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A segurança e a saúde do trabalhador


“O direito de viver e trabalhar em um meio ambiente sadio deve ser considerado como
um dos direitos fundamentais do homem”...
(Carta de Brasília, 25/08/71, VII Reunião do Conselho da União Internacional dos Magistrados)

Não se sabe ao certo quando o homem começou a se preocupar com os acidentes e


doenças relacionadas com o trabalho. Já no século IV antes de Cristo, faziam-se referências à
existência de moléstias entre mineiros e metalúrgicos.
Mas foi com a Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra, no final do século XVIII e
com o aparecimento das máquinas de tecelagem, movidas a vapor, que a ocorrência de
acidentes aumentou.
A produção, que antes era artesanal e doméstica, passa a ser realizada em fábricas
mal ventiladas, com ruídos altíssimos e em máquinas sem proteção. Mulheres, homens e
principalmente crianças foram as grandes vítimas.
A primeira legislação no campo da proteção ao trabalhador, “Lei das Fábricas”, surgiu
na Inglaterra em 1833, determinando limites de idade mínima e jornada de trabalho.
No Brasil, onde a industrialização tomou impulso a partir da 2ª Guerra Mundial, a
situação dos trabalhadores não foi diferente: nossas condições de trabalho mataram e
mutilaram mais pessoas que a maioria dos países industrializados do mundo.
Com o objetivo de melhorar as condições de saúde e trabalho no Brasil, a partir da
década de 30, várias leis sociais foram criadas; dentre elas, ressalta-se a obrigatoriedade da
formação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA.
A partir daí, a CIPA sofre várias regulamentações, mas a preocupação com a
Segurança e Saúde do trabalhador ainda é pequena.
Quando da divulgação das primeiras estatísticas de Acidentes do Trabalho pelo então
Instituto Nacional de Previdência Social – INPS, tem-se conhecimento da gravidade da
situação da Segurança do Trabalho no Brasil – 16,75% de trabalhadores acidentados no ano
de 1970.
Diante desses dados, uma série de medidas foram tomadas para tentar reverter a
situação. Dentre elas, ressaltamos:

1 - Obrigatoriedade da existência de Serviços de Medicina do Trabalho e Engenharia de


Segurança nas Empresas (1972).
2 - Alterações do capítulo V da CLT modificando a Legislação Prevencionista (1977) e
Regulamentação das 29 Normas de Segurança e Medicina do Trabalho, favorecendo uma
atuação mais efetiva da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) nas empresas.
3 - Amplo programa de formação de profissionais nas áreas de Segurança e Medicina do
Trabalho.
4 - Desenvolvimento de programas de orientação à prevenção de acidentes e de formação de
cipeiros (obrigatório a partir de 1978). E, mais recentemente, o aparecimento de um
empresariado progressista, com uma visão prevencionista, que associa a qualidade de
produtos e serviços à qualidade de vida do trabalhador.

Estas medidas têm colaborado para a redução do número de acidentes e doenças do


trabalho oficialmente divulgados. Porém, a complexidade das questões, relativas ao registro de
acidentes e doenças profissionais, torna difícil precisar o índice dessa redução, pois uma
quantidade muito grande de trabalhadores não é registrada e, portanto, seus acidentes e
doenças não são comunicados ao INSS e à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho
e Emprego.
Diante da persistência de elevados índices de acidentes de trabalho, com grandes
perdas humanas e econômicas, surgem o Mapa de Riscos Ambientais, o PPRA (Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais), o PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde
Ocupacional) e, em fevereiro de 1999, a Portaria n.º 8, modificando a redação da NR 05 –
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.

Estes instrumentos representam a busca do comprometimento e envolvimento de


empresários e dos trabalhadores na solução de um problema que interessa a todos superar.
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Organização da CIPA

Norma Regulamentadora NR 05 (Anexo da Portaria n.º 08 de 23 de fevereiro de


1999)

DO OBJETIVO

5.1 - A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a


prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da
saúde do trabalhador.

DA CONSTITUIÇÃO

5.2 - Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular


funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista,
órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações
recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores
como empregados.

5.3 - As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos


trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as
disposições estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores econômicos
específicos.

5.4 - A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais


estabelecimentos, deverá garantir a integração das CIPA e dos designados, conforme
o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho.

5.5 - As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão,


através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo
de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças
decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com a
participação da administração do mesmo.

DA ORGANIZAÇÃO

5.6 - A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados,


de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as
alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos.

5.6.1 - Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por eles


designados.

5.6.2 - Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em


escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical,
exclusivamente os empregados interessados.
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5.6.3 - O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem


decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no Quadro I
desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos de setores
econômicos específicos.

5.6.4 - Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa


designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser
adotados mecanismos de participação dos empregados, através de negociação
coletiva.

5.7 - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida
uma reeleição.

5.8 - É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para
cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro
de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.

5.9 - Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem
suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro
estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e
segundo do artigo 469, da CLT.

5.10 - O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação


necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de
segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA.

5.11 - O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os


representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.

5.12 - Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro dia


útil após o término do mandato anterior.

5.13 - Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e


seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso
necessária a concordância do empregador.

5.14 - Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até dez


dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição
e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias.

5.15 - Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego,


a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá
ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros,
ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de
encerramento das atividades do estabelecimento.

DAS ATRIBUIÇÕES

5.16 - A CIPA terá por atribuição:

a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a


participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde
houver;
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b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de


problemas de segurança e saúde no trabalho;

c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção


necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho


visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e
saúde dos trabalhadores;

e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu


plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo


empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de
trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;

h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina


ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos
trabalhadores;

i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros


programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como


cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e
saúde no trabalho;

k) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da


análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução
dos problemas identificados;

l) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham


interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

m) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

n) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana


Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT;

o) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção


da AIDS.

5.17 - Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários


ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização
das tarefas constantes do plano de trabalho.

5.18 - Cabe aos empregados:

a) participar da eleição de seus representantes;


b) colaborar com a gestão da CIPA;
c) indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar
sugestões para melhoria das condições de trabalho;
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d) observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a prevenção


de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

5.19 - Cabe ao Presidente da CIPA:

a) convocar os membros para as reuniões da CIPA;


b) coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT,
quando houver, as decisões da comissão;
c) manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
d) coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
e) delegar atribuições ao Vice-Presidente;

5.20 - Cabe ao Vice-Presidente:

a) executar atribuições que lhe forem delegadas;


b) substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus
afastamentos temporários.

5.21 - O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes


atribuições:

a) cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o


desenvolvimento de seus trabalhos;
b) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos
propostos sejam alcançados;
c) delegar atribuições aos membros da CIPA;
d) promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;
e) divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;
f) encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;
g) constituir a comissão eleitoral.

5.22 - O Secretário da CIPA terá por atribuição:

a) acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-as para


aprovação e assinatura dos membros presentes;
b) preparar as correspondências;
c) outras que lhe forem conferidas.

DO FUNCIONAMENTO

5.23 - A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário


preestabelecido.

5.24 - As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal


da empresa e em local apropriado.

5.25 - As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com


encaminhamento de cópias para todos os membros.

