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RECURSOS HÍDRICOS DE ALAGOAS

ÁREA DO ESTADO: 27.731 Km2

REGIÕES AMBIENTAIS: Zona da Mata e Litoral; Sertão; Sertão do São


Francisco; Baixo São Francisco e Agreste.

 Parte do território de Alagoas está inserido no “polígono das secas”.

RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS:

Duas grandes bacias - Bacia do Atlântico Sul


- Bacia do Rio São Francisco

BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO

 Diversos fins - Geração de energia elétrica


- Irrigação
- Abastecimento d’água
- Diluição de efluentes
- Navegação, recreação e pesca

 Principais bacias - Rio Moxotó (1) - 1338 Km2


- Rio Ipanema (11) - 1617 Km2
- Rio Traipú (13) - 2404 Km2
- Rio Capiá (4) - 2161 Km2
- Rio Boacica (16) - 757 Km2
- Rio Piauí (18) - 1024 Km2

OBSERVAÇÃO: As áreas acima correspondem as áreas das bacias em


Alagoas.

Notas de Aula de Hidrologia. Prof. Manoel de Melo Maia Nobre, GEO/CCEN/UFAL.


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BACIA DO RIO MOXOTÓ

Principais características:

- Localizada no extremo ocidental de Alagoas


- Rio federal
- Banha os municípios: Água Branca, Delmiro Golveia, etc.
- O rio Moxotó desemboca no lago de uma barragem da CHESF para
geração de energia elétrica
- É um rio temporário, com enxurradas violentas no inverno
- Projeto de irrigação: “Perímetro de Irrigação de Moxotó”, prevê a
irrigação de 800 ha

BACIA DO RIO CAPIÁ

Principais características:

- É usado como divisor entre municípios (Rio Capiá)


- Rio federal
- Banha os municípios: Ouro Branco, Canapi, Piranhas, Pão de Açúcar,
etc.
- Principal tributário: rio Canapi

BACIA DO RIO IPANEMA

Principais características:

- Bacia importante para o Sertão alagoano


- Cidades (municípios): Santana do Ipanema, Jaramataia, Batalha, Ouro
Branco, Dois Riachos, etc.
- Maior parte da bacia se situa em Pernambuco
- É também um rio temporário
- Se encontra num leito de grandes dimensões
- Sem a ameaça de cheias e inundações (mas já ocorreu)

Notas de Aula de Hidrologia. Prof. Manoel de Melo Maia Nobre, GEO/CCEN/UFAL.


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BACIA DO RIO TRAIPÚ

Principais características:

- Uma das maiores do sertão alagoano


- Também se origina no estado de Pernambuco
- Banha parte dos municípios: Arapiraca, Batalha, Belo Monte,
Jaramataia e Traipú. É neste último que se situa a sua foz
- É também temporário
- Enxurradas torrenciais no período chuvoso
- Açude de Jaramataia (segundo maior açude de Alagoas em volume)

BACIA DO RIO BOACICA

Principais características:

- É um rio perene em toda sua extensão


- Drena os municípios de: Lagoa da Canoa, Feira Grande, Campo
Grande, Penedo e São Brás
- Açude de Boacica (maior de Alagoas em volume)

BACIA DO ATLÂNTICO SUL

Principais características:

- São rios perenes devido à proximidade do oceano


- O regime dos rios é torrencial com enxurradas no outono e inverno
(maio - outubro)
- Principais bacias: rios Mundaú, Paraíba e Coruripe. São rios federais
(exceção rio Coruripe)
- Rio Mundaú: deságua na Lagoa Mundaú
- Rio Paraíba: deságua na Lagoa Manguaba
- Rio Coruripe: deságua no Atlântico, perto da cidade de Coruripe

Notas de Aula de Hidrologia. Prof. Manoel de Melo Maia Nobre, GEO/CCEN/UFAL.


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BACIA DO RIO CORURIPE

Principais características:

- Rio estadual
- Municípios: Coruripe, Arapiraca, Palmeira dos Índios (nascente), Coité
do Nóia, etc.
- É temporário em suas partes mais altas

BACIA DO RIO JEQUIÁ

Principais características:

- Deságua na lagoa do Jequiá (uma das maiores lagoas costeiras)


- Municípios: Anadia, Coruripe, etc.

BACIA DO RIO PARAÍBA

Principais características:

- Rio federal. Uma das maiores bacias de Alagoas


- Deságua na Lagoa Manguaba, com um espelho d’água igual a 42,5 Km2
- Municípios: Cajueiro, Capela, Chã Preta, Marechal Deodoro, Palmeira
dos Índios, Quebrangulo, Viçosa

BACIA DO RIO MUNDAÚ

Principais características:

- Rio federal, deságua na Lagoa Mundaú


- Municípios: Rio Largo, Satuba, Murici, União dos Palmares, etc.
- Espelho d’água da Lagoa Mundaú: 26,8 Km2, profundidade: de 2 à 5m
(máx.)
- Afetada pelos despejos de vinhoto e agrotóxicos das atividades sucro-
alcooleiras, bem como de esgotos “in-natura”
- Problemas de assoreamento com o desmatamento da Mata Atlântica

Notas de Aula de Hidrologia. Prof. Manoel de Melo Maia Nobre, GEO/CCEN/UFAL.


