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INTRODUÇÃO À FARMACOGNOSIA
Fábio de Pádua Ferreira
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Olá!
Você está na unidade Introdução à Farmacognosia. Conheça aqui os princípios e fundamentos da
Farmacognosia, sua importância e as principais características das drogas obtidas de produtos naturais. Conheça
os procedimentos utilizados para o processamento de produtos naturais e diferentes métodos para extração de
Veja também as principais características dos alcaloides, incluindo sua importância, classificação aplicação,
estrutura química, métodos de obtenção, ensaios qualitativos e métodos de extração e caracterização dos
alcaloides.
Bons estudos!
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1 Introdução à Farmacognosia
Segundo Dutra et al. (2016), a Farmacognosia é o campo da ciência que estuda os principais aspectos
relacionados às drogas de origem natural, investigando suas características químicas, biológicas e botânicas,
incluindo produtos de origem vegetal, animal e microbiológica. A Farmacognosia pode ser dividida em geral ou
pura, que envolve um conjunto de conhecimentos básicos e comuns necessários para estudar e pesquisar
produtos naturais, ou especial e aplicada, que aborda um estudo particular e específico dos produtos de origem
natural.
Segundo Zhang et al. (2018), os produtos naturais apresentam em sua composição uma grande variedade de
recentes buscam promover uma caracterização mais eficiente sobre os produtos naturais com aplicação na
farmacologia e outros campos, além disso observa-se a utilização de instrumentação sofisticada para purificação
destes compostos. Métodos modernos de química analítica são usados para caracterizar esses compostos,
possibilitando elucidar e estudar a estrutura, analisar a reatividade química dos princípios bioativos, mecanismo
De acordo com Tyler et al. (1988), a palavra Farmacognosia é uma combinação das palavras gregas pharmakon,
que pode significar fármaco, veneno ou cosmético, e gnosis, que significa conhecimento. O primeiro uso do termo
é encontrado no Lehrbuch der Materia Medica, livro de Johann A. Schmidt, publicado em Viena no ano de 1811.
Como a maioria das drogas da época era derivada de preparações de origem vegetal e animal, a Farmacognosia,
A Farmacognosia é uma ciência que se preocupa em estudar aspectos químicos e farmacológicos de produtos
naturais, incluindo compostos puros obtidos de fontes naturais e seus derivados sintéticos, bem como
preparações de medicamentos botânicos. Trata-se de uma ciência interdisciplinar que incorpora elementos de
química analítica, bioquímica, ecologia, microbiologia, biologia molecular, química orgânica, taxonomia e
Evans (2002) enfatiza que um entendimento completo das plantas medicinais envolve várias disciplinas,
Farmacognosia procura utilizar as contribuições de todas essas áreas buscando uma melhor compreensão e
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1.2 A história e a importância da Farmacognosia
De acordo com Cardenas (2008), o início da Farmacognosia remonta à origem da humanidade. O homem sempre
teve a necessidade de explorar a natureza em busca de substâncias que proporcionem alívio para suas doenças.
Nesta busca, ele acumulou conhecimento que foi transmitido de geração em geração, este estudo nasceu
empiricamente.
Dutra et al. (2016) enfatizam que existem registros do uso de plantas medicinais desde o período neolítico,
aproximadamente há 10.000 anos. Os documentos conhecidos como tábuas da Suméria, com idade aproximada
de 5.000 anos, descreviam o emprego de mais de 250 espécies vegetais, dentre elas a papoula, a canela, o
meimendro e o salgueiro. Tyler et al. (1988) sugere que os antigos egípcios e os chineses também possuíam
De acordo com Jones et al. (2006), os primeiros protótipos de medicamentos de produtos naturais puros foram
identificados através da investigação de plantas vasculares, como a tropina, digitoxina, efedrina, morfina e ácido
salicílico, e dos produtos derivados de animais terrestres, como a epinefrina e vários hormônios. As fontes
microbianas começaram a contribuir com um número significativo de drogas na segunda metade do século 20,
organismos marinhos também começaram a fazer contribuições significativas para a medicina nas últimas
décadas.