5.26 - As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção do


Trabalho - AIT.

5.27 - Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:


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a) houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de


medidas corretivas de emergência;
b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;
c) houver solicitação expressa de uma das representações.

5.28 - As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.

5.28.1 - Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou


com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata
da reunião.

5.29 - Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante


requerimento justificado.

5.29.1 - O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião


ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar
os encaminhamentos necessários.

5.30 - O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando
faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.

5.31 - A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por
suplente, obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na ata de eleição,
devendo o empregador comunicar à unidade descentralizada do Ministério do
Trabalho e Emprego as alterações e justificar os motivos.

5.31.1 - No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o


substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.

5.31.2 - No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares


da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em
dois dias úteis.

DO TREINAMENTO

5.32 - A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares


e suplentes, antes da posse.

5.32.1 - O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo


máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse.

5.32.2 - As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão anualmente


treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta NR.

5.33 - O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados
do processo produtivo;
b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;
c) noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos
riscos existentes na empresa;
d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e medidas de
prevenção;
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e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e


saúde no trabalho;
f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;
g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições
da Comissão.

5.34 - O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo


oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.

5.35 - O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade


patronal, entidade de trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos
sobre os temas ministrados.

5.36 - A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à
entidade ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata,
cabendo à empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o treinamento.

5.37 - Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao


treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego,
determinará a complementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo
máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa sobre a decisão.

DO PROCESSO ELEITORAL

5.38 - Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes


dos empregados na CIPA, até sessenta dias antes do término do mandato em curso.

5.38.1 - A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo


eleitoral ao sindicato da categoria profissional.

5.39 - O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros,


com no mínimo 55 dias do inicio do pleito, a Comissão Eleitoral - CE, que será a
responsável pela organização e acompanhamento do processo eleitoral.

5.39.1 - Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será
constituída pela empresa.

5.40 - O processo eleitoral observará as seguintes condições:

a) publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no


prazo mínimo 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso;
b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de
quinze dias;
c) liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de
comprovante;
d) garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;
e) realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do
mandato da CIPA, quando houver;
f) realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos
e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados.
g) voto secreto;
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h) apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de


representante do empregador e dos empregados, em número a ser definido pela
comissão eleitoral;
i) faculdade de eleição por meios eletrônicos;
j) guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um
período mínimo de cinco anos.

5.41 - Havendo participação inferior a cinqüenta por cento dos empregados na


votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar
outra votação que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.

5.42 - As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade


descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos membros da
CIPA.

5.42.1 - Compete a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego,


confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou
proceder a anulação quando for o caso.

5.42.2 - Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco


dias, a contar da data de ciência , garantidas as inscrições anteriores.

5.42.3 - Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará
assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a
complementação do processo eleitoral.

5.43 - Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais


votados.

5.44 - Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no
estabelecimento.

5.45 - Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e


apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em
caso de vacância de suplentes.

DAS CONTRATANTES E CONTRATADAS

5.46 - Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços,


considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que seus
empregados estiverem exercendo suas atividades.

5.47 - Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento,


a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as das
contratadas ou com os designados, definir mecanismos de integração e de
participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA existentes
no estabelecimento.

5.48 - A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento,


deverão implementar, de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e
doenças do trabalho, decorrentes da presente NR, de forma a garantir o mesmo nível
de proteção em matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do
estabelecimento.
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5.49 - A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas


contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados naquele
estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos ambientes de
trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas.

5.50 - A empresa contratante adotará as providências necessárias para acompanhar


o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu estabelecimento, das
medidas de segurança e saúde no trabalho.

DISPOSIÇÕES FINAIS

5.52 - Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos termos de
portaria específica.

PLANO DE TRABALHO

A NR-05 refere-se, em vários momentos, ao Plano de Trabalho da CIPA e à


sua importância para o adequado funcionamento da Comissão.
Um plano tem, como objetivo, prever e organizar as ações de um grupo.
Para que este plano seja válido, ele precisa responder a três questões básicas:

Como estamos?
O que pretendemos?
Como chegar lá?

No caso específico da CIPA, a primeira questão “Como estamos?” será


respondida a partir de um prévio levantamento dos dados obtidos pelo estudo das:

a) Atividades realizadas e das pendências do Plano de Trabalho da CIPA anterior.


b) Conclusões levantadas no último Mapa de Riscos e das propostas sugeridas (as
realizadas ou não).
c) Análise dos últimos acidentes e doenças ocorridos e das medidas sugeridas.

Com base neste material, a CIPA terá uma fotografia da situação real da
empresa em termos de segurança.

O passo seguinte será o estabelecido dos objetivos e das metas, respondendo


a segunda questão: “O que pretendemos?”. Considerando-se que o objetivo da
CIPA é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a
tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a
promoção da saúde do trabalhador, a Comissão estabelece metas intermediárias e
define prioridades a serem atingidas, durante o seu mandato.

A terceira questão: “Como chegar lá?”. Será respondida pela programação de


atividades que deverão ser realizadas, sempre acompanhadas de previsões e
responsáveis por suas execuções.

A avaliação deve ser feita a cada reunião da CIPA. O Plano de Trabalho não é
fixo. Ele sofre alterações a medida que surgem novas situações ou forem
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solucionados os problemas. A fim de facilitar o trabalho das CIPA’s, sugerimos um


modelo de Plano de Trabalho.

Plano de Trabalho – CIPA

Gestão: ______________de _______ a ______________ de ________.


(mês) (mês)

Objetivos:
Reduzir em 30% o número de acidentes do trabalho ocorridos no ano anterior.

Metas:
Adotar medidas de proteção nos equipamentos; Conscientizar chefias;
Realizar campanhas educativas; Outros.

Data: _______________ Presidente: ________________________________

Objetivo Atividades Básicas Responsáveis Previsão

Adoção de proteção nas Supervisor de Manutenção


máquinas (seção de Encarregado da Estamparia 60 dias
estamparia)

Redução do número
de acidentes em 30% Treinamento de chefias Supervisor do SESMT
intermediárias (cursos Presidente da CIPA 90 dias
para chefias) Gerente Industrial

Outros ----------------- 120 dias


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ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO


Conceito Legal
O artigo 131 do Decreto Lei 2171 de 05/03/97 estabelece:

“Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa


ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta
Lei (exemplo: autônomos em geral), provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho”.

Exercício do trabalho a serviço da empresa


Para que uma lesão ou moléstia seja considerada acidente do trabalho, é
necessário que haja entre o resultado e o trabalho uma ligação, ou seja, que o
resultado danoso tenha origem no trabalho desempenhado e em função do serviço.
Assim, por exemplo se um empregado for assistir a um jogo de futebol e cair da
arquibancada onde sentou, não se tratará de um acidente do trabalho. Todavia, se
com ele cai o empregado do clube que estava a efetuar a limpeza da arquibancada, a
legislação referida protegerá o funcionário do clube.

Lesão corporal
Por lesão corporal deve ser entendido qualquer dano anatômico. Por exemplo:
uma fratura, um machucado, a perda de um membro.

