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58.410-841 - Campina Grande - PB
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editora@rhemabrasilpublicacoes.org.br Todos os direitos em
língua portuguesa reservados por Rhema Brasil
Publicações.
Direção: Samir Ferreira de Souza Supervisão: Ministério
Verbo da Vida Tradução: Maria Lucia Godde Cortez
Revisão e copidesque: Idiomas & Cia Prova de revisão:
Idiomas & Cia Capa: Bárbara Gisele Conversão versão
digital - EPUB: DIAG Editorial Publicado no Brasil por
Rhema Brasil Publicações com a devida autorização de
Harrison House Publishers Tulsa, OK 74145
Esta é uma tradução da 1a edição do título original e a
primeira edição em língua portuguesa.
Título original: Say Yes! Experience a Life So Full and Rich
That You’ll Never Turn Back Copyright © 1999 por Rick
Renner Copyright © 2017 Rhema Brasil Publicações Todos
os direitos reservados As citações bíblicas, exceto quando
indicado em contrário, foram extraídas da Bíblia Sagrada,
Almeida Edição Revista e Atualizada, © 1993, Sociedade
Bíblica do Brasil. Outras versões utilizadas: Almeida
Corrigida Fiel, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil (ACF),
Almeida Atualizada, Sociedade Bíblica do Brasil (AA), Nova
Versão Internacional, Editora Vida (NVI) e King James
Version (KJV, tradução nossa).
Proibida a reprodução, de quaisquer formas ou meios,
eletrônicos ou mecânicos, sem a permissão da editora, salvo
em breve citações, com indicação da fonte.
1a Edição
D
edico este livro a uma amiga e parceira preciosa, Ann Noel.
Deus enviou você para nossa vida há muitos anos em um
momento crucial do desenvolvimento do nosso ministério.
Você tem sido um exemplo supremo do tipo de pessoa que Deus
está procurando para usar.
Obrigado pela sua devoção ao Senhor, pelo seu entusiasmo em
compartilhar o que Ele colocou em suas mãos e pela sua obediência
a Ele, independentemente da idade, do lugar ou das dificuldades
que você enfrentou na sua caminhada de fé. Por você ser um vaso
que Deus pode usar, milhões de vidas têm sido impactadas pelas
boas novas do Evangelho. Denise e eu valorizamos sua amizade e
respeitamos o exemplo piedoso que você tem sido para nós.
Quando li Diga Sim! Comecei a ver a manifestação da
misericórdia de Deus. Este livro não apenas fala com você sobre o
chamado de Deus para sua vida, mas segue esse chamado desde o
começo até seu cumprimento. Ao longo do caminho, há provas e
perseguições de Satanás que cada um de nós tem de enfrentar.
Deus o chama apesar dos seus erros passados, e seus erros
futuros não anulam esse chamado. Você vai gostar deste livro!
Pastor Bob Yandian
Grace Fellowship Church
Tulsa, Oklahoma
E
m 1991, Deus disse a Rick Renner para se mudar para a
antiga União Soviética. Isso não fez sentido para sua mente;
mas seu espírito ficou entusiasmado, e ele sabia que havia
coisas maravilhosas reservadas para ele. Hoje, milhões de pessoas
assistem aos seus programas de televisão, e ele está vendo as
recompensas da obediência.
Em Diga Sim! Rick estabeleceu claramente que muitos são
chamados, mas poucos são escolhidos. Por quê? Quais são os
requisitos para não apenas ser chamado, mas também escolhido?
Qual é o preço de cumprir o chamado de Deus sobre sua vida? Rick
expõe todos os requisitos necessários para dizer sim e cumprir o
destino que Deus lhe deu.
Olhando para a vida de Paulo, Davi, Saul e Samuel, Rick expõe
todos os requisitos para cumprir o destino que Deus lhe deu. Das
lições aprendidas através das suas próprias experiências no
ministério, Rick também compartilha exemplos do que fazer e do
que evitar ao escolher líderes para o ministério.
Este livro detalha as qualidades indispensáveis necessárias para
a liderança. Você será provocado à disciplina, encorajado à
obediência e repreendido à retidão pelas verdades imutáveis
compartilhadas neste volume.
Recomendo enfaticamente este livro. Rick Renner é um mestre
sensacional da Bíblia e meu amigo pessoal. Creio que sua vida e
seu ministério serão enriquecidos quando você abrir seu coração
para ele nas páginas a seguir.
Joyce Meyer
I
A
o longo do último quarto de século, vi uma grande
quantidade de pessoas responderem quando eu preguei,
ensinei e as desafiei a devotarem a vida para serem usadas
por Deus de alguma maneira especial. Essa mesma sede de ser
usado por Deus é evidente nas pessoas da antiga União Soviética1,
onde tenho vivido desde 1991.
O resultado dessa sede espiritual nessa região é um mover de
Deus tão poderoso, que pode ser comparado ao derramamento
divino que precipitou os eventos do livro de Atos. O atual mover do
Espírito de Deus nesta região do mundo é sem precedentes na
nossa geração, e é um mover pelo qual sou muito grato a Deus por
ter me chamado para participar de maneira significativa.
Meu ponto é este: em todo o mundo, as pessoas que amam a
Deus têm fome e sede de ser usadas por Ele de alguma maneira
especial. Elas querem que suas vidas contem para o Seu Reino.
Elas sabem que nasceram para fazer algo significativo, mas muitas
vezes não descobriram ainda o plano de Deus ou não se sentem
qualificadas para serem usadas por Ele. Esses cristãos têm
perguntas sobre como saber a vontade de Deus; como saber se Ele
as está chamando para fazer isto ou aquilo; como estarem seguros
de que estão dando os passos certos e não estão cometendo um
erro; e como saber se estão realmente prontos ou não para ser
usados por Deus a esta altura da vida.
Foi para essas pessoas de coração faminto que escrevi este livro,
Diga sim!. Da melhor maneira possível, escrevi o que Deus colocou
em meu coração para o meu “rebanho” espiritual em todo o mundo.
É minha oração que Deus fale ao seu coração quando você ler as
páginas a seguir. Acredito que à medida que compartilho as
experiências da minha vida pessoal e ensino princípios vitais da
Palavra de Deus, você seja encorajado a continuar seguindo em
frente até que cumpra com êxito a vontade de Deus para sua vida.
Portanto, estude atentamente cada capítulo e medite nos
ensinamentos que você está prestes a ler. Cada palavra foi
cuidadosamente escolhida e escrita tendo você em mente.
Perseguir a vontade de Deus é uma aventura. Aqueles que
ousam ingressar na vida de obediência jamais se sentirão
entediados ou reclamarão que a vida é monótona. A verdade é que
a vida de obediência é a experiência mais empolgante, desafiadora
e recompensadora nesta dimensão terrena!
Ao ler este livro, confio que você será encorajado a se levantar
em obediência à voz de Deus; permaneça nos trilhos
independentemente dos obstáculos que você encontrar ao longo do
caminho; e permaneça aberto ao fogo refinador do Senhor para que
você possa ser usado de maneira maior e mais elevada!
Rick Renner
1 1 A antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi formada em 1922 e
reuniu Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Transcaucásia, Estônia, Lituânia, Letônia, Moldávia,
Georgia, Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Quirguistão e
Tadjiquistão. Em 1991, após o fim da Guerra Fria, a União Soviética foi dissolvida e como
resultado da dissolução o país foi renomeado como Federação Russa, a atual Rússia.
1
C
D E A V H ?
A
ssim como Deus falou com Abraão, dizendo-lhe para deixar
seu país e segui-lo para outra terra, Deus também falou
comigo há vários anos e me disse para me mudar com
minha família para a União Soviética. Sua mensagem para mim foi
clara: “Levante-se, saia do seu país e siga-me para um novo lar
onde tenho coisas maravilhosas reservadas para você”.
Era primavera de 1991, e a União Soviética ainda estava
plenamente em vigor. O martelo e a foice soviéticos tremulavam nas
bandeiras da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas por todo o
vasto espaço dos onze fusos horários da região. Lênin ainda reinava
supremo como o deus do comunismo ateu soviético. Sua imagem
dominava o cenário na forma de monumentos, estátuas e pinturas
que podiam ser encontradas em todas as cidades, aldeias, fábricas
e escolas. Seu rosto era até impresso no rublo russo, de modo que
cada vez que alguém pegava dinheiro para comprar pão, a imagem
de Lênin passava pelas mãos dessa pessoa.
Naquela época, Gorbachev ainda estava no poder e os
comunistas ainda dirigiam o espetáculo de dentro do Kremlin, em
Moscou. As tropas soviéticas marchavam nas ruas de todas as
cidades. A KGB ainda executava suas ordens brutais contra os
cristãos, que eram considerados ameaças à existência do Estado.
Na verdade, o mais alto nível de espionagem da KGB era utilizado
para monitorar as atividades dos cristãos.
Além de tudo isso, a economia soviética havia fracassado
totalmente. O governo estava racionando os produtos mais básicos,
como açúcar, leite, manteiga, farinha e carne. Os automóveis
ficavam sem uso nas garagens porque não havia gasolina para
comprar. Era um caos econômico tão terrível que nenhum escritor
de ficção poderia ter sequer sonhado com um cenário tão
assustador.
Quando considerei todos esses fatores, a ideia de mudar minha
família para esse lugar me pareceu aterrorizante. Que homem em
sã consciência iria querer mudar sua família para esse tipo de
situação difícil? Entretanto, eu sabia que Deus tinha de ter algo
grande reservado para nós ou Ele não iria querer que fôssemos
para lá. Minha mente vacilava diante até mesmo da ideia de
obedecer ao que Deus havia colocado em meu coração.
Como você pode ver, meu espírito estava disposto, mas minha
carne era fraca. Minhas emoções interpretaram o chamado de Deus
para a União Soviética assim: “Deixe tudo pelo que você trabalhou.
Abandone tudo que você construiu e siga a minha voz para um país
onde eles odeiam cristãos e onde não há dinheiro, nem qualquer
forma visível de sustentar financeiramente seu ministério”.
Pensei: Pelo menos quando Deus chamou Abraão, ele foi
chamado para uma linda terra! Mas eu estava sendo chamado para
uma terra dilapidada, arruinada, cheia de detritos nucleares e
toxinas ambientais. Isso não se parecia em nada com a terra que
mana leite e mel que se tornou o destino de Abraão! Deus
realmente esperava que eu deixasse nosso ministério em expansão
e nossa bela casa em Tulsa, Oklahoma, e fosse para um país onde
tudo se parecia com um gueto? Dá um tempo, Senhor!
Depois de discutir com Deus por vários meses, joguei a toalha e
me rendi ao Seu chamado para nossa vida. Se Ele nos queria,
assim como nosso ministério, na URSS, então era para lá que
iríamos. Lutei muito enquanto pensava em tudo o que estávamos
perdendo e deixando para trás.
Mal eu sabia que Deus tinha reservado maravilhas incríveis para
nossa família e nosso ministério. Eu não podia sequer começar a
imaginar o quão milagrosamente Deus nos usaria quando Ele
apontou o dedo para mim pela primeira vez e disse: “Levante-se,
saia do seu país e siga-me para um novo lar onde tenho coisas
maravilhosas reservadas para você”.
Eu sabia, porém, que se eu não dissesse a ninguém o que Deus
havia me dito, ninguém a não ser Deus saberia se eu havia
desobedecido àquele mandato divino. Minha carne foi tentada a
fazer exatamente isso. Eu queria dizer: “Não, obrigado, Senhor. Vou
ficar bem aqui, na boa e velha Tulsa, onde estou desfrutando do
gosto doce do sucesso com meus companheiros de fé!”.
Você pode discutir com Deus o dia inteiro sobre porque Ele
deveria escolher outra pessoa em vez de você. Mas até que você
pare de lutar e simplesmente renda sua vontade para obedecer a
Deus, você nunca tomará posse do seu propósito divino na vida.
Deus tem um chamado específico para você. A corrida espiritual
que Ele colocou diante de você é uma corrida que ninguém mais
pode correr. E quando finalmente se levantar para obedecer a Ele,
você ficará satisfeito por ter feito isso! Não existe satisfação ou paz
maior que saber que você está fazendo exatamente o que Deus o
chamou para fazer.
Sua carne pode recuar
É hora da sua carne parar de controlar
seu destino! tentando não fazer o que
Deus pediu porque a carne
gosta de ficar na zona de conforto, onde não é necessário mudar,
crescer e se desenvolver. Mas como um filho de Deus, você pode
assumir o controle da sua carne! Diga a ela para parar de se
debater e de discutir. Por muito tempo, a carne lhe deu todas as
desculpas esfarrapadas pelas quais você não pode ser usado por
Deus. É hora da sua carne parar de controlar seu destino!
Se você não se levantar pela fé para fazer o que você sabe que
deve fazer, você perderá toda a razão pela qual Deus trouxe você a
este mundo. Sabe, Ele não trouxe você ao mundo apenas para
ocupar espaço no planeta terra. Ele tem algo grandioso e glorioso
para você fazer. E se você perder esse plano, você responderá por
isso quando comparecer diante do Tribunal de Cristo (ver 2
Coríntios 5:10).
Imagine que tragédia seria você viver toda a vida apenas para
descobrir quando morrer que você perdeu o grandioso e glorioso
destino que Deus havia planejado para você. Deus nos livre de
sequer pensarmos nisso! Em vez de continuar vivendo uma vida
banal, monótona e insípida que não lhe traz felicidade ou alegria,
libere sua fé! Salte no rio de Deus, e deixe que ele o carregue para
um vasto oceano de experiências e conquistas sobrenaturais. Esta é
a ideia de Deus de uma vida incrível!
Desesperança
Ausência de propósito
Desespero
Depressão
Falta de objetivo
Sentimento de abandono
Sensação de ser descartado
Sofrimento
S D R E ,P
V E T T P
L C ?
E A S M
Agora Paulo nos diz que ele foi espancado fisicamente enquanto
cumprira a tarefa que Deus lhe dera. A palavra “açoites” é a palavra
grega plege. Ela significa golpear, bater, ferir ou atingir
violentamente.
Há muitos exemplos dessa palavra no Novo Testamento. Em
Lucas 10:30, Jesus nos diz: “Certo homem descia de Jerusalém
para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois
de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-
se, deixando-o semimorto”. A palavra “ferimentos” é a palavra grega
plege.
Observe que os ferimentos do homem eram tão devastadores que
quando os ladrões partiram, eles presumiram que estava morto.
Eram ferimentos mortais. Agora Paulo usa a mesma palavra para
descrever o tipo de espancamento de que ele havia sido vítima
enquanto procurava cumprir a missão que Deus lhe dera na vida.
A mesma palavra é usada em Atos 16:33 para descrever o tipo de
espancamento que Paulo e Silas receberam em Filipos. Depois que
o poder de Deus abalou os muros da prisão e libertou Paulo e Silas,
o carcereiro foi até eles para perguntar como ser salvo. Atos 16:33
nos diz que uma vez que o carcereiro foi salvo, ele “naquela mesma
hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites”. A
palavra “açoites” é a mesma palavra grega plege. Aqui vemos um
exemplo dos espancamentos físicos que Paulo suportou.
Mas o incidente em Filipos foi apenas um exemplo de Paulo
sendo fisicamente derrubado. Em 2 Coríntios 11:23, ele continua
dizendo que passou por “açoites sem medida”.
A expressão “sem medida” é a palavra grega huperballo. Ela é um
composto das palavras huper e ballo. A palavra huper significa
acima e além do que é normal. A palavra ballo significa lançar. E
quando essas duas palavras são unidas, elas retratam uma imagem
muito poderosa!
Imagine um arqueiro que leva seu arco e sua flecha para o campo
para treinar tiro ao alvo. Ele mira no centro do alvo e atira a flecha!
Mas ele erra o alvo e atira muito acima do topo ou extremamente
fora de alcance. A flecha voa para muito além do limite de qualquer
coisa considerada normal.
Isso nos diz que Paulo foi espancado muito além do limite do que
poderíamos sequer começar a imaginar. A palavra huperballo
descreve tanto a frequência quanto a intensidade dos
espancamentos. Os espancamentos de que Paulo foi vítima
ocorriam frequentemente. Eles eram atos de brutalidade cruéis,
severos, sem misericórdia. O que os inimigos de Paulo fizeram com
seu corpo foi muito além do limite!
P D M
A palavra “morte” vem da palavra grega thanatos. Aqui, Paulo usa
a forma plural, thanatoi, que é traduzida em algumas versões por
“mortes”.
Sabemos que Paulo escrevia frequentemente sobre morrer.
Tendemos a espiritualizar isso, mas o fato é que Paulo enfrentava
realmente a morte física regularmente. Quando escreveu, “dia após
dia, morro!” (1 Coríntios 15:31), ele queria dizer: “Sou
constantemente confrontado com a possibilidade da morte”.
