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Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Departamento de Ciências Exatas e Naturais

Sistemas de Produção e Processos Produtivos

Prof. Msc. David Custódio de Sena

SELECIONAR UMA EMPRESA E IDENTIFICAR OS


ELEMENTOS, O TIPO E A SUA CLASSIFICAÇÃO DE
SUA FUNÇÃO PRODUÇÃO
Anna Karollyna Albino Brito

Isabela Raquel Mendes Bezerra

Mossoró/RN

2011
1. Caracterização da empresa

A empresa estudada está localizada no centro da cidade de Mossoró/RN, e faz parte de


uma das maiores redes supermercadistas do estado, a Rede “SuperQ”. A organização a
qual é referida, se trata do Hipermercado Queiroz.

Com a missão de oferecer produtos e serviços com padrão de qualidade no segmento


supermercadista, destacando-se pela excelência no atendimento, preço justo e pela
valorização da relação de confiança e satisfação entre empresa, clientes, colaboradores e
fornecedores, a Rede Queiroz é uma marca consolidada no mercado, sendo a terceira no
ranking do setor no Rio Grande do Norte e a marca número 1(um) mais lembrada na
mente do consumidor na cidade de Mossoró.

Está alocada no setor terciário, já que envolve as provisões de serviços tanto para outros
negócios como para consumidores finais. Os serviços são produtos em que pessoas ou
empresas prestam a terceiros para satisfazer determinadas necessidades. Assim, o foco
esta na interação entre pessoas, proporcionando um produto ou serviço que satisfaça os
anseios de quem o demandou.

2. Fundamentação teórica

“A produtividade é a procura incessante por melhores métodos de trabalho e processos


de produção, com o objetivo de se obter melhoria da produtividade com o menor custo
possível.” (MARTINS; LAUGENI, 2006, p. 2)

Na busca dessa produtividade, os empresários procuram a melhor forma de como


organizar a produção e/ou serviço oferecidos. Visando uma melhoria tanto na qualidade
de seus colaboradores como para seus clientes.

Vários são os fatores que determinam a produtividade de uma empresa, destacando:


relação capital-trabalho (nível de investimento das instalações), escassez de algumas
matérias-prima, mudanças na mão-de-obra (colaboradores com maior qualificação),
inovação tecnológica, restrições legais (legalização quanto a impactos ambientais),
fatores gerenciais e qualidade de vida (MARTINS; LAUGENI, 2006).

Para melhor entendimento faz-se necessário o saber de alguns conceitos que engloba um
maior: o de sistemas produtivos.

“A administração da produção é a atividade de gerenciar recursos destinados à produção


e disponibilização de bens e serviços.” (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009, p.
8) Para trabalhar desta maneira faz-se necessário a distribuição de alguns sistemas
produtivos.

Martins e Laugeni (2006) citam sistema como a conceituação de “um conjunto de


elementos inter-relacionados com um objetivo em comum.”
As empresas geralmente estudam o sistema como um processo de transformação das
entradas (insumos) em saídas (produtos) úteis aos clientes. Esta é a conceituação de um
sistema produtivo (TUBINO, 2009).

Slack, Chambers, Johnston (2009, p. 8) afirmam que

Todas as operações produzem produtos e serviços através da


transformação de entradas em saídas, o que é chamado de processo de
transformação. (...) Em resumo, a produção envolve um conjunto de
recursos de input (entradas) e outputs (saídas) de bens e serviços.

Martins e Laugeni (2006, p. 12) conceituam que

Os inputs são os insumos, ou seja, o conjunto de todos os recursos


necessários, tais como instalações, capital, mão-de-obra, tecnologia,
energia elétrica, informações e outros. Eles são transformados em
outputs pelas funções de transformação, como decisões, processos,
regras heurísticas, algoritmos matemáticos, modelos de simulação,
julgamento humano, dentre outros fatores. Os outputs são os produtos
manufaturados, serviços prestados, informações fornecidas.

