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2 Ministrando à Sua Família

Ministrando
à Sua

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


Ministrando à Sua Família 3

Coleção GRAÇA DE DEUS

MINISTRANDO À SUA FAMÍLIA


ORIGINAL: “Ministering to Your Family”
Kenneth Hagin Ministries
P. O. Box 50126
Tulsa, Oklahoma 74150-0126

EDIÇÃO: GRAÇA EDITORIAL


Caixa Postal 1815
Rio de Janeiro — RJ
Tel: (021) 591-2344 / 594-0375

Traduzido do Original em Inglês


“Ministering to Your Family”
Por Gordon Chown

DIREITOS RESERVADOS

Digitalizado e Revisado por:

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


4 Ministrando à Sua Família

Índice

1. DA QUESTÃO DE UM CÔNJUGE..........................................................................................5

2. MINISTRANDO EM NOSSO PRÓPRIO MUNDO.......................................................................9

3. O PAPEL DO PAI CRISTÃO...............................................................................................15

4. CERCANDO O ADOLESCENTE DE FÉ E AMOR.....................................................................24

5. COMO GANHAR SEUS ENTES QUERIDOS NÃO SALVOS......................................................29

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


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Capítulo 1

DA QUESTÃO DE UM CÔNJUGE
Por Kenneth E. Hagin

Em quais áreas podemos exercer fé? Quais as coisas que podemos


receber pela fé?
Primeiro, podemos receber pela fé tudo quanto a Bíblia nos promete ou
nos provê. Mas não se pode crer além da Palavra. Por que não? Porque … a fé é
pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus (Rm 10.17). A fé baseia-se naquilo que a
Palavra de Deus diz, e não se pode crer além daquilo que conhecemos pela
palavra de Deus. Se as pessoas procurarem fazer isso, elas se meterão em
apuros.
Por exemplo: há muitos anos fiquei conhecendo um pastor
denominacional que recebeu o batismo do Espírito Santo, falou em outras
línguas, e foi expulso da sua denominação.
Não tendo nenhuma igreja para pastorear, abriu seu próprio
estabelecimento comercial numa cidade grande, e começou a freqüentar a maior
igreja do Evangelho Pleno naquela cidade. Esse homem era solteiro, e sua idade
aparentava ser entre 35 e 40 anos.
Ele me contou que uma mulher linda cantava no coro da igreja, e porque
“Podemos receber o que dizemos” e “Tudo quanto desejamos, é só orar e crer
que receberemos,” ele iria orar e crer que a obteria como esposa.
Não consigo achar, porém, onde a Bíblia diz: “Prometo a João que ele
poderá ganhar Maria para ser sua esposa.” É possível que Maria não queira ser
esposa dele — e é possível que afinal de contas, João ficaria muito melhor sem
ela!
Perguntei ao homem, portanto: “Você já falou com essa mulher? Você já
saiu com ela?”
“Não.” respondeu.
Sentado ali no meio da congregação enquanto o coro cantava nos
domingos pela manhã, esse homem vira a mulher, achara-a atraente, e pensava
que porque “Podemos receber aquilo que pedimos,” ele poderia simplesmente
dizer que se casariam, e assim aconteceria.

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


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Mas, segundo quais condições aconteceria?


“Ora, se creio nisso com fé suficientemente forte,” alguns
argumentariam.
Não. A fé precisa basear-se na Palavra de Deus. Conforme já vimos, a fé
vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra. E a Palavra de Deus diz: O que acha uma
esposa acha o bem, e alcançou a benevolência do SENHOR (Pv 18.22).
“O que acha uma esposa” subentende que você certamente tem um
papel a desempenhar, mas que você precisa acatar a orientação do Senhor, e
você precisa reconhecer que não poderá violar o livre arbítrio de outra pessoa.
O Senhor orientará você e o guiará. Você tem o direito de reivindicar a
Sua orientação, porque ele prometeu que vai orientá-lo. Mas simplesmente
apontar para alguém e dizer: “Vou crer em Deus e ela vai ser minha esposa”
não funcionará.

A VONTADE DE OUTRA PESSOA


ESTÁ ENVOLVIDA

A mulher com quem você quer casar-se talvez não queira ser sua esposa.
Para as mulheres, essa regra funcionaria assim: O homem com quem você quer
casar-se talvez não queira ser seu marido.

Amigos, vocês não conseguirão anular a vontade de outra pessoa nessa


questão, e é melhor aceitarem esse fato de uma vez para sempre.

O próprio Deus não exerce autoridade sobre os espíritos humanos. Se Ele


o fizesse, obrigaria todas as pessoas na terra a converter-se hoje, e então
poderíamos passar para o Milênio.

Somente temos autoridade sobre os espíritos malignos; não sobre os


espíritos humanos. Deus tem concedido aos seres humanos o livre arbítrio para
escolherem por conta própria.

Na primeira campanha de avivamento que realizei depois de deixar meu


último pastorado, uma mulher solteira, com mais de trinta anos de idade,
perguntou-me: “Irmão Hagin, tenho o direito de crer que conseguirei um
marido?”

“Creio que sim,” respondi, “porque a Bíblia diz: O que acha uma ESPOSA
acha o bem, e alcançou a benevolência do SENHOR — e essa não seria uma boa
regra se não funcionasse também para quem procura um MARIDO.”

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


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A fé funcionará nesse caso?


Falei para essa mulher: “Você não pode simplesmente apontar alguém e
dizer: ‘Aquele é meu.’ Mas você pode pedir a orientação de Deus. Você pode
reivindicar um cônjuge pela fé, e deixar Deus dirigir os pormenores, porque
você crê nEle.”

FIRMANDO-SE NA FÉ

Durante muitos meses, não parecia que as coisas iriam funcionar para
aquela jovem mulher. Nenhum pretendente entrou na vida dela. Todas as vezes
que a vi, encorajei-a a firmar-se na fé. Ela respondia: “Estou me firmando na fé.
Vai funcionar. Sei disso!” Ela tinha em mente certos ideais. Disse: “Eu mesma
não sou ministra, mas já faz muitos anos que estou no trabalho do Senhor, e
quero casar-me com um ministro.”

Passado algum tempo, encontrei-me com ela, e ela estava casada com um
homem excelente — um ministro. A fé dela funcionara.

Lembro-me, também, de duas lindas mulheres jovens que freqüentaram


uma reunião de avivamento que realizei certa vez em Oklahoma. Acabaram de
tirar o diploma do colegial, com as notas mais altas da sua classe. As duas
foram salvas e batizadas no Espírito Santo nesse avivamento. Alguns meses
mais tarde, quando voltei àquela igreja para outra conferência, o Senhor me
levou a ministrar uma palavra de sabedoria a uma das jovens.
Depois, o pastor disse: “Irmão Hagin, estou contente que você tenha feito
isso. Porém tenho certeza que você não sabia, mas o fato é que aquela jovem
ficou noiva, e estamos preocupados a respeito. O noivo tem freqüentado a igreja
aqui, mas vou ser bem honesto com você — acho que ele fingiu ter sido salvo a
fim de casar-se com ela.”

ALGO MELHOR

Eu nada soubera desses fatos na noite em que o Senhor me mandou


ministrar àquela jovem. Ela estava sentada na primeira fileira naquela noite.
Convidei a congregação a ficar cantando, porque não queria que todos
escutassem aquilo que falaria a ela. Falei assim: “O Senhor me mandou dizer-
lhe o seguinte: ‘Tenho algo melhor para você. Não se case agora. Tenho algo
melhor para você.’ ”

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


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Dois anos mais tarde, fui lá para a Califórnia a fim de participar de um


acampamento de reavivamento, e um casal de ótima aparência foi falar comigo.
A mulher disse: “Irmão Hagin, lembra-se de mim?”

“Não,” respondi, “mas seu rosto parece conhecido.”

Ela me contou seu nome, mas ainda não conseguia lembrar-me quem ela
era.

“Pois bem,” ela disse, “vai lembrar-se do seguinte: Você me chamou


enquanto a congregação estava cantando e me contou que o Senhor me
mandara não casar-me naquela ocasião, porque Ele tinha algo melhor para
mim.”

“Oh,” falei, “lembro-me disso.”

“Pois bem,” disse ela, feliz, “aqui está ele!”

Em seguida, ela me contou que ela e o marido estavam no Instituto


Bíblico preparando-se para o ministério. “Oh, estou tão feliz porque o Senhor
me fez parar e ministrou a mim,” disse. “Eu teria cometido um engano fatal.
Estamos tão felizes. E agora trabalhamos.”

Veja bem: podemos crer em Deus e exercer fé em favor de qualquer


coisa que é prometida na Bíblia. Devemos, no entanto, basear a nossa fé
naquilo que a Palavra de Deus diz. Se entrarmos nas áreas além da Bíblia,
chegaremos nas áreas cinzentas — nas áreas escuras. Enquanto estamos na
Palavra, estamos na luz. Nesse caso, ficamos em terreno seguro e certo.