Paulo encarava a morte com tanta frequência que ele aprendeu a
enfrentá-la corajosamente. Em Romanos 14:8, ele escreveu: “...
Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor”. Em 1
Coríntios 15:55, vemos que ele aprendeu a meditar na vitória em
vez de na mortalidade e na fatalidade: “Onde está, ó morte, a tua
vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?”. Esses não são
versículos alegóricos sobre a morte. Eles são os pensamentos de
um homem que enfrentava a possibilidade da morte quase que
diariamente.
Paulo nunca procurou
Em vez de correr e se esconder do perigo
viver sob essa ameaça
iminente, ele o enfrentava corajosamente e
continuava seguindo em frente para fazer o
constante de assassinato ou
que havia sido chamado para fazer.
execução. Ela simplesmente
fazia parte da jornada para chegar onde ele precisava ir. Mas em
vez de correr e se esconder do perigo iminente, ele o enfrentava
corajosamente e continuava seguindo em frente para fazer o que
havia sido chamado para fazer.
C V U Q D A M U
“Uma quarentena de açoites menos um” era um método judeu de
punição, aplicado a Paulo em ocasiões diferentes. Deuteronômio
25:2-3 se refere a esse método quando especifica como o homem
mau deveria ser castigado: “Se o culpado merecer açoites, o juiz o
fará deitar-se e o fará açoitar, na sua presença, com o número de
açoites segundo sua culpa. Quarenta açoites lhe fará dar, não
mais...”.
Esse era um dos tratamentos mais cruéis do mundo antigo. As
roupas da pessoa torturada eram completamente retiradas para que
ela aparecesse despida diante dos seus perseguidores. Os braços
eram amarrados para que não pudesse se defender. Então o
torturador começava a açoitar o corpo nu do prisioneiro com um
chicote feito de três cordas longas, uma de pele de novilho e as
outras duas de pele de jumento.
Pedaços de vidro, osso e metal costumavam ser presos à ponta
das cordas para tornar o açoitamento mais memorável. O torturador
golpeava com tanta força que os pedaços de vidro, osso e metal se
alojavam na pele da vítima. Então quando as cordas eram puxadas
de volta para o próximo golpe do chicote, aqueles pedaços de vidro,
osso e metal rasgavam uma enorme quantidade de carne. Isso
deixava cicatrizes horrendas no corpo da vítima —
permanentemente.
O primeiro terço desses açoites era dado no torso superior e no
rosto do prisioneiro, enquanto os outros dois terços de açoites
restantes eram aplicados às suas costas, nádegas e pernas
enquanto a vítima era obrigada a se inclinar para tornar mais fácil
para o torturador golpear seu corpo. O sangue fluía por todos os
lados enquanto as cordas chicoteavam furiosamente pelo ar,
fazendo o barulho de estalos ao golpear a vítima vez após vez.
Vamos pensar um pouco mais além. Se o chicote era feito de três
cordas e Paulo recebeu trinta e nove açoites cada vez, isso significa
que ele recebeu cento e dezessete açoites em cada espancamento!
E ele passou por esse exercício atroz em cinco ocasiões diferentes,
o que significa que quinhentos e oitenta e cinco açoites foram dados
no torso superior, no rosto, nas costas, nas nádegas e nas pernas
de Paulo. Não havia um lugar no seu corpo que não tivesse sido
espancado ou tivesse pedaços de carne arrancados!
Paulo era tão
Paulo era tão comprometido em cumprir o
comprometido em cumprir o
chamado que lhe havia sido dado por Deus
que ele não permitiria que nada o impedisse!
chamado que lhe havia sido
dado por Deus que ele não
permitiria que nada o impedisse! Depois de ser espancado
repetidamente desta maneira terrível, ele se levantava, colocava
suas roupas novamente, e voltava imediatamente para o que estava
fazendo antes de ser espancado. Ele já havia se decidido. Ele não
pararia até que sua missão estivesse concluída!
Ser espancado era uma experiência desagradável. Era
definitivamente uma parte da jornada da vida na qual ninguém tinha
prazer. Mas Paulo se recusou a permitir que essa experiência se
tornasse um obstáculo permanente ao seu ministério. Ele
empurrava a oposição, se levantava e seguia em frente.
T V F C V
No mundo antigo, um espancamento com varas era uma forma de
tortura horrível e feia. Um homem forte amarrava os braços da
vítima firmemente ao redor do seu corpo, de forma muito
semelhante a uma camisa de força. Então, enquanto o torso
superior da vítima e sua cabeça ainda estavam no chão, suas
pernas eram puxadas para o alto.
A esta altura, um homem com uma enorme vara — normalmente
feita de metal — começava a açoitar a planta dos pés da vítima. Ele
batia, batia e batia até que os pés da vítima estivessem sangrando,
quebrados e mutilados. Às vezes esse espancamento era tão
severo que a vítima nunca mais andava.
É interessante que o Livro de Atos nunca nos dá um exemplo
específico de Paulo sendo fustigado com varas dessa maneira.
Entretanto, quando continuamos a olhar para essa lista de torturas,
veremos que muitos eventos ocorreram durante o ministério de
Paulo que Lucas não registrou no Livro de Atos. Mas Paulo nunca
se esqueceu de nenhum deles, e ele nos fala aqui sobre alguns
desses eventos dos quais o Livro de Atos não nos dá qualquer
percepção.
Não sabemos quando as experiências de Paulo de ter os seus
pés fustigados ocorreram, mas ele nos diz que foi fustigado com
varas por três vezes diferentes durante o curso do seu ministério. É
óbvio que o diabo não queria que esse pregador do Evangelho
levasse a Palavra para lugar algum! Satanás tentou aleijar os pés de
Paulo para tirá-lo permanentemente da corrida.
Como você vê, os pés de um pregador do Evangelho são
ameaçadores para o diabo. Paulo citou Isaías 52:7 quando
escreveu: “Como são belos os pés dos que anunciam boas-novas!”
(Romanos 10:15). Esse ataque aos pés de Paulo era um ataque
contra o Evangelho.
Está evidente que em vez de jogar a toalha e desistir por causa
dessa experiência, Paulo tomava posse do poder de Deus, colocava
os sapatos novamente, se levantava e seguia seu caminho para
continuar fazendo o que Deus o havia chamado para fazer. Esse era
um homem que o diabo não podia derrubar!
Não é de admirar que Paulo tenha escrito sobre o poder da
ressurreição de Deus! Ele estava escrevendo por experiência
própria quando disse: “Se habita em vós o Espírito daquele que
ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou
a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo
mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita” (Romanos
8:11).
U V A
Esse evento ocorreu em Atos 14:19. Depois de uma campanha
bem-sucedida entre os gentios em Listra, os oponentes judeus
vieram de Icônio para atiçar perturbações no ministério de Paulo.
Eles foram tão eficazes em transmitir informações negativas sobre
Paulo que toda a cidade se voltou contra ele. Em um momento de
fúria, o povo de Listra o apedrejou e “arrastaram-no para fora da
cidade, dando-o por morto” (Atos 14:19).
Poderia ser muito bem que Paulo estivesse morto. O
apedrejamento era um ato maligno. Os apedrejadores miravam suas
pedras agudas para a cabeça da vítima a fim de desferir um golpe
fatal. Para garantir a morte da vítima, o apedrejamento geralmente
não parava até que a cabeça estivesse esmagada. Quando ficava
aparente que não havia possibilidade de sobrevivência, as pedras
restantes eram amontoadas e o cadáver era arrastado para fora da
cidade e deixado para os cães e feras selvagens comerem. Assim,
quando Atos 14:19 diz que o povo de Listra “supôs” que Paulo
estava morto, não há razão para pensar que ele não estivesse
morto naquele momento.
Atos 14:20 nos diz que quando os discípulos vieram e se puseram
próximos ao cadáver de Paulo, “ele se levantou”. É possível que
esses discípulos tenham dado as mãos e orado pela ressurreição de
Paulo? Essa é minha opinião. Mais tarde Paulo deu testemunho de
uma visita que Ele fez ao Céu (2 Coríntios 12:1-4). Ele explicou que
ouviu e viu coisas que nunca havia tido permissão para contar.
Quando Paulo fez essa visita ao Céu? Seria no momento em que foi
apedrejado em Listra? Sim, pessoalmente penso que sim.
Não é de admirar que Paulo pudesse escrever com tamanha
convicção: “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a
vida... poderá[ão] separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo
Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8:38-39, grifo nosso). Nem a morte
não pode parar um homem que está determinado a continuar
seguindo em frente!
Paulo poderia ter se resignado com seu destino quando as
pessoas o estavam apedrejando e pensado: Bem, acho que este é o
fim da linha. Acho que vou desistir e morrer agora. Se ele tivesse
feito isso, estou certo de que o apedrejamento teria sido seu fim.
Mas estou totalmente certo de que enquanto eles apedrejavam
Paulo, ele pensava: Não vou morrer agora! Meu trabalho ainda não
está concluído! Se eles me matarem, eu simplesmente terei de ser
ressuscitado!
Deus pode se unir a esse tipo de pessoa! Deus sabe que esse é o
tipo de sujeito que realmente vai realizar alguma coisa!
Ser apedrejado nunca fez parte do plano de Paulo. Era um
obstáculo inesperado que o diabo orquestrou para tentar impedi-lo
de cumprir seu chamado. Mas embora a experiência tenha roubado
o tempo e retardado um pouco os planos de Paulo, ele não o
impediu permanentemente de seguir em frente.
E N ,T V
Esse versículo é um tanto misterioso. Apenas um naufrágio é
registrado no Livro de Atos. Mas já vimos a partir desta lista que
muitos eventos significativos ocorreram durante o ministério de
Paulo para que todos eles fossem registrados no relato de Lucas em
Atos.
Viajar pelo mar era um empreendimento perigoso e arriscado. Os
navios nem sempre eram confiáveis. As rotas geralmente os
levavam através de águas cheias de rochas afiadas, recifes e
fragmentos. Ainda que a embarcação fosse guiada por um líder forte
e habilidoso, as correntes eram tão fortes que até os melhores
navios podiam ser levados diretamente para as rochas e outros
obstáculos perigosos.
Em Atos 27:41-44, lemos que Paulo estava viajando a bordo de
um navio que bateu nas rochas e se partiu em pedaços. Naquele
momento de crise, Paulo se tornou o homem de Deus a bordo do
navio! Ele disse a palavra da fé para a tripulação e os passageiros,
e logo ele estava no comando de toda a situação.
Uma vez deixados na ilha de Melita, ele trabalhou com os outros
membros da tripulação a fim de coletar madeira para uma fogueira.
Aparentemente, uma víbora venenosa estava escondida entre os
gravetos que Paulo estava carregando. Quando ele despejou a
madeira nas chamas, a cobra saiu da pilha de madeira e mordeu a
mão de Paulo. Esse tipo de cobra era extremamente venenoso. Na
verdade, Atos 28:4 diz: “Quando os bárbaros viram a víbora
pendente da mão dele, disseram uns aos outros: ‘Certamente, este
homem é assassino, porque, salvo do mar, a Justiça não o deixa
viver’”.
Mas o que Paulo fez? Ele a sacudiu fora! Atos 28:5 diz: “Porém
ele, sacudindo o réptil no fogo, não sofreu mal nenhum”. No final do
versículo 6, a multidão de bárbaros ficou tão chocada por ele não ter
morrido que presumiram que ele fosse um deus. Bum! Dentro de
apenas alguns minutos, toda a ilha havia se reunido ao redor de
Paulo para uma cruzada.
Públio, o chefe da ilha, ficou tão impressionado, que levou Paulo
para sua casa por três dias. Enquanto estava ali, Paulo impôs as
mãos sobre o pai de Públio, que “aconteceu achar-se enfermo de
disenteria” (Atos 28:8). O homem foi milagrosamente curado, e logo
toda a ilha teve um avivamento! A Bíblia nos diz: “À vista deste
acontecimento, os demais enfermos da ilha vieram e foram curados”
(Atos 28:9). Quando Paulo partiu de Melita, ele era tão respeitado e
honrado que eles o supriram de tudo o que era necessário para o
restante da jornada!
Como você teria agido se estivesse na posição de Paulo? E se
você sofresse um naufrágio, perdesse todos os seus bens, se
encontrasse perdido em uma ilha habitada por bárbaros e depois
fosse mordido por uma cobra venenosa? Você acha que a teria
“sacudido” como Paulo fez? Você teria transformado seu desastre
em um avivamento? Ou teria sido tentado a se sentar e chorar
enquanto se preocupava com o fato de toda a sua vida estar sendo
destruída?
A atitude de Paulo era o
A atitude de Paulo era o que o mantinha em
que o mantinha em meio a
meio a um avivamento por onde quer que ele
fosse.
um avivamento por onde
quer que ele fosse. Assim
como você e eu, Paulo teve a oportunidade de ceder à carne e de
ter um ataque de autopiedade. Mas porque ele escolheu continuar
seguindo em frente e nunca parar, o poder de Deus estava sempre
disponível a ele em todas as situações.
Paulo testifica que passou por naufrágios em duas outras
ocasiões. Esses “obstáculos” foram definitivamente inconvenientes,
mas não foram capazes de impedi-lo permanentemente de chegar
ao seu destino.
U N EU D N V D M
A frase “uma noite e um dia” se refere a um período de vinte e
quatro horas. A palavra “profundezas” é a palavra grega bathus, e
ela se refere às partes mais profundas do mar. Por Paulo mencionar
este evento imediatamente em seguida à menção aos naufrágios,
podemos presumir que essa noite e um dia nas profundezas tenha
sido o resultado de um dos outros naufrágios dos quais não temos
conhecimento.
É impossível comentar muito sobre isso, uma vez que só
sabemos o que Paulo diz nesse versículo. Onde quer que isso tenha
ocorrido e seja como for que tenha acontecido, foi um evento
aterrorizante na vida de Paulo. O tempo grego mostra que a
experiência ainda está fresca e vívida na mente de Paulo quando
ele escreve sobre ela. A linguagem até sugere que é uma
ocorrência recente.
Paulo passou um período de vinte e quatro horas navegando nas
partes mais profundas do mar. Mas isso não o assustou a ponto de
impedi-lo de embarcar no próximo navio para continuar a viagem e ir
para onde Deus havia ordenado que ele fosse. Esse era apenas
mais um obstáculo na jornada, mas ele não impediu a viagem!
E J ,M V
A palavra “jornada” em grego é odoiporia. Esta palavra descreve
uma jornada a pé. A palavra “muitas vezes” é a palavra pollakis, e
ela se refere a muitas vezes, frequentemente ou geralmente. Paulo
usa essa expressão para nos dizer que ele andava rumo à maioria
dos destinos aos quais ele havia sido chamado para pregar.
Por exemplo, ele andou de Antioquia na Pisídia, até Icônio (Atos
13:51); ele andou de Icônio até Listra (Atos 14:6); e ele andou de
Listra até Derbe (Atos 14:20). De Derbe, ele andou de volta até
Listra (Atos 14:21); e de Listra ele andou de volta até Icônio (Atos
14:21). De Icônio, ele andou de volta até Antioquia na Pisídia (Atos
14:21); de Antioquia ele andou por toda a região da Panfilia (Atos
14:24); e depois ele andou o caminho todo até Perga (Atos 14:25).
Por um breve período, Paulo e sua equipe viajaram de navio para
a Antioquia (a base de Paulo como moradia). Mas depois eles
andaram até Fenícia e Samaria (Atos 15:3). Dali, eles andaram até
Jerusalém (Atos 15:4); e de Jerusalém, eles andaram de volta até
Antioquia (Atos 15:22).
Da Antioquia, Paulo andou por todas as regiões da Síria e da
Cilícia (Atos 15:41). Ele andou de volta pelas cidades de Derbe
(Atos 16:1) e Listra (Atos 16:1). Depois ele andou até a Frígia (Atos
16:6) e andou por todas as regiões da Galácia (Atos 16:6). Depois
disso, ele andou até Mísia (Atos 16:8) e andou por todo o trajeto até
Trôade (Atos 16:8).
Depois de ter uma visão de um homem na Macedônia chamando-
o para socorrê-lo (Atos 16:9), Paulo embarcou em um navio em
Trôade (Atos 16:11). Seu navio aportou na cidade de Samotrácia
(Atos 16:11), mas partiu no dia seguinte para Neápolis (Atos 16:11).
Dali, Paulo e seus companheiros viajaram até Filipos (Atos 16:12),
uma cidade importante daquela parte da Macedônia.
De Filipos, Paulo andou por toda Anfípolis e Apolônia (Aos 17:1);
depois, ele andou até a cidade de Tessalônica (Atos 17:1). De
Tessalônica, Paulo andou até Bereia (Atos 17:10).