Perturbação funcional
Por perturbação funcional deve ser entendido o prejuízo ao funcionamento de
qualquer órgão ou sentido, como uma perturbação mental devida a uma pancada, o
prejuízo ao funcionamento de um órgão como o pulmão, por exemplo.

Caracterização do acidente do Trabalho


O acidente típico do trabalho ocorre no local e durante o trabalho e é
considerado como um acontecimento súbito, violento e ocasional que provoca no
trabalhador uma incapacidade para a prestação de serviço.
A legislação (artigo) 131 da lei 2171/97) enquadra como acidentes aqueles que
ocorrem nas seguintes situações:

Acidente de trajeto
Quando um trabalhador sai de casa para prestar serviço é justo que ele fique
protegido pela legislação de acidente. Assim, no percurso da residência para o
trabalho ou deste para aquela, está o trabalhador protegido pela legislação
acidentária. Fica caracterizado como acidente do trabalho também aquele que ocorre
na ida ou na volta do trabalho, ou o ocorrido no mesmo trajeto quando o trabalhador
efetua as refeições em sua casa e/ou refeitório fora da empresa.
Deixa de caracterizar-se o acidente quando o empregado tenha, por interesse
próprio, interrompido ou alterado o percurso normal. Entende-se por percurso normal o
caminho ordinariamente seguido, locomovendo-se a pé ou usando transporte
fornecido pela empresa, condução própria ou transporte coletivo urbano.
Nos períodos destinados a refeições ou descansos bem como em intervalos
destinados à satisfação de necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante
este, o empregado é considerado a serviço da empresa para fins de acidente do
trabalho.
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Ato terceiro
Quando se fala em acidente do trabalho, nunca nos ocorre a possibilidade de
que um ato de outra pessoa possa caracterizar-se como acidente.
Esse ato de terceiro pode ser culposo ou doloso. Será considerado culposo
quando a pessoa que deu ensejo ao mesmo não tinha a intenção de que o fato
acontecesse. Foi um ato de imprudência, negligência, imperícia que resultou num
dano a outrem. Já o ato doloso é consciente, e a pessoa que o pratica age de má fé
com a vontade dirigida para a obtenção de um resultado criminoso.
Assim, o legislador (pessoa que elabora as leis) estendeu o conceito de
acidente aos atos dolosos que atingem o trabalhador proveniente da relação de
emprego, tais como os casos de sabotagem, ofensa física levada a cabo por
companheiro de serviço ou terceiro, resultante de disputa originada na prestação de
serviço
Como vimos, a exclusão que se manifesta é a referente a ato doloso contra o
empregado, oriundo de terceiro ou de companheiro de serviço, não originado de
disputa relativa ao trabalho.
Assim, o ferimento sofrido por um empregado no local e horário de trabalho,
por parte de outro colega de serviço, com origem em questão de ciúme ou mesmo de
discussão de futebol, não se caracteriza como acidente do trabalho.

Força maior
A caracterização de acidente do trabalho vai tão longe que atinge as lesões
oriundas de inundações, incêndios ou qualquer outro motivo de força maior, desde que
ocorrido em horário de trabalho.

Acidente fora do local e horário de trabalho


Além do acidente do trabalho caracterizado pelas causas acima enunciadas e
além do acidente em caminho, sobre o qual já tecemos considerações, o sofrido pelo
trabalhador mesmo fora do local e horário de trabalho, quando ocorra no cumprimento
de ordem ou na realização de serviços sob a autoridade da empresa. Ou, ainda,
quando seja espontaneamente prestado o serviço para evitar prejuízo à empresa.
Quando o empregado acidentar-se realizando uma viagem a serviço da
empresa, estaremos diante de um acidente de trabalho, qualquer que seja o meio de
condução utilizado ainda que seja de propriedade do empregado.

Causas de incapacidade “associadas” ao acidente do trabalho


Pode acontecer que o empregado já tivesse condições pessoais que
facilitassem o acontecimento ou resultado. Se um indivíduo tem uma certa fraqueza
óssea e sofre uma pancada que para outro traria com conseqüências apenas uma
zona dolorida, mas para ele resulta em fratura, suas condições pessoais não afastam
a aplicação da legislação acidentaria pela totalidade do acontecimento. Se uma lesão
com ferimento atinge um diabético, que em face de suas condições de saúde vem a
sofrer a amputação de uma perna ou de um braço, a legislação acidentaria cobre a
conseqüência total.

Doenças profissionais e do trabalho


 O legislador equiparou ao acidente do trabalho as doenças que, oriundas do
trabalho, acarretem incapacidade laboral. Para tanto, vem estabelecido no artigo
131 da Lei 2171/97:
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Doenças profissional
É a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do
Trabalho e Emprego.
Assim, o saturnismo (intoxicação provocada em quem trabalha com chumbo) e a
silicose (pneumuconiose provocada em quem trabalha com sílica) são doenças
tipicamente profissionais.

Doença do Trabalho
É a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o
trabalho é realizado e com ele relacione diretamente.
Como exemplo, poderia ser citada a surdez como doença do trabalho tendo em
conta o serviço executado em local extremamente ruidoso.
De outra parte, não são consideradas como doença profissional ou do trabalho
as doenças degenerativas, as inerentes a grupo etário e as que não acarretem
incapacidade para o trabalho.

Conceito prevencionista
Os prevencionistas, em especial o cipeiro, não devem se ater somente ao
conceito legal, mas procurar conhecer o acidente do trabalho em toda a sua extensão
e principalmente em suas possibilidades de prevenção.
Os acidentes que não causam ferimentos pessoais devem ser considerados
acidentes do trabalho do ponto de vista técnico–prevencionista, visando evitar os
danos físicos que possam por eles serem provocados. Assim, o conceito
prevencionista caracteriza o acidente de trabalho como “toda ocorrência não
programada, estranha ao andamento normal do trabalho, da qual possa resultar danos
físicos e/ou funcionais, ou morte do trabalhador e/ou danos materiais e econômicos à
empresa”.
Nessa definição, o acidente não fica condicionado à lesão física. Sob o aspecto
prevencionista, todo acidente deve ser considerado importante, pois não é possível
prever se ele provocará ou não lesões no trabalhador.
Esta conceituação ampla leva ao registro de todos os acidentes do trabalho
ocorridos, permitindo a exploração de suas causas e conseqüente prevenção, que
caracteriza a verdadeira atuação da CIPA.
Um exemplo seria o caso de uma ferramenta que cai do alto de um andaime.
Fica caracterizado o acidente sob o enfoque prevencionista, mesmo que esta não
atinja ninguém.

