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Aula+1 +Yin+Yang
Aula+1 +Yin+Yang
Olá a todos, tudo bom? Nesse vídeo a gente vai falar um pouco sobre o
Yin e o Yang e um conceito básico para a gente conseguir evoluir e levar isso para a
Medicina Tradicional Chinesa. Então essa vai ser uma das visões mais antigas da
Medicina Tradicional Chinesa, que é exatamente a explanação, a explicação do que
é do Yin, do que é o Yang.
Então, o conceito de Yin-Yang, a primeira vez que ele é visto de forma
escrita acontece nos Livros da Mutação, que é um livro escrito 720 anos a.C. O
primeiro conceito que se tem de Yin-Yang é exatamente um conceito quando um
monge observa um monte e dentro desse monte, ele vê um lado que está exposto
ao sol e um outro lado que não fica exposto ao sol. Então numa visão de uma
determinada época do ano, esse vale, esse lado posterior da colina, nunca pega sol,
enquanto o outro lado pega sol o tempo inteiro. E ele começou a observar
divergências de um lado em relação ao outro, e daí nasce o primeiro conceito
filosófico do Yin-Yang, que é a oposição do Yin e do Yang.
Então o conceito mais básico de Yin-Yang seria o lado claro da montanha
e o lado escuro da montanha, e o que de características têm para cada um. Então a
primeira coisa que a gente tem que pensar é o seguinte, o primeiro conceito é: o
lado claro da montanha tende a ter mais claridade, tende a ter mais energia, tende a
ter mais calor; enquanto o outro lado da montanha vai tender à escuridão, um pouco
mais frio, um pouco mais de densidade. Então a gente vai observar algumas dessas
características na montanha.
E aí esse livro, o Livro das Mutações, começa a trazer, na verdade, essa
visão, essa fisiologia, esse conceito para uma visão do corpo humano – o que, no
corpo humano, isso pode estar acontecendo. Então quando a gente olha o Yin-
Yang, a gente começa a ver a interrelação entre eles. Então na Medicina Tradicional
Chinesa, a gente pode classificar as patologias e/ou as pessoas como
características de Yin-Yang e as suas interrelações.
Então para a Medicina Tradicional Chinesa, o Yin e o Yang devem estar
equilibrados para que se haja harmonia e dentro da harmonia o corpo funcione de
uma forma ideal.
Então a oscilação de área entre o Yin e o Yang é comum dentro da gente,
assim como a noite e o dia. Então o dia é considerado o Yang, enquanto a noite é
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considerada o Yin. Então a gente tem essa diferença que acontece: metade do dia é
Yin e metade do dia é Yang, então a noite Yin e o dia Yang, ok?
E isso acontece também dentro do nosso corpo, então tem momentos em
que a gente está mais eufórico, tem momentos em que a gente está mais animado,
tem momentos em que a gente está mais enérgico, a gente está mais Yang; e tem
momentos em que a gente está mais introspectivo, a gente está com menos energia,
então nesses momentos a gente está um pouco mais Yin.
Isso são conceitos básicos de Yin-Yang, que dá para a gente levar para o
nosso cotidiano. Então, por exemplo, se visualmente, ao notar um paciente que está
mais apático, mais debilitado, ele tende a ser classificado como Yin; se ele é um
paciente mais agitado, mais explosivo, ele vai ser classificado como Yang, a
princípio através desses Livros das Mutações, que vêm há 720 anos a.C., ok?
Mas o conceito de equilíbrio entre isso vai evoluir um pouco mais, uns
anos um pouco mais à frente, cerca de 500 anos a.C., começa-se a classificar, na
verdade, que esse Yin-Yang pode ter alterações diferentes dentro dele, ok?
Então o Yin, que é a parte mais material, mais densa, mais escura, ela
pode ter dois quadros, principalmente. Na verdade, três, né? Primeiro, ela pode
estar normal, o que a gente não classificaria como patológica; ela pode estar num
quadro de excesso, que a gente classificaria como um excesso de Yin; ou ela pode
também, sim, estar num estado de deficiência, ok? Então a gente tem um excesso
de Yin e uma deficiência de Yin acontecendo. Vou explicar o que cada um desses
casos pode levar dentro do corpo da pessoa.