Segundo Dutra et al. (2016), atualmente, as plantas medicinais e seus derivados representam uma parcela
importante dos medicamentos utilizados pela população, entretanto, muitas vezes os derivados vegetais são
utilizados sem a indicação adequada e com a crença de que tal produto não produz efeitos tóxicos. No entanto, as
drogas vegetais, assim como outros medicamentos, têm toxicidade, efeitos colaterais e podem interagir com
outros tratamentos.
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2 Drogas obtidas de produtos naturais
Kinghorn (2001) enfatiza que tem se observado um aumento no interesse dos pesquisadores dos países
ocidentais em relação a produção de drogas à base de plantas nas últimas décadas. Essa nova conscientização
dos produtos naturais trouxe benefícios, porém, são necessários estudos e avaliações, os possíveis usos e
As drogas de origem natural constituem um importante componente das farmacopeias modernas. De acordo
com Jones et al. (2006), a importância dos produtos naturais é evidente a partir da análise do número de drogas
e medicamentos derivados de produtos naturais a cada ano incluídos nas farmacopeias e na lista modelo de
medicamentos essenciais da organização mundial da saúde. Vários novos fármacos derivados de pequenas
Fique de olho
O aumento do consumo de drogas vegetais transformou seu uso em um problema de saúde
pública. No estudo intitulado Avaliação da contaminação microbiana em drogas vegetais, de
Adriana Bugno et al. (2005), consta a verificação amostras de drogas vegetais comercializadas
quanto à contaminação microbiana presente. Os resultados indicaram que 93,2% das espécies
vegetais não cumpriram os parâmetros farmacopeicos de aceitação.
Devido à grande diversidade de organismos terrestres e marinhos, os produtos naturais tem se consolidado
como algumas das fontes mais bem-sucedidas para produção de medicamento. Segundo David et al. (2014), os
produtos naturais constituem uma fonte amplamente diversa de substâncias moleculares que podem ser
utilizadas para a formulação de medicamentos. Com os avanços nas técnicas de purificação e caracterização
molecular, os produtos naturais foram examinados mais atentamente, possibiltando compreender mecanismos e
farmacêuticas utilizavam extratos vegetais para produzir formulações terapêuticas relativamente brutas. Em
meados do século XX, as formulações de medicamentos de produtos naturais parcialmente purificados tornaram-
se comuns.
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2.1 Produtos derivados de plantas
plantas é fantástica. No contexto das plantas terrestres, estima-se que exista mais de 500.000 espécies
distribuídas ao redor do planeta, sendo que cerca de 50% delas são constituídas pelas angiospermas. Nestas
espécies é possível encontrar moléculas distintas e complexas, que apresentam vários centros estereogênicos e
De acordo com Oksman-Caldentey e Inzé (2004), as plantas sintetizam uma extensa variedade de metabólitos
secundários, geralmente com estruturas altamente complexas. Atualmente, a maioria dos metabólitos
síntese química destes metabólitos não é economicamente viável. A produção biotecnológica em culturas de
células vegetais tem atraído a atenção de muitos pesquisadores e do mercado. Com os avanços recentes em
genômica vegetal e na caracterização dos metabólitos, existem grandes possibilidades para explorar a
extraordinária complexidade bioquímica da planta. As ferramentas genômicas de ponta podem ser usadas para
produzir metabólitos específicos em maiores quantidades por meio da produção de metabólitos recombinantes
Dutra et al. (2016) enfatizam que as espécies vegetais que apresentam propriedades medicinais podem ser
empregadas de várias formas, entre elas, in natura, secas, na forma de extratos ou como medicamentos
fitoterápicos. Segundo Kinghorn (2001) é provável que essa tendência continue no futuro, pelo menos para o
tratamento de doenças como câncer e doenças infecciosas, com base na alta proporção de compostos envolvidos
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2.2 Produtos derivados de microrganismos
Segundo Conti et al. (2012), os microrganismos também são exímios produtores de substâncias químicas, sendo
agentes redutores do colesterol sanguíneo têm sido produzidos a partir de produtos naturais microbianos. Os
microrganismos apresentam uma surpreendente capacidade de produzir substâncias químicas com de atividade
biológica.
