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Amebíase

Amebas encontradas no intestino


humano:
a) Iodameba (comensal do ceco e colon)
b) Endolimax (comensal do colon)
c) Entameba
a. coli
b. histolytica (patogenica)
c. hartmanni (comensal do intestino
grosso)
d. dispar
e. gingivalis (encontrada no tartaro
dentario)
1 Morfologia
Distiguem-se pelo tamanho do
trofozoito e do cisto, pela estrutura e pelo
numero de nucleos no cisto, pelo numero e forma
das inclusoes citoplasmaticas. A distincao e
dificil, pois nenhuma delas se diferencia
facilmente das demais, principalmente nos
trofozoitos a fresco. Para que seja feito um
diagnostico diferencial e seguro, e necessaria a
observacao de varias estruturas em mais de um
exemplar.
ENTAMOEBA HYSTOLITICA

a) Trofozoito: um nucleo bem nitido


nas formas coradas e pouco visivel nas formas
vivas, onde aparece:
-pleomorfico
-ativo
-alongado
-com emissao continua de pseudopodes
-deslizando sobre a superficie
parecendo uma lesma
-apresentando eritrocitos nos
citoplasma quando proveniente de disenteria
-apresentando bacterias, grao de amido
ou detritos quando nao invasivo
b) Cistos:
-esfericos ou ovais
-nucleos pouco visiveis a fresco, mas -portadores assintomaticos que
quando corados podem ser visualizados em manipulam alimentos sao os principais
numero de 1 a 4. disseminadores da doenca.

2. Biologia 6. Manifestações clinicas

Os trofozoitos de E. histolytica vivem na Amebiase intestinal


luz do intestino grosso podendo penetrar na
mucosa e produzir ulceracoes intestinais ou em -disenterica
outras regioes do organismo como fígado (mais -colites nao disentericas
comum) pulmao, rins, e mais raramente cerebro. -apendicite amebiana
Sao essencialmente anaerobios, mas podem -perfuracao intestinal (complicacao)
consumir o oxigenio. A locomocao ocorre por -peritonite (complicacao)
pseudopodes e a alimentacao por fagocitose e -hemorragia (complicacao)
pinocitose. A multiplicacao ocorre da divisao
binaria dos trofozoitos. Amebiase extra-intestinal

3. Ciclo Biologico -hepatica (com obscesso hepatico)


-cutanea
O ciclo biologico e do tipo monoxenico. -pulmonar
Os cistos passam pelo estomago (resistindo as -cerebral (mais rara)
acoes do suco gastrico) e chegam ao final do
intestino delgado ou inicio do grosso onde ocorre 7. Diagnostico
o desencistamento. Os trofozoitos desencistados
migram para o intestino grosso onde colonizam. O diagnostico clinico e dificil pois os
Em geral ficam aderidos a mucosa, vivendo como sintomas permitem que a amebiase seja
comensais e alimentando-se de bacterias e facilmente confundida com disenterias
detritos. Os cistos da luz intestinal podem ser bacterianas. O diagnostico so e confirmado apos
liberados atraves das fezes. o encontro do parasita nas fezes. A
retossigmoidoscopia permite visualizar as
4. Ciclo patogênico ulceracoes e a analise de material obtido das
lesoes.
Em situacoes que ainda nao sao bem 8 . Tratamento
conhecidas o equilibrio parasita-hospedeiro,
pode ser rompido e os trofozoitos invadem a Os medicamentos utilizados no
submucosa intestinal, multiplicando-se tratamento da amebiase podem ser divididos em
ativamente no interior das ulceras, podendo tres grupos:
atraves da circulacao sanguinea atingir outros -Amebicidas que atuam diretamente na
orgaos, causando amebiase extra-intestinal. Nos luz intestinal
tecidos nao formam cistos e sao hematofagos -Amebicidas tissulares
ativos. -Amebicidas que atuam na luz intestinal
e nos tecidos.
5 . Transmissao

-cistos maduros presentes nos


alimentos solidos ou liquidos (ex.: verduras como
alface e frutas como o morango)
-uso de agua nao tratada contaminada
por dejetos humanos
-alimentos podem ser contaminados por
cistos veiculados por pata de baratas e moscas
(que regurgitam cistos interiormente ingeridos)
Toxoplasmose nome ao gênero. Apresenta-se com forma
grosseira de banana ou meia lua com uma das
extremidades afilada e a outra arredondada.
Forma movel e de multiplicação rápida (tachis –
rapido). E encontrada durante a fase aguda da
infecção.

b) bradizoito: forma encontrada nos


tecidos durante a fase da infeccao. Tambem
chamada cistozoito. Multiplicam-se lentamente
(brady – lento) dentro do cisto. A parede do cisto
e resistente e elastica e isola os bradizoitos da
acao do sistema imunologico do hospedeiro.
Podem permanecer viáveis nos tecidos por vários
anos.

c) esporozoitos: forma de resistencia


com uma parede dupla bastante resistente as
condições do meio ambiente. Sao produzidos nas
celulas intestinais dos felideos nao imunes e
eliminados imaturos com as fezes.
2) Modo de transmissão:

A toxoplasmose e uma zoonose A infeccao por T. gondii constitui uma


cosmopolita causada pelo protozoario das zoonoses mais difundidas do mundo. O
Toxoplasma gondii, membro do filo homem adquire a infeccao por tres vias:
Apicomplexa. A infeccao por este protozoario e
muito frequente em varias especies de animais a) a ingestao de oocistos do solo, areia,
como mamiferos (principalmente carneiros, latas de lixo e de qualquer local onde os gatos
cabras e porcos) e aves. defecam, disseminando-os atraves de vetores
O gato e outros felideos sao os como moscas, baratas e minhocas;
hospedeiros definitivos ou completos e o homem b) ingestao de cistos de carne crua ou
e outros animais sao os hospedeiros mal cozida, especialmente de porco e carneiro. Os
intermediarios ou incompletos. cistos resistem por semanas ao frio, mas o
congelamento a 0°C ou o aquecimento acima de
1)Morfologia 60°C os mata.
c) infeccao transplancentaria, ocorrendo
Toxoplasma gondii pode ser encontrado em 40°C dos fetos de maes que adquiriram a
em varios tecidos e celulas (exceto nas hemacias) infeccao durante a gravidez. O periodo de
e liquidos organicos (saliva, leite, esperma, incubacao varia de 10 a 23 dias quando a fonte e
liquido peritoneal –mais raros). a ingestao de carne e de 5 a 20 dias quando se
Nos felideos nao imunes podem ser relaciona o contato com animais. Nao ha casos de
encontradas formas do ciclo sexuado nas celulas transmissao de uma pessoa para a outra.
do epitelio intestinal e formas do ciclo assexuado
em outros locais. As formas de resistência podem 3)Ciclo biológico:
ainda ser encontradas no meio exterior junto com
as fezes apos completar a fase intestinal. Assim Ocorre em duas fases distintas:
sendo, o parasito apresenta multiplas a) fase assexuada: nos linfonodos e nos
morfologias, dependendo do habitat e estado tecidos de varios hospedeiros (inclusive gatos e
evolutivo. As formas infectantes sao: outros felideos)
b) Fase coccidiana: nas celulas do
a) taquizoito: forma livre, proliferativa epitelio intestinal de gatos jovens (e outros
ou trofozoito. Foi a primeira forma descrita e o felideos) não imunes.
seu aspecto em forma de arco (toxon – arco) deu
O ciclo e heteroxeno onde os gatos sao
hospedeiros definitivos por possuirem o ciclo Toxoplasmose Pos-natal:
coccidiano, apresentando uma fase sexuada nas
celulas epiteliais do intestino e um ciclo Dependendo da virulencia da cepa, do
assexuado ocorrendo em outros tecidos. O estado de imunidade da pessoa, etc., a
homem e outros mamiferos, juntamente cm as toxoplasmose pos-natal pode apresentar desde
aves, sao considerados hospedeiros casos benignos ou assintomaticos (a grande
intermediarios pois possuem apenas o ciclo maioria dos casos) ate casos de morte.
assexuado. -forma ganglionar ou febril:
comprometimento ganglionar associada a febre
4) Patogenia: alta, podendo levar a complicacoes de outros
orgaos, inclusive a ocular
Quando um hospedeiro se infecta com o -forma ocular: a retinocorioide e a lesao
parasito, ocorre a multiplicacao na porta de mais frequente associada a toxoplasmose. E
entrada e logo em seguida a disseminacao por consequencia de uma infeccao com a presenca de
todo o organismo atraves das vias sanguinea e taquizoitos (aguda) ou bradizoitos (cronica)
linfatica. Durante esse periodo se inicia a localizados na retina. A toxoplasmose ocular ativa
producao de anticorpos especificos e o consiste em um foco necrotico da retina, que
desenvolvimento de mecanismo imunocelulares pode levar a cegueira total, parcial ou ainda se
que sao responsaveis pela destruicao dos curar por cicatrizacao.
taquizoitos extracelulares. Durante a fase cronica,
somente os taquizoitos ou bradizoitos
intracelulares (que evoluem para a forma cistica,
podendo haver reagudizacao) permanecem e sao
os responsaveis pela manutencao dos titulos
sorologicos, que podem durar por toda a vida do
hospedeiro.
A transmissao congenita e aceita como a
mais grave e a toxoplasmose adquirida apos o
nascimento, pode apresentar uma evolucao
variavel que esta relacionada a virulencia da cepa.

Toxoplasmose Congenita ou Pre-natal:

Para que se instale a toxoplasmose


congenita, e necessario que a mae esteja na
FASE AGUDA da doenca ou tenha havido uma
reagudizacao da mesma durante a gravidez. As 5) Diagnóstico
conseqüências para o feto dependerao do grau de
exposicao do feto aos toxoplasmas, da virulencia Pode ser clinico ou laboratorial. O
e do periodo de gestacao. Assim sendo, as diagnostico clinico e dificil. A confirmacao e feita
gestantes em fase aguda da infeccao podem com o diagnostico laboratorial, onde se procura
abortar o feto, produzir partos precoces ou a evidenciar o parasito na fase aguda (taquizoito) a
termo, dando origem a criancas sadias ou partir de exsudato, o sangue, liquor, leite, saliva,
apresentando anomalias graves. Sabe-se que 40 a etc., ou atraves de biopsia dos gânglios
50% dos fetos acabam morrendo. No terceiro infartados, pele, musculo, figado ou baco. Ainda
trimestre de gestacao, a crianca pode apresentar se utilizam testes imunologicos.
comprometimento ganglionar,
hepatoesplenomegalia, edema, miocardite, 6) Tratamento
anemia, trambocitopenia, e lesoes oculares
(nistagmo, estrabismo, catarata), as quais sao Ainda nao existe um medicamento
patognomonicas. Portanto, a toxoplasmose eficaz contra a toxoplasmose na fase cronica da
congenita e uma das formas mais graves da
doenca.
infeccao. As drogas utilizadas atuam
contra as formas proliferativas, mas nao contra 1) Morfologia
os cistos.
Giardia lamblia pode ser encontrada
7) Prolifaxia: em uma de suas duas formas: trofozoito e cisto.

-nao se alimentar de leite cru ou carne A) trofozoito:


mal cozida;
-controlar a populacao de gatos vadios; -forma de pera
-incinerar todas as fezes dos gatos; -simetria bilateral
-manter os gatos dentro de casa e -face dorsal lisa e convexa
alimenta-los com carne cozida ou seca, ou com -face ventral concava e com estrutura
racao de boa qualidade. semelhante a uma ventosa conhecida por disco
ventral, adesivo ou suctorial (adesao a mucosa).
-4 pares de flagelos
Giardíase
B) cisto:

-oval e elipsóide

2) Ciclo biológico

Giardia lamblia e um parasito


monoxeno. A via normal de infeccao do homem e
a ingestão de cistos (aproximadamente de 10 a
100 cistos sao necessarios para causar infeccao).
Apos a ingestao do cisto, o
desencistamento e iniciado no meio acido do
estomago e completado no duodeno e jejuno
onde ocorre a colonizacao do intestino delgado
por trofozoitos. Estes se reproduzem por fissao
binaria longitudinal. O ciclo se completa pelo
encistamento do parasito e eliminacao para o
meio exterior.
Os cistos sao resistentes e em condicoes
favoraveis de temperatura e umidade, podem
sobreviver pelo menos por dois meses no meio
ambiente.