“Todos os processos existem para produzir produtos e serviços e, embora produtos e


serviços sejam diferentes, a distinção entre eles pode ser sutil. Talvez a diferença mais
óbvia seja em relação à tangibilidade” (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009, p.
11). Quando o produto fabricado é tangível diz-se que o sistema de produção é uma
manufatura de bens. Contrapartida, quando o produto gerado é intangível diz-se que o
sistema de produção é um prestador de serviço. Há uma diferença básica entre ambos:
na manufatura de bens a orientação é para o produto e é separada pela produção do
consumo, e na prestação de serviço é orientada para a ação e possui mais contato com o
cliente. Mas, apesar de existirem algumas diferenças, na prática, a maioria das empresas
está situada entre esses dois extremos, produzindo simultaneamente bens e serviços
(TUBINO, 2009).

Algumas operações produzem apenas produtos e outras apenas serviços, mas a maioria
produz um composto dos dois. Todavia há ainda uma distinção entre produtos “puros” e
serviços “puros”, onde existe a atuação de um produto ou serviço facilitador. O produto
puro é aquele que se preocupa exclusivamente na extração da matéria-prima, e o serviço
puro é o qual mantém-se ligado unicamente a prestação de serviço. Mas para manterem-
se nesta “categoria”, o produto puro existe uma utilização de um serviço facilitador o
qual existe para facilitar a venda de seu produto, quanto ao serviço, há um produto
facilitador o qual é fornecido ao cliente. Não necessariamente faz-se obrigatório a
atuação de um ou outro (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009).

A classificação dos sistemas produtivos tem por finalidade facilitar o entendimento das
características inerentes a cada sistema de produção.

Os sistemas podem ser classificados pelo grau de padronização dos produtos, por tipo
de operação, pela natureza do produto e pelo arranjo físico.
Quanto ao grau de padronização dos produtos e/ou serviços, são ditos a) padronizados
quando apresentam alto grau de uniformidade, produzidos em grande escala,
disponibilidade alta, seus sistemas produtivos podem ser organizados de forma a
padronizar mais facilmente os recursos produtivos e os métodos de trabalho e controles;
e b) sob encomenda quando são customizados para um cliente específico, onde o
estoque e lotes geralmente são unitários, grande dificuldade em padronizar métodos de
trabalho e recursos produtivos, gerando produtos com custo mais elevado.

Tubino (2009) afirma que quanto ao tipo de operação, são ditos

a) contínuos, quando envolvem a produção de bens ou serviços que não podem ser
identificados individualmente, existindo uma alta uniformidade na produção fazendo
com que os processos produtivos sejam interdependentes, possuindo flexibilidade baixa,
e por terem o lead time pequeno e demanda alta, as empresas costumam disponibilizar
estoque, e

b) discretos, quando envolvem a produção de bens ou serviços que podem ser isolados,
em lotes ou unidades, particularizando-os uns dos outros. A operação discreta se
subdivide em: i. produção em massa (grande escala de produtos e uniformidade dos
mesmos, demanda estável, estrutura produtiva altamente especializada e pouco flexível,
estocabilidade). ii. produção em lotes (volume médio onde cada lote segue uma série de
operações que necessita ser programada à medida que as operações anteriores forem
sendo realizadas, sistema produtivo flexível, lead time alto, estocagem). iii. produção
sob encomenda (voltado para o atendimento específico do cliente).

Quanto a natureza são caracterizados pela tangibilidade.