Já no Yang, eu posso também ter três classificações: eu posso ter o Yang
equilibrado, não causando nenhuma alteração, se tornando fisiológico; eu posso ter
um excesso de Yang, um excesso de energia dentro do corpo; ou posso também ter
uma deficiência de energia, uma deficiência de Yang acontecendo dentro do corpo,
ok? Então a gente pode ter essas prévias classificações entre as relações de Yin-
Yang.
Então essas interrelações de Yin-Yang, a gente vai entender um pouco
mais, até para conseguir classificar um pouco mais e na hora de tratar, a gente fazer
essa ligação do Yin-Yang, do excesso e da deficiência junto com os órgãos, com as
vísceras ou com as alterações patológicas que vão aparecer dentro do corpo do
paciente.
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Então o primeiro conceito que a gente vai ter, que a gente vai dividir, é o
seguinte: existe uma interrelação entre o Yin e o Yang. Então a gente vai começar
falando do Yang, que é muito mais simples e muito mais usual dentro do nosso dia a
dia.
Então a gente vai pensar no primeiro caso de lesão, que é uma
deficiência do Yang: então se eu tenho uma deficiência do Yang, o que há de
previsto como patologia no paciente? Então deficiência energética, tá? Então
deficiência de Yang você vai lembrar como deficiência energética. Então nessa
deficiência energética, o que a gente vai observar? Primeiro, o paciente tem um
cansaço que não passa, então um paciente que tem falta de energia, um paciente
sedentário, um paciente inerte, um paciente que não consegue tocar sua vida à
frente, um paciente que tem tudo para dar certo, mas o que falta é o combustível,
então esse tipo de paciente a gente vai classificar como uma deficiência de Yang
global do paciente.
Mas dentro das deficiências globais, eu posso ter também deficiências
energéticas localizadas. Por exemplo, eu posso ter uma deficiência no cérebro que
vai me dificultar em mexer o braço. Então vamos falar de um Acidente Vascular
Encefálico, por exemplo: um paciente que teve um derrame, que isso vai ser uma
deficiência de Yin, eu vou explicar um pouco mais à frente, leva a uma perda de
movimento no braço. Então a perda de movimento é classificada como uma
deficiência energética. Se é uma deficiência energética, é uma deficiência de Yang.
Então se está deficiente de Yang, o meu trabalho vai ser fazer o quê? Uma
ascensão desse Yang, o trabalho que, na auriculoterapia, na acupuntura, no shiatsu,
vai ser fazer com que essa energia que está muito baixa nesse membro superior se
eleve, fazendo com que a pessoa ganhe novamente movimentos dentro desse
braço.
O segundo quadro de interrelação entre Yin-Yang é o excesso do Yang.
Então o excesso do Yang o que seria? Quando o paciente apresenta alterações com
muita energia. Então vamos pensar num quadro muito clássico, que é, por exemplo,
um paciente hipertenso. Então o paciente hipertenso clássico, ele apresenta uma
vermelhidão facial, uma dor de cabeça, ele está angustiado, ele começa a ter uma
sudorese intensa, então os sinais são de calor intenso dentro do corpo, ele tem uma
taquicardia, o coração acelerando, então isso tudo faz com que apresentem sinais
de excesso de Yang. Por exemplo, o que é um excesso de Yang? Excesso de
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uma deficiência de Yin. E, dessa forma, a gente vai ter que tonificar esse Yin, para
fazer com que o paciente consiga, sim, voltar a melhorar o seu quadro clínico.
Será que existem deficiências que são, de alguma forma, impossíveis de
se retornar ao equilíbrio? Lógico, gente, tem patologias que são patologias crônicas
e que a gente não vai conseguir melhorar 100% o paciente. Então o paciente que já
está numa fila de cirurgia, que tem uma artrose já muito grave, muito degenerativa, e
ela já tem indicativo de protetização, qual seria o trabalho lá na auriculoterapia, na
acupuntura, no shiatsu, na Medicina Tradicional Chinesa como um todo? Não
visualizar a patologia.
