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Geometria Espacial - EP 5 - Gabarito

Aula 21: Ângulos no espaço - parte II

Exercı́cio 1. Decida se as afirmações a seguir são verdadeiras ou falsas. Prove as verdadeiras e encontre um
contra-exemplo para as falsas (este contra-exemplo deve ser descrito e desenhado).

a) Sejam α um plano e s ⊂ α uma reta. Se r é oblı́qua a α, então o ângulo entre r e s é igual ao ângulo
entre r e α.

b) Se duas retas distintas são paralelas a um plano, então elas são paralelas entre si.

Solução:

a) Falso. O ângulo entre uma reta oblı́qua a um plano e o plano é o ângulo entre a reta e sua projeção
ortogonal no plano. Este é o menor ângulo entre uma reta do plano e a reta dada. Veja o exemplo
da figura abaixo. Ela pode ser manipulada no Geogebra neste linka e você pode encontrar uma
explicação visual a partir de manipulação no Geogebra no vı́deo da semana neste linkb .

b) Falso. Considere, por exemplo, duas retas concorrentes contidas num plano β paralelo ao plano α.
Ambas são paralelas a α, mas não são paralelas entre si. Tomando três planos paralelos, podemos
obter duas retas reversas, ambas paraslelas a α. Veja as figuras.

a https://ggbm.at/RSsBdrCp

b https://www.youtube.com/watch?v=Mu8hugp8S 4

Exercı́cio 2. O aplicativo exibe uma pirâmide regular de vértice V , base hexágono ABCDEF de lado 1 cm e
arestas laterais com medida 2 cm. O ponto M é médio da aresta lateral AV .
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https://www.geogebra.org/m/jrqdkeza

a) Use o aplicativo para obter os ângulos AOM


\ , BOM
\ , COM
\ , DOM
\ , EOM
\ e F\
OM .

b) Determine o ângulo entre OM e o plano ABC, da base da pirâmide.

Solução:

a) Basta mover o ponto vermelho no aplicativo e anotar os resultados que são aproximadamente 60◦ ,
75,5◦ , 104,5◦ , 120◦ , 104,5◦ e 75,5◦ .

b) O ângulo entre uma reta e um plano é o ângulo entre a reta e sua projeção ortogonal no plano em
questão. Neste caso, como o plano V AM é perpendicular ao plano da base, o ângulo é o ângulo
\ = 60◦ .
AOM

Exercı́cio 3. Seja α um plano e r uma reta não perpendicular a α. Quantos planos contendo r perpendiculares
a α existem? Justifique sua resposta.

Solução:

Apenas um plano. Seja P , a interseção de r com α. Sabemos que existe uma única reta perpendicular
a α passando por P e que esta reta está contida em qualquer plano perpendicular a α que passe por
P . Logo qualquer plano perpendicular a α que contenha r, também contém a reta s. Logo o plano
procurado é o único plano que contém as retas concorrentes r e s.

Exercı́cio 4. A figura representa um tetraedro regular de aresta 2 cm.

A C

a) Calcule o ângulo entre a aresta AD e a face ABC do tetraedro.

b) Calcule o ângulo entre duas faces do tetraedro.

Solução:

O ângulo entre uma reta e um plano é o ângulo entre a reta e sua projeção ortogonal sobre o plano em
questão. A projeção ortogonal de AD sobre ABC é a reta AG, onde G é a projeção ortogonal de D
sobre ABC.

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A C

G
M

Afirmação: a projeção ortogonal de D sobre ABC é o baricentro G do triângulo ABC.


De fato, se G é o pé da perpendicular baixada de D sobre o plano ABC, então a reta DG é perpendicular
ao plano ABC e, portanto, perpendicular a AG, BG e a CG. Para mostrar que G é o baricentro
do triângulo equilátero ABC, basta mostrar que G é equidistante de A, B e C, isto é, que AG =
BG = CG. Para concluir este fato basta observar que os triângulos retângulos ADG, BDG e CDG
possuem hipotenusas de mesmo comprimento e o cateto DG coincidentes, então são congruentes, logo
AG = BG = CG.
A projeção ortogonal da reta AD sobre o plano ABC é a reta AM , onde M é o ponto médio de BC.
Agora basta calcular o ângulo M\AD usando a Lei dos Cossenos no triângulo AM D.

DM 2 = AM 2 + AD2 − 2AM · AD cos M


\ AD.

