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Governo do Estado do Rio de Janeiro

Secretaria de Estado de Educação


Subsecretaria de Gestão de Ensino
CI SEEDUC/SUPGE SEI Nº22 Rio de Janeiro,15 de agosto de 2019
Para: Diretoria Regional Pedagógica Centro Sul, Diretoria Regional Pedagógica Baixadas Litorâneas, Diretoria
Regional Pedagógica Metropolitana I, Diretoria Regional Pedagógica Metropolitana II, Diretoria Regional
Pedagógica Metropolitana III, Diretoria Regional Pedagógica Metropolitana IV, Diretoria Regional
Pedagógica Metropolitana V, Diretoria Regional Pedagógica Metropolitana VII, Diretoria Regional
Pedagógica Médio Paraíba, Diretoria Regional Pedagógica Noroeste Fluminense, Diretoria Regional
Pedagógica Norte Fluminense, Diretoria Regional Pedagógica Serrana I, Diretoria Regional Pedagógica
Serrana II, Diretoria Regional PedagógicaMetropolitana VI, Diretoria Regional Pedagógica de Unidades
Escolares Prisionais e Socieducativas
De: Superintendência de Gestão das Regionais Pedagógicas

Assunto: Protocolo de procedimentos em caso de automutilação, tentativa de suicídio e suicídio


consumado

A Superintendência de Gestão das Regionais Pedagógicas (SUPGE), por meio da


Coordenadoria de Gestão Intersetorial e Frequência Escolar (COGIN), considerando a crescente
ocorrência de casos de estudantes que praticam a automutilação, tentam ou cometem suicídio,
institui o Protocolo de Enfrentamento Escolar às Violências Autoprovocadas.

O Protocolo foi elaborado com o objetivo de instrumentalizar as Unidades Escolares para a


prática de ações intersetoriais no enfrentamento das violências autoprovocadas, em cumprimento
da Lei no 13.819/2019, que instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e Suicídio.

É importante ressaltar também, o papel da Política de Educação no Sistema de Garantia de


Diretos e sua responsabilidade legal com a promoção dos direitos da criança do adolescente.
Assim, é imprescindível que a unidade de ensino atue intersetorialmente compartilhando
responsabilidade tanto no âmbito da prevenção e promoção de saúde mental de seus estudantes
quanto no âmbito do acompanhamento de estudantes em risco de suicídio e/ou praticantes da
automutilação.

O protocolo constitui-se de um fluxo de notificação e acompanhamento dos casos junto aos


órgãos competentes, conforme previsão legal. As orientações sobre o fluxo, o modelo de ficha de
notificação, bem como as informações básicas sobre a rede de serviços sócio assistenciais
estão anexos. A proposta constitui ainda, numa das estratégias desta Secretaria para orientar os
gestores escolares em situações complexas, que extrapolem a competência da escola, sendo
necessário o acionamento de outras políticas.

Assim, a COGIN também estará disponível para apoiar e esclarecer possíveis dúvidas das
equipes gestoras das unidades escolares, quando necessário, por meio de equipe multidisciplinar
composta por professores e analistas executivos, com formação em Serviço Social e Psicologia-,
lotados na sede desta Secretaria ou nas Diretorias Regionais, na perspectiva de promoção e
defesa dos direitos da criança e do adolescente.

Atenciosamente,

Correspondência Interna - NA 22 (1047256) SEI SEI-03/001/020514/2019 / pg. 1


Charles da Silva Castro

Coordenadoria de Gestão Intersetorial e Frequência Escolar

ID: 50070037

Maria Verônica da Silva Ferreira

Superintendente de Gestão das Regionais Pedagógicas

ID nº 3303346-3/1

Documento assinado eletronicamente por Charles da Silva Castro, Coordenador, em


15/08/2019, às 18:16, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 5º, do § 1º,
Decreto nº 46.126, de 20 de outubro de 2017.

Documento assinado eletronicamente por Maria Veronica da Silva Ferreira, Superintendente,


em 15/08/2019, às 19:03, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 5º, do §
1º, Decreto nº 46.126, de 20 de outubro de 2017.

