1) O documento discute como escolher um tema e problema para um trabalho de conclusão de curso (TCC) em história, enfatizando a importância de delimitar o recorte espacial e temporal.
2) É dado o exemplo de como o tema "Segunda Guerra Mundial" é muito amplo, sugerindo focar em algo específico como "a presença dos brasileiros na Segunda Guerra Mundial".
3) Também é contada a experiência pessoal do autor ao escolher o tema para seu doutorado sobre concubinato no período
1) O documento discute como escolher um tema e problema para um trabalho de conclusão de curso (TCC) em história, enfatizando a importância de delimitar o recorte espacial e temporal.
2) É dado o exemplo de como o tema "Segunda Guerra Mundial" é muito amplo, sugerindo focar em algo específico como "a presença dos brasileiros na Segunda Guerra Mundial".
3) Também é contada a experiência pessoal do autor ao escolher o tema para seu doutorado sobre concubinato no período
1) O documento discute como escolher um tema e problema para um trabalho de conclusão de curso (TCC) em história, enfatizando a importância de delimitar o recorte espacial e temporal.
2) É dado o exemplo de como o tema "Segunda Guerra Mundial" é muito amplo, sugerindo focar em algo específico como "a presença dos brasileiros na Segunda Guerra Mundial".
3) Também é contada a experiência pessoal do autor ao escolher o tema para seu doutorado sobre concubinato no período
Fiz algumas considerações de como chegar ao tema e ao problema do
TCC. Lembrando que o trabalho de vocês será na área de história e como tal, o tema deve ser delimitado, além de ter um recorte espacial e temporal. Lembro que o TCC não é uma mera narração de um fato ou acontecimento, ele sempre será uma investigação de um tema problematizado.
Algumas vezes, acreditamos que podemos escrever sobre um assunto
vasto. EX: segunda guerra mundial. Isso não constitui um tema, apenas um assunto amplo. Agora, se eu quiser delimitar um tema, preciso encontrar algo dentro desse assunto. EX: a presença dos brasileiros na Segunda Guerra Mundial.
A presença dos brasileiros no conflito não aconteceu o tempo todo. Ela
teve lugar e momento para isso. Em História, é obrigatório fazermos esse recorte, ou seja, delimitar o espaço que estamos estudando e o tempo também.
Vou dar outro exemplo, agora pessoal. Em meu doutorado, desejava
estudar o concubinato, entendendo essa palavra no período colonial como uma relação consensual com teor bastante negativo. Por conhecer uma vasta bibliografia na área de escravidão e formação de famílias, na colônia e no século XIX, e muitas fontes primárias como assentos de casamento, batismo, inventários e testamentos, eu elaborei um tema e um problema, que desejava dialogar com a mesma. Havia uma parcela grande da historiografia que mostrava que o concubinato era o resultado de uma relação fortuita e promíscua. A minha observação dizia que não era isso, mas eu precisava problematizar a mesma.
Por outro lado, a presença de muitas fontes primárias no Rio de Janeiro
me ajudaram a construir o tema. Assim, nasceu a ideia de estudar a formação familiar consensual, no bispado do Rio de Janeiro, em fins do período colonial e início do XIX. Mais tarde, o tema se transformou gerando o título: O amor possível: um estudo sobre o concubinato no Bispado do Rio de Janeiro, período colonial e início do século XIX. A problemática foi: O concubinato era de fato uma relação resultante da promiscuidade em que viviam grupos populares ou era o resultado das condições em que eles viviam?
Dito de outro modo: a questão problema ou norteadora é uma questão
específica que a gente estuda dentro do tema. Essa questão deve ser clara, delimitada e possível de ser respondida. No meu caso, eu queria provar que o concubinato poderia ser uma relação semelhante ao casamento formal, pelo menos em alguns aspectos e que ele não era uma relação fortuita, mas duradoura.
Em seguida, partimos para as hipóteses. Estas são afirmações que
fazemos, suposições que imaginamos e que serão testadas e comprovadas com a pesquisa. Dentro do meu tema, por exemplo, uma das possibilidades era que os casais escravos não se casavam efetivamente, em função dos desmandos dos senhores. Para terminar, as hipóteses são colocadas como afirmações e nunca como perguntas.