregados
reciclados

4.2. Projeto para construção fora do local


Apresenta potencial de reduzir consideravelmente o desperdício no
local, alterando significativamente as operações no local e o processo de
construção em geral, por exemplo:

 Reduzindo os movimentos de transporte relacionados à


construção
 Melhorando a saúde e a segurança no local, evitando acidentes
 Melhorando a qualidade da mão de obra e reduzindo erros e
retrabalho no local
 Reduzindo cronogramas de construção e melhorando
programas

A construção fora do local é adequada para uma série de aplicações de


engenharia civil, incluindo o uso de:

 Unidades pré-fabricadas - como bueiros


 componentes pré-fabricados para paredes de contenção, pontes
e outras estruturas
 Estacas pré-moldadas em vez de fundidas no local
 Segmentos de túnel pré-fabricados em vez de forros de túnel
fundidos in situ

4.3. Design para otimização de materiais

A aplicação de maneiras inovadoras para reduzir o uso geral de


materiais, como:

 Lajes vazadas em pontes


 Agregado leve em concreto - especialmente quando derivado de
um material secundário, como cinza de combustível pulverizado
expandido
 Uso de materiais leves inovadores - como compósitos
reforçados com fibra
Ao reduzir o peso das estruturas, você reduz o carregamento, de modo
que os membros estruturais e as fundações serão mais finos e exigirão menos
cimento e reforço.
Também se pode usar geossistemas para reduzir o uso geral de
material em um projeto. Isso permitirá que você construa encostas mais íngremes
sem a necessidade de estruturas de retenção de concreto ou aço ou camadas de
pavimento mais finas.

4.4. Projeto para aquisição eficiente de resíduos

Os designers podem trabalhar com os empreiteiros para identificar as


áreas onde o desperdício é provável e contribuir com decisões e iniciativas de
design para reduzir o desperdício por meio de compras, por exemplo:

 Estágio de projeto preliminar - investigue as opções que são


simples de construir e minimizar o desperdício
 Estágio de projeto detalhado - desenvolver sequências de
trabalho e planos de logística de materiais que irão minimizar o
desperdício
 Programação - garantir a eficiência do trabalho, evitando
desperdícios desnecessários por retrabalho excessivo e
aproveitando a oportunidade para reaproveitar materiais

As escolhas de projeto durante o estágio de projeto detalhado levarão


à geração de resíduos no local - por exemplo, a seleção do tamanho da malha
para concreto armado e a especificação de geossintéticos. Pode-se aplicar
métodos para reduzir o desperdício por meio do seguinte:

 Projeto - por exemplo, projetar elementos estruturais que podem


ser construídos de forma eficiente;
 Especificação - por exemplo, escrever especificações mais
rígidas de procedimentos de trabalho para evitar o desperdício e
permitir o uso de materiais reciclados;
 Contratos - por exemplo, encorajando o envolvimento inicial do
contratado;
Deve ser encorajada a inclusão de compromissos para reduzir o
desperdício em contratos em toda a cadeia de abastecimento.

4.5. Design para desconstrução e flexibilidade

Este princípio se concentra no requisito de garantir que a construção


possa ser mantida, reformada ou ampliada conforme necessário.

Durante os estágios de projeto preliminar, será difícil desenvolver


propostas de projeto para desconstrução e flexibilidade em grande medida. No
entanto, é importante concordar o mais cedo possível sobre o uso deste princípio
como parte da estratégia geral, de modo que todas as partes se comprometam a
considerá-lo durante todo o processo de design.
Considerações Finais

O tema dos resíduos sólidos vem ganhando cada vez mais espaço nas
esferas local, nacional e internacional. A associação entre um bom sistema de
limpeza urbana e a qualidade de vida é fato. Neste sentido, engendrar esforços
para a implantação e manutenção de sistemas de limpeza calcados no conceito
de gestão integrada dos resíduos sólidos vai além da própria preocupação com a
manutenção da limpeza. Engloba, igualmente, preocupações de ordem social,
sanitária, financeira e ambiental.

Em vigor desde janeiro de 2003, a Resolução 307 do Conselho


Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece diretrizes para a gestão dos
resíduos gerados pela construção civil, com o objetivo de disciplinar as ações
necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais. Também determina a
elaboração de plano integrado de gerenciamento de resíduos (PIGRCC), de
responsabilidade dos municípios.

O Plano Diretor de Resíduos Sólidos (PDRS) é resultado e instrumento


de um processo de gestão, na perspectiva de garantir a sustentabilidade dos
sistemas de limpeza urbana e disposição final dos resíduos sólidos.

Onde a sustentabilidade é vista de forma abrangente, envolvendo as


dimensões ambiental, social, cultural, econômica, política e institucional, conforme
indicações da Agenda 21(MMA, 2000).

Nessa direção, o processo de atualização do PDRS para o município


de Manaus buscou:

 Estimular a articulação de políticas e programas de vários setores da


administração e vários níveis de governo;

 Envolver um amplo leque de atores do executivo, legislativo e da


sociedade civil do Município de Manaus;

 Identificar tecnologias e soluções adequadas à realidade local;


 Estabelecer um processo de planejamento participativo com vistas ao
controle social de modo a garantir a continuidade das ações

É importante lembrar que , não se deve incluir nenhum material ou


componente que torne a extensão ou reciclagem futura difícil ou impossível, por
exemplo, usando aço pós-tensionado não ligado em estruturas de concreto
armado ou projetando serviços de drenagem subterrânea sem considerar futuras
conexões laterais potenciais. Deve se evitar o uso de materiais perigosos que
podem causar problemas para reciclagem futura.
REFERÊNCIAS

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.004 Classificação de


resíduos sólidos. 2 ed. Editada em 31 de maio de 2004. Versão válida a partir de
30/11/2014

BRASIL. Lei Federal N°12.305 2 de Agosto de 2010. Institui a Política Nacional


De Resíduos Sólidos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília,
2010.

RESOLUÇÃO CONAMA – Conselho Nacional do Meio-ambiente. RESOLUÇÃO


CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002 Publicada no DOU no 136, de 17 de julho
de 2002, Seção 1, páginas 95-96.

IBAM. Instituto Brasileiro de Administração Municipal – Área de Desenvolvimento


Urbano e Meio Ambiente. Plano Diretor de Resíduos Sólidos de Manaus. Julho
De 2010. Disponível em:
http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/plano_diretor_residuos. Acesso
em: 2 de julho de 2021

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