Alguns talvez digam: “Não sei exatamente que direção devo seguir na
vida; o que, portanto, devo pedir com fé?”

Pois bem: confie que Deus o orientará, pois assim Ele tem prometido.
Reivindique pela fé a Sua orientação. Diga: “O Senhor está me guiando. O
Senhor está me orientando. Talvez eu não veja isso nesse momento. Mas Ele é
meu Guia, e estou confiando nEle.”

Pois todos os que são guiados pelo Espírito Santo de Deus são filhos de Deus
(Rm 8.14). Deus vai guiar você. Lembre-se, porém, que ele o guia um só passo
por vez.

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


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Capítulo 2

MINISTRANDO EM NOSSO
PRÓPRIO MUNDO
Por Kenneth Hagin Jr.

E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.

— Marcos 16.15

E então se dirigiu a seus discípulos: A seara na verdade é grande, mas os


trabalhadores são poucos.

— Mateus 9.37

Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da
terra.

— Atos 1.8

A palavra “mundo” pode significar muitas coisas diferentes. Podemos


falar “mundo” e referir-nos ao planeta inteiro onde vivemos. Ou, “mundo”
pode significar o meio-ambiente da nossa habitação — nossa comunidade,
nosso lar.

Ora, não é difícil levar a maioria dos cristãos a emocionar-se com a idéia
de viajar para outro lugar a fim de ministrar, mas não fale com eles a respeito
de ministrar onde moram!

Se, porém, é para você chegar a ser usado por Deus para ministrar até
aos confins da Terra, é necessário você primeiramente ministrar onde você

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


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mora. Deus não poderá nem desejará usar você se não conseguir ministrar na
sua própria área.

Em atos 1.8, Jesus mandou Seus discípulos ministrar na Judéia. Era o


estado onde moravam. Note a declaração que Jesus fez em seguida. Ele disse
que deviam ministrar na Samaria. Trata-se do lugar que mais odiavam. Se você
estudar a História dos judeus, descobrirá que os judeus odiavam totalmente os
samaritanos. Chamavam-nos de cães.

Note que Jesus mandou primeiramente começar a ministrar na sua


própria área — no seu próprio estado. Depois, vai para o lugar que você mais
odeia. Depois, vai até os confins da Terra.

Não é estranho como sempre queremos virar a Bíblia pelo avesso?


Queremos ir primeiramente aos confins da Terra. O último lugar onde
queremos ministrar é em casa. Mas uma coisa posso lhe dizer: O testemunho
que você dá não tem muito valor se não for aceito pelos vizinhos da sua própria
cidade natal!

Sim, precisamos ministrar ao mundo, mas a qual mundo precisamos


ministrar? Ministremos primeiramente em nosso próprio mundo, em nosso lar.

Os lares cristãos estão sendo atacados pelo diabo como nunca aconteceu
antes. Ele está desmontando lares cristãos. Precisamos começar a ministrar a
nosso próprio mundo, a nosso próprio lar.

Você sabe ministrar aos seus próprios familiares sem fazer muita
fanfarra? É só ter o culto doméstico diário na sua casa e viver uma vida cristã
consistente.

Não vá dar crises de nervos num dia, e deixar os seus filhos fazer a
mesma coisa, impunes, no dia seguinte. Não fique pregando de uma maneira
no púlpito, ao passo que age de outra maneira em casa. Não fale com sua
família a respeito de uma vida dedicada a Deus, se de repente você vai ficar
zangado e dar murros na parede (Sei que assim acontece nos lares de algumas
pessoas!).

Sem dúvida, você pode ir depois pedir o perdão de Deus, e Ele lhe
perdoará. Mas você criou uma impressão danosa no seu filho, e você precisa
também endireitar esse aspecto.

O LAR CARISMÁTICO

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


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No nosso mundo carismático, o pai da família está fora de casa, cuidando


do seu emprego ou negócio, e a mãe está ocupada com todas as reuniões de
oração que ela sai para freqüentar, tentando ganhar o restante do mundo para o
Senhor. Os filhos estão sendo negligenciados. Sentem-se inseguros. Isso não é
certo, conforme posso comprovar pela Palavra de Deus.

Algumas mulheres argumentarão: “Sim, mas Pastor Hagin, Deus me


vocacionou para ministrar. E tão logo que consigo despachar meu marido para
o serviço e meus filhos para a escola, preciso sair para ministrar.”

Mas o que acontece quando seu marido volta para casa e ela parece um
chiqueiro porque ninguém a limpou? Faz três dias que você não arrumou a
cama, porque você não tinha tempo; ficou fora de casa, pregando. Posso
comprovar pela Palavra de Deus que a vocação mais sublime que você tem é
ficar em casa, cumprir as tarefas domésticas, e cuidar daqueles filhos que Deus
lhe deu. Seu primeiro ministério é entre eles.

Depois de você ministrar no seu lar, então poderá sair, se lhe sobrar
tempo, a fim de fazer outra coisa para Deus.

Por outro lado, homens, não saiam de casa às 6 horas da manhã, para
chegar de volta somente às 23 horas, esperando que sua esposa e filhos lhe
tratem muito bem, pois você está negligenciando seus deveres.

Não sou do movimento feminista, nem vou para além dos limites nos
ensinamentos sobre a submissão. Não estou a favor de tanta liberdade, por um
lado, nem de tanta submissão, por outro lado. Você verá pela Palavra de Deus
que Ele projetou o lar com o homem e a mulher lado a lado, e ministrando
juntos.
Quando realizo um casamento, digo ao casal que a mulher não foi tirada
dos pés do homem, para ser por ele pisoteada. Ela não foi tirada da cabeça dele,
para ser por ele dominada. Ela foi tirada da sua costela, de perto do seu coração,
para ficar lado a lado com ele, a fim de que juntos, pudessem desfrutar do
amor, da união, e da harmonia. Quando você compreender isso, já
compreendeu o conceito bíblico correto do casamento.

A VERDADEIRA SUBMISSÃO BÍBLICA

Certo dia, no Instituto Rhema, uma mulher jovem veio falar comigo
dizendo: “Não acho que eu deveria estar na escola. Meu marido disse que eu
tinha que vir, de modo que me submeti a ele e vim. Mas tenho em casa duas
crianças, uma de 2 anos e uma de 3 anos. Preciso voltar para casa depois das
aulas, tentar estudar e ainda cuidar de todas as outras coisas. Realmente não

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


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acho que deveria estar aqui, mas tenho que submeter-me ao meu marido. Ele é
o chefe da casa.”

Há muita bobagem nisso. A submissão é certa e correta quando é bíblica,


mas não quando é assim.

O ensino da submissão exagerada faz parte daquilo que está


desfazendo lares e igreja hoje.

Os homens realmente têm autoridade espiritual no lar — mas não é por


meio de gritar: “Por Deus, você vai fazer aquilo porque eu ordenei!” Valentões!
Vocês podem obrigar todos a fazer tudo quanto vocês desejarem — sua esposa,
seus filhos, e outras pessoas — um dia destes, porém, aquele seu filho vai
crescer. Vai ficar do mesmo tamanho que você, e vai olhar diretamente nos seus
olhos, dizendo: “Você nunca mais vai me obrigar a fazer nada!”

Aprenda a organizar corretamente o seu lar. Pais, não falem a respeito de


todos os membros da igreja na frente dos seus filhos. Pelo eu meus filhos
saibam, todos os pregadores e os membros das igrejas que nossa família
conhece são as pessoas mais maravilhosas no mundo inteiro. Nunca debatemos
na frente dos nossos filhos os problemas relacionados com o ministério.

Fico horrorizado quando vejo pessoas procurando ministrar aos outros


quando o próprio lar deles está em tumulto. O Apóstolo Paulo disse que quem
não sabe dirigir sua própria casa não tem o direito de estar no ministério (1 Tm
3.4,5). Não me refiro somente ao ministério do púlpito, mas também ao
ministério entre o grupo local de crentes.

Quando você ministrar efetivamente em casa, e conseguir colocar tudo


na ordem certa, poderá começar a sair e ministrar ao mundo.

MINISTÉRIO NA IGREJA LOCAL

O segundo “mundo” onde você precisa ministrar é sua igreja ou


comunidade local; a congregação local que freqüenta. E se você não freqüentar
com regularidade uma igreja ou comunidade local, você não está vivendo em
harmonia com a Palavra de Deus. A Bíblia diz: Não deixemos de congregar-nos,
como é costume de alguns; antes, façamos admoestações, e tanto mais quanto vedes que
o dia se aproxima (Hb 10.25).

Você não ficará envolvido na obra se simplesmente ficar em casa vendo


os cultos na televisão. Certamente ficará sentado ali na sua poltrona confortável,
e tirará uma sonequinha, sem ouvir metade daquilo que está acontecendo.

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


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Procure estar envolvido com uma igreja local onde o Evangelho Pleno é
ensinado e pregado. Você deve estar envolvido na freqüência ali, na
contribuição de dízimos e ofertas, e na participação das coisas que precisam ser
feitas.