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Rua Professor Pereira Reis,119, - Bairro Santo Cristo, Rio de Janeiro/RJ, CEP 20220-800
Telefone: 23809290 - www.seeduc.rj.gov.br

Correspondência Interna - NA 22 (1047256) SEI SEI-03/001/020514/2019 / pg. 2


ANEXO I

PROTOCOLO DE ENFRENTAMENTO ESCOLAR ÀS VIOLÊNCIAS


AUTOPROVOCADAS

Este Protocolo foi elaborado pela equipe multidisciplinar da Coordenação de Gestão


Intersetorial e Frequência Escolar com objetivo de instrumentalizar as Unidades
Escolares para a prática de ações intersetoriais no enfrentamento das violências
autoprovocadas, em cumprimento da Lei no 13.819/2019, que instituiu a Política
Nacional de Prevenção da Automutilação e Suicídio.

Para tanto, cabe destacar que constitui violência autoprovocada:

 Automutilação: comportamento que produz dano físico contra si próprio,


podendo ter ou não intenção de morte; pode envolver corte em braços,
pernas, barriga e outras partes do corpo (em geral, regiões fáceis de
esconder), além de queimaduras, mordidas, entre outros;
 Tentativa de suicídio: Um ato de autoagressão cuja intenção é a morte, que
acaba não ocorrendo;
 Suicídio consumado.

O protocolo está dividido em três momentos:

I. Prevenção - ações coletivas de cunho pedagógico e informativo com objetivo de


evitar o adoecimento ou reduzir o risco de suicídio, tentativa de suicídio e
automutilação;
II. Intervenção – ações dirigidas a indivíduos identificados com comportamentos
de risco, que exibem sinais de desejo de morte, que praticam automutilação ou
que tentaram suicídio;
III. Posvenção – ações coletivas e individualizadas após o suicídio consumado de
um membro da comunidade escolar.

Prevenção

Tomando como base os principais programas e pesquisas de prevenção ao suicídio na


escola, as Unidades Escolares poderão desenvolver como estratégia as seguintes ações:

1. Estimular habilidades sociais dos adolescentes, como resolução de problemas,


tomada de decisão, comunicação assertiva, comportamento de pedir ajuda, etc.;
2. Fornecer informação clara sobre o fenômeno do suicídio;

Anexo (1047408) SEI SEI-03/001/020514/2019 / pg. 3


3. Identificar casos de adolescentes em risco;
4. Informar sobre serviços de cuidado em saúde mental;
5. Realizar campanhas de prevenção na escola, através de palestras, oficinas, rodas
de conversa, atividades de integração e escuta.

Essas são propostas que podem ser realizadas através de medidas pedagógicas de
promoção de saúde mental na escola em conjunto com o corpo docente e em parceria
com os grêmios estudantis e, em especial, articuladas com a Unidade Básica de Saúde
de referência da escola, ou em parceria com outras políticas públicas e instituições,
como, por exemplo, universidades e ONG’s.

Intervenção

Ao identificar estudantes com risco para suicídio, que tentaram suicídio e/ou que
praticam automutilação é importante seguir os seguintes cuidados:

1. Acolher e ouvir a pessoa evitando utilizar de julgamentos ou conselhos,


oferecendo ajuda para que ela inicie um acompanhamento;
2. Acionar o responsável ou familiar de confiança do estudante, com cuidado
especial, caso seja identificada a suspeita de motivação por problema com a
própria família;
3. Encaminhar compulsoriamente ao Conselho Tutelar a ficha de notificação
(Anexo II), caso a pessoa seja menor de 18 anos - em respeito à Lei N*
13.819/2019 que instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e
Suicídio e estabelece que as instituições de ensino devem notificar
compulsoriamente ao Conselho Tutelar casos suspeitos ou confirmados de
violência autoprovocada cometida por pessoas menores de 18 anos, quais sejam:
suicídio consumado, tentativa de suicídio e o ato de automutilação. A escola
deverá registrar o caso na planilha de fichas encaminhadas ao Conselho Tutelar
onde são quantificadas as fichas FICAI e FAMI;
4. Encaminhar por ofício o estudante para atendimento na unidade de saúde mental
de referência de acordo com o endereço de residência dele, como Centro de
Atenção Psicossocial e/ou Unidade Básica de Saúde, seguindo modelo do Anexo
III; atentando para as funções dessas instituições no Anexo IV e utilizando o
modelo de ofício do Anexo III.
5. Avaliar necessidade de formalizar outros encaminhamentos quando há suspeita
de motivação dentro da própria família, de violência ou de violação de direitos,
como Centro de Referência Especializada em Assistência Social, Centro de
Atendimento Especializado à Mulher, Delegacias Especializadas, atentando para
as funções dessas instituições no Anexo IV e utilizando o modelo de ofício do
Anexo III.

