Ministério da Educação Universidade Federal de São Paulo
Atividade sobre Heterosídeos Cardioativos
A ouabaína é um heterosídeo cardioativo extraído da Strophantus gratus, por
isso também chamada estrofantidina G. Sobre esta classe de composto ativos, responda:
a) Qual a formação da estrutura química destes compostos.
Apresenta formação por 3 partes distintas: - Oses (grupos de açúcar) ligadas a genina em C3 e resíduos de açúcar (que geralmente variam entre 1 e 4, com ligações tipo beta 1-4) - Aglicona ou genina: Esqueleto tetracíclico esteroidal - geralmente hidroxilado nos carbonos 3 e 14. - Anel lactônico: Pode ser cardenólido ou bufadienólido e se ligam a genina no carbono 17 através de uma ligação beta.
b) Qual a função de cada uma destas partes.
As oses promovem solubilidade, atuando na distribuição e absorção das agliconas. Também aumentam o poder de fixação dos glicosídeos ao músculo cardíaco. Ainda, as propriedades desses açúcares definem a afinidade de ligação com o sítio ligante da proteína receptora. As agliconas (geninas), por outro lado, são capazes de modular a atividade cardíaca, conferindo a esses compostos a característica de cardiotônicos.
c) Como proceder para extrair este composto. Para a extração desse composto, deve ser feita uma extração a quente com misturas hidroalcóolicas, com precipitação de clorofilas com acetato de chumbo e partição com solventes como clorofórmio - puro ou misturado com isopropanol. Para obter agliconas livres, deve ser feita a uma hidrólise da solução hidroalcóolica extraída com ácido sulfúrico de concentração 1 mol/L ou hidrólise enzimática.
d) Quais os cuidados médicos a serem tomados por pacientes que fazem
uso destas drogas. Como essas drogas possuem baixo índice terapêutico, é necessário se atentar a dose consumida, uma vez que a linha entre a dose terapêurica e a dose tóxica é muito tênue. O ideal é a dosagem seja avaliada experimentalmente, de paciente para paciente, mas como isso não é feito no Brasil, o mais indicado é se atentar aos sintomas de cada paciente, uma vez que a dosagem varia de paciente para paciente. Sinais de intoxicação moderada incluem náuseas, vômitos, anorexia, bradicardia e contrações ventriculares prematuras. Enquanto a intoxicação aguda pode causar diarréia, visão turva, suor frio, taquicardia e fibrilação ventricular, podendo gerar convulsão, síncope e morte. Por essa razão, os sintomas devem ser observados com muita atenção.
e) Quais drogas são portadoras destes compostos (3 ao menos).
Estrofanto: sementes de Strophanthus kombe Oliver e Strophanthus gratus; Espirradeira: folhas de Nerium oleander L.; Digitalis purpúrea.
Durante uma viagem a Amazônia, visitando uma tribo indígena, um turista sofreu um ataque cardíaco. O pajé fez um chá com uma planta rapidamente que curou este homem. Conversando com o índio, ele lhe contou que esta era uma planta nativa daquela área, e lhe ofereceu umas mudas para seu estudo. Em seu laboratório, realizando alguns estudos notou que haviam glicosídeos cardioativos presentes naquela espécie, altamente seguros clinicamente. Explique como você isolou este princípio ativo e o caracterizou quimicamente. Qual sua estrutura química e qual função realizam cada parte desta estrutura. Quais outras plantas contêm este tipo de PA e qual é a diferença entre estas e uma planta com compostos clinicamente seguros.
Para o isolamento do princípio ativo, deve ser feita a extração hidroalcóolica,
seguida da precipitação com acetato de chumbo e finalizada com partição com clorofórmio. A caracterização química é feita pela reação de Keller-Kiliani, que possibilita a caracterização do açúcar da estrutura. A estrutura química é composta por 3 partes distintas: - Oses (grupos de açúcar) ligadas a genina em C3 e resíduos de açúcar (que geralmente variam entre 1 e 4, com ligações tipo beta 1-4) - Aglicona ou genina: Esqueleto tetracíclico esteroidal - geralmente hidroxilado nos carbonos 3 e 14. - Anel lactônico: Pode ser cardenólido ou bufadienólido e se ligam a genina no carbono 17 através de uma ligação beta. Sendo que as oses promovem solubilidade, atuando na distribuição e absorção das agliconas. Também aumentam o poder de fixação dos glicosídeos ao músculo cardíaco. Ainda, as propriedades desses açúcares definem a afinidade de ligação com o sítio ligante da proteína receptora. As agliconas (geninas), por outro lado, são capazes de modular a atividade cardíaca, conferindo a esses compostos a característica de cardiotônicos. Plantas como Digitalis purpurea, Adonis vernallis e Convallaria majalis possuem esse princípio ativo e a diferença dos compostos dessas plantas para compostos clinicamente seguros é que esses compostos possuem baixo índice terapêutico, o que faz com que a dose terapêutica e a dose tóxica sejam muito próximas, o que confere alto risco a esse tipo de terapêutica.