De acordo com Santos e Varavallo (2011), os fungos e outros microrganismos têm sido bastante utilizados para
produzir de diferentes substâncias de interesse, tais como os já citados antibióticos, aminoácidos, enzimas,
vitaminas, aminoácidos e esteroides. Os microrganismos são potenciais fontes de produtos naturais e bioativos
Conti et al. (2012) enfatizam que os metabólitos secundários de microrganismos são produzidos por diferentes
razões, muitos fatores estão associados a produção desse tipo de substância. Microrganismos podem ser
encontrados em praticamente todos os lugares, solo, ar, água, pedras, na superfície ou no interior de outros seres
vivos, além de estarem em ambientes com condições extremas de temperatura, pH, oxigenação, entre outros.
Esses seres microscópicos não apresentam defesas físicas e não se locomovem, portanto precisaram desenvolver
microrganismos tem sido frequentemente relatada na literatura científica. Exemplo disso é o taxol, poderoso
anticancerígeno usado em no tratamento de carcinoma de ovário, que anteriormente era obtido apenas da
exploração da planta Taxus brevifolia, podendo atualmente ser obtido de diferentes gêneros de fungos
endofíticos. Avanços como este reforçam a grande potencialidade biotecnológica de tais microrganismos
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3 Procedimentos utilizados no processamento de produtos
vegetais
As plantas e outros produtos empregados no preparo de produtos fitoterápicos podem ser obtidos muitas
formas, geralmente por meio de cultivo ou por extrativismo. No segundo caso, é necessária uma autorização do
órgão competente e observar normas de coleta para conservar a biomassa, evitando sempre que possível a
morte prematura do vegetal. Os fatores que devem ser levados em consideração são muitos, como o clima, pH,
altitude e latitude, presença de microrganismos no solo. Alguns fatores podem alterar a quantidade de princípio
ativo na planta, dependendo da altitude, do tipo de solo, do índice pluviométrico, da umidade, da temperatura e
qual o melhor momento para colheita. A espécie pode produzir um volume maior ou menor dos princípios ativos
De acordo com Evans (2002), o extrato bruto que chega à linha de fabricação farmacêutica muitas vezes passa
por vários estágios e etapas, que podem influenciar a natureza, qualidade e a quantidade de constituintes ativos
presentes, os procedimentos comuns podem incluir a coleta, secagem, armazenamento e processamento. Patel
(2018) enfatiza que à medida que a comercialização dos fitoterápicos tem se intensificado, a segurança, a
peculiaridade e a potência das plantas medicinais e dos produtos fitoterápicos tornaram-se uma questão
essencial. A matéria-prima à base de plantas é suscetível a muitas variações, sendo importantes reconhecer os
Segundo Dutra et al. (2016), as drogas vegetais podem ser empregadas inteiras, trituradas ou moídas, sendo que
a escolha do tamanho da partícula a ser empregada depende da planta e do princípio ativo presente nesta. A
moagem pode ser realizada em moinhos de pinos, discos, martelos, facas ou jatos de ar.
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3.1 Coleta e preparo
A coleta deve ser supervisionada com todos os tipos de garantias, regras e precauções pelo pessoal preparado. O
tempo propício para a colheita ou colheita é particularmente importante porque a natureza e a quantidade dos
constituintes variam consideravelmente em algumas espécies ao longo do ano. A idade da planta também é
muito importante, pois os medicamentos geralmente são derivados de produtos do metabolismo da planta.
Assim, é necessário considerar o estágio do ciclo metabólico quando as quantidades são maiores, para coletar o
Existem algumas regras gerais para a coleta dos diferentes materiais de interesse farmacêutico. De acordo com
Evans (2002), a estação em que cada planta é coletada geralmente é uma questão relevante. De um modo geral,
as folhas são coletadas quando as flores começam a se abrir. Como a quantidade e a natureza dos constituintes
ativos não é constante ao longo do ano, a idade da planta também deve ser considerada. Folhas, flores e frutas
não devem ser colhidas quando cobertas de orvalho ou chuva, além disso, espécimes contendo alterações
visíveis na cor ou indícios de ação de insetos ou lesmas deve ser rejeitada. Mesmo com a colheita manual, é difícil
e certamente caro, obter folhas, flores ou frutos totalmente livres de outras partes da planta.
