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Campo/evento/arquivo, as possibilidades do
arquivo atual como exposição problemática
de (algumas) obras contemporâneas
Cristina Ribas
A partir de uma prática de arquivo propõe uma articulação dinâmica entre o campo
da arte, os eventos que o circunscrevem e iniciativas historiográficas tais como os
arquivos. Realizações atuais em arte contemporânea brasileira motivam a escrita do
artigo, que remonta a estudos locais, como o conceito de “circuito” desenvolvido
por Ronaldo Brito para pensar um campo em constituição.
Arquivo, arte contemporânea, evento, historiografia.
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de formalização” (história da arte?), aproxi- te do potencial crítico que pode fomentar
mando conceitos de Michel Foucault.8 Por- iniciativas historiográficas. Renomear, por
tanto, o desejo da Arquivista seria articular outro lado, pode ser visto como colocar um
o arquivo da seguinte forma: se o arquivo nome em movimento: rearticulá-lo. Essa é
está conectado às ferramentas que herda do também a natureza de um conceito.
seu feito “fazer-história” e os eventos são a
abertura de perguntas; ao emitirem-se críti- Os eventos selecionados pelo arquivo res-
cas ao primeiro o mesmo deverá fazer-se pondem antes a uma chamada comum: ca-
como o segundo, estrutura duplamente rígi- racterizam-se como eventos artísticos, mes-
da e macia, determinante e aberta instigando mo que na maioria dos acontecimentos esse
sua participação em uma dita esfera pública.9 “dado” não seja um aporte visível nem
condicionante da experiência. Outro aspec-
Se, em um momento, a intenção do Arqui- to comum é que, segundo entrevistas reali-
vo de emergência diante desses eventos se- zadas, derivam de acontecimentos
ria produzir uma sistemática de arquivo or- posicionados em uma virada histórica reple-
ganizando materiais documentais em um ín- ta de quebras de paradigmas sociais e cultu-
dice classificatório (“assuntos”), esse feito se rais: “ambientes” de Hélio Oititica, experi-
apresenta em parte contraditório visto que ências relacionais de Lygia Clark, recupera-
a natureza dos eventos pode ser exatamen- ção intensiva do movimento Internacional
te escapar à determinação de uma indexação, Situacionista e leitura coletiva de edições
mas talvez não de um conceito. Os espaços traduzidas autonomamente de movimentos
dialógicos que os eventos promovem urbanos que fazem da criatividade ferramenta
interatuam com as nominações da experi- de protesto e posicionamento.10 Reiteran-
ência proposta (“arte”). No campo dos ar- do o foco nos problemas de arquivo, é ne-
quivos, nomear é fazer pertencer e, portan- cessário investigar a natureza disruptiva de
to, nomear enquanto arte é demarcar um eventos em arte contemporânea brasileira
território de sentidos. A não normatividade e pensar se podem arquivos expor a circuns-
das práticas artísticas atuais distante das crição problemática dos próprios eventos,
formalizações modernas poderia atestar uma ao mesmo tempo em que o arquivo, ele
inviabilidade total de aliar uma formação à mesmo, corrobore a elaboração crítica de
outra (o evento ao arquivo), análise fatalista sua própria articulação (exposição crítica do
que só pode ocorrer distanciada da íntima próprio arquivo) e não sobreponha por meio
observação das metodologias criativas atuais de seus documentos sua teoria ou sua lei às
propostas pelos coletivos ou mesmo distan- micropolíticas agenciadas pelos eventos.
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Epiteses caracterizam a história moderna e contem-
porânea.
Aponto duas epiteses como proposição de
abertura de um espaço discursivo, neologis- O [AE] ARQUIVO DE EMERGÊNCIA
mo para delatar a investigação em curso. A é um arquivo independente, de inte-
primeira, a proposição de um campo de sig- resse público. A Arquivista o concebeu
nificação artístico tomado por “campo da e é encarregada de gerenciá-lo. O [AE]
arte”, cujo atributo mais intensivo consiste é aberto para o futuro. O marco tem-
nas relações de cooperação linguística ope- poral dos MATERIAIS [M] que o [AE]
radas por seus agentes, atravessadas eviden- arquiva são ações realizadas no Brasil
temente pelas positivações ou heranças de inscritas no > CAMPO a partir de me-
uma história e de normatizações de uma ados de 1998 quando se observa não
prática, discursos, produção e captura de só neste território uma mobilização di-
valor.11 A segunda proposição, a de que uma ferencial na criação e coletivização da
teoria ou uma história recente da arte se ARTE em contato intenso com demais
assumem como paradoxo das práticas polí- práticas artísticas, comunicativas, criati-
ticas e de suas negociações sociais,12 modifi- vas e expressivas que constituem uma
cando as sistematizações e as historiografias > ESFERA PÚBLICA.
