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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE

INSTITUTO DE ENGENHARIA

ELSON DIAS DE ARAUJO CAVALCANTE FILHO


GUILHERME AUGUSTO DE SOUZA GUSMAO
LUCAS DA CUNHA OLIVEIRA
VITOR MATHEUS MORAIS DE ALMEIDA

DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE E O TEOR DE ACIDO

ACÉTICO EM VINAGRE

PROFESSOR: ANDRÉ ...

Cuiabá

2017
1. INTRODUÇÃO

Muitos dos primeiros produtos químicos fabricados durante a Revolução


Industrial foram ácidos e bases, essas substancias são empregadas na
fabricação de diversos outros produtos. Promovendo deste modo a
necessidade de criação de laboratórios de análises, consequentemente surge a
área de estudo da química analítica.
Nos anos 1880 a 1890, o químico sueco Svante Arrhenius (1859-1927) ligou o
comportamento dos ácidos com a presença de íons H e o comportamento
das bases com a presença de íons OH em solução aquosa.
O conceito de ácidos e bases de Arrhenius acabou sendo expresso da
seguinte forma: os ácidos são substâncias que, quando dissolvidas em água,
aumentam a concentração de íons H. De modo similar, as bases são
substâncias que, quando dissolvidas em água, aumentam a concentração de
íons OH.
Em 1923, o químico dinamarquês Johannes Brønsted (1879-1947) e o químico
inglês Thomas Lowry (1874-1936) propuseram uma definição mais geral de
ácidos e bases. O conceito é baseado no fato de que as reações ácido-base
envolvem a transferência de íons H de uma substância para outra, podemos
imaginar isso na reação que ocorre entre uma molécula de HCl e uma molécula
de água para formar íons hidrogênio e cloreto, veja a reação a seguir:

−¿¿

HCl+ H 2 O → H 3 O +¿++Cl ¿

Quando H2O atua como base, ele gera H 3O, que atua como ácido. Um ácido e
uma base como HX e X, que diferem apenas na presença ou ausência de um
próton, constituem um conjugado ácido-base par.base conjugada, que é
formada pela remoção de um próton do ácido. Por exemplo, OH é a base
conjugado de H2O e X é a base conjugada de HX. Da mesma forma, qualquer
tem um ácido conjugado associado a ele, que é formado pela adição de um
próton à base. Assim, por exemplo, o H 3O é o ácido conjugado de H 2O e HX é
o ácido conjugado de X.
Figura 1 Par conjugado.

2.2 Ácidos fortes e fracos


Um “ácido forte” pode ser definido como aquele que sofre uma dissociação
essencialmente completa para formar íons hidrogênio (um processo chamado
dissociação ácida) em um determinado solvente. Um “ácido fraco” é aquele que
se dissocia apenas em parte para formar íons hidrogênio.
Outra forma de descrever a força de um ácido é usar uma constante de
equilíbrio especial conhecida como constante de dissociação acida.
Baseando na concentração da reação temos:
[ A ][ BH ]
K a=
[ AH ][B ]

Em que AH é um ácido, B é uma base e A e BH são meus produtos.

2.3 Bases fortes e fracas


Assim como a força de um ácido é determinada por sua capacidade de doar
um íon hidrogênio para outra substância química, a força relativa de uma base
é determinada por sua capacidade de aceitar um íon hidrogênio.
Podemos descrever a força de uma base e sua capacidade de aceitar um íon
hidrogênio de um ácido usando a constante de equilíbrio conhecida como
constante de ionização de base
Kb¿ ¿ ¿

2.4 Propriedades ácida e básicas da água


Substâncias que podem atuar como ácido ou base, são denominadas
anfipróticas, o que significa que podem doar ou aceitar íons hidrogênio.
Se uma substância anfiprótica está presente em alta concentração, pode reagir
consigo mesma em uma reação ácido-base. Esse tipo de reação é
particularmente comum quando a substância anfiprótica é um solvente como
ocorre para a água. Esse tipo especial de reação ácido-base em que a mesma
substância é tanto o ácido quanto a base é conhecido como autoprotólise.
Podemos descrever esse processo usando uma constante de equilíbrio
conhecida como constante de autoprotolise da agua ou K w.
Kw = [H3O] [OH-]
A 25°C, essa constante de equilíbrio é 1,01x10 -14, um número usado com
frequência em cálculos que envolvem reações ácido-base em agua.

