DEMASIADO

HUMANO

Interferências no ambiente, consumismo,

comportamento massificado... Quais as
expectativas para o futuro da humanidade?

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 A Q U E S T ÃO D A
C o n d i ção
Humana
Da inovação à massificação
Desde as primeiras organizações sociais até o
presente momento, a humanidade desenvolveu
diversos inventos, técnicas e procedimentos para
garantir maior conforto e expectativa de sobre-
vivência. Ao perceber a certeza de um futuro, o
homem moderno foi arremessado para dentro de
si, não no sentido de um homem reflexivo e em
busca do sentido da vida, mas preocupado con-
sigo mesmo e totalmente individualizado.
A qualidade de vida se restringiu ao bem estar
físico, à economia eficiente, ao consumismo, à
beleza e ao prazer. O preço pago por tanto de-
senvolvimento tecnológico foi a deterioração dos
laços de relacionamento. A interação humana
reduziu-se a um nível muito superficial. A socie-
dade tornou-se vítima dos modismos e padrões
inventados por ela mesma para atender às
produções em massa e garantir o giro de capital.
Desde a infância, a educação resume-se a despejar
informações pobres e engessar a espontaneidade.
No final dessa cadeia produtiva resulta em mil-
hares de formandos com raciocínio devidamente
massificado. Há aqueles que fogem ao padrão,
refletem profundamente sobre cada informação
que recebem e constróem seu aprendizado. Algu-
mas dessa pessoas entam abrir os olhos de seus
companheiros, tentam muar essa situação, mas a
maioria apenas sofre pela humanidade.
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Vítimas da própria condição
Além disso os avanços tecnológicos e científi-
cos demonstraram que o homem possui uma pro-
funda sede de libertação de suas amarras morais,
que o prendem à condição humana. No entanto,
o homem acredita que só é capaz de conhecer
plenamente aquilo que é possível ser produzido
por suas próprias mãos. Só que talvez não espera
que suas criações se voltem contra ele mesmo.
Um bom exemplo dessa possibilidade foram as
bombas nucleares e outras tecnologias usadas nas
atrocidades das guerras. Todo esse desenvolvi-
mento tecnológico trouxe seqüelas jamais vistas
pela humanidade. Contudo, o ser humano está
“O preço pago por
tanto desenvolvimento
tecnológico foi a dete-
rioração dos laços de
relacionamento. “
deixando de perceber o que há de mais significa-
tivo em sua existência. A própria vida.
O ser humano tornou-se muito egoísta, pen-
sando somente em si esquecendo-se do bem
comum. O sentido da vida precisa ser encon-
trado dentro de cada um, a começar por curar as
próprias dores e angústias, a partir da construção
de princípios verdadeiros e sólidos dentro de si.
Consequentemente haverá uma fertilidade espiri-
tual.
Talvez seja necessário que a humanidade saia
de dentro de si e olhe, cuide, um pouco mais para
os seus semelhantes. Muitas vezes um simples
gesto faz toda a diferença para um novo começo.
No cinema há diversas obras que retratam a questão da humanidade sob difer-
entes óticas. Confira alguns exemplos:

FAHRENHEIT 451

Num futuro repressor, o clima de terror é instaurado por um

governo totalitarista que proíbe a população de ler qualquer
tipo de livro. Para manter a ordem social intacta, os bombeiros
exercem a função de queima de obras literárias que os rebeldes
teimam em preservar escondidas. Nesse contexto vive Montag,
um bombeiro exemplar que começa a duvidar dos seus valores
depois de conhecer Clarisse, uma jovem professora.
Instigado pelos ideais da nova amiga e desconfortável com a alienação da esposa
desequilibrada e acomodada com a vida fútil da sociedade, Montag passa a se
questionar sobre o trabalho que exerce e sobre o conteúdo dos livros. Até que se
arrisca a ler o primeiro. De uma maneira envolvente, mostra-se a transformação
do protagonista.

FILHOS DA ESPERANÇA

A história se passa no ano de 2027. Por algum motivo misterio-

so, as mulheres não conseguem mais engravidar. O mais novo ser
humano morreu aos 18 anos e a humanidade discute seriamente a
possibilidade de extinção. Theodore Faron é um ex-ativista desilu-
dido que se tornou um burocrata e vive em uma Londres arrasada
pela violência e pelas seitas nacionalistas em guerra. Procurado por
sua ex-esposa Julian, Theodore é apresentado a uma jovem que misteriosamente está
grávida. Eles passam a protegê-la a qualquer custo, por acreditar que a criança por vir
seja a salvação da humanidade.

WALL – E

O filme possui uma forte critica ao estilo de vida atual das pes-
soas. Ele mostra como será a vida se todos continuarem a
agir da forma que faz atualmente.Um planeta assolado
pela poluição e devastação é o cenário deste filme. Há
constantes tempestades de areio e muito lixo espalhado.
Wall – E é o seu único habitante e tem como função com-
pactar e empilhar todo o lixo do planeta. Os humanos moram
em uma nave espacial longe da Terra e aguardam o mo-
mento de retornar ao planeta. EVA, um outro robô,
é enviada à Terra para buscar sinais de vida que
signifique que o nível de contaminação na Ter-
ra tivesse reduzido a ponto de os humanos
poderem retornar. WALL-E se apaixona por
ela e enfrentará uma série de obstáculos para
ficar com sua amada.