Saúde e higiene do trabalho


De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o conceito de saúde
está associado ao completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência
de doenças, ou seja, a saúde causados pelas condições de vida no ambiente de
trabalho. Quanto mais sólidos forem os processos de medicina e higiene do trabalho
relativos a uma determinada atividade laboral, mais completa será a saúde
ocupacional.
Higiene do Trabalho é definida como:
“A ciência e a arte devotada à antecipação, conhecimento, à avaliação e ao controle
dos ambientes e agentes “tensores” originados no ou do local de trabalho, os quais
podem causar enfermidades, prejuízos à saúde e bem-estar, ou significante
desconforto e ineficiência entre os trabalhadores ou entre cidadãos da comunidade”.
O termo antecipação mostra a necessidade de buscarmos sempre identificar
os potenciais riscos à saúde antes que um determinado processo industrial seja
SESMT 14

implementado ou modificado, ou que novos agentes sejam introduzidos no ambiente


de trabalho.
O termo reconhecimento refere-se a toda análise e observação do ambiente
de trabalho a fim de identificarmos os agentes existentes, os potenciais de riscos a
eles associados e qual prioridade de avaliação ou controle existe nesse ambiente de
trabalho.
Os termos avaliação e controle designam principalmente as monitorações que
serão conduzidas no ambiente de trabalho.
Estes termos expressam, resumidamente, o método de trabalho da higiene
ocupacional: antecipação, reconhecimento, avaliação e controle.
De modo mais amplo, a higiene não se refere apenas ao ambiente industrial,
mas a qualquer tipo de atividade laboral, sendo mais apropriado, na língua
portuguesa, o termo higiene ocupacional.

Medidas de controle e proteção dos riscos


Cabe também à CIPA identificar os riscos e propor medidas de controle para
situações perigosas ou insalubres da empresa. Há uma série de medidas de controle,
utilizadas no meio ambiente e/ou no homem. A propriedade deve ser dada às medidas
de proteção coletiva.

Medidas de proteção coletiva – Nesse sentido, três alternativas podem ser


adotadas:

Eliminação do risco – Do ponto de vista da segurança, esta deve ser a atitude


prioritária da empresa diante da situação de risco.

A eliminação do risco pode ocorrer em vários níveis da produção:


 Na substituição de uma matéria-prima tóxica por uma inócua, que ofereça menos
riscos à saúde do trabalhador;
 Na alteração nos processos produtivos;
 Realizando modificações na construção e instalações físicas da empresa;
 Produzindo alterações no arranjo físico.

Neutralização do risco – Na impossibilidade temporária ou definitiva da


eliminação de um risco, por motivo de ordem técnica, busca-se a neutralização do
risco, que pode ser feita de três maneiras:

Proteção do risco – Ex. Grade para proteção de polias.

Isolamento do risco no tempo e no espaço – Ex.: Instalação do compressor de ar


fora das linhas de produção (desta maneira, o ruído não atingirá os trabalhadores).

Enclausuramento do risco – Ex.: Fechar completamente um forno com paredes


isolantes térmicas (esta medida protegerá os trabalhadores do calor excessivo).

Sinalização de risco
A sinalização de risco é recurso que se usa quando não há alternativas que se
apliquem às duas medidas anteriores: eliminação e neutralização do risco pela
proteção coletiva.
A sinalização deve ser usada como alerta de determinados perigos e riscos ou
em caráter temporário, enquanto tornam-se medidas definitivas.
SESMT 15

Medidas de proteção individual


Esgotadas as possibilidades de adoção de medidas de proteção coletivas, ou
como forma de complementação destas medidas, a empresa adotará as medidas de
proteção individual (EPIs).
De acordo com o artigo 166 da CLT, a empresa é obrigada a fornecer aos
empregados, gratuitamente, equipamentos de proteção individual adequado ao risco e
em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de
ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à
saúde dos empregados.

A seguir alguns itens da NR-06 – Equipamento de Proteção Individual:

6.1 - Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento
de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho.

6.2 - O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser


posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo
órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do
Trabalho e Emprego.

6.3 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco,
em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de
acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e,
c) para atender a situações de emergência.

6.6 - Cabe ao empregador

6.6.1 - Cabe ao empregador quanto ao EPI :


a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

6.7 - Cabe ao empregado

6.7.1 - Cabe ao empregado quanto ao EPI:


a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
SESMT 16

6.9.3 - Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial
da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA - Certificado de Aprovação,
ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA.

Além das medidas técnicas citadas, existem outras formas de controle dos
acidentes e das doenças. As medidas Médicas, por exemplo, se constituem em
exames admissionais, periódicos, alteração de função, para mudança de setor
(ambiente) e demissionais e que indicam o estado de saúde dos trabalhadores.
SESMT 17

Riscos Ambientais
Para que a CIPA atinja seus objetivos de prevenção de acidentes e doenças do
trabalho, ela precisa conhecer e controlar os riscos presentes no ambiente de trabalho.
Para isso, iniciamos, neste capítulo, uma análise dos riscos ambientais.

Tabela I – anexo IV – da Portaria 25 SSST, de 29.12.94.

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5


VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ERGONÔMICOS ACIDENTES
Esforço físico Arranjo físico
Ruído Poeiras Vírus
intenso inadequado

Levantamento e Máquinas e
Vibrações Fumos Bactérias transporte equipamentos
manual de peso sem proteção

Exigências de Ferramentas
Radiações
Névoas Protozoários postura inadequadas ou
Ionizantes
inadequada defeituosas

Controle rígido
Radiações não Iluminação
Neblinas Fungos de
Ionizantes inadequada
produtividade

Imposição de
Frio Gases Parasitas ritmos Eletricidade
excessivos

Probabilidade de
Trabalho em
Calor Vapores Bacilos incêndio ou
turno e noturno
explosão
Substâncias
Pressões compostos ou Jornada de
Armazenamento
anormais produtos trabalho
Inadequado
químicos em prolongada
geral
Monotonia e Animais
Umidade
repetitividade peçonhentos

Outras
Outras situações de
situações riscos que
causadoras de poderão
estresse físico contribuir para a
e/ou psíquico ocorrência de
acidentes
SESMT 18

Riscos físicos
São considerados riscos físicos:

* ruídos;
* calor e frio;
* vibrações;
* pressões anormais;
* radiações;
* umidade.

Ruídos
As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que
podem atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazos provocar
sérios prejuízos à saúde.
Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual,
as alterações danosas poderão manifestar-se imediatamente ou gradualmente.
Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição
ocupacional.

Tabela – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente.

Máxima exposição dB(A) Máxima exposição dB(A)


Nível de Ruído Nível de Ruído
diária permissível diária permissível
96....................... ...........1 hora e 45 minutos
85...................... ................................8 horas
98....................... ...........1 hora e 15 minutos
86...................... ................................7 horas
100..................... ................................1 hora
87...................... ................................6 horas
102..................... .........................45 minutos
88...................... ................................5 horas
104..................... .........................35 minutos
89...................... ..........4 horas e 30 minutos
105..................... .........................30 minutos
90...................... ................................4 horas
106..................... .........................25 minutos
91...................... ..........3 horas e 30 minutos
108..................... .........................20 minutos
92...................... ................................3 horas
110..................... .........................15 minutos
93...................... ..........2 horas e 40 minutos
112..................... .........................10 minutos
94...................... ..........2 horas e 15 minutos
114..................... ...........................8 minutos
95...................... ................................2 horas
115..................... ...........................7 minutos

Conseqüências – O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando:


 Fadiga nervosa;
 Alterações mentais: perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar
idéias;
 Hipertensão;
 Modificação do ritmo cardíaco;
 Modificação do calibre dos vasos sangüíneos;
 Modificação do ritmo respiratório;
 Perturbações gastrointestinais;
 Diminuição da visão noturna;
 Dificuldade na percepção de cores.
SESMT 19

Além destas conseqüências, o ruído atinge também o aparelho auditivo


causando a perda temporária ou definitiva da audição.