Nenhum pastor pode realizar a obra toda. Precisa de alguma ajuda para
ministrar a salvação e a cura, atender as necessidades físicas, bem como os
magoados de coração, os feridos, os oprimidos, e os solitários que estão sendo
ali naquela congregação.

Precisamos ter receptividade ao Espírito Santo ao ponto de sentirmos as


mágoas e as necessidades da pessoa sentada ao nosso lado na igreja, e para
ministrar a ela. Precisamos ter consciência de que estamos vivendo num mundo
que está sofrendo. É necessário ministrar àquele mundo!

Para ministrarmos, porém, precisamos voltar às realidades fundamentais


— comprometer-nos a dedicar-nos de novo a Deus. Mateus 6.33 diz: Buscai,
pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas.

Há pessoas em demasia que procuram as “coisas” — os aviões, os


automóveis, as casas, e tudo o mais. Creio que podemos possuir “coisas”,
porque a Palavra de Deus assim o diz, mas não devemos buscá-las. Devemos
buscar o reino de Deus!

Quando nos interessarmos por levarmos as pessoas à salvação e à cura,


as “coisas” serão acrescentadas — as coisas que queremos, que necessitamos, e
desejamos. Nosso problema é que estamos buscando as coisas ao invés do
reino.

Não sei quantos cultos já frequentei onde pregavam a prosperidade e a


fé, mas não foi feito nenhum apelo à conversão. Não oraram por uma única
pessoa, pedindo a cura. Se havia alguma oração, tratava-se de: “Deus abençoe a
mim e às minhas finanças.” Essa é uma parte da vida cristã, mas não é o
essencial.

O essencial é levar as pessoas a serem SALVAS do PECADO e colocá-


las no caminho ao céu. Todas as demais bênçãos que recebemos são luxos!

Graças a Deus pelo batismo no Espírito Santo. Graças a Deus pela cura.
Graças a Deus por ter suprido todas as necessidades. Mas você sabia que
nenhuma dessas bênçãos é necessária para entrarmos no reino de Deus? A
única coisa necessária é nascermos de novo pelo sangue do Senhor Jesus Cristo.
Essa é uma necessidade. Tudo o mais que recebemos da parte de Deus é um
luxo.

Certo dia, fiquei orando, e o Senhor me disse: “Por que, segundo você
acha, ensinei as pessoas a usarem a sua fé a fim de obterem o que querem?”

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


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“Não sei.”

Ele respondeu: “Porque as pessoas desejam coisas para si mesmas, e essa


é a melhor maneira de ensinar-lhes como usar a sua fé. Sabem crer em Deus a
fim de obter aquilo que necessitam. Agora, quero que lancem mão daquela
mesma fé e comecem a transportar, pela fé, almas para dentro do reino.”

Você já foi para uma das nossas grandes cruzadas? E já notou que, quer
pregarmos uma mensagem de salvação, quer não, sempre fazemos um apelo, e
sempre há centenas de pessoas que vêm para a frente para receber a salvação?
Você sabe por quê? Porque o Irmão Hagin aproveita a mesma fé que ele usa
para crer em favor do financiamento do reavivamento, e crê para a salvação das
pessoas. Esse é o essencial — a salvação.

As pessoas estão sofrendo! Voltemos aos aspectos fundamentais.


Voltemos a dedicar-nos àquilo que Deus realmente nos chamou para fazermos
desde o início: Sermos testemunhas de Jesus Cristo!

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


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Capítulo 3

O PAPEL DO PAI CRISTÃO


Por Kenneth Hagin Jr.

Quando estudamos a Palavra de Deus, descobrimos que Deus tem muita


coisa para dizer a respeito do cuidado da família.

Pessoalmente, creio que a Bíblia ensina que devemos cuidar da nossa


família em primeiro lugar — antes de todas as nossas demais obrigações. Por
exemplo, lemos em 1 Timóteo 5.8: Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e
especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé, e é pior do que o descrente.

Mas ter cuidado da família envolve mais do que meramente fornecer


alimentos, abrigos, e roupas. Envolve, também, dedicar amor, disciplina, e
tempo aos membros da família. Lembre-se: seus filhos não aprendem apenas
das palavras que você fala; aprendem, também, das suas ações e atitudes. E não
poderão aprender das ações ou atitudes dos pais, se os pais ficarem ausentes do
lar!

COMO PERDER A SUA FAMÍLIA

Meu pai, Kenneth E. Hagin, acredita que, em não se tratando de uma


situação da vida ou morte (como era com ele), não se deve deixar a família em
casa e dedicar-se ao ministério itinerante de tempo integral. A maneira mais
rápida de perder a família é sair em viagens e permanecer viajando!

Sim, é digno de louvor se você se dedicar exclusivamente ao seu


ministério, mas já vi pastores fazerem assim e perderem aqueles que lhes eram
preciosos e caros. Esses pastores nunca aprenderam a estabelecer prioridades
na sua vida.

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


16 Ministrando à Sua Família

Creio que o relacionamento pessoal que o pastor tem com Deus, com sua
esposa, com seus filhos, e com a chamada de Deus na sua vida ministerial
devem ser classificados na ordem de preferência dada aqui.

Os pastores precisam elaborar um cronograma segundo o qual poderão


cumprir todas as suas responsabilidades. Será necessário esforço, diplomacia, e
sabedoria sobrenatural para dar devida conta de todas essas responsabilidades.

Se a sua família sofre por causa da chamada que você recebeu, ou se essa
chamada é prejudicada por causa da sua família, você está com problemas.
Haverá ocasiões em que você precisará estar longe de casa — reconheço esse
fato — mas haverá outras ocasiões em que sua família deverá vir em primeiro
lugar.

Os filhos precisam crescer numa atmosfera estável onde poderão ter


amigos e estar envolvidos nas atividades sociais normais. A vida social deles
não deve ser prejudicada por causa da chamada ao ministério que você recebeu!

Quando nosso filho, Craig, começou a freqüentar a escola, nossa filha


Denise tinha apenas 2 anos de idade, mas chorava, pedindo para ir à escola
assim como o “mano”. Certa igreja perto da nossa casa tinha um programa tipo
creche, de modo que Lynette matriculou Denise ali, e ela gostou muito. Mais
tarde, porém, Denise descobriu que uma das suas amiguinhas estava
matriculada numa classe de tarde, de modo que, naturalmente, Denise queria
acompanhar sua amiga. Nós lhe demos permissão.

No mês de maio, todos os anos, a classe de Denise dava um recital. Certo


ano, estava com meu programa de conferencias de verão pronto quando, então,
fiquei sabendo que o recital de Denise seria realizado no dia antes de eu estar
programado para falar em certa cidade grande. Telefonei para meu diretor de
cruzadas e lhe dei instruções assim: ou alterar a data da cruzada ou, se isso não
fosse possível, cancelar a cruzada totalmente.

Algumas pessoas poderão dizer: “Alguém poderia ir ao inferno porque


você não realizou aquele culto!”

Mas você já parou para pensar que se você conquistar o mundo inteiro e
perder a sua família, você realmente não conseguiu nada?

Minha primeira responsabilidade é diante da minha família. Era muito


importante para aquela menininha que o papai dela estivesse presente naqueles
recitais todos os anos — e por isso não faltei.

NINGUÉM SE IMPORTAVA COM


CURTIS

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


Ministrando à Sua Família 17

Não são somente os pregadores que ficam tão envolvidos no trabalho


deles que seus filhos são prejudicados. Já vi pessoas em outras atividades que
simplesmente não se importam com aquilo que é importante para seus filhos.

Antes de nossos filhos freqüentarem escola, fui treinador de corridas.


Alguns dos pais nunca apareceram em nenhuma das atividades. Os filhos
treinavam com tanto esforço, correndo nas pistas todas as tardes a fim de
preparar-se para as competições, mas os pais nunca se deram ao trabalho de
acompanhá-los.

Certo menino pequeno, de cabelos ruivos, chamado Curtis, fazia um


esforço especial nos treinos. Não corria com muita velocidade, mas saía-se bem
nas corridas de longa distância, e corria todos os dias.

Falei-lhe certa vez: “Curtis, você não tem a possibilidade de vencer em


nada senão a corrida de longa distância. Mas você poderá ganhar o campeonato
municipal na corrida de uma milha, se você praticar. Enquanto fico treinando
os demais nos saltos de largura de altura, e de obstáculos, fique correndo
circuitos.”

Curtis ganhou facilmente a corrida de uma milha na fase preliminar, mas


seu pai e mãe não estavam presentes. O campeonato municipal foi marcado
para a época da Páscoa. Os pais de Curtis telefonaram e disseram: “Curtis não
vai comparecer ao campeonato. Vamos visitar a ave dele.” Falei: “ora, deixe-o
hospedado comigo (ele estava chorando e queria ficar a fim de concorrer). Ele
corre muito bem. Poderá ser campeão municipal.” Recusaram. Posteriormente,
resolveram não viajar mesmo, mas apesar de ficarem na cidade, nem assim
foram ver o filho fazer sua corrida.

