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1.

Após muitos anos de lucratividade, ao redor dos anos 60 o fordismo começa a cair em
decadência. Alguns fatores, como a instabilidade do dólar, a alta inflação e a ascensão da
Europa e do Japão economicamente que começa a ameaçar o mercado americano,
contribuíram para isso. Consoante ao pensamento de Harvey, sabe-se que essa
instabilidade causou o nascimento de um questionamento na sociedade: Qual o motivo da
hegemonia americana e por que vivemos em um sistema (capitalismo) tão desigual? Com
essa reflexão nascem movimentos libertários contra o modelo de Ford.
Em meados dos anos 70, a bomba explode e o sistema fordista desaba, na tentativa de
parar a inflação, o Estados Unidos provoca uma crise de superacumulação grave,
causando problemas nos mercados mobili rios e também nas institui es financeiras.
No combate contra a crise é quando nasce a nova organização social: a acumulação
flexível.
Esse novo modelo se baseia principalmente na flexibilidade tanto do capital, dos produtos,
do mercado e também do processo de trabalho.
Essa novidade provoca uma grande instabilidade no mercado, aumentando a
competitividade e causando um alto desemprego estrutural, que por sua parte, causou um
retrocesso sindicalista.
Agora, os donos das industrias, que tomaram proveito da fragilidade dos sindicatos e do
excedente de operários, aproveitavam para impor suas vontades, sendo elas horários de
trabalho excessivos e contratos super flexíveis. Em consequência disso, aumentou o
número de trabalhadores temporários que podiam ser demitidos à qualquer momento, sem
nenhuma segurança trabalhista.
Essa nova fase de Acumulação Flexível demandava rapidez, mão de obra especializada e
solução de problemas específicos. A produção se movia conforme as tendências, e agora o
modelo “Just in time” se tornaria conhecido por aplicar uma logística inteligente, onde a
matéria-prima só chega a fábrica no momento exato , ou seja, os produtos só são
fabricados ou entregues a tempo de serem vendidos ou montados, não existe estoque
parado. Devido as novas formas de produção, o tempo do mercado se tornou ainda mais
rápido, o que aumentou múltiplas vezes o lucro das grandes empresas. Um ponto
importante para isso ocorrer foi a mudança da moda e das tendências que, agora seriam
momentâneas, causando uma sociedade de consumismo e acumulação.

2. A autora Raquel Duaibs considera o desenvolvimento dos distritos industriais na Itália


como um dos maior sucesso, entre sus contribuições, temos a estimulação do processo de
reestruturação produtiva baseado na especialização flexível. Duaibs afirma que o sucesso
da Itália se devem a eficiência de suas organizações industriais que desenrolam-se da
dinâmica que existe entre o sistema social local e o sistema produtivo, que tendem a unir-
se no interior do distrito e são baseados na confiança e na colaboração.
A confiança permite que os empresários façam grandes investimentos, pois sabem que os
outros membros da comunidade sempre comprarão os produtos que foram frutos do
investimento, ao invés de comprarem em outra fábrica, além disso, também permite que
os empresários troquem ideias sobre o negócio, informações comerciais e conhecimentos
sobre processos técnicos, pois eles têm a ciência de que os demais não irão se aproveitar
das informações que lhe foram confiadas e que haverá reciprocidade em um momento
futuro quando alguma empresa pretender compartilhar suas informações. Deste modo,
cria-se uma rede de auxílio mútuo, em que o empresário pode confiar na ajuda dos outros



em um momento difícil, da mesma forma que ele também sempre oferece a sua ajuda.
Nesse sistema baseado na cooperação e na confiança, é interessante para todos que os
demais empresários permaneçam como parte da comunidade, pois a sua capacidade e a
sua perícia são recursos importantes que beneficiam de alguma forma as demais empresas.
A confiança alcança tal patamar que os empresários visitam uns aos outros para debater os
problemas de produção e de administração. Há a ideia de um crescimento coletivo, em
que cada empresa se beneficia com o crescimento das outras, Brusco (1992), diz que há
um misto de competição e cooperação entre as empresas que compõem os distritos
industriais, de forma que aquelas que desempenham a mesma atividade ou elaboram os
mesmos produtos competem fortemente entre si, enquanto que as empresas que possuem
atividades distintas no processo de produção, praticam uma relação de colaboração entre
elas, principalmente no que diz respeito à inovação técnica e ao projeto do produto.
3. O conceito de equifinalidade é uma das características de um complexo sistema que
afirma que uma organização pode atingir o mesmo objetivo trilhando caminhos diferentes,
ou seja, não existe apenas um modo de se fazer um trabalho ou somente uma única
metodologia capaz de resultar em soluções eficazes, mas sim, múltiplos caminhos e
diversificados meios.
Na organizações atuais, a equifinalidade estimula a diversificação, pois permite, ao
afirmar que não existe apenas uma forma, inovações perante os eventos que podem
ocorrer em uma empresa,
4. Em seus estudos, Lawrence e Lorsch abordam a Teoria da Contingência. Nela, eles
explicam a relação funcional entre o ambiente de trabalho e sua administração, ambos
devem ter uma relação harmônica para que a empresa alcance seus objetivos. Dez
empresas em três diferentes meios industriais foram estudadas e foi concluído que os
problemas organizacionais básicos são a diferenciação e a integração. A diferenciação
parte da relação em que cada subsistema da empresa teria capacidade para tratar com uma
parcela do ambiente total. A diferenciação estaria ligada aos desafios ambientais, haja
vista a complexidade à divisão da organização em subsistemas que permitissem
especialização, disponibilidade de recursos e esforços concentrados para compreender
problemas e gerar respostas coerentes com os requisitos dos problemas empresariais.
Já, a integração refere-se ao processo gerado por pressões vindas do ambiente global da
organização no sentido de alcançar unidades de esforços e coordenação entre os vários
órgãos ou subsistemas. Segundo ainda os autores, os principais meios de integração
encontrados nas empresas estudadas foram: um sistema formal de coordenação para
assegurar a integração, relacionamento administrativo direto entre unidades (subsistemas),
hierarquia administrativa, utilização de grupos interfuncionais em um ou mais níveis de
administração e provisão para relações especiais entre indivíduos e criação de uma
unidade de integração.
Dessa forma, podemos notar que existe variedade entre cada organização, cada ambiente
se molda e muda, e com isso, o que determina que uma empresa seja menor e orgânica ou
maior e mais burocrática é o ambiente.

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