Anexo (1047408) SEI SEI-03/001/020514/2019 / pg. 4


6. Ocorrências dentro do contexto da unidade que necessitem de apoio de saúde
imediato, como suicídio, tentativa de suicídio e automutilação na escola deve-se:
I. Acionar a Emergência para remoção do aluno para socorro
devido, ligando para 192 (SAMU) e/ou orientar o responsável a levar a
pessoa para um atendimento de emergência em UPA, pronto socorro e
hospitais;
II. Contato com responsável para comunicação do ocorrido;
III. Quando não conseguir estabelecer o contato com o responsável do
estudante com menos de 18 anos, acionar de imediato o Conselho
Tutelar por telefone (e assim que possível por ofício), para notificação
da situação.
IV. O adolescente não poderá ficar sozinho e deve-se garantir que ele
receba o atendimento em saúde em caráter de emergência;

Além do encaminhamento adequado, é essencial que a escola mantenha o


acompanhamento do caso em conjunto com seus parceiros: a família e os profissionais
de referência.

Posvenção

Ainda que a escola seja sensível ao tema e faça ações de prevenção, pode acontecer que
um membro da comunidade escolar cometa suicídio. Nesse caso, todos os atores da
escola são (em maior ou menor escala) impactados com a perda de um colega e são
considerados ‘sobreviventes’ - que precisam ser acolhidos e escutados sobre seu
sofrimento. Para isso é importante atentar para:

1. Cuidado na comunicação do suicídio, sendo importante informar a comunidade


escolar a respeito, sem, no entanto, divulgar os métodos utilizados
(principalmente não compartilhar fotos ou vídeos) e evitando culpabilizações;
2. Comunicar a Diretoria Regional Pedagógica e Administrativa;
3. Encaminhar compulsoriamente ao Conselho Tutelar a ficha de notificação
(Anexo II)
4. Articular com a Unidade Básica de Saúde de referência da escola ou serviço de
saúde mental ações de acolhimento e escuta aos membros da comunidade
escolar;
5. Prestar informação sobre serviços de apoio onde as pessoas possam buscar ajuda
para apoio emocional, como Serviços de Saúde e o Centro de Valorização da
Vida (Telefone: 188);

Anexo (1047408) SEI SEI-03/001/020514/2019 / pg. 5


6. Algumas pessoas podem precisar de atendimentos individuais para atendimento,
cabendo à escola realizar encaminhamentos por meio de um ofício ao serviço de
saúde mental de referência da residência delas, conforme modelo do Anexo III.

Anexo (1047408) SEI SEI-03/001/020514/2019 / pg. 6


ANEXO II
FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE VIOLÊNCIA AUTOPROVOCADA POR CRIANÇAS E
ADOLESCENTES – em cumprimento da lei nº 13.819, de 26 de abril de 2019
(Considera-se criança, a pessoa de até 12 anos de idade incompletos e adolescentes aquela entre 12 e 18
anos incompletos de idade – Lei 8.069, de 13/7/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente).
I - IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR Número da Ficha: ______
Data do Atendimento: / / Unidade Escolar:
Endereço da Unidade Escolar:
Telefones:
Profissionais envolvidos no atendimento (incluir categoria profissional):

II - IDENTIFICAÇÃO DA CRIANÇA/ADOLESCENTE
Nome
Nome Social (se houver)
Data de Nascimento / / Idade: Sexo 
Orientação sexual  Heterossexual  Homossexual (gay/ lésbica)  Bissexual  Não se aplica
Identidade de gênero  Travesti  Mulher Transexual  Homem Transexual  Não se aplica
Cor/ Etnia  Preto  Pardo  Branco  Amarelo  Indígena
Matrícula Frequência1 S N Caso Negativo, há quantos dias?
2
Pessoa com deficiência S N Qual?
Filiação

Responsável(is) Lega(is)
Grau de Relacionamento
Endereço
Telefone p/ contato
Referência para localização:
III – CARACTERIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA
Violência Autoprovocada
(suspeita ou confirmada)
Local de Ocorrência
DESCRIÇÃO DA OCORRÊNCIA

IV - CONDUTA, ORIENTAÇÃO, ACOMPANHAMENTO DADO AO ALUNO OU À FAMÍLIA.

