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Classificação dos custos
Revisão Técnica:
Prof. Ms Jean Carlos Cavaleiro
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
Classificação dos custos
• Custos semivariáveis
• Métodos de custeio
• Formas de custeio
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Unidade: Classificação dos custos
Contextualização
Até aqui conceituamos custos, definimos com conceitos teóricos, mas, na prática, o dia
a dia das organizações é bem dinâmico e tem suas características bem específicas. Isso
de forma a dificultar a alocação correta de cada custo existente, principalmente, quando
os custos são comuns a vários produtos. Exemplificando, temos uma máquina de costura
que trabalha com diversos produtos. Então, como fazer a alocação de depreciação, por
exemplo, por tipo de produtos?
Desse modo, essa unidade traz não só os conceitos tradicionais de rateio de custos fixos,
como também os conceitos de custeio de absorção, custo ABC.
Assim, apurar preço de venda é cada vez mais complexo pela dificuldade de entender essas
alocações de custos. A micro e pequena empresa têm passado por dificuldades de competição
por não conseguir discorrer sobre esse tema e apurar custos que expressem a realidade.
Ao findar essa unidade, você deve, principalmente, conseguir aplicar o custeio ABC.
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1. Custos semivariáveis
A separação entre custos fixos e variáveis nem sempre é de fácil explanação. Por isso,
devemos conhecer custos que permeiam na divisa entre fixos e variáveis, o que é denominado
de semivariáveis.
Como definição, pode-se dizer que esses custos são:
• Aqueles que variam em função do volume de produção ou de venda, mas não exatamente
nas mesmas proporções.
• Tais custos têm uma parcela fixa a partir da qual passam a ser variáveis, por exemplo: a
energia elétrica possui taxa mínima fixa, e outra parte é cobrada em função do consumo
efetivo (variável).
Custos semifixos
Há custos fixos que variam em proporção mínima, conforme ampliação de produção. Desse
modo, é possível dizer que esses custos são:
• Aqueles que permanecem constantes dentro de certos intervalos, alterando-se em degraus
até atingir um novo patamar de atividade.
Exemplo: o valor relativo aos salários dos supervisores de produção permanece o mesmo
(fixo) até a contratação; o custo com salários de supervisores aumentou (variável), mas a
partir daí passa novamente a se manter fixo.
Caso tenha dificuldade em classificar custos entre fixos, variáveis ou semivariáveis, não se
preocupe, o importante é considerá-los.É válido ressaltar que só apresentei essa definição para
atentar que custo fixo pode sofrer variação e custo variável pode ser linear até certo ponto.
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Unidade: Classificação dos custos
Original
Custo R$ 99,00
Produtividade 500 páginas
Recuperado
Custo R$ 25,00
Produtividade 100 páginas
Pergunto a você: deu para entender a relação custo-benefício? É a clássica situação em que
podemos dizer que o barato sai caro.
Trocando Ideias
A ponderação dos benefícios (produtividade) em relação ao custo (valor desembolsado) é que
determina qual matéria-prima deverá ser adquirida.
Pode-se exemplificar por meio de outra situação, compra de fraldas:
Compra-se uma fralda X-1 por R$ 7,80, mas que tem durabilidade de duas horas, e compra-
se uma fralda de R$ 13,90, que tem durabilidade de oito horas. Qual compensa mais? Claro
que o custo-benefício é para a que custa mais caro, porque o benefício é bem maior.
1.2 Custeio
O termo designa ao ato de atribuir custos aos produtos (ou processos produtivos),
independentemente do tipo de custo que está sendo atribuído, como fizemos na unidade um.
Exemplo: o custeio de uma camisa envolve o cálculo do valor das matérias-primas utilizadas
e dos demais custos de produção utilizados (mão de obra, energia elétrica, depreciações, etc.).
Estamos conhecendo esse conceito agora, mas o fizemos na unidade anterior, é uma atividade
importante para que se possa planejar as ações da empresa, ações de mercado, promoções etc.