3) Transmissão
Giardiase e uma doenca provocada pelo
protozoario flagelado Giárdia lamblia, que -ingestao de aguas superficiais sem
parasita o intestino delgado de mamiferos, aves, tratamento ou deficientemente tratadas;
repteis e anfibios, tendo sido possivelmente o -alimentos contaminados (verduras
primeiro protozoario intestinal humano a ser cruas ou mal lavadas), que podem ter sido
conhecido. A primeira descricao do trofozoito contaminadas por moscas ou baratas;
tem sido atribuida a Anton van Leeuwenhoek -de pessoa a pessoa por maos
(1681) que notou “animalculos” em suas próprias contaminadas, em locais de aglomeracao
fezes. humana;
Nos paises desenvolvidos, a giardiase e a -de pessoa a pessoa entre membros
causa mais comum de diarreia entre crianças que familiares contaminados;
em desenvolvimento. Alem disso, nos paises -atraves de contatos homossexuais com
desenvolvidos, Giardia e o parasito intestinal individuos contaminados.
mais comumente encontrado no homem.
4) Sintomatologia -Secnidazol
-Mebendazol
Apresenta um aspecto clinico diverso, -Albendazol
que varia desde a individuos assintomaticos ate
pacientes sintomaticos que podem apresentar
quadro de diarreia aguda ou persistente com Gênero Plasmodium
evidencia de ma absorcao e perda de peso. A
maioria das infeccoes e assintomatica e pode Existem dezenas de
ocorrer em adultos ou criancas, que muitas vezes espécies de plasmódios, todas se constituindo
podem eliminar cistos nas fezes por um periodo em parasitas obrigatórios, de vários animais.
de ate seis meses. As espécies parasitas do homem são o P.
Em criancas ocorre irritabilidade, perda vivax, P. falciparum, P. malariae e P.
de apetite, esteatorreia e emagrecimento. Quando ovale. Em casos mais raros, plasmódios
da ingestao elevada de cistos, pode ocorrer parasitas de símios podem ser encontrados no
diarreia do tipo aquosa, de odor fetido, homem.
acompanhada de gases e dor abdominal.
As principais complicacoes de giardiase A. ENTIDADE MÓRDIDA: Malária
cronica estao associadas a ma absorcao de ou paludismo é também conhecida por
gorduras e vitaminas lipossoluveis (A, D, E e K), impaludismo, febre palustre, febre intermitente
vitamina B12 , ferro e lactose. Estes sintomas ou, de acordo com suas formas clínicas, por
raramente produzem danos em adultos, porem febre terçã benigna, febre terçã maligna, e febre
podem ter efeitos severos em criancas. quartã. No Brasil, tem também outros nomes
populares, como maleita, sezão, tremedeira,
5) Diagnóstico batedeira ou simplesmente, febre.

a) Clinico: em criancas de oito meses a B. CICLO VITAL:


10-12 anos a sintomatologia indicativa de
giardiase e a esteatorreia, irritabilidade, insonia, O homem se infecta
nauseas, vomitos, falta de apetite (com ou sem (hospedeiro intermediário) por mecanismo
emagrecimento) e dor abdominal. passivo cutâneo por introdução de formas
b) Laboratorial: identificacao dos cistos esporozoitas contidas na saliva de fêmeas do
e/ou trofozoitos nas fezes. Cistos são encontrados gênero Anopheles (hospedeiro definitivo), que
mais frequentemente e os trofozoitos sao são introduzidas em vaso sanguíneo, em razão
encontrados geralmente associados a infeccao do tipo de punção para a prática de
sintomatica. hematofagismo. Em seguida, por via circulatória,
essas chegam até o fígado, onde por
6) Profilaxia reconhecimento de receptores de
membrana, penetram em hepatócito,
-higiene pessoal ocorrendo multiplicação assexuada, que gera
-protecao dos alimentos milhares de formas merozoítas (ciclo
-tratamento da agua (cistos sao esquizogônico pré-eritrocítico ou exo-
destruidos a agua fervente mas resistem a eritrocítico). Após o rompimento da membrana
cloracao) limitante, os merozoítas irão se disseminar
-tratar giardiase de caes e gatos (que sao para a circulação e na dependência da espécie
formas semelhantes as de humanos) de plasmódio, podem invadir novos hepatócitos
ou ainda hemácias. No interior dessas células
7) Tratamento sangüíneas, podem ocorrer duas condições: a.
Multiplicação assexuada dos parasitas (ciclo
O tratamento e medicamentoso podem esquizogônico eritrocítico) no interior das
ser utilizados os medicamentos: hemácias, passando pelas fases de trofozoíta,
esquizonte, e merozoítas sangüíneos; b.
-Furazolidona (Giarlan) Formação de gametócitos masculinos ou
-Metronidazol (Flagyl) femininos. Caso ocorra formação de
-Tinidazol (Fasigyn) merozoítas, a célula irá se romper em período
espécie-definido, possibilitando invasões de comum, porém, alguns dos mesmos são
eritrócitos, aumentando a carga parasitária diferentes entre as diversas espécies. O P.
de merozoítas ou de número de falciparum é o responsável pelas mais graves
gametócitos. Caso ocorra hematofagismo por formas da doença, tanto por mecanismos
espécies do gênero Anopheles, as formas de diretos, como por possuir maior número de
merozoítas ou intermediárias do ciclo cepas resistentes aos medicamentos
esquizogônico são destruídas, sobrevivendo usuais do que outras espécies. Entretanto,
em seu tudo digestivo somente as formas apesar das outras espécies mais raramente
de gametócitos, que irão se maturar até causarem letalidade, provocam acessos maláricos
gametas. Os gametócitos masculinos e anemia capazes de reduzir sua economia física e
sofrem processo de exflagelação, gerando capacidade de trabalho.
vários gametas masculinos, a partir de cada
gametócito, que buscarão por locomoção flagelar, As esquizogonias
gametas femininos para fecundá-los. Após sangüíneas provocam destruição de hemácias
fusão dos gametas, surgirá um ovo (zigoto) parasitadas, liberando para o sangue, restos da
móvel conhecido como oocineto, que penetrará hemacia, parasitas, metabólitos do parasita
no tecido intestinal do inseto, dando origem a um (alguns são potenciais Ag) e do pigmento
oocisto intra-tecidual. No interior de cada malárico (hemozoina), produzida pela ação do
oocisto, serão formados centenas de parasita degradando a hemoglobina, que depois
esporozoítas, que após seu rompimento, se que cai na circulação sangüínea, é recolhido
disseminam pela hemolinfa, sendo por células fagocitárias profissionais,
encontrados em várias partes do inseto. Os que se principalmente macrófagos (SFM), sendo então
localizarem nas glândulas salivares, poderão transformados em outro pigmento, a
determinar a infecção para o hospedeiro hemossiderina para posterior reutilização
intermediário (homem). do Fe. O pigmento malárico (hemozoina) ficará
depositado em vários órgãos (baço, fígado,
* Tempo Normal de cada ciclo cérebro, medula óssea, etc.), dando aos
esquizogônico (penetração do merozoíta até o mesmos uma coloração enegrecida.
rompimento da hemácia)
As alterações mais
Plasmodium falciparum (ciclo freqüentes na malária são: o acesso malárico,
esquizogônico com intervalos de 36 a 48 h, mais a anemia, e alterações vasculares.
raramente 24 h).
Plasmodium vivax (ciclo Antes de o paciente
esquizogônico com intervalos de 48 h). apresentar o primeiro acesso malárico, ele
Plasmodium ovale * ( ciclo relata sintomas gerais de mal-estar, dor de
esquizogônico de 48 h). cabeça, indisposição não característica, em
*Plasmodium malariae ** (ciclo seguida, a febre, porém esta é irregular (febre de
esquizogônico de 72 h). Korteweg), e alguns dias depois (dependendo da
* Distribuição geográfica limitada ao espécie e da cepa do parasita), passa a apresentar
continente Africano o acesso malárico, em razão do sincronismo do
** O P. malariae infecta também ciclo esquizogônico. As manifestações clínicas
outros animais (chimpanzés e símios do mesmo são: Calafrio - decorrente
americanos), em condições naturais. principalmente da liberação de íons contidos na
hemacia para o espaço vascular; Febre - em
decorrência da liberação de pirógenos,
representados pelos produtos decorrentes da
reação inflamatória e fragmentos de hemácias
C. PATOGENIA E REAÇÕES destruídas, que provocam a desregulação do
ORGÂNICAS centro termorregulador hipotalâmico e
Sudorese - determinada pela reação do
As três espécies de organismo, liberando água, que tem alto
plasmódios que ocorrem no Brasil possuem a calor específico, na forma de suor, visando à
maioria dos mecanismos patogênicos em redução da temperatura. Esta sintomatologia,
em infecções isoladas, ocorre com a haver colisão entre essas células, o que gera a
intermitência característica para cada formação de trombos. Ocorrendo no cérebro,
espécie de Plasmodium, em dia e hora previsto este processo dificultará ou impedirá o fluxo
pelo próprio paciente. Cada espécie apresenta a sangüíneo, dando como consequência
periodicidade própria para a repetição desse congestão, edema, anóxia e necrose local,
paroxismo, sendo que para o P. vivax é de 48 levando frequentemente o paciente à morte, por
horas para P. falciparum de 36 a 48 horas e o trombo-embolia cerebral.
para P. malariae de 72 horas. Essa cronologia
do acesso malárico pode alterar-se em vista do O fígado e o baço,
número de gerações envolvidas, reinfecções apresentam-se hipertrofiados, devido
pela mesma espécie ou por mais que uma. principalmente à hiperplasia e hipertrofia do
SFM, gerando hepatoesplenomegalia, além
A possível anemia disso, contêm grande quantidade de pigmento
encontrada normalmente apresenta multiplas malárico. Esta hipertrofia, principalmente do
causas, onde se destaca a destruição de baço, pode se manter por muitos anos após
hemácias parasitadas após a esquizogonia, cura parasitológica, e em alguns casos pode se
destruição de hemácias parasitadas no manter para sempre devido à um reparo
baço e fígado (hiperatividade fagocitária do fibrótico.
SFM); e destruição de hemácias sadias no
baço, o hospedeiro passa a não reconhecer suas Pode ocorrer
próprias hemácias, pois algumas das mesmas, insuficiência renal aguda (IRA) geralmente
adsorveram Ag parasitários ou complexos Ag-Ac, provocada pela deposição de restos de hemácias
levando à formação de hemácias mascaradas que foram destruídas e se depositam no rim
por Ag estranhos, que são fagocitadas e impedindo filtração urinária normal e
destruídas por essses macrófagos e a provocando reação inflamatória que acarretará
produção acelerada em medula óssea de estado de IRA. Normalmente este quadro esta
novas hemácias, para reposição, que pode relacionado ao P. falciparum pois
gerar, células defeituosas, com vida média normalmente temos por esse agente um
reduzida. Outro elemento que pode ser número maior de hemácias destruídas do que
encontrado é a subnutrição que pode agravar a as demais espécies.
anemia, pela redução de elementos plástico
para a produção das hemácias. Essa anemia é A deposição por longo
responsável pela anóxia de vários órgãos, que prazo de complexos Ag-Ac pode gerar ativação do
é agravada pelo grande consumo do O2, sistema complemento e consequente
aminoácidos, peptídeos retirados das estado inflamatório, que pode causar
hemácias parasitadas pelos plasmódios. O insuficiência renal crônica. Por ser o P.
parasita é capaz de consumir vários nutrientes do malariae, a espécie que por mais tempo infecta
plasma, sendo o consumo de glicose é de grande o hospedeiro (em alguns casos, mais de 20 anos),
porte, o que provoca redução significativa dos seguida do P. vivax (algumas vezes até por cinco
níveis de glicogênio hepático. anos), são nessa ordem as mais encontradas
como geradoras desse quadro renal crônico.
Além da anemia
frequentemente profunda na infecção por P. D. CONFIRMAÇÃO
falciparum (esquizogonias são mais frequentes DIAGNÓSTICA:
e maior parasitismo), que debilita seriamente o
paciente, os casos fatais geralmente ocorrem por D.1 Fase Aguda
alterações do endotélio capilar onde se
evidencia marginação de hemácias, e/ou D.1.1 Pesquisa de parasitas em sangue
deposição de complexos antígeno-anticorpo (Ag- periférico
Ac).. Essas alterações endoteliais vão
provocar uma maior lentidão na movimentação * Esfregaço sanguíneo e Gota espessa
de hemácias parasitadas, permanecendo, muitas
vezes, aderidas ao endotélio, dificultando o Obs. O sangue periférico deve ser
fluxo normal das hemácias de forma que começa coletado durante, ou até 30 minutos após o
acesso malárico, pois haverá maior número de sangue circulante) são os que têm importância
parasitas no sangue periférico neste período. epidemiológica, uma vez que são a fonte de
infecção para os mosquitos (gênero Anopheles)
D.1.2 Pesquisa de Ac disseminarem a protozoose.

