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REVISTA BRASILEIRA DE
REUMATOLOGIA
www.reumatologia.com.br

1 Artigo original

2 Diretrizes brasileiras para o diagnóstico


3 e tratamento da osteoporose em mulheres
4 na pós-menopausa

5 Q1 Sebastião Cezar Nn a,∗ , Wanderley Bernardo b , Ana Patrícia de Paula c,d ,


6 Ben-Hur Albergaria e , Caio Moreira f , Cesar Eduardo Fernandes g , Charlles H.M. Castro h ,
7 Cristiano Zerbini i , Diogo S. Domiciano j , Laura M.C. Mendonça k ,
8 Luciano de Melo Pompei g , Mailze Castro Bezerra l , Marco Antônio R. Loures m ,
9 Maria C.O. Celeste Wender n , Marize Lazaretti-Castro h , Rosa M.R. Pereira j ,
10 Sérgio Maeda h , Vera Lucia Szenjenfeld h e Victoria Z.C. Borba a
11
a Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
12
b Associação Médica Brasileira (AMB), Projeto Diretrizes, São Paulo, SP, Brasil
13
c Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), Brasília, DF, Brasil

14
d Universidade de Brasília (UnB), Faculdade de Ciências da Saúde (FS), Brasília, DF, Brasil

15
e Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil

16
f Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

17
g Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, Brasil

18
h Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, SP, Brasil

19
i Centro Paulista de Investigação Clínica (Cepic), São Paulo, SP, Brasil

20
j Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil

21
k Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

22
l Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Fortaleza, CE, Brasil

23
m Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR, Brasil

24
n Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil

25

26 informações sobre o artigo r e s u m o


27

28 Histórico do artigo: A osteoporose é a principal causa de fraturas na população acima de 50 anos. É uma doença
29 Recebido em 8 de novembro de 2016 silenciosa que afeta especialmente as mulheres na pós-menopausa e idosos e tem ele-
30 Aceito em 24 de maio de 2017 vada taxa de morbimortalidade. O principal objetivo do tratamento da osteoporose é a
31 On-line em xxx prevenção das fraturas. A identificação dessa população de risco através do diagnóstico e
32 tratamento precoces é de fundamental importância. A última diretriz brasileira para trata-
33 Palavras-chave: mento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa foi elaborada em 2002. Desde então
34 Osteoporose foram desenvolvidas novas estratégias de diagnóstico da osteoporose, bem como fárma-
35 Mulher cos com novos mecanismos de ação foram adicionados ao arsenal terapêutico. A Comissão
36 Menopausa de Osteoporose e Doenças Osteometabólicas da Sociedade Brasileira de Reumatologia em


Autor para correspondência.
E-mail: rbr@uol.com.br (S.C. Nn).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.001
0482-5004/© 2017 Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este é um artigo Open Access sob uma licença CC BY-NC-ND (http://
creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Como citar este artigo: Nn SC, et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Rev
Bras Reumatol. 2017. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.001 RBR 376 1–15
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Diretrizes conjunto com a Associação Médica Brasileira e sociedades afins desenvolveu esta
Diagnóstico atualização da diretriz do tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa de
Terapia acordo com as melhores evidências científicas disponíveis. Esta atualização é destinada aos
profissionais das várias especialidades médicas e da área da saúde envolvidos no tratamento
da osteoporose, médicos em geral e organizações relacionadas à saúde.
© 2017 Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este é um artigo Open Access sob uma licença
CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Brazilian guidelines for the diagnosis and treatment of postmenopausal


osteoporosis

37 a b s t r a c t
38

39 Keywords: Osteoporosis is the leading cause of fractures in the population older than 50 years. This
40 Osteoporosis silent disease affects primarily postmenopausal women and the elderly, and the morbidity
41 Woman and mortality rates are high. The main goal of treating osteoporosis is the prevention of
42 Menopause fractures. The identification of populations at risk through early diagnosis and treatment
43 Guidelines is essential. The last Brazilian guideline for the treatment of postmenopausal osteoporo-
44 Diagnosis sis was elaborated in 2002. Since then, new strategies for diagnosis and risk stratification
45 Therapy have been developed, and drugs with novel action mechanisms have been added to the
46 therapeutic arsenal. The Osteoporosis and Osteometabolic Diseases Committee of the Bra-
47 zilian Society of Rheumatology, in conjunction with the Brazilian Medical Association and
48 other Societies, has developed this update of the guidelines for the treatment of postme-
49 nopausal osteoporosis according to the best scientific evidence available. This update is
50 intended for professionals in many medical and health specialties involved in the treatment
51 of osteoporosis, for physicians in general and for health-related organizations.
© 2017 Published by Elsevier Editora Ltda. This is an open access article under the CC
52 BY-NC-ND license (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Vários trabalhos epidemiológicos que ressaltam a impor- 79


Introdução tância dos fatores de risco para osteoporose e fraturas no Brasil 80

foram publicados na última década.6–8 A última diretriz bra- 81


53 A osteoporose é uma doença caracterizada pela fragilidade
sileira sobre o tratamento da osteoporose na pós-menopausa 82
54 óssea e alterações na sua microarquitetura, tem como desfe-
foi publicada em 2002.9 83
55 cho clínico mais importante a ocorrência de fraturas por baixo
56 impacto1 e afeta mais de 200 milhões de pessoas em todo o
57 mundo.2
58 Nos Estados Unidos, anualmente, ocorrem mais de dois
59 milhões de fraturas relacionadas à osteoporose, especial- Quais são os fatores de risco relacionados à
60 mente em mulheres (70%), com elevada taxa de morbimor- osteoporose e às fraturas na pós-menopausa?
61 talidade. Além disso, os custos gerais anuais do tratamento
62 desses eventos superam os 25 bilhões de dólares3 . A osteoporose não apresenta manifestações clínicas especí- 84

63 As fraturas por osteoporose ocorrem mais frequentemente ficas até que ocorra a primeira fratura. Portanto, a história 85

64 nas vértebras, no rádio distal e no fêmur proximal. Essas clínica e o exame físico detalhados devem ser feitos em todos 86

65 fraturas ocasionam dor, incapacidade física, deformidades e os pacientes com o objetivo de identificar fatores que pos- 87

66 promovem deterioração da qualidade e expectativa de vida. sam contribuir para perda de massa óssea, bem como avaliar 88

67 As fraturas do quadril são as mais graves e aumentam a taxa fatores preditivos para futuras fraturas e excluir causas secun- 89

68 de mortalidade em 12 a 20% nos dois anos seguintes à fratura. dárias de osteoporose. Alguns fatores de risco são passíveis de 90

69 Mais de 50% dos que sobreviveram a uma fratura de quadril reversão.10 91

70 são incapazes de ter uma vida independente e muitos deles Os fatores de risco mais importantes relacionados à oste- 92

71 necessitam viver em ambientes institucionalizados.4 oporose e a fraturas na pós-menopausa são: idade, sexo 93

72 A baixa densidade mineral óssea (DMO), especialmente no feminino, etnia branca ou oriental, história prévia pessoal 94

73 colo femoral é um forte preditor de fraturas. A cada redução de e familiar de fratura, baixa DMO do colo de fêmur, baixo 95

74 um desvio padrão na DMO, o risco de fratura aumenta em duas índice de massa corporal, uso de glicocorticoide oral (dose ≥ 96

75 a três vezes. Além da baixa DMO, é importante a identificação 5,0 mg/dia de prednisona por período superior a três meses), 97

76 dos fatores clínicos de risco para osteoporose e fraturas, pois fatores ambientais, inclusive o tabagismo, ingestão abusiva de 98

77 nos auxiliam na avaliação do risco absoluto de fratura para bebidas alcoólicas (≥ três unidades ao dia), inatividade física 99

78 cada indivíduo e na seleção dos pacientes a serem tratados.5 e baixa ingestão dietética de cálcio.11 100

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um impacto maior sobre o trocânter do que no fêmur proxi- 148


Tabela 1 – Investigação inicial da osteoporose
pós-menopausa mal, o risco de fratura do quadril aumenta aproximadamente 149

30 vezes.22 150
Exames de rotina
Hemograma completo
Cálcio, fósforo e fosfatase alcalina Recomendação 151