Essa é uma situação muito séria no Brasil, principalmente por termos uma formação
empresarial maciça de micro e pequenas empresas. O Sebrae, que tem muita proximidade com
as pequenas empresas, aponta que conhecer custos é uma deficiência da empresas, e a partir
daí tem dificuldades de traçar ações de mercado. Dessa forma, temos que concordar com essa
visão. Por isso, proponho para você um desafio:
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Visite uma pizzaria na região onde mora e questione o dono da pizzaria se ele sabe quanto custa
a produção da pizza de Mussarela. Verá que não sabe, então, fica a questão: se não conhece os
custos, como define o preço?
1.3 Rateios
Corresponde à função de relacionar um tipo de custo com determinado produto ou centro
de custos. Exemplo: os custos relacionados à matéria-prima têm sua atribuição aos produtos
facilitada, pois geralmente são definidos seus parâmetros nas fichas técnicas, mas custos como
a depreciação de máquinas produtivas, por suas características, necessitam de algum cálculo
(rateio) para terem uma parcela atribuída ao produto.
Exemplo:
Uma máquina de valor R$ 100.000,00, com depreciação de 10% ao ano por dez anos,
produz mil unidades por mês. Qual seria o rateio por unidade produzida?
Produção anual: 1.000 x 12 = 12.000 unidades, em cinco anos 60.000 unidades.
Como o custo de aquisição foi de R$100.000, temos:
100.000 x 10%= 10.000 ano
10.000 / 12.000 = 0,83 a unidade
Cada unidade, produzida no período de vida útil do bem, custará R$ 0,873..
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Unidade: Classificação dos custos
Então, a parte salarial compõe o custo de produto, o lucro considera e diferença entre receitas
e despesas.
Custos de transformação
São a soma de todos os custos de produção, exceto os relativos a matérias-primas e outros
eventuais adquiridos e empregados sem nenhuma modificação pela empresa.
Representam esses custos de transformação o valor do esforço da própria empresa no
processo de elaboração de um determinado item (mão de obra direta e indireta, energia e
materiais de consumo industrial).
2. Métodos de custeio
Uma das grandes dificuldades de qualquer empresa é apurar o real custo de cada um dos itens
comercializados, seja bem ou serviço, a questão é: qual a melhor forma para apurar os custos?
A atribuição de valores verdadeiros aos produtos passou a constituir um dos principais
objetivos da contabilidade de custos nas organizações, tanto para a divulgação em demonstração
financeira periódica – do montante do estoque final e do custo dos produtos vendidos – quanto
como base para decisão sobre o mix ótimo de produto.
Portanto, torna-se necessário um sistema de custos que consiga mensurar e alocar os custos
aos produtos da forma mais adequada possível. A atribuição dos custos variáveis aos produtos
é efetuada facilmente pelas fichas técnicas ou lista de componentes de produtos, já no caso de
custos fixos é apropriado o custeamento específico. Os métodos podem seguir três princípios de
custeio: custo variável, integral, e por absorção.
No custeio variável, consideram-se os custos dos produtos ou apenas os custos variáveis,
enquanto os custos fixos são lançados como despesas no período.
No custeio integral, as totalidades dos custos fixos são alocadas aos produtos, ou seja, são
consideradas como custos e aceitas pela legislação para efeitos de avaliação de estoques.
No custeio por absorção, os custos fixos também são computados como custos dos produtos.
Por isso, vamos entender melhor o que significa.
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2.1 Custeio por absorção
Para Martins (2001), custos de absorção consistem na apropriação de todos os custos de
produção aos bens elaborados, e não só os de produção, todos os gastos relativos ao esforço de
fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos.
O custo absorção é empregado quando se deseja atribuir um valor de custos ao produto,
atribuindo-lhe também uma parte dos custos indiretos. Consiste também na apropriação de
todos os custos de produção aos produtos, de forma direta ou indireta mediante critérios de
rateio. O custeio por absorção atribui aos produtos todos os custos da área de fabricação, sejam
esses definidos como custos diretos ou indiretos, ou como custos fixos ou variáveis.
