Trata-se de pedido de providencias requerido pela Associação Vale do
Berigue dos Trabalhadores Rurais, denominada Assentamento São Francisco, área destinada a reforma agrária pertencente a União. Cumpre enaltecer que a matéria abastecimento, fornecimento da água, envolve assentamento rural vinculado à autarquia federal do INCRA, pois eventual adoção de medidas para resguardo dos direitos mínimos dos assentamentos que estariam sendo prejudicados por omissão da aludida autarquia, conforme o art.2 da lei 4504/64. Por serem formulados pedidos concernentes a adequada execução de atos necessários a concretização da reforma agrária em consonância com os ditames constitucionais, o pleito não poderia ser direcionado a juízo diverso do federal, haja vista as disposições constitucionais e legais que incumbem ao INCRA a execução, em geral, da política nacional de reforma agrária, incluída a respectiva fiscalização e acompanhamento.
Ademais, é perante o Juízo Federal que atua o Ministério Público da
União que, por meio do seu órgão de execução com atribuições respectivas, poderá avaliar se a autarquia INCRA vem sendo omissa quanto ao fornecimento de direito humano básico à Associação Vale do Berigue dos Trabalhadores Rurais, denominada Assentamento São Francisco, fatores estes não condizentes com a atribuição desta Promotoria de Justiça da Defesa da Cidadania e do Consumidor e, da competência dessa 1ª Vara Cível.
Tudo isso, evidencia a competência da Justiça Federal para a causa
sob enfoque (art. 109, IV, da CF) e, por isso mesmo, o MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL promove o DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA dos presentes autos, devendo ser o processo remetidos à Subseção Judiciária de Rondonópolis, para fins de conhecimento e adoção das providências cabíveis.
Pede deferimento.
Rondonópolis, 10 de março de 2021.
JOANA MARIA BORTONI NINIS
Promotora de Justiça
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