* Ensaio Imunoenzimático (ELISA) Para que exista a malária numa


* Reação de Imunofluorescencia região, são necessários três elos fundamentais: o
Indireta (RIFI) gametóforo (parasita), o mosquito
transmissor , e o homem suscetível.
D.1.3 Pesquisa de ADN parasitário

* Reação em cadeia da polimerase


(PCR) E.1 Elos humanos (gametóforo e
homem suscetível), é importante
D.2 Fase Crônica compreender que:

D.2.1: Pesquisa do parasita: 1. Não são todos os pacientes de


malária que apresentam
* Punção de medula óssea e posterior gametócitos circulantes e nem
coloração do material em lâmina. durante toda a fase da doença;
além disso, algumas espécies de
D.2.2 Pesquisa de Ac e Ag Plasmodium apresentam
gametócitos mais tardiamente do
* Ensaio Imunoenzimático (ELISA) que outras;
* Reação de Imunofluorescencia 2. Numa população com imunidade
Indireta (RIFI) natural ou imunidade adquirida
ativa ou passivamente, a malária
D.2.3 Pesquisa de ADN parasitário apresenta-se com variações
anuais irregulares, porém
Reação em cadeia da polimerase (PCR) endêmicas;
3. Numa população sem qualquer
E. EPIDEMIOLOGIA: tipo de imunidade, quando nela é
introduzido um gametóforo e
Pode ser encontrada em ordem de existindo alguma espécie de
frequência na África, Asia, América do Sul, Anopheles bom transmissor,
América central. e Europa Oriental. poderá haver epidemia, com
letalidade significativa,
No Brasil temos como principalmente por P.
regiões endêmicas, a região norte (Amazônia falciparum;
legal), região centro-oeste (Mato-Grosso e 4. A malária no Brasil é uma doença
Goiás). Na região sul e Sudeste existem casos de transmissão principalmente
isolados. silvestre, porém na dependência
da região, pode ser
O principal principalmente de transmissão
mecanismo de infecção é o passivo cutâneo, a intra-domiciliar, durante o
forma infectante para o homem são os repouso noturno que ocorre a
esporozoítas. A transmissão também pode se maioria das infecções.
dar mais raramente por transfusão
sanguínea e transplacentária. E.2 Com relação ao elo
Podemos considerar como única fonte invertebrado, é importante compreender
de infecção o próprio homem, exceto para o P. que:
malariae, que pode ter como reservatórios não
humanos os símios . Assim, os gametóforos 1. Não são todas as espécies de
(pessoas que possuem gametócitos em seu Anopheles que são boas
transmissoras. No Brasil diferentes pontos da cadeia de
destacam-se: A. transmissão: tratar o homem doente
(Nyssorhynchus) darlingi (eliminando a fonte de infecção ou reservatório),
(interior do país); A (Kerteszia) proteger o homem não infectado
cruzi e A. (K) bellator (região (quimioprofilaxia, telar janelas) e combater o
Sul do país; zona de bromélias); transmissor (na fase larvar ou adulta).
2. A distribuição geográfica dos Entretanto, na prática, a profilaxia pelos
plasmódios está intimamente métodos citados tem conseguido grandes
ligada à presença do vetor e este, vitórias em vastas regiões, mas falhado ou se
por sua vez, é dependente da tornado impraticável em outras. É provável,
geografia ambiente, incluindo tipo conforme será mostrado adiante, que com a
de terreno, vegetação, índice de vacinação se consigam resultados mais eficazes
pluviosidade, temperatura e onde os métodos tradicionais falharam.
umidade relativa do ar;
3. A densidade, a longevidade e a As medidas usuais de controle da
antropofilia dos vetores têm malária podem ser de cunho individual ou
grande importância na coletivo (regional).
epidemiologia da malária.
Os níveis de controle da malária
E.3 Na Amazônia, em particular, podem ser divididos em dois níveis:
alguns fatores epidemiológicos são
responsáveis pela alta prevalência da F.1 Individual - Visa proteger o
malária, destacando-se: indivíduo das as investidas dos insetos, ou, pelo
uso de quimioprofiláticos, impedir o
1. População dispersa, difícil de ser aparecimento das manifestações clínicas. Para
atingida; proteger o indivíduo, usa-se repelentes, dormir
2. Migrações constantes dos com mosquiteiros ou telar janelas.
habitantes em vista de novas
áreas de trabalho; F.2 Coletivo - É o método
3. Moradia inadequada (sem recomendado pela OMS, podendo ser realizado
paredes) para aplicação de de duas formas distintas: controle e erradicação.
inseticida; O controle visa reduzir a incidência da doença em
4. Resistência (em certos locais) do certas áreas ou minorar seus efeitos clínicos,
P. falciparum à cloroquina e desenvolvendo-se em áreas prioritárias e por
resistência comportamental (não tempo indeterminado (isto é, enquanto
comprovada, mas suspeitada) do necessário).
A. darlingi ao DDT e outros A erradicação visa extinguir a doença,
inseticidas; eliminar os reservatórios (gametóforos) e
5. Nas zonas de concentração impedir que ela recomece depois de erradicada,
humana controlada (cidades, desenvolvendo-se as atividades dentro dos prazos
vilas, acampamentos, garimpos determinados. Para que a erradicação obtenha
registrados), o controle é sucesso é necessário, portanto, o conhecimento
realizado com medicamento e dos seguintes pontos: detalhes epidemiológicos
combate ao mosquito; nos da malária naquela região; escolha das operações
garimpos clandestinos e outras de erradicação e possibilidade de avaliação
atividades agropastoris, a malária posterior dos resultados.
implanta-se, sem controle.
As medidas de
F. PROFILAXIA: erradicação devem ser muito bem estudadas,
pois, em geral, por atingir ou cobrir grandes
Estudando-se a áreas, o custo é enorme, envolvendo grande
epidemiologia da malária, nota-se que a quantidade de pessoal, viaturas, habitantes e
profilaxia desta doença, teoricamente, poderia podem variar de região para região na
ser conseguida, pois podemos atingir os dependência do transmissor (ores) e hábitos da
população entre outras. As fases necessárias para Esta classificação foi feita baseada
instalação dessas medidas são: principalmente no comportamento parasitário
no homem.
1. Preparatória: planejamento, Quando infectam hospedeiros onde
aquisição de verbas, levantamento ocorre boa adaptação ao mesmo, há certo