Para Martins (2001), a depreciação de máquinas e equipamentos e outros imobilizados
amortizáveis, utilizados na produção, deve ser distribuída aos produtos elaborados. Aliás, foi o
que fizemos nos cálculos da unidade anterior; portanto, vai para o ativo na forma de produtos
e só vira despesa quando da venda do bem.
Trocando Ideias
Você sabe o que é o encargo de exaustão?
Esse será nosso tema de fórum. Desse modo, pesquise e coloque no fórum sua visão conceitual e em
que tipo de empresa estaria presente.
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Unidade: Classificação dos custos
Encargos financeiros
Para Martins, os encargos financeiros são tratados como despesa, e não como custo. Se os
juros e outros encargos decorrentes de empréstimos e financiamento fossem adicionados ao
custo do produto, também deveriam sê-lo os relativos ao capital próprio.
Também existe o raciocínio de que encargos financeiros não são itens operacionais, já que
derivam da atividade da empresa e não provêm dos ativos trabalhados e utilizados em suas
operações; são antes decorrência de passivos, representando muito mais a remuneração de
capital de terceiro do que custo que integra formação do preço de venda do produto. Mesmo que
identificados como financiamento de matérias-primas, são gastos destinados em decorrência da
falta de capital da empresa.
O Brasil está aceitando em alguns casos a inclusão de juros nos custos do produto,
principalmente quando o ciclo de produção é muito grande. Então, até retornar o investimento,
leva-se muito tempo; portanto, a necessidade incorre em alocação desses encargos em custos.
É bastante fácil a visualização de onde começam os custos de produção, mas nem sempre
é da mesma maneira simples a verificação de onde eles terminam. É relativamente comum
a existência de problemas entre custos e despesa de vendas. A partir do momento em que o
produto está pronto para venda, o restante de gastos efetivados são despesas.
Um exemplo que Martins (2001) ilustra é o das embalagens, quando um produto é colocado
para venda tanto a granel quanto em pequenas quantidades, seu custo terminou, ou seja,
quando a produção findou-se. Como a embalagem só é aplicada após a venda, deve ser
tratada como despesa.
Mas, quando os produtos são colocados à venda embalados, só então, são considerado custo
indireto de fabricação.
Reflexão
Trago aqui uma descrição comentada de cada um dos pontos sobre custos, é uma forma de
você, aluno, aproximar todos os conceitos abordados.
Custos e despesas não são sinônimos e têm sentido próprio, assim como investimento,
gasto e perda. A utilização de uma terminologia homogênea simplifica o entendimento e a
comunicação. Os custos só se referem a sacrifício na produção, isso segundo Martins (2000),
salvo quando expressamente alertada a modificação da terminologia utilizada.
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Logo, temos custos de produção e despesas de administração, de vendas e financeiras.
Os sistemas de custos precisam sempre levar em consideração a qualidade do pessoal envolvido
em sua alimentação e em seu processamento, a necessidade de informação do usuário final,
segundo Martins (2000). A adequação de sua adaptação às condições específicas da empresa, a
utilização de quantidade física associada aos valores monetários e, acima de tudo, a relação entre
a sua utilidade ou a de cada informação e o sacrifício envolvido em sua obtenção.
3. Formas de custeio
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Unidade: Classificação dos custos
Margem de contribuição
Margem de contribuição é a parte do preço de venda excluídos os custos variáveis e destinada a
cobrir os custos fixos e ainda gerar lucro para a empresa.
Margem de Contribuição = Preço de Venda – Custos Variáveis
Como exemplo:
Vamos supor um produto, vendido por R$ 100,00, onde os impostos correspondem a R$
8,36, o CMV – custo da mercadoria vendida é R$ 65,66, a comissão dos vendedores é de R$
2,00 por unidade.
Assim, qual seria a margem de contribuição?
Custos variáveis:
impostos R$ 8,36,o
CMV – R$ 65,66,a
comissão R$ 2,00 por unidade.
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Total R$ 76,02
Para Santos (1995), o custeio variável prioriza o aspecto gerencial ao enfatizar a rentabilidade
de cada produto sem as distorções ocasionadas pelos rateios de custos fixos aos produtos.