Isso é o que eu falo muito para vocês: parem de pensar na lesão, vamos
pensar com o pensamento chinês, com o pensamento oriental, que é o quê? O meu
paciente precisa ter a melhor qualidade de vida para que ele tenha uma boa
sobrevida. Então não importa muito se o joelho dele está com degeneração, o que
me importa é: será que eu consigo fazer um trabalho na auriculoterapia para que
esse paciente sinta menos dor no joelho e eu consiga prorrogar essa patologia, eu
consiga prorrogar essa lesão, e, dessa forma, esse paciente, na verdade, ser levado
à cirurgia muito mais tarde, daqui a uns 10 ou 15 anos, ou quem sabe nem mais
precisar da cirurgia, ok?
Então, dessa forma, a gente pode trabalhar em cima da dor do paciente,
em cima da melhora do movimento do paciente, visando uma tonificação do Yin, que
vai fazer com que as sinóvias, as articulações sinoviais, melhorem sua liquefação e
façam com que esse paciente tenha uma melhor qualidade de vida.
E mesmo que depois ele faça um novo exame de imagem e ainda
apresente artrose: “ah, a acupuntura, auriculoterapia, shiatsu, não regrediu a
artrose”, mas a função do paciente melhorou? É isso que é muito importante. Por
isso que eu falo: na hora que a gente está avaliando o paciente, mais importante do
que a patologia são os sintomas que incomodam esse paciente. Se numa próxima
avaliação esse paciente relata que: “nossa, como eu estou conseguindo agora
sentar melhor e levantar da cadeira”, “como agora eu consigo limpar melhor minha
casa e não sinto tanta dor”, “nossa, como agora eu consigo pegar meu netinho e
antes eu tinha muita dor na coluna e não conseguia”. Sempre a melhora da função é
muito mais funcional para o terapeuta do que realmente tratar ou curar uma
patologia médica, tá?
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esse Yang está baixo. Sempre que eu aumento o Yang, eu acabo consumindo um o
Yin. Essa interrelação entre o Yin e o Yang é muito importante, por quê? Quando a
gente visualiza o símbolo do Yin-Yang, o símbolo do Yin-Yang é um símbolo... deixa
eu pegar aqui um símbolo para vocês, clássico, do Yin-Yang, que é esse símbolo
aqui. Esse símbolo do Yin-Yang, onde o escuro é o Yin e o claro é o Yang,
pensando lá no início do vídeo, que a gente falou sobre Yin-Yang, é exatamente
focando que o lado claro da montanha, ou seja, o lado claro da imagem que eu
mostrei para vocês é o Yang e o lado escuro é o Yin.
Mas a gente notou, dentro dessa imagem, que como se fossem duas
gotas, uma percorrendo a outra, ainda assim, dentro da imagem, você nota que
dentro do preto tem um branco e dentro do branco tem um preto. O que isso
mostra? Que mesmo o Yin sendo o mais puro, ele contém Yang; e mesmo o Yang
sendo o mais puro, ele contém o Yin. E por que essa imagem é colocada nesse
sentido, como se fosse uma gota seguindo a outra? Isso mostra que, na verdade, o
Yin serve de matéria para o Yang. Então é um consumindo o outro e essa energia
contínua é que gera harmonia. Se eu aumento muito o Yang, acaba que eu
consumo o Yin.
Então o que a gente vai observar de alterações patológicas? Geralmente
os excessos, tanto de Yang, quanto de Yin, tendem a gerar uma deficiência do seu
antagonista. Como assim? Se eu tenho um excesso de Yang, isso significa que eu
estou queimando muita energia. Se eu estou usando muita energia, eu estou muito
agitado, estou fazendo muito exercício físico, estou trabalhando em excesso e tudo
mais, o que acontece? Essa energia precisa vir de algum lugar e de onde ela vai vir?
A gente vai ver isso mais para frente, que são os Qis, que são as
energias. Essa energia tem que vir de algum lugar, então ou ela está vindo de uma
alimentação ou está vindo da respiração ou está vindo de uma energia que a gente
chama de energia ancestral, ou seja, eu estou consumindo meus próprios órgãos e
vísceras, consumindo meus próprios músculos, eu estou consumindo a minha
essência.
Então, logicamente, se eu tenho um Yang exacerbado, eu preciso dar
nutrição ideal para esse Yang, para ele se manter alto. Se eu não mantenho esse
Yang alto com alimentação, com uma respiração ideal, uma alimentação bem-feita,
o que acontece? Ele vai acabar consumindo a matéria. Então um excesso de Yang
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