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Caderno de Estudo
Caderno de Estudo
Especialização em
Psicologia da Educação
Desenvolvimento Infantil e a Dimensão Lúdica
UNIVERSIDADE
ESTADUAL DO
MARANHÃO
iris Maria ribeiro porto
desenvolvimento Infantil
e a dimensão lúdica
são luís
2015
Governador do Estado do Maranhão Edição
Flávio Dino de Castro e Costa Universidade Estadual do Maranhão - Uema
Núcleo de Tecnologias para Educação - UemaNet
Reitor da uema
Prof. Gustavo Pereira da Costa Coordenadora do UemaNet
Profª. Ilka Márcia Ribeiro de Sousa Serra
Vice-reitor da Uema
Prof. Walter Canales Sant’Ana Coordenadora Pedagógica de Designer Educacional
Profª. Sannya Fernanda Nunes Rodrigues
Pró-reitor de Administração Coordenadora Administrativa de Designer Educacional
Prof. Gilson Martins Mendonça Cristiane Costa Peixoto
Designers Gráficos
Rômulo Santos Coelho
Yuri Jorge Almeida da Silva
105 p.
CDU: 373.2.091.33-027.22:796
Ícones
Apresentação .................................................................................................. 9
1 Introdução ................................................................................................. 57
2 A s bases neurofisiológicas do brincar ........................................ 55
3 O brincar de faz de conta .................................................................... 58
4 Brincar, laboratório do espírito e do intelecto e suas
transformações ....................................................................................... 62
4.1 Mudanças no brincar e seus efeitos no desenvolvimento 63
Resumo ...................................................................................................... 67
Referências .............................................................................................. 69
1
Introdução ............................................................................................... 71
2
Visão pedagógica do brincar das sociedades antigas ....... 72
3 Visão pedagógica do brincar das sociedades medievais 75
4 Brinquedos, brincadeiras e jogos e sua inserção na escola 77
5 O brincar e a aprendizagem na escola ....................................... 89
Resumo ..................................................................................................... 92
Referências .............................................................................................. 96
ANEXO ........................................................................................................ 97
PALAVRA DA PROFESSORA-AUTORA
Caro estudante,
Objetivos
Essa vertente entende que o brinquedo reflete o mundo com suas ca-
racterísticas locais, regionais, nacionais e mundiais e o pensar da socie-
dade. Ao mesmo tempo ele projeta e constrói imagens que se perpe-
tuam, invadem mundos diferentes de crianças e têm a possibilidade de
influenciar gerações (Figura 2).
Figura 3 – Brinquedo
Fonte: pousoalegre.net
figura 4 - Brincadeira
fonte: disneybabble.uol.com.br
Quanto aos jogos podem ser entendidos como uma categoria com
propriedades amplas, estudadas por diversas áreas do conhecimento
(Figura 5).
figura 5 - Jogos
fonte: site.sanepar.com.br
Para Benjamin (2002), torna-se importante a criança ver o que está por
trás do brinquedo, ao desmontá-lo, apropriar-se dele, estabelecer com
ele uma relação de descoberta, de conversa e de novas invenções. En-
quanto o desconstrói, ela constrói com bases em significados próprios,
revalorizando em seus jogos imaginativos (Figura 7).
Ariès (1981, p. 86) diz que, em torno dos divertimentos mais naturais
como utilização de brinquedos, bonecas, soldadinhos, armas, rodas que
apareciam e desapareciam, no decorrer das épocas, representava-se o
tipo de valores e concepções que se desejava passar e incutir nas crian-
ças e adolescentes (Figura 9).
Atenção!!
figura 12 - Brincadeira
fonte: www.saudebeleza.org
Embora Vygotsky (1996) não tenha feito uma classificação de jogos, para
ele não existe brinquedo sem regras, portanto a situação imaginária de
qualquer forma de brinquedos, já contém regras de comportamento.
Ele analisa o jogo, dedicando-se mais especificamente aos jogos de pa-
péis ou brincadeiras de faz de conta.