Curtis ganhou facilmente o campeonato municipal. E os únicos adultos


que o louvaram foram o diretor da escola e eu.

Fiquei observando Curtis no decurso dos anos. Quando entrou no curso


ginasial, já não estava envolvido em mais nada. Você sabe por quê? Porque
ninguém se importava!

Mas Curtis era um menino de capacidade. Não atingia grandes


velocidades, mas podia manter o compasso da corrida durante o dia inteiro,
sem nunca desistir. Podia continuar correndo depois de seus concorrentes
cansarem. Mas não recebia amor em casa. Seus pais não faziam nenhum esforço
para levantar-se cedo aos sábados a fim de ir encorajá-lo nesse esporte.

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


18 Ministrando à Sua Família

DEDIQUE-SE AOS SEUS


RELACIONAMENTOS

Não é fácil dirigir um reavivamento de três dias de duração, ir tomar


avião sem trocar de roupa, voar durante a noite inteira no “vôo dos olhos
inchados,” e então vestir jeans logo ao chegar em casa, a fim de passar o dia
com a família. Depois daquela viagem, você preferiria pegar sua poltrona
predileta, ligar “O Mundo dos Esportes,” e tirar uma sonequinha a fim de
recuperar-se. Para ganhar seus filhos, porém, você precisa envidar os esforços
necessários para edificar um estreito relacionamento com eles. Edificar
relacionamentos leva tempo. Exige esforço ficar envolvido com as atividades
dos seus filhos depois de ter um dia prolongado de serviço. Exige sacrifícios da
parte dos pais, para colocarem os interesses dos filhos em primeiro lugar.

Num dia típico de serviço, ensino, dirijo o ministério, pastoreio a Igreja


Bíblica Rhema, lido com os problemas das pessoas, e respondo centenas de
itens de correspondência e de memorandos. Usualmente, permaneço no
escritório até as 17 horas. Quando chego em casa, a minha mente está cansada.
Não quero fazer nenhum barulho nem atividade. Tudo quanto quero fazer é
comer, vestir calça esporte e camiseta, e fazer absolutamente nada!

Tenho, no entanto, um filho, uma filha, e a esposa. Faço questão de


sentar-me e escutar meus filhos — ficar envolvido. Algumas pessoas sentam-se
com seus filhos, mas nunca ficam envolvidas com eles. Quando uma criança
tem um problema, para aquela criança é tão grande como uma montanha. Se eu
excluir os filhos do meu mundo, estarei dando ao diabo uma oportunidade para
entrar.

Certo sábado de tarde, há alguns anos, meu filho pegou uma pipa velha
do armário, e estava procurando empiná-la. Entrou em casa e pediu minha
ajuda. Eu poderia ter dito: “Ora, Craig, papai está para ter uma semana difícil.
Tenho só dois dias para dar conta do serviço do escritório, e então terei que
viajar até outra cidade para pregar. Preciso de repouso agora.” Isso, porém, não
teria sido certo. Levantei-me, portanto, da minha cadeira onde estava assistindo
programa, e fomos até à loja e compramos uma pipa nova. E então fomos até o
quintal da escola e empinamos o papagaio.

Minha esposa tem feito sacrifícios semelhantes. Certa vez, Lynette tinha
combinado que me acompanharia para Houston, onde eu tinha um
reavivamento. Uma das crianças disse: “Mamãe, por favor, não vá desta vez.”
Lynette não foi. Derramou algumas lágrimas a respeito, porque havia muito
tempo que nós mesmos não tínhamos ficado totalmente juntos. Ficar em casa

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


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foi um verdadeiro sacrifício para ela, mas sua dedicação àquelas crianças tem
dado resultados a longo prazo.

Às vezes, precisamos pôr as atividades dos nossos filhos em primeiro


lugar. É possível que você tenha que abrir mão de alguma coisa que você quer
fazer, a fim de poderem participar de um programa na igreja, por exemplo. É
importante que as crianças estejam ativas num ambiente espiritual. As crianças
precisam daquela identificação com uma igreja local.

OS FILHOS DOS CARISMÁTICOS

Muitos carismáticos têm filhos inseguros. Assim acontece simplesmente


porque dão prioridade a tantas outras coisas e deixam os filhos por baixo. Você
poderá ganhar quinhentos milhões de pessoas para Deus, mas isso valerá
exatamente nada se você perder as três ou quatro almas na sua casa. Segundo a
Palavra de Deus, nossa primeira responsabilidade é para com nossos filhos.

A Bíblia diz: Ensinar a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando
for velho não se desviará dele (Pv 22.6). Esse ensino é um treinamento. E quanto
treinamento pode ser feito se não estivermos em casa?

Há alguns anos, fiz duas viagens missionárias no estrangeiro, sem meus


filhos. Ao considerarmos uma terceira viagem, falei: “A não ser que minha
família possa me acompanhar, não irei.”

Minha filhinha tinha dormido chorando na última vez em que me


ausentei assim. Passou bem durante algumas semanas, de início, mas depois
disso, começou a sentir falta do pai, pois sou quem a ponho para dormir todas
as noites. As crianças conseguem compreender que precisamos ausentar-nos de
vez em quando — mas é necessário reconhecer que não deixam de ser crianças.
Não se sabe com exatidão como aquelas mentes infantis estão pensando. Denise
começou a dizer: “Compreendo que as pessoas precisam de pregações, e que
precisam de curas — mas eu também preciso do meu pai.” Quando você ouvir
coisas assim, deve parar e pensar! Você está a ponto de perder alguém dentro
do seu próprio lar!

CAPTANDO OS SINAIS

Ora, alguma vez a esposa pode dizer: “Você tem se ausentado muito
recentemente, e não temos passado muito tempo juntos.” Seria melhor você

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


20 Ministrando à Sua Família

tomar nota de declarações assim. Talvez esteja na hora de vocês viajarem juntos
por alguns dias. Sua esposa está tentando dizer a você: “Preciso de você.” Seria
melhor você aprender a olhar para ela e saber quando ela precisa de você.
Capte as coisinhas. Em ocasiões diferentes, cada um dos cônjuges precisa de
amor e apoio especiais do outro. Aprenda a dar o apoio necessário.

Se o marido fica viajando fora da casa, a esposa precisa reconhecer as


necessidades dele e satisfazê-las em casa. O diabo tem muitas arapucas armadas
para ele lá longe, e fica mais fácil ele cair nelas quando não está recebendo a
devida atenção em casa. Nesses assuntos, estou simplesmente tratando de
alguns fatos reais. Deus tem ordenado a união entre o homem e a mulher.
Aprendemos a viver de conformidade com o Seu plano.

Sim, você têm um ministério, e precisa alcançar o mundo, mas é


necessário pensar na sua esposa e filhos em primeiro lugar.

ORELHUDINHAS

Outra coisa a ter em mente é: Não fale negativamente, na frente das


crianças, a respeito das igrejas que você tem visitado, das conferências que você
tem realizado, ou dos problemas de outros pregadores. As pessoas que falam
assim, dão aos filhos a idéia errada. Palavras faladas em casa poderão voltar
para acossá-lo! Os filhos refletirão o modo de você pensar. Dirão aquilo que
você diz.

É, portanto, por amor aos filhos, que você sempre mantenha diante deles
a idéia que os pastores são pessoas excelentes. Se você treinar corretamente os
filhos, posteriormente terão a capacidade de lidar com certas verdades quando
se vêem cara a cara com elas.

Minha esposa e eu conversamos só entre nós dois a respeito de qualquer


problema no ministério. Quanto à opinião dos nossos filhos, todo aluno do
Instituto Rhema é perfeito; todo membro da igreja é perfeito; e todo pregador
que conhecemos é perfeito. Nunca discutimos nossos negócios do escritório na
frente deles, tampouco. A única coisa a respeito de que falamos é: “Vamos
todos ajuntar a nossa fé e crer em Deus quanto às finanças de Rhema, às
construções, e assim por diante.” Não sobrecarregue as orelhinhas e as mentes
das crianças com problemas de adultos!

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


Ministrando à Sua Família 21

POR QUE MUITOS FILHOS DE


PREGADORES SE DESVIAM

Já conheci muitos filhos de pregadores que não são cristãos hoje. Nem
sequer freqüentam a igreja. Por que não? Porque o papai deles sempre estava
demasiadamente preocupado com João Almeida e Kátia do Amaral e com
Carlos Rocha na igreja para poder até mesmo dizer “bom dia” aos seus próprios
filhos. Sendo assim, os filhos ficaram amargurados e ressentidos, e viraram as
costas às coisas de Deus.

Alguns daqueles pregadores falaram com meu pai, dizendo:


“Achávamos que Deus exigia isso da nossa parte. Pensávamos que devíamos
abrir mão da nossa própria família, e deixá-la passar da melhor maneira que
podia. Nós nos dedicamos totalmente à igreja, e agora perdemos nossa própria
família!”