2.5 Propriedades acidas e básicas de uma solução


Uma definicao de pH é o conteúdo de hidrogênio em uma amostra expresso
em termos da concentração, os níveis são comparados pelos químicos usando
uma escala de logaritmo negativo de um determinado número.
pH= - log¿
O termo ‘pOH’ pode ser utilizado para representar o termo –log(K w).Muitas
vezes é conveniente trabalhar com o pH e com valores relacionados como pK w
e pOH quando se está tentando descrever como esses termos estão
interligados.
Outra forma de escrever essa relação é tomar o logaritmo de ambos os lados
da equação.
pKw= pH + pOH

Quando Kw = 1,0x10-14 a 25°C, obtemos:

A 25°C 14,00 = pH + pOH

Ao utilizar esta escala, uma solução aquosa com pH inferior a 7,0 é


considerada acida porque contém uma quantidade maior de íons hidrogênio do
que íons hidróxido. Uma solução aquosa com pH superior a 7,0 é chamada de
básica porque contém uma quantidade maior de íons hidróxido. Uma solução
aquosa que tem ou se aproxima de um pH 7,0 é considerada neutra, porque
apresenta aproximadamente as mesmas quantidades de íons hidrogênio e íons
hidróxido.
Figura 2 Escala de pH.

Uma das maneiras usadas para detectar o pH baseia-se no uso da variação de


cor de algumas substâncias chamadas indicadores.
Existem diversas maneiras de se obter o pH de uma solução podendo ser
indicadores naturais, elétricos ou até mesmo através de um papel com
propriedades específicas (tornassol).

2.6 Volumetria de neutralização


Entre os diversos temas de estudo da química analítica, destaca-se a
volumetria de neutralização, método baseado na reação entre os íons H + e OH-.
Uma forma de realizar este método de análise é através da titulação, definida
como procedimento no qual a quantidade de analito em uma amostra é
determinada adicionando-se uma quantidade conhecida de um reagente que
reage completamente com o analito de uma forma bem definida.
A solução conhecida é chamada de titulante, e a diferença entre o volume
inicial e final do titulante determina a quantidade utilizado no processo.
Em uma titulação ácido-base típica, o analito é uma solução de uma base e o
titulante, a solução de um ácido, ou vice-versa. Um indicador, um corante
solúvel em agua, ajuda a identificar o ponto estequiométrico.
Na titulação de ácido clorídrico por exemplo, a solução inicialmente incolor.
Após o ponto estequiométrico, quando ocorre excesso de base, a solução do
frasco é básica e o indicador é rosa.
Veja um resumo no diagrama, onde a solução A é o titulante e a solução B o
analito.
Figura 3 Diagrama processo de Titulação

Após obter-se a quantidade de titulante utilizada realiza-se o cálculo da média


aritmética dos volumes:

V 1+V 2+ ⋯+Vn
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒𝑠 =
numero de experimentos

A seguir, determina-se o número de mols do titulante:

𝑛=𝑀×𝑉

n= número de mols do titulante.


M= molaridade do titulante.
V= volume, em litros utilizado do titulante (média dos volumes).

Ao determinar o número de mols do analito, calcula-se a sua molaridade:

n
𝑀=
V

M= molaridade.
n= número de mols do soluto.
V= volume da solução contendo o analito em litros.

Através da formula abaixo calcula-se a molaridade presente na solução inicial:

𝑀1 × 𝑉1 = 𝑀2 × 𝑉2

M1= molaridade do analito.


V1 = volume do analito.
M2 = molaridade da substância a ser titulada.
V2= volume utilizado para se obter a solução a ser titulada.

Posteriormente, determina-se a concentração (g/L):

𝐶=𝑚×𝑀

m= massa molar da substância a ser titulada


M= molaridade da substancia sendo titulada.
Ao final determina-se o título, que é a porcentagem de massa de uma solução,
aplicando a seguinte relação:
C
𝑇=
d x 1000

2.7 Vinagre
Fermentação acética   
Desde a Antiguidade a humanidade sabe fabricar vinagre; basta deixar o vinho
azedar. Nessa reação, o etanol reage com o O 2 transformando-se em ácido
acético. 
Podemos dizer que o O2 atuou como agente oxidante, pois causou a oxidação
do álcool.

Desenvolve-se também na deterioração de bebidas de baixo teor alcoólico e na


de certos alimentos. A fermentação acética é realizada por um conjunto de
bactérias do gênero Acetobacter ou Gluconobacter, pertencentes a família
Pseudomonaceae e produz ácido acético e CO2. 