Paulo embarcou em um navio de Bereia até Atenas (Atos 17:14).
De Atenas, andou até Corinto (Atos 18:1). Depois da Síria, andou
até Éfeso (Atos 18:19). De Éfeso, ele velejou até Cesareia (Atos
18:22); mas dali, ele andou até Antioquia (Atos 18:22). De Antioquia,
ele andou por todas as regiões da Galácia e da Frígia (Atos 18:23),
e depois andou pelas costas superiores até Éfeso (Atos 19:1). A
lista de lugares por onde Paulo viajou para cumprir seu chamado é
impressionante. Paulo andou muito durante o curso do seu
ministério!
Se você somar os quilômetros que Paulo andou, ele
provavelmente passou mais tempo andando do que pregando. Não
é de admirar que ele pudesse dizer: “Dou graças a Deus, porque
falo em outras línguas mais do que todos vós”. Ele tinha muito
tempo para orar em línguas enquanto andava pelo lado leste e
nordeste dos países do Mediterrâneo para pregar o Evangelho e
consolidar a Igreja.
Isso também nos dá uma percepção do tipo de relacionamento
que Paulo tinha com os seus companheiros de viagem. É impossível
que ele viajasse para tão longe, tão regularmente, e através de
circunstâncias tão difíceis sem realmente conhecer seus
companheiros de viagem. Não é de admirar que ele pudesse dizer a
Timóteo: “Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino,
procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança, as
minhas perseguições e os meus sofrimentos” (2 Timóteo 3:10-11).
Tenha em mente que o homem que andou tanto assim era o
mesmo que foi espancado nos pés com varas por três vezes! A
única maneira de Paulo ter andando tão intensamente era se ele
tivesse um corpo saudável. Um homem enfermo jamais poderia
tentar esse tipo de esforço físico.
Paulo era um homem saudável. Embora seus pés tivessem sido
fustigados com varas, ele não sofreu os efeitos secundários desses
espancamentos abomináveis. Mais uma vez, vemos que Paulo
sabia como explorar o poder de ressurreição de Deus para vivificar
sua carne mortal.
Muitas pessoas hoje circulam nos estacionamentos por vinte
minutos apenas para procurar uma vaga mais próxima. A verdade é
que se elas estacionassem longe, ainda não levariam cinco minutos
para andar até seu destino! As pessoas muitas vezes são
preguiçosas demais para andar a não ser que sejam obrigadas a
fazer isso.
Paulo não tinha carro, trem nem avião para chegar onde ele
precisava ir. Sim, viajar até tão longe a pé significava que ele tinha
de enfrentar dificuldades incríveis e circunstâncias difíceis. Mas
nada era tão difícil de suportar que pudesse impedir que ele
cumprisse o chamado que estava sobre sua vida. Paulo havia se
decidido. Ainda que isso significasse que ele tinha de dar a volta ao
mundo a pé para cumprir seu chamado, seria exatamente isso que
ele faria.
Se houvesse transportes
Se a falta de conveniência nos impede de
modernos disponíveis, Paulo
fazer a vontade de Deus, há uma falha grave
no nosso nível de comprometimento.
os teria usado. Hoje, carros,
trens e aviões nos permitem
viajar para mais longe e mais rápido. Eles nos permitem levar o
Evangelho aos confins da terra. Mas a falta dessas conveniências
não impediu Paulo. Com que frequência a falta de conveniência nos
impede hoje? Se a falta de conveniência nos impede de fazer a
vontade de Deus, há uma falha grave no nosso nível de
comprometimento.
Estou certo de que enquanto Paulo viajava nessas estradas, ele
encontrava literalmente obstáculos que o obrigavam a fazer desvios
inesperados, não planejados, que lhe custavam mais tempo, mais
esforço e mais dinheiro. Ainda assim, ele seguia em frente para
levar a mensagem do Reino de Deus ao mundo gentio.
E P R
Agora Paulo começa a nos falar sobre algumas das coisas com
as quais ele deparou quando viajava a pé através dos países do
Mediterrâneo. Primeiro, ele nos diz que esteve “em perigos de rios”.
A palavra “perigos” é a palavra kindunos. Essa é a palavra grega
para uma situação extremamente perigosa ou altamente volátil.
Paulo usa essa palavra oito vezes nesse capítulo para nos dizer que
a maior parte do seu ministério foi cercada de situações
extremamente perigosas. Ele vivia basicamente correndo perigo a
todo o tempo. O perigo não era algo que Paulo procurava. Ele
simplesmente fazia parte do território que Deus lhe dera.
A palavra “águas” é a palavra grega potamos, palavra grega para
um rio. Usando essas duas palavras, kindunos e potamos, Paulo
nos diz que enquanto viajava, ele era ocasionalmente obrigado a
cruzar rios extremamente perigosos para chegar aos lugares para
onde o Espírito Santo o enviava.
Cruzar rios era um ato muito sério no mundo antigo. Esse é um
exemplo vívido dos perigos que um viajante encontrava no tempo de
Paulo. As pontes eram poucas e muito distantes, principalmente nas
áreas remotas. Isso apresentava problemas complicados
principalmente durante os tempos de inundações e chuvas pesadas,
que eram ocorrências frequentes. Embora Paulo não mencione
exatamente os rios que ele teve de atravessar, sabemos que
estavam incluídos o rio Jordão (Judeia), o rio Orontes (Síria), o rio
Cydnus (Cilícia), o rio Meander e o rio Cayster (Ásia) e o rio Strimon
e o rio Axios (Macedônia).
Durante suas jornadas, Paulo atravessou “terras difíceis”, subiu
rochedos, escalou penhascos e passou por alguns dos rios mais
perigosos da época. Geralmente, não pensamos nesses tipos de
perigos quando nos lembramos do ministério de Paulo. Mas esses
eram riscos diários que Paulo enfrentava para fazer a vontade de
Deus.
Quantas pessoas você conhece que colocariam a vida em
tamanho risco para fazer a vontade de Deus?
Fico sempre impressionado com o número de pessoas que me
escrevem preocupadas quando ouvem falar em agitações políticas
na nossa nação. Elas costumam me dizer: “Você e sua família
precisam sair daí antes que as coisas fiquem difíceis! Deus não quer
que vocês sejam apanhados em uma situação difícil!”. Mas se a
Igreja Primitiva e outras pessoas chamadas por Deus durante os
últimos dois milênios tivessem adotado essa abordagem, nenhum
de nós saberia sobre o Evangelho hoje!
Independentemente do
Quando Deus chamou você, Ele o equipou
que você enfrente ou do que
com todo o poder, sabedoria e percepção
que você precisaria para atravessar as
você atravesse para cumprir
dificuldades que Satanás tenta colocar no
seu caminho. o plano de Deus, nada o
pega de surpresa.
Certamente Ele não planejou esses problemas. Mas quando Deus
chamou você, Ele o equipou com todo o poder, sabedoria e
percepção que você precisaria para atravessar as dificuldades que
Satanás tenta colocar no seu caminho. Não existe obstáculo que
você não consiga atravessar para alcançar a vontade de Deus para
sua vida!
E P S
O apóstolo Paulo usa a palavra grega kindunos pela segunda vez
nesse texto. Como observado, essa é a palavra grega para
extremamente perigoso.
Um perigo que Paulo enfrentava constantemente era a ameaça
dos salteadores. A palavra “salteadores” é a palavra grega lestes.
Ela se refere a um assaltante, ladrão, ladrão de estradas, bandido
ou impostor. Era uma raça ruim de bandidos que usavam armas,
violência e esperteza para roubar os outros.
No mundo antigo, salteadores e ladrões se escondiam nas valas e
cavernas ao longo das estradas que levavam de uma cidade à outra
— particularmente ao longo das principais estradas. É por isso que
alguns escritores gregos traduzem a palavra “salteadores” como
“ladrões de estrada”. Esse termo se aplicava especialmente a
bandidos que emboscavam aqueles que viajavam pelas estradas.
Considerando a frequência com a qual Paulo e seus companheiros
andavam, podemos ver facilmente por que Paulo enfrentou “perigos
de salteadores”.
Imagine viajar para os confins mais distantes da terra a pé. Você
está carregando tudo o que necessita para essa jornada. A
bagagem empilhada nas costas está cheia com as roupas e o
dinheiro que você vai precisar para sua jornada. Você sabe que
saqueadores, predadores e assaltantes estão escondidos nas valas
e cavernas ao longo da estrada enquanto vocês passam, apenas
esperando a presa certa. Você também sabe que esses bandidos
são famosos não apenas por roubar, mas por ferir e matar suas
vítimas. Mas não existe outra estrada para você tomar se quiser
chegar onde precisa ir.
Você pode estar certo de que Paulo e seus companheiros de
viagem estavam em alerta o tempo todo em que eles viajavam
nessas estradas. Estou certo de que eles assumiam a autoridade no
Espírito e amarravam as forças malignas que influenciavam os
bandidos que estavam nas valas e cavernas, esperando que eles
passassem. Pelo fato de Paulo usar a palavra kindunos (“perigos”),
sabemos que era uma situação extremamente perigosa.
Mas até mesmo esse perigo não era forte o bastante para impedir
Paulo de fazer a vontade de Deus. Ele amarrava as estratégias do
diabo contra ele em nome de Jesus e seguia em frente
corajosamente, mesmo em meio a lugares perigosos onde outros
não ousavam ir.
E P E P
Agora, pela terceira vez, o apóstolo Paulo usa a palavra “perigos”
(da palavra grega kindunos, que significa extremamente perigoso).
A frase “entre patrícios” vem da palavra grega genos. A palavra
genos é de onde obtemos a palavra “genes”.
Essa palavra poderia ser usada somente para denotar alguém
com quem a pessoa compartilha de um ancestral comum. Paulo
está se referindo ao povo judeu que se opunha a ele
constantemente onde quer que ele fosse. Eles se opuseram em
Salamina (Atos 13:8), em Antioquia, da Pisídia (Atos 13:45, 50), em
Icônio (Atos 14:2), em Listra (Atos 14:19), em Tessalônica (Atos
17:5-9), em Bereia (Atos 17:13), em Corinto (Atos 18:12-16) e assim
por diante.
Paulo nos diz que o que ele enfrentava por parte dos próprios
patrícios naturais era extremamente perigoso. Eles o perseguiam e
caçavam por onde quer que ele fosse. Eles foram a principal
ferramenta que Satanás usou para atormentar Paulo. Como você
verá mais tarde neste capítulo, esses judeus furiosos e incrédulos
eram o espinho na carne de Paulo sobre o qual o apóstolo escreveu
mais tarde, em 2 Coríntios 12:7.
Mas apesar da perseguição interminável por parte deles, Paulo
avançava em direção ao alto chamado de Deus em Cristo Jesus.
Ele não ia permitir que nenhum grupo de pessoas religiosas iradas o
impedisse de fazer o que lhe havia sido designado para fazer. Esse
obstáculo também não o faria parar.
E P E G (P )
O apóstolo Paulo usa a palavra “perigos” pela quarta vez.
Novamente, ela é a palavra kindunos, denotando algo que é
extremamente perigoso. A palavra “pagãos” é, na verdade, a
palavra grega ethnos. Ela se refere especificamente aos gentios ou
a qualquer um que não fosse judeu.
O mundo gentio era um mundo estranho e curioso. Estava cheio
de crenças e costumes religiosos, e de uma cultura pagã oposta e
adversa ao conhecimento de um Deus reto e santo. A religião do
mundo gentio promovia o tipo de sexualidade mais vulgar, mais
depravado e mais pervertido. Milhares de deuses diferentes eram
adorados nos templos pagãos, cada um com um estilo particular de
adoração. A maioria dessas ordens religiosas envolvia o uso de
vinho e drogas para induzir o adorador à sensualidade selvagem e
indiscriminada como parte do seu ato de “adoração”.
Essas religiões eram cheias de demônios. À medida que o vinho,
as drogas, a música, a batida dos tambores e a perversão sexual da
adoração no templo intoxicavam os que participavam da cerimônia
pagã, a atividade demoníaca se tornava cada vez mais forte no
templo. Durante um momento de tamanha intensidade, qualquer
coisa podia acontecer. As coisas podiam facilmente sair do controle.
Nesses momentos, um ato de agressão contra os pregadores do
Evangelho podia ocorrer livremente. Esse ambiente era
extremamente perigoso, especialmente para Paulo e sua equipe,
enquanto eles confrontavam os poderes das trevas e ordenavam
que aqueles adoradores de ídolos se arrependessem.
As viagens do apóstolo Paulo o levaram a algumas das cidades
mais pagãs e demoníacas do mundo. Na verdade, Tessalônica,
Atenas, Corinto e Éfeso estavam relacionadas entre algumas das
cidades mais pagãs e demoníacas da história da humanidade. No
entanto, foi para lá que o Espírito Santo conduziu Paulo. Foi
também onde ele experimentou seus períodos de maior sucesso no
ministério.
Ir para onde é seguro nem
Ir para onde é seguro nem sempre é o que
Deus quer sempre é o que Deus quer
que façamos.
que façamos. O Evangelho
precisa ir para todo país,
toda cidade e toda comunidade do mundo. Se formos somente para
onde é confortável e seguro, nenhum de nós jamais irá muito longe
de onde vivemos agora. Graças a Deus por aqueles que vieram
antes de nós e que empurraram os poderes das trevas para fora do
caminho para que agora possamos conhecer a gloriosa luz do
Evangelho!
Paulo enfrentou situações extremamente perigosas no mundo
gentio, mas isso não o impediu de ir até eles. Ele foi chamado como
um apóstolo aos gentios (Romanos 15:16). Nenhum perigo no
mundo gentio era tão aterrorizante que ele não pudesse vencê-lo
com o poder de Deus. Paulo, cuja história diz que era de baixa
estatura, era tão poderoso no Espírito que desafiou e abriu seu
caminho em meio às condições mais malignas, negras e
espiritualmente obscuras para fazer exatamente o que Deus o havia
pedido para fazer.
E P N C
Agora, pela quinta vez, Paulo usa a palavra “perigos” (da palavra
grega kindunos, que significa extremamente perigoso). De quantas
cidades Paulo foi expulso durante seu ministério? Você pensaria
que uma cidade seria um pouco mais civilizada, mas alguns dos
piores confrontos de Paulo ocorreram bem no coração das cidades
mais avançadas e cultas do mundo.
Paulo trabalhava com mais frequência em áreas metropolitanas.
Como um apóstolo, seu chamado principal era estabelecer a Igreja
em todos os lugares aonde ele ia. Assim, o Espírito Santo
geralmente enviava Paulo a grandes centros populacionais, onde
havia muitas pessoas e o potencial para uma grande colheita.
Como acontece nas grandes cidades hoje, como Nova York,
Londres, Moscou e Chicago, havia perigos nas cidades antigas que
não existiam nas pequenas cidades e aldeias. Paulo enfrentava
esses desafios corajosamente com o poder do Espírito Santo. Estou
certo de que alguns desses desafios eram financeiros e políticos,
sem mencionar o estresse normal que uma pessoa enfrenta quando
tenta fazer negócios em uma grande cidade.
Entretanto, nenhuma das
Nenhuma das barreiras que Paulo enfrentou
barreiras
o impediu de fazer o que ele devia fazer. que Paulo
enfrentou o impediu de fazer
o que ele devia fazer. Ele seguiu em frente e concluiu sua
responsabilidade em todos os lugares da melhor maneira possível.
E P N D
Pela sexta vez, o apóstolo Paulo usa a palavra “perigos” (a
palavra grega kindunos, que significa extremamente perigoso) para
explicar os eventos que enfrentou no deserto. Não temos a menor
ideia do que Paulo está falando. Só podemos fazer suposições. A
palavra “deserto” é a palavra grega eremia. Ela descreve um local
remoto e isolado no meio do nada.
As viagens de Paulo sem dúvida o levaram por áreas remotas
onde ladrões e saqueadores poderiam tê-lo facilmente vitimizado e
aos seus companheiros. Também estou certo de que feras
selvagens os confrontavam quando eles andavam de um lugar para
o outro. Assim como eles enfrentaram certos perigos que eram
exclusivos da cidade, eles também enfrentaram perigos exclusivos
do deserto. Mas Paulo enfrentava esses desafios com a certeza de
que o poder de Deus os capacitaria a vencer cada um deles com
êxito.
E P N M
Mais uma vez, pela sétima vez, Paulo usa a palavra “perigos” (a
palavra grega kindunos, que significa extremamente perigoso) para
descrever suas experiências viajando pelo mar.
Como já vimos, Paulo sobreviveu a três naufrágios diferentes.
Somente um deles está registrado no Livro de Atos. Além do que
Lucas nos conta no seu relato em Atos, houve outras duas
catástrofes no mar com as quais Paulo deparou.