Testes de função tireoidiana


Vitamina D (25OH) Todos os pacientes com diagnóstico de osteoporose devem ser 152
Calciúria de 24 horas avaliados para fatores de risco, antes do início do tratamento 153
DMO
para a osteoporose e fraturas, por meio de história e exame 154
RX lateral de coluna torácica e lombar
Exames específicos
físico minuciosos e exames laboratoriais mínimos. Em casos 155

De acordo com a suspeita clínica de suspeita clínica, testes laboratoriais específicos devem ser 156

solicitados para diagnóstico de causas de osteoporose secun- 157

dária. 158
101 Devido à alta prevalência de causas secundárias de oste- Deve-se intervir sobre os fatores de risco que são modificá- 159
102 oporose, sendo muitas delas subclínicas, recomenda-se para veis nas mulheres na pós-menopausa, inclusive estímulo para 160
103 todos os pacientes antes de se iniciar qualquer tratamento uma a prática de atividade física, abandono do tabagismo, restrição 161
104 avaliação laboratorial mínima que inclua hemograma com- de medicações sedativas e hipnóticas, bem como outros moti- 162
105 pleto, cálcio, fósforo, fosfatase alcalina, função tireoidiana e vos que possam reduzir a massa óssea. A correção de déficits 163
106 dosagem da 25(OH) vitamina D sérica, calciúria de 24 horas, visuais e a implantação de medidas para minimizar o risco 164
107 além de radiografia simples lateral da coluna torácica e lombar de quedas são de fundamental importância (apoios e tape- 165
108 e a medida da DMO na coluna lombar e fêmur proximal. Outros tes antiderrapantes no banheiro, pisos escorregadios, tapetes 166
109 testes específicos devem ser feitos, apenas, em pacientes com soltos, melhoria da luminosidade e cuidados com escadas e 167
110 suspeita clínica de doenças associadas como as doenças gas- degraus). 168
111 trointestinais (síndrome de má absorção intestinal, doença
112 inflamatória, doença celíaca), de doenças endocrinológicas
113 (hiperparatireoidismo primário, tireotoxicose, síndrome de Tratamento não farmacológico da osteoporose
114 Cushing, hipogonadismo e diabetes mellitus), reumatológicas, pós-menopausa
115 doenças pulmonares crônicas e outras (tabela 1).10
116 Os marcadores de remodelação óssea são úteis para ava- Quais as evidências de exercícios físicos para redução no 169

117 liar o efeito de medicamentos, do próprio envelhecimento ou risco de queda e melhoria na qualidade de vida de 170

118 de alguma doença sobre as taxas de reabsorção e formação mulheres com osteoporose pós-menopausa? 171

119 óssea, em um determinado intervalo de tempo, mas não


120 devem ser usados para o diagnóstico da osteoporose nem Ensaios clínicos têm comprovado que a indicação de 172

121 para a escolha da medicação a ser prescrita. Os mais usa- programa de atividade física supervisionada promove melho- 173

122 dos são o CTx sérico, como marcador de reabsorção, e o rias da capacidade funcional, força muscular, equilíbrio, 174

123 P1NP sérico, como marcador de formação óssea. Índices ele- coordenação, melhoria da flexibilidade e qualidade de 175

124 vados do CTx sérico podem indicar perda rápida de massa vida.23,24 Um programa de exercícios para a prevenção de 176

125 óssea e apresentam correlação moderada como fator de risco quedas randomizou mulheres na pós-menopausa (entre 55 177

126 para osteoporose e fraturas, independentemente da densi- e 75 anos), com diagnóstico de osteoporose, em dois gru- 178

127 dade óssea.12–14 Seu uso na prática clínica é limitado por sua pos: o primeiro para fortalecimento progressivo de quadríceps 179

128 alta variabilidade entre os ensaios e pobre valor preditivo em e treinamento de propriocepção associada à terapia medi- 180

129 um mesmo paciente. Podem se alterar rapidamente em res- camentosa e o segundo para tratamento medicamentoso 181

130 posta ao tratamento medicamentoso e ser úteis em algumas apenas com bifosfonatos, com duração de 18 semanas.25 182

131 situações específicas como para avaliar a adesão, absorção ou Nesse estudo, pode-se verificar que mulheres submetidas ao 183

132 falha de resposta ao tratamento medicamentoso.15,16 programa de exercícios tiveram menor incidência de quedas 184

133 Os inibidores de aromatase,17 os análogos de GnRH,18 a em comparação com aquelas mantidas apenas sob trata- 185

134 terapia antirretroviral19 e medroxiprogesterona,20 bem como mento farmacológico em seis meses de seguimento (RRA = 186

135 os anticonvulsivantes e anticoagulantes,11 têm sido relacio- 0,38; IC95% 0,18-0,52; NNT = 2).25 Do mesmo modo, outro 187

136 nados como fatores de risco para a osteoporose. programa de exercícios de fortalecimento muscular, com o 188

137 O risco de quedas deve ser considerado na avaliação dos intuito de melhorar o controle postural, randomizou mulhe- 189

138 pacientes com osteoporose, uma vez que eventos recorrentes res na pós-menopausa (72,8 ± 3,6 anos) com osteoporose para 190

139 constituem, per se, fator de risco independente para fraturas, três grupos de intervenção: 1) treinamento do equilíbrio com 191

140 particularmente quando existe comprometimento neuroló- fortalecimento muscular; 2) treinamento do equilíbrio com 192

141 gico como hemiparesia, doença de Parkinson, demência e alongamento e 3) controles, mantidas sem atividade física.26 193

142 quadros de vertigens, alcoolismo e deficiência visual21 . Apesar Após oito semanas, foi possível observar que mulheres dos 194

143 disso, sua importância é frequentemente negligenciada. Em grupos 1 e 2 tiveram aumento significante da força de dor- 195

144 termos comparativos, enquanto um desvio padrão de redução siflexão, flexão do joelho, bem como aumento na amplitude 196

145 na DMO aumenta o risco para fratura de quadril em cerca de de movimento.26 Um estudo randomizado, controlado, com 197

146 duas a duas vezes e meia, uma queda para o lado, incrementa o duração de 12 meses, analisou o impacto exercido pela prática 198

147 risco em três a cinco vezes. Quando esse tipo de queda provoca de exercício físico em circuito, sobre a mobilidade, equilíbrio e 199

Como citar este artigo: Nn SC, et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Rev
Bras Reumatol. 2017. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.001 RBR 376 1–15
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200 qualidade de vida em mulheres na pós-menopausa com oste- = 1,17; IC95% 1,02-1,34), mas sem diferença significante dos 252

201 oporose estabelecida (fratura vertebral prévia). Foi possível eventos cardiovasculares, distúrbios gastrointestinais, como 253

202 verificar, após três meses do início da intervenção, melho- constipação, e neoplasias.32 254

203 ria significativa da mobilidade e dos domínios analisados O papel da suplementação do cálcio, isoladamente, para 255

204 para qualidade de vida pelos questionários GHQ-20 (General a redução da perda óssea é comprometido em muitos estu- 256

205 Health Questionnaire) e QUALEFFO-41 (Quality of Life Question- dos, porque na maioria das vezes, os suplementos de cálcio 257

206 naire issued by the European Foundation for Osteoporosis).27 apresentam-se associados à administração de vitamina D.33 258

A dose ótima diária de cálcio e o uso de suplementos ainda 259

207 Recomendação é controversa, especialmente em relação a eventos adver- 260

sos. Uma coorte sueca de pacientes com alta ingestão diária 261

208 Exercícios físicos resistidos, supervisionados, principalmente de cálcio (> 1500 mg/d considerando o cálcio da dieta mais 262

209 que envolvam fortalecimento de quadríceps e exercícios com suplemento) mostrou aumento de 40% em todas as causas de 263

210 suporte do próprio peso devem ser recomendados para paci- mortalidade (HR = 1,40; IC95% 1,17-1,67).34 264

211 entes nos pós-menopausa com diagnóstico de osteoporose Uma metanálise que incluiu uma subpopulação de 16.718 265

