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CURSO: Complementação Pedagógica

DISCIPLINA: Disciplina de Ambientação / Estudo dirigido II

TUTOR (A): Thuany Ayla Fernandes Silva

DISCENTES: Antônio Nilton Queiroz Lima; Fabio Henrique Novais Soares; Luana
Amália Marcico; Nathalia Gonçalves de Conte; Tarcísia da Silva Almeida; Walquir
Queiroz de Paz.

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

A intolerância religiosa não é algo recente na história da humanidade e muito


menos na história do Brasil. Todavia, suas formas de manifestação têm sido
modificadas de acordo com a organização política, cultural e econômica de cada
sociedade em determinado tempo e espaço. Trata- se uma ideologia e como tal
acrescido à ignorância floresce no indivíduo a aversão as diferentes crenças,
desrespeito, demonização de suas divindades, agressões físicas, verbais e, inclusive,
atentados ao espaço físico (NOGUEIRA, 2020).

Quinalha (2016) em seu estudo discute a questão sobre a tolerância da


diversidade. Ele cita a expressão “é preciso tolerar a diversidade” uma frase
aparentemente bem-intencionada, porém que desperta a indignação de alguns tolerados.
Quem tolera não respeita, não quer compreender, não quer conhecer. É algo feito de
olhos vendados e de forma obrigatória. Para Quinalha (2016) “Tolerar” o que é
diferente consiste em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que se tolera”. Como
se este dependesse do consentimento do tolerador para poder existir. Essa afirmação se
confirma ao perceber a atribuição dada ao substantivo “Tolerância” pelo dicionário
Aurélio. Este descreve o termo como tendência a admitir modos de pensar, de agir e de
sentir que diferem do de um indivíduo ou de grupos determinados (…)”. Basicamente é
admitir e aceitar os pensamentos e escolhas das pessoas, mesmo quando os
desaprovamos.

Simões e Salaroli (2017) afirmam que permanece firme a problemática da


intolerância religiosa no Brasil mesmo após a criação da Lei 11.635/2007, a qual institui
21 de janeiro como Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, ou seja, fica
claro que há a necessidade de um diálogo mais eficaz sobre o tema em âmbito nacional.
Nogueira (2020) nos diz que no centro da intolerância religiosa, está a
necessidade de estigmatizar para opor normal e anormal, padrão e não padrão. O
Código Penal Brasileiro traz em seu Art. 208 :

“Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo


Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função
religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso;
vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena - detenção, de
um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único - Se há emprego de violência, a
pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.”

Deve-se lembrar de que a discriminação religiosa é crime previsto em lei, e por


isso deve ser punida de forma rigorosa para que os intolerantes não façam desse crime
um ato comum dentro da sociedade.

Com o debate suscitado, conscientizando, desmistificando e apresentando os


impactos sociais que tais condutas preconceituosas podem desencadear na sociedade
brasileira, uma vez que toda ação radical, que tente impor o seu fundamentalismo
religioso, contribui para o fomento da intolerância e deve ser combatida por toda a
sociedade (o que, obviamente, inclui os indivíduos pertencentes a todas as orientações
religiosas e também aqueles que não compartilham de qualquer crença), visando
proporcionar aos indivíduos uma formação libertária e emancipatória, contribuindo para
a pacificação social.

Referências

NOGUEIRA, Sidnei Barreto; Intolerância Religiosa.1ªed. São Paulo: Jandaíra, 2020.


QUINALHA, Renan. Contra a mera “tolerância” das diferenças. Cult, 24 fev. 2016.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da língua portuguesa. 5. ed. Curitiba: Positivo,
2010.
DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940, Código Penal . Acesso em: 05 de abril de
2021.
SECRETARIA ESPECIAL DE DIREITOS HUMANOS (SDH). Relatório sobre Intolerância e
Violência Religiosa no Brasil (2011 – 2015): resultados preliminares. Ministério das Mulheres, da
Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos; organização Alexandre Brasil Fonseca,
Clara Jane Adad. – Brasília: Secretaria Especial de Direitos Humanos, SDH/PR, 2016.
SIMÕES, A. D. S. M; SALAROLI, T. P. O RETRATO DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO
BRASIL E OS MEIOS DE COMBATÊ-LA: subtítulo do artigo. Unitas: Revista Eletrônica de Teologia e
Ciências das Religiões, Local, v. 5, n. 2, p. 411-430, 2017.

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