(crítica dos processos históricos). Nesse sen-
tido a “esfera pública” instiga a produção dis- O [AE] possui um formação [M] MA-
tinta das teorias e das histórias, sobretudo TERIAL e uma porção [CS] CRÍTICO-
porque se orienta por conhecimento SITUACIONAL exposta na > PESQUI-
colaborativo, mais perto das dinâmicas anár- SA. A dimensão [CS] é a parte que cabe
quicas de aprendizagem do que exatamen- ao ARQUIVO no fomento de uma
te da linearidade mestre/aluno que caracte- ESFERA PÚBLICA, participando de re-
riza os modos de ensino e parte das trocas des e projetos e promovendo ações
sociais que vão fundamentar a universidade como o acompanhamento da produ-
(e por consequência a sociedade) ocidental. ção de grupos e artistas, conversas, en-
trevistas, encontros, exposições, produ-
Arquivo/laboratório ções críticas, seminários, entre outros.
Primeiro instrumento de articulação: o pon- O Arquivo resulta antes de uma prática de
to de articulação comum (ou o laboratório) colecionismo simultânea à atuação e ao
de emergência dessas epiteses é o Arquivo acompanhamento de diversos movimentos
(que poderá servir como teoria reflexiva de nos 10 anos que decorrem, e se especializa
outros arquivos), investigando sua natureza na determinação de uma “lei” de arquivo
e sua especificidade no desafio de resguar- movente como o embate constante das di-
dar na situação proposta acontecimentos em nâmicas criativas e expressivas em curso.
curso. O Arquivo de emergência não apare- Incerta se é possível de desviar, o desejo
ce gratuitamente como instrumento inapagável do arquivo de operar o registro
discursivo das práticas artísticas, mas da ur- (ou “marca”) é uma vontade de “absoluto
gência de produzir uma estratégia de articu- começo”, uma eficiência que devo FebeaRio, organizado por
lação reflexiva dessas práticas em aconteci- equacionar em sua forma potente (poetica-
Grupo Py (Daniel
Toledo, Julia Cseko, Joana
mento que oferecem uma trama complexa mente?), e não com índices paternalistas de Cseko), Espaço Cultural
impossível de ser mapeada em totalidade. Sérgio Porto, Rio de
Investiga e interpõe-se com as Janeiro, 2008
transmissividades uma vez que as rupturas
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origem, identidade, estigmatização. Jacques adas formações / MATÉRIA DE AÇÕES
Derrida indica que o princípio do arquivo é / CARIMBOS EXISTENCIAIS / lugar de
o princípio ele mesmo: da natureza ou da liberdade, contradição, limite, embate.
história, “ali onde as coisas começam; princí-
pio físico, histórico ou ontológico, mas tam- Observando a INSTITUIÇÃO PRO-
bém princípio da lei ali onde os homens e BLEMÁTICA dos [E] [EST] ao força-
os deuses comandam”, lugar de onde se rem barreiras de condicionamentos ou
exerce a “ordem social” e a partir de onde cerceamentos das > CONDIÇÕES DE
ela é dada: “princípio nomológico”.13 É pre- PRESENÇA possíveis para a ARTE na
ciso, portanto, rever os caminhos que insta- atualidade considerando vetores soci-
lam esse princípio nomológico e as conver- ais, econômicos, políticos e seus infini-
sas que articulam suas ressignificações.14 tos entrecruzamentos, o [AE] preten-
de expor esta / INSTITUIÇÃO PRO-
O “absoluto começo” não é aquele absolu-
BLEMÁTICA / e colocar-se também
to “no passado” de algo que foi “perdido”:
como instrumento de > RUPTURA.