Ficha encaminhada ao CONSELHO TUTELAR nº________ em _____/_____/_____.

ASSINATURA E CARIMBO DA DIREÇÃO


1
Esta informação não exclui a feitura da Ficha de Comunicação de aluno Infrequente-FICAI quando necessária.
2
Casos envolvendo estudantes com deficiência, notificar até 21 (vinte e um ) anos de idade.

Anexo (1047441) SEI SEI-03/001/020514/2019 / pg. 7


ANEXO III

Ofício N° ____/_____ Rio de Janeiro, ___ de ____ de 2019.

Do: C.E. ______________________________

Ao: __________________ (nome da instituição)


A/C: __________________ (nome do profissional de referência)

Vimos por meio deste, encaminhar o/a aluno/a


_______________________________________, nascido em __ / __/ __, matriculado/a
na série do _______________ (modalidade de ensino) e residente e domiciliado/a no
endereço: ______________________________________________.

Percebemos a necessidade de acompanhamento pela equipe de _____________


(saúde/assistência/etc.) e mapeamos o ______________________________________
(nome da instituição) como unidade de referência, pois vislumbramos um
acompanhamento conjunto de nosso/a aluno/a.

O motivo do encaminhamento se dá em virtude de


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
(inserir breve relato do caso, resguardando questões sigilosas)

Desde já agradecemos a atenção dispensada e permanecemos à disposição para sanar


eventuais dúvidas nos telefones: _______________.

Atenciosamente,

Assinatura e carimbo.

Anexo (1047441) SEI SEI-03/001/020514/2019 / pg. 8


ANEXO IV

PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DA REDE SOCIOASSISTENCIAL

1. Rede de Saúde Mental

A rede de saúde mental deve ser utilizada para encaminhamento de estudantes em


processo de adoecimento e/ou sofrimento mental, como depressão, automutilação,
tentativa de suicídio, fobias, etc.

1.1. Atenção Primária em Saúde

As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a principal porta de entrada e meio de


comunicação com toda a Rede de Atenção de Saúde, tem como objetivo desenvolver
ações de prevenção, promoção da saúde e diagnóstico precoce de doenças.
Na UBS, é possível receber atendimentos básicos e gratuitos em Pediatria, Ginecologia,
Clínica Geral, Enfermagem e Odontologia. Os principais serviços oferecidos são
consultas médicas, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais,
tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades e fornecimento de
medicação básica.
Já as Clínicas da Família fazem parte da Estratégia Saúde da Família e têm como objetivo
focar nas ações de prevenção, promoção da saúde e diagnóstico precoce de doenças.

Links úteis para consulta das unidades de saúde:

 Onde ser atendido – Prefeitura do Município do Rio de Janeiro:


http://prefeitura.rio/web/sms/onde-ser-atendido
 Conexão Saúde – Governo do Estado do Rio de Janeiro:
https://www.saude.rj.gov.br/rede-de-atendimento

1.2. Centro de Atenção Psicossocial.

Os Centros de Atenção Psicossocial, CAPS, são unidades de saúde de caráter aberto e


comunitário do Sistema Único de Saúde, servindo de referência e suporte local de
tratamento para as pessoas que sofrem com transtornos mentais. As situações que
envolvem questões de automutilação e suicídio devem ser encaminhadas e referenciadas
às equipes de saúde de um CAPS, que serão classificados de acordo com a população do
município em que funcionam. Esses casos poderão ser encaminhados diretamente para os
CAPS da área de abrangência, sem necessidade de passar pela Atenção Primária.

