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M
0

ENCONTRO INTERNACIONAL
A Tecnologia Papeleira Frente aas

Desafios do Desenvolvimento

CART UMA
O MERCADO DE ES VISÃQ GLOBAL
Meng Marcelo Maggivni Ripara

DATA
20 a 23 de maio de í 997

LOCAL
Espaço Livre
São Paulo SP

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA TÉCNICA CELULOSE E PAPEL


DE
Rua Xìmbó 165 040 São Pauia SP
Aclimação CEF 04
í08
Tel 011 574
0166 f Fax 011 6985
57i
Mai1
E br
eom
abtcp96@plugnet

199
Apresentação para o Encontro Internacional
A Tecnologia Papeleira frente aos Desafios do Desenvolvimento
São Paulo 20 a 23 de maio de 1997

Marcelo Maggioni Meng Assessor de Tecnologia Ripasa S


A Brasil

O MERCADO DE CARTÕES UMA VISÃO GLOBAL

Foi com enorme prazer que a Ripasa aceitou o convite por parte da Associação
Brasileira Técnica de Celulose e Papel em comentar o mercado de cartões neste
Encontro Internacional e como nós identificamos oportunidades para a
as

melhoria contínua da qualidade para o nosso cliente o gráfico e o usuário final


do cartões

I MERCADO GLOBAL

É preciso antes de começarmos a explanar aspectos mais específicos saber


identificar os vários tipos de cartões existentes no mercado nacional uma vez que
os requisitos de qualidade variam de tipo para tipo Adotamos no Brasil a

classificação de cartões para embalagens da Associação Nacional dos


Fabricantes de Celulose e Papel que divide
se basicamente em 5 categorias

Categoria I Solid Bteached Sulphate Cartão integral revestido composto


100 de celulose virgem branqueada Suas aplicações envolvem
cartuchos de cosméticos e alimentos cartões de felicitações Greeting
Cards capas de edições embalagens tipo flip
top e aplicações
publicitárias

Coating Látex pigmentação


Forro

Celulose química branqueada


Miolo

Verso

Categoria II TRIPLEX Cartão revestido com forro e verso branqueado e


miolo composto de fibras recicladas e
ou pasta mecânica Aplicado na
confecção de cartuchos de cosméticos e alimentos eventos publicitários
impressos editoriais carteias e displays

Coating O pigmentação
Látex
Celulose química branqueada
Forro 0

Miolo A aras pasta

Verso
0 Celulose química branqueada

7Q
Categoria III DUPLEX Cartão revestido com forro
branqueado miolo de
fibras recicladas e
ou pasta mecânica celulose química não
e verso com

branqueada Utilizado principalmente em cartuchos de alimentos produtos


de higiene farmacêuticos e cosméticos brinquedos auto
peças e
eletrodomésticos

Coating Látex pigmentação


Celulose química branqueada
Forro

Miolo nm
mü pasta
Aparas

Verso
Celulose química não branqueada

Categoria IV DUPLEX Cartão revestido com forro branqueado e com miolo


e verso compostos por fibras recicladas pasta mecânica ou fibras de outra
procedëncia Incluem
se em suas aplicações cartuchos para alimentos
produtos de higiene farmacëuticos e cosméticos brinquedos auto
peças e
eletrodomésticos

Coating Látex Pigmentação


Forro Celulose química branqueada

Miolo 5
y
x Aparas Pasta

Verso Aparas Pasta

Categoria V DUPLEX Cartão revestimento com forro composto por


sem

fibras químicas branqueadas São amplamente utilizados em embalagens


de baixo custo onde não requeiram grande apelo visual

Celulose química branqueada


Forro

Miolo Aparas Pasta

Verso Aparas Pasta

n
A indústria de cartão é com certeza uma das que mais se prejudica com as
flutuações da economia onde o consumidor final sofre seus efeitos de forma
direta refletindo em toda uma cadeia de utilização de cartões Como podemos
verificar no gráfico abaixo relativo à expedição brasileira de cartões o período de
1993 foi fortemente marcado por recessão e inflação incertezas políticas e
1986
sucessivoschoques econômicos na tentativa de estabilizar a economia nacional
As conseqüëncias destas tentativas foram a diminuição do rendimento médio per
capita resultando queda na demanda por produtos de consumo O efeito em
em