Não é aceito pela legislação tributária para fins de avaliação de estoques; não envolve rateios
e critérios de distribuição de gastos, facilitando o cálculo; exige uma estrutura de classificação
rígida entre os gastos de natureza fixa e variável.
A elevação do valor dos custos fixos não considera a análise de desempenho, que pode
ser prejudicada e deve merecer considerações mais acuradas. Para Megliorini (2002), custeio
variável ou direto consiste em alocar aos produtos somente os custos variáveis, quer sejam eles
diretos ou indiretos, comparativamente o custeio de absorção. A diferença entre ambos reside
no tratamento dado aos custos fixos. Enquanto no custeio por absorção eles são rateados ao
produto, no custeio variável ou direto são tratados como custos do período, indo diretamente
para o resultado, como as despesas.
A forma de alocação dos custos variáveis, para Megliorini, como a matéria-prima, mão de
obra direta e custos indiretos variáveis, obedece a critérios de alocação direta ao produto.
Esse método permite aos administradores utilizar os custos como ferramenta auxiliar na
tomada de decisões, quais produtos contribuem mais para a lucratividade da empresa. Além
disso, determina:
• Quais produtos devem ter suas vendas incentivadas, reduzidas ou mesmo ser excluídos
da linha de produção.
• Qual o preço mínimo a ser praticado em condições especiais, tal como venda de
capacidade ociosa, decisão entre comprar ou fabricar e determinação do nível mínimo
de atividade em que negócio passa a ser rentável.
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Unidade: Classificação dos custos
Leoni (1996) diz que o sistema de custeio variável ou direto é um método que considera
apenas os custos variáveis de apropriação direta como custo do produto ou serviço. É o critério
utilizado para acumular os custos de qualquer objeto ou segmento da empresa.
Este sistema só agrega os custos variáveis aos produtos, considerando os custos fixos como
despesas. O uso deste sistema exige a clara distinção entre custos diretos e indiretos, o que pode
gerar o uso da arbitrariedade.
O sistema de custeio variável procura as distorções existentes nos critérios de rateios exigidos
no sistema de custeio por absorção.
No custeio por absorção, os custos fixos são rateados aos produtos e/ou serviços enquanto no
custeio variável estes custos são tratados como despesas, e vão direto para o resultado.
Meglioni (2001) afirma que “enquanto no custeio por absorção eles são rateados aos
produtos, no custeio variável, são tratados como custos do período, indo diretamente para o
resultado igualmente como as despesas”.
A diminuição da necessidade de rateio deve-se ao fato de que no sistema de custeio variável,
são alocados aos produtos e/ou serviços, somente os custos variáveis e, como na maioria dos
casos, os custos variáveis também são diretos, expurgando-se assim os rateios dos custos indiretos.
A margem de contribuição é uma ferramenta utilizada neste sistema, a qual faz parte do preço
de venda de um produto e serve para cobertura dos custos indiretos e para formação do lucro.
Antes de determinar a margem de contribuição de qualquer segmento, atividade ou produto,
é necessário identificar seus custos diretos e eleger o parâmetro representativo e classificar os
custos fixos e variáveis diante deste parâmetro.
Crepaldi (2002) salienta que método de custeio variável segue os princípios de contabilidade
do regime de competência e confrontação. Por isso, não é reconhecido para efeitos legais. No
entanto, é de grande auxílio para a tomada de decisão gerencial.
Outro ponto negativo é que comparado ao sistema por absorção, o custeio variável tem sua
utilização nas empresas de forma tímida por se tratar de um método mais sofisticado.
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Para Marion (1993), as atividades realizadas por setores se integram em processos que visam
a atingir os objetivos desejados pelos clientes de cada processo.
No método ABC, as atividades são o foco do processo de custeio, os custos são investigados,
relacionando as atividades aos produtos, com base na demanda por tais atividades pelo produto
durante o processo de produção ou serviço em questão.