A maioria das pessoas que estiveram em um acidente de avião
hesita em subir em outro avião. Isso deixa uma marca tão grande na
memória de alguém que chega a ser difícil de superar.
Do mesmo modo, as catástrofes no mar são dramáticas e
memoráveis. Sem dúvida era uma experiência terrível alguém ficar à
deriva, sem saber se seria resgatado ou se sobreviveria. Paulo
passou por essa experiência difícil por três vezes diferentes.
Estou certo de que esses ataques diabólicos no mar eram
destinados a colocar em Paulo um tamanho medo de navegar que
ele jamais voltasse a embarcar em outro navio. Mas se ele quisesse
chegar a vários lugares onde Deus o havia chamado para ministrar,
ele não tinha escolha.
Assim, Paulo não permitiu que essas ocorrências roubassem sua
alegria ou determinassem se ele obedeceria a Deus ou não. Mesmo
que isso significasse que ele teria de voltar a embarcar em outro
navio e navegar por águas perigosas novamente, ele faria isso, se
isso fosse exigido dele, a fim de cumprir com êxito a missão que
Deus lhe dera.
E P E F I
Pela oitava vez, o apóstolo Paulo usa a palavra “perigos” (a
palavra grega kindunos, que significa extremamente perigoso).
Agora o perigo que ele descreve está ligado aos “falsos irmãos”.
A palavra grega para “falsos irmãos” é pseudadelphos. A primeira
parte da palavra é pseudes e transmite a ideia de algo que não é
verdadeiro. Ela poderia ser traduzida por simulado, falsificado, falso
ou fictício. A segunda parte da palavra, adelphos é simplesmente a
palavra para um irmão. Junte as duas e a nova palavra descreve
irmãos simulados, falsificados, falsos ou fictícios.
Paulo observa acerca desses cristãos falsos em Gálatas 2:4-5:
E isto por causa dos falsos irmãos que se entremeteram com
o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo
Jesus e reduzir-nos à escravidão; aos quais nem ainda por
uma hora nos submetemos, para que a verdade do evangelho
permanecesse entre vós.
Aqueles “falsos irmãos” em Jerusalém eram irmãos genuínos que
tinham motivos falsos ao lidar com Paulo. Eles projetavam uma
impressão, mas na verdade as intenções deles eram muito
diferentes do que eles projetavam. Eles eram “falsos” porque
fingiam estar de acordo com a doutrina de Paulo. Na verdade, eles
queriam pegar os convertidos de Paulo e levá-los de volta ao
legalismo. A ênfase de Paulo não está no fato de eles não serem
salvos, mas sim de serem “falsos” com ele.
Observe a frase “se entremeteram” porque ela descreve como os
cristãos falsos se comportam. Ela vem da palavra grega pareisago.
Esta palavra é composta de três palavras, para, eis e ago.
A palavra para significa ao lado. Ela denota algo que está muito
próximo, como um parasita. A segunda parte da palavra — a
palavra eis — significa para dentro e transmite a ideia de
penetração. Finalmente, a terceira parte desta palavra composta é a
palavra ago. Ela significa simplesmente eu conduzo.
Quando todas elas se juntam, a palavra pareisago
(“entremeteram”) transmite a ideia de tirar alguma coisa
secretamente de forma clandestina. Literalmente, esta é uma
imagem de alguém que está conduzindo (ago) alguma coisa para
dentro (eis) da Igreja ao lado deles (para). É a ideia de atividade
clandestina.
A primeira parte dessa palavra composta — a palavra para —
indica que os motivos falsos desses falsos irmãos são guardados
tão secretamente que eles os fazem penetrar sorrateiramente no
meio da Igreja sem serem detectados. Com seus próprios interesses
em mente, eles são capazes de abrir caminho sorrateiramente por
dentro da liderança da Igreja. A partir do momento em que ganham
posição dentro de um grupo em particular, eles começam a sua obra
destrutiva no interior da Igreja.
Sabemos que Paulo era constantemente interpelado pelos
judaizantes, que iam espionar a luz dele em Jesus Cristo. Também
se sabe que tanto o governo quanto os líderes religiosos da época
treinavam e disfarçavam agentes para invadir a Igreja. Usando
táticas semelhantes às da KGB russa, esses agentes eram tão bem
camuflados que eles pareciam cristãos, falavam como cristãos, e
muitas vezes eram considerados como verdadeiros irmãos. Mas
eles eram impostores enviados para descobrir a localização das
reuniões da igreja. Eles informavam as autoridades a localização;
então na próxima vez que a igreja se reunia, a polícia prendia todos
os que estavam reunidos.
Quem quer que fossem esses “falsos irmãos”, Paulo disse que
eles eram perigosos para ele. Eles criaram uma situação que era
extremamente perigosa e altamente volátil.
Você pode imaginar o quanto esta situação poderia ter deixado
Paulo paranoico, sabendo que havia impostores tentando
constantemente ferir a ele e as pessoas a quem ele amava. Isso
poderia ter levado Paulo a um padrão de medo e desconfiança.
Mas, em vez disso, ele confiou no Espírito Santo para lhe dar
discernimento claro a fim de que ele pudesse reconhecer quem era
verdadeiro e quem não era. No exemplo em Gálatas 2:4, Paulo foi
capaz de reconhecer seus motivos falsos e não deu a eles sequer
uma hora do seu tempo.
Vivendo nesse tipo de circunstâncias estressantes, Paulo tinha
uma escolha. Ele poderia recuar para a insegurança ou tomar posse
da ajuda do Espírito para seguir em frente.
Paulo escolheu a última opção. Ele se recusou a deixar que esses
“falsos irmãos” se tornassem uma pedra de tropeço em sua vida e
em seu ministério. Ele não parou de fazer novos relacionamentos só
porque algumas pessoas poderiam ser “falsos irmãos”. Em vez
disso, ele confiou no Espírito Santo para ajudá-lo a fazer as
escolhas certas. Esse obstáculo não o impediu de continuar
trabalhando com as pessoas, nem o impediu de estabelecer a Igreja
em várias localidades.
E T
Para garantir que compreendamos o quão longe Paulo estava
disposto a ir no que se referia ao trabalho árduo, ele continua
dizendo “em trabalhos”. A palavra “trabalhos” descreve o esforço
incrível, o trabalho pesado ou o empenho físico que ele dedicava
para cumprir o chamado de Deus sobre sua vida.
A palavra grega é mochtos. Essa palavra tem a ver com a ideia de
esforço. Mas não é um esforço físico com dores resultantes de
enfermidade. A palavra mochtos é a imagem de uma pessoa que
trabalhou com tanto afinco que está prestes a desabar. Ela está
esgotada pelo trabalho físico.
Poderíamos dizer que essa pessoa está fisicamente esgotada; ela
trabalhou em excesso. O seu trabalho exigia um nível de
comprometimento físico que estava além do que é considerado
normal. Mas para concluir o trabalho, ele continuava avançando,
prosseguindo e pressionando a si mesmo cada vez mais. Gostando
ou não, aquele não era um tempo para descansar. Era um tempo
para trabalhar.
Agora Paulo usa essa palavra para ampliar ainda mais a maneira
como ele trabalha no seu ministério. Como você pode ver, o
ministério não era um emprego onde Paulo trabalhava das oito da
manhã às cinco da tarde, de segunda a sexta. Em vez disso, toda a
vida de Paulo era consumida e comprometida em cumprir o que
Deus o chamara para fazer. Essa era a motivação da sua vida e o
propósito da sua existência.
A versão King James em inglês chama esse tipo de trabalho
árduo de “dores”, mas essa não é a melhor tradução. A única coisa
“dolorosa” com relação ao ímpeto que consumia Paulo em obedecer
a Deus era a dor que ele causava à carne, que sempre quer adotar
um curso de ação mais fácil e mais preguiçoso.
Uma tradução melhor para mochtos seria trabalhar a ponto da
exaustão ou trabalhar até estar fisicamente esgotado nas suas
forças. Trata-se da imagem de um indivíduo que está extremamente
cansado e esgotado e que sente que suas forças físicas
praticamente se consumiram.
Mas Paulo não está reclamando! Ele está se alegrando porque na
sua fraqueza, o poder de Deus lhe permitiu ir além da capacidade
normal da força humana.
Porque Paulo tinha um
Porque Paulo tinha um coração voltado a
coração voltado a nunca
nunca falhar ou desistir, o poder de Deus
vinha sobre ele e o revestia de poder para
falhar ou desistir, o poder de
fazer o que outros homens e mulheres não
Deus vinha sobre ele e o
podiam fazer fisicamente.
revestia de poder para fazer
o que outros homens e mulheres não podiam fazer fisicamente. Até
o cansaço físico não era um impedimento forte o bastante para
parar esse homem de Deus.
E F
A palavra grega para “fadigas” é kopos. Ela se refere ao tipo mais
difícil de trabalho. É a mesma palavra que Paulo usa no versículo
23, quando ele disse que passou por “trabalhos mais abundantes”.
Repetindo esta palavra por duas vezes neste capítulo, Paulo está
tocando o sino bem alto, chamando nossa atenção para o fato de
que ele era uma pessoa que trabalhava com extremo ardor.
Paulo não tinha medo do
Toda a vida de Paulo era o seu chamado. Ele
trabalho duro. Não havia
não podia separar quem ele era do que ele
havia sido chamado para fazer.
relógio para colocar o cartão
de ponto, nem qualquer
manual do funcionário para especificar quantos dias de férias ele
tinha a cada ano. Toda a vida de Paulo era o seu chamado. Ele não
podia separar quem ele era do que ele havia sido chamado para
fazer. Sua identidade e propósito na vida estavam embrulhados na
missão de vida que Deus lhe dera.
E V ,M V
A palavra “vigílias” é a palavra grega agrupvia. Ela é
provavelmente uma referência às longas noites em que Paulo ficava
acordado para defender-se e a sua equipe contra bandidos e
ladrões que esperavam para atacá-los nas valas e cavernas ao
longo das estradas. A expressão “muitas vezes” é a palavra grega
pollakis, que significa com frequência ou frequentemente.
Era muito comum um grupo de viajantes se revezar em “vigília”
durante a noite. Se ninguém permanecesse acordado e alerta, os
saqueadores vinham e roubavam todos os pertences do grupo
enquanto dormiam.
Essa frase “em vigílias, muitas vezes” reforça o fato de que viajar
era extremamente perigoso naquela época, especialmente à noite.
E porque Paulo usa a palavra pollakis (“muitas vezes”) sabemos que
não era raro ele assumir a sua vez protegendo o acampamento à
noite. Isso acontecia “muitas vezes” enquanto sua equipe viajava de
um lugar para outro.
Paulo era uma pessoa que trabalhava em equipe. Como todos os
outros no grupo, ele assumia a sua vez vigiando a fogueira do
acampamento enquanto os outros dormiam. Isso pode não parecer
uma parte muito espiritual do ministério, mas era uma parte
necessária do seu trabalho se ele quisesse chegar ao seu destino
para poder pregar.
Durante o curso do ministério de Paulo, ele teve de fazer muitas
coisas que não pareciam nada espirituais ou que aparentemente
não estavam ligadas ao ministério, mas que tinham de ser feitas
para que ele pudesse ministrar. Geralmente eram obrigações
mundanas, maçantes, desconfortáveis e que consumiam tempo.
Mas, sem elas, o verdadeiro ministério espiritual poderia nunca ter
ocorrido.
Se você sabe que Deus o chamou para fazer algo especial, não
seja tão elevado e poderoso a ponto de não poder realizar uma
tarefa mundana, maçante, indesejável ou que consuma tempo ao
longo do caminho. Isso pode não ser algo que você tem prazer em
fazer. Mas se você não o fizer, poderá deixar de alcançar o
verdadeiro sonho que Deus colocou no seu coração. O fato de
Paulo sentar-se “em vigílias muitas vezes” nos diz enfaticamente
que ele estava disposto a fazer qualquer coisa necessária para
pregar a mensagem do Evangelho que Deus havia lhe confiado.
E F ES
A palavra “fome” é a palavra grega limos. A palavra “sede” é a
palavra grega dipsos. Essas palavras se referem a estar faminto por
falta de comida ou sedento por falta de bebida.
Isso significa que havia vezes em que Paulo não tinha comida
suficiente para comer. Entretanto, não há implicação de pobreza
nessa afirmação. Ao contrário, Paulo lembra os tempos de
inconveniência quando talvez o alimento não estivesse disponível.
Sem dúvida, Paulo viajava ocasionalmente através de terrenos
estéreis e inóspitos onde o alimento não era abundante. Também,
por causa das grandes distâncias entre algumas das cidades até
onde Paulo e sua equipe andavam, eles às vezes simplesmente
ficavam sem alimentos porque nem sempre era possível carregar o
suficiente para a jornada.
Mas a falta de comida e bebida não afetava o desejo de Paulo de
seguir em frente até a próxima cidade. Isso era apenas uma
inconveniência — não o suficiente para impedi-lo de seguir em
frente.
E J ,M V
A palavra “jejuns” é a palavra grega nesteia. Ela se refere a pular
ou abrir mão de refeições voluntariamente — nesse caso,
provavelmente porque não havia tempo para comer. A expressão
“muitas vezes” é pollakis, e ela significa com frequência ou
frequentemente.
O apóstolo Paulo mantinha uma rotina rígida e uma programação
ocupada. Alimentar-se obviamente não era uma alta prioridade na
sua lista de coisas a fazer. Antes de tudo, ele queria realizar os
objetivos dados por Deus para cada dia e cada cidade onde ele
trabalhava. Isso não significa que Paulo era contra alimentar-se.
Significa simplesmente que seus pensamentos e seu foco não
estavam no conforto da comida.
Sei que quando viajo para realizar reuniões de liderança e
cruzadas no território da antiga União Soviética fico tão focado no
que fui chamado para fazer que os confortos pessoais são sempre a
última preocupação. Frequentemente me esqueço de comer por
estar tão absorvido pela obra que está diante de mim. Esse é o tipo
de “jejuns muitas vezes” a que Paulo se refere nesse versículo.
Comer não estava na sua mente.
Conheci pessoalmente muitas pessoas que fizeram uma viagem
missionária e depois juraram que jamais fariam outra porque não
gostaram da comida que lhes deram para comer na viagem. Fico
perplexo quando vejo um cristão tão meticuloso com relação ao que
come, que isso lhe rouba a alegria do presente e afeta sua
obediência a Deus no futuro.
Fico perplexo quando as pessoas lamentam porque a comida não
é como a “comida lá de casa”. É claro que não é! Elas não estão em
casa! Então, depois de resmungarem por causa da comida, elas vão
a uma cruzada evangelística onde esperam exercer autoridade
espiritual para expulsar demônios. Mas como elas acham que terão
poder sobre os demônios se elas não têm sequer poder suficiente
para serem gratas por uma refeição que é colocada diante delas?
“Em jejuns muitas vezes” nos diz algo sobre as prioridades de
Paulo. Ele não fazia suas viagens para experimentar o cardápio
local. Ele ia para realizar um trabalho. Com tempo para comer ou
sem tempo para comer, ele estava determinado a ter êxito no
trabalho que precisava fazer. Nada tão insignificante quanto comida
tinha o poder para tirar esse homem da corrida.
E F EN
Esta frase poderia se referir a muitas situações na vida de Paulo.
Por exemplo, ele poderia estar se lembrando do “frio” que sentiu
quando esteve no mar depois de um de seus três naufrágios.
Paulo também poderia estar se lembrando do “frio” que sentiu
durante uma de suas muitas prisões. As prisões antigas eram
notórias por serem úmidas e frias. Os prisioneiros costumavam
contrair casos terríveis de doenças nos pulmões e morriam
prematuramente por causa dessas condições de umidade. Para
tornar a estada de um prisioneiro na prisão ainda mais miserável, o
captor muitas vezes o despia e o deixava quase nu antes de lançá-
lo na cela que era como uma caverna.
Um expositor sugere que a expressão “em frio e nudez” pode ser
a lembrança de Paulo das vezes em que os bandidos tiveram êxito
em roubá-lo e em roubar sua equipe enquanto eles viajavam de
uma cidade a outra. Não é possível afirmar definitivamente a que
Paulo estava se referindo na sua declaração sobre “frio e nudez”.
Mas seja qual for o evento que ele está recordando, é óbvio que não
foi uma experiência agradável.
Q D E ,E E
V R A !
Q
uando terminei de construir o grande prédio da nossa
igreja em Riga, na Letônia, em 1998, eu havia combatido
principados e potestades por três anos inteiros para deixar
o prédio em condições de ser ocupado. Só Deus sabe o quanto lutei
com minha fé, orei no Espírito, trabalhei contra todas as
probabilidades e dediquei minha vida totalmente para tornar esse
sonho realidade. Quando a obra foi concluída, eu estava fisicamente
cansado.
