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Química e Ambiente
A
dose de uma substância tóxica é a quantidade dessa substância que
entra no corpo do organismo exposto. A dose pode ser letal, provocando
a morte, ou sub-letal, fazendo mal mas não provocando a morte. No
entanto, para que uma dose seja letal, depende de um número de fatores, onde se
incluem as espécies, idade, sexo e estado geral de saúde do organismo atingido, bem
como a forma como a dose foi administrada (rapidamente ou ao longo de um período
de tempo).
As doses letais das substâncias tóxicas são normalmente expressas em
miligramas (mg) de substância por kilograma (kg) de massa corporal do sujeito
(mg/kg).
Assim, por exemplo, o ião cianeto (CN—) é normalmente fatal para os humanos
numa dose de 1 mg de CN — por kg de massa corporal. Uma dose de cerca de 0.1 g é
letal numa pessoa com cerca de 90 kg. Evidentemente que indivíduos menores,
particularmente crianças, dada a sua massa ser menor, podem ser afectados com
doses muito menores. Na tabela 1 apresentam-se alguns valores de dose letal para
diversas substâncias em humanos:
Venenos Corrosivos
O H
R H
N
+ H2O R + N
OH
H R
ácido carboxílico amina
R
Figura 1 – Esquema da destruição da proteína na sua ligação peptídica.
O
+ HO 2 HCl + CO
2 2
Cl Cl
Figura 2 – Reação dos fosgénio nos pulmões.
Monóxido de carbono
Cianeto
O ião cianeto (CN-) é o agente tóxico em certos sais como o cianeto de sódio
(NaCN), usado industrialmente em eletrodeposição. O ião cianeto é uma base
relativamente forte reagindo com muitos ácidos formando o gás cianeto de
hidrogénio (HCN).
H2SO4(aq) + NaCN(aq) HCN(g) + NaHCN(aq)
Este gás serve para fumegar recipientes e contentores uma vez que é muito
tóxico para a maioria da formas de vida, podendo penetrar em pequenos poros,
mesmo em ovos de insetos. Este gas tem um ligeiro odor a amêndoas sendo portanto
uma boa propriedade de aviso.
O cianeto existe naturalmente nas sementes de alguns frutos como cerejas,
pêssegos, ameixas, maçãs e alperces, onde se forma o composto amigdalina que
contém o grupo cianeto. As plantas produzem este composto como forma de proteção
da semente até que possa germinar.
O O
R
H H
N
+ 2HO HCN + C H O +
2 6 12 6
está parado. Assim as células morrem e se isto ocorrer suficientemente rápido nos
centros vitais provoca a morte da vítima.
O organismo tem um mecanismo para se libertar dos iões cianeto mas a reacção
é relativamente lenta. A reação entre a enzima e o ião cianeto é reversível e, ao fim
de algum tempo, os iões cianeto libertam-se ficando em solução. É então que uma
outra enzima (rodanase – existe em quase todas as células) converte os iões cianeto
em iões tiocianeto que são praticamente inofensivos:
CN-(aq) +S2O32-(aq) SCN-(aq) + SO32-(aq)
Contudo este mecanismo é pouco eficiente para proteger a vítima de
envenenamento por cianeto dado que existe apenas uma pequena quantidade de iões
tiosulfato disponível. Se administradas em tempo útil podem ser dadas grandes
quantidades de tiosulfato funcionando como antídoto.
Referências: