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Fichamento do texto:

NICOLAZZI, Fernando. O historiador enquanto leitor: história da historiografia e leitura da história. História
da historiografia: International Journal of Theory and History of Historiograhy, n. 13, p. 63-77, 2013.

1) Os autores utilizados para demonstrar a pertinência do assunto e objeto [situa o assunto e o objeto,
justificando-os]; Identificar também os autores que estão presentes na definição do quadro teórico
e da metodologia empregada pelo autor.
Em vista da área de estudos na qual o texto está inserido (História da historiografia), verifica-
se uma certa confusão entre autores utilizados para demonstrar a pertinência do assunto e
do objeto e aqueles que auxiliam na definição do quadro teórico e metodologia. No entanto,
pode-se apontar que Charles Péguy, Manoel Luiz Salgado Guimarães e Carlo Ginzburg
pertencem ao primeiro grupo, enquanto Michel de Certeau, François Hartog, Fernando
Nicolazzi, Jeanne Marie Gagnebin, Reinhart Koselleck, Chaim Perelman e Lucie Olbrechts-
Tyteca, entre outros situam-se mais propriamente no segundo grupo.

2) O assunto no qual o texto se inscreve (o tema do texto – o que ele pretende abordar).
História da historiografia (enfocando o discurso historiográfico e a importância da prática da
leitura).

3) O “objeto” de atenção do autor (o objeto empírico com o qual o autor trabalha).


Os leitores e as leituras dos textos historiográficos, para o que se utiliza do texto de Claude-
François Menestrier (1631-1705), Introdução à leitura da história, publicado em 1694. Trata-
se de identificar um “certo tipo de leitor”, ou seja, “pensar o historiador enquanto leitor” (p.
65).

4) O problema de pesquisa (hipóteses): a discussão que o autor elaborou (sobre o tema e o objeto).
A partir de uma sugestão de Manoel Luiz Salgado Guimarães, Fernando Nicolazzi discute a
relação entre o texto historiográfico e um “certo tipo de leitor”: “se a escrita da história vem
há tempos definindo o ofício dos historiadores, quais as implicações da reflexão que procura
perceber a dimensão complementar da tarefa, isto é, pensar o historiador enquanto leitor
[...]?” (p. 65). E ainda, se a história deve “elaborar um discurso legítimo”, sua legitimidade
“não se limita apenas à tarefa de elaboração do registro”, mas também à “prática da leitura
da história” (p. 69).

5) O(s) objetivo(s): os resultados alcançados pelo autor.


Apontar para a importância da leitura para a escrita da história, assinalando a necessidade
de ser uma leitura temporalizada do texto historiográfico; ou seja, trata-se de considerar a
“historicização da história” (p. 74).

6) A(s) fonte(s) utilizada(s): apontar quais foram os documentos em que o autor se apoiou para redigir
o seu texto. No caso de textos “teóricos”, as fontes serão, em geral, os textos dos autores que
estão presentes na definição do quadro teórico e da metodologia empregada pelo autor.
Na parte inicial de seu texto, Fernando Nicolazzi procura mostrar como se dava, na
Antiguidade, a relação entre a produção do texto histórico e a sua fruição (sua recepção);
para isso, vale-se de Homero (Odisseia), de Tucídides, de Políbio e de Luciano (p. 66-68).
Da Antiguidade passa para o século XVII e a obra de Claude-François Menestrier, para
apontar a importância da leitura no fazer historiográfico. Há uma referência a Aristóteles,
utilizado para corroborar posições de Menestrier. Por fim, para o século XVIII, aparece
Voltaire e seu verbete – História – na Enciclopédia (1765). Veja-se ainda a menção ao
Dicionário de Antoine Furetière (nota de rodapé 6, p. 73).

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