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NOME

Simulado Fuvest 2023


2a fase – Primeiro dia
NÚMERO DE INSCRIÇÃO

MATÉRIAS NO 2º DIA

PROVA DE SEGUNDA FASE


Período de aplicação:1o19/06/2023
08/07/2023
DIA a 24/06/2023
09/07/2023

Instruções

1. Só abra este caderno quando o fiscal autorizar.


2. Preencha, na capa deste caderno, seu nome e seu número de inscrição.
3. Este caderno contém 10 questões de Português e a proposta de Redação.
4. A prova deverá ser feita com caneta esferográfica de tinta preta. Não utilize caneta
marca-texto.
5. Escreva, com letra legível, tanto as respostas das questões quanto a redação.
6. Se errar, risque a palavra e a escreva novamente. Exemplo: caza casa. O uso de corretivo não será
permitido.
7. A resposta de cada questão deverá ser escrita exclusivamente no quadro a ela destinado.
O que estiver fora desse quadro não será considerado na correção.
8. Os espaços em branco nas páginas dos enunciados podem ser utilizados para rascunho.
O que estiver escrito nesses espaços não será considerado na correção.
RESOLUÇÕES
9. Duração da prova: 4 horas. Não haverá tempo adicional para transcrição de rascunho.
10. Durante a prova, são vedadas a comunicação entre os candidatos e a utilização de qualquer
material de consulta, eletrônico ou impresso, de relógios pessoais e de aparelhos de
telecomunicação.
11. No final da prova, é obrigatória a devolução deste caderno de questões e da folha de redação.

Declaração

Declaro que li e estou ciente das informações que constam na capa desta prova, na folha de
respostas, bem como dos avisos que foram transmitidos pelo fiscal de sala.

___________________________________________________
ASSINATURA

O(a) candidato(a) que não assinar a capa da prova será considerado(a) ausente da prova.
2o Poliedro Fuvest – 2023 – Resoluções 2a Fase – 1o Dia

01 23_2FUV_2F_POR_CE_L1_Q02
a) O autor constrói o texto por um processo que conta com a expressão de sentimentos muito particulares com um tom de
humor. Ele parte do ponto de vista de que é um ser humano comum, explora a obviedade da composição de seu corpo e
rompe com a cronologia típica do gênero. Além disso, no texto, o autor simula uma interlocução com o leitor.
b) As perguntas constituem um recurso para fugir da convenção do gênero autobiográfico (no qual se pressupõe que uma
pessoa simplesmente conte a sua história), que, ao simular uma interlocução com o leitor, confere um ar mais íntimo ao
discurso, como se o autor estivesse próximo do leitor no momento da leitura conversando informalmente.

02 23_2FUV_2F_POR_CE_L1_Q06
a) Trata-se do sujeito oculto (eu), que ocorre em todas as orações, e é possível identificá-lo pela desinência verbal (“fiz”,
“corri”, “joguei”, “viajei”, “escalei”, “ganhei”). Esse sujeito é usado principalmente quando há intenção de evitar uma
repetição de palavras; no caso do discurso do menino, o sujeito oculto é usado justamente por isso, reforçado pelo fato de
que a personagem está escrevendo uma redação e possivelmente se preocupa em evitar repetições em seu texto.
b) A estratégia de humor da tira tem base na quebra de expectativa, pois, quando o menino diz que fez tantas atividades
interessantes, não se espera que elas tenham sido realizadas de modo virtual (no video game). O que acontece é que ele
parece descrever férias incríveis, quando, na realidade, ele não viveu de fato as situações narradas.

03 23_2FUV_2F_POR_CE_L1_Q05
a) No primeiro parágrafo, o texto diferencia o estágio do ser humano de 10 mil anos atrás, na Idade da Pedra, do estágio do
ser humano atual, afirmando que, caso aquele viajasse no tempo, hoje não entenderia nada. No segundo parágrafo, os
autores utilizam os adjetivos “extrema”, “abissal” e “intransponível” para se referir à distância temporal de 10 mil anos
e afirmam que nem as civilizações mais poderosas sobreviveram a essa distância. Esses elementos enfatizam a distância
temporal representada por 10 mil anos.
b) O primeiro período do texto trata de como o Homo sapiens já tinha se desenvolvido, posto que fazia cerâmica, criava
animais e praticava agricultura. Nesse contexto, a ideia de algo em que ele não tinha se desenvolvido é adversa, por isso
o texto registra “Mas levaria milênios para inventar a escrita.”.