Para ele o ato lúdico propriamente dito se inicia por volta dos três anos
de idade com os jogos de papéis. Nesses jogos a criança cria uma situa-
ção imaginária e incorpora os elementos do contexto cultural por meio
da interação e da comunicação porque ele permite a ação intencional
(afetividade), a construção de representação mental (cognição), a mani-
pulação dos objetos e o desempenho de ações sensório-motoras (físico)
e as trocas nas interações (social).
resumo
Vimos que a Brincadeira pode ser definida como algo que não tem uma
função precisa, que pode ser relacionada à gratuidade e liberdade, sen-
do, portanto difícil definir e delimitar; que para a vertente histórico-cul-
tural, ela possui três características: a imaginação, a imitação e a regra,
que estão presentes sempre, seja tradicional, faz de conta ou de regras.
Vários autores consideram outros aspectos como a faixa etária ou o as-
pecto social.
walkiriaroque.com/.../piaget-vygotsky-e-wallon-tripe-teorico-da-educaca
Objetivos
.
• Reconhecer a trajetória do brincar na histórica;
• Identificar a dimensão lúdica do brinquedo e
dimensão lúdica na passagem do tempo;
• Compreender as características do brinquedo na
modernidade, estabelecendo a relação com a noção
de criança que a sociedade tem dela.
Amarelinha ou Cancão
- Brincadeira desenha-
da no chão, com repre-
2 brinquedo e dimensão lúdica na passagem
sentações geométricas. do tempo
Regionalmente conhe-
cida também como sa-
pata e academia.
Quatro Cantos - Brin-
As informações obtidas através das escavações e da iconografia dão
cadeiras em que as conta do fato de que na sociedade clássica antiga, desde cedo, a crian-
crianças dispostas em
quatro cantos e uma ao ça fazia parte do mundo dos adultos, depreendendo-se que não havia
centro, a um sinal com-
binado entre elas, tro- brinquedos específicos para a criança, pois todos brincavam, especial-
cam de lugar, enquan-
to a do centro tenta mente através de jogos e trabalhos. Naquele momento não parecia ha-
assumir um dos quatro
cantos.
ver separação entre trabalho e lazer, assim como entre criança e adulto,
Pegar bandeira/Barra aquela seria miniatura deste.
Bandeira - Brincadeiras
de rua em que dois ti-
mes disputam o roubo Essa realidade permanece até o século XII, numa visão de infância bas-
da bandeira adversária
posicionada ao centro
tante peculiar e importante para o entendimento dos brinquedos da
protegida pelos joga- época, pois não é fácil, nas pesquisas, diferenciar alguns brinquedos de
dores.
objetos que faziam parte da cultura, do seu modo de viver. Kishimoto
(1993, p.7) chama a atenção para o fato da seguinte forma:
Ariès (1981, p. 90) revela que na Idade Média o brinquedo era um produ-
to que nascia nas mãos profissionais dos artesãos de madeira, dos pro-
dutores de vela, dos caldeireiros e outros artesãos. Ele representava de
forma reduzida os objetos e pessoas. Era ainda objeto de culto domés-
tico dos devotos e de peregrinos, ou até de rituais funerários em que
objetos eram reduzidos e colocados nos túmulos. A ideia de brinquedos
objeto de criança, como uma visão de mediação entre esta e o mundo,
foi cultivada com o advento do Renascimento1.
______________________________
1 Movimento artístico e científico dos séculos XV e XVI que pretendia ser um retorno a Antiguidade
Clássica. (HOLANDA, 1999, p. 1741).
pião
amarelinha
resumo
e
Objetivos
ad
.
• Reconhecer as fases do brincar da criança nos estágios
propostos por Piaget;
id
• Identificar as bases neurofisiológicas do brincar;
Un
• Discutir a importância do brincar de faz de conta para o
desenvolvimento;
• Reconhecer o brincar como laboratório do espírito e do
intelecto;
• Compreender as mudanças no brincar e seus efeitos no
desenvolvimento;
• Identificar as principais formas de brincar.
1 Introdução
Fonte: http://psicologado.com/psicologiageral/desenvolvimeno-humano/o-periodo
sensorio-motor-de-piaget © Psicologado.com
Ainda fala pouco sobre o que está fazendo enquanto brinca, com uma
representação mais gestual e postural do que verbal para em seguida,
ampliar o leque de suas brincadeiras de faz de conta (simbólico, repre-
sentativo, imaginativo, fantástico, de simulação, ou de ficção).