epidemiológico e treinamento de equilíbrio na relação parasita-hospedeiro, de tal
pessoal; forma que o número de protozoários
2. Ataque: execução das medidas presentes nos macrófagos seja pequeno,
escolhidas, tais como, aplicação com conseqüentes efeitos patológicos de pouca
de inseticida em todas as casas e intensidade, gerando, infecções
medicação da população com oligossintomáticas ou até assintomáticas.
cloroquina ou amodiaquina; Já nos hospedeiros não adaptados,
3. Consolidação: faz-se o controle por haver reações orgânicas mais intensas,
rigoroso da região, avaliando-se o e consequentes manifestações clínicas
número de insetos e os doentes significantes, sejam tegumentares ou viscerais,
porventura existentes; estas podendo, se não tratadas devidamente,
4. Vigilância ou manutenção: levar o hospedeiro a sérias mutilações (cutâneas
suspensão de todas as medidas, e/ou mucosas) ou à morte (visceral).
mantendo-se alerta para o caso de Apesar de existirem várias espécies
reintrodução de doentes. de Leishmanias em nosso país, citaremos aqui
Avaliam-se os resultados as 3 mais importantes:
mantendo se o esquema de A L. braziliensis causa lesões
vigilância por três anos. cutâneas e possíveis mucosas, é encontrada
de norte a sul do Brasil em áreas de colonização
recente ou antiga, e nessa última, associada a
animais domésticos como cães e cavalos e
sinantrópicos como roedores. A transmissão é
Gênero Leishmania feita por Psychodopigus wellcomei em
florestas do Pará, na bacia do Amazonas e na
As leishmanioses são infecções causadas serra do Baturité no Estado do Ceará, onde
por protozoários pertencentes ao gênero hospedeiros silvestres são desconhecidos; por
Leishmania. As espécies que fazem parte deste Lutzomyia whitmani em área de caatinga,
grupo são parasitas dixênicos, no qual existe a cerrado e mata Atlântica, na região Nordeste nos
necessidade para a realização de seu ciclo de um estados do Maranhão, Ceará, Pernambuco e
hospedeiro vertebrado e outro Bahia; Centroeste, nos estados de Mato Grosso e
invertebrado. Os vertebrados são Goiás e Sudeste, Minas Gerais; e por Lu.
principalmente mamíferos sendo os hospedeiros intermedia na Mata Atlântica do Sudeste,
invertebrados constituídos por insetos Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo e
psicodídeos dos gêneros Phlebotomus no Velho regiões de Araucária no Paraná e Santa Catarina.
Mundo e Lutzomyia e Psychodopigus nas Fora da região Amazônica, cães, equídeos e
Américas. possivelmente roedores sinantrópricos, assim
No hospedeiro vertebrado, somente como o homem são considerados fontes de
são parasitadas as células pertencentes ao infecção para os vetores.
Sistema Fagocitário A L. amazonensis causa lesões
Mononuclear, onde, dependendo da cutâneas e ocasionalmente a forma cutâneo-
espécie de Leishmania poderá a mesma se difusa (anérgica), associada a roedores
multiplicar predominantemente em silvestres e marsupiais. A infecção no homem é
macrófagos tegumentares (cutâneos e/ou menos frequente, ocorrendo na bacia Amazônica,
mucosos) originando a Leishmaniose Maranhão, Bahia, Minas Gerais e Goiás. Vetor:
Tegumentar ou macrófagos localizados em Lutzomyia flaviscutelata. L. chagasi
outros tecidos de localização profuna (antigamente conhecida como L. donovani)
(viscerais), determinando assim a causa a forma visceral da doença com febre,
Leishmaniose Visceral. anemia, hepatoesplenomegalia, e perda de peso
progressiva. Ocorre principalmente no Nordeste.
Pode ter ciclo rural, peri-urbano e algumas vezes multiplicar por sucessivos processos de divisão
urbano e com os cães domésticos atuando como binária longitudinal, gerando número
fonte de infecção. Vetor: Lu. longipalpis. Nos definido de parasitas. Após este período, o
últimos anos, tem ocorrido em áreas urbanas do macrófago se rompe liberando as formas do
Nordeste (São Luís - Maranhão, Terezina-Piauí, parasita. Por não apresentarem as formas
Natal-Rio Grande do Norte) e no Sudeste amastigotas, processos de invasão ativa ou
(Montes Claros - Minas Gerais e Rio de Janeiro - determinarem fagocitose induzida, as únicas
R.J.). Em áreas rurais e silvestres raposas e células que podem conduzi-las para seu
marsupiais são incriminados como hospedeiros interior, são as fagocitárias profissionais,
primários. onde se destacam os macrófagos. Como evento
A. ENTIDADE MÓRBIDA: normal, algumas dessas formas parasitárias
Leishmaniose (Leishmaniose caem em vasos sendo fagocitadas por
tegumentar: Leishmaniose cutânea e Cutâneo- macrófagos profundos. Os parasitas
mucosa; Leishmaniose Visceral). determinantes das leishmanioses
tegumentares, por não se adaptarem a
macrófagos profundos (viscerais), restringem
B. MORFOLOGIA seu ciclo de multiplicação ao território
superficial, ao contrário, as que determinam
Em razão do grande número de leishmaniose visceral se adaptam mais a
espécies deste gênero, as dimensões das formas macrófagos profundos, tendo dificuldade de
parasitárias podem sofrer variações, portanto multiplicação nos macrófagos
serão descritas abaixo amplas faixas das mesmas. superficiais.
B.1 PROMASTIGOTA: De 14 a 20 m A infecção do hospedeiro
m de altura por 1,5 a 4 m m de largura, formato invertebrado (flebotomíneos) ocorre por
fusiforme, núcleo localizado entre o centro e ingestão de formas amastigotas livres ou no
terço final, cinetoplasto em forma de bastão entre interior de macrófagos, situadas no sangue
o núcleo e região anterior, flagelo exteriorizado (leishmaniose visceral) ou em tecido adjacente
nesta região. (leishmaniose tegumentar). No interior do
B.2: AMASTIGOTA: De 2 a 6 m m de sistema digestivo do inseto, as formas
altura por 1 a 3 m m de largura, formato ovóide amastigotas se transformam em
ou esférico, núcleo único e no centro do promastigotas, que estão adaptadas a
citoplasma, cinetoplasto localizado justa-nuclear, sobrevida e multiplicação por divisão
em forma de bastão, flagelo apresentando em binária longitudinal. Algumas das formas
pequena porção extra-celular, só vista em geradas passam a migrar para outros locais, entre