04 23_2FUV_2F_POR_CE_L1_Q03
a) A função apelativa está presente principalmente nos verbos no imperativo (“peça”, “chame”), mas, em toda a mensagem,
estão presentes orientações que ensinam o leitor a reconhecer sinais e saber o que fazer para ajudar uma pessoa que
sofreu um acidente vascular cerebral. A função apelativa é importante nesse caso porque o cartaz tem como objetivo
convocar para a ação, e não apenas informar: é preciso que o leitor saiba o que fazer e como fazê-lo, uma vez que o
reconhecimento dos sinais descritos pode ajudar a salvar vidas.
b) No último item, a presença da conjunção “se” expressa condição. O termo “se” pode ser substituído por “caso”: Caso
tenha identificado esses sintomas, chame o Samu, ligando 192.

05 23_2FUV_2F_POR_CE_L1_Q04
a) No texto, o uso do diminutivo tem efeito eufemístico, ou seja, atenua a ideia de “ironia”.
b) No texto, os pronomes demonstrativos são utilizados para se referir genericamente a diferentes possibilidades.

06 23_2FUV_2F_POR_CE_L1_Q01
a) No título do texto, há ocorrência de metáfora no comentário do diretor do filme citado: “O Brasil é uma bomba-relógio”
(o diretor do filme faz uma comparação implícita entre o Brasil e uma bomba-relógio).
b) “Segundo” não tem o mesmo sentido na introdução do terceiro e na do quarto parágrafo. No terceiro parágrafo, “segundo”
tem função de preposição, com sentido de indicar algo de acordo com a revista mencionada, e, no quarto parágrafo,
“segundo” tem função de numeral ordinal, com sentido de ordem na sequência dos filmes do cineasta.

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2o Poliedro Fuvest – 2023 – Resoluções 2a Fase – 1o Dia

07 23_2FUV_2F_POR_CR_L1_Q03
a) A quadrilha constitui uma dança popular, em que se costuma bailar em pares, de mãos dadas, com troca de parceiros. No
poema de Drummond, essa dança é representada por meio das orações encadeadas nos dois primeiros versos, que sempre
indicam uma pessoa que ama outra, que ama uma terceira, e assim sucessivamente. Mas, no terceiro verso, a sequência
é quebrada por Lili, “que não amava ninguém”. Essa quebra de expectativa se prolonga para os outros versos do poema,
porque os amores da primeira parte não se realizam. E Lili, que não amava ninguém, acaba se casando.
b) Na primeira parte do poema, as orações encadeadas por meio do pronome relativo representam o encadeamento da
quadrilha, em que as pessoas dançam de mãos dadas, atadas umas às outras por um sentimento comum – o amor, que só é
interrompido no terceiro verso; em oposição, as orações da segunda parte, separadas por vírgulas, expressam a fragmentação
das vidas dos apaixonados: cada um deles tem um destino que não corresponde aos sentimentos amorosos iniciais.

08 23_2FUV_2F_POR_CR_L1_Q02
a) Para D. Tonica, o casamento representa a estabilidade social. Filha de um militar aposentado e completamente dependente
dele, inicialmente ela procura um marido que possa alçá-la da classe social intermediária e remediada de que faz parte para
uma condição mais privilegiada – é por isso que ambiciona casar-se com Rubião, especialmente quando ele ainda tem grande
patrimônio, logo que Palha e Sofia se aproximaram dele. É na casa do casal arrivista que D. Tonica conhece o ex-professor,
mas logo o financista e a sua esposa abandonam as relações com pessoas simples, para circular em ambientes bem mais
requintados e poderosos. Alguns anos depois, a filha do major resigna-se a um casamento com Rodrigues, um burocrata
do exército que, por mais que não possa dar-lhe uma vida mais abastada do que a que já tinha, pode garantir-lhe alguma
estabilidade futura.
b) Da mesma maneira que D. Tonica e Rodrigues, Sofia e Palha pertencem a famílias remediadas, isto é, que não vivem na
pobreza, mas que também não são ricas. Trata-se de uma classe média em formação, especialmente na cidade do Rio de
Janeiro. Mas Palha é um “zangão da praça”, espécie de corretor de valores, o qual tem tino para as finanças que o levarão à
riqueza, do Morro de Santa Tereza a Botafogo, muito diferente do aparentemente acomodado viúvo Rodrigues, que parece
estar à procura de uma esposa que lhe cuide dos filhos órfãos de mãe; Sofia também é bem mais ambiciosa do que D. Tonica,
que se resigna ao casamento com esse funcionário público. Na relação com Palha, Sofia é a responsável pelo acúmulo do
capital simbólico que permite ao casal participar de círculos cada vez mais privilegiados; D. Tonica parece estar fadada à vida
caseira, sem ambições. No romance, Rodrigues falece antes do casamento, o que deixa Tonica arrasada.