212 ou osteopenia, uma vez que se encontram associados com pacientes do estudo WHI que não usavam suplemento de 266

213 redução do número de quedas. Ensaios clínicos randomizados cálcio ou vitamina D no início do estudo e que foram randomi- 267

214 têm confirmado que a implantação de programa de atividade zados para começar a usá-los, foi possível identificar aumento 268

215 física contribui, de maneira significante, para melhor flexi- significativo para a ocorrência de infarto agudo do miocárdio 269

216 bilidade, equilíbrio, ganho de força muscular e melhoria da (IAM) ou revascularização miocárdica (p = 0,004)35 . Por outro 270

217 qualidade de vida, reduz o risco de quedas, embora ainda não lado, o uso de baixas doses de cálcio diárias (< 700 mg/d com- 271

218 existam evidências substanciais para a redução de fraturas parados com 1.400 mg/d) também se associou a aumento do 272

219 com a implantação da atividade física. risco cardiovascular.36 273

Uma metanálise recente de estudos controlados e rando- 274

mizados não achou diferença estatística em internações e 275


Quais as evidências da ingestão de cálcio para mortes em mulheres com osteoporose pós-menopausa sob 276
prevenção e tratamento da osteoporose suplementação de cálcio.37 277
pós-menopausa? Em uma análise de 10 anos do estudo MESA (Multi- 278

-ethnic Study of Atherosclerosis), em uma coorte multiétnica, 279

220 O cálcio é um nutriente essencial na regulação da home- observou-se discreta redução da aterosclerose coronariana 280

221 ostase do tecido ósseo. A ingestão adequada de cálcio é pela tomografia (escore de cálcio) em mulheres que ingeriram, 281

222 extremamente importante em um programa de prevenção e apenas por meio da dieta, uma média de 1081 mg de cálcio por 282

223 tratamento da osteoporose, bem como para a saúde óssea dia. Os pacientes que tomaram suplementos de cálcio tiveram 283

224 geral em qualquer idade, embora as necessidades diárias de 20% mais risco de calcificação coronariana do que os que não 284

225 cálcio variem conforme a idade. O Institute of Medicine (IOM), em receberam suplementação (RR=1,22; IC95% 1,07-1,39).38 285

226 2011, estabeleceu as necessidades diárias de cálcio por faixa Com relação à controvérsia sobre a suplementação de 286

227 etária28 . Para adultos acima de 50 anos, a dose diária recomen- cálcio e eventos cardiovasculares, mais estudos randomiza- 287

228 dada é de 1200 mg, inclusive cálcio da dieta mais suplementos dos, controlados e prospectivos, do que apenas metanálises 288

229 (em casos de ingestão alimentar deficiente). e subgrupos de outros estudos, deveriam ser feitos para que 289

230 Desde o fim do século passado vários trabalhos têm mos- melhores níveis de evidência estivessem disponíveis para os 290

231 trado a importância do cálcio no tratamento da osteoporose (a clínicos.39 291

232 maioria em associação com a vitamina D) com efeito modesto Importante salientar que a ingestão dietética diária de cál- 292

233 sobre a prevenção de fraturas.29,30 cio no Brasil está abaixo das recomendações do IOM (400 mg, 293

234 Em recente metanálise publicada pela National Osteoporosis em média, independente da região, sexo e idade).40 294

235 Foundation (NOF), os dados mostraram 15% de redução do risco As mulheres após os 50 anos com osteopenia ou osteopo- 295

236 global de fraturas (Summary Relative Risk Estimatives) (SRRE = rose devem ser estimuladas a ingerir cálcio preferencialmente 296

237 0,85%; IC95% 0,73-0,98) e 30% do risco de fratura de quadril da dieta. Existem calculadoras que ajudam a conhecer os ali- 297

238 (SRRE = 0,70; IC95% 0,56-0,87).31 Em ensaio clínico, com sete mentos ricos em cálcio e o quanto de cálcio é ingerido por 298

239 anos de seguimento, o WHI CaD Study – Women’s Health Ini- dia.41 https://www.iofbo. Em pacientes intolerantes à lactose 299

240 tiative Calcium/Vitamin D Supplementation Study), que avaliou ou que por outros motivos não possam atingir a recomendação 300

241 36.282 mulheres na pós-menopausa, entre 50 e 79 anos (62,4 diária, a suplementação de cálcio é uma opção. 301

242 em média), com maioria branca (83%), elas foram randomiza- Vários suplementos de cálcio estão disponíveis para 302

243 das para receber a associação de cálcio e vitamina D3 (1.000 mg suplementação. O carbonato e o fosfato tribásico de cálcio 303

244 + 400 UI/dia) ou placebo. Durante o seguimento, identificou- são os que contêm a maior biodisponibilidade de cálcio, cerca 304

245 -se que a DMO do quadril foi significantemente maior no de 40%. O carbonato de cálcio apresenta mais problemas gas- 305

246 grupo suplementado, embora sem redução significativa do trointestinais (como constipação, por exemplo) e é mais bem 306

247 risco de fraturas de quadril (HR = 0,88; IC95% 0,72-1,09), fra- absorvido quando ingerido com as refeições. O citrato de cál- 307

248 turas vertebrais clínicas (HR = 0,90; IC95% 0,74-1,1) e fraturas cio apresenta menor biodisponibilidade de cálcio (21%) e são 308

249 totais (HR = 0,96; IC95% 0,91-1,02).32 Com relação aos eventos necessários mais comprimidos para se atingir a dose desejada. 309

250 adversos, pode-se observar que a ocorrência de cálculos renais É uma opção aos pacientes com nefrolitíase ou com antece- 310

251 foi 17% maior nas pacientes submetidas ao tratamento (HR dentes de cirurgia gástrica (gastrectomias) ou bariátrica e está 311

Como citar este artigo: Nn SC, et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Rev
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312 disponível. A suplementação de cálcio não deve exceder 500 no colo do fêmur, mas sem redução significativa do risco de 364

313 a 600 mg por dose independente da preparação, visto que o fraturas.32 Outros estudos mostraram, em paralelo, aumento 365

314 fracionamento aumenta a absorção.42 da força muscular, equilíbrio e redução de quedas com a 366

suplementação de vitamina D.51,52 367

315 Recomendação Em adultos com deficiência de vitamina D (25[OH]D < 368

20ng/mL), recomenda-se a administração de uma dose de 369

316 Em mulheres com mais de 50 anos, é recomendado e seguro ataque de 7.000 UI/dia ou 50.000 UI/semana por oito sema- 370

317 o consumo de até 1.200 mg de cálcio ao dia, preferencial- nas, seguida da dose de manutenção entre 1.000 e 2.000 371

318 mente por meio da dieta, especialmente com o consumo de UI por dia.47,48 A inadequação dos níveis de vitamina D é 372

319 leite e derivados. Quando há impossibilidade de fazê-lo por tida como uma das potenciais causas para falha do trata- 373

320 meio de fontes nutricionais, é recomendável a administração mento medicamentoso da osteoporose (perda significativa de 374

321 de suplementos de cálcio, com avaliação de riscos e benefí- DMO e fraturas).53,54 Embora existam inúmeras evidências de 375

322 cios. Apesar de o uso complementar do cálcio e da vitamina associação de deficiência de vitamina D com várias doenças, 376

323 D ser fundamental para a mineralização óssea adequada, não doses elevadas de vitamina D não têm sido recomendadas, 377

324 se recomenda o tratamento da osteoporose em pacientes na pois não existem ensaios clínicos fase III com resultados subs- 378

325 pós-menopausa exclusivamente com cálcio associado ou não tanciais e uniformes. Um estudo mostrou que doses elevadas 379

326 com a vitamina D. de vitamina D iguais ou maiores do que 500.000 UI administra- 380

das de uma só vez, em regimes anuais, podem elevar o risco 381

de quedas e fraturas55 e outro apresentou pioria funcional dos 382


Quais as recomendações para o uso da pacientes.56 383
Vitamina D no tratamento da osteoporose Vários trabalhos publicados não comprovaram que a 384
pós-menopausa? reposição de vitamina D foi capaz de reduzir a mortalidade 385

geral,57 prevenção do câncer58 ou doenças cardiovasculares,59 386

327 A vitamina D é um pró-hormônio sintetizado na pele pela mesmo em altas doses. 387

328 exposição aos raios ultravioleta B (UVB) da luz solar. As fontes Os dados encontrados são controversos e, portanto, serão 388