microscopia eletrônica. os quais, as glândulas salivares, possibilitando
a infecção dos hospedeiros vertebrados.
C. CICLO VITAL
D. PATOGENIA E RESPOSTAS
O hospedeiro vertebrado é ORGÂNICAS
normalmente infectado por mecanismo
passivo cutâneo, por introdução de formas Do ponto de vista clínico, as
promastigotas contidas nas glândulas salivares leishmanioses do Novo Mundo se dividem em
e eliminadas junto à saliva de fêmeas de dois grandes grupos: tegumentar e visceral. A
flebotomíneos (gênero Phlebotomus no velho recente classificação da doença humana para as
mundo - Europa, Ásia e África e no novo mundo - leishmanioses foi feita de acordo com sua
Américas do gênero Lutzomyia). localização clínica predominante, suas
Em razão do mecanismo de punção respectivas formas e fisiopatogenia a partir do
deste inseto não ser vaso perfurativo, mais sim local da picada do vetor.
perfurativo destrutivo, as formas D.1 Leishmaniose Tegumentar
promastigotas são introduzidas em tecido local
e não em nível vascular. Por estarem nesta Os parasitas do gênero Leishmania
localização, são fagocitadas por macrófagos induzem respostas complexas no hospedeiro
teciduais e no interior do vacúolo digestivo, se vertebrado, efetuadas e/ ou moduladas pelo seu
transformam em amastigota, passando a se Sistema Imune (S.I.). Os antígenos parasitários
ativam o S.I., tentando debelar ou controlar a úlcera (mais frequentemente), lesão elevada
infecção, porém algumas dessas respostas não ou ainda para uma conformação plana. Tais
são efetivas, fazendo crer que a maior parte do lesões são normalmente indolores, podendo
quadro clínico da doença seja produzido muito acometer gânglios linfáticos satélites. Nas lesões
mais por reação do hospedeiro do que por ação mucosas, são comuns em fase avançada das
direta dos parasitas. As reações do homem ao lesões, a obstrução nasal, seguida de epistaxe,
parasitismo, serão sumarizadas a seguir. disfonia ou mesmo afonia. Caso a necrose local
A Leishmaniose Tegumentar foi seja progressiva, ocorre evolução para perda de
estudada em suas formas clínicas e respectivas asas nasais, septo ou mesmo de todo o arcabouço
respostas imunes a fim de se determinar seu nasal.
prognóstico. Foi comparado o espectro das D.2 Leishmaniose Visceral
leishmanioses tegumentares ao da Hanseníase.
No centro existiria a forma cutânea onde O parasitismo de macrófagos
evidenciaríamos uma resposta com intensidade viscerais, principalmente os localizados em
relativa ao bom desempenho no controle da sinusóides hepáticos, esplênicos e de
Parasitose. No primeiro pólo haveria uma medula óssea, pode acarretar modificações na
forma anérgica onde a reação imunológica do dependência da evolução da infecção. O SFM ao
hospedeiro estaria muito diminuída se hipertrofiar, reduz a luz dos sinusóides, o
especificamente para o parasita, propiciando o que explicaria a hepatoesplenomalia. A
aumento do número de formas parasitárias medula óssea por sua vez, pode determinar
(Leishmaniose cutâneo-difusa) que é uma uma diminuição da produção de plaquetas e
manifestação grave e rara, em indivíduos com hemácias. Após curso crônico, poderemos
deficiência da imunidade mediada por célula encontrar uma anemia, explicada além da causa
(anérgicos). Inicialmente apresenta-se como medular, pela ligação das hemácias com Ag ou
discreta pápula ou mais raramente úlcera, sem complexos Ag-Ac de origem parasitária. A
responder satisfatoriamente a tratamento. Evolui própria sub-nutrição seria um possível
lentamente em meses ou anos para placas elemento acessório. Este parasita suscita
infiltradas e múltiplos nódulos não ulcerados que resposta inflamatória que em nível hepático
podem cobrir todo o corpo, preferentemente nas pode determinar redução de atividade local,
extremidades. Até o momento não existe levando quando grave, a hipoalbuminemia, o
tratamento adequado e está associada que poderia explicar a perda de líquido
principalmente a L. amazonensis; no outro intravascular e acúmulo peritonial (ascite).
polo, estaria a forma hiperérgica Outro fator de agressão seria a ativação
(Leishmaniose cutâneo-mucosa), onde policlonal de linfócitos, determinante de
haveria poucos parasitas e grande resposta do estado de imunodeficiencia, levando a uma
hospedeiro ao mesmo, determinando grande maior frequencia de infecções, principalmente
injúria tecidual local em decorrência dessa por oportunistas, que é a maior causa de
resposta desproporcional do hospedeiro, letalidade da doença. As relações parasita-
normalmente as lesões mucosa são posteriores às hospedeiro podem acarretar amplo espectro
cutâneas. Acomete Preferencialmente o trato clínico, representado desde infecções sub-
respiratório ou digestivo alto. Caracteriza-se por clínicas (Leishmaniose Visceral Inaparente) que
lesões granulomatosas ulceradas, em placa ou caracteriza-se por ausência de
polipóide, podendo ser mutilantes ou obstrutivas. sintomatologia, mas com presença de
É de difícil tratamento e rara a cura espontânea, e anticorpos para o parasita, podendo evoluir para
está associada principalmente à L. doença ou para involução, e está associada em
Braziliensis. As lesões em nível cutâneo nosso país à L. chagasi, nas formas brandas
dependem muito da evolução geral das que são oligossintomáticas, determinando
lesões. O local onde o parasita foi introduzido, manifestações clínicas incaracterísticas,
gera pequena lesão eritematosa, que pode tais como febre irregular, anemia,
evoluir para a cura espontânea ou aumentar hepatoesplenomegalia, emagrecimento. A
em função da área de evidência de parasitas é possível através de
multiplicação/reação inflamatória. Na punção de medula-óssea. Nas formas
dependência do grau de resposta do consideradas graves, normalmente a progressão é
hospedeiro, a lesão ativa pode evoluir para uma insidiosa, com história de meses ou anos de
doença. Apresenta a sintomatologia da forma transmissão transfusional não é significativa do
moderada, porém em maior intensidade. A morte ponto de vista epidemiológico.