Quando a congregação se mudou e se instalou na nova igreja, dei
um suspiro de alívio. Tive a sensação de que estava “esvaziando”.
Na verdade, estava fisicamente esgotado. Mas eu sabia que se não
me protegesse, minha carne mergulharia de cabeça em uma piscina
de água morna que anularia a vitória que havíamos acabado de
conquistar!
Podia sentir minha carne tentando me conduzir a um estado de
“vamos nos recostar sem fazer nada a não ser ficar sentados e nos
congratularmos com a grandeza das nossas realizações”. Sim, algo
grande havia sido realizado. Não havia problema em celebrar e
desfrutar a vitória que havíamos conquistado. Não havia problema
se eu descansasse um pouco. Mas eu conhecia minha carne! E
sabia que ela não queria apenas celebrar. Ela queria vegetar!
Todos os dias, eu pregava para mim mesmo: Pare de se
congratular por ter um prédio novo maravilhoso. É ótimo que este
prédio tenha sido construído. Muita fé e sacrifício foram dedicados a
este projeto. Mas se parar agora, você fracassou. Agora é hora de
enchê-lo de pessoas. Seu trabalho está apenas na metade.
Tenho observado ao longo dos anos que uma ferramenta
importante usada pelo inimigo para impedir que as pessoas
conquistem grandes vitórias é fazê-las estacionar nas pequenas
vitórias. Elas estão tão orgulhosas do que já fizeram que ficam
“acampadas” em uma vitória menor e nunca sobem a montanha que
está diante delas para obter uma visão do que Deus realmente quer
que elas façam. Elas param ao pé da montanha quando o pico mais
alto ainda está diante delas.
Você não chegou lá até chegar lá, portanto, mantenha o foco!
Permaneça nos trilhos! Não seja desviado por uma pequena vitória!
Não demorou muito até que o Senhor começou a falar comigo em
alto e bom som sobre a próxima missão que queria me dar. Ele
disse: “Muito bem, Rick. Agora que você provou a si mesmo que
pode fazer esta pequena coisa, estou pronto para lhe dar algumas
missões sérias. Prepare-se, porque estou prestes a lhe dar a missão
mais estratégica e importante que já lhe dei”.
Minha carne não queria ouvir que o que tínhamos feito era uma
“pequena coisa”. Mas comparado ao que Deus tinha reservado para
mim — mudar minha família para Moscou, na Rússia, a fim de
iniciar uma nova igreja bem no coração daquela cidade estratégica
— nossa realização recente era apenas um ponto de partida.
Construir aquele prédio enorme em um país antes comunista era
apenas um ensaio destinado a revelar se eu estava pronto para os
grandes projetos ao longo do caminho. Deus estava me observando
para ver como eu me sairia. A maneira como eu executasse a última
missão determinaria se eu receberia ou não a próxima.
Minha carne queria se regozijar e se deleitar na glória do que
havíamos realizado. Eu queria saborear a novidade do nosso novo
prédio a cada instante do dia. Queria me fixar no fato de que éramos
os primeiros a fazer isso em toda uma geração. Mas era hora de
parar de ficar me dando tapinhas nas costas. O trabalho não estava
terminado. Sem dúvida havíamos vencido uma batalha importante,
mas a guerra ainda não estava ganha.
Quando o Espírito do
Precisamos nos revestir da mente de Cristo e
Senhor
nos armar para fazer o que Deus está nos chama,
dizendo — independentemente do desafio
acenando para que nos
que possa estar envolvido.
levantemos, coloquemos
toda a armadura de Deus e marchemos adiante mais uma vez rumo
à dimensão do Espírito para realizar algo novo em favor do Reino,
precisamos dizer à nossa carne preguiçosa para calar a boca.
Precisamos nos revestir da mente de Cristo e nos armar para fazer
o que Deus está dizendo — independentemente do desafio que
possa estar envolvido.
S D E ,V P
E D M C
A
gora quero mudar o direcionamento dessa mensagem por
alguns instantes e me dirigir aos resp+onsáveis pela
escolha de uma liderança para igrejas, ministérios, negócios
ou organizações. Os próximos capítulos incluirão as diretrizes para
fazer as escolhas certas. Entretanto, mesmo que você não seja um
desses líderes, não pare de ler! Você considerará esse debate muito
informativo e útil para seu processo de crescimento, principalmente
se você deseja cumprir seu papel ordenado por Deus no Seu Reino.
Muitas vezes, quando passo por aeroportos a caminho de
reuniões ao redor do mundo, paro na livraria de um aeroporto para
procurar alguma coisa interessante para ler durante o voo.
Não sei nem contar os livros que comprei e que nunca terminei de
ler. Eles pareciam interessantes, mas depois de começar a lê-los, vi
que eram muito mal escritos para manter minha atenção. Com muita
frequência, a capa era a parte mais empolgante do livro!
Um livro pode ter uma boa capa. Mas se ele não tiver um bom
conteúdo, não lhe dará nenhum prazer. Você pode gastar algum
tempo olhando para a capa, mas depois até isso não prenderá mais
a sua atenção. O design da capa não se torna nada mais que um
bom trabalho de vendas para um livro sem nenhum conteúdo.
Mas e se um livro tiver uma capa ruim, porém tiver algo valioso
para transmitir dentro de suas páginas? Esse é um problema
corrigível. Você pode dar a ele uma nova capa! Vista-o! Faça-o ter
uma aparência melhor!
Você pode mudar a capa de um livro, mas não pode mudar o livro!
Se o livro em si for ruim, a única maneira de consertá-lo é
reescrevê-lo completamente. Isso iria requerer um grande
investimento do seu tempo, sem mencionar a permissão do autor!
Reescrever um livro inteiro é difícil. Convencer um escritor de que
a sua obra é tão ruim que precisa ser reescrita é quase impossível.
Você precisa ter muita coragem para olhar no rosto de um escritor e
dizer a ele que seu livro é imperfeito e precisa ser refeito. Você corre
o risco de ofendê-lo imensamente. Na verdade, você provavelmente
lamentará até mesmo ter iniciado a conversa!
Pessoalmente, sei o quanto reescrever um livro pode ser difícil.
Quando enviei meus livros para serem traduzidos para o idioma
russo, às vezes a tradução ficava tão ruim, que os editores tinham
de refazer praticamente todas as páginas. Os editores me disseram:
“Seria muito mais fácil simplesmente jogar fora esta tradução e
começar tudo de novo. Escrever uma nova tradução é muito mais
fácil do que tentar consertar esta tradução ruim”.
Bem, uma pessoa é como um livro. Se seu conteúdo for bom —
se ela tiver caráter, base moral, algo dentro dela que seja forte o
suficiente para edificar sua vida sobre ele —, mas sua aparência
externa não for agradável aos olhos, não há problema! Ela pode
perder peso, se exercitar ou mudar a aparência. Ela pode estudar,
vestir novas roupas e aprender a caminhar com elegância e postura;
falar corretamente e parecer apresentável aos outros. Se seu
coração for reto, então sua aparência externa é apenas uma
lombada cosmética ao longo da estrada que pode ser transformada.
Mas se o coração da pessoa for mau — se a sua atitude for
irritável ou se o seu caráter interior for imperfeito — não importa o
quanto ela mime a sua carne ou a faça parecer melhor ou quanto
tempo invista na perda de peso e nos exercícios para parecer
impressionante aos outros. Ela ainda será uma líder de boa
aparência, porém inadequada.
Assim, antes de gastar tempo e energia com alguém que pode
não ser aproveitado, verifique primeiro o conteúdo nas páginas do
seu coração.
Um livro ruim pode ser reescrito, mas é um processo muito
dispendioso e que consome tempo. Do mesmo modo, uma pessoa
com um caráter imperfeito pode ser transformada, mas isso também
levará tempo. E muito provavelmente se você for a pessoa que está
tentando ajudá-la, você pagará caro na sua vida para ver essas
mudanças acontecerem. A mudança é possível, mas a parte difícil
é, em primeiro lugar, fazer essa pessoa reconhecer a gravidade das
suas falhas e depois permitir que você comece a reestruturar seu
fundamento moral.
Enquanto você tenta reescrever o que está dentro dessa pessoa,
você provavelmente encontrará oposição, resistência, orgulho e
autodefesa intensa. Como você poderá ver, ela está revidando para
se proteger. Simplesmente coloque-se no lugar dela. Você
provavelmente seria tentado a fazer e a sentir o mesmo.
Se você já encontrou uma pessoa que diz: “Sim, vejo que você
está certo. Estou errado e preciso ser corrigido, reescrito e refeito de
baixo para cima. Por favor, faça isso!”, você encontrou um tesouro
muito raro. Quando o coração de uma pessoa é aberto assim, você
pode avançar “a todo vapor”. Eis alguém que está prestes a
experimentar o poder miraculoso e transformador de Deus!
Na maioria das vezes, porém, você não encontrará esse tipo de
recepção positiva. Na verdade, se você é um pastor ou líder, um de
seus maiores desafios será convencer uma pessoa a lhe dar
permissão para refazê-la de cima a baixo. Como um líder, você
poderá ver os dons e os talentos dessa pessoa, mas também verá
defeitos que impedirão que esses dons se tornem o que eles
poderiam ser.
Com trabalho, uma pessoa assim poderia se tornar um grande
acréscimo para o Reino de Deus. Mas a questão é: ela estará
disposta a se submeter ao fogo necessário para transformá-la
interiormente?
S D E ,E J T
A V E P !
A
ntes de seguirmos em frente, precisamos regressar por um
instante e refletir sobre como Deus escolhe e não escolhe
as pessoas para fazer a Sua vontade. É imperativo
sabermos o que Deus considera mais importante, especialmente se
quisermos ser usados por Ele.
Deus tem lidado com os seres humanos há mais de seis mil anos.
Ao longo das eras, Ele usou poderosamente tanto pessoas dotadas
e talentosas quanto aquelas que possuíam poucos dons e talentos
naturais ou nenhum.
É interessante observar que a maioria dos que foram
grandemente habilidosos de acordo com a carne era tão
voluntariosa e orgulhosa que tiveram de ser drasticamente
transformados antes que esses dons e talentos pudessem ser
usados para a glória de Deus. No extremo oposto, aqueles que não
tinham dons e talentos naturais costumavam ter de ser
dramaticamente convencidos de que eram dignos de ser usados por
Ele.
Mas quer uma pessoa
Se essa pessoa está destinada a exercer um
papel significativo no plano de Deus, Ele
possua ou não dons e
primeiro a purificará e a preparará para a
obra. talentos naturais, um
princípio se mantém
verdadeiro: se essa pessoa está destinada a exercer um papel
significativo no plano de Deus, Ele primeiro a purificará e a
preparará para a obra. A Bíblia está cheia desses exemplos.
Deus faz com que aqueles que Ele escolhe passem por um
processo destinado a remover quaisquer fraquezas que mais tarde
poderiam criar defeitos nos seus ministérios ou nas suas missões de
vida. Depois que esse processo de purificação, preparação e
limpeza está concluído, Seu povo então tem a força interior e o
caráter para resistir às pressões adversas e a vontade para concluir
a obra.
Se você sabe que Deus o escolheu, não se surpreenda se você
for levado a passar pelo fogo que exporá as fraquezas no seu
caráter. Isso é a misericórdia de Deus em operação na sua vida. Se
Ele colocasse você em uma posição de poder sem primeiro remover
a escória da sua vida, esse defeito apareceria mais tarde e aleijaria
sua obra ou seu ministério. Agradeça a Deus pelas experiências
com o fogo que fazem você ver as deficiências de caráter na sua
vida para que elas possam ser tratadas e removidas!
A Bíblia também nos fala sobre aqueles que nunca foram testados
antes de serem escolhidos. Um exemplo primordial de um homem
que foi levantado antes de ser testado e provado é o rei Saul. Seu
caráter não foi testado e preparado para tal posição; o resultado foi
que seu reinado terminou em desastre. Mais tarde neste capítulo,
vamos ver exatamente o que aconteceu com ele.
A Bíblia também nos fala sobre outros a quem Deus chamou e
tentou refinar a fim de protegê-los da autodestruição. Mas porque
essas pessoas confiaram totalmente nos seus dons e talentos e se
recusaram a permitir que Deus trabalhasse no caráter delas, elas
mais tarde foram destruídas, embora os planos de Deus para elas
fossem grandes.
Como você vê, Deus pode
A maneira como reagimos ao Seu modo de
ter todas as melhores
lidar com nossa vida determina se as
intenções dele para nós serão plenamente
executadas ou não.
intenções do mundo para
nós. Mas a maneira como
reagimos ao Seu modo de lidar com nossa vida determina se as
intenções dele para nós serão plenamente executadas ou não.
Penso em Sansão, do Antigo Testamento. Ele é um exemplo
perfeito de um homem dotado e ungido que tinha uma deficiência de
caráter, mas se recusou que Deus a expurgasse dele.
Quando eu era menino, eu amava a história de Sansão. Eu até
dei ao meu cão o nome de “Sansão”. E mais tarde quando tivemos
uma gata, eu a chamei de “Dalila”.
Eu ficava quase hipnotizado enquanto ouvia minha mãe ler sobre
Sansão matando um leão com as mãos nuas, matando mil filisteus
com a queixada de um jumento e derrubando o templo dos filisteus.
Eu também me lembro de chorar quando ouvia como os filisteus
arrancaram os olhos de Sansão da sua cabeça (ver Juízes 13:16).
Era a história perfeita para um garotinho com uma imaginação fértil.
Na verdade, era a minha história favorita do Antigo Testamento.
Eu era jovem demais para entender o quanto essa história era
triste. Embora Sansão agisse como um super-homem do Antigo
Testamento, ele não foi nenhum herói. Ele foi um terrível fracasso,
pois perdeu a oportunidade de ser um verdadeiro herói do Antigo
Testamento.
Como o receptor de um
Por Sansão ter negligenciado lidar com uma
chamado especial pela graça
atitude descuidada e por desconsiderar de
maneira preguiçosa uma vida de santidade,
e misericórdia de Deus,
ele fez escolhas que levaram à perda da
missão da sua vida. Sansão tinha tudo
cooperando em seu favor.
Mas por ter negligenciado lidar com uma atitude descuidada e por
desconsiderar de maneira preguiçosa uma vida de santidade, ele
fez escolhas que levaram à perda da missão da sua vida. No fim,
Sansão jogou sua vida fora. Nunca foi o plano de Deus que aquele
jovem dotado acabasse morto debaixo dos escombros de um
templo filisteu.
Sansão não possuía interiormente o tipo de caráter que é
requerido para ser um homem de Deus. Sua essência estava
equivocada. Quando Deus tentava transformá-lo, ele se recusava a
cooperar e acabou sendo um brinquedo nas mãos dos seus
inimigos.
A história de Sansão é uma das mais tristes de toda a Bíblia. Se
ele tivesse se submetido ao fogo de Deus e se permitido ser
transformado, ele poderia ter se tornado um grande herói do Antigo
Testamento.
P D E J
P S R ?
T
enho olhado frequentemente para minha vida e me
perguntado por que Deus me escolheu para fazer esta obra
magnífica que Ele confiou às minhas mãos. Ninguém fica
mais maravilhado que eu quando olho para o ministério que Deus
me deu.
Talvez você tenha olhado para si mesmo e feito a mesma
pergunta. Creio que qualquer pessoa que é poderosamente usada
por Deus e fez uma avaliação honesta de si mesmo ocasionalmente
olha para a sua vida e pergunta: Por que eu? Essa é uma pergunta
natural para se fazer a si mesmo ou a Deus.
Mas existem razões pelas
Existem razões pelas quais Deus escolhe
certas pessoas. quais Deus escolhe certas
Sua seleção não se baseia em uma escolha
aleatória.
pessoas. Sua seleção não se
baseia em uma escolha
aleatória. A Bíblia diz em 2 Crônicas 16:9 que Deus está,
regularmente e intensamente, procurando por homens e mulheres
que Ele possa usar: “Porque, quanto ao S , seus olhos
passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles
cujo coração é totalmente dele...”.
Os olhos de Deus estão percorrendo, procurando, correndo de um
lado para o outro na terra, buscando alguém cujo coração seja
totalmente dele. O fato de Deus procurar tão intensamente deve
significar que esse tipo de candidato não se encontra em todas as
esquinas!
Em Ezequiel 22:30, Deus precisava de um intercessor para orar
por Israel. Em um dos versículos mais tristes da Bíblia, Deus
clamou: “Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se
colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu
não a destruísse; mas a ninguém achei”.
É muito difícil para mim imaginar que dentro de uma geração
inteira, Deus não encontrou ninguém que Ele pudesse usar. Talvez
houvesse muitos naquela geração que estivessem orando: “Deus,
por favor, usa-me!”. Mas Deus não é obrigado a usar todos os que
fazem essa oração.