329 de vitamina D alimentares são escassas e os seres humanos necessários futuros estudos para se estabelecer alguma 389

330 dependem principalmente da produção cutânea pelos raios relação de causa e efeito da deficiência de vitamina D e 390

331 UVB solares. A vitamina D, produzida na pele ou ingerida, sofre doenças ou se a deficiência de vitamina D seria apenas mais 391

332 transformações químicas até se transformar em sua forma um preditor de piores desfechos clínicos. 392

333 ativa (calcitriol), com importantes funções na fisiologia osteo-


334 mineral, especialmente no que se refere à absorção intestinal Recomendação 393
335 e à homeostase do cálcio.43,44
336 Além de seu papel na absorção intestinal de cálcio, a vita- Em pacientes com osteoporose pós-menopausa, recomenda- 394
337 mina D exerce importante ação na musculatura periférica e -se avaliar as concentrações plasmáticas da 25(OH)D antes 395
338 no equilíbrio, pode interferir no risco de quedas. A deficiência de se iniciar o tratamento. Em pacientes deficientes de vita- 396
339 de vitamina D é comum em pacientes com osteoporose45 e mina D, a reposição deve ser iniciada com 50.000 UI por 397
340 fraturas de quadril.46 semana durante oito semanas e, então, reavaliar. Como dose 398
341 A concentração plasmática da vitamina D pode ser avali- de manutenção, recomendam-se doses diárias de 1000-2000 399
342 ada pela dosagem da 25 hidroxivitamina D (25(OH)D)47,48 . Essa UI e valores séricos acima de 30 ng/mL para a prevenção do 400
343 medida é recomendada na suspeita de deficiência de vita- hiperparatireoidismo secundário, melhoria da massa óssea, 401
344 mina D, sobretudo em populações de risco, como pacientes redução do risco de quedas. Tratamentos com altas doses de 402
345 com osteoporose e outras situações clínicas osteopenizan- vitamina D não estão indicados. 403
346 tes, em potencial.47,48 De acordo com as recomendações da
347 força-tarefa do Serviço de Prevenção do Estados Unidos, não
348 existem evidências que apoiem a dosagem da vitamina D na Tratamento farmacológico da osteoporose
349 população em geral.49 pós-menopausa
350 Concentrações séricas de 25(OH)D abaixo de 20 ng/mL (50
351 nmol/L) são classificadas como deficientes para a população Quando indicar o tratamento farmacológico para 404

352 geral mas valores entre 20 e 29 ng/mL (50 e 74 nmol/L) osteoporose pós-menopausa? 405

353 são ainda considerados insuficientes para indivíduos com


354 risco para osteoporose28 . As concentrações ideais (suficien- Apesar de a osteoporose representar um importante problema 406

355 tes) estão entre 30 e 100 ng/mL (75 e 250 nmol/L). Esses valores de saúde pública em todo o mundo e da disponibilidade de 407

356 foram reconhecidos pela Endocrine Society e a Sociedade Brasi- tratamentos efetivos para esta condição, persistem proble- 408

357 leira de Endocrinologia e Metabologia.47,48 mas na identificação de pacientes nos quais a intervenção 409

358 Uma metanálise de estudos em mulheres na pós- farmacológica deva ser considerada.60 O rastreamento e as 410

359 -menopausa demonstrou significante diminuição do risco estratégias de detecção de casos, com uso exclusivo da den- 411

360 fraturas de colo de fêmur e fraturas não vertebrais com sitometria óssea são específicos (identificam pacientes de 412

361 suplementação de vitamina D em doses diárias acima de 800 alto risco), mas não têm sensibilidade adequada (deixam de 413

362 UI.50 Por outro lado, o grupo suplementado com cálcio e vita- caracterizar corretamente muitos dos que irão sofrer fratu- 414

363 mina D do WHI apresentou discreto ganho de massa óssea ras). Portanto, estratégias que levem em consideração fatores 415

Como citar este artigo: Nn SC, et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Rev
Bras Reumatol. 2017. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.001 RBR 376 1–15
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30 30 LSA

25 Limite de intervenção
Probabilidade em 10 anos (%)

Probabilidade em 10 anos (%)


25 Limite de intervenção
Considere tratamento
Considere tratamento 20
20

O LIA
15
15 DM
da
a
10 e did
10 M

5
5
Sem tratamento Sem tratamento
0
0
40 50 60 70 80 90 40 50 60 70 80 90
Idade anos Idade anos

Figura 1 – Limite de intervenção FRAX com densitometria. Figura 2 – Limite de avaliação FRAX sem densitometria.
LIA, limite inferior de avaliação; LSA, limite superior de
avaliação.

416 clínicos de risco podem adicionar informações sobre o risco


417 individual de fratura, independentemente das medidas da validada e mostrou-se custo-efetiva. Com relação aos limia- 456

418 DMO e, assim, melhor identificar o risco absoluto de fratura res de avaliação para medidas de DMO, dois limites (fig. 2) são 457

419 por osteoporose.61 especificamente estabelecidos. Uma probabilidade de limiar 458

420 A ferramenta FRAX Brasil é o primeiro modelo de predição abaixo da qual nem o tratamento nem um teste de DMO devem 459

421 de fraturas específico do país. Baseia-se na metodologia FRAX ser considerados (limite inferior de avaliação) baseia-se na 460

422 original, que foi validada externamente em várias coortes probabilidade de uma fratura de osteoporose em 10 anos equi- 461

423 independentes, e calibrada com os dados epidemiológicos valente a mulheres sem fatores de risco clínicos (e IMC de 462

424 retrospectivos de fratura de quadril e de mortalidade mais 25 kg/m2 e sem medida de DMO). Isso é consistente com uma 463

425 consistentes disponíveis.62–66 visão, na maioria das diretrizes clínicas, de que indivíduos sem 464

426 Em síntese, FRAX é um algoritmo baseado em computador fatores clínicos de risco não devem ser considerados elegíveis 465

427 que calcula a probabilidade em 10 anos de uma fratura osteo- para avaliação. 466

428 porótica maior (fratura de quadril, vertebral, úmero ou punho) Uma probabilidade de limiar acima da qual o tratamento 467

429 e de fratura de quadril. A probabilidade de fratura é calculada pode ser recomendado, independentemente da DMO (limite 468

430 a partir dos seguintes fatores clínicos de risco: idade, sexo, superior de avaliação), é fixada em 1,2 vez o limiar de 469

431 índice de massa corporal e fatores de risco dicotômicos que intervenção, pois quando os pacientes têm uma probabili- 470

432 compreendem fratura de fragilidade prévia, história parental dade de fratura de 20% ou mais do limiar de intervenção, 471

433 de fratura de quadril, tabagismo atual, uso de glicocorticoi- quase nenhum indivíduo é reclassificado quando as proba- 472

434 des orais de longo prazo, artrite reumatoide, outras causas bilidades são recalculadas com a adição de DMO ao FRAX 473

435 de osteoporose secundária e consumo de álcool. A DMO do (UK National Osteoporosis Guideline Group – NOGG).70 E, 474

436 colo femoral pode ser, opcionalmente, inserida para melhorar recente recomendação do comitê de especialistas revisou as 475

437 a predição do risco de fratura. A probabilidade de fratura é cal- estratégias para identificar pacientes com elevado risco de 476

438 culada considerando tanto o risco de fratura quanto o risco de osteoporose e fraturas.71 Tendo em vista essas considerações, 477

439 morte. O uso de fatores clínicos de risco e as medidas da DMO a seguinte abordagem pode ser recomendada para a tomada 478

440 melhoram a sensibilidade da predição de fraturas sem com- de decisões em nosso país.62 479

441 prometer a especificidade. O uso de FRAX, na prática clínica, Dados preliminares do estudo Bravos, um estudo multicên- 480

442 exige uma consideração da probabilidade de fratura na qual trico prospectivo sobre fraturas nas regiões Norte, Sudeste e 481

443 intervir, tanto para o tratamento (um limiar de intervenção) Sul foram aceitos para publicação. Os resultados definitivos 482

444 quanto para o teste de DMO (limiares de avaliação).67 desse estudo podem melhorar a calibração e capacidade do 483

445 Muitas diretrizes recomendam que as mulheres com uma FRAX Brasil de predição de fraturas segundo o trabalho “Inci- 484

446 fratura de fragilidade prévia possam ser consideradas para dence and mortality of hip fractures in Joinville, a community 485

447 intervenção sem a necessidade de um teste de DMO (exceto of the south of Brazil”, Silva DMW, Lazzareti-Castro M, Sejzen- 486

448 para monitorar o tratamento), uma fratura anterior pode ser feld VL, Zerbini C, Eis SH, Borba VCZ, aceito para publicação 487

449 considerada como tendo um risco suficiente de que o trata- no Archives of Endocrinology and Metabolism. 488

450 mento pode ser recomendado68,69 .