nosso setor foi queda de produção sendo que em alguns meses do ano de
a
1993 abaixo do nível de retorno econômico indicando retração de mercado


ti

EXPEDIÇÂO BRASILEIRA DE CARTÕES


1996
1993
Mil Toneladas
42
40
38
36
34
32
30
28
26
24
22
20
2 ry J h 2 K 2 C Z C 2 C

l O i O i Q O i O Q

MÉDIA MENSAL

Fonte ANFPC

Em 1994 como reflexo da implantação da URV e o processo de abertura da


economia durante o primeiro semestre culminando com a estabilização da moeda
com a implantação do Plano Real em meados de Julho ocorreu o aumento do

poder aquisitivo do brasileiro refletindo nos mercados mais acessíveis à


população de baixa renda aumentando expressivamente oconsumo de
alimentos artigos de vestuário brinquedos e produtos farmacêuticos Houve um
crescimento real em relação a 1993 de 17 05 nas vendas no varejo com forte
reflexo no 2 semestre do ano onde a produção de cartão alcançou níveis
próximos a capacidade instalada de 44 mil toneladas líquidas por mës

Em 1995 durante o 1 semestre do ano o Governo anunciou medidas de


contenção do crescimento das importações restrições ao crédito via ampliação
dos compulsórios sobre empréstimos e depósitos a prazo taxas de juros altas
reduzindo o consumo No 2 semestre gradual suspensão das medidas adotadas
no 1 semestre visando estimular o consumo

31
Em 1996 abrandamento das taxas de juros e alargamento nos prazos geraram
o

o aumento das vendas a prazo novamente para a população de baixa renda

principalmente de eletroeletrônicos Aestabilização da economia gerou uma


constância refletida na expedição de cartões neste ano A industria de cartão
trabalhou com uma osciosidade de 20 a mesma praticada em 1995

Em relação às importações
exportações de cartão no mesmo período devemos
e
considerar a existëncia da
importação indireta representada nas embalagens de
brinquedos gëneros alimentícios produtos cosméticos e eletroeletrônicos

PRODUÇÃO EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO


c BRASILEIRA DE CARTOES
1993 1996
Mil Toneladas

1993 1994 1995 1996

PRODlJÇÃO IXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO


Fonte ANFPC

Por categoria no mesmo período verificamos a queda na expedição dos cartões


da categoria IV com conseqüente acréscimo da produção dos cartões da
categoria III Na verdade estas duas categorias se confundem em vista da
contínua busca por parte dos usuários finais em redução de custos do produto
influenciados pelo custo dos cartuchos No geral estas duas categoria juntas
apresentaram um crescimento de 0 7 em 1996 em relação ao ano anterior

A categoria mais afetada representando em 1996 um decréscimo de 394 em

relação a 1995 foi a dos cartões tipo SBS Solid Bleached Sulphate devido a

32
migração das embalagens de cosméticos para os cartões da categoria II somada
a substituição do cartão para flip
top nacional pelo cartão importado

0 crescimento de 21
3 1996 em relação ao ano anterior dos cartões da
em

categoria V se
deve principalmente ao desenvolvimento intenso de novos
produtos voltados a nichos de mercado maior segmentação do mercado e por se
tratar de embalagens destinadas a produtos mais populares

Mil T

CAT I CAT II CAT III CAT IV CAT V

1993 1994 1995 1996

Fonte ANFPC

Com base em recentes estudos do BNDES e dados da ANFPC podemos avaliar


a situação brasileíra da demanda período 2005
no 1995 Segundo o estudo o
consumo aparente brasileiro de cartões em 2005 será de aproximadamente 920
mil toneladas projetando uma produção nacional de 1028 mil toneladas gerando
um acréscimo deprodução necessário para suprir a demanda de 435 mil
toneladas com base em 1995 As intenções de investimento anunciadas no
2003 neste segmento são da ordem de 120 mil toneladas
período 1995
anunciando a falta de capacidade interna e prevendo que em 2005 cerca de 1
3
do cartão consumido será importado