lidamos aqui com uma história em emergên-
cia, de fatos recentes e atuais, cujas reverbe- Campo
rações não deixam silenciar as potências cri-
ativas. Não se trata daquela utopia iluminista Aportando o segundo instrumento de arti-
(conhecimento/verdade) – por mais que culação neste trabalho dos conceitos, a no-
depois de mencionar “arquivo” o encadea- ção de “campo” aplicada a este artigo trafi-
mento de nomos seguintes, pendurados quei da concepção no Arquivo de emergên-
nessa “sanga”, sejam a universidade, o co- cia, já exposta. Rosalind Krauss, em um exer-
nhecimento, a enciclopédia e outros tan- cício de aplicação inicial do conceito postu-
tos...15 – e aí manteremos os olhos atentos lou na década de 1970 um “campo surgido
para não sucumbir às determinações da problematização do estatuto da “escul-
normativas de um superdispositivo cuja ope- tura”.16 A escultura passa a ser qualquer coi-
ração violenta “dentro e fora” (do arquivo) sa que não paisagem nem arquitetura: tor-
dê seguimento a práticas disciplinares. O alar- na-se assim uma “combinação de exclusões”.
gamento do arquivo contemporâneo preci- “Campo”, portanto, não é apenas a aparição
sa sofrer uma articulação ampla: arquivo não de um novo termo no corpo de práticas
dentro e fora, mas através dos eventos. Ar- artísticas, mas refere mudanças processuais
quivo como novo dispositivo de articulação... que consideram a incidência de “vetores de
forças” que modificam a ideia de autonomia
O ARQUIVO DE EMERGÊNCIA sur- de um objeto artístico.
ge numa articulação entre o COMUM
e algo que se propõe chamar CAM- Ampliando espacialmente, e transportando
PO. Não se sabe se pode ser chamado para um contexto brasileiro e atual este
de lugar. O CAMPO surge no aconte- “campo” pode ser tomado como ambiente
cimento da ARTE. É inscrito pelas pró- relacional de acontecimento, inscrição,
prias ações. O CAMPO é o lugar de valoração e institucionalização da arte. Um
RESIDÊNCIA MÓVEL das práticas que campo cujo objetivo subjacente parece ser
Lotes Vagos, projeto promovem a ARTE nas suas mais vari- a investigação epistemológica da arte, visada
realizado por Louise Ganz a partir de relações desenhadas no campo
e Breno Silva, convite para da filosofia política ou na filosofia do sujeito.
lançamento do livro Constitui-se na projeção conceitual um “pla-
no de imanência”, segundo Gilles Deleuze.
Espaços colaterais, Belo
Horizonte, 2008
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gurar a ambiguidade, tensionar o ambiente, marcariam esse campo ou diferenciariam
piscar o olho e atravessar o ritmo”.23 Cabem suas práticas (suas formas de vida e de pro-
a esperteza para vivenciar o conflito ou o moção do vivo) de outras práticas munda-
atravessamento nessa “dança” de forças ine- nas? de que vale reavê-lo, senão para evitar
rente à dinâmica de um campo.24 sucumbir a uma territorialização congelada
e vazia? que insurgências ele aponta em re-
Forças
lação à crítica e à história da arte atual? quais
Outro elemento de investigação contempo- são os vetores, atores ou ferramentas que
râneo a Krauss é “campo de forças”. Segun- produzem o que se pode chamar de campo
do Michel Foucault,25 uma força nunca é sin- da arte no Brasil? que formas de articulação
gular, existe apenas em relação a outras for- crítica desdobrariam as iniciativas que ela-
ças. “Incitar, suscitar, produzir (ou todos os boram esse campo em constituição?
termos de listas análogas) constituem afetos
Evento
ativos, e ser incitado, suscitado, determina-
do a produzir, ter um efeito ‘útil’, afetos O evento atravessa o tempo dos arquivos,
reativos (...) Cada força implica relações de que resistem. Segundo Maurizio Lazzarato,
poder; e todo campo de forças reparte as “no evento um vê o que é intolerável de
forças em função dessas relações e de suas uma era e as novas possibilidades de vida
variações.”26 que isto contém ao mesmo tempo. O modo
As relações de poder não podem ser “co- do evento é problemático”.28 Para Mickail
nhecidas” porque a tentativa de sistematizá- Bakhtin, citado por Lazzarato, o evento re-
las será uma “diferença” ou uma produção vela a natureza do ser como uma questão
desencadeada sem nunca reduzir totalmen- ou um problema – especificamente na ma-
te (há uma irredutibilidade do poder ao sa- neira em que a esfera de acontecimento do
ber). Assim, “a integração só atualiza ou ope- evento é simultaneamente aquela do “res-
ra criando, também, um sistema de diferen- ponder e perguntar”, costurando arranjos
ciação formal. Em cada formação, uma for- corporais e singularidades individuais e cole-
ma de receptividade que constitui o visível,
tivas. O evento “abre um possível”.