É uma acusação grave, e dói. Já vi homens chorarem ao contarem isso ao


meu pai. Mas não precisavam ter negligenciado sua família e acabar perdendo-
a — não era necessário. Precisavam ter dedicado tempo à esposa e aos filhos.

Muitos pastores perderam a esposa por causa das exigências do


ministério. Talvez não estejam legalmente divorciados — talvez habitem na
mesma casa — mas não têm um casamento. O casamento deles é mera questão
de duas pessoas morando debaixo do mesmo telhado. Conheço pastores que há
anos. Não querem arruinar o ministério, de modo que continuam a permanecer
casados.

Aquele tipo de vida não é necessário se você trabalha o seu casamento.


Deus não exige tanto de você que ele pede que arruíne seu relacionamento
conjugal — mormente em se levando em conta que foi Deus quem
originalmente estabeleceu o relacionamento conjugal! Deus não requer de você,
tampouco, que crie filhos inseguros que ficam de mal com Deus porque pensam
que Ele ficou tirando deles o pai ou a mãe o tempo todo!

Pais, se vocês estão fazendo viagens de pregação durante o verão, levem


os filhos junto. Freqüentem juntos os avivamentos. Sem dúvida, será difícil.
Quem sabe tenha menos tempo para estudar — mas levá-lo junto é importante.
Você está edificando um relacionamento.

A não ser que você desenvolva o relacionamento apropriado enquanto


seus filhos são mais jovens, você não vai desenvolvê-lo quando ficarem mais
velhos.

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


22 Ministrando à Sua Família

A RESPONSABILIDADE É SUA

Creio que a Palavra de Deus ensina que você tem sua esposa e filhos
como sua responsabilidade primária, mesmo acima do seu ministério. Aquelas
crianças não pediram para nascer. Você e seu cônjuge as fizeram nascer neste
mundo, e Deus lhes disse que têm a responsabilidade de criá-los nos caminhos
da retidão e da religião.

Essa responsabilidade não recai na babá, na avó, nem na tia Susana. Não
importa quanto as outras pessoas amem aos seus filhos — elas não podem lhes
dar aquilo que só você pode lhes dar.

Já veio a hora de reconhecermos que Deus não quer que fujamos das
nossas responsabilidades por fora. Às vezes, a vocação precisa vir em primeiro
lugar, e a família em segundo lugar — mas não todas as vezes. Deixe aquele
carrossel ir girando, a fim de a família poder ficar em cima da próxima vez.
Aprenda a permitir que haja uma rotação natural: a vocação, a esposa, os filhos
— todos centralizados em derredor de Deus.

Então, você descobrirá que está vivendo uma vida feliz e bem
equilibrada na família. Sua vocação passará a ter equilíbrio. Isso não acontecerá,
porém, sem esforço, lágrimas, e dedicação da parte de você.

Já derramei lágrimas por causa de precisar deixar minha família e ir


pregar. Estou dedicado à vocação — mas estou igualmente dedicado à família.
Há ocasiões em que preciso pregar — mas há outras ocasiões em que deixo de
lado os convites para pregar, a fim de poder ficar com a minha família. Em
outras palavras, não prego todas as vezes que recebo um convite.

VENDO UM SERMÃO

Meu filho e minha filha precisam me ver escolhendo prioridades e


vivendo a vida na sua plenitude. Posso ficar falando a respeito até ficar verde,
mas meus filhos precisam ver — não somente ouvir a respeito — que eu o
pratico (Além disso, verão o amor de Deus no âmago das minhas decisões).
Assim, nunca precisarei ficar preocupado, pensando que poderão desviar-se de
Deus quando ficarem mais velhos.

Quando você aprender a fazer harmonia entre sua vocação e a sua vida
familiar, descobrirá que sua vida fica bem equilibrada. Sua vocação, sua esposa,

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


Ministrando à Sua Família 23

e seus filhos farão uma rotação natural, todos centralizados em derredor de


Deus.

Os filhos verão que você está vivendo a vida cristã — ao invés de dizer
uma coisa e praticar outra. E, embora seja necessário dedicar-se muito para
alcançar um modo de vida assim, você descobrirá que a vida se tornará bela à
medida que você aprender a manter o equilíbrio apropriado entre sua vida
familiar e sua chamada divina ao ministério.

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


24 Ministrando à Sua Família

Capítulo 4

CERCANDO O ADOLESCENTE
DE FÉ E AMOR
Por Kenneth E. Hagin

Tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis.

— Marcos 11.24

Tudo o que disser lhe será feito.

— Marcos 11.24

O que você vai ter na vida?

Aquilo que você disser.

Quem falou assim?

Foi Jesus quem falou assim.

É verdade? Você supõe que Jesus realmente sabia o que estava falando?
Creio que Ele contou a verdade, você não acha?

Ora, se Jesus estava falando a verdade, seria melhor eu verificar aquilo


que estou dizendo, especialmente se não estiver satisfeito com aquilo que tenho.
E não estou apenas falando a respeito de ser curado.

Numa convenção dos Homens de Negócio do Evangelho Pleno em


determinada cidade grande, uma mulher veio falar comigo depois de uma das
sessões de ensino, de tarde. Ela disse: “Irmão Hagin, quero que você me
prometa alguma coisa.”

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


Ministrando à Sua Família 25

Respondi: “Pois bem, quero saber de que se trata primeiro.”

O PEDIDO DE UMA MÃE

Ela me falou: “Quero que você me prometa que vai orar todos os dias
pelo meu filho. Ele tem 15 anos de idade. Sou viúva, e não consigo que ele me
obedeça em nada. Não consigo persuadi-lo a ir à igreja. Está junto com uma
quadrilha, e temo que estejam usando drogas. Fica fora de casa até às 3 ou 4
horas da madrugada. Fico acordada à noite, esperando o telefone tocar para me
avisar que meu filho foi levado à cadeia.”

Interrompi-a, antes de ela conseguir me contar mais coisa a respeito de


como seu filho era ruim. Falei a ela: “Não vou fazer isso.”

Ela ficou chocada.

“Não vai, mesmo?”

“Não, senhora. Não vou. Não lhe prometerei que orarei por ele uma
única vez.”

“Não diga!” exclamou.

“Veja bem,” continuei, “em primeiro lugar, não surtiria efeito, porque
você anularia os efeitos das minhas orações por suas crenças erradas e por suas
palavras erradas. Não importa quantas orações as pessoas façam, enquanto
você continuar dizendo ao seu filho que ele nunca prestará para nada, e que
acabará numa casa de correção ou na cadeia — ele nunca será um sucesso.”

A mulher arregalou os olhos. “Como você sabia que eu falava assim com
ele?”

PRODUTOS DAS PALAVRAS

Falei: “Para ele estar em péssima situação, forçosamente era você quem o
levou a isso com seu falatório. Somos produtos de palavras. As palavras podem
levar um menino a amar os estudos. As palavras podem levar um menino a
querer freqüentar a igreja, ou podem conservá-lo fora da igreja.”

“O que devo fazer?” perguntou a mulher.

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


26 Ministrando à Sua Família

“Em primeiro lugar, posto que você já faz aquilo durante tanto tempo, e
posto que ele já atingiu certa idade, é só deixá-lo em paz. Ele fica ressentido de
você falar com ele e tentar mandar em alguma coisa. É só deixá-lo em paz. Não
tente ensinar-lhe nada. Não dê sermões em cima dele. Não implique com ele.”

“Agora, a segunda coisa,” continuei, “mude seus pensamentos e mude


seu modo de falar. Em casa, mesmo quando você não sabe onde seu filho está,
diga: ‘Cerco meu filho com fé.’ Você andou cercando-o de dúvidas. Agora,
cerque-o de fé. E diga, mesmo se seu coração não crê nisso de início — diga com
a boca, e uma vez que a idéia se registra no seu coração você começará a crer —
‘Não creio que ele vai para o reformatório. Não creio que ele vai para a cadeia.
Creio que ele vem a Deus. Creio ____________________ e declare aquilo que
você crê.”

“Ora,” ela diz, “vou experimentar.”

“Não funcionará. Não pode funcionar com mera experiência. Mas


funcionará se você colocar em prática. Jesus não falou que teríamos aquilo que
experimentássemos; Ele falou que teríamos tudo quanto falássemos.”

Aquela convenção foi realizada em agosto. Os Homens de Negócios do


Evangelho Pleno tiveram outra convenção naquela cidade no ano seguinte em
outubro, quatorze meses mais tarde, e voltei para lá a fim de pregar de novo.

Depois do culto da tarde, certa mulher, certa mulher veio falar comigo,
dizendo: “Lembra-se de mim, Irmão Hagin?”

“Não; tenho contato com tanta gente que realmente não me lembro de
você.”

Ela disse: “Você se lembra de quando você estava aqui em agosto no ano
passado, e pedi que você orasse pelo meu filho, e você me chocou ao recusar-
se?”