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CONDIÇÕES CLIMÁTICAS EM ALAGOAS

- Território inserido no polígono das secas


- Zona da Mata, Agreste, Sertão
- Problemas de estiagens e enchentes

PLUVIOMETRIA

- Ver mapa de isoetas (média do total anual).Dados obtidos em 60 postos


do Inventário Pluviométrico da SUDENE
- Totais anuais mínimos = 400mm
- Totais anuais máximos = 1800mm à 2000mm
- No Sertão, há regiões com altas precipitações (1000mm) que
correspondem a áreas serranas de clima úmido
- Região norte do litoral: chuva mais intensa, com isoetas próximas a
2000mm
- Maceió : P  1700 mm anuais
- Litoral: meses de abril a julho: mais chuvosos
- Ver gráfico de precipitação / evaporação média mensal em Maceió. No
mês de maio, poderá chegar a 350mm só naquele mês.
- Em Alagoas há um número de estações meteorológicas (rede mínima
recomendada). Há necessidade da manutenção dos aparelhos e
avaliação periódica dos dados obtidos

SANEAMENTO BÁSICO

- CASAL: empresa de abastecimento d’água


- Municípios: pobres em infra-estrutura sanitária  surgimento de
doenças e infecções de veiculação hídrica. Ex.: Cólera
- Mais de 50% da população sofre carência de abastecimento d’água
- Carência de redes coletoras de esgotos
- Maceió: mais de 40% não está ligada a rede

Notas de Aula de Hidrologia. Prof. Manoel de Melo Maia Nobre, GEO/CCEN/UFAL.


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AÇUDES

- Poucos açudes  insuficiência em relação à demanda no Agreste /


Sertão (semi-árido)
- Alagoas e Sergipe possuem menos de 1% do total de açudes no
Nordeste
- Açudes do DNOCS: total = 55 milhões m3
- Açudes da CODEVASF: total = 61 milhões m3
- Processo de salinização crescente

Abastecimento piscicultura
humano ou abastecimento animal

ADUTORAS

- Sistemas de adução das águas do São Francisco


- Adutoras implantadas: Adutora do Sertão
Adutora da Bacia Leiteira
Adutora do Agreste
Adutora da Região Serrana
- Ver transparências

RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS

- Duas unidades geomorfológicas em Alagoas: Faixa sedimentar Costeira


e as Rochas Cristalinas
- Aqüífero Barreiras – Marituba (mais superficial) na região de Maceió, na
Bacia Sedimentar de Alagoas volume armazenado  100 Km3
- Nas rochas cristalinas: armazenamento nas fissuras das rochas. Vazões
em torno de 2 m3/h/poço. Poços salinizados (chegando a 2 – 3 g/l)
- Águas subterrâneas da Bacia Sedimentar: boa qualidade, com vazões
na ordem de 10 m3/h
- 20 – 25% poços perfurados no cristalino são improdutivos,15 – 20% são
altamente salinizados
- Problemas de contaminação (Maceió) por potenciais fontes tais como:
fossas e sumidouros, postos de gasolina, cemitérios, indústrias, vinhaça
(indústria suco-alcooleira), lixões
- O uso das águas subterrâneas em Alagoas é crescente

Notas de Aula de Hidrologia. Prof. Manoel de Melo Maia Nobre, GEO/CCEN/UFAL.


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PROBLEMAS RELACIONADOS COM OS RECURSOS HÍDRICOS DE


ALAGOAS

1. ESTIAGEM
- Seca no Nordeste  cada ano mais danosa
- “Indústria da seca”: gasto de $ por políticos sem resultados
- ocorrência do “El Niño”  condições mais danosas  aumento da seca
no Nordeste e enchentes no Sul / Sudeste
- Irregular distribuição espacial e temporal de chuva
- Alagoas é privilegiado pela proximidade com o São Francisco 
tecnicamente viável (por adutoras e barragens)

2. ENCHENTES
- Vazões maiores: capacidade de descarga do leito do rio
- Porção oriental do Estado (Ex.: Rio Mundaú)
- Aumento do ES por desmatamento (a vegetação favorece a infiltração)
- Inundações nas margens do rio São Francisco, rio Mundaú e rio Paraíba
- Maiores enchentes: 1916, 1926, 1979, 1992
- Barragens no São Francisco  regulariza as vazões
- 1992  grande enchente no São Francisco, com vazões máximas em
torno de 10000 m3/s no Posto Pão de Açúcar

3. DESPEJO DE EFLUENTES
- Corpos d’água com capacidade de autodepuração
- Tipos de efluentes
- Muitas vezes não há tratamento prévio

4. SALINIZAÇÃO DOS AÇUDES


- Ex.: Açudes de Arapiraca
- Aumenta com a época seca
- Solos com elevados teor de sais: Solonetz e Planossolos
- Evaporação e precipitação dos sais
- Depende da profundidade e forma do açude, freqüência das sangrias e
infiltração no mesmo

5. ASSOREAMENTO
- Erosão da bacia de drenagem
- Diminuição da cobertura vegetal (desmatamento da Mata Atlântica e
substituição pela cana-de-açúcar)
- Perdas das áreas de mangue
- Rios ameaçados: Mundaú, Paraíba e Jequiá

Notas de Aula de Hidrologia. Prof. Manoel de Melo Maia Nobre, GEO/CCEN/UFAL.

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