451 Por essa razão, o limiar de intervenção em mulheres, sem Recomendação 489

452 fratura prévia, pode ser ajustado à probabilidade de fratura


453 por idade específica equivalente a mulheres com fratura de Pacientes com história de fratura de fragilidade prévia 490

454 fragilidade prévia. Em outras palavras, o limiar de intervenção devem ser considerados para tratamento farmacológico sem 491

455 (fig. 1) é fixado no “limiar de fratura”. Essa abordagem foi bem a necessidade de uma avaliação adicional com a medida da 492

Como citar este artigo: Nn SC, et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Rev
Bras Reumatol. 2017. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.001 RBR 376 1–15
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493 DMO, embora essa possa ser apropriada, particularmente em 12 meses e o ritmo de perda óssea se assemelha ao observado 547

494 mulheres pós-menopáusicas mais jovens, e com finalidade de com o hipoestrogenismo natural observado na mulheres na 548

495 monitoramento do tratamento. pós-menopausa.77 Portanto, a interrupção do tratamento da 549

496 Pacientes com T-score igual ou menor do que -2,5 DP na osteoporose com TH deve ser seguida por outra opção tera- 550

497 coluna lombar, colo femoral, fêmur total ou radio 33% devem pêutica. 551

498 ser considerados para terapia farmacológica. A TH apresenta risco de tromboembolismo cerca de duas 552

499 Em pacientes sem fraturas de fragilidade prévias, a vezes maior em usuárias de doses convencionais (estrogênio 553

500 estratégia de tratamento deve basear-se na avaliação da pro- conjugado equino 0,625 mg/dia associado a 2,5 mg de acetato 554

501 babilidade em 10 anos com o FRAX Brasil e recomendações do de medroxiprogesterona em esquema combinado ou cíclico), 555

502 NOGG. particularmente no primeiro ano de tratamento e que se 556

503 Em pacientes com alto risco para fraturas pela DMO ou reduz quando o mesmo se prolonga por mais tempo.78 O uso 557

504 calculada, a DMO deve ser repetida a cada um a dois anos, prolongado da TH, por mais de cinco anos, com associação 558

505 conforme decisão médica. Em casos de perda significativa de de estrogênios e progestagênios, produz pequeno aumento 559

506 massa óssea, as pacientes devem ser reavaliadas quanto à do risco de câncer de mama (oito casos em cada 10.000 560

507 adesão ao tratamento, às questões relacionadas ao exame de mulheres/ano).79 561

508 densitometria óssea (equipamento, protocolos de aquisição e


509 análise), às causas secundárias, inclusive deficiência de vita- Recomendação 562
510 mina D e a presença de doenças ou medicamentos (tabela
511 2).53,72 A TH pode ser considerada para o tratamento da osteoporose 563

pós-menopáusica, especialmente nas mulheres com sintomas 564

climatéricos, antes dos 60 anos ou com menos de 10 anos de 565


Quais as evidências para a recomendação do
pós-menopausa. A descontinuação da TH resulta em perda 566
uso da terapia hormonal para redução no risco
de massa óssea e aumento das taxas de fraturas e as paci- 567
de fratura na pós-menopausa?
entes devem ser reavaliadas para outra opção terapêutica. As 568

pacientes com indicação de TH devem ser avaliadas cuidado- 569


512 Os estrogênios desempenham papel antirreabsortivo impor- samente, de forma individualizada, e a sua prescrição só deve 570
513 tante no metabolismo ósseo das mulheres na pré-menopausa. ser feita quando o benefício suplantar o risco. 571
514 O hipoestrogenismo, que ocorre após a menopausa, promove
515 perda acelerada de massa óssea, mas pode ser atenuada com
516 uso de terapia de reposição hormonal (TH).73 A metanálise, Qual a evidência para a recomendação do uso
517 publicada em 2002, que avaliou 57 ensaios clínicos randomi- de bisfosfonatos (alendronato, risedronato,
518 zados, demonstrou aumento consistente da DMO na coluna ibandronato e ácido zoledrônico) em mulheres
519 lombar (6,8%, em média) e fêmur (4,1%, em média), após dois na pós-menopausa para reduzir risco de
520 anos.74 fraturas vertebrais e não vertebrais?
521 O WHI, embora não feito apenas em mulheres com osteo-
522 porose com indicação de tratamento farmacológico, em seu Os bisfosfonatos nitrogenados são a classe de drogas mais 572

523 braço estroprogestativo, avaliou 16.608 mulheres menopau- prescrita em todo o mundo para o tratamento da osteopo- 573

524 sadas entre 50-79 anos que fizeram densitometria óssea em rose pós-menopausa. São análogos sintéticos do pirofosfato 574

525 subgrupo de 1.024 participantes. Comparada com o placebo, inorgânico, e ligam-se aos cristais de hidroxiapatita, nos 575

526 após cinco anos de seguimento, em média, a TH com estró- sítios de remodelação, inibem a atividade de reabsorção dos 576

527 genos equinos conjugados (EEC) associados à progesterona osteoclastos.80 577

528 aumentou significativamente a DMO na coluna lombar e O alendronato, o risedronato e o ibandronato são adminis- 578

529 fêmur em 4,5% e 3,7%, respectivamente.75 trados por via oral nas doses de 70 mg/semana, 35 mg/semana 579

530 O braço estrogênico isolado avaliou 10.739 mulheres ou 150 mg/mês e 150/mês, respectivamente. O ácido zoledô- 580

531 menopausadas histerectomizadas, entre 50 e 79 anos, com nico é o único bisfosfonato intravenoso aprovado para o 581

532 densitometria feita em subgrupo de 938 participantes. Após tratamento da osteoporose na pós-menopausa na dose de 582

533 seis anos, em média, houve aumento significante de 7,1% na 5 mg em regime de aplicação anual. Em ensaios clínicos con- 583

534 coluna lombar e de 1,8% no fêmur daquelas que receberam trolados com placebo, com duração de três a quatro anos, os 584

535 EEC comparado com aumento de 1,9% na coluna e perda de bisfosfonatos reduziram significativamente o risco de fraturas 585

536 1,95% no fêmur no grupo placebo76 . osteoporóticas. A redução do risco absoluto de fraturas com o 586

537 O estudo WHI é o maior ensaio randomizado da TH uso de bisfosfonatos depende do risco de base e do local da 587

538 controlado por placebo com dados de fratura. Tanto a fratura (vertebral versus não vertebral e quadril).81–86 588

539 TH feita apenas com estrogênio (EEC 0,625 mg/dia quanto Nesses estudos, os benefícios dos bisfosfonatos supe- 589

540 a combinação estroprogestativa (associação diária de EEC ram claramente os riscos. De forma geral, os resultados dos 590

541 0,625 mg e AMP 2,5 mg) demonstraram redução aproximada ensaios clínicos randomizados com os bisfosfonatos mostra- 591

542 de 30% nas fraturas de quadril e fraturas vertebrais clínicas. ram redução do risco de fratura vertebral de 40 a 70% e redução 592

543 Houve também redução significativa de 24 a 29% de todas do risco de fratura do quadril de 40 a 50%, sempre associados 593

544 as fraturas osteoporóticas.75,76 Entretanto, os efeitos benéfi- ao cálcio e à vitamina D.87 594

545 cos sobre a DMO são mantidos enquanto a TH é usada. Após Os bisfosfonatos orais devem ser tomados em jejum, 30 a 595

546 sua descontinuação, ocorre perda da DMO após os primeiros 60 minutos antes da refeição matinal e com um copo cheio 596

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Tabela 2 – Tratamentos aprovados para mulheres na pós-menopausa com osteoporose


Intervenção Fratura vertebral Fratura não vertebral Fratura do quadril

TRH A A A
Alendronato A A NAA
Ibandronato A Aa A
Risedronato A A A
Ácido zoledrônico A A A
Denosumabe A A A
Raloxifeno A NAA NAA
Teriparatida A A NAA

A, recomendação de grau A; NAA, não avaliado de forma adequada; TRH, terapia de reposição hormonal.
a
Apenas em subconjuntos de pacientes (análise post-hoc).