09 23_2FUV_2F_POR_CR_L1_Q04
a) Para o narrador, o apelido que era dado ao Liceu Rui Barbosa não lhe fazia justiça: “Galinheiro dos Vândalos” é alcunha que
sugere apenas bagunça, caos absoluto, sem características positivas – que também existiam, ao menos do seu ponto de vista.
Por mais que ninguém ali fosse razoável, nem o próprio professor de francês, e que fosse habitado pela “escória” da cidade,
o Liceu abrigava a liberdade de ação e de pensamento, que abala as convenções e as normas, por isso não era totalmente
desprezível.
b) Existe uma correlação evidente entre o exibicionismo do professor e o Simbolismo, cujos poetas, isolados na Torre de Marfim
da literatura, também eram considerados excêntricos, deslocados; além disso, as aulas – carregadas da recitação exagerada
de barítono, extremamente musical, com referência a “imagens fulgurantes” e sinestésicas “verdes neves” – também se
aproximam dos recursos simbolistas na poesia.

10 23_2FUV_2F_POR_CR_L1_Q01
a) Nas duas primeiras estrofes, a retórica amorosa do eu lírico pode ser observada, primeiramente, na interferência de Marília
na paisagem: os olhos dela fazem com que as campinas de sua terra sejam mais “ditosas”; esse precedente, por sua vez,
leva o eu lírico ao convite: que a sua amada leve a alegria a outras paragens. Trata-se, como se vê, de um recurso poético
que sempre conduz ao elogio de Marília: ela transmite alegria aos lugares a que vai. Na segunda estrofe, a jovem mineira é
comparada a Safo, a maior poeta da Grécia Antiga – e essa comparação, por si só, já é elogiosa; mas Marília está em vantagem
em relação à poeta grega: Safo não tinha “fino amante”, que a convida a ser a sua “estrela” no Norte (isto é, em Portugal),
como ela já fora no Sul (no Brasil, em Minas Gerais).
b) Na última estrofe, o eu lírico afirma que, depois da chegada de sua amada a Lisboa, o Rio Tejo, que corta essa cidade, se
encantará por ela, uma personificação que, mais uma vez, serve ao enaltecimento de Marília. A seguir, em diálogo com o
rio, o eu lírico afirma que, embora tenha chegado de Minas Gerais, não trouxe ouro, mas um tesouro ainda maior: a própria
Marília. Trata-se de um expediente poético por meio do qual as relações entre colônia brasileira e metrópole portuguesa e o
consequente desembarque das riquezas mineiras nos portos do Tejo são manejados de forma a elogiar a beleza de Marília.

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2o Poliedro Fuvest – 2023 – Resoluções 2a Fase – 1o Dia

Comentário da Redação:

A proposta de redação do 2º Poliedro Fuvest, de acordo com a tradição do exame oficial da Fuvest, solicita aos estudantes uma
dissertação em prosa apresentando um tema de relativa amplitude: “A pluralidade de vozes no debate público”.
A antologia de seis textos delineia para o estudante caminhos viáveis a partir dos quais seria possível construir a redação.
O Texto 1 trata da imposição de um discurso hegemônico que é tomado como verdade universal e se configura como
desautorizador de perspectivas dissonantes e de outras maneiras de saber.
O Texto 2, em diálogo com o anterior, afirma a constituição do discurso hegemônico enquanto forma de poder que subalterniza
o outro por meio de uma narrativa capaz de reconstruir a história atendendo a interesses específicos.
O Texto 3, que constitui uma obra do artista brasileiro Denilson Baniwa, do povo Baniwa, complementa o excerto anterior ao
ilustrar a representação feita da natureza brasileira por artistas estrangeiros e denunciar a concepção colonial atrelada a esse
tipo de produção, o que o Texto 4 explica em uma breve análise.
O Texto 5, por sua vez, aborda a importância dos conhecimentos tradicionais indígenas, que, historicamente menosprezados
desde a colonização, podem mostrar caminhos para uma relação mais saudável com o meio ambiente, espoliado pelos
adeptos do discurso hegemônico que subalternizou os povos indígenas e seu conhecimento.
O Texto 6, finalmente, injeta à antologia perguntas retóricas que conduzem a uma reflexão sobre a pluralidade de vozes
enquanto elemento de fundamentação da democracia.
Na construção do texto, a concepção foucaultiana do discurso ordenador imposto como detentor do saber, que aparece
explícita nos dois primeiros textos da coletânea, pode constituir um repertório interessante, assim como a sugestão de Aílton
Krenak em suas Ideias para adiar o fim do mundo para que, diante da crise, a humanidade dê atenção a visões diferentes das
hegemônicas.
Independentemente do caminho escolhido, será exigido do estudante um texto coeso, com uma linha de argumentação
objetiva e coerente.

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