UM BOM RELATÓRIO

A mulher continuou: “Quero dizer-lhe uma coisa: Aquilo que você me


ensinou funciona! Ora, não parecia que funcionaria. Meu filho ficou pior. E
manter a boca calada foi a coisa mais difícil que já fiz. Mas continuei dizendo —
falava todos os dias e todas as noites — ‘Cerco-o com fé e amor. Creio que El
vem para Deus. Creio que as coisas vão dar certo na vida dele. Creio que ele
não irá ao reformatório’.”

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


Ministrando à Sua Família 27

“Minha cabeça dizia que ele ia lá por causa do grupo com que andava,
mas falava no coração: ‘Ele não irá ao reformatório. Não creio que acabará indo
para a cadeia’.”

Continuou: “Fomos passando assim durante quase um ano. Depois, certo


domingo de manhã, após ele ter ficado fora durante quase a noite toda, ele se
levantou da cama. Normalmente, teria dormido até tarde, mas levantou-se e
veio tomar o café da manhã. E enquanto comíamos, disse: ‘Mãe, acho que vou
para a Escola Dominical com você esta manhã’.”

Ela falou: “Simplesmente me fiz de indiferente e falei: ‘Ora, meu filho,


você foi deitar-se muito tarde; você deve estar precisando de descanso’.”
(Antes, ela implicava com ele para ir).

“Não,” respondeu, “eu quero ir.”

“Está bem,” falou. “Depende de você, mas acho que teve poucas horas de
sono.”

“Quero ir,” respondeu ele. E foi para a Escola Dominical e ficou para o
culto.

“No domingo seguinte, de manhã,” aquela mãe me contou, “ele ficou


fora de casa até 4 horas da madrugada mas, de novo, levantou-se para tomar o
café da manhã.”

“Mamãe,” ele lhe disse, “acho que vou à Escola Dominical com você
nesta manhã.”

Ela respondeu: “Filho, você ficou fora até tarde da noite. Você precisa
descansar, sabe.”

“Ora, sei,” respondeu, “mas posso ir. Vou mesmo.”

O filho foi à Escola Dominical com ela, ficou para o culto, e, à tardezinha,
disse à mãe: “Acho que vou voltar com você para o culto da noite.” Quando foi
feito o apelo no fim daquele culto, o jovem foi a frente e foi salvo.

UM FILHO NOVINHO EM FOLHA

“Posteriormente,” ela me contou, “ele recebeu a plenitude do Espírito


Santo. Assim como antes ele era totalmente do diabo, agora ele é totalmente de
Deus! Arde como fogo na causa de Deus! Creio que acabará sendo um
pregador! Garanto que ele é um menino novinho em folha. Tenho um filho
novinho em folha!”

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


28 Ministrando à Sua Família

“Obrigada,” ela me disse. “No começo, quase fiquei magoada porque


você foi tão franco comigo. Mas entendi tudo. Corrigi minha atitude e, louvado
seja Deus! Estou com um filho novinho em folha.”

“Sabe de uma coisa,” acrescentou, “vou lhe contar algo mais. Ele está
com uma Mamãe novinha em folha.”

Essa mulher era salva e cheia do Espírito Santo, e já fazia muitos anos
que freqüentava uma igreja do Evangelho Pleno, mas, naquele dia, ela me
contou: “Já não penso conforme pensava antes. Agora, às vezes, quase preciso
dar um beliscão em mim mesma para ver se estou sonhando, e pergunto: ‘Sou
eu, realmente?’ Antes, eu só me preocupava — uma preocupação após outra.
Agora, não me preocupo mais.”

“Não somente isso,” continuou, “mas sinto-me tão bem fisicamente.


Sinto-me como uma mocinha. Tenho vida, vigor, e vitalidade.”

Quando essa mulher começou a dizer a coisa certa, funcionou para ela.
Jesus disse: “Tudo o que DISSER lhe será feito.”

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


Ministrando à Sua Família 29

Capítulo 5

COMO GANHAR SEUS ENTES


QUERIDOS NÃO SALVOS
De Kenneth E. Hagin

Uma das perguntas que é mais frequentemente dirigida a mim é como


levar à salvação os entes queridos não-salvos. O conselho que dou é o seguinte.

Primeiro: Reconheça que o pai atrai as pessoas através do Espírito Santo.


Quando a Palavra de Deus é pregada, o Espírito Santo traz convicção às pessoas
mediante a Palavra.

Jesus disse: Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer; e
eu o ressuscitarei no último dia (Jo 6.44).

Segundo: Ore para Deus envie alguém para entrar na vida do seu ente
querido não salvo. Jesus disse em Mateus 9.38: Rogai, pois, ao Senhor da seara que
mande trabalhadores para a sua seara. Estudaremos mais a respeito posteriormente.

Não creio, porém, que existem regras que possamos estabelecer que
funcionarão para todos na obra de conquistar almas. Deus pode orientar uma
pessoa de determinada maneira, e outra pessoa de alguma outra maneira.
Sempre devemos ter em mente a obra vital do Espírito Santo em atrair as
pessoas a Cristo.

Às vezes os nossos familiares são as pessoas mais difíceis para lidarmos


com elas. Não vão prestar atenção a nós. Não me entenda erroneamente — às
vezes o Espírito de Deus vai orientá-lo de modo diferente daquilo que estou
dizendo; estou apenas estabelecendo alguns princípios gerais.

COMO MINHA FAMÍLIA FOI


GANHA
Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.
30 Ministrando à Sua Família

Eu era adolescente quando nasci de novo. Alguns dos meus familiares


eram “cristãos nominais,” segundo dizemos. Sabiam que Jesus era seu
Salvador, mas não sabiam muita coisa além disso. Fui levado pelo Espírito de
Deus para nunca lhes falar nada a respeito da salvação — e aquela orientação
dizia respeito a outros parentes, tais como tias, tios, e primos.

Uma das maneiras de o Espírito Santo nos orientar é mediante o


testemunho interior, a convicção interior. Eu simplesmente possuía no meu
espírito a convicção que se meus parentes vissem a realidade na minha vida,
todos eles a desejariam (Assim acontece também na dimensão natural. Se, por
exemplo, você souber que alguém tem uma boa receita, você também a
quererá).

Segundo a Palavra de Deus: O exercício físico para pouco é proveitoso, mas a


PIEDADE PARA TUDO É PROVEITOSA… (1 Tm 4.8). “Proveitoso” significa
que dá lucro. Paulo continuou no versículo quinze: Medite estas coisas… para que
o teu PROGRESSO a todos seja manifesto.

Sendo assim, nunca falei uma só palavra a respeito do Senhor a qualquer


dos meus parentes próximos, e nunca pedi que nenhum deles aceitasse a
salvação. Comece a pregar quando era mocinho de 17 anos de idade, mas nunca
os convidei. Nunca falei uma só palavra a nenhum deles a respeito da salvação.
Por que não? Fui orientado para não fazer isso. Sabia no meu espírito que não
devia fazê-lo.

NÃO IMPLIQUE

Com freqüência demasiada, as pessoas implicam com seus parentes não-


salvos até que estes nem gostem mais da presença delas. No decurso dos anos,
quando íamos às reuniões da família no dia de Ações de Graças e no Natal,
procurei participar das atividades e brincadeiras normais deles.

Antes de eu me converter e começar a pregar, meus familiares nunca


oravam à mesa, mas depois, sempre me pediam para dar graças. Nunca falei
outra coisa de religião para eles.

Uma coisa, porém, é certa: No decurso dos anos, cada um deles chegou
a nascer de novo!

Noto que os dois erros mais comum s que as pessoas cometem ao lidar
com seus familiares são estes: (1) Procuram ser super-espirituais, e (2) Exageram
no testemunho.

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


Ministrando à Sua Família 31

Certo, a Bíblia manda testemunhar, mas precisamos reconhecer que há


um velho provérbio que diz: “Aquilo que você é fala tão alto que não consigo
escutar aquilo que você diz.” As pessoas que falam muito talvez não tenham
vida suficiente para confirmar o seu testemunho.

O MELHOR TESTEMUNHO

Simplesmente deixei minha vida testemunhar — e todos os meus


parentes acabaram querendo o Senhor. Viram na minha vida algo que queriam.
Acho que, na realidade, esse é o melhor testemunho. Se você viver a vida cristã
diante das pessoas, isso influenciará seu cônjuge, seus filhos, e seus demais
parentes.

Embora eu não testemunhasse aos meus parentes, não deixei de orar por
eles no decurso dos anos. Orei por um homem em especial que estava passando
por algumas provações severas em casa.

Certo dia, visitei minha cidade natal a negócios, e aconteceu eu ver uma
figura que me era familiar, descendo pela rua. O modo de a pessoa andar me
fez lembrar daquele parente. Quando fui encostando meu carro ao lado do
homem, no entanto, cheguei à conclusão que não era ele, e passei adiante.