Affonso (2012) diz que Frost (1996) após descrever as transmissões ele-
troquímicas e o aumento do número de sinapses durante os três primei-
ros anos de vida de uma criança, concluiu que as experiências precoces
tem um papel crítico na determinação de arquitetura cerebral, na ampli-
tude e qualidade das habilidades intelectuais da criança.
Segundo Piaget (apud OLIVEIRA, 2000, p. 130), aos quatro anos de ida-
de, a criança atinge o apogeu do brincar de imitar, em seu mundo de faz
de conta, e experimenta momentos extremamente ricos, podendo ser
visto como uma intercessão de dois conceitos amplos: brincar e simu-
lar que, para Oliveira (2000, p.15):Possibilitam e agilizam continuamente
a integração e adequação dos desejos, sonhos e fantasias à realidade,
mantendo aberto e fluente o acesso, aos mecanismos e conteúdos me-
nos conscientes;
Por volta dos seis/sete anos, a criança começa a fase de cooperação e ra-
ciocínio lógico, o operatório-concreto, quando é capaz de resolver pro-
blemas e relacionar-se com outras crianças, embora ainda esteja ligada
aos limites da prática e do concreto. O brincar já se torna mais elabora-
do, criam-se regras e estratégias, passam a existir situações de desafios,
o uso do corpo é mais intenso e de forma vigorosa e muitas representa-
ções do cotidiano ou de fantasia estão presentes.
Ainda uma observação importante sobre o brincar deve ser feita quanto
às mudanças que vão se efetuando no decorrer dos séculos. Friedmann
(1996) cita uma pesquisa realizada a partir de uma coletânea minucio-
sa de documentos, analisando a brincadeiras espontâneas das crianças
brasileiras no decorrer do século XX, reunindo mais de mil tipos entre
vários estados da federação e constatando significativas mudanças.
Como ser sociável, ela passa a interagir com outras crianças e suas
brincadeiras ficam cada vez mais complexas, pois para interagir com o
outro é necessário criar regras, métodos. Portanto, desta forma, e por
isso, brincar torna-se um novo meio de aprender a conviver com uma
sociedade que naturalmente necessita de regras a serem seguidas.
Após esse século, começou a surgir uma nova atitude social, maior apro-
ximação das crianças com os pais, saindo da concepção de frutos do pe-
cado, passando à condição de objetos de consumo. Os pais começaram
a dar mais atenção aos filhos a ponto de os mais privilegiados econo-
micamente gastarem muito investindo em seu futuro (ÁRIES, 1981; DE
MAUSE, 1925 apud CORAZZA, 2000).
[...] livres para brincar são hoje cada vez mais raros. As casas
ocupam a maior parte dos terrenos, e no quintal o lugar
que sobra ficou para o automóvel. Brincar na rua em nossa
cidade se tornou praticamente impossível. O medo do
trânsito e dos assaltos é uma constante. As praças são mal
frequentadas e mal cuidadas. Nos prédios de apartamentos
as áreas de lazer que substituíram os quintais são
comunitárias. Isso significa que novamente a criança estará
dividindo o espaço com outras crianças e adultos dentro
de normas estabelecidas (MACHADO, 1993, p. 137).
Diante dessa realidade, nas últimas décadas pode ser observado que a
criança usa pouco as brincadeiras mais tradicionais e canta menos as can-
tigas de roda, e até muitas delas desconhecem músicas que atravessaram
gerações e que são pouco conhecidas hoje porque estão sendo deixadas
de lado. Isso especialmente porque parece haver um cerceamento à liber-
dade de brincar, principalmente nas grandes cidades, causado entre outros
fatores, pelo problema já mencionado de limitação de espaço (Figura 5).
São elas:
Por volta dos seis/sete anos, a criança começa a fase de cooperação e ra-
ciocínio lógico, o operatório-concreto, quando é capaz de resolver pro-
blemas e relacionar-se com outras crianças, embora ainda esteja ligada
aos limites da prática e do concreto. O brincar já se torna mais elaborado.