 CAPS I - Localizado em municípios com população entre 20 mil e 50 mil


habitantes - funcionamento das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira, sendo

Anexo (1047441) SEI SEI-03/001/020514/2019 / pg. 9


elegíveis para atenção a crianças e adolescentes nos municípios que não possuem
o serviço de CAPSi.
 CAPS II - Localizado em municípios com população acima de 50 mil habitantes
- funcionamento das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira, sendo elegíveis para
atenção a crianças e adolescentes nos municípios que não possuem o serviço de
CAPSi.
 CAPSi II – Localizado em municípios com população acima de 200.000
habitantes, funcionamento das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira, com
atenção exclusiva à crianças e adolescentes.
 CAPSi III – Localizado municípios com população acima de 200.000 habitantes-
funcionamento 24 horas por dia, diariamente, também nos feriados e fins de
semana, com atenção exclusiva à crianças e adolescentes.
 CAPS ad III Álcool e Drogas: Atendimento a todas as faixas etárias; com foco
em transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, funcionamento 24 horas por
dia.

2. Rede de Assistência Social.

O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) estabelece a organização das ações da


política de Assistência Social de acordo com a complexidade dos serviços. No SUAS, os
serviços, programas, projetos e benefícios são organizados tendo como referência o
território onde as pessoas moram, considerando suas demandas e necessidades, tendo a
família como foco principal de atenção.

Nesse sentido, oferece ações e serviços voltados para o fortalecimento da família, com
foco no cuidado e na proteção social de crianças, adolescentes e suas famílias em situação
de violências. As ações da assistência social no SUAS são organizadas em dois tipos de
proteção: básica e especial, e são desenvolvidas pelas unidades públicas:

 CRAS - Centro de Referência de Assistência Social – atende famílias em


situação de vulnerabilidade social, extrema pobreza, relações familiares
fragilizadas (em que ainda não há rompimento de vínculos e nem violação de
direitos).

A equipe do CRAS tem como foco o fortalecimento dos vínculos familiares e faz
o acompanhamento de toda a família com o objetivo de reduzir suas
vulnerabilidades sociais; pode, ainda, apoiar ações comunitárias, por meio de
palestras, campanhas e eventos, atuando junto à comunidade na construção de
soluções para o enfrentamento de problemas comuns, como a violência no bairro,

Anexo (1047441) SEI SEI-03/001/020514/2019 / pg. 10


trabalho infantil, falta de transporte, baixa qualidade na oferta de serviços,
ausência de espaços de lazer, cultural, entre outros.

 CREAS - Centro Especializado em Assistência Social – atende famílias e


indivíduos em situação de risco pessoal e social, com violação de direitos, como:
violência física, psicológica e negligência; violência sexual; afastamento do
convívio familiar devido à aplicação de medida de proteção; situação de rua;
abandono; trabalho infantil; discriminação por orientação sexual e/ou raça/etnia;

A equipe do CREAS tem como foco a reconstrução dos vínculos familiares e


também acompanha famílias em descumprimento de condicionalidades do
Programa Bolsa Família em decorrência de violação de direitos; cumprimento de
medidas socioeducativas em meio aberto (Liberdade Assistida, Prestação de
Serviços à Comunidade por adolescentes, entre outras).

3. Conselho Tutelar

O Conselho Tutelar compõe o Sistema de Garantia de Direitos e é um órgão autônomo


encarregado de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Tem como
atribuições, entre outras, demandar serviços públicos de saúde, educação, assistência social,
previdência, trabalho e segurança.

4. Segurança Pública:

A Segurança Pública tem a perspectiva de manter a segurança dos cidadãos. Uma das
instituições que representa a Segurança Pública é a Delegacia Policial que é uma unidade
fixa da polícia que funciona para atendimento do público, assim como base e
administração de operações policiais, investigações criminais e detenção temporária de
suspeitos e presos em flagrante delito.

As delegacias funcionam por região, sendo que em cidades maiores podem existir várias
e em menores apenas uma. Vamos apresentar, de forma geral, dois tipos de Delegacia
Policial:

 Delegacias Especializadas: são delegacias destinadas a públicos específicos,


como as de Proteção à Criança e ao Adolescente, à Mulher e de crimes
cibernéticos. Nelas existem profissionais capacitados tecnicamente para fazer
atendimentos ligados a crimes praticados contra seu público alvo, tanto na
questão de resolução quanto na questão de prevenção a esses crimes.