Depois de eu ter passado por vários quarteirões, algo veio


repentinamente à minha memória: Mamãe dissera que esse parente perdera
cerca de 25 kg., e que eu nem mesmo sequer o reconheceria mais. Não o
reconheci mesmo; ele parecia tão abatido.

Falei de imediato, em voz alta: “Querido Deus, salva Fulano.”

Uma voz no assento traseiro do meu carro disse: “Ora, é isso que estou
procurando fazer!” A voz era tão nítida, que olhei para trás a fim de ver se
alguém tinha se escondido lá para trás! Então, fiquei sabendo instantaneamente
alguma coisa: Era tempo perdido eu fazer semelhante oração em prol da
salvação daquela pessoa, porque Deus estava procurando salvá-la durante toda
a vida dela!

OREI POR TRABALHADORES

Um texto bíblico raiou na minha mente. Jesus disse em Mateus 9.38:


Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


32 Ministrando à Sua Família

Levei o carro para o acostamento, e estacionei. Curvei a fronte e orei.


“Querido Senhor, sei que não seria de muito proveito se eu fosse conversar com
esse homem, porque sei que não me daria ouvidos. Deve, porém, haver alguém
que ele vai escutar. Não sei quem poderá fazer isso, mas Tu sabes. Envia alguém
para entrar na sua vida e testemunhar a ele.”

Quinze anos de orar: “Deus salve Fulano” não funcionara. Orei uma vez
para Deus enviar um obreiro para entrar na sua vida, e dentro de duas
semanas, alguém tinha travado conhecimento com ele, orado com ele, e o
influenciara. Mamãe me contou que ele comprou uma Bíblia e começou a
freqüentar a igreja.

Depois de eu ter aquela experiência incomum, comecei a examinar as


Escrituras. Nos círculos eclesiásticos aos quais pertencia naqueles tempos,
sempre orávamos: “Deus, salva os perdidos. Deus, salva os perdidos. Deus,
salva os perdidos.” Mas não consegui achar nenhum lugar na Bíblia onde
estava escrito: “Ore pelos perdidos. Ore para que Deus salve os pecadores.”

Pelo contrário, achei o lugar onde Jesus dissera: Rogai, pois, ao Senhor da
seara que mande trabalhadores para a sua seara. A seara já está lá, esperando para
ser recolhida aos celeiros. Precisamos de trabalhadores.

Há alguém que pode conversar com seus parentes quando você não
pode. Você precisa ter consciência disso.

Crer para um obreiro entrar na vida do seu ente querido não-salvo não é
a única maneira de levá-lo à salvação, no entanto. Você precisa escutar seu
espírito para receber instruções de como alcançá-los.

O PAPEL DA ORAÇÃO

Uma das coisas que você pode fazer é interceder em favor do seu ente
querido.

Frequentemente, quando oramos em favor dos nossos entes queridos,


estamos procurando levar Deus a fazer alguma. Estamos tentando forçar
alguma coisa a acontecer.

Na realidade, o que precisamos fazer é estudar a Palavra e depender do


Espírito de Deus, e confiar nEle para realizar a obra. Coloque a Palavra de Deus
em primeiro lugar. Nenhuma vida de oração vai ser bem-sucedida se não for
baseada na Palavra de Deus.

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


Ministrando à Sua Família 33

Reconheça que obter a resposta pode depender de você. A manifestação


do resultado poderá chegar mais rapidamente se a Palavra de Deus estiver
fortemente arraigada em você. A Bíblia diz: … a fé é pelo ouvir, e ouvir pela
Palavra de Deus (Rm 10.17 — ARC1). Em outras palavras, você tem fé mais forte
se há uma boa quantidade da Palavra dentro de você.

É por essa razão que nem sequer oro a respeito de certos assuntos
durante vários dias, até que tiver examinado cuidadosamente a Palavra a
respeito (Casos de emergência são diferentes). Se a situação já existiu durante
muitos anos, ainda vai continuar mais alguns dias, de modo que você tem
tempo para estudar o que a Palavra de Deus tem que dizer a respeito. Continue
meditando sobre ela.

Às vezes, passei dias meditando sobre um só assunto. Depois de três ou


quatro dias, descobri que a fé fica tão forte em mim, que eu não poderia
duvidar mesmo se quisesse, porque a Palavra embutiu alguma coisa dentro de
mim!

Jesus disse em João 15.7: Se permanecerdes em mim e as minhas palavras


permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito (Jo 15.7). Veja bem: é
depois de a Palavra de Deus ter penetrado dentro de você que você poderá orar
de modo eficaz.

O Espírito de Deus, por saber quais pessoas podem ser alcançadas — nós
não sabemos — pode nos levar a interceder por pessoas que quase nem
conhecemos, ao invés dos nossos entes queridos e amigos não-salvos.

Depois de certo período de tempo, você verá que o peso espiritual da


oração será aliviado, e que prevalecerá um espírito de alívio. Às vezes, as
pessoas começam a rir. Já ri ou cantei no Espírito em muitas ocasiões. Por quê?
Quando o peso é tirado de nós, isso significa que a resposta é garantida, embora
ainda não tenha sido manifestada.

O PAPEL DA AUTORIDADE

Fiquei estudando, há alguns anos, aquilo que o Novo Testamento tem


para dizer a respeito da autoridade do crente. Nem sequer estava pensando nos
meus parentes não-salvos. Enquanto lia 2 Coríntios 4, no entanto, vi onde Paulo
falou que Satanás, o deus deste mundo, cegou as mentes dos perdidos. E
comecei a compreender alguma coisa.

Algo dentro de mim falou: “Você acha que uma pessoa com mente sã,
com bom senso, dirigiria seu carro a 140 ou 160 km. por hora na estrada,
1
ARC: Almeida Revista e Corrigida; versão e/ou tradução da Bíblia Sagrada. (Nota do digitador).

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


34 Ministrando à Sua Família

passando direto por faróis vermelhos piscando e sinais de ‘Perigo’ ou


‘Desabamento,’ e se desviaria da estrada para um encontro com a morte?”

Respondi em voz alta: “Não, não. Não acho.”

Então reconheci que um embriagado ou um drogado faria assim. Por


quê? Porque o deus deste mundo cegara a sua mente.

É um fato bem conhecido que os acidentes automobilísticos


frequentemente acontecem com pessoas que acabaram de ter uma briga ou um
escândalo na família. Não prestam atenção ao volante, porque sua mente está
confusa. Semelhantemente, o diabo tem cegado as mentes dos não-salvos,
porque, afinal de contas, nenhum ser humano racional iria precipitar-se pela
vida afora e mergulhar-se no inferno.

Lendo ali em 2 Coríntios, comecei a ver algo que nunca tinha visto antes:
Precisamos romper o poder do diabo sobre nossos entes queridos não-salvos, porque o
diabo cegou as mentes deles!

Você precisa receber essa mesma revelação se é para funcionar em favor


de você. Não funcionará para você simplesmente porque funcionou para mim.

Todas as vezes que recebo uma revelação da parte de Deus, pratico-a na


experiência antes de começar a pregá-la. Quero ver se funciona. Se não
funcionar para mim, como funcionará para você? A Bíblia diz: Julgai todas as
coisas, retende o que é bom (1 Ts 5.21). Para julgar a revelação, começo já
experimentando-a nas situações mais difíceis; não começo com os casos fáceis.

Quando percebi essa verdade, raciocinei: Se isso for a verdade (e eu sabia


que era, pois vinha da Palavra de Deus), se posso fazê-lo funcionar com meu irmão
Dub, posso fazê-lo funcionar com toda e qualquer pessoa, pois Dub é a “ovelha negra”
da família. Muitas daquelas pessoas são pecadoras, mas ele é o caso pior. Se essa
revelação funcionar com Dub, funcionará com TODOS!

Quando fiz essa decisão, estava deitado atravessado na cama, estudando.


Levantei-me com a Bíblia em uma das mãos, e ergui a outra ao céu. Falei: “Em
nome do Senhor Jesus Cristo, rompo o poder do diabo sobre a vida do meu
irmão Dub, e reivindico a libertação dele. Isso importa em libertação das garras
do diabo e a plena salvação em Nome de Jesus. Amém.”

Durante quinze anos, eu tinha orado por Dub e ocasionalmente jejuado


por ele. Não parecia que nada disso funcionava. Na realidade, parecia que Dub
piorava. Mas depois de eu fazer aquela oração, rompendo o poder do diabo
sobre a vida de Dub, considerei a questão solucionada. Nem sequer com meus
pensamentos queria mais tocar no assunto; não pensava mais a respeito.

Cerca de uma semana passou. Então, certo dia, uma voz me disse:
“Pense bem: decerto você não crê realmente que o velho Dub será salvo, não é?”

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


Ministrando à Sua Família 35

A RAZÃO E A FÉ

Comecei a pensar a respeito da situação. E esse é um ponto crítico para


receber a salvação, a fé, ou seja o que mais você precisa da parte de Deus:
Enquanto Satanás conseguir manter você na arena da RAZÃO, ele o vencerá
todas as vezes — em toda batalha, em todo conflito. Mas se você mantiver
Satanás na arena da FÉ, você o derrotará em todas as circunstâncias!