Medidas de controle – Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído


nos locais de trabalho, podem ser adotadas as seguintes medidas:

 Medidas de proteção coletiva: enclausuramento da máquina produtora de ruído;


isolamento do ruído.
 Medida de proteção individual: fornecimento de Equipamento de Proteção
Individual (EPI) no caso, protetor auricular.
O EPI deve ser fornecido na impossibilidade de eliminar o ruído ou como
medida complementar.
 Medidas médicas: exames audiométricos periódicos; afastamento do local de
trabalho; revezamento.
 Medidas educacionais: orientação para o uso correto do EPI; campanha de
conscientização.
 Medidas administrativas: tornar obrigatório o uso do EPI; controlar o seu uso.
Observação: Medidas médicas, educacionais e administrativas devem ser adotadas
em todas as situações de risco.

Vibrações
Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem
vibrações, as quais podem ser nocivas ao trabalhador.
As vibrações podem ser:
 Localizadas – (em certas partes do corpo) São provocadas por ferramentas
manuais, elétricas e pneumáticas.
Conseqüências – alterações neurovasculares nas mãos; problemas nas
articulações das mãos e braços; osteoporose (perda da substância óssea).

 Generalizadas – (ou do corpo inteiro) As lesões ocorrem com os operadores de


grandes máquinas, como os motoristas de caminhões, ônibus e tratores.
Conseqüências – lesões na coluna vertebral; dores lombares.

Medidas de controle – Para evitar ou diminuir as conseqüências das vibrações


é recomendado o revezamento dos trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo
de exposição).

Radiações
São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. A
absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas
lesões. Podem ser classificadas em dois grupos:

 Radiações ionizantes
Os operadores de RX e de Radioterapia estão expostos a este tipo de
radiação, que
pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas.

 Radiações não ionizantes


São radiações não ionizantes a radiação infravermelha, proveniente de
operações em fornos, ou de solda oxiacetilênica, radiações ultravioleta como a gerada
por operações em solda elétrica, ou ainda raios laser, microonda, etc.
Os efeitos são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras,
lesões na pele, etc.
SESMT 20

Medidas de controle:

 Medidas de proteção coletiva: isolamento da fonte radiação. (Ex. biombo protetor


para operação de solda); enclausuramento da fonte de radiação (Ex. pisos e
paredes revestidas de chumbo em salas de RX).
 Medidas de proteção individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (Ex.
avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador; óculos para operadores
de forno).
 Medidas administrativas: (Ex. dosímetro de bolso para técnicos de RX).
 Medida médica: exames periódicos.

Calor
Altas temperaturas podem provocar:
 desidratação;
 erupção da pele;
 câimbras;
 fadiga física;
 distúrbios psiconeuróticos;
 problemas cardiocirculatórios;
 insolação.

Frio
Baixas temperaturas podem provocar:
 feridas;
 rachaduras e necrose da pele;
 enregelamento: ficar congelado;
 agravamento de doenças reumáticas;
 predisposição para acidentes;
 predisposição para doenças das vias respiratórias.

Pressões anormais
Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões
ambientais acima ou abaixo das pressões normais, isto é, da pressão atmosférica a
que normalmente estamos expostos.

Umidade
As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados,
com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, são
situações insalubres e devem ter a atenção dos prevencionistas por meio de
verificações realizadas nesses locais para estudar a implantação de medida de
controle.

Riscos químicos
SESMT 21

Os riscos químicos presentes no local de trabalho são encontrados na forma


sólida, líquida ou gasosa e classificam-se em: poeiras, fumos, névoas, gases, vapores,
neblinas e substâncias, compostos ou produtos químicos em geral.
Poeiras, fumos, névoas, gases, e vapores estão dispersos no ar
(aerodispersóides).

Poeiras
São partículas sólidas geradas mecanicamente por ruptura de partículas
maiores.

Fumos
São partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos.

Névoas
São partículas líquidas resultantes da condensação de vapores ou da
dispersão mecânica de líquidos.

Gases
Estado natural das substâncias nas condições usuais de temperatura e
pressão.

Vapores
São dispersões de moléculas no ar que podem condensar-se para formar
líquidos ou sólidos em condições normais de temperatura e pressão.

Vias de penetração dos agentes químicos


Os agentes químicos podem penetrar no organismo de 3 maneiras:
 Via cutânea (pele)
 Via digestiva (boca)
 Via respiratória (nariz)

A penetração dos agentes químicos no organismo depende de sua forma de


utilização.

Fatores que influenciam a toxicidade dos contaminantes ambientais


Para avaliar o potencial tóxico das substâncias químicas, alguns fatores devem
ser levados em consideração:
 Comparação: quanto maior a concentração, mais rapidamente seus efeitos
nocivos manifestar-se-á no organismo;
 Índice respiratório: representa a quantidade de ar inalado pelo trabalhador durante
a jornada de trabalho;
 Sensibilidade individual: o nível de resistência varia de indivíduo para indivíduo;
 Toxidade: é o potencial tóxico da substância no organismo;
 Tempo de exposição: é o tempo que o organismo fica exposto ao contaminante.

Medidas de controle – As medidas sugeridas abaixo pretendem dar apenas


idéia do que pode ser adotado, pois existe uma grande quantidade de produtos
químicos em uso e as medidas de proteção devem ser adaptadas a cada tipo:
 Medidas de proteção coletiva: Ventilação e exaustão no local; ventilação e
exaustão do ponto de operação; armazenamento adequado; substituição do
produto químico utilizado por outro menos tóxico; redução do tempo de exposição;
estudo de alteração do processo de trabalho; conscientização dos riscos no
ambiente.
SESMT 22

 Medidas de proteção individual: Fornecimento de EPI como medida complementar


(Ex. máscara de proteção respiratória para poeira, para trabalhos com produtos
químicos em geral, aventais e botas).
 Medidas médicas: Exames médicos periódicos para controle da exposição do
trabalhador aos riscos químicos, afastamento do local de trabalho.

Riscos Biológicos
São considerados riscos biológicos: vírus, bactérias, protozoários, fungos,
parasitas e bacilos.
Os riscos biológicos ocorrem por meio de microorganismos que, em contato
com o homem, podem provocar inúmeras doenças. Muitas atividades profissionais
favorecem o contato com tais riscos.

É o caso das indústrias alimentícias, hospitais, limpeza pública (coleta de lixo),


laboratórios, etc.
Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microorganismos
incluem-se: tuberculose, brucelose, malária, febre amarela.

Riscos Ergonômicos
São considerados riscos ergonômicos: esforço físico; levantamento de peso;
postura inadequada; controle rígido de produtividade; situação de estresse; jornada de
trabalho prolongada; monotonia e repetitividade; imposição de rotina intensa.
A ergonomia ou engenharia humana é uma ciência relativamente recente que
estuda as relações entre o homem e seu ambiente de trabalho.

Riscos de acidentes
São considerados como riscos geradores de acidentes: arranjo físico
deficiente; máquinas e equipamentos sem proteção; ferramentas inadequadas ou
defeituosas; eletricidade; incêndio ou explosão; animais peçonhentos; armazenamento
inadequado.