As bases de alocação usadas no custeio são medições das atividades executadas, que podem
incluir horas do tempo de ajuste de máquinas ou números de vezes em que isso foi feito, ou
pela maneira de distribuição em função da atividade que está sendo analisada, sejam serviços
industriais ou custos indiretos de fabricação.
O sistema de custeio ABC tem como fundamento básico a busca de princípios da causa, ou
seja, procura identificar de forma clara, por meio de rastreamento, o agente causador do custo,
para ele imputar valor. Esta metodologia de custeio é conhecida por procurar reduzir de forma
sensível distorções causadas por rateios arbitrários dos custos indiretos.
Para que possamos definir o conceito do custeio ABC é relevante levarmos em consideração
o que foi relacionado anteriormente, pois podemos definir que este sistema, primeiramente, irá
atribuir os custos às atividades e, posteriormente, atribuir custos das atividades aos produtos.
Como já foi citado acima, primeiro serão rastreados os custos que cada atividade causou e
depois verificados os portadores dos custos dessas atividades.
Ainda vale ressaltar que muitos autores ensinam que é preciso distinguir dois tipos de
direcionadores:
• o direcionador de custo de recursos; e
• os direcionadores de custos de atividades.
O primeiro identifica a maneira como as atividades consomem recursos e serve para custear
atividades; o segundo identifica a maneira como os produtos consomem atividades e serve para
custear produtos.
Uma das razões, para o surgimento desse novo critério, baseia-se na evolução tecnológica, que
alterou bastante a composição dos custos dos fatores de produção, tornando mais significativos
os custos indiretos de fabricação e menos insignificativos, como consequência, os custos do
fator mão de obra direta.
Tem por objetivo a apropriação dos custos e despesas indiretas, as várias unidades através
de algumas bases que não estão relacionadas com o volume de produção, mas sim das
atividades executadas.
Comparando com os demais sistemas de custeio, o ABC representa uma apropriação mais
direta. O custeamento corrente considera como custos e despesas diretos dos produtos fabricados
apenas os materiais diretos e a mão de obra direta. Em troca, o ABC reconhece como diretos
custos e despesas, antes tratados como indiretos, não em relação aos produtos fabricados, mas
às muitas atividades necessárias para fabricar os produtos.
Nesse método, assume-se como pressuposto que os recursos de uma empresa são consumidos
por suas atividades e não pelos produtos que ela fabrica.
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Unidade: Classificação dos custos
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Vantagens do ABC
Fornece informações gerenciais relativamente fidedignas por meio da redução do rateio;
adequar-se mais facilmente às empresas de serviços pela dificuldade de definições do que sejam
custos, gastos e despesas nessas entidades.
Além disso, há outras vantagens do ABC:
• Procura ter menor rateio arbitrário;
• Atende os princípios fundamentais da contabilidade;
• Obriga a implantação, permanência e revisão de controles internos;
• Proporciona melhor visualização dos fluxos dos processos;
• Identifica de forma mais rápida e transparente, onde os itens em estudo estão consumindo
mais recursos e também podem ser empregadas em vários tipos de empresa e segmento;
• Pode fornecer subsídios para a gestão econômica, custo de oportunidade e custo de
reposição;
• Possibilita a eliminação ou redução das atividades que não agregam valor ao produto.
Direcionadores de custos
O custeio por atividades pressupõe que as atividades consumam recursos, gerando custos e
que os produtos usem tais atividades, absorvendo seus custos.
A primeira fase do sistema é calcular o custo de cada atividade, isto é feito de forma semelhante
aos sistemas tradicionais de duas fases direcionando os itens de custos para cada atividade,
através dos cost drivers. Desse modo, chega-se a um custo por atividades.
Com a utilização dos direcionadores de custos, o ABC objetiva encontrar os fatores que
causam os custos, isto é, determinar a origem dos custos de cada atividade para, desta maneira,
alocá-los corretamente aos produtos considerando- os “ consumo” das atividades por eles.