Não sou inclinado a empregar todos os que querem um emprego
no nosso ministério. Se eles têm hábitos de trabalho negativos, e
não mostram um desejo visível pela excelência, não estou
interessado em trabalhar com eles profissionalmente. Sim, eu os
amo, mas o meu amor por eles não significa que eu tenho de
trabalhar com eles. Aqueles que ficam ao meu lado devem ter o
mesmo coração e as mesmas convicções que eu considero
importantes.
Bem, por mais que meus padrões sejam altos, os de Deus são
ainda mais altos! Essa é uma razão pela qual fico impressionado por
Deus ter me escolhido! Conheço minhas imperfeições melhor do
que ninguém. Sei o quanto estou longe de ser perfeito. Mas quando
os olhos de Deus estavam procurando de um lado para o outro na
terra por alguém cujo coração fosse reto para com Ele, Ele me viu.
Alguma coisa no meu coração e no meu caráter me qualificava para
ser usado por Deus. Esse fato é um assombro para mim.
Quando leio as biografias daqueles que foram usados por Deus
em décadas e séculos passados, quase todos eles ficaram
assombrados por Deus tê-los escolhido. Em uma biografia após a
outra, li palavras do tipo: “Um dia, quando eu encontrar Jesus face a
face, minha primeira pergunta será ‘Por que o Senhor escolheu a
MIM?’”.
Uma coisa é certa: as
Se Deus nos escolhe, Ele faz isso porque vê
pessoas não são escolhidas
algo dentro de nós que nos qualifica
para fazermos parte da Sua equipe.
por acaso. Ninguém
escreveu nomes em um
papel, os jogou dentro de um grande saco, sacudiu e tirou um nome
aleatoriamente. Se Deus nos escolhe, Ele faz isso porque vê algo
dentro de nós que nos qualifica para fazermos parte da Sua equipe.
Nenhuma história ilustra melhor o que Deus procura nas pessoas
que Ele quer usar que a história do rei Davi. Davi era jovem demais
para ser rei segundo os padrões do mundo. Então por que Deus
ignorou os candidatos mais velhos e se voltou para aquele menino?
O que havia dentro do caráter de Davi que fez com que Deus o
escolhesse para ser rei?
Davi era o mais moço e menos experiente de todos os irmãos de
sua casa, mas Deus ignorou os outros. Quando Samuel ficou diante
de Davi, “... disse o S : ‘Levanta-te e unge-o, pois este é ele’.
Tomou Samuel o chifre do azeite e o ungiu no meio de seus irmãos;
e, daquele dia em diante, o Espírito do S se apossou de
Davi...” (1 Samuel 16:12-13).
Creio que uma resposta parcial para porque Deus escolheu Davi
pode ser encontrada em 1 Samuel 16:18. Esse versículo nos diz
várias coisas importantes sobre Davi. Ele revela as qualidades de
seu caráter que o separavam dos outros e chamaram a atenção de
Deus: “Então, respondeu um dos moços e disse: ‘Conheço um filho
de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é forte e valente, homem de
guerra, sisudo em palavras e de boa aparência; e o S é com
ele’”.
Para entender por que Deus escolheu Davi, vamos dar uma
olhada mais de perto em 1 Samuel 16:18. Esse versículo nos diz o
tipo de caráter que Davi possuía mesmo quando criança e porque
Deus sabia que podia confiar a esse menino uma poderosa missão.
A primeira pista no versículo nos diz que Davi “sabia tocar”. Que
tipo de percepção isso nos dá quanto ao coração e ao caráter de
Davi?
E T P D
E C S
N ?
S
e você se vê como alguém fraco, débil ou inábil, e essa é a
sua desculpa para Deus não poder usá-lo, é melhor
começar a procurar outra razão! Deus tem chamado
pessoas fracas e incapacitadas desde o princípio dos tempos.
Poucos daqueles a quem Deus chamou foram a “elite” segundo a
carne. Vez após vez, Deus escolheu pessoas que eram mal vistas
aos olhos do mundo quando Ele precisou de um candidato ou de um
grupo de pessoas para fazer um trabalho (ver 1 Coríntios 1:27).
Lembre-se, a preocupação primordial do Senhor é o coração.
Deus sempre usou
Deus sempre usou pessoas comuns para
edificar Seu Reino. pessoas comuns para
edificar Seu Reino. Ele não
escolhe prioritariamente astros de cinema ou a realeza e a nobreza
do mundo para cumprir Seus planos e propósitos nesta terra. Os
critérios de Deus são diferentes dos critérios do mundo. Como diz
Isaías 55:8: “‘Porque os meus pensamentos não são os vossos
pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos’, diz o
S ”.
Quando Deus escolheu Samuel para liderar a nação, ele era
apenas um garotinho. Quando Deus procurou alguém para matar
um gigante, Ele escolheu um menino pastor chamado Davi. Quando
chegou a plenitude dos tempos e era hora de enviar Seu Filho à
Terra, Deus escolheu uma jovem chamada Maria para dar à luz o
Salvador do mundo.
Quando chegou a hora de Jesus escolher discípulos, Ele não foi
aos institutos ou seminários teológicos da época. Em vez disso,
escolheu discípulos que sabiam mais sobre pesca e coleta de
impostos do que sobre as Escrituras. E quando Deus procurou
alguém que Ele pudesse usar para escrever a maior parte do Novo
Testamento, escolheu o apóstolo Paulo, que um dia havia sido um
dos assassinos de cristãos mais cruéis de todos os tempos!
Deus sempre aparecia nos lugares onde não era esperado. Pense
sobre o local onde Jesus nasceu — em um humilde estábulo para
pastores. Aquele certamente não era o lugar que ninguém teria
esperado que o Rei dos reis nascesse. Não teria sido melhor para o
Rei dos reis nascer em um salão coberto de ouro com trombetas
tocando para anunciar Seu nascimento?
Assim, se você algum dia pensou que não era bom o suficiente
para Deus usá-lo, é hora de você renovar seu modo de pensar!
Deus está procurando por pessoas que ninguém mais quer ou
considera valiosas. Quando grandes vitórias são conseguidas
através de pessoas comuns, não há dúvida de quem deve receber a
glória! Como diz 1 Coríntios 1:29: “... a fim de que ninguém se
vanglorie na presença de Deus”.
Não desconsidere a possibilidade de Deus estar apontando para
você hoje. São exatamente as coisas que você acha que deveriam
desqualificá-lo que podem ser aquelas que fazem de você a
primeira opção na mente de Deus.
Pense nisto. Você teria escolhido Samuel, Davi, Maria, Pedro ou
Paulo? No entanto eles foram exatamente o tipo de pessoas que
Deus escolheu para usar de maneiras poderosas. Eles podem ter
sido imperfeitos, mas tinham corações que os qualificavam para
serem usados por Deus.
O Antigo e o Novo
Se uma pessoa tem o coração certo com
Testamento estão cheios de
relação a Deus, ela está qualificada para ser
usada por Deus.
ilustrações de pessoas que
Deus quis, mas que o mundo
rejeitou. Como vimos nos capítulos anteriores, a escolha de Deus
não se baseia na beleza ou na feiura, no talento ou na falta de
talento, na educação ou na falta de educação, em um diploma ou na
falta de um diploma. Se uma pessoa tem o coração certo com
relação a Deus, ela está qualificada para ser usada por Deus.
Nenhuma passagem da Bíblia ensina este princípio mais
claramente do que 1 Coríntios 1:26-28:
Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram
chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos
poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário,
Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar
os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para
envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes
do mundo, e as desprezadas...
Para compreender realmente o pleno impacto do que Paulo está
dizendo, vamos cavar um pouco mais fundo nessas palavras.
Verifique para ver se você se encaixa em algumas das categorias
que Paulo enumera nessa passagem da Palavra de Deus.
V N P P D
João 1:12 diz: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no
seu nome”. Esse versículo revela que você recebeu poder divino no
dia em que se tornou um filho de Deus. A palavra “poder” é a
palavra grega dunamis. Ela descreve um poder que é explosivo,
dinâmico e cheio de uma capacidade fenomenal. Esse é o tipo de
poder que veio morar dentro de você no dia em que você recebeu
Jesus Cristo como seu Salvador!
Em vez de reclamar dizendo que é fraco e que não é nada de
especial, é hora de começar a reivindicar o que está armazenado
dentro de você!
Você está cheio de uma capacidade explosiva, dinâmica e
fenomenal. Você é um verdadeiro dínamo!
V ÉU C C N
2 Coríntios 5:17 diz: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova
criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”.
Esse versículo diz que você é uma criatura completamente nova
se você está em Cristo Jesus. A palavra “nova” descreve alguma
coisa que é nova em folha. Não estamos falando de alguma coisa
ruim que foi reformada e transformada em algo melhor. Estamos
falando de uma coisa que é nova em folha, inteiramente nova!
A palavra “criatura” é a palavra grega ktisis. É a mesma palavra
usada para descrever a criação do mundo. Quando Deus criou o
universo, ele não usou nenhum material existente ou peças de
segunda mão para criá-lo. Tudo na criação foi feito de forma nova.
Agora essa mesma palavra é usada para descrever o que
aconteceu com você no dia em que você foi salvo. Tudo em você é
novo! Você não é uma versão corrigida, consertada, melhorada do
que era anteriormente. Você é uma criatura absolutamente nova em
folha! Você é completamente desligado da pessoa que você era.
O Salmo 103:12 fala sobre a enorme distância de seus antigos
caminhos que foram removidos de você: “Quanto dista o Oriente do
Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões”. Quando
Jesus Cristo entrou na sua vida, Ele criou você para ser livre do
passado, livre dos efeitos negativos da sua família e liberto de todos
os antigos problemas — resumindo, uma criatura inteiramente nova!
Portanto, pare de reivindicar os problemas genéticos da sua
família, as doenças herdadas, o comportamento disfuncional, os
distúrbios, os problemas, as maldições ou qualquer outra coisa
negativa que tenha feito parte da sua vida antes de Cristo. Aquela
velha pessoa não existe mais. Ela está morta. Você é inteiramente
novo.
V ÉC E D
Efésios 2:10 diz: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo
Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para
que andássemos nelas”.
A primeira parte desse versículo diz que somos “feitura” de Deus.
Essa palavra vem da palavra grega poiema. Ela transmite a ideia de
alguma coisa que é criada com arte. A palavra grega para poeta,
poietes, vem dessa mesma palavra. Com referência a um poeta, ela
denotaria alguém que possui a capacidade extraordinária de
escrever ou de criar uma obra-prima literária.
A palavra poiema diz que quando você se tornou um filho de
Deus, Ele utilizou o Seu esforço mais poderoso e criativo para fazer
de você uma nova criatura. Essa palavra declara enfaticamente que
quando Deus terminou de torná-lo novo, você se tornou uma obra-
prima, criada em Cristo Jesus habilidosamente e com arte. Não há
nada de barato em você! O gênio criativo, artístico e inteligente de
Deus entrou na sua composição.
É hora de parar de resmungar sobre o quanto você se “sente”
tolo, estúpido, feio ou sem talento em comparação com os outros.
Esses “sentimentos” são todos mentirosos. Alguns deles podem ter
sido verdadeiros antes de você nascer de novo, mas nenhum deles
é verdadeiro agora que você está em Cristo.
Deus o transformou em algo espetacular. Esse é quem você é
agora! Portanto, reivindique sua nova identidade. Ajuste seu modo
de pensar e de falar para refletir quem você realmente é!
V T T M R D D
V
2 Coríntios 4:7 diz: “Temos, porém, este tesouro em vasos de
barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”.
Paulo chama a presença do Espírito Santo que habita em nós de
um “tesouro”. A palavra “tesouro” vem da palavra grega thesaurus, e
se refere a um rico tesouro. Essa palavra foi usada para retratar
uma grande fortuna, o acúmulo de uma tremenda riqueza, ou
valores preciosos e inestimáveis além da imaginação.
Em todas as bibliotecas, você pode encontrar um dicionário
Thesaurus. Estou certo de que você já ouviu falar dele. Você
provavelmente até aprendeu a usar um dicionário Thesaurus
quando estava na escola. Um Thesaurus oferece um tesouro, uma
fortuna ou uma riqueza interminável de sinônimos. Essa é
exatamente a mesma utilização da palavra grega thesaurus que
Paulo usa para descrever o Espírito que habita dentro de nós.
O ponto de Paulo é que
O Espírito Santo é um recurso infinito de
Deus colocou Seu mais rico
poder, de dons valiosos, de talentos e de
força suficiente a fim de nos equipar para
tesouro dentro de nós ao
qualquer coisa que Deus possa nos chamar
para fazer. enviar o Espírito Santo para
morar em nosso coração. O
que o Espírito Santo traz quando Ele vem morar dentro de nós é
fantástico. Não existem adjetivos suficientes para descrever o
quanto esse depósito é maravilhoso e rico. O Espírito Santo é um
recurso infinito de poder, de dons valiosos, de talentos e de força
suficiente a fim de nos equipar para qualquer coisa que Deus possa
nos chamar para fazer.
O senso de assombro de Paulo é evidente quando ele escreve
sobre esse tesouro fenomenal dentro de nós: “Temos, porém, este
tesouro em vasos de barro...” (2 Coríntios 4:7). A expressão “vasos
de barro” vem da palavra grega ostrakinos. A palavra ostrakinos se
refere a uma cerâmica feita da mais baixa e inferior qualidade de
barro. Por essa cerâmica ser feita com materiais de baixa qualidade,
ela se quebrava facilmente.
Lembre-se, Paulo estava escrevendo aos coríntios. A cidade de
Corinto era famosa mundialmente pela sua produção de cerâmica. A
cerâmica de Corinto era lindamente coberta por pinturas decorativas
feitas a mão. Esse tratamento estético a tornava atraente aos olhos,
mas, por baixo daquela bela pintura, ainda havia um vaso feito de
forma precária. Ele era barato para se comprar, facilmente
quebrável, e podia ser substituído por baixo preço.
Uma pessoa jamais colocaria um tesouro realmente valioso
dentro desse tipo de cerâmica para ser guardado em segurança. Em
vez disso, guardas treinados vigiavam catacumbas semelhantes a
fortalezas — salas que eram construídas especialmente para
proteger tesouros inestimáveis de ladrões e intrusos.
Visitei essas salas de tesouros em castelos e fortalezas em toda a
Europa e na Rússia. Nunca deixei de me impressionar com as salas
dos tesouros em si. Essas salas eram magnificamente construídas
para conter os tesouros. Fortificadas com grossas paredes de pedra
e portas feitas de ferro, as salas do tesouro estavam tão
profundamente localizadas no interior de uma fortaleza que era
quase impossível penetrar nelas.
Do mesmo modo, os tesouros do Egito eram escondidos em
adornados corredores secretos. Os interiores desses corredores
eram decorados com ouro, e os muros eram incrustados de pedras
preciosas e semipreciosas. Toda essa decoração fantástica era
apenas para a catacumba que continha a riqueza, que era
escondida nas partes mais profundas da câmara. Era um costume
egípcio armazenar grandes tesouros em esconderijos fabulosos.
Mas quando Deus procurou um lugar para guardar o Seu Tesouro
— o Espírito Santo — Ele não procurou uma catacumba ou uma
câmara secreta feita de ouro, prata ou pedras preciosas. Em vez
disso, Ele colocou o Seu Espírito em vasos frágeis e de vida curta,
feitos de carne humana. Ele escolheu você e eu! Nós somos a
cerâmica que Deus escolheu para guardar o Seu Espírito neste
mundo. Nós somos as câmaras para o tesouro do Espírito Santo!
O corpo humano é uma maravilha criada por Deus que exige
nosso máximo respeito. A humanidade não tem a capacidade de
reproduzir essa criação fantástica. Entretanto, nunca devemos nos
esquecer de que, por mais magnífico que o corpo humano seja, ele
foi criado do pó. Ele volta ao pó da terra outra vez quando o espírito
do homem parte e o corpo morre.
Do pó fomos tirados, e ao pó retornaremos. Assim, ao lermos o
que Paulo escreveu sobre o Espírito Santo habitando dentro de nós,
podemos sentir seu assombro por Deus ter colocado um tesouro tão
precioso dentro de vasos de vida tão curta, feitos de pó.
Quando o Espírito Santo libera Sua unção e Seu poder através de
nós, nossa carne humana fica energizada. As tarefas difíceis se
tornam fáceis. Em momentos como esse, nós nos sentimos quase
como Hércules enquanto o poder de Deus flui através de nós e
perdemos temporariamente o contato com as limitações da nossa
humanidade.
Por exemplo, quando o Espírito de Deus veio sobre Elias no
Antigo Testamento, ele foi capaz de correr mais que os carros do rei.