Arranjo físico deficiente


É resultante de: prédios com área insuficiente; localização imprópria de
máquinas e equipamentos; má arrumação e limpeza; sinalização incorreta ou
inexistente; pisos fracos e/ou irregulares.

Máquinas e equipamentos sem proteção


Máquinas obsoletas; máquinas sem proteção em pontos de transmissão e de
operação; comandos de liga/desliga fora do alcance do operador, máquinas e
equipamentos com defeitos ou inadequados; EPI inadequado ou não fornecido.

Ferramentas inadequadas ou defeituosas


Ferramentas usadas de forma incorreta, falta de fornecimento de ferramentas
adequadas; falta de manutenção.

Eletricidade
Instalação elétrica imprópria, com defeito ou exposta; fios desencapados; falta
de aterramento elétrico; falta de manutenção.
SESMT 23

Incêndio ou explosão:
Armazenamento inadequado de inflamáveis e/ou gases; manipulação e
transporte inadequado de produtos inflamáveis e perigosos; sobrecarga em rede
elétrica; falta de sinalização; falta de equipamentos de combate ou equipamentos
defeituosos.

Inspeção de Segurança
Objetivo
A inspeção de segurança tem por objetivo detectar as possíveis causas que
propiciem a ocorrência de acidentes, visando tomar ou propor medidas que eliminem
ou neutralizem os riscos de acidentes do trabalho. Desta forma, inspeção de
segurança é uma prática contínua em busca de:
 Métodos de trabalhos inadequados;
 Riscos ambientais;
 Verificação da eficácia das medidas preventivas rotineiras e especiais em
funcionamento.
A inspeção de segurança está prevista como atribuição da CIPA no item 5.16,
alínea “d”, da NR 5 (Portaria 8/99).
O cipeiro deve realizar verificações nos ambientes e condições de trabalho.

Inspeções que podem ser realizadas


Gerais
São aquelas feitas em todos os setores da empresa a que se preocupam com
todos os problemas relativos à Segurança e à Medicina do Trabalho. Dessas
inspeções podem participar engenheiros, técnicos de segurança, médicos, assistentes
sociais e membros da CIPA. Essas inspeções devem ser repetidas a intervalos
regulares e, onde não existirem Serviços Especializados em Segurança e Medicina do
Trabalho, a tarefa caberá à CIPA da empresa.

Parciais
Elas podem limitar-se em relação a áreas específicas, sendo inspecionados
apenas determinados setores da empresa, e podem limitar-se em relação às
atividades, sendo verificados certos tipos de trabalho, certas máquinas ou certos
equipamentos.

De rotina
Cabem aos encarregados dos setores de segurança, aos membros da CIPA,
ao pessoal que cuida da manutenção de máquinas, equipamentos e condutores de
energia. É muito importante que os próprios trabalhadores façam inspeções em suas
ferramentas, nas máquinas que operam e nos equipamentos que utilizam.
Naturalmente, em verificações de rotina, são mais procurados os riscos que se
manifestam com mais freqüência e que constituem as causas mais comuns dos
acidentes.

Periódicas
Como é natural que ocorram desgastes dos meios materiais utilizados na
produção, de tempos devem ser marcadas com regularidade, inspeções destinadas a
descobrir riscos que o uso de ferramentas, de máquinas, de equipamentos e de
instalações elétricas podem provocar. Os setores de manutenção e de produção
normalmente se ocupam dessas inspeções periódicas. Algumas dessas inspeções são
SESMT 24

determinadas em lei, principalmente as de equipamentos perigosos, como caldeiras e


elevadores e mesmo as de equipamentos de segurança como extintores, mangueiras
e outros. Materiais móveis de maior uso e desgaste devem merecer inspeções
periódicas.

Eventuais
Não têm datas ou períodos determinados. Podem ser feitas por técnicos,
médicos e engenheiros, e se destinam a controles especiais de problemas importantes
dos diversos setores da empresa. O médico pode por exemplo, realizar inspeções em
ambientes ligados à saúde do trabalhador, como refeitórios, cozinhas, instalações
sanitárias, vestiários e outros.

Oficiais
São realizadas por agentes dos órgãos oficiais e das empresas de seguro.

Especiais
Destinam-se a fazer controles técnicos que exigem profissionais
especializados, aparelhos de teste e de medição. Pode-se dar o exemplo de medição
de ruído ambiental, da quantidade de partículas tóxicas em suspensão no ar, da
pesquisa de germes que podem provocar doenças.

Passos a serem seguidos na inspeção de segurança:


Observação
Neste primeiro passo, os elementos da CIPA devem observar criteriosamente
as condições de trabalho e de atuação das pessoas. Essa observação deve ser
complementada com dados obtidos por meio de entrevistas e preenchimento de
questionários junto aos encarregados e trabalhadores.

Registro
O registro dos riscos observados sobre saúde e segurança do trabalho deve
ser feito em formulários que favoreçam a análise dos problemas apontados.

Análise de riscos
Da inspeção de segurança resulta a necessidade de um estudo mais
aprofundado de determinada operação. Trata-se da análise de riscos. Para realiza-la,
o interessado deve decompor e separar as fases da operação, para verificação
cuidadosa dos riscos que estão presentes em cada fase. O quadro abaixo orienta a
decomposição de uma operação para este fim.

Quadro – Decomposição de uma operação


Dados Análise dos riscos
Deve ser feito isso que está sendo observado ou
O que é feito?
existe algum risco que sugere alteração?
A técnica desenvolvida é correta?
Como é feito? Contém riscos que podem ser eliminados com
pequenas alterações?
O objetivo da atividade será alcançado
Por que é feito?
corretamente em segurança?

Priorização
A partir da análise de riscos, priorizar os problemas de forma a atender aqueles
mais graves e/ou iminentes.
SESMT 25

Implantação
Nesta fase, os relatórios com as medidas corretivas definidas deverão ser
encaminhados ao departamento responsável para sua efetivação. A operacionalização
das medidas deverá ser negociada no próprio setor responsável, em prazos
determinados com prioridade.

Acompanhamento
Consiste na verificação e cobrança das medidas preventivas propostas. Devem
ser realizados, junto à unidade responsável, setores afins e com o SESMT.

Toda verificação de segurança possui um ciclo de procedimentos


básicos:

Observações

Acompanhamento Registro

Verificação
de
Segurança

Implantação
Análise de risco

Definição
de Prioridades

Para que a CIPA tenha uma atuação mais efetiva, sugerimos que mensalmente
sejam realizadas inspeções de segurança. Cada setor da empresa seria verificado por
subcomissão da CIPA, com o objetivo de controlar as condições ambientais sanando
riscos imediatos com a ajuda das chefias e do SESMT.