597 de água para que tenham o máximo de absorção e deve-se No estudo de três anos de extensão do ácido zoledrônico, 641

598 evitar a posição de decúbito após o uso do fármaco. Existe uma efeitos semelhantes foram vistos, com redução significativa 642

599 apresentação semanal do risedronato que pode ser tomado no risco de fraturas vertebrais e nenhuma diferença no risco 643

600 junto ou logo após o café da amanhã.88 de fraturas não vertebrais e de quadril em pacientes tratados 644

601 Nos estudos pivotais com os bisfosfonatos foram relatados por seis anos em comparação com aqueles tratados por três 645

602 eventos adversos comuns como alterações gastrointestinais, anos.95 646

603 inclusive náusea e até esofagite, sintomas flu-like, artralgias Os desfechos que se seguem após interrupção do trata- 647

604 a mialgias leves. Em muitos pacientes, esses eventos podem mento com risedronato pós dois ou sete anos de tratamento 648

605 estar relacionados à baixa adesão ao tratamento e afetar a também foram reportados. A descontinuação do uso do rise- 649

606 capacidade desses fármacos de reduzir o risco de fraturas.89 dronato por um ano promoveu aumento dos valores séricos 650

607 Pacientes com doenças esofageanas e GI graves, como a dos marcadores de remodelação óssea em ambos os grupos 651

608 hérnia de hiato, estenose, alterações da motilidade esofage- para valores próximos à linha de base e também diminuição 652

609 ana (esclerose sistêmica, por exemplo), varizes esofageanas e da DMO do quadril total, enquanto a DMO da coluna lombar e 653

610 doença de Crohn, devem ter seu uso restringido ou contrain- do colo do fêmur permaneceu inalterada.96 654

611 dicado. Os pacientes com disfunção renal com clearance de Devido à característica de acúmulo dos bisfosfonatos no 655

612 creatinina abaixo de 35 mL/m também devem ter seu uso res- osso e também ao seu uso prolongado, eventos adversos sérios 656

613 trito ou contraindicado, especialmente os idosos e em uso de começaram a ser reportados a partir de 2003, como a osteo- 657

614 diuréticos. A hipocalcemia deve ser avaliada e corrigida antes necrose da mandíbula e as fraturas atípicas subtrocantéricas. 658

615 do início do tratamento.90 A osteonecrose de mandíbula foi relatada primariamente em 659

616 Os bisfosfonatos de administração oral (alendronato, rise- pacientes com câncer avançado com altas doses de bisfosfo- 660

617 dronato e ibandronato) estão indicados para redução de natos. Em estudos randomizados recentes em pacientes com 661

618 fraturas vertebrais e de quadril em mulheres com osteopo- câncer avançado, a incidência de osteonecrose de mandíbula 662

619 rose pós-menopausa. No estudo que levou a sua aprovação, foi de 1 a 2% por ano com o ácido zoledrônico, 10 vezes mais 663

620 o ibandronato reduziu apenas fraturas vertebrais, porém em do que em pacientes tratados com osteoporose tratados com 664

621 um subgrupo de pacientes como osteoporose mais grave e o mesmo fármaco. 665

622 DMO com T-score abaixo de -3 DP no colo do fêmur, houve O outro evento adverso grave descrito é a fratura atípica 666

623 significância estatística para redução de fraturas de quadril.91 de fêmur. Uma revisão recente da literatura mostrou que os 667

624 O ácido zoledrônico está indicado para redução de fratu- pacientes apresentam pródromos de dor na coxa em 70% dos 668

625 ras vertebrais, não vertebrais e de quadril em pacientes com casos, fratura bilateral em 28% e retardo da cicatrização em 669

626 osteoporose pós-menopausa.92 26%. A etiologia exata e a correlação desses eventos com o 670

uso dos bisfosfonatos não está completamente esclarecida. A 671

627 Uso prolongado de bisfosfonatos ASBMR publicou recomendações sobre esses eventos graves 672

em duas forças-tarefas nos últimos três anos.97,98 673

628 A duração ideal do tratamento com bisfosfonatos em pacien- As preocupações sobre os potenciais efeitos colaterais 674

629 tes com osteoporose é desconhecida. Dados dos estudos de do uso de bisfosfonatos, juntamente com os dados dispo- 675

630 extensão dos ensaios clínicos maiores sugerem que a terapia níveis sobre a eficácia em longo prazo levaram a recente 676

631 com alendronato para além de cinco anos não diminui sig- reconsideração da duração adequada do tratamento com 677

632 nificativamente o risco de fraturas, exceto o risco de fraturas esses agentes. Em alguns pacientes, um período de “férias” 678

633 vertebrais clinicamente diagnosticadas.93 ou interrupção do uso do bisfosfonato tem sido sugerido por 679

634 Além disso, a análise post hoc dos mesmos dados do Estudo especialistas99 e, mais recentemente, endossado em diretrizes 680

635 Flex revelou que as fraturas não vertebrais foram reduzi- da Associação Americana de Endocrinologistas (AACE).90 681

636 das em pacientes tratados com alendronato por 10 anos (em Defensores da estratégia das “férias” dos bisfosfonatos 682

637 comparação com aqueles tratados por cinco anos) somente argumentam que a eficácia dos bisfosfonatos não foi demons- 683

638 naqueles em que o T-score do colo do fêmur permaneceu trada depois dos cinco anos de terapia para a maioria dos 684

639 abaixo de -2.5 após cinco anos de terapia ou naqueles que já pacientes de baixo risco, e que a incidência de efeitos cola- 685

640 tivessem sofrido uma fratura vertebral.94 terais, como a fratura atípica do fêmur e a osteonecrose de 686

Como citar este artigo: Nn SC, et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Rev
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687 mandíbula, aumenta com o uso prolongado. Uma força tarefa que ele não tem eliminação glomerular, porém a hipocalcemia 740

688 da ASBMR estabeleceu um algoritmo com recomendações deve ser avaliada e corrigida antes do início do tratamento.105 741

689 sobre o uso prolongado de bisfosfonatos.87 Em um estudo comparativo multicêntrico de não inferiori- 742

690 Pacientes em uso de contínuo de corticosteroides (> dade, fase III, com o alendronato, com duração de 12 meses, 743

691 7,5 mg/d), com mais de 75 anos ou fratura prévia de quadril, 1.189 mulheres na pós-menopausa com T-score em coluna 744

692 devem ser considerados para continuar o uso bisfosfonatos lombar ou quadril total menor do que -2,0 foram randomi- 745

693 orais mesmo após cinco anos.70 zadas para tratamento com denosumabe (60 mg a cada seis 746

694 Em recente artigo na Revista Brasileira de Reumatologia foi meses) ou alendronato (70 mg semanalmente). Foi verificado 747

695 sugerido um algoritmo modificado do ASBMR100 (fig. 3). Esse aumento significante da DMO do fêmur no primeiro grupo 748

696 algoritmo inclui marcadores de reabsorção óssea na tomada (3,5% versus 2,6%, respectivamente).106 Em outro ensaio clínico 749

697 de decisão em casos de falta de resposta ao tratamento, o que randomizado de não inferioridade, a transição do alendronato 750