De onde, lembrando que o triângulo AM D é isósceles de base AD e que AM é altura do triângulo


equilátero ABC obtemos,

AM 2 + AD2 − DM 2 AD2 AD 2 3
cos M AD =
\ = = = √ = .
2AM · AD 2AM · AD 2AM 2 3 3

Assim, o ângulo procurado é o ângulo entre zero e 90◦ cujo cosseno é 3
3 . Este ângulo é de aproximada-

mente 54, 73

Exercı́cio 5. Um cubo ABCD − EF GH de lado a foi secionado pelos planos ACF e ACH e as pirâmides
B − ACF e D − ACH foram retiradas.

a) Faça uma figura que ilustre o sólido restante, use transparência para que se possa ver o outro lado.

b) Calcule o ângulo entre as faces ACF e ACH deste novo sólido.

Solução:

a) O sólido obtido tem como arestas a figura

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H G

E F

b) Lembre-se que o ângulo entre dois planos é o ângulo entre duas retas contidas nos respectivos
planos e ambas perpendiculares à reta de interseção dos dois planos. Como os triângulos ACF e
ACH são equiláteros, as medianas partindo de F e H são perpendiculares à base AC e podem ser
usadas para calcular o ângulo entre os planos. Seja M o ponto médio da aresta AC. O ângulo θ
procurado é o ângulo entre as retas F M e HM .
C
M

A
θ

H G

E F

Usando a Lei dos Cossenos no triângulo HF M obtemos

F H 2 = F M 2 + HM 2 − 2F M · HM cos θ.

Os segmentos F M e HM são alturas relativas à AC dos triângulos equiláteros ACF e ACH de


√ √
lados a 2, respectivamente. Portanto, F M = HM = a 2 6 , que também pode ser obtido usando-se
o Teorema de Pitágoras duas vezes. Substituindo na Lei dos Cossenos obtemos cos θ = 31 .
Observe que o tetraedro de vértices ACF H possui todas as arestas iguais (congruentes). O ângulo
calculado é o ângulo entre duas faces de um tetraedro regular.

Exercı́cio 6. Seja ABCD um quadrilátero convexo cuja interseção com o plano α é vazia. Seja A0 B 0 C 0 D0
a projeção ortogonal de ABCD sobre α. Qual(is) hipótese(s) deve(m) ser adicionada(s) para que ABCD e
A0 B 0 C 0 D0 sejam congruentes? Justifique a sua solução.

Solução:

O quadrilátero ABCD deve estar contido num plano paralelo a α. Pois assim os ângulos entre os lados
e comprimentos dos lados de ABCD serão preservados no quadrilátero projetado A0 B 0 C 0 D0 .

Exercı́cio 7. Considere um plano α, uma reta r perpendicular a α no ponto O e uma reta s ⊂ α que não
contém O. Se A é um ponto em r e B um ponto em s, mostre que AB é perpendicular a s se, e somente se,

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OB é perpendicular a s.

Solução:

A primeira coisa a se fazer é tentar visualizar a figura do enunciado.

Lembre-se que uma proposição do tipo P se, e somente se, Q contém duas duas proposições: “Se P ,
então Q” e outra “Se Q, então P ”. Neste caso precisamos justificar as duas afirmações.
Afirmação 1: Se AB é perpendicular a s, então OB é perpendicular a s.
Afirmação 2: Se OB é perpendicular a s, então AB é perpendicular a s.
Uma boa estratégia para se verificar o perpendicularismo entre duas retas é mostrar que existe um plano
que contém uma delas e é perpendicular à outra.
Lembre-se que uma reta perpendicular a um plano é uma reta perpendicular a todas as retas deste plano
(esta é a definição). Mas para fins práticos podemos usar o teorema que afirma que: se uma reta é
perpendicular a duas retas concorrentes de um plano, então ela é perpendicular ao plano.
Passemos a justificar as afirmações:
Justificativa da Afirmação 1: Se AB é perpendicular a s, então temos AB e r perpendiculares a
s. Como AB e r são concorrentes, a reta s é perpendicular ao plano ABO, determinado por AB e r.
Como s é perpendicular ao plano ABO, é perpendicular a todas as retas de ABO, em particular, s é
perpendicular a OB.
Justificativa da Afirmação 2: Se OB é perpendicular a s, então temos OB e r perpendiculares a
s. Como OB e r são concorrentes, a reta s é perpendicular ao plano ABO, determinado por OB e r.
Como s é perpendicular ao plano ABO, é perpendicular a todas as retas de ABO, em particular, s é
perpendicular a AB.

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