33
n
aa

SITUAÇÃO BRASILEIRA DA DEMANDA


1995 2005

5000
Cons Apar 2005
4500 Produção 2005
Acrésc Prod 19952006
4000 AUmento Capac anunc 2003

O N
e
e
W

é á r
á
n e
E
W E u3
Fonte ANFPC
BNDES
w

A previsão do BNDES para inversão da balança comercial do setor quando a

importação supera a exportação será já em 1998

A nível mundial a taxa de crescimento do consumo de cartões no período 1993


2005 é de 2
7 regiões que apresentam maior crescimento serão a
ao ano e as

Europa Oriental com taxas de 5 ao ano seguida pela China 4 7 Ásia


5 e América Latina e
4 África 0 e especificamente para Brasil a taxa
3 o

de crescimento até o ano 2000 será de 27 ao ano Obviamente estas


estão relacionadas a política e o crescimento econômico destas
previsões com

regiões

Consumo Taxa de
Crescimento

Região 1961 1993 2000 2006 1961 1893

milhões de toneladas k período

América do Norte 2
6 6
7 8 6
9 8
1 7
1

Europa Ocidental 0
6 6 6
7 3
8 3
2 9
1

Japão 6
1 3
2 6
2 7
2 9
2 6
1

Europa Oriental 4
2 1 4
1 1
2 3
8 6

China 6
0 1
2 0
3 7
3 6
14 7
4

Resto da Ásia 6
1 6
3 7
4 9
6 7
6 6
4

América Latina 6
0 2
1 tA 7
1 4
3 0
3

África 2
0 3
0 4
0 6
0 6
2 0
3

Oceania 2
0 2
0 2
0 3
0 6
2 8
1

TOTAL MUNDIAL 3
16 1
26 9
29 6
34 6
2 7
2

Fonte JP

34
0 consumo de cartões por segmento de mercado apresenta
se forte na área de
artigos de vestuário e setor calçadista limpeza alimentos e brinquedos Dentro

do setor de embalagens para alimentos destacam


se as utilizações para
alimentos desidratados chocolates e balas congelados cereais biscoitos e
laticínios Cada utilização necessita de requisitos de qualidade específicos onde
no setor alimentício se encontram as melhores oportunidade na agregação de
valores e características próprias para as diversas embalagens No segmento
alimentício a boa
printabilidade e resistëncia mecânicas são fatores de
fundamental importância devido ao grande apelo visual e as linhas de envase
automáticas

Desidratados 6
34
Vestuário e
Limpeza 20
6

Calçados 4
24 Chocolate balas 5
25
Alimentos
7
16

Congelados 8
16

Cereais 4
13
outro 1
2
Cosméticos 6 Biscoitos 6
8
Farmacos Brinquedos 7
6

k
8
6
Fumo 0
7
Fósforo Laticínios 1

Fonte Da
rrerk 1985

II TENDÊNCIAS

A industriagráfica brasileira utilizou em 1996 cerca de 2


9 milhões de toneladas
de papel nacional representando 50 da produção brasileira de papel 5
8
milhões de toneladas Destes 2 9 milhões 522 mil toneladas foram de cartões e
cartolinas O consumo total do setor gráfico incluindo as importações foi de 4
5
milhões de toneladas O faturamento do setor gráfico em 1996 foi de R 6 bilhões
contra R 72 bilhões do setor de celulose e papel A industria gráfica investiu R
600 milhões em impressoras de última geração capazes de imprimir a
000 impressões por hora A automatização das linhas de
velocidades de 18
envase e acabamento também foram alvo destes investimentos

Em outras palavras encontramos cada vez mais uma industria exigente na


conversão de cartões rigorosa frente a qualidade de seus produtos e insumos
stop e forçando entregas just
adotando sistemas non time Ao mesmo tempo
in
ocorre devido a globalização importação
a de embalagens prontas gerando
maior competitividade euma pressão cada vez maior por menores preços