E pense no que aconteceu quando o Espírito Santo veio sobre
Sansão. Ele foi capaz de matar milhares de filisteus com a queixada
de um jumento. Ele até derrubou um templo pagão inteiro feito de
pedras pesadas!
O Espírito Santo libera uma unção especial sobre ocasiões
especiais que nos elevam acima do nível das nossas limitações
normais. Entretanto, essas manifestações espetaculares do poder
de Deus não acontecem o tempo todo. Embora o Espírito habite
dentro de nós permanentemente, o fluir do Seu poder sobrenatural
através de nós para realizar feitos incríveis não é permanente.
Todas as vezes que Deus manifesta sobrenaturalmente Seu poder
através de nós, temos de voltar a descer para um nível mais
“normal”, no qual aprendemos a andar com Deus pela fé e em amor,
assim como as outras pessoas.
Talvez um dia no futuro, a Igreja passe a uma dimensão de poder
sobrenatural manifesto continuamente. Mas, até agora, ninguém
andou nesse nível de poder sobrenatural ininterrupto a não ser o
próprio Jesus Cristo.
Enquanto esse poder está
Embora o incrível poder de Deus habite
fluindo, você pode se sentir
dentro do seu espírito, você ainda precisa de
outros para levar essa visão a se cumprir.
incrível, capaz de fazer tudo
que é necessário em
determinada situação. Mas espere um pouquinho mais, e os
sentimentos da sua humanidade voltarão a dominá-lo. Logo você
começará a chamar uma equipe para auxiliá-lo no cumprimento da
tarefa que Deus lhe designou! Embora o incrível poder de Deus
habite dentro do seu espírito, você ainda precisa de outros para
levar essa visão a se cumprir.
V E S G P E
D
Efésios 1:13 diz: “... em quem também vós, depois que ouvistes a
palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele
também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa”.
Observe que esse versículo diz que você foi selado “com o Santo
Espírito da promessa”. A palavra “selados” é a palavra grega
sphragidzo. Isso é extremamente importante.
Os selos eram usados nos tempos do Novo Testamento para
garantir que o conteúdo de um pacote estava completo e não
imperfeito. Esse selo só era colocado em um pacote se o produto
tivesse sido completamente examinado e inspecionado para garantir
que ele estava totalmente intacto e completo. Se ele estivesse
quebrado, defeituoso ou incompleto, o responsável não colocava
seu selo nele. O selo era a prova de que o produto estava
impecável.
Esses selos também eram colocados nos embrulhos antes de
serem enviados ao seu destino. Os embrulhos que levassem esses
“selos” geralmente eram enviados por pessoas extremamente ricas.
Esses selos, que tinham a insígnia de uma pessoa especialmente
rica ou famosa, significavam que aquele pacote devia ser tratado
com o máximo cuidado.
Para selar esse pacote, o remetente derramava cera quente na
aba do envelope ou no barbante que amarrava a caixa. Depois, ele
pressionava sua insígnia na cera, deixando uma marca visível e
distinta. Essa insígnia alertava a todos que o pacote era propriedade
de uma pessoa rica ou poderosa. Assim, o “selo” garantia que o
pacote chegaria ao seu destino.
Bem, a Bíblia diz que você foi “selado” com o Espírito Santo da
promessa. Isso significa que não há nada incompleto ou defeituoso
em você. Quando Deus tornou você novo, a última coisa que Ele fez
foi verificar você, examinando-o e inspecionando-o completamente
antes de colocar Seu selo de aprovação definitivo no seu coração.
Se você é salvo, você foi selado com o Espírito Santo. Isso
significa que seu conteúdo foi aprovado por Deus!
Portanto, pare de tratar a si mesmo como se você fosse
inadequado ou defeituoso. Você não é defeituoso! Você foi
aprovado, endossado, reconhecido, confirmado, santificado, e
carimbado pelo Espírito de Deus. Você tem o selo da aprovação de
Deus, portanto comece a agir como se você fosse especial. Deus o
considera muito especial!
O “selo do Espírito Santo”
Deus colocou Sua garantia em você para se
também é a garantia de que
certificar de que você seja entregue no
destino que Ele ordenou para a sua vida.
você vai chegar ao seu
destino. Portanto, quando o
diabo falar à sua mente ou sua carne gritar que você não vai
conseguir, repreenda essas mentiras e aponte para o selo que Deus
colocou sobre sua vida.
Deus foi Aquele que inspecionou e embrulhou você. Ele também
colocou Sua garantia em você para se certificar de que você seja
entregue no destino que Ele ordenou para a sua vida. Isso significa
que você nunca deveria reclamar dizendo que não vai conseguir. É
claro que você vai conseguir. Deus garantirá isso!
Quando demônios e anjos veem o selo de Deus sobre sua vida,
eles sabem que não devem brincar com esse pacote. Você é um
pacote especial, para ser tratado com cuidado especial. Anjos
cuidam de você e protegem sua passagem segura de um lugar ao
outro. As forças malignas podem tentar retardar o tempo da sua
chegada, mas o selo de Deus no seu coração garante que você
chegará lá.
V T AA D P D -
Efésios 6:12-18 descreve a armadura espiritual que Deus deu
para que você possa guerrear com êxito contra o diabo e seus
demônios. Efésios 6:11 diz: “Revesti-vos de toda a armadura de
Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo”.
A expressão “toda a armadura” foi extraída da palavra grega
panoplia, e se refere a um soldado romano que está totalmente
vestido com sua armadura da cabeça aos pés. Considerando que
esse é o exemplo que o apóstolo Paulo coloca diante de nós,
precisamos considerar a vestimenta completa, ou panoplia, do
soldado romano (para uma discussão mais detalhada, veja meu livro
Armado para a Guerra).
O soldado romano dos tempos do Novo Testamento usava uma
armadura que era tanto ofensiva quanto defensiva. Quando um
soldado romano estava vestido com esse equipamento que cobria o
corpo inteiro, ele se tornava literalmente uma arma que estava
vestida para matar. Era praticamente impossível resistir a um
soldado vestido com essas roupas.
A Bíblia promete uma armadura espiritual a todo cristão que
permanece no seu relacionamento com Jesus Cristo. Enquanto
esse cristão continuar a recorrer ao Espírito de Deus, ele será
sobrenaturalmente revestido de poder do Alto e sobrenaturalmente
equipado com as “armas da justiça, à direita e à esquerda” (2
Coríntios 6:7, ACF).
Satanás é incapaz de se opor com êxito a qualquer cristão
revestido com esse equipamento celestial. Os cristãos que usam
esses armamentos celestiais estão equipados para resistir às forças
do inferno. Vestidos com a armadura de Deus, eles podem expulsar
demônios do caminho e avançar rumo ao território que Deus
prometeu lhes dar.
V T J C S I P
Hebreus 4:14 diz: “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como
grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes
a nossa confissão”.
De acordo com esse
Nunca há um instante em que o próprio
versículo, Jesus vive para
Jesus não esteja intercedendo pela sua
vitória e seu sucesso.
sempre para interceder a seu
favor. Isso significa que
nunca há um instante em que o próprio Jesus não esteja
intercedendo pela sua vitória e seu sucesso. O diabo pode tentar lhe
dizer que você está sozinho na sua caminhada de fé; ele pode
tentar você a acreditar que ninguém está a par das dificuldades que
você está enfrentando enquanto persegue o chamado de Deus para
sua vida. Mas isso não é verdade. Jesus está a par de tudo que
você enfrenta, e Ele está intercedendo por você agora mesmo.
Ninguém mais do que o próprio Jesus quer que você tenha êxito.
Ele conhece os desafios que você enfrentará enquanto persegue o
que Ele colocou no seu coração. Ele sabe que o diabo vai tentar
abortar seu sonho. Ele sabe que você enfrentará momentos em que
estará fisicamente cansado e mentalmente esgotado. Jesus entende
cada emoção em particular e cada tentação que você enfrentará.
Lembre-se, Ele também enfrentou a tentação durante a própria
caminhada de fé.
Hebreus 4:15-16 diz:
Porque não temos sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado
em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.
Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da
graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça
para socorro em ocasião oportuna.
Como nosso Sumo Sacerdote, Jesus entende tudo o que você e
eu enfrentaremos. Ele pode ser tocado pelos sentimentos das
nossas enfermidades. Como um pai tem piedade dos seus filhos,
assim o Senhor tem piedade de nós (ver Salmos 103:13). Ele
conhece nossa estrutura e sabe que somos feitos de pó (ver Salmos
103:14).
Por estar ciente dessas enfermidades e limitações, Jesus assumiu
o papel de nosso Intercessor. Como nosso Advogado, Conselheiro
ou Defensor pessoal, Ele defende nossa causa diante do Pai e
reivindica nossos direitos legais.
Você nunca precisa achar que está sozinho na sua jornada de fé.
Jesus está bem ali ao seu lado, orando e intercedendo em seu
favor, a favor do seu chamado e das necessidades que você possa
estar enfrentando agora mesmo.
V T D S L
Romanos 8:31, 35 diz: “Que diremos, pois, à vista destas coisas?
Se Deus é por nós, quem será contra nós?... Quem nos separará do
amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou
fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?”.
Deus está do seu lado! Ele
Deus é Aquele que chamou você, e Ele é
é Aquele que chamou você,
Aquele que o capacitará a cumprir a missão
da sua vida.
e Ele é Aquele que o
capacitará a cumprir a
missão da sua vida. Tenha sempre isto em mente:
independentemente dos obstáculos e da oposição que vierem
contra você, nada — inclusive a tribulação, a angústia, a
perseguição, a fome, a nudez, o perigo ou a espada — pode
separar você do amor de Cristo e do Seu desejo de fazer de você
um vencedor na vida!
Romanos 8:37 diz: “Em todas estas coisas, porém, somos mais
que vencedores, por meio daquele que nos amou”. Não importa o
quanto o inimigo tente mentir ou lhe dizer o quanto você é indigno
de ser usado por Deus, você está destinado a vencer a batalha e a
atingir os objetivos que Deus lhe deu!
Romanos 8:38-39 diz:
Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida,
nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do
presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a
profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos
do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
O apóstolo Paulo enfrentou a morte, os ataques dos principados e
potestades, e muitas outras formas de oposição que teriam
incapacitado um homem normal. Mas porque Paulo havia aprendido
o segredo de depender do poder do Espírito Santo, nenhuma
dessas coisas o afetou permanentemente ou impediu que ele
realizasse o que Deus colocara em seu coração para fazer.
Assim, ao iniciar a busca para cumprir o chamado de Deus para
sua vida, nunca se esqueça de que Deus é seu Parceiro e que Ele
está do seu lado. Permita que esse conhecimento o encoraje a
nunca desistir. Você não quer acabar na mesma categoria do servo
mau, desleixado e inútil da parábola dos talentos (Mateus 25:26-30)!
Aguente firme! Segure as pontas! Mantenha o foco na linha de
chegada! Não permita que o diabo ou a sua carne convençam você
a deixar de fazer a vontade de Deus. Tudo depende da sua
obediência!
E E D , C
P T S T
A D P U -
J
á falamos sobre os muitos desafios que o apóstolo Paulo
enfrentou enquanto cumpria seu chamado divino no
ministério. Mas em 1 Tessalonicenses 2:4, Paulo nos diz que
antes de Deus usá-lo no ministério público, Deus primeiro o fez
passar pelo fogo do teste para purificar seu caráter de impurezas
que mais tarde teriam enfraquecido seu ministério. Esse período de
teste era essencial se Paulo quisesse ter um ministério forte e
duradouro.
Veja que Paulo era poderosamente abençoado com dons e
talentos. A liderança e o gênio estavam nos seus genes. Isso era
evidente quando Paulo (que na época se chamava Saulo) ainda era
um homem relativamente jovem e surgiu como um dos principais
líderes de Israel. Suas habilidades dadas por Deus eram
reconhecidas e estavam atuantes muito antes que Paulo entregasse
sua vida a Cristo.
Depois que Paulo nasceu de novo, Deus usou suas habilidades
extraordinárias para promover o Evangelho, estabelecer a Igreja e
escrever mais da metade dos livros do Novo Testamento. Mas antes
que Deus pudesse usar esses dons e talentos, o caráter de Paulo
teve de ser transformado pelo Espírito de Deus. A partir do
momento que o Espírito Santo havia abrandado o caráter de Paulo,
dons e unção ainda maiores começaram a operar em sua vida.
Quando falo sobre a necessidade de o caráter de uma pessoa ser
transformado, não estou desconsiderando os efeitos poderosos do
novo nascimento. Quando a natureza de Deus entra no espírito
humano no momento da salvação, traz tamanha força do poder de
ressurreição que a morte espiritual é obrigada a sair e é substituída
pela vida de Deus. O efeito do novo nascimento na vida de uma
pessoa vai além da sua capacidade de descrever com palavras.
Mas é o espírito humano que é renascido no instante da salvação,
e não o corpo, a mente ou a emoções. A mente, a alma e o corpo
precisam ser subjugados a essa nova vida interior caso devam
refletir as transformações que ocorreram internamente.
Se uma pessoa não faz nada para sujeitar o corpo, a mente e as
emoções ao espírito recriado, esses aspectos do seu ser
permanecerão como estão, embora seu homem interior tenha sido
transformado. Somente quando ela submete o corpo, a mente e as
emoções à autoridade do Espírito Santo e da Palavra de Deus é que
ela experimentará transformação na dimensão física e da alma. É
assim que funciona com todos os que fazem de Jesus o Senhor da
sua vida.
Desfazer o modo errado de pensar leva tempo — em geral muito
tempo. Transformar a composição emocional de uma pessoa não é
tarefa simples, ao contrário, requer uma reforma geral e uma grande
obra do Espírito Santo. Paulo viveu como um homem não salvo por
muitos anos. Embora agora ele tivesse nascido de novo pelo
Espírito de Deus, precisava de tempo para renovar e treinar
novamente sua alma a fim de que seu modo de pensar estivesse
alinhado com a Palavra de Deus, assim como você e eu
precisamos.
UM TESTE DE CARÁTER
Paulo continua dizendo: “pelo contrário, visto que fomos
aprovados por Deus, a ponto de nos confiar Ele o evangelho...” (1
Tessalonicenses 2:4, grifo nosso).
A expressão “de nos confiar” foi emprestada do mundo secular.
Paulo sabia exatamente o que estava fazendo quando usou essa
expressão. Ela transmitia uma verdade que havia ocorrido na sua
vida e um princípio que Deus requer de todos os futuros líderes.
Antes que um homem pudesse concorrer a um cargo público
durante os dias de Paulo, ele primeiro tinha de passar por uma série
de testes de caráter para ver se ele estava “apto” a ser um
candidato. Esses testes tinham o objetivo de revelar quem tinha
caráter suficiente para cumprir os deveres do ofício público se eleito.
Se o candidato em potencial falhasse nesse teste, não poderia
sequer entrar nas eleições.
Para descobrir que tipo de caráter uma pessoas possuía, o
governo o colocava deliberadamente em situações
comprometedoras para ver o que ele faria. Se tivesse a
oportunidade, ele mentiria? Ele roubaria? Ele seria infiel ao seu
país? Ele manteria uma posição moral, ou poderia ser pervertido
pelo poder?
Qualquer um que falhasse nesses testes não tinha permissão
sequer para colocar o nome na cédula. O caráter era tudo. Se o
caráter de Paulo fosse fraco demais, ele não tinha direito de
ingressar em uma posição eleita publicamente, onde poderia vir a
ser presa daqueles que tentassem comprá-lo ou manipulá-lo.
Ora, Paulo está usando essa palavra para descrever a própria
experiência! Tudo isso está englobado pela expressão “de nos
confiar”. As palavras de Paulo poderiam ser parafraseadas da
seguinte forma:
Antes de eu entrar para o ministério público, Deus
primeiro me testou. Ele me fez passar por três fases
ardentes e extremas de fogo que purificaram e
queimaram muitas coisas, eliminando-as da minha vida.
Foi difícil suportar, mas era necessário remover essas
coisas erradas em meu caráter que teriam enfraquecido
meu ministério. Depois de passar por todo aquele fogo,
meu ministério ainda não podia começar! O fogo
simplesmente me qualificou para ser um candidato ao
ministério!
FINALMENTE ACONTECEU
Após anos e anos de espera e de permitir que o fogo de Deus
preparasse e purificasse seu coração, finalmente foi dada uma
palavra profética para lançar Paulo no ministério: “... Separai-me,
agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (Atos
13:2).
Eu já disse em tom de brincadeira que por ocasião do momento
em que essa palavra profética foi dada, Paulo provavelmente havia
desistido da noção de um ministério público, aceitando o fato de que
ele havia sido chamado para ser o membro de igreja mais cheio de
revelações que já viveu!