e uma forma de espontaneidade que cons-
titui o enunciável (...) As substâncias forma- A constituição política de um campo da arte
das se distinguem pela visibilidade, e as fun- como instituição ampla parece dever elabo-
ções formalizadas, finalizadas, se distinguem
rar a heterogeneidade das ações remetidas
pelo enunciado”.27
a um possível lugar de significação comum,
Ambos os elementos motivam o desenho e, para tal, propus observar os próprios even-
historiográfico dos eventos observados. De tos artísticos como articulações móveis, ins-
que forma eles ocorrem em um limiar de trumentos vivos dessa constituição que atra-
institucionalização e de que forma incitam vessa vetores espaciais ou temporais, e in-
inovações, modificações, cooperações nas fringem intensivamente naquilo que se toma
práticas políticas do campo da arte? Sem por “artístico” ou sobre as formas dos acon-
querer estabelecer uma linha de resignação tecimentos artísticos em seu potencial políti-
ou captura, gostaria de sinalizar a possibili- co. Bem por isso reverberam nos arredores
dade dialógica e a condição de luta travada
na produção do valor no cerne de tais reali- contracultura
zações a partir de uma série de perguntas. antiarte
Refiro-me a um campo da arte em consti- marginalidade
tuição elaborando: que especificidades de- táticas subversivas
reconstruído pela história é esquecida, dado 2 “Epiteses” não corresponde ao termo “epítese” (inserção
seu nascimento já morto como tese equivo- de um fonema ao final de uma palavra); mas à criação
cada em relação à historiografia (a gravação de uma palavra que se articula com a noção de “apari-
não/nunca totaliza o evento). A proposição
ção”, em contraposição à ideia de “centro”, como em
“epicentro”.
do Arquivo nas articulações campo e even-
to aprende das intervenções ao modo de 3 Estendo o conceito referindo-me à esfera pública caracte-
um “plano de imanência”..., o que modifica a rizada por Paolo Virno: esfera da publicização de assun-
forma de acontecimento precisando uma
tos comuns para fins de liberdade, não estatal, formada
pela interatuação entre a singularidade, a unicidade, a
tática tópica (visto que também se trata de individuação e a dimensão pré-individual do intelecto, o
lugares) e uma incisão laminar: duplamente general intellect. Virno, Paolo. Virtuosismo e revolução.
divergir e afirmar a atuação em um campo, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008:45.
muito do que caracteriza as produções ar- 4 Ericson Pires refere-se ao Rio de Janeiro como um epicentro
tísticas atuantes na crítica das estruturas das ações coletivas urbanas no Brasil em meados de
reificantes do campo das artes, e na afirma- 2000-2002. O termo me parece apropriado para pen-
ção mesma que insistem em carimbar, que, sar a emergência de ações similares também em outras
pode-se dizer, resume-se em uma constitui- cidades, atestando da mesma forma relações intensas
ção duplamente crítica e restitutiva do acon- com características dos espaços urbanos e não haven-
tecimento artístico. O Arquivo, por sua vez,
do, como afirma o autor,”relações de causalidade” en-
parece dessa forma liberar-se da
tre as regiões, por mais que se consensuem coopera-
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jornal, revista) e catálogos de arte, e demais materiais produ- 14 Recordo-me da conversa com Eduardo Verderame que
zidos pelos próprios autores dos eventos. Parte dos textos integra o coletivo E.I.A. Para Edu o problema do Arqui-
críticos escritos pelas organizadoras e outros arquivistas es- vo de Emergência é chamar-se “arquivo”.
tão em http://arquivodeemergencia.wordpress.com
15 Lambier, Joshua. Encyclopedics, Archiviolithics and
O Arquivo de emergência em sua dimensão material viaja por insti- Technologies of Theory. Skandalon, v.1. n.1, 2005.
tuições do Brasil, para saber sua localização atual acesse o site.
16 Krauss, Rosalind. “A escultura no campo ampliado”. In
6 A formação desse arquivo e dessa pesquisa desenvolvem-se no Gávea, n.1. Rio de Janeiro, 1981:87-93.
curso de minha trajetória artística e do cruzamento com
mobilizações sociais às quais me vinculei. É importante sali- 17 “Plano de imanência” e “acontecimento” são conceitos
entar dois fatos pontuais: a sensação de “insuficiência” por deleuzianos, explorados em Zourabichvili, François. O vo-
parte de uma instituição pública de registrar um ano de cabulário de Deleuze. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em
vivência artística do qual fiz parte, e o desejo de encontrar, http://www.scribd.com/doc/7253476/Zourabichvili-
no curso das “coletivações” artísticas, mobilizações políticas Vocabulario-GD. P. 17.
que afetem as políticas cooperativas e produzam forças não
subordinadas a regras às quais um não se identifica. 18 Oiticica, Hélio. Programa ambiental. Publicado original-
7 Virno, op. cit.:101. mente em Aspiro ao grande labirinto, Rio de Janeiro:
8 Foucault, Michel. Arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Rocco, 1986 e reproduzido em Hélio Oiticica. Paris:
Universitária, 2005:213. Galerie Nationale du Jeu de Paume. Projeto H.O. (Rio
de Janeiro), Witte de With (Rotterdam), 1992:103.
