Você está na página 1de 5

CONCURSO REDAÇÃO ENEM: CHEGO JUNTO, CHEGO A 1.000!

2021
Secretaria da Educação do Estado do Ceará
Fundação Demócrito Rocha

TEMA 3

TEXTOS MOTIVADORES

Texto I

Trabalho infantil: impactos e consequências


O argumento que “trabalho enobrece” é usado por muitos para defender que crianças
e adolescentes trabalhem. Mas, é preciso observar que ele não leva em conta os
impactos e as consequências que estão sujeitos os milhões de meninos e meninas que
trabalham. Adultos e crianças são muito diferentes fisiológica e psicologicamente. Na
infância, a criança encontra-se num processo grande e muito importante de
desenvolvimento. Muitas vezes o que acontece na vida dela pode gerar impactos
permanentes.
Os impactos variam de acordo com a criança, com o trabalho que exerceu, com a
aceitação sociocultural, entre outros pontos. Muitas dessas crianças e adolescentes
estão perdendo a sua capacidade de elaborar um futuro. Isso porque podem
desenvolver doenças de trabalho que os incapacitam para a vida produtiva, quando se
tornarem adultos – uma das mais perversas formas de violação dos direitos humanos.
Além disso, muitos deles não estudam, não têm direito a lazer e a um lar digno e são
jogados à sorte, sem perspectiva de vida futura. São meninos e meninas coagidos a
trabalhar em atividades que envolvem riscos físicos e psicológicos, podendo os impactos
serem irreversíveis.
Além da perda de direitos básicos, como educação, lazer e esporte, as crianças e
adolescentes que trabalham costumam apresentar sérios problemas de saúde, como
fadiga excessiva, distúrbios do sono, irritabilidade, alergias e problemas respiratórios.
No caso de trabalhos que exigem esforço físico extremo, como carregar objetos pesados
ou adotar posições antiergonômicas, podem prejudicar o seu crescimento, ocasionar
lesões na coluna e produzir deformidades. Fraturas, amputações, ferimentos cortantes
ou contusos, queimaduras e acidentes com animais peçonhentos, por exemplo, são
comuns em atividades do tipo rural, em construção, em pequenas oficinas, na pesca e
em processamento de lixo. Devido a pouca resistência, a criança está mais suscetível a
infecções e lesões em relação ao adulto. É comum que meninos e meninas não
apresentem peso ou tamanho suficiente para o uso de equipamentos de proteção ou
ferramentas de trabalho, destinados a adultos, levando muitas vezes à amputação de
membros e até à morte.
Dependendo do tipo e do contexto social do trabalho, os impactos psicológicos na
criança e no adolescente são muito variáveis, especialmente na capacidade de
aprendizagem e em sua forma de se relacionar. Nesse sentido, os abusos físico, sexual
e emocional são grandes fatores para desenvolvimento não só de doenças físicas, mas
inclusive psicológicas. Trabalhos como tráfico e exploração sexual, por exemplo,
considerados piores formas de trabalho infantil, trazem uma carga negativa muito
grande no psicológico e na autoestima.
Outra questão é quando a criança é responsável pelo ingresso de uma parte
significativa da renda familiar. Em vez de brincar, atividade extremamente necessária
para seu desenvolvimento, ela se torna, de certa maneira, chefe de família,
representando uma inversão de papéis. Tal inversão pode causar dificuldade na inserção
em outros grupos sociais da mesma idade, porque possui assuntos e responsabilidades
muito além da idade adequada. Seus referenciais passam a ser semelhantes aos dos
adultos, sendo comum que meninos e meninas que trabalhem tenham mais facilidade
de se relacionar com adultos do que com pessoas da sua própria idade.
Fonte: www.2lencoispaulistas.sp.gov.br
Acesso: 10 de agosto de 2021.
Texto 2

Crianças Invisíveis
Crianças Invisíveis é uma produção cinematográfica encomendada pela Unicef e
realizada pelas mãos hábeis de oito diretores consagrados de diferentes nacionalidades.
A realidade dos continentes tem recortes de suas crianças transpostos para as telas a
partir do olhar sensível e diferenciado de nomes como os do inglês Ridley Scott e de sua
filha Jordan Scott, da brasileira Kátia Lund (co-diretora de Cidade de Deus), do norte-
americano Spike Lee, do chinês John Woo, do italiano Stefano Veneruso, do bósnio Emir
Kusturica e do argelino Mehdi Charef.
Há, evidentemente, para cada diretor uma produção. O filme é, então, uma colcha
de retalhos que nos coloca a cada momento num paralelo específico, a observar o que
está acontecendo, nesse exato momento, com algumas crianças em seus respectivos
países/continentes. A qualidade dos trabalhos é marcada pela instabilidade. Mesmo
levando-se em conta o currículo recheado dos cineastas que estão envolvidos no
projeto, alguns filmes são melhores e mais tocantes enquanto outros parecem carecer
de um pouco mais de brilho e empenho de seus realizadores. Há histórias que nos
atingem mais profundamente e nos fazem sentir a dura realidade das crianças ali
retratadas como se estivéssemos no lugar delas. Outras são um pouco mais frias e
distantes, mas também se prestam a denunciar irregularidades, erros, descaminhos e
problemas que abreviam a infância e forçam muitas e muitas crianças a amadurecer
prematuramente às custas de grandes sofrimentos. Sem patriotadas é possível definir o
filme de Kátia Lund como a melhor realização entre os curta-metragens que
compõem Crianças Invisíveis.
Parecemos caminhar pelas ruas de São Paulo ao lado das crianças que
protagonizam o filme. Cada detalhe das ruas paulistanas parece muito familiar aos
espectadores brasileiros, mesmo para aqueles que moram no Rio de Janeiro, Salvador,
Porto Alegre, Belo Horizonte ou Recife.
Fonte: www.g1.com.br/cinemadocumento

Texto 3

Fonte: www.chargesbrasil.com.br

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo
de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua
portuguesa sobre o tema A dificuldade de erradicar o trabalho infantil no Brasil apresentando
proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Você também pode gostar