A fermentação acética corresponde à transformação do álcool em ácido acético


por determinadas bactérias, conferindo o gosto característico de vinagre. As
bactérias acéticas constituem um dos grupos de microrganismos de maior
interesse econômico, de um lado pela sua função na produção do vinagre e, de
outro, pelas alterações que provocam nos alimentos e bebidas. 

O mecanismo de produção do ácido acético ocorre em duas etapas:


1°) É formado o acetaldeído por oxidação  
2°) O acetaldeído é convertido a ácido acético.  (75% do acetaldeído é
convertido a ácido acético e os 25% restantes a etanol).

Figura 4 Reação para produção do ácido acético.

O vinho comercializado para elaboração de vinagre em outro local, deve sofrer uma
prévia acetificação pelo órgão fiscalizador, na origem, de no mínimo 0,6% de ácido
acético, para descaracterizá-lo como vinho de mesa. Os limites estabelecidos para o
vinagre de vinho e fermentado acético de frutas são indicados na Tabela:

Limite
Variável
Mínimo Máximo
Ácido volátil, em ácido acético g/100 mL 4,0 -
Álcool (% v/v) a 20°C - 1,0
Extrato seco reduzido (g/L)
Tintos e rosados 7,0 -
Brancos 6,0 -
Sulfato de potássio (g/L) - 1,0
Dióxido de enxofre total (mg/L) - 200
Presença de corantes artificiais neg. -
Fonte: Ministério da Agricultura - Portaria nº 745, de 24 de outubro de 1977.

2. DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL
Experimento: Determinação da acidez total do vinagre

2.2 Materiais e reagentes

Materiais:
Pêra;
Béquer;
Erlenmeyer;
Bureta;
Bastão de vidro;
Balão volumétrico (100mL);
Balão de 25 mL;

Reagentes:
Água destilada;
Fenolftaleína;
Amostra de vinagre;
Solução de 0,1 mol/L de NaOH;

2.3 Procedimento experimental


Em um béquer adicionou-se vinagre, posteriormente com auxílio de uma pipeta
volumétrica retirou-se uma amostra de 10 mL, e transferido a um balão
volumétrico (100mL), seguidamente completa-se o balão com água destilada
até o menisco, agitando para facilitar a diluição. Desta solução diluída auferir-
se 25 mL e transfere-se a um erlenmeyer, acrescenta-se 4 gotas de
fenolftaleína a solução do erlenmeyer.
Montou-se o sistema de titulação, fixando-se uma bureta a um suporte
universal, como pode ser visto na imagem abaixo.

Figura 5 Sistema de titulação.

Em uma triplicata realizou-se a titulação da amostra (analito) com solução


padrão de NaOH 0,1 mol L- 1(titulante) até o aparecimento de uma leve
coloração rósea que persista por 30 segundos.

2.4 Resultados e discussões

A titulação foi realizada em triplicata, obtendo-se diferentes volumes de


titulante utilizados, calculo realizado através da variação inicial e final do
volume titulante.
V1 (NaOH) =11,3 mL;
V2(NaOH) = 11,3 mL;
V3(NaOH) = 11,5 mL;
Através destes valores obtidos, calculou-se a média aritmética entre eles:
11,3+11,3+ 11,5
Media aritmética=
3

Media aritmética=11,36

2 Após analisado os valores foi calculada a média aritmética do volume de


NaOH: 0,1467M
0,1467 mol−1000 ml
x−11,36 ml
x=1,67∗10−3

25 ml de solução−1,67∗10−3 mol de CH 3 COOH


100 ml de solução−x
x=6,67∗10−3 mol de CH 3 COOH

10 ml de solução de Vinagre−6,67∗10−3 mol de CH 3 COOH


100 ml de solução−x
x=0,0668 mol CH 3COOH

1 mol CH 3 COOH −60 g


0,0668−x
x=4,008 % em100 ml de Vinagre

Referências
ANDRADE, J. C.; BACCAN, N.; BARONE, J. S.; GODINHO, O. E. Química
analítica quantitativa elementar. 3ª edição. São Paulo: Edgard Blucher Ltda.,
2001.

ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Princípios da química: questionando a vida


moderna e o meio ambiente. 5ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2012.

EMBRAPA. O Vinagre e a legislação brasileira. Disponível em:


<https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Vinagre/Sistema
ProducaoVinagre/legislacao.htm>. Acesso em: 03/09/2017.

HAGE, David S.; CARR, James Química analítica e análise quantitativa. 1ª


edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.

PORTAL SÃO FRANCISCO. Fermentação alcoólica. Disponível em:


http://www.portalsaofrancisco.com.br/quimica/fermentacao-alcoolica>. Acesso
em: 03/09/2017.

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