Comecei a pensar a respeito por momentos. Então desliguei a minha


mente e me recusei a pensar a respeito (Podemos treinar-nos a nós mesmos
para fazer assim; já comecei a fazê-lo quando era adolescente).

Lá do fundo do meu íntimo — no meu espírito — alguma coisa subiu


borbulhando. Saiu pela minha boca, e comecei a rir — uma risada que saía do
meu íntimo.

Falei: “Não, não estou achando que Dub será salvo — eu sei disso. Você
entende, Satanás, lancei mão do Nome de Jesus (Satanás não pode negar o
poder daquele Nome) e rompi seu poder sobre Dub e reivindiquei a sua
libertação de Satanás e a plena salvação!”

Se o diabo tivesse me levado a começar a pensar: Ora, espero que ele será
salvo… Não sei se vai ou não vai… talvez ele vá — ele me teria derrotado. Mas
simplesmente desliguei a minha mente e recusei-me a preocupar-me a respeito.

Dentro de duas semanas, Dub foi salvo. Hoje, ele sai pregando.

OUTROS MÉTODOS

Essa é apenas uma das maneiras para orar pela salvação de um ente
querido. Para outros parentes, orei de modo diferente.

No caso de um deles, simplesmente falei: “Senhor, envie alguém para


onde ele estiver.” No caso de outro, falei: “Rompo o poder do diabo sobre ele.”
Por outros, recebi o espírito da intercessão.

O fundamento de tudo isso é a Palavra de Deus e o Espírito de Deus.


Todo cristão precisa aprofundar-se na Palavra de Deus e estudar aquilo que a
Bíblia diz a respeito desse assunto de interceder pelos perdidos. Por exemplo:
Romanos 15.1: Ora, nós que somos fortes, devemos suportar as debilidades dos

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36 Ministrando à Sua Família

fracos… Gálatas 6.2 diz: Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de
Cristo.

Frequentemente, as pessoas oram incorretamente — e abrem a porta para


o diabo. Oram: “Senhor, acolhe meu ente querido, custe o que custar.” Mas
Jesus já pagou o preço! As pessoas precisam compreender esse fato. Quem não
o compreende, acaba abrindo a porta para o diabo fazer muitas coisas. As
pessoas dizem: “Bem, Deus usou aquela tragédia para levar Fulano à salvação.”
Mas aquele tipo de pensamento não está em harmonia com a Bíblia.

Pessoas têm sido salvas em tempos de guerra, enquanto bombas caíam e


mulheres e crianças inocentes estavam sendo mortas! Mas não era essa a
maneira que Deus quis usar para levá-las à salvação! É claro que Deus está
presente quando as pessoas se voltam a Ele. Mas não precisamos orar para que
caiam tragédias sobre as pessoas a fim de as obrigarem a voltar-se para Deus!

Quando Deus começa a lidar com uma pessoa, vem sobre ela um espírito
de convicção — usualmente mediante a oração. Muitas vezes, a pessoa se sente
mais desgraçada, e o convívio com ela fica mais difícil do que antes — mas você
não precisa rogar contra ela um acidente ou uma enfermidade para que nasça
de novo!

Ao invés disso, você deve depender do Espírito de Deus para guiá-lo.


Você precisa usar sabedoria para saber quando deve falar com seus entes
queridos, e quando você deve manter a boca fechada. Mas é claro que estará
orando por eles o tempo todo.

DEUS LIDA COM FAMÍLIAS

Muitas pessoas se sentem confusas no tocante de Atos 16.31: … Crê no


Senhor Jesus, e serás salvo, tu e a tua casa. Já traduções que dizem: … e a tua casa, se
crerem. Veja bem: você vai ter que levar seus familiares à fé.

Em Atos 16, o carcereiro filipense foi salvo. Ele era chefe da sua casa.
Uma vez salvo, começou a fazer aquilo que a Bíblia manda fazer: Começou a
orar e a dar o exemplo certo aos seus familiares — e foram salvos. E o assunto
inteiro se resume só nisso.

Nunca duvidei que a totalidade da minha casa seria salva — com isso me
refiro aos meus familiares imediatos. Minha esposa já era salva quando nos
casamos, e posteriormente tivemos dois filhos. Nunca me ocorreu a idéia que
meus filhos não seriam salvos. Eu sabia que seriam salvos.

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


Ministrando à Sua Família 37

Deus realmente lida com famílias, e o homem deve tomar a dianteira


nesse relacionamento. Caso contrário, a esposa terá que fazê-lo. Mas na maioria
dos casos, quando o homem se torna cristão, anda com Deus, é cabeça do seu
lar, ora, e dirige o culto doméstico, toda a sua família o seguirá.

Embora não tenhamos um grande número de textos bíblicos nesse


sentido, creio sinceramente que Deus trata com famílias inteiras. No Antigo
Testamento, Deus lidava mais com indivíduos, e sabemos que, segundo o Novo
Testamento, Ele continua lidando primariamente com indivíduos. Mesmo
assim, porque Deus instituiu a família, Ele também lida com famílias.

REIVINDICANDO PARENTES

Quando se trata de “reivindicar” a sua família, você deve fazer certas


coisas. Por exemplo: você deve ensinar a criança no caminho em que deve
andar, conforme Provérbios 22.6 nos diz. Você deve criar os filhos na disciplina
e na admoestação do Senhor, conforme vemos em Efésios 6.4. Paulo disse a
Timóteo: … desde a infância sabes as sagradas escrituras… (2 Tm 3.15). Como
Timóteo as conhecia? Forçosamente, foi na sua família que ele foi ensinado.

Quando se trata de um marido ou mulher não-salvo, você nem sempre


pode reivindicar a salvação daquele cônjuge. Se você pudesse fazê-lo, Paulo
teria informado disso quando escreveu à Igreja de Corinto.

O que Paulo disse: E a mulher que tem marido incrédulo, e este CONSENTE
em viver com ela, não deixe o marido… Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se
aparte; em tais casos não fica sujeito à servidão, nem o irmão, nem a irmã… (1 Co
7.13,15).

“Consentir em viver com ela” (ou ele) significa viver com você como
marido ou mulher — e não andar tendo casos com muita gente pelo país afora.

Se você pudesse sempre reivindicar a salvação de um ente querido não


salvo, Paulo teria dito assim nesse contexto mesmo, pois estava escrevendo pela
inspiração do Espírito Santo.

Os jovens que procuram ministrar aos seus pais não-salvos também


precisam ser dirigidos pelo Espírito. Conheço crianças e adolescentes que foram
salvos e provocaram uma divisão entre si mesmos e os pais, porque, ao
testemunharem, forçaram as coisas com demasiada rapidez e rigidez.

O PAPEL DA VONTADE
Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.
38 Ministrando à Sua Família

Você pode sentir solicitude pelos outros, e carregar o problema deles no


seu coração, mas você não poderá estipular regras imutáveis e dizer: “Podemos
reivindicar a salvação de outra pessoa,” simplesmente porque queremos que ela
seja salva. É claro que desejamos que todos sejam salvos, mas as outras pessoas
têm algo que ver com isso. A vontade da pessoa está envolvida na aceitação ou
rejeição de Cristo.

Uma vez que o poder do diabo sobre as pessoas é rompido, e passam a


ter a liberdade de fazer uma escolha, usualmente fazem a escolha certa. Se a
mente delas foi cegada, é natural que não terão a capacidade de fazer a escolha
certa. Mas normalmente, as pessoas virão ao Senhor depois de rompido o poder
de Satanás sobre elas. Não poderemos dizer que assim acontecerá cem por
cento das vezes, no entanto, pois existem pessoas que deliberadamente se
recusam a seguir o Senhor!

Realmente temos diretrizes, porém, e na maioria das vezes poderão ser


descobertas mediante o estudo da Palavra. Quando não há diretrizes
específicas, devemos depender daquilo que o Espírito de Deus nos manda
fazer. Verifique, portanto, os seus motivos.

Deixe o Senhor mandar quem Ele quiser para entrar em contato com seus
entes queridos não-salvos. Notei que muitos daqueles que estão pregando o
Evangelho Pleno; foram salvos em igrejas fundamentalistas ou outras.
Posteriormente, começaram a ser esclarecidos quanto ao batismo no Espírito
Santo e ao falar em línguas, e passaram para as igrejas do Evangelho Pleno.

O principal é levar as pessoas a receber a salvação e conseguir que vão ao


céu! Quer recebam a cura, quer não, poderão ir ao céu se foram salvas. Em
outras palavras, podemos ir ao céu com um corpo doente, mas não podemos ir
ao céu com um espírito doentio de pecado. E, uma vez salvos, podemos ir ao
céu com ou sem o batismo no Espírito Santo.

A salvação é o que importa!

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.


Ministrando à Sua Família 39

Kenneth E. Hagin e Kenneth Hagin Jr.

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