698 não é aceito de maneira unânime da literatura. para o denosumabe promoveu aumento significativo da DMO 751

do fêmur total após 12 meses de intervalo, bem como redução 752

699 Recomendação da porosidade cortical e dos marcadores de reabsorção nos 753

pacientes que receberam o denosumabe em relação aos do 754

700 A eficácia dos bisfosfonatos na redução de fraturas vertebrais, grupo do alendronato.107 755

701 não vertebrais e de quadril em pacientes com osteoporose tem Consistente com seu mecanismo de ação, a 756

702 sido demonstrada em ensaios clínicos randomizados de modo descontinuação do tratamento com denosumabe pode 757

703 a ser considerada classe terapêutica de primeira linha para o ocasionar reversão dos benefícios obtidos (DMO e risco de 758

704 tratamento da osteoporose na pós-menopausa. Todos os bis- fraturas). Caso o tratamento com o denosumabe precise 759

705 fosfonatos apresentam eficácia na redução do risco de fraturas ser interrompido, deve-se considerar a troca para outro 760

706 vertebrais. Por outro lado, somente o alendronato, o risedro- tratamento da osteoporose. As “férias de tratamento da 761

707 nato e ácido zoledrônico demonstraram redução significativa osteoporose” não se aplicam ao denosumabe.108 762

708 no risco de fraturas não vertebrais e de quadril. Os pacientes


709 em uso de bisfosfonatos devem estar plenos de cálcio e vita- Recomendação 763

710 mina D. Reavaliação da continuação do uso de bisfosfonatos


711 após cinco anos tem sido proposta e levado em conta os riscos O denosumabe está indicado no tratamento de mulheres 764

712 e benefícios para cada paciente. com osteoporose na pós-menopausa. Os estudos pivotais 765

mostraram redução significativa de fraturas vertebrais, não 766

vertebrais e de quadril. Pode ser usado na falha, intolerân- 767


Quais as evidências do uso do denosumabe no cia ou contraindicação aos bisfosfonatos orais e em situações 768
tratamento da osteoporose pós-menopausa? especiais, como primeira linha de tratamento em pacientes 769

com disfunção renal. Após 10 anos de tratamento, os dados 770


713 O denosumabe é um anticorpo monoclonal humano (isotipo mostraram ganhos contínuos de DMO da coluna lombar e 771
714 IgG2 ) com grande afinidade e especificidade ao ligante do fêmur, bem como redução de fraturas, com o mesmo perfil 772
715 receptor do ativador do fator nuclear kappa B (RANK-L), cito- de segurança descrito previamente, inclusive pacientes com 773
716 cina pertencente à família dos fatores de necrose tumoral disfunção renal. A descontinuação do tratamento com deno- 774
717 (TNFs). O denosumabe bloqueia a ligação do RANK-L com o sumabe pode promover reversão dos benefícios obtidos e, 775
718 RANK, seu receptor natural, diminui a reabsorção óssea por nesses casos, deve ser considerada a troca para outro trata- 776
719 meio da inibição da formação, ativação e sobrevivência dos mento da osteoporose. 777
720 osteoclastos e aumenta a densidade mineral óssea.101
721 O ensaio clínico pivotal fase III, o estudo Freedom (Fracture
722 REduction Evaluation of Denosumab in Osteoporosis every 6 Months) Quando recomendar o uso do raloxifeno em
723 randomizou 7.808 mulheres 60 a 90 anos (72 ± 5,2) e T-score mulheres com osteoporose pós-menopausa?
724 entre -2,5 e -4,0 (coluna lombar ou fêmur), submetidas a tra-
725 tamento com denosumabe (60 mg a cada seis meses por 36 Os moduladores seletivos de receptores de estrogênios, conhe- 778

726 meses) ou placebo e observou redução significativa de 68% do cidos internacionalmente pela sigla SERM (Selective Estrogen 779

727 risco de fraturas vertebrais radiográficas no grupo intervenção. Receptor Modulator), constituem uma classe de drogas que 780

728 Além disso, diminuiu o risco de todas as fraturas não verte- atuam de forma seletiva nesses receptores, exercem efeitos 781

729 brais em 20% (HR = 0,8; IC95% 0,67-0,95), bem como do fêmur agonistas ou antagonistas em diferentes tecidos-alvo. O ralo- 782

730 em 40%. Não foi observado aumento no risco de neoplasia, xifeno, tido como um SERM de segunda geração, tem efeito 783

731 doença cardiovascular, atraso na consolidação de fraturas e antirreabsortivo ósseo.109 784

732 hipocalcemia e nenhum caso de osteonecrose de mandíbula. No estudo multicêntrico More (Multiple Outcomes of Raloxifen 785

733 Casos raros de celulite foram observados.102 Evaluation), 7.705 pacientes na pós-menopausa (66,5 anos, em 786

734 O estudo aberto de extensão, em longo prazo, demonstrou média), com diagnóstico de osteoporose, e que não apresen- 787

735 incremento contínuo da DMO em coluna lombar e quadril (15,2 tavam história de câncer de mama ou de endométrio foram 788

736 e 7,5%, respectivamente). E raros casos de fratura atípica de randomizadas para tratamento com placebo ou 60 ou 120 mg 789

737 fêmur e osteonecrose de mandíbula foram observados.103,104 de raloxifeno ao dia.110 Após 36 meses, pôde-se identificar que 790

738 Em pacientes com disfunção renal, o denosumabe se mos- mulheres submetidas ao tratamento com raloxifeno apresen- 791

739 trou eficaz e seguro, sem necessidade de ajustes de dose, visto taram redução significante no risco de fraturas vertebrais em 792

Como citar este artigo: Nn SC, et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Rev
Bras Reumatol. 2017. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.001 RBR 376 1–15
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Figura 3 – Algoritmo de recomendações sobre o uso prolongado de bisfosfonatos.

793 30 e 50% com doses de 60 e 120 mg/dia, respectivamente (RR =


794 0,7; IC95% 0,5-0,8 e RR = 0,5; IC95% 0,4-0,7), sem contudo modi-
A teriparatida é eficaz e segura no tratamento
795 ficar o risco de fraturas não vertebrais e do quadril em relação
da osteoporose pós-menopausa?
796 àquelas que fizeram uso do placebo (RR = 0,9; IC95% 0,8-1,1).110
797 Foi possível, ainda, observar aumento significante na DMO nos A teriparatida tem a mesma sequência dos 34 de amino ácidos 822

798 sítios pesquisados. Com relação aos eventos adversos, houve N- terminais do parato hormônio obtida sintética por tecno- 823

799 maior risco de tromboembolismo venoso do que no grupo pla- logia do DNA recombinante (PTH 1-34). E está aprovada para o 824

800 cebo (RR = 3,1; IC95% 1,5-6,2).110 tratamento inicial da osteoporose pós-menopausa em mulhe- 825

801 O aumento da incidência de tromboembolismo venoso res com alto risco de fratura ou que tenham falhado ou não 826

802 (com risco 1,5 a três vezes maior) foi o principal evento toleraram tratamento prévio para a osteoporose. 827

803 adverso sério da terapia com raloxifeno, história prévia de É considerado um agente anabólico, pois aumenta a 828

804 tromboembolismo é contraindicação ao uso desse medica- formação óssea, em contraste com os outros fármacos apro- 829

805 mento. Também foram observadas exacerbação dos sintomas vados para o tratamento da osteoporose que apresentam 830

806 de climatério e discreta redução do câncer de mama nas paci- ação antirreabsortiva. Está também aprovado para osteopo- 831

807 entes do grupo do raloxifeno.110 A redução do risco de câncer rose induzida por glicocorticoides. Na Europa, também está 832

808 de mama foi confirmada em outro grande ensaio clínico em aprovado o PTH 1-84.112 833

809 mulheres com alto risco de câncer de mama. O raloxifeno está O ensaio clínico multicêntrico que levou a aprovação da 834

810 aprovado para a prevenção e o tratamento da osteoporose em teriparatida avaliou o risco de fraturas por osteoporose em 835

811 mulheres na pós-menopausa e redução do risco do câncer de 1.637 mulheres na pós-menopausa (69 anos, em média) que 836

