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Goiânia
Abril/2021
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NATHÁLIA CRISTINE DE CASTRO SANTOS
Goiânia
Abril/2021
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RESUMO
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 5
2. ARGUMENTAÇÃO ............................................................................................................ 5
3. DESCRIÇÃO DA OBRA..................................................................................................... 7
4. ANÁLISE .............................................................................................................................. 9
5. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 11
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1. INTRODUÇÃO
No Brasil, os índios por serem os primeiros habitantes deste território, passam de
geração para geração diversos valores culturais e sociais, através da observação e oralidade.
Isso faz, portanto, parte da arte tradicional e é rica para a história brasileira.
Dessa maneira, será levantado o início dos estudos acerca dos povos indígenas, da sua
cultura, modos de viver, abrangendo um contexto geral, e também sobre o histórico das
cerâmicas feitas pelos indígenas Karajás, como também seus materiais de fabricação, as formas
de pintura e também a sua função material e imaterial, que contribui para o enriquecimento
artístico e educacional do país.
2. ARGUMENTAÇÃO
Desde o século XVI, os indígenas do Brasil são estudados, especialmente sua cultura e
forma de viver.
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Logo, houve várias expedições enviadas ao país, tendo muitos naturalistas, cronistas e
aventureiros, com a intenção de retratar este “novo mundo”.
Vale ressaltar que os índios eram generalizados como se pertencessem a uma mesma
etnia, porém os relatos enviados em meados de 1684 pelos primeiros exploradores da terra já
haviam citações sobre os Karajás, infelizmente a maioria demonstra as expedições de caça aos
índios.
A expedição comandada por Antônio Pires Campos, com a intenção de buscar as minas
auríferas no Brasil, perto do rio Araguaia, foi um dos primeiros registros oficiais que expõe o
grupo Karajá, por volta de 1684.
Havia em torno de 10.000 (dez mil) habitantes, muitos foram escravizados e enviados a
São Paulo. Contudo, após o ano de 1775, essa população foi reduzida para 1500 habitantes,
devido à colonização, tráfico e à escravização.
Em relação aos seus artefatos, o primeiro trabalho publicado foi por Paul Ehrenreich,
antropólogo alemão, que coletava os objetos para estudos, com o objetivo de classificar os
indígenas. Sendo assim, mencionou as bonecas cerâmicas produzidas e a sua expressividade.
Já a primeira monografia pública sobre este artefato foi em 1908, produzida por Fritz
Krause. Portanto, este povoado fabrica diversos objetos ricos e diversificados para a cultura
brasileira, não sendo apenas as bonecas, pois confeccionam arte plumária, artefatos de madeira
e cestaria, sementes, objetos de cerâmica, entre outros.
Então, por residirem em uma região de rota comercial, na região da Ilha do Bananal, no
centro-oeste do Brasil, possuem o contato com as populações, tanto do Brasil, como do exterior,
desde a antiguidade, e com isso tornaram estes artefatos uma forma de renda.
Os registros mais antigos das bonecas Ritxòkò é relatado por Castro Faria (1959), em
que os exemplares estão na coleção do Museu Nacional do Rio de Janeiro, adquirido pelo bispo
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de Goiás, em 1870. Ademais, de acordo com o acervo do Museu de Arqueologia e
Etnologia/USP, pode estimar que as coleções são uma das mais antigas e maiores, cerca de
4.000 (quatro mil) artefatos.
Antigamente, Karajá era muito pobre, pobre mesmo. Não tinha brinquedo para meninas, não tinha nada.
Uma mulher chamada Wexiru, casada com Ixati, era muito sábia: não tinha brinquedo para menina,
então mulher fez boneca para menina, de cera de abelha. Boneca não servia, era muito mole. Então,
mulher fez de barro. Não serviu também, quebrava à-toa. Mulher pensou, pensou muito, para ver se
ficava bom. Tirava madeira para tirar cinza: não servia. Depois, tirou outra madeira chamada cega-
machado. Aí ficou bom, e durava mais, ficava bom mesmo!
Narração de Arutana, chefe ritual dos Karajá.