As cascas são geralmente coletadas após um período de clima úmido, para a coleta de resinas o tempo seco é
indicado e deve-se tomar cuidado para excluir os detritos vegetais o máximo possível. Ao remover raízes do solo,
uma escovação pode ser suficiente para separar um solo arenoso, mas em casos de argila uma lavagem pode ser
necessária. Sementes extraídas de frutos mucilaginosos, são lavados sem polpa antes da secagem (EVANS, 2002).
3.2 Conservação
O armazenamento e a preservação dos produtos naturais são essenciais para garantir sua qualidade. Cardenas
(2008) enfatiza que a conservação visa preservar a integridade dos materiais após a coleta, pois luz, ar, calor e
origem animal e vegetal dependem da natureza dos produtos. Podem ser utilizados recipientes herméticos e
escuros, protegidos do calor excessivo, recipientes com vácuo ou com gás inerte e muitos outros.
De acordo com Dutra et al. (2016), no caso de produtos derivados de plantas, muitas vezes tem sido realizado o
procedimento de secagem, visando a eliminação da umidade. Existem muitos métodos empregados na secagem
das plantas, no entanto, durante escolha da metodologia devem ser observados os custos, se o princípio ativo é
termolábil, além do tempo de secagem, o espaço físico, o clima e ainda as características do vegetal. Entre os
métodos comumente utilizados estão a secagem ao sol, à sombra, mista, com ar aquecido, à vácuo e a liofilização.
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3.3 Comercialização
Dentre os produtos naturais, aqueles obtidos de plantas desempenham sem dúvidas a parcela mais significativa
no que diz respeito a utilização e comercialização. Lourenzani et al. (2004) argumentam que o mercado de
medicamentos fitoterápicos é crescente e promissor. A demanda existe, e tende a crescer cada vez mais com o
aumento das pesquisas e da consciência da população. O Brasil é considerado um país rico em biodiversidade,
apresentando grandes vantagens nesse mercado. A produção de plantas medicinais por meio da agricultura
Os compostos naturais contêm uma ampla gama de compostos bioativos, como lipídios, fitoquímicos, produtos
farmacêuticos, sabores, fragrâncias, pigmentos e muitas outras substâncias de interesse. As técnicas de extração
têm sido amplamente investigadas para obter esses compostos naturais valiosos de plantas para sua posterior
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4 Métodos de extração
Vários métodos de extração estão disponíveis para obter compostos de interesse de fontes naturais. A
eficiência dos métodos de extração dependem de vários fatores, como instrumentação disponível, parâmetros
adotados, conhecimento sobre a natureza da matriz e sobre a química dos compostos bioativos. A maioria das
técnicas classicas é baseada no poder de extração de diferentes solventes em uso e na aplicação de calor ou
reagentes, sendo também disponíveis técnicas a temperatura ambiente (AZMIR et al., 2013).
Um amplo espectro de técnicas de extração sólido-líquido tem sido utilizado para a purificação de produtos
naturais a partir de material vegetal e micro-organismos. Classicamente, esses métodos são divididos em
Tradicionais
Os métodos tradicionais incluem extração de Soxhlet, maceração, percolação, turbolização e sonicação. Essas
técnicas foram usadas por muitas décadas, no entanto, consomem muito tempo e exigem quantidades
Modernos
Os métodos modernos incluem a extração por fluido supercrítico, a extração assistida por microondas,
cromatografia líquida de alta eficiência e a extração com líquidos pressurizados. Esses métodos oferecem
algumas vantagens, como menor consumo de solvente orgânico, menor tempo de extração e maior seletividade.