Diante dessa realidade, nas últimas décadas pode ser observado que a criança
usa pouco as brincadeiras mais tradicionais e canta menos as cantigas de
roda, e até muitas delas desconhecem músicas que atravessaram gerações e
que são pouco conhecidas hoje porque estão sendo deixadas de lado.
Objetivos
.
• Reconhecer a visão pedagógica do brincar das socieda-
des antigas;
• Discutir a inserção na escola dos Brinquedos, brincadeiras
e jogos e sua importância para o desenvolvimento infantil;
• Compreender o brincar atual na Escola como possibilida-
de de construção de conhecimentos.
1 Introdução
Unidade
gens construídos pela criança. Conside-
ramos que esse diálogo permite a com-
preensão do conjunto de movimentos
que dá sentido ao mundo e a apreensão
de seu sentido, que a Escola deve apre-
sentar à criança.
Ele considerou tão importante o lúdico na vida do ser humano que ca-
racterizou o homem como um ser que tem três facetas ao tecer conside-
rações sobre esse aspecto na vida humana.
O autor aponta ainda que, foi apenas no século XVII, que mudanças sig-
nificativas na forma de pensar a infância começaram a surgir e só a partir
daí, foram estudados aspectos que começaram a diferenciar o mundo
infantil do adulto, evidenciando peculiaridades e necessidades comuns
a infância.
Ele criticava os jogos para o que não era sério, e os valorizava como ins-
trumento de educação. Aconselhava a usá-los para ensinar conteúdos,
gerar conversas, ilustrar valores e práticas do passado, sugerindo nos
dias de chuva brincar de ossinhos enquanto discutiam como os povos
do passado pensavam e brincavam.
Figura 7 - Rosseau
Fonte: pensador.uol.com.br
Ela recebeu dura crítica pela sua rigidez com a forma como esses mate-
riais deveriam ser utilizados pela criança, seus exercícios com os mate-
riais e sua desatualização em relação aos métodos de ensino da escrita,
que deveria ser feito pelo alfabético, quando Decroly já dava ênfase à
alfabetização pelo método global.
Agressão/regressão
Relaxamento/solidão Madeira/argila/música
Terapêutico brincar paralelo
Comunicação/interação
Linguístico Marionetes/telefone
BRINCAR cooperação
SOCIAL Repetitivo Domínio/controle Qualquer coisa!
EMOCIONAL
Animais de estimação /
Empático Simpatia/sensibilidade
outras crianças
Cantinho da casa/
Papéis/emulação
“oficinas” de serviços
moralidade/etnicidade
Autoconceito discussão
Jogos de palavras/
Jogos Competição/regras
números
O brincar na escola é menos livre e está limitado pelo fator tempo. Nes-
sa realidade ele deve ensinar reforçando a capacidade cognitiva das
crianças, num brincar diferente do da casa dela. Ele precisa facilitar o
relacionamento entre crianças a fim de que elas adquiram o bem estar
físico e mental desejado. Para tal, é necessário que trabalhe dentro das
capacidades das crianças com um brinquedo cognitivo desafiador que
resultará em um maior potencial para futuras aprendizagens.
resumo
Behaviorismo
Cognitivismo
Humanismo
ANEXO 99
Rogers enfatiza os aspectos dinâmicos e ativos do ensino do ensino que
reforçam o processo de interação na aprendizagem e considera o aluno
capaz de auto-direção, desde que em ambiente propício e interessante.
ANEXO 101
Aprendizado Experimental (C. Rogers)
"Rogers acha que todos os seres humanos têm uma propensão natural
para aprender. O papel do professor é facilitar tal aprendizado. Isto inclui:
(1) proporcionar um clima positivo para o aprendizado, (2) esclarecer os
propósitos do aprendiz(es), (3) organizar e tornar disponíveis os recursos
de aprendizado, (4) balancear os componentes intelectual e emocional
do aprendizado e (5) compartilhar sentimentos e pensamentos com os
aprendizes, mas não dominando. O aprendizado é facilitado quando: (1)
ANEXO 103