812 mama em mulheres na pós-menopausa com osteoporose.111 apresentavam, pelo menos, uma fratura moderada ou duas 837

fraturas vertebrais não traumáticas leves identificadas por 838

meio de radiografia de coluna vertebral. Nesse estudo, as 839

813 Recomendação pacientes foram randomizadas para tratamento com teripa- 840

ratida, por via subcutânea nas doses diárias de 20ug ou 40ug 841

814 O raloxifeno na dose de 60 mg/dia está aprovado para a ou placebo.113 Após 24 meses (média de 21 ± 3 meses de 842

815 prevenção e o tratamento da osteoporose da coluna vertebral seguimento), observou-se redução do risco de novas fraturas 843

816 em mulheres na pós-menopausa, sem sintomas climatéricos, vertebrais (RRA = 0,096; IC95% 0,062-0,128; NNT = 10) e não 844

817 promove redução significante de fraturas vertebrais. Tam- vertebrais (RRA = 0,037; IC95% 0,09-0,067; NNT = 26), mas não 845

818 bém está indicado na redução do risco de câncer de mama de fêmur. Os eventos adversos mais frequentes foram cefaleia, 846

819 em mulheres na pós-menopausa com osteoporose. Não está náuseas, cólicas, hipercalcemia, hipercalciúria.113 847

820 recomendado para a redução de fraturas não vertebrais e de Da mesma forma que com TH, SERMs e denosumabe, a 848

821 quadril. interrupção do uso da teriparatida ocasiona perda de massa 849

Como citar este artigo: Nn SC, et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Rev
Bras Reumatol. 2017. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.001 RBR 376 1–15
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850 óssea e, portanto, recomenda-se outra opção de tratamento da DMO vertebral no grupo combinado (9,1%) em comparação 901

851 subsequente para a osteoporose.114 Recentemente, tem sido com a teriparatida sozinha (6,2%) ou denosumabe em monote- 902

852 indicada após fratura atípica por uso de bisfosfonato.115 rapia (5,5%). Com relação à DMO do fêmur total também houve 903

aumento maior no grupo combinado (4,9%) versus monotera- 904

853 Recomendação pia com teriparatida (0,7%) ou denosumabe (2,5%). Assim, a 905

terapia combinada pode ser útil em pacientes com alto risco 906

854 A teriparatida está recomendada para o tratamento da oste- para fraturas, embora não existam dados sobre a redução de 907

855 oporose pós-menopausa em mulheres com alto risco de fraturas.118 908

856 fraturas, com fraturas prévias ou que tenham falhado ou Importante ressaltar que, até o momento, as evidências 909

857 sido intolerantes a outras formas de tratamento para a oste- apontam, apenas, para os benefícios da combinação sobre os 910

858 oporose. Não está indicado para períodos de tratamento desfechos da DMO e marcadores bioquímicos de remodelação 911

859 superiores a dois anos. Pode ser indicada após fratura atípica óssea, mas sem dados sobre redução de fraturas, eventos 912

860 por uso de bisfosfonato. adversos e custos. 913

Tratamento sequencial 914


Qual é a evidência para recomendar o regime
combinado ou sequencial para tratamento da Vários estudos demostraram a rápida perda de DMO após 915
osteoporose pós-menopausa? a interrupção do PTH 1-84 e teriparatida.116,117 Um estudo 916

analisou o ganho na densidade mineral óssea de mulheres 917

861 Tratamento combinado submetidas a tratamento com hormônio da paratiroide e, pos- 918

teriormente, tratamento sequencial com alendronato. Após 919

862 Os resultados de ensaios clínicos de combinação de fármacos 12 meses, houve aumento significante da DMO após a tera- 920

863 de diferentes mecanismos de ação como agentes antirreabsor- pia sequencial em comparação com aquelas mantidas em 921

864 tivos (TH, bisfosfonatos, denosumabe e SERMs) e anabólicos, monoterapia.119 O tratamento com agentes anabólicos deve 922

865 como a teriparatida e PTH1-84, divergem de acordo com as sempre ser seguido por um bisfosfonatos, denosumabe, ralozi- 923

866 associações estudadas, embora possam ter argumentos teóri- feno ou TH, pois são usados por períodos de tempo menores do 924

867 cos aceitáveis do ponto de vista científico. que dois anos e ocorre perda de massa óssea, especialmente 925

868 O primeiro estudo duplo-cego randomizado com essa na coluna lombar logo após a interrupção do tratamento. 926

869 combinação de fármacos foi feito por Black, em 2003, com


870 238 mulheres na pós-menopausa (119 em uso do PTH 1-84, Recomendação 927
871 60 em uso do alendronato e 59 em regime de uso combinado),
872 por 12 meses. Concluiu que o alendronato interferiu negati- A falta de estudos com desfechos de redução de fraturas, de 928
873 vamente na ação anabólica do PTH 1-84, quando usado em dados de segurança e o impacto econômico da combinação de 929
874 associação.116 Resultados opostos foram obtidos em ensaio fármacos para o tratamento da osteoporose pós-menopausa 930
875 clínico randomizado duplo-cego, de não inferioridade, da ainda é desconhecido e, por isso, não pode ser recomendado 931
876 combinação da teriparatida e ácido zoledrônico versus teripa- por essa diretriz. As evidências sugerem que a administração 932
877 ratida ou ácido zoledrônico, isoladamente, em 412 mulheres de inibidor de reabsorção óssea, no caso um bisfosfonato, após 933
878 na pós-menopausa (65 ± 9 anos, em média) com osteoporose. a interrupção do tratamento com a teriparatida e também 934
879 Após 52 semanas, houve incremento de 7,5%, 7% e 1,4%, res- com o denosumabe, mantém o beneficio sobre o ganho de 935
880 pectivamente, na DMO da coluna lombar e de 2,3%, 1,1% e massa óssea. Em pacientes de alto risco para fraturas, inclu- 936
881 2,1%, respectivamente, na DMO do fêmur. Assim, a teripara- sive aqueles com fraturas prévias ou múltiplas e com resposta 937
882 tida isoladamente teve maior ganho vertebral do que o ácido inadequada aos tratamentos anteriores, a combinação de fár- 938
883 zoledrônico sozinho e a combinação promoveu maior ganho macos pode ser considerada. 939
884 vertebral e femoral. No entanto, considerando o tamanho da
885 amostra e o tempo de tratamento, o estudo não teve poder
886 estatístico suficiente para avaliar desfechos de fraturas.117 Os Qual a importância da prevenção secundária na
887 eventos adversos de curto prazo, por exemplo, náusea, cala- osteoporose?
888 frios, fadiga, febre, artralgia, mialgia e cefaleia, ocorreram
889 com maior frequência nas pacientes submetidas ao uso do Pacientes com fraturas osteoporóticas recentes são de alto 940

890 ácido zoledrônico (tanto no regime combinado quando iso- risco para novas fraturas e, muito frequentemente, não rece- 941

891 lado), dentro dos primeiros três dias de infusão, ao passo que bem orientação e tratamento após a primeira fratura. Serviços 942

892 após esse período, os eventos foram comparáveis entre os três de referência especializados na orientação para prevenção 943

893 grupos.117 das refraturas têm proliferado em todo o mundo e mostrado 944

894 Dados mais substanciais da terapia combinada são obser- bons resultados em termos de custo-benefício, inclusive no 945

895 vados no ensaio clínico conhecido como DATA (Denosumab and Brasil,120,121 com apoio da IOF.122 946

896 Teriparatide Administration), que também analisou os efeitos do


897 regime combinado. Nesse estudo inicial, foram randomizadas Recomendação 947

898 100 mulheres na pós-menopausa com osteoporose para rece-


899 ber denosumabe 60 mg ou teriparatida, em doses padrão, ou A IOF tem um programa de treinamento e capacitação de 948

900 a combinação. Após 12 meses, houve aumento significativo serviços de prevenção secundária de fraturas que cresce em 949

Como citar este artigo: Nn SC, et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Rev
Bras Reumatol. 2017. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.001 RBR 376 1–15
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Como citar este artigo: Nn SC, et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Rev
Bras Reumatol. 2017. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.001 RBR 376 1–15

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