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4.1 Extração a quente
extração. Altas temperaturas aumentam a solubilidade e difusão, no entanto, temperaturas muito altas podem
termolábeis. Segundo Zhang et al. (2018), os métodos de extração usados na Farmacognosia que usam ou podem
usar o aquecimento incluem: percolação, decocção, extração por refluxo, extração Soxhlet, extração líquida
pressurizada, extração assistida por ultrassom, extração de campo elétrico pulsado, extração assistida por
#PraCegoVer: a imagem mostra uma tabela três de colunas e sete linhas apresentando diversos métodos de
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Temperaturas elevadas podem promover melhorias significativas na eficiência da extração, pois podem
aumentar a solubilidade dos analitos alvo, ajudar a quebrar as interações analito-matriz e incentivar a difusão
do analito na superfície da matriz e a transferência em massa de compostos orgânicos para o solvente. Sob essas
condições, os solventes aumentam o poder de solvatação e aumentam as taxas de extração. A alta pressão
permite manter o solvente em estado líquido a alta temperatura e pode aumentar a penetração do solvente na
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4.2 Extração a frio
As técnicas de extração a frio trabalham em uma faixa de temperatura mais baixa ou a temperatura ambiente. De
acordo com Oliveira et al. (2016), os principais métodos de extração a frio incluem os métodos
Outros métodos mais modernos de extração realizados a temperatura ambiente incluem extração de fluido
supercrítico, extração assistida por microondas e extração de campo elétrico pulsado (ZHANG et al., 2018). A
#PraCegoVer: a imagem mostra uma tabela três de colunas e quatro linhas apresentando alguns métodos de
A escolha do método de extração deve considerar a natureza do componente a ser extraído, a viabilidade técnica
e a instrumentação disponível, além da finalidade que se destina o produto extraído. Técnicas como a
percloração e a extração assistida por ultrassom podem ser realizadas a temperatura ambiente ou sob condições
de aquecimento.
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5 Alcaloides
De acordo com Evans (2002), as plantas que contêm alcaloides constituem um grupo extremamente variado,
tanto taxonomicamente quanto quimicamente. Por esse motivo, questões sobre o papel fisiológico dos
alcaloides, sua importância na taxonomia e na biogênese são frequentemente discutidas de maneira mais
satisfatória no nível de uma classe específica de alcaloide. Uma situação semelhante diz respeito às atividades
terapêuticas e farmacológicas dos alcaloides. Como a maioria dos alcaloides é extremamente tóxica, as plantas
que os contêm são pouco utilizadas na fitoterapia, mas sempre foram importantes no sistema alopático, onde a
dosagem é estritamente controlada e na homeopatia, onde a taxa de dose é tão baixa que é inofensiva.
proveniente de produtos naturais, evoluiu acentuadamente nos últimos 30 anos para abordagens cada vez mais
formuladas. Como uma classe principal de produtos naturais inicialmente descobertos e usados já há 4000 anos,
os alcaloides e seus derivados têm sido utilizados em todo o mundo como fonte de fármacos para tratar uma
Barbosa-Filho (2006) ressalta que os alcaloides são mais comuns em plantas com flores, e geralmente nas
porém também podem ser encontrados em outros vegetais, insetos, organismos marinhos, microrganismos e
animais.
Fique de olho
A cafeína é um alcaloide encontrado em grande quantidade nas sementes de café e nas folhas
de chá verde. Também pode ser achado em outros produtos vegetais. Segundo Maria e Moreira
(2007), uma xícara de café pode conter em média cerca de 80 mg de cafeína, enquanto uma
lata de Coca-Cola em torno de 34-41 mg.
Segundo Evans (2002), os alcaloides apresentam grande variedade em sua origem botânica e bioquímica, em
estrutura química e ação farmacológica. Consequentemente, muitos sistemas diferentes de classificação são
possíveis. Para fins práticos, é útil classificá-los de acordo com suas estruturas químicas. Existem duas grandes
divisões:
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Alcaloides não heterocíclicos ou atípicos, às vezes chamados protalcaloides ou aminas biológicas.