O fogo incandescente
Todos aqueles anos em que Paulo estava
esperando no Senhor, Deus estava, na daqueles anos de espera
verdade, esperando por ele — esperando
que o caráter dele se fortalecesse o
obrigou os defeitos de Paulo
suficiente para carregar o tipo de ministério
a virem à tona para que
que ele havia sido chamado para cumprir.
Jesus pudesse removê-los.
Com esses defeitos eliminados, Paulo finalmente estava pronto para
o ministério. Só então foi dada a palavra que sinalizou que era hora
de seu ministério começar. Todos aqueles anos em que Paulo
estava esperando no Senhor, Deus estava, na verdade, esperando
por ele — esperando que o caráter dele se fortalecesse o suficiente
para carregar o tipo de ministério que ele havia sido chamado para
cumprir.
O tempo pertence ao Senhor, mas a preparação pertence a nós.
Quanto mais forte o ministério, maior o fogo exigido para nos
preparar.
No futuro, Paulo teria de suportar todos os tipos de testes e
provas envolvendo o próprio povo, os amigos, os traidores, as
igrejas que nunca lhe davam ofertas; bem como as perseguições, os
espancamentos e as prisões. Paulo teria muitas oportunidades de
reagir a situações difíceis.
Se Deus não tivesse tratado com as atitudes de Paulo antes que
esses eventos difíceis ocorressem, as reações de Paulo poderiam
ter sido feias e impróprias quando ele fosse confrontado por eles.
Esses defeitos em sua personalidade e em seu caráter poderiam ter
vindo à tona e ter destruído a credibilidade do seu ministério. Aquele
mesmo Paulo mau e feio que existiu antes de aceitar Cristo poderia
ter ressurgido para defender seus direitos e para lutar por si mesmo.
Sua mensagem poderia ter sido neutralizada pelas suas reações
feias e carnais.
Podemos não gostar do fogo de Deus quando sentimos o calor
das chamas, mas esse tipo de fogo nos salva e nos liberta. Ele nos
liberta de nós mesmos. Ele nos salva da destruição que poderíamos
trazer sobre nós mesmos por causa das escolhas e atitudes
erradas, e das impurezas em nosso caráter e em nossas ações.
Pelo menos por enquanto, o teste de Paulo havia terminado. Seu
ministério público finalmente havia começado. Mas esse não era o
fim do teste. O teste nunca termina. É por isso que Paulo continua
dizendo: “... não para que agrademos a homens, e sim a Deus, que
prova o nosso coração” (1 Tessalonicenses 2:4, grifo nosso).
A palavra “prova” é a mesma palavra grega usada para
“aprovado” na primeira parte do versículo. Ambas as palavras vêm
da palavra grega dokimadzo, que se refere a essa prova intensa
através do fogo.
Quando Paulo escreveu o livro de 1 Tessalonicenses, havia se
passado muito tempo desde aqueles anos de teste em Antioquia.
Mas ainda assim ele escreveu na essência: “Não pensem que já
acabou! Deus ainda está me fazendo passar pelo fogo para remover
da minha vida essas falhas de caráter que poderiam enfraquecer
meu ministério. Este processo nunca termina!”.
Q D M E ,E I
P M P C S
F S !
E
u soube que havia sido escolhido para fazer algo especial
para Deus quando eu ainda era um adolescente. Naquela
época, eu era cheio de entusiasmo e ansiava que o poder
de Deus fluísse através de mim. Mas embora eu realmente
experimentasse manifestações do poder de Deus, não estava
absolutamente pronto para o ministério que Deus queria me dar. Eu
pensava que estava pronto, mas não estava. Imperfeições
precisavam ser removidas do meu caráter antes que Deus pudesse
começar a me dar o ministério que Ele havia ordenado para minha
vida.
Lembro-me muito bem do dia, em 1974, em que a dimensão do
espírito abriu-se diante de mim e eu vi o futuro. No relance de um
segundo, o Espírito de Deus me mostrou o propósito da minha vida
— “o fim desde o começo”, como diz Isaías 46:10. Eu soube
exatamente para onde estava indo. Eu soube que Deus havia me
escolhido!
Com essa visão diante de mim, comecei a escolher que escola
frequentar, que cursos fazer, e que tipo de educação eu precisava
obter a fim de fazer o que Deus havia me chamado para fazer.
Comecei a perseguir com determinação o chamado de Deus com
toda a minha força e poder.
Uma vez na faculdade, comecei a procurar por uma boa igreja
onde eu pudesse começar a usar meus dons espirituais. Assim que
encontrei uma igreja, dirigi-me aos líderes e disse: “Meu nome é
Rick Renner. Fui chamado por Deus. Tenho um grande futuro diante
de mim. Deus me revelou que Ele me usará de uma maneira
grande. Se vocês precisarem de alguém para ajudá-los a ensinar a
Palavra de Deus, simplesmente me chamem, e eu estarei disponível
para vocês. Estou certo de que eu serei uma bênção para vocês”.
Embora isso tenha sido há décadas, ainda fico constrangido
quando penso na maneira agressiva como eu buscava
reconhecimento naquela fase tão jovem da minha vida. Mas Deus
me conduziu misericordiosamente à igreja certa. E apesar da minha
imaturidade e do meu esforço em busca de reconhecimento, os
líderes da igreja viram o chamado de Deus sobre minha vida.
Um dia recebi um telefonema. Os líderes queriam se reunir
comigo. Meu coração saltou! Eu sabia que aquele era o momento
de ouro pelo qual eu estava esperando. Eles iam me entregar o
púlpito e me deixar demonstrar minha poderosa unção!
Finalmente, chegou o dia da minha reunião com a liderança. Eles
abriram a porta, e entrei para me sentar com eles. Olhei para eles
com expectativa, esperando que eles me agradecessem pela minha
presença extremamente ungida na igreja. Mas à medida que a
conversa avançava, o que ouvi não foi o que eu esperava!
“Rick, podemos ver o chamado de Deus sobre a sua vida.
Acreditamos que Deus quer usar a nossa igreja para ajudar a
desenvolver esse chamado na sua vida. Assim, é decisão da nossa
liderança lhe dar uma posição de ministério muito importante.”
Meu coração estava disparado. A adrenalina estava correndo
pelas veias. Eu estava pronto para pegar minha agenda e marcar a
data da minha primeira mensagem em público. Minha grande unção
finalmente seria valorizada!
“A partir do próximo sábado, estamos colocando você a cargo da
equipe de limpeza da igreja. Você precisa estar no prédio da igreja
no máximo até as nove horas porque é muito trabalho aspirar os
carpetes, tirar o pó de todos os móveis, arrumar todas as cadeiras e
garantir que todos os outros detalhes estejam prontos para o culto
de domingo.”
Senti uma dor no fundo do estômago. Parecia que meu mundo
havia desabado debaixo de mim. Fiquei tão chocado que nem
sequer tive palavras para responder. Então, agradeci aos líderes da
igreja pela grande oportunidade de servir e saí dali decepcionado.
Aquela reunião foi no domingo à tarde. Ainda faltavam seis dias
para o sábado. Durante esses próximos seis dias, revivi aquela
reunião vez após vez na minha mente. Eu não conseguia acreditar
que eles pudessem pedir a alguém tão espiritual quanto eu para
fazer algo tão servil quanto passar aspirador no carpete!
Isso não estava compatível com a visão que Deus me dera. Na
verdade, não havia nada sobre um carpete naquela visão! Então por
que os líderes da igreja estavam me pedindo para fazer algo que
qualquer pessoa podia fazer?
Finalmente, o sábado chegou.
Coloquei minhas roupas de trabalho e dirigi-me ao prédio da
igreja. O carpete era vermelho e estava coberto de manchas.
Quando olhei para ele e percebi que era minha função limpá-lo,
pensei: Isto é inútil! Este carpete de aparência terrível nunca poderia
ficar com um bom aspecto, então por que estou desperdiçando meu
tempo precioso e minha unção com algo tão ridículo?
Empurrei as cadeiras para fora do caminho, liguei o aspirador e
comecei a trabalhar. Minha atitude era péssima. Eu queria
amaldiçoar aqueles líderes estúpidos por não terem maior apreço
por quem eu era. Estava claro que eles não tinham nenhum
discernimento espiritual!
Mas a verdade é que eles
O fogo de Deus estava começando a operar
tinham
na minha vida para expor defeitos graves no um grande
meu caráter a fim de que eu pudesse ser livre
deles.
discernimento espiritual. Eles
realmente viram o chamado
de Deus sobre minha vida. Eles também viram uma falsa humildade,
uma arrogância disfarçada, um orgulho que precisava ser quebrado
e transformado por Deus. O fogo de Deus estava começando a
operar em minha vida para expor defeitos graves no meu caráter a
fim de que eu pudesse ser livre deles.
Enquanto eu empurrava aquele aspirador para frente e para trás
sobre aquele estúpido tapete vermelho, minha atitude era a pior
possível. Ela era tão ruim, que eu podia até sentir o mau cheiro dela!
O fogo de Deus estava fazendo seu trabalho. Ele estava trazendo
minha feiura, meu orgulho e minha rebelião à autoridade à tona. Eu
nunca soube o que havia dentro de mim. Foi uma revelação terrível.
Durante o ano seguinte, eu varri o carpete, lavei os pratos da
igreja, limpei o berçário e até cortei a grama da igreja. Eu arrumava
as cadeiras no auditório de uma maneira, depois de outra e mais
outra — até que finalmente me tornei um perito em como arrumar
cadeiras para maximizar o espaço a fim de receber mais pessoas.
Deus estava tratando com meu coração. Eu soube que estava
agindo mal. Eu pude ver o quanto havia sido imaturo em me dirigir
àqueles líderes de uma maneira tão arrogante. Ainda que eu tivesse
sido chamado por Deus e estivesse destinado a um grande futuro,
eu havia sido estúpido em me promover de uma maneira tão
descarada. Eles nem sequer me conheciam!
Durante aquele ano, aprendi a jejuar e orar. Comprei um diário e
comecei a anotar as coisas que Deus estava fazendo no meu
coração. Das profundezas do meu ser, eu ansiava conhecer melhor
a voz de Deus. Então iniciei de forma sincera o processo de
aprender a conhecer a Sua voz, a profetizar e a me mover nos dons
do Espírito.
Eu clamava a Deus para
Eu clamava a Deus para que Ele me
que Ele me transformasse.
transformasse. Implorava que aquele fogo
santo caísse sobre minha vida e queimasse a
Implorava que aquele fogo
palha, retirando-a da minha alma.
santo caísse sobre minha
vida e queimasse a palha, retirando-a da minha alma. Minhas
reações feias à liderança da igreja haviam me mostrado outro lado
de mim mesmo — um lado apavorante que era tão feio, que eu
ficava constrangido em admitir que aquele era eu!
À medida que eu avançava mais profundamente em direção às
coisas de Deus, minha atitude começou a melhorar. Comecei a
cantar e a louvar a Deus pelo meu trabalho na igreja! Comecei até a
gostar de empurrar aquele aspirador por cada centímetro quadrado
daquele auditório. Minha atitude estava mudando. Minha alma
estava sendo limpa. Meu caráter estava sendo purificado pelo fogo.
Escolhi permitir que aquele fogo queimasse as atitudes em mim que
eu havia passado a ver que estavam tão erradas. Estava
começando a ser liberto, e eu me sentia muito bem!
Então fui chamado para outra reunião com a liderança.
OQ F S D E ,M
V T V D
P
erdoe-me por parecer tão duro, mas as pessoas que
desistem são os maiores perdedores na vida. Elas perdem
de todas as maneiras! Elas resistiram, aguentaram e
permaneceram fiéis por tanto tempo — mas quando ficaram
cansadas física e mentalmente, elas começaram a dar ouvidos às
mentiras do diabo. O resultado foi que o desânimo se instalou, elas
perderam a perspectiva correta e simplesmente jogaram a toalha.
Como é trágico vê-las se renderem à derrota quando estão tão perto
de vencer a batalha!
Não consigo dizer o número de pessoas que conheci ao longo
dos anos que estavam prestes a receber cura e abandonaram a fé
no último instante porque ficaram desanimadas. Como resultado de
terem desistido e cedido à aflição, essas pessoas agora estão
presas pela doença. Elas estão encarceradas em uma prisão de
enfermidades físicas. Todos aqueles anos de espera pela cura
foram direto pelo ralo por causa de um momento de fraqueza. Isso é
especificamente terrível quando percebo o quanto elas estavam
perto de saírem livres daquele ataque demoníaco sobre seus
corpos.
Conheci outros que deixaram de responder ao chamado de Deus
para o ministério. Durante anos eles progrediram lenta e fielmente,
um passo de cada vez, se preparando para esse chamado. Eles
permaneceram fiéis ao que Deus lhes disse para fazer. Eles
resistiram às tentações. Eles rejeitaram o desânimo. Eles
permaneceram no caminho. Como uma mãe grávida de um filho,
eles alimentaram aquele sonho e aguardaram seu nascimento. Mas
quando essas mesmas pessoas estavam finalmente prestes a
romper a grande barreira pela qual haviam orado e crido, elas
abortaram esse sonho desistindo e descontinuando sua posição de
fé. Infelizmente, aquele sonho estava a poucos passos da sua
manifestação.
Uma das coisas mais tristes para mim é ver os cristãos jogarem a
toalha e desistirem quando a fé deles está prestes a chegar à
maturidade. Veja bem, entendo que ficar cansado é um desafio. As
missões que Deus me deu exigiram muito vigor e bravura.
O apóstolo Paulo
Uma das coisas mais tristes para mim é ver
escreveu: “Esforçando-me,
os cristãos jogarem a toalha e desistirem
quando a fé deles está prestes a chegar
à maturidade.
deste modo, por pregar o
evangelho, não onde Cristo
já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio”
(Romanos 15:20). Assim como Paulo, fui chamado para trabalhar
em campos onde ninguém trabalhou antes de mim. Essa obra
apostólica pioneira e vanguardista exige que confiemos na graça e
na força de Deus para suportar muitos problemas que não existem
em uma nação onde o Evangelho já está estabelecido.
Honestamente, devo dizer que passei por momentos em que me
senti muito fraco. Depois de combater principados, potestades,
governos e pessoas religiosas que também se opõem ao avanço do
Evangelho, ocasionalmente senti vontade de desistir e de voltar
correndo para os Estados Unidos onde esse tipo de ataque
constante não existe no dia a dia.
É claro que a obra de todas as pessoas em todas as nações tem
seus desafios, mas a obra pioneira na linha de frente possui
desafios que são incomuns. Esses desafios são tão peculiares que
muitas vezes parecem improváveis para os ocidentais que possuem
liberdade de culto garantida e nunca enfrentaram a evicção ou o
processo legal simplesmente por causa da sua fé.
Nos momentos cruciais em que eu me sentia sugado ou fraco,
aprendi a importância de me voltar para outros no Corpo de Cristo
em busca de fé e encorajamento. Se não soubermos como nos
voltar para outros e pedir ajuda, é crucial aprendermos a fazer isso.
A camaradagem entre cristãos é uma arma importante à qual
podemos recorrer para nos sustentar no meio do combate até que a
vitória seja certa.
Tiago 5:16 nos ordena: “Confessai, pois, os vossos pecados uns
aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados...”. Isso não
significa que precisamos sair por aí nos humilhando e gemendo
todas as vezes que tivermos um dia ruim. Os tempos difíceis vêm
para todos de vez em quando. Em 1 João 5:4, a Bíblia diz que você
e eu temos uma “fé que vence o mundo”. Precisamos aprender a
andar nessa fé fenomenal que literalmente cancela o sistema deste
mundo.
Mas se passarmos por um período tão difícil a ponto de nos
sentirmos oprimidos pelas nossas fraquezas, devemos obedecer a
Tiago 5:16 e confessar nossa necessidade de ajuda a outra pessoa.
Lembre-se, a Bíblia diz que se um pode colocar mil para correr, dois
podem colocar dez mil em fuga (Deuteronômio 32:30).
Gálatas 6:2 nos incentiva:
É melhor se humilhar e admitir que você
“Levai as cargas uns dos
precisa de ajuda do que ficar tão fraco a
ponto de acabar abrindo mão da fé e
desistindo.
outros e, assim, cumprireis a
lei de Cristo”. A palavra
“cargas” usada aqui descreve um fardo pesado demais para uma
pessoa carregar sozinha. Veja bem, existem algumas
responsabilidades que só você pode levar sozinho. Mas quando
você tem um fardo pesado demais para carregar sozinho, é certo
que outros o ajudem a carregar esse peso até que você esteja livre
dele. É melhor se humilhar e admitir que você precisa de ajuda do
que ficar tão fraco a ponto de acabar abrindo mão da fé e
desistindo.