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Aula – Cimento Portland – 2ª parte

Profª Drª Joana Darc Silva Pinto


Departamento de Engenharia Civil
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
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Editora UFMG.

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Principais compostos químicos do clínquer
Compostos Fórmula Abrev. Propriedades específicas
química do clínquer
Silicato 3CaO.SiO2 Endurecimento rápido
tricálcico 50 – 65% C3S Alto calor de hidratação
Silicato 2CaO.SiO2 Endurecimento lento
dicálcico 15 – 25% C2S Baixo calor de hidratação
Aluminato CaO.Al2O3 Pega instantânea
C3A
tricálcico 6 - 10% Alto calor de hidratação
Ferro 4CaO.Al2O3
Endurecimento lento
aluminato .Fe2O3 C4AF
Cor acinzentada do cimento
tetracálcico 3 – 8%
Aceitável em pequenas
CaO quantidades, em maiores
Cal livre 0,5 - 1,5% C
quantidades causam aumento de
volume e fissuras
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Microestrutura do concreto

Composição microestrutural da pasta


• C-S-H – Silicatos de cálcio hidratado –
50 a 60%

• Portlandita – Hidróxido de cálcio


hidratado – Ca(OH)2 – 20 a 25%

• Etringita – Sulfoaluminato de cálcio


hidratado – 15 a 20%

• Graõs de clínquer não hidratados

• Vazios na pasta endurecida


Representação da zona de transição e
da matriz de pasta de cimento no concreto

Figura: Representação diagramática da zona de transição e da matriz de cimento no concreto.


Fonte: MEHTA; MONTEIRO, 2008
Tipos de Cimento Portland
Os principais tipos de cimento Portland, normalizados pela ABNT,
são:

• Cimento Portland Comum - CP I (com ou sem adição)

• Cimento Portland Composto - CP II (com adições de escória


de alto-forno, pozolana e filer)

• Cimento Portland de Alto-Forno - CP III (com adição de


escoria de alto-forno, apresentando baixo calor de hidratação)

• Cimento Portland Pozolânico - CP IV (com adição de


pozolana, apresentando baixo calor de hidratação)

• Cimento Portland de Alta Resistencia Inicial - CP V (com


maiores proporções de silicato tricálcico – C3S, que lhe confere
alta resistência inicial e alto calor de hidratação).
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Classes de resistência do cimento

A denominação completa dos cimentos deve ainda indicar a


classe de Resistência, ou seja, 25, 32 ou 40 MPa, que são
valores mínimos de resistência a compressão que os diferentes
tipos de cimentos devem atingir a 28 dias.

As reações de hidratação são responsáveis pela aquisição de


resistência a compressão dos cimentos e, portanto, dos
compostos com eles confeccionados.

E importante ressaltar que para o cimento Portland de Alta


Resistência Inicial (CP V-ARI) a resistência a compressão
mínima prevista pela normalização é de 34 MPa a ser atingida
a 7 dias.

Exemplos: CPI 25 - CPII E 32 - CPIII 40 - CPIV 32 - CP V 34

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Características do Cimento Portland
A qualidade do cimento e avaliada através de ensaios definidos
pelas Normas Brasileiras, visando garantir as características
especificadas pelos fabricantes.
Apresentam-se, a seguir, algumas destas características que
influenciam o produto final.

Massa específica - r (kg/dm3)

r = Massa específica (kg/dm3)


Ms =Massa seca (kg)
Vr = Volume real (dm3)
Frasco de Le Chatelier

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Finura do cimento Portland
A finura do cimento, que e estabelecida durante o processo de fabricação,
esta relacionada com o tamanho dos seus grãos.
A finura do cimento e medida em laboratório empregando-se a peneira
ABNT 0,075 mm.

Sendo,
F = Índice de finura do cimento (%)
R = Resíduo do cimento na peneira ABNT 0,075mm (g)
P = Massa inicial cimento = 50 g

Limites da normalização
F ≤ 6 a 12% (em função do tipo de cimento)
Referência: NBR 16697:2018 - Cimento Portland – Requisitos
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Influência da finura do cimento

Quanto mais fino o cimento:


• Maior a sua resistência inicial (principalmente nas primeiras
idades);
• Maior a trabalhabilidade;
• Maior a impermeabilidade;
• Menor a exsudação (separação da água de amassamento dos
concretos, devido a sua diferença de densidade em relação ao
cimento, que prejudica a uniformidade, a resistência e a
durabilidade dos mesmos).

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Tempos de pega do cimento:
Início e final de pega
Tempo de pega é o tempo necessário para o enrijecimento da pasta de
cimento.
Uma vez iniciada a pega não se deve mais movimentar a massa, pois as
reações de hidratação já começaram.
O interesse normal do construtor e que a pega não seja nem muito rápida
nem muito lenta.
Para acelerar ou retardar o tempo de pega,
utilizam-se aditivos disponíveis no mercado.
O tempo de pega do cimento e medido em
laboratório, empregando-se o aparelho de Vicat.

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Influência dos tempos de
pega do cimento

• Composição química:

 C3A acelera a pega

 Gesso retarda a pega (2 a 3% de gesso)

• Maior finura – menor tempo de pega

• Maior quantidade de água – maior tempo de pega

• Maior temperatura – menor tempo de pega

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Expansibilidade
A expansibilidade do cimento e um fenômeno que pode ocorrer
após o final da pega, ao longo do tempo, provocando fissuras.

Isto poderá ocorrer em função do processo de fabricação,


quando, na obtenção do clínquer, o teor de magnésio ou cal livre
e gesso for elevado.

A expansibilidade do cimento e medida em laboratório


empregando-se a agulha de Le Chatelier.

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Calor de hidratação (1)

Calor de hidratação e quantidade de calor que resulta das


reações de hidratação, durante o processo de
endurecimento do cimento.

Esse efeito pode acontecer durante meses, em função do


volume do concreto.

A quantidade de calor gerado depende da composição


química do cimento, da sua finura e de outros fatores.

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Calor de hidratação (2)

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Resistência à compressão

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Entrega do cimento
- À granel
- Contêiner
- Sacos de 50 kg

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Armazenamento em sacos
- Local bem seco e bem protegido

- Pilhas de no máximo 10 sacos

- Estrado de madeira à 30 cm do chão

- Deixar espaço entre as pilhas

- Rotatividade do estoque

- Tempo de estocagem: em sacos: até 3 meses

à granel: até 6 meses

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