Segundo Slack, Chambers, Johnston (2009) quanto ao arranjo físico destaca-se

a) arranjo posicional acontece quando quem sofre o processamento fica estacionário,


enquanto equipamento, maquinário, instalações e pessoas movem-se na medida do
necessário, b) arranjo funcional onde recursos ou processos similares são localizados
juntos um do outro, ou seja, quando produtos, informações ou clientes fluírem pela
operação, eles percorrerão um roteiro de atividade a atividade de acordo com a sua
necessidade, c) arranjo celular refere-se quando os recursos transformados, entrando na
operação, são pré-selecionados para movimentar-se para uma parte específica da
operação na qual todos os recursos transformadores necessários a atender a suas
necessidades imediatas de processamento se encontram e d) arranjo por produto
acontece quando cada produto segue um roteiro predefinido no qual a sequência de
atividades requerida coincide com a sequência na qual os processos foram arranjados
fisicamente, ou seja, os recursos em transformação seguem um “fluxo” ao longo da
“linha” de processos.

3. Análise da empresa

3.1 Elementos
Pode-se classificar como elementos internos do hipermercado os colaboradores, as
instalações (softwares, caixas, condicionador de ar, mobília),

E como elemento externo tem os fornecedores, clientes.

No caso aplicado ao hipermercado estudado, temos que:

O hipermercado agirá como um recurso transformado, pois atua como um processador


de material, de forma que, estoca-os para poder revendê-los. Enquanto os recursos de
transformação são as instalações e os seus funcionários. Para obter uma melhor
visualização: figura 1.

O input será tudo aquilo utilizado (produtos e/ou serviços) para a realização do output
(saída do produto com o cliente).

Figura 1 – Input- transformação – output aplicado ao hipermercado


Fonte: Adaptação de Slack, Chambers, Johnston (2009)

Aplica-se a este caso, a empresa em estudo (ver figura 2).

Apesar da existência de produção de alguns produtos sendo realizadas pelo


hipermercado, este tem característica predominantemente de prestação de serviços. Já
que seu objetivo centraliza-se na revenda de produtos, onde se tem um contato direto
com o consumidor.
Figura 2 – Output de alguns tipos de operações
Fonte: Adaptação do Slack, Chambers, Johnston (2009)

3.2 Classificação da função produção

Tais informações aplicadas à empresa, se obtive que:

 Grau de padronização dos produtos

Alguns serviços prestados pelo hipermercado são caracterizados pela customização,


pois eles são realizados de acordo com a demanda. Já se for levado em conta os
produtos que são vendidos, eles são padronizados, porque possuem volume de estoque
alto, disponibilidade imediata de produtos para o cliente, recursos produtivos mais
facilmente organizados, métodos de trabalho e controles mais simplificados.

 Tipo de operação

É caracterizado pela prestação de serviço discreto padronizados em lotes. Onde cada um


segue uma série de operações que necessita ser programada à medida que as operações
anteriores forem sendo realizadas. O sistema produtivo é relativamente flexível visando
atender diferentes pedidos dos clientes e flutuações da demanda. Trabalha com
estocagem de produtos. Possuem confiabilidade, flexibilidade e velocidade alta.

 Natureza do produto

O estabelecimento trabalha com o fornecimento de serviços, com produtos facilitadores.


Considera-se uma mistura de produtos e serviços, pois os outputs do processo são uma
combinação de tangibilidade e intangibilidade. O primeiro é possível tocar fisicamente o
produto fornecido, e o segundo porque você desfruta dos serviços disponíveis.

 Arranjo físico

O arranjo físico do supermercado é caracterizado como um arranjo físico funcional, pois


há uma necessidade de alguns produtos serem alocados em grupos para facilitar a
reposição dos mesmos, a visibilidade dos clientes, entre outros. Porém, também deve-se
considerar o arranjo físico celular, porque os produtos além de estarem agrupados, eles
pertencem a seções, dessa forma, ajudando aquele cliente que entrou no estabelecimento
somente para comprar um produto específico.

4. Referência bibliográfica

MARTINS, Petrônio G.; LAUGENI, Fernando P. Administração da produção. 2 ed.


São Paulo: Saraiva, 2006.

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da


produção. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

TUBINO, Dalvio Ferrari. Planejamento e controle da produção: teoria e prática. 2


ed. São Paulo: Atlas, 2009.

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