A interpretação deste mito é que as bonecas feitas de cerâmica não davam certo, pois
quebravam, sendo substituídas pelas de madeira. Contudo, ainda assim, as de cerâmicas são as
mais produzidas, e para solucionar o problema de serem quebradiças, em 1950 começaram a
fazer o cozimento, após sua fabricação, para terem mais resistência.
3. DESCRIÇÃO DA OBRA
As Ritxòkò, ao adquirirem a maior resistência com o cozimento, a partir de 1950, houve
a inserção de modificações, como a aplicação de braços, pernas e mãos longas, aumento das
cenas do cotidiano, e do seu repertório.
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Com isso, é feito algumas bolas pequenas, para a modelagem das bonecas. Juntamente
com isso, as crianças ajudam e se divertem no manuseio do barro e na elaboração de figuras e
miniaturas de panelas – Figura 01. Assim, é feito o seu aprendizado.
A pintura destas é feita da mesma forma que a pintura corporal, e é utilizado o grafismo,
com um pincel constituído de uma fina haste de palha de buriti com ponta; e também é retratado
alguns desenhos do cotidiano como as formas da natureza (asas do morcego, costas do tracajá,
etc.) – Figura 02. Os padrões geométricos (linhas, gregas, faixas, listras) são feitos com a cor
preta, e finalizados com a cor vermelha.
Figura 02: Grafismos feitos nas bonecas. Ilustração Luiz Pereira Kurikalá Karajá.
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Figura 03: Cena do cotidiano. Acervo MAE. Foto Freddy Cantoni.
4. ANÁLISE
É notório a importância das Bonecas Ritxòkò para a cultura, como exemplo disto: a
marca cultural, chamada de omarury, que são dois círculos feitos a fogo no rosto das bonecas,
embaixo dos olhos. Estes representam o Sol e a Lua, e significa um mito da figura que os
ensinou a pescar, caçar, fabricar, dentre outros. Desse modo, é fundamental para a história
brasileira, tanto os artefatos, as relações sociais e os valores sociais.
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Figura 04: Mais que objetos lúdicos, representam a cultura. Fonte: IPHAN.
Figura 05: As mulheres do povo Karajá modelam, queimam, pintam e comercializam as bonecas-cerâmica
karajá; elas são um modo de sustentação moral e cultural. Foto: Acervo Iphan/ Marcel Gautherot.
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Figura 06: A lenda do parto da onça contada por bonecas Ritxoko (Foto: Bernardo Gravito/G1)
5. CONCLUSÃO
O artesanato brasileiro é conhecido em todo o mundo, em decorrer da sua criatividade,
com isso é fundamental estimular a identidade cultural de cada região.
Dessa maneira, o texto relata desde os primeiros estudos sobre os indígenas, seus modos
de artesanatos e saberes, como também o entendimento das bonecas Ritxòkò por terem essa
função de transpassar a identidade do povoado, e constroem parte da cultura Karajá, além de
auxiliar na percepção das ideias da narrativa incorporada das ceramistas, com um conhecimento
tradicional.
Logo, são muito mais que apenas bonecas, permitem a ampliação de todo o
conhecimento da população acerca da cultura indígena brasileira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERREIRA FILHO, Prof. Manuel. Bonecas Karajá: patrimônio cultural imaterial do brasil.
Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Disponível em: https://www.fcs.ufg.br/n/19655-
bonecas-karaja-patrimonio-cultural-imaterial-do-brasil. Acesso em: 21 abr. 2021.
G1, TO. Bonecas da cultura karajá estão em exposição em Palmas: processo de confecção
é reconhecido como patrimônio imaterial pelo iphan. Processo de confecção é reconhecido
como patrimônio imaterial pelo Iphan. 2013. Disponível em:
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http://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2013/08/bonecas-da-cultura-karaja-estao-em-
exposicao-em-palmas.html. Acesso em: 21 abr. 2021.
SILVA, Telma Camargo da. Bonecas Karajá: arte, memória e identidade indígena no
Araguaia. 2011. Disponível em:
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/DossieRtixoko_comp.pdf. Acesso em: 21
abr. 2021.
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