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Unidade: Classificação dos custos
Existem custos, cujos comportamentos são ditados por bases relacionadas apenas com o
volume da produção, esses são os custos variáveis. Para esses custos, os direcionadores de
custos a serem utilizados também são relativos ao nível de atividades como horas de mão de
obra direta, horas-máquina e custos de matéria-prima.
Tais direcionadores de custos, no entanto, não são apropriados para determinar o
comportamento da maioria dos custos fixos, que variam a médio e longo prazo. No decorrer
do tempo, esses custos adaptam-se não só à demanda, mas também à estrutura de produção.
O fator determinante do custo deste tipo de atividade é o número de vezes em que é
efetuado o serviço básico desta atividade para a fabricação do produto. Na verdade,
podemos dizer que o conceito de direcionadores de custos é o mesmo que da base de rateio
dos sistemas tradicionais. A única diferença é que como os custos estão associados a uma
atividade específica no ABC, é mais fácil de determinar, interpretar e utilizar o direcionador
de custos do que a tradicional base de rateios.
Descrição do modelo
Em algumas fábricas, determinados produtos são designados de “especiais”. Eles representam
uma pequena parte do volume total da produção das citadas fábricas. O produto “especial”
normalmente é idêntico ao produto “standard”, com a exceção de pequenas adições ou
eliminações. Essa pequena modificação resulta aparentemente numa pequena diferença de
custos entre o regular e o especial. E essa diferença somente é pequena porque o método
tradicional de custeio não consegue detectar as despesas que, na realidade, acarretam um
produto fora de linha para todos os setores da empresa.
O produto especial, como o próprio nome indica, é diferente. E como tal exige um custo maior
de preparação, pois somente poucas unidades são produzidas. Quando a ordem de produção
for processada, provavelmente far-se-á o necessário trabalho extra de engenharia para a emissão
de uma lista de materiais, específica para aquela ordem, a fim de garantir que ela será montada
e empacotada corretamente. Possivelmente, exigirá, ainda, o acompanhamento de algumas
pessoas como o engenheiro do produto, o engenheiro de produção, o comprador e o planeador
da produção, tendo em vista tratar-se de um trabalho diferente do padrão. Inclusive o pessoal
da garantia da qualidade terá de dar uma atenção especial, pois ninguém sabe exatamente
como testar esse produto – ele foge do usual com que todos na empresa já se acostumaram.
O engenheiro industrial jamais o havia estudado anteriormente e não existem nos arquivos da
empresa dados históricos.
Finalmente, para todo esse tempo extra, demandado no produto especial, o pessoal das
vendas adiciona, tão somente, uns poucos por centos extras, porque o marketing deseja-o
no catálogo.
Embora o produto “especial” se comparado com o produto “padrão” não aparente sensíveis
diferenças de custos, na realidade, ele passou mais tempo na produção, exigindo cuidados
específicos de cada setor. O custeio ABC justamente procura identificar esse tempo extra no qual
incidem custos e providencia uma correta distribuição desses custos pelas diversas atividades
que consomem recursos.
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O modelo simplificado, ora sendo exposto, pressupõe a criação de um grupo de trabalho
na empresa, formado pelas pessoas-chave da organização, como o próprio empresário, os
responsáveis pela produção, comercialização e área financeira, além de outras pessoas que
exerçam funções importantes na empresa. Eles terão como tarefa precípua alimentar, com as
informações necessárias, o modelo que a seguir será descrito, a fim de se determinar as taxas
de alocação das despesas, que serão aplicadas a cada um dos produtos da empresa. Esse
grupo de trabalho deverá ter um caráter permanente e atualizará os dados periodicamente, por
exemplo, a cada seis meses, e/ou se um novo produto ingressar na empresa, e/ou se um fato
marcante determinar nova apuração do custeio. Esse grupo se utilizará dos seus conhecimentos
e experiências adquiridos no dia a dia da empresa para alimentar o sistema que fornecerá uma
avaliação adequada das taxas de rateio a serem aplicadas aos custos indiretos. Deverão seguir
a seguinte metodologia, e que foi inspirada em Gilligan (1990).