Mapeamento de riscos
É uma metodologia de verificação dos locais de trabalho, que consiste numa
análise dos processos produtivos e das condições de trabalho.
O seu objetivo é reunir informações necessárias para que seja estabelecido o
diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho da empresa, além de
possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e a divulgação de informações entre os
trabalhadores, estimulando a sua participação nas atividades de prevenção e
contribuindo para a conscientização a respeito de acidentes do trabalho e a incidência
de doenças ocupacionais, que interessa sobremaneira aos empresários e
trabalhadores.
Em seu item 5.16, alínea “a”, a NR 5, ratificou como atribuição da CIPA, a
elaboração do Mapa de riscos:

“Identificar os riscos no processo de trabalho e elaborar o Mapa de


Riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com
assessoria do SESMT, quando houver”.
SESMT 26

Então a elaboração deve ser executada pelos membros da CIPA, sendo


observadas as seguintes etapas:
 Conhecimento do processo de trabalho no local analisado;
 Identificação dos riscos existentes
 Identificação da medidas preventivas existentes e verificação de sua eficácia;
 Identificação dos indicadores de saúde;
 Conhecimento dos levantamentos ambientais já realizados no local;
 Elaboração do mapa de riscos, sobre lay out da empresa.
É importante observar que mapa é uma representação gráfica dos reconhecimento
dos riscos existentes nos locais de trabalho, por meio de diferentes tamanhos e cores.

Simbologia a ser utilizada

Círculos com diâmetros diferentes:

Risco grande Risco médio Risco pequeno

O tamanho do círculo expressa a gravidade do risco, que é representado por uma cor:

Riscos Ambientais Cores


Físicos Verde
Químicos Vermelho
Biológicos Marrom
Ergonômicos Amarelo
De Acidentes Azul

Legislação trabalhista e previdenciária relativas à segurança e


saúde do trabalho
O Decreto nº 9.032, de 29/04/95, regulamenta a Lei de Acidentes do Trabalho.
A partir do seu artigo, trata das prestações devidas ao acidentado, pela instituição
previdenciária que hoje tem o monopólio do seguro de acidentes do trabalho.
Para que o trabalhador tenha direitos a prestações da Previdência Social, é
necessário que ele preencha determinadas condições, entre elas, a de ter contribuído
durante certo período para o Instituto. Embora seja a Instituição Previdenciária que
assegura ao acidentado, na hipótese de acidente de trabalho, tais prestações
impedem do dito período de carência do Decreto 9.032, de 29/04/95.

Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho

A prevenção de acidentes deve obedecer a um processo dinâmico e constante


que se caracterize por ações efetivamente prevencionistas que devem ser tomadas no
sentido de evitar, eliminar, controlar ou impedir a evolução e consolidação dos riscos
no ambiente de trabalho.
SESMT 27

Assim, a ação prevencionista correta e ideal é aquela que procura eliminar ou


minimizar as causas dos acidentes antes que os mesmos aconteçam, proporcionando
aos trabalhadores condições eficazes de sobrevivência no exercício do trabalho. No
entanto, mesmo dentro deste sistema, os acidentes poderão ocorrer e caberá à CIPA
estudar suas causas, circunstâncias e conseqüências.

Identificação das causas


Basicamente, existem duas causas de acidentes difundidos pelos especialistas,
que são:

Ato inseguro
É todo o ato do trabalhador que contraria normas e procedimentos que visam a
prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. A Portaria 3214 – NR 1, item 1.7 –
sub item I, define a responsabilidade com relação ao ato inseguro; Cabe ao
empregador prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho. Deve ficar claro que
o importante não é eliminar a ação ou ato e sim modificar a atitude.
Atitude – decisão mental de fazer ou não algo.

Condição insegura
É outro termo técnico usado na prevenção de acidentes que tem como
definição as circunstâncias externas de que dependem os trabalhadores para
executarem suas atividades e que sejam contrárias às normas e procedimentos de
segurança. Deve ser lembrado que essas condições estão presentes no ambiente de
trabalho pelo simples fato que foram instaladas por decisão, acompanhamento
inadequado e/ou mau comportamento das pessoas que observaram ou não o
desenvolvimento das situações de risco daqueles que estão exercendo ou vão exercer
atividades. Portanto, as condições inseguras são, freqüentemente, geradas pelo
comportamento do homem.

Deve-se evitar o uso dos termos condição insegura e/ou ato inseguro em
uma investigação e análise de acidentes. O objetivo é identificar as falhas no
processo que levaram ao ato e/ou condição insegura.

Coletadas as informações, incluindo fatores que precederam e sucederam o


acidente, poderemos comparar os depoimentos, apurar as causas reais e propor
esforços para a eliminação das mesmas. Em resumo, as investigações de acidentes
visam apurar:
 O que aconteceu;
 Por que aconteceu;
 Como aconteceu;
 O que deve ser feito ou providenciado para evitar casos semelhantes.
Desse último item deve resultar a recomendação das medidas que deverão ser
tomadas para prevenir novas ocorrências semelhantes.

A análise do acidente
A cuidadosa investigação de um acidente oferece elementos valiosos para a
análise que deve ser feita, concluindo-se sobre suas causas e suas conseqüências.
Tal trabalho provoca a adoção de uma série de medidas ou providências
administrativas, técnicas, psicológicas ou educativas da empresa.
A CIPA deve participar dos vários aspectos relacionados com o estudo dos
acidentes preocupando-se em analisá-los e elaborando relatórios, registro,
comunicações e sugestões entre outras providências.
SESMT 28

O estudo dos acidentes não deve limitar-se àqueles considerados graves.


Pequenos acidentes podem revelar riscos grandes, acidentes sem lesão podem
transformar-se em ocorrências com vítimas. A CIPA deve investir na identificação de
perigos que parecem sem gravidade mas que poderão tornar-se fontes de acidentes
graves.
A análise dos acidentes fornece dados que se acumulam e possibilitam uma
visão mais correta sobre as condições de trabalho da empresa, com indicações sobre
os tipos de acidentes mais comuns, sobre as causas mais atuantes, medindo a
gravidade das conseqüências e revelando os setores que necessitam de maior
atenção da CIPA e do SESMT.
Considerando-se dimensão das conseqüências do acidente (físicas,
econômicas, psicológicas, sociais, etc.) para o trabalhador e analisando de forma real
os benefícios devidos, os efetivos pela legislação, e a real perspectiva de reabilitação
profissional, reintegração social e familiar, revela-se necessidade de realizar com
seriedade e competência a investigação e análise de acidentes, como trabalho
prevencionista.

Passos a serem seguidos:

 Levantar os fatos;
 Ordenar os fatos;
 Procurar medidas preventivas;
 Priorizar e acompanhar a implantação das medidas.

Benefícios para o trabalhador vítima de acidente do trabalho

Auxilio doença por acidente do trabalho


Importância devida ao acidentado incapacitado para o trabalho por mais de 15
dias, cabendo ao empregador o pagamento do salário relativo aos 15 primeiros dias
de afastamento do acidentado.

Renda mensal
91% (noventa e um por cento) do salário de benefício.

Início do pagamento pela Previdência Social


A partir do 16º dia seguinte ao afastamento do trabalho. Tratando-se de
trabalhador avulso, será devido pela Previdência Social a partir do dia seguinte ao do
acidente.

Cassação do pagamento
Pela concessão do auxílio acidente ou aposentadoria por invalidez.
Pela recuperação da capacidade, comprovada por perícia médica.

Aposentadoria por invalidez


É o benefício a que tem direito os segurados, que após cumprir a carência
exigida, esteja ou não recebendo auxílio doença, for considerado incapaz para o
trabalho e não sujeito a reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência.