Anexo (1047441) SEI SEI-03/001/020514/2019 / pg. 11


 Delegacias comuns: são as delegacias que atendem qualquer tipo de demanda da
população ligada a crimes, incluindo as demandas atendidas pelas delegacias
especializadas quando essas não existem no município em que a pessoa que
necessita dos serviços se encontra. São as mais numerosas e, por isso, as mais
procuradas e que fazem maior número de atendimentos. Por exemplo, se houver
um crime relacionado a crianças e adolescentes no município, mas não há uma
delegacia especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente deve ser
procurada uma Delegacia comum; assim como se houver um furto, um
homicídio ou acidente de trânsito.

5. Vara da Infância e Juventude e do Idoso

A Vara tem por objetivo garantir os interesses superiores da criança e adolescente através
do desempenho da competência e das atribuições definidas no Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei Federal n° 8.069, de 13/07/1990) e proteção aos idosos (Lei Federal n°
10.741, de 01/10/2003). Este é o órgão responsável pelo julgamento dos adolescentes
(com idade entre 12 e 18 anos) que praticam atos infracionais, impondo medidas
socioeducativas e fiscalizando a execução delas. Este órgão também fiscaliza, orienta e
apura irregularidades em instituições e abrigos para idosos, além de garantir medidas de
proteção e atendimento à terceira idade.

6. Ministério Público

O MP é um órgão autônomo que busca garantir o atendimento dos interesses da


sociedade e dos direitos individuais indisponíveis no regime de democracia em que
vivemos. Em síntese, o MP fiscaliza o cumprimento da Lei, defendendo a cidadania e a
dignidade da pessoa humana. Áreas de atuação do MP: Cidadania, Cível, Consumidor,
Criminal, Direitos Humanos e Minorias, Educação, Eleitoral, Execução Penal, Idoso e
Pessoa com Deficiência, Infância e Juventude, Meio Ambiente, Saúde, Violência
Doméstica e Registro Civil de Nascimento e Documentação.

As atribuições do órgão estão relacionadas à garantia de direitos das crianças e


adolescentes, exigindo dos poderes e políticas públicas o bom cumprimento dos serviços
prestados para a garantia dos direitos elencados na Constituição e no ECA.

A Ouvidoria do Ministério Público deve ser acionada toda vez que algum dos órgãos ou
responsáveis pela rede de garantia de direitos prestar serviços inadequados ou
insuficientes para a proteção de crianças e adolescentes. Dessa forma, instituições ligadas
a serviços para Criança e Adolescentes (como Educação, Saúde e Assistência Social)

Anexo (1047441) SEI SEI-03/001/020514/2019 / pg. 12


podem ser acionadas pelos gestores públicos para a indução de boas políticas e atuação
colaborativa, aperfeiçoando ações através da parceria com o Ministério Público.

7. Defensoria Pública

A Defensoria é um órgão público que visa prestar assistência jurídica à população que
não tenha condições financeiras de pagar as despesas destes serviços. Essa assistência é
gratuita e pode ser prestada, por exemplo, se um adolescente comete um ato infracional e
não tem condições de pagar um advogado. Também pode procurar a Defensoria Pública
quem não tem recursos financeiros para elaborar contratos, obter segunda via de
documentos, realizar escrituras de imóveis e outros atos feitos em cartório (como segunda
via de certidão de nascimento, casamento ou óbito, carteira de identidade, certidões e
etc.).

 Enterro Gratuito: a Defensoria Pública intermedeia enterro gratuito para famílias


em situação de pobreza, comprovada sua condição de hipossuficiência e mediante
apresentação de documentos. Para mais informações, ligar no telefone: 129.

8. DISQUE 100

O Disque 100 recebe, analisa e encaminha denúncias de violações de direitos humanos


relacionadas aos seguintes grupos e/ou temas: Crianças e adolescentes; Pessoas com
deficiência; em restrição de liberdade; População LGBT; em situação de rua;
discriminação ética ou racial; tráfico de pessoas; trabalho escravo; moradia e conflitos
urbanos; violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades
tradicionais; violência policial e de forças de segurança pública.

O serviço funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e


feriados. As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita e
anônima, de qualquer terminal telefônico fixo ou celular, bastando discar 100.

O serviço pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos, pois atende
também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em
curso, acionando os órgãos competentes, possibilitando o flagrante.

9. Disque 188: para conversar e receber apoio emocional

Anexo (1047441) SEI SEI-03/001/020514/2019 / pg. 13


O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do
suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam
conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.

Anexo (1047441) SEI SEI-03/001/020514/2019 / pg. 14

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