Exemplo prático
A empresa JCC services dedica-se à prestação de dois serviços na área de informática:
• Montagem e manutenção de homepages: serviço A: receita líquida no período = R$
860.965,00.
• Instalações e manutenção de rede interna em empresas: serviço B, receita líquida no
período= R$ 1.262.273,00.
Como foi visto na teoria, quando se atua com mais de um produto ou serviços, há custos que
são bem específicos para cada produto, ou etapas de produção. Mas, há os custos comuns para
a empresa, ou que sejam de fácil identificação, sem necessidade de rateio.
Alguns custos diretos foram identificados:
Custos Serviço A Serviço B
Depreciação de veículos 0 20.000,00
Salários e encargos sociais do
100.000,00 130.000,00
pessoal
Depreciação dos equipamentos
80.000,00 15.000,00
de processamento de dados
Software e software utilizados 45.000,00 380.000,00
Energia elétrica 170.000,00 0
Esses custos são facilmente identificáveis, mas os custos comuns aos produtos diferentes
podem trazer certas dificuldades.
Os custos indiretos, comuns aos dois serviços, foram de R$ 500.000,00 para o mesmo
período. Por meio de entrevistas, análise de dados na contabilidade etc. verificou-se que os
custos indiretos referiam-se às seguintes atividades:
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Unidade: Classificação dos custos
Atividade Custos R$
Treinar e aperfeiçoar pessoal 150.000,00
Realizar manutenção preventiva 110.000,00
Realizar manutenção corretiva 80.000,00
Supervisionar serviços 70.000,00
Controlar a qualidade dos serviços 90.000,00
Total 500.000,00
Vamos, então, calcular os custos indiretos segundo o custeio baseado em atividades (ABC).
Solução
Primeiro passo:
Escolher os direcionadores para as atividades.
Atividade Direcionadores
Treinar e aperfeiçoar pessoal N° de horas de treinamento
Realizar manutenção preventiva N° de horas de manutenção preventiva
Realizar manutenção corretiva N° de horas de manutenção corretiva
Supervisionar serviços Tempo dedicado pelos supervisores
Controlar a qualidade dos serviços N° de pontos de inspeção de controle de qualidade
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Serviço A Serviço B soma Proporção A % Proporção B %
N° de horas de
200 1400 1600 12,5% 87,5%
manutenção preventiva
N° de horas de
80 320 400 20% 80%
manutenção corretiva
Tempo dedicado pelos
15% 85% 1 15% 85%
supervisores
N° de horas de
100 300 400 25% 75%
treinamento
N° de pontos de inspeção
2 8 10 20% 80%
de controle de qualidade
Vimos também que o serviço A produziu 80 unidades. Então, cada unidade teve custo indireto
de: R$ 95.750,00 / 80 = R$ 1.196,87.
Os custos diretos dos serviços foram oferecidos, para verificação dos valores unitários. Assim,
devemos colocar todos os custos diretos em custos mensais, nos mesmos moldes que foi feito
no exercício da unidade anterior.
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Unidade: Classificação dos custos
Material Complementar
Tendo em visa que a EaD é uma forma diferente, porém interativa de acesso a estudos de
diversos assuntos, é muito importante que você amplie seus conhecimentos de modo qualitativo
e tenha também compromisso em buscar outros meios de estudo. Por isso, sugiro alguns artigos
para enriquecer acerca do tema proposto nesta unidade:
http://www.fecap.br/adm_online/art12/eolo.htm
http://www.contabeis.ufba.br/Site/arquivos/Editor/file/Mestrado/Artigos/2010/conccustos_
cbc_v2-1.pdf
Além disso, indico vídeos abertos na internet, que contribuirão para formação dos conceitos:
http://www.youtube.com/watch?v=m7684egoFHI
http://www.youtube.com/watch?v=cfUx3br_8Fk
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Referências
NAGLE, T. T.; HOLDEN, R. K. Estratégia e táticas de preços: um guia para decisões
lucrativas. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2007.
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Unidade: Classificação dos custos
Anotações
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www.cruzeirodosulvirtual.com.br
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