9 A participação do Arquivo de emergência no projeto Arte e esfe-
ra pública organizado por Graziela Kunsch e Vitor Cesar foi 19 Oiticica, Hélio. Situação da vanguarda no Brasil (Propos-
essencial para elaborar essas assertivas. Consulte o site: http:// tas 66). In Ferreira, Glória (org.). Crítica de arte no Bra-
arte-esferapublica.org; e também a organização de Arquivos sil: temáticas contemporâneas. Rio de Janeiro: Funarte,
do Presente realizado no Museu da Maré no Rio de Janeiro. 2006:148.
Textos e imagens: http://arquivosdopresente.wordpress.com.
10 Ricardo Rosas organizou grande parte do acervo de tex- 20 Brito foi um dos importantes articuladores críticos da arte
tos no site atualmente inexistente Rizoma.net. O boom brasileira no surgimento das práticas artísticas
do pensamento dos situacionistas e manifestações polí- neoconcretas. Publicou em Opinião (1972-1977), orga-
ticas urbanas em diversas cidades do mundo veio tam- nizou com outros artistas e críticos as revistas Malasartes
bém através de livros. Considero relevantes Paola (a partir de 1975) e A parte do fogo.
Berenstein Jacques: Estética da ginga: a arquitetura das 21 Brito, Ronaldo. Análise do circuito (1975). In Ferreira, op.
favelas através da obra de Hélio Oiticica (2001) e Apo- cit. : 266-267.
logia da deriva: escritos situacionistas sobre a cidade/
Internacional Situacionista (2003); e toda a Coleção 22 Brito, Ronaldo; Resende, José. Mamãe Belas Artes. In
Baderna, da editora Conrad, grande parte editada por Ferreira, op. cit.:274.
Giseli Vasconcelos. Entre eles Z.A.T. zonas autônomas 23 Idem.
temporárias, de Hakim Bey, Critical Art ensemble, Gre-
24 Do texto de Brito e Resende complemento a citação, visto
ve da arte e assalto à cultura: utopia subversão guerrilha
que o ritmo que se atravessa é o de uma dança, que se
na (anti)arte do século XX, de Stewart Home. apenas dançada “não vai fazer chover”. “Deve-se atravessá-
11 Pasquinelli, 2008. Guerra Civil Imaterial: Protótipos de la.”
Conflito dentro do Capitalismo Cognitivo. Lugar Co- 25 Deleuze, Gilles. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 1988:76-78.
mum - Estudos de Midia, Cultura e Democracia. Uni-
versidade Federal do Rio de Janeiro. Laboratório Ter- 26 Id., ibid.:79.
ritório e Comunicação. LABTeC/ESS/UFRJ - Vol 1, n. 27 Id., ibid.:84-85.
1, (1997) - Rio de Janeiro: UFRJ, n.25 - 26. mai-dez
28 Lazzarato, Maurizio. As revoluções do capitalismo. Rio de
2008. Tradução de Alexandre Mendes e Gilvan Vilarim.
Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
12 Aponto especialmente o artigo escrito por Gavin Adams, 29 Fraser, Andréa. In Artforum. Nova York, setembro 2005:276-
sobre a relação entre grupos de artistas, o movimento 783.
dos sem teto e os moradores da ocupação Prestes Maia
em São Paulo. Adams, Gavin. Coletivos de arte e a 30 Negri, 2003, op. cit.:147.
ocupação Prestes Maia em São Paulo. In Documenta 31 Deleuze, Gillez e Guattari, Felix. Mil platôs: capitalismo e
Magazines/Rizoma. http://magazines.documenta, consulta esquizofrenia. V.5. São Paulo: Ed. 34, 1997: 47.
em 20.02.2008.
32 Deleuze, op. cit.: 83.
13 Derrida, Jacques. Mal de arquivo: uma impressão freudiana.
Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001:11. 33 Foucault, op. cit.: 213.