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FACULDADE RATIO

SERVIÇO SOCIAL
III SEMESTRE

PSICOLOGIA SOCIAL
PROFESSORA TAÍS BLEICHER

Críticas à psicologia social tradicional e Nova Psicologia Social: Capítulo 12: Psicologia Social.
In: Psicologias: Uma introdução ao estudo da Psicologia.

CRÍTICAS À PSICOLOGIA SOCIAL TRADICIONAL:

Era um método descritivo, meramente organizando e dando nomes aos processos observáveis
dos encontros sociais. Tem seu desenvolvimento comprometido com os objetivos da
sociedade norte-americana do pós-guerra, que precisava de conhecimentos e de instrumentos
que possibilitassem a intervenção na realidade, de forma a obter resultados imediatos, com a
intenção de recuperar uma nação, garantindo a produtividade econômica. Por isso os temas:
mudanças de atitude, dinâmica grupal, etc. Restringe-se ao conceito de interação social,
deixando de lado o conjunto de produções humanas. Separa indivíduo de sociedade,
naturalizando aspectos subjetivos e objetivos.

NOVA PSICOLOGIA SOCIAL:

“A Psicologia Social está aqui compreendida como o estudo, no âmbito da Psicologia, dos
fenômenos sociais na sua dimensão subjetiva. Interessa a essa área compreender os
fenômenos sociais a partir da análise da subjetividade que vai sendo constituída ou modificada
no decorrer da atuação e inserção social dos sujeitos e, ao mesmo tempo, vai constituindo os
fenômenos” (GONÇALVES; BOCK, 2003, p. 4).

Para esta nova Psicologia Social, o indivíduo age sobre o mundo, transforma-o, e, assim, é
transformado por ele. Há, portanto, três âmbitos neste processo:

- Individual (o processo de transformação que vai acontecendo com o sujeito que vai
desenvolvendo registros, sentimentos, habilidades);

- Social (a transformação ocorre também no âmbito coletivo);

- Material (o mundo material vai adquirindo as formas dadas pelos humanos e vai se
transformando).

PRESSUPOSTO DA NOVA PSICOLOGIA SOCIAL: HUMANIZAÇÃO:

Os seres humanos conquistaram a humanidade e fizeram isso atuando sobre o mundo e se


relacionando com os outros seres. Atividade, relações sociais e cultura são categorias
prioritárias para a análise do processo e a compreensão do que faz o ser humano ser como é e
o que explica seu comportamento.

Estes pressupostos são importantes para evidenciar as questões sociais responsáveis pelas
situações de exclusão, dominação e desigualdade vividas.
NOVA PSICOLOGIA SOCIAL: OBEJETSO DE ESTUDO: A DIMENSÃO SUBJETIVA DOS
FENÔMENOS SOCIAIS:

PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA:

Continua tendo por objetivo conhecer o indivíduo no conjunto de suas relações sociais. Não há
a divisão entre comportamento em situação de interação ou não. O que interessa é
acompanhar as transformações e mudanças que os humanos provocam no mundo. Sentidos e
significados tornam-se aspectos de estudo para a compreensão da dimensão subjetiva.
Categorias fundamentais da Psicologia Sócio-Histórica: atividade, consciência e identidade.

ATIVIDADE:

É a unidade básica fundamental da vida do sujeito material. É por meio da atividade que o ser
humano se apropria do mundo. A atividade humana é a base do conhecimento e do
pensamento humano. Pressuposto: “Estamos considerando que os indivíduos apresentam
uma necessidade de manter uma relação ativa com o mundo externo. Para existirmos,
precisamos atuar sobre o mundo, transformando-o de acordo com as nossas necessidades. Ao
fazer isso, estamos construindo a nós mesmos” (p. 186). Mundo interno e externo são
imbricados e se fazem em um mesmo processo.

CONSCIÊNCIA:

A consciência humana expressa a forma como o ser humano se relaciona com o mundo
objetivo: ele o compreende, isto é, transforma-o em ideias e imagens e estabelece relações
entre estas informações, de modo a compreender o que se produz na realidade ambiente. A
consciência seria, assim, um saber, que engloba sentimentos e emoções.

COMO SURGE A CONSCIÊNCIA:

É produto das relações sociais que o homem estabelece. Condições externas que estimulam a
consciência: trabalho, vida social e linguagem. “O ser humano encontra um mundo de objetos
e significados já construídos por outros homens. Nas relações sociais, ele se apropria desse
mundo cultural e desenvolve o ‘sentido pessoal’. Produz, assim, uma compreensão sobre o
mundo, sobre si mesmo e os outros, compreensão construída no processo de produção da
existência, compreensão que tem sua matéria-prima na realidade objetiva e na realidade
social, mas que é própria do indivíduo, pois é resultado de um trabalho seu” (p. 187).

COMO ESTUDAR A CONSCIÊNCIA:

Por suas mediações, como as representações sociais. A representação social é a denominação


dada ao conjunto de ideias que articula os significados sociais, isto é, o sentido construído
coletivamente para o objeto, com o sentido pessoal. Envolve crenças, valores e imagens que os
indivíduos constroem, no decorrer de suas vidas, a partir da vivência em sociedade.

IDENTIDADE:

É a denominação dada às representações (ideias e sentimentos) que o indivíduo desenvolve a


respeito de si próprio, a partir do conjunto de suas vivências. A identidade é a síntese pessoal
sobre o si-mesmo, incluindo dados pessoais (cor, sexo, idade), biografia (trajetória pessoal),
atributos que os outros lhe conferem, permitindo uma representação a respeito de si.
SENTIDO:

Um agregado de fatos psicológicos que estão registrados pelo sujeito, carregados de afetos,
imagens e sensações. Emerge na consciência e é aspecto essencial da subjetividade. Toda
vivência representa um processo de produção de sentidos e é ele que nucleia, que organiza,
que permite a atuação do sujeito. É a unidade constitutiva da subjetividade e integra a
dimensão subjetiva à coletiva e objetiva do mundo.

SIGNIFICADOS:

São mais objetivos e estão consensuados no coletivo. São possibilitados pelos sentidos. Estão
postos nas palavras e podem ser dicionarizados.

A PRÁTICA DA PSICOLOGIA SOCIAL:

A Psicologia Social estuda a dimensão subjetiva (sentidos e significados) dos fenômenos,


coletivos. Realiza análise e intervenção em instituições e grupos sociais.

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