35
INDÚSTRIA GRÁFICA

Impressoras de última geração


Adoção de sistemas Non
Stop
Velocidades de impressão em 000 Ghora
18

Entregas JIT
Maior rigor na qualidade
Padronização de formatos de impressoras
Pressão por menores preços
Capacidade instalada de 48
000 ton
mês
Capacidade instalada de produçáo de cartão 44
000 ton mês
líq
Importação de embalagens

Os users por sua vez nos solicitam a redução de gramatura tanto


end
influenciados pela redução do custo das embalagens como pelo
redesenvolvimento do design para utilização de menos material por unidade
embalada Esta redução de gramatura sabemos que influencia as características
de resistência e principalmente na rigidez dos cartões surgindo a necessidade de
utilização de fibras mais adequadas e produtos químicos específicos que
permitam a manutenção destas propriedades

Outros fatores de influëncia na qualidade e serviço dos produtos de cartões


englobam a eliminação da embalagem secundária um rigor na característica de
assepsia nas embalagens de cartão para alimentos e oGlobal
Sourcing

USUÁRIOS FINAIS

Redução de gramatura
Redução do custo da embalagem
Redesenvolvimento do design das embalagens para
utilização de menos material por unidade embalada

Eliminação de embalagem secundária


Ampla utilização de linhas automáticas de envase

Rigor em cartões para embalagens de alimentos


Global Sourcing

36
Os requisitos de qualidade para os cartões dependem em grande parte da
utilização final porém a principal que percebemos é a regularidade destes
requisitos

Rigidez Printabilidade

Resistãncia compressão Estabilidade Dimensional

Rasgo Brilho

Bulk Corpo REGULARIDADE

REGULARIDADE

Impacto Visual Brancura e Runnability


Tonalidade Stop
Non
Formação Colagem de Abas
Assepsia REGULARIDADE

REGULARIDADE

Os cartões nacionais para suprir os requisitos de qualidade X Preço podem ser

organizados da forma como aparece no quadro abaixo

PRINTABILIDADE PREÇO

RESISTÉNCIAS

Como a classificação dos tipos de cartões em outros países não é a mesma

adotada no Brasil fica difícil a comparação destes aspectos

37
Como tendências mundiais no setor de cartão surgem os repentinos movimentos
de sentimento ecológico contra a utilização de plásticos e as embalagens que
utilizam múltiplos materiais Estas solicitações do mercado estão sendo
respondidas pela indústria através do desenvolvimento de diversos cartões
especiais tais como resistentes ao vapor d água óleos e gorduras entre outros
necessitando a formação de parcerias entre o fabricante de cartão e a industria
química no sentido amplo de agregar valor aos produtos

A utilização cada vez mais ampla de fibras não branqueadas recicladas e


secundárias necessitam do contínuo aprimoramento dos processos de tratamento
de aparas e reciclagem As entregas tipo just
time e oGlobal
in Sourcing forçam
ao produtor a necessidade constante de investimentos frente a regularidade dos
requisitos de qualidade de seus produtos em parceria com os fabricantes de
máquinas e equipamentos e industria química

PRINCIPAIS TENDÉNCIAS MUNDIAIS

Repentino movimento contra os plásticos

Sentimento ecológico emergente a favor da


utilização de fibras não branqueadas e maior
consumo de fibras secundárias recicladas

Eliminação de embalagens de múltiplos


materiais agregação de valor

COnsolidação industrial em relação a

verticalização

Entregas Just
Time
in

CONCLUSÕES
III

Os anos seguirão certamente serão anos de mudança e crescimento estável


que
para o segmento de cartão promentendo o crescimento da competitividade
internacional entre os próprios fabricantes de cartão e mesmo entre os materiais
de embalagem Os clientes cada vez mais nos pressionarão por melhores
serviços rapidez e alta qualidade de nossos produtos As parcerias entre os
produtores de equipamentos e a indústria química devem se fortalecer na busca
destes objetivos Queremos ajudar nossos end users no sucesso e na
lucratividade de suas indústrias

38

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