Alcaloides heterocíclicos ou típicos, divididos em 14 grupos de acordo com sua estrutura em anel.
Em relação às suas propriedades, a maioria dos alcaloides é básica, a característica de basicidade que eles
possuem varia enormemente, dependendo da estrutura molecular do alcaloide e da presença e localização dos
grupos funcionais. Alguns alcaloides são neutros, outros como a morfina, cocaína e cafeína se dissolvem em
soluções alcalinas porque são levemente ácidos. Os alcaloides geralmente apresentam estrutura cristalina,
embora algumas formem precipitados amorfos e algumas são líquidas à temperatura ambiente, como nicotina e
esparteína, são inodoros e geralmente incolores, embora também haja exceções, como berberina. Muitos
alcaloides são conhecidos por absorver raios UV, devido à presença de núcleos aromáticos em suas estruturas. A
maioria é opticamente ativa, pois possui pelo menos um carbono assimétrico em sua estrutura (RINGUELET et al
., 2013).
Segundo Ringuelet et al. (2013), os alcaloides são geralmente divididos em três grupos, de acordo com a sua
Alcaloides normalmente ocorrem na natureza; formando sais com ácidos acético, oxálico, lático,
verdadeiros lático, málico, tartárico e cítrico, entre outros. Talvez o que mais se diferencie dos
Podem ser consideradas aminas simples; têm reação básica e são formadas in vivo a
núcleo heterocíclico.
Normalmente possuem todas as características dos alcaloides verdadeiros, mas não são
Pseudoalcaloides formados a partir de aminoácidos. Na maioria dos casos conhecidos, são isoprenoides,
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5.2 Ensaios fitoquímicos qualitativos
Estão disponíveis uma grande variedade de ensaios fitoquímicos qualitativos para identificar alcaloides em
diferentes amostras. A maioria dos alcaloides é precipitada a partir de uma solução neutra ou levemente ácida
dos reativos gerais de alcaloides, estes reagentes incluem o reagente de Mayer, reagente de Wagner, reagente de
Hager e reagente de Dragendorff. Estes precipitados podem ser amorfos ou cristalinos e apresentam coloração
característica. Cafeína e alguns outros alcaloides não produzem esses precipitados. Deve-se tomar cuidado na
aplicação desses testes alcaloides, pois os reagentes também produzem precipitados com proteínas (EVANS,
2002).
Para realizar esses testes, Denny et al. (2007) sugerem dissolver 1 g da planta fresca triturada, em 10 ml de H SO
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1%, a mistura deve ser aquecida em banho-maria por 2 minutos, em seguida filtrada e separada em alíquotas,
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onde devem ser utilizados os reagentes disponíveis. A presença de alcaloides é indicada pelo aparecimento de
De acordo com Saldaña (2002), as técnicas de extração de alcaloides usadas atualmente na indústria são
purificação dos alcaloides a partir dos extratos, várias outras tecnologias, como destilação, cristalização entre
Segundo Yang e Smetena (1998), o uso de microextração em fase sólida tem sido considerada uma técnica
eficiente para isolar alcaloides, apresentando vantagens como baixo custo, simplicidade, sensibilidade e
Entre outros métodos analíticos utilizados para separação, identificação e quantificação de alcaloides estão as
com eletrodos e fotodensitometria. Técnicas mais recentes para caracterização de alcaloides utilizam a
cromatografia líquida de alta eficiência acoplada com espectrômetro de massas (SALDAÑA, 2002).
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
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• Conhecer fundamentos da Farmacognosia e sua importância, incluindo uma grande variedade de
compostos naturais e suas aplicações.
• Descobrir os procedimentos de coleta, preparo, conservação e aspectos do mercado dos produtos de
origem natural.
• Discutir as diferentes técnicas e métodos de extração, seus aspectos gerais e as vantagens e
desvantagens associadas a cada técnica.
• Conhecer as diferentes fontes de obtenção dos alcaloides, formas de classificação e características
moleculares.
• Aprimorar os conhecimentos sobre os alcaloides, características específicas, métodos de obtenção,
identificação e quantificação.
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