Renda mensal
100% (cem por cento) do salário de benefício, caso o segurado não estivesse
recebendo auxílio doença.
SESMT 29

Início do pagamento pela Previdência Social


Começará a ser pago a contar do dia imediato ao da cessação do auxílio
doença.

Cessação do pagamento
Pela recuperação da capacidade comprovada por perícia médica.

Auxílio acidente
Importância devida ao acidentado que, após a consolidação das lesões
resultantes do acidente, permanecer incapacitado para a atividade que exercia na
época do acidente, mas não para outra.

Renda mensal
O auxílio acidente mensal e vitalício corresponderá a 50 % (cinqüenta por
cento) do salário de benefício.

Início do pagamento pela Previdência Social


A contar do dia seguinte da cessação do auxílio doença.

Cessação do pagamento
Um dia antes de o segurado começar a receber aposentadoria de qualquer
espécie.

Pensão por morte


Importância devida aos dependentes do segurado falecido em decorrência de
acidente do trabalho.

Renda mensal
O valor corresponderá a 100% (cem por cento) do valor da aposentadoria que
o segurado recebia ou daquela que teria direito se estivesse aposentado por invalidez.

Início do pagamento pela Previdência Social


Pode ser pago a partir da data do óbito do segurado, da data do requerimento
ou da data de decisão judicial.

Cessação do pagamento
Quando todos os dependentes perderem o direito ao recebimento das
respectivas cotas. A cota do dependente que perder o direito reverte em favor dos
demais.

Abono anual (13º salário)


Importância devida ao segurado e ao dependente que, durante o ano, recebeu
auxílio doença, auxílio acidente, aposentadoria, pensão por morte, auxílio reclusão ou
salário maternidade.

Renda mensal
Corresponde ao valor do benefício no mês de dezembro.

Início do pagamento pela Previdência Social


No mês de dezembro, no mês de cessação do benefício ou no pagamento de
resíduo.

Cessação do pagamento
Quando cessar o pagamento dos respectivos benefícios.
SESMT 30

Não se admite acumulação dos benefícios assegurados ao acidentado, ou


benefícios assemelhados que sejam assegurados pela Previdência Social, isto é, o
empregado que, por via de acidente do trabalho, adquira direito à aposentadoria por
invalidez não terá, simultaneamente, direito a auxílio doença ou aposentadoria
assegurada pela Previdência. Esse é apenas um dos muitos exemplos possíveis de
vedação de acumulação.
Muitos aposentados pela Previdência Social voltam ao trabalho e podem ser
vítimas de acidentes. A norma assegura aos que tenham sido aposentados por tempo
de serviço, especial ou por idade, que permaneçam ou voltem a exercer a atividade
abrangida pelo Regime Geral de Previdência Social, o direito, em caso de acidente do
trabalho, à reabilitação profissional, ao auxílio acidente, não fazendo jus a outras
prestações, salvo as decorrentes de sua condição de aposentado.

Relação das situações em que o aposentado tem direito à majoração de 25%:

Cegueira total; Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta; Paralisia
dos dois membros superiores ou inferiores; Perda dos membros inferiores, acima dos
pés, quando a prótese for impossível; Perda de uma das mãos e de dois dedos dos
pés, ainda que a prótese seja possível; Perda de um membro superior e outro inferior,
quando a prótese for impossível; Alteração da faculdades mentais com grave
perturbação da vida orgânica e social; Doença que exija a permanente para as
atividades da vida diária.

AIDS ou SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

O que é AIDS?
Trata-se da infecção por um vírus (HIV), cujo resultado aparece no organismo
após um longo período. Esse vírus provoca uma diminuição progressiva das defesas
do organismo, fazendo com que a pessoa infectada fique mais suscetível a doença e
infecções.
Estar infectado pelo vírus (ser soropositivo) não significa ter AIDS. A pessoa
pode ficar sem sintomas durante cinco ou mais anos. No entanto, tanto os
soropositivos como aqueles que já têm os sintomas podem transmitir a AIDS.

Como se transmite?
O vírus é transmitido por via sangüínea (por ex.: transfusões de sangue),
sexual (relações sexuais) e da mãe infectada ao feto ou ao seu filho recém-nascido.

O contágio pode ocorrer através de:


 Relações sexuais sem preservativo (camisinha), com uma pessoa infectada;
 Utilização de seringas, agulhas e outros instrumentos contaminados com sangue
infectado pelo vírus, quando se está em contato com um indivíduo são;
 Da mãe infectada a seu filho durante a gravidez, parto ou amamentação;
 Transfusões de sangue ou produtos sangüíneos infectados.

Nota: nas atividades cotidianas não se conhece risco de transmissão do HIV.


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Como podemos nos prevenir?

As formas de prevenção conhecidas são:

 Relações sexuais (oral, vaginal, anal) com a utilização correta do preservativo


(camisinha). Deve ser usado preservativo SEMPRE em relações sexuais
esporádicas, com profissionais do sexo, com seu parceiro(a) e com portadores de
HIV;
 Não consumir drogas contribui para a prevenção da AIDS; no caso de consumir,
evitar os injetáveis;
 Usar seringas descartáveis e não compartilhar com outras pessoas.

A AIDS é um problemas de todos.

A AIDS ameaça a saúde e a vida de milhões de pessoas em todo o mundo.


Não há mais grupos de risco. Atualmente muitos jovens estão morrendo e o número
de mulheres infectadas vem aumentando muito.
Todo esforço realizado para levar informação sobre o problema é fundamental,
afinal todos reconhecem a igualdade de direitos a todos os seres humanos, ou seja, os
portadores do vírus não devem ser discriminados – devem ser tratados com dignidade.
Deve-se ter respeito pela vida privada.
Os soropositivos devem ter direito à informação, ao acesso às medidas
de prevenção, a receber cuidados médicos, aos benefícios sociais e igualdade de
condições como o resto da população.

O papel da CIPA em relação à AIDS.

Os membros da CIPA devem estar engajados na divulgação das formas de


prevenção da AIDS, bem como informar as formas de contágio.

Devem ainda:

 Manter um diálogo freqüente com os demais funcionários comentando o tema;


 Ter afeto e carinho para com as pessoas infectadas;
 Zelar pelo cumprimento dos direitos dos infectados e doentes;
 Participar das medidas de prevenção (p. ex.: distribuir camisinhas);
 Mudar de lugar os cartazes sobre as formas de prevenção da AIDS, de modo que
a mensagem volte “viva”, pois em cada lugar a mensagem tem um ciclo de vida; a
mudança de lugar devolve o interesse;
 Ser solidários e generosos com os infectados e doentes.
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ANEXOS
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SESMT 34

FICHA DE INSPEÇÃO DE SEGURANÇA


Hora:
Inspeção de Segurança n Data:

Divisão:
Seção: Chefia Responsável:

Local, Máquina ou equipamento (descrever):

Condição a corrigir:
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Ação Recomendada:
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Observações:
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Protocolo
Cipeiro:
Data: Visto:
1 via: Chefia de seção
a

2a via: CIPA (para acompanhamento)


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SESMT 37

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