é frequentemente associada a complicações como Mudanças ambientais causadas pelo
hemorrágias ou septicemia bacteriana, por homem têm modificado a epidemiologia da
imunodeficiência. leishmaniose tanto em áreas onde a transmissão
está relacionada com animais silvestres, assim
E. CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA como em áreas onde a transmissão é rural,
passando a periurbana ou mesmo urbana.
Parasitológico : Pesquisa de parasitas Nessas áreas, a transmissão depende da
através de IMPRINT e corte histológico de adaptação dos flebotomíneos a estas alterações,
tecido biopsiado corados pelo Giemsa ou outros envolvendo também os animais domésticos.
corantes similares (no caso de Leishmaniose Diversos animais, tanto silvestres como
visceral fazer em medula óssea). domésticos ou sinantrópicos têm sido
Imunológico: Pesquisa de anticorpos apontados como reservatórios de protozoários
séricos (IgM e/ou IgG) através dos métodos de deste gênero, conferindo então caráter
ELISA e RIFI (Reação de Imunofluorescência zoonótico à afecção. Dentre os possíveis
Indireta) ou Reação Intradérmica (somente reservatórios domésticos, que seriam então
em casos de leishmaniose tegumentar). apontados como responsáveis pela manutenção
do parasitismo principalmente em áreas urbanas
F. EPIDEMIOLOGIA e peri-urbanas, o cão é apontado como
reservatório na leishmaniose visceral. No
As leishmanioses são de larga município do Rio de Janeiro já foram
distribuição mundial, existindo diferenças no demonstrados cães parasitados pela L. chagasi
encontro de espécies ou subespécies no Velho e (anteriormente denominada de L. donovani )
Novo Mundo, sejam elas de localização em áreas de ocorrência de leishmaniose visceral,
preferencial tegumentar ou visceral. Estão fortalecendo sua importância como reservatório
presentes em 4 continentes, sendo endêmicas na cidade.
em 82 países, 21 do Novo Mundo e 61 do Velho Várias pesquisas sobre possíveis
Mundo. Mais de 90% dos casos de reservatórios domésticos na leishmaniose
leishmaniose visceral (LV) ou calazar são tegumentar há muito têm sido feitas, tanto no
encontradas no Brasil, Bangladesh, Índia e Brasil quanto no exterior. Na década de 70, o cão
Sudão; Mais de 90% dos casos de já era apontado como hospedeiro acidental e
leishmaniose tegumentar (LT) ocorrem no reservatório do parasita (L. braziliensis). Em
Brasil, Afeganistão, Iran, Arábia Saudita e Minas Gerais, estudando áreas endêmicas de
Síria. leishmaniose tegumentar, foram demonstrados
Apesar de apresentar-se de forma diversos cães infectados, sugerindo a
epidêmica inicial, este parasitismo tende a participação destes animais como elo de
estabelecer-se posteriormente sob forma importância na transmissão desta Parasitose e
endêmica.Nos últimos anos tem havido assim sendo apontados como reservatório. Cães
aumento da incidência tanto de naturalmente infectados também foram descritos
leishmaniose tegumentar quanto visceral na Bahia e Rio de Janeiro. Este parasitismo foi
em todo o Brasil. confirmado em outras regiões do nosso país
como o Estado de São Paulo e do Amazonas. No
Além do mecanismo passivo cutâneo exterior no Panamá, e na Venezuela, foi
que é o responsável pela maioria absoluta das detectada a presença de leishmaniose canina em
infecções, pode ocorrer ainda nas infecções zonas endêmicas de forma tegumentar da
tegumentares de região genital de outros doença.
animais, como o cão, a transmissão passiva Além do Canis familiaris, outros
genital. Já na leishmaniose visceral, apesar de animais domésticos têm sido estudados para se
muito rara, foram assinalados casos, inclusive avaliar a possibilidade de suas participações
humanos, de transmissão transplacentária. Em como reservatórios do parasita, como os
razão do pequeno número e do estado clínico dos equídeos. Assim, foi relatada a ocorrência de
homens infectados pela L. chagasi e L. donovani , eqüídeos naturalmente infectados pela L. b.
apesar de viável do ponto de vista teórico, a braziliensis na Venezuela. Estudando áreas
onde ocorreu epidemia de leishmaniose no Trypanosoma cruzi
Estado do Rio de Janeiro, foram encontradas
lesões de onde isolaram L. braziliensis em A. ENTIDADE MÓRBIDA:
homens, cães e equídeos, e não foram Tripanossomíase Americana ou Doença de
encontrados em animais silvestres. Esses casos Chagas.
foram correlacionados com a importação de B. MORFOLOGIA:
asininos de áreas endêmicas. Esses estudos
sugeriram a importância destes animais na B.1 TRIPOMASTIGOTA: Forma
dispersão deste parasita. fusiforme, núcleo central, cinetoplasto volumoso
localizado na região posterior, flagelo
H. PROFILAXIA intracitoplasmático, surgindo próximo ao
cinetoplasto que margeando a membrana
Cada zona de transmissão deve ser plasmática formando longa membrana ondulante
estudada cuidadosamente, principalmente indo se exteriorizar na região anterior. Essa
quanto aos transmissores, reservatórios e hábitos forma é encontrada na porção final do intestino
da população. Após análise desses dados, se dos triatomíneos (hospedeiro invertebrado) e
estuda a viabilidade de controle local da consequentemente é eliminada junto com seus
Parasitose, o que nem sempre será possível. Caso excretas (fezes e urina), fase final do ciclo intra-
o transmissor apresente hábitos celular e circulação dos hospedeiros vertebrados.
intradomiciliares, deve ser estudada a
possibilidade do uso de inseticidas nestas B.2 AMASTIGOTA: Forma ovóide ou
habitações. No caso de existirem reservatórios esférica, sendo a forma de multiplicação intra-
domésticos como o cão, serão feitos testes celular obrigatória no hospedeiro vertebrado,
diagnósticos (pesquisa de Ac) e os positivos serão formando pseudo-cistos (membrana é da célula
sacrificados, já que o tratamento deste não é do hospedeiro), núcleo central e cinetoplasto de
satisfatório. Em caso de transmissão silvestre pequena dimensão, com pequena porção do
(matas), infelizmente não existem métodos flagelo se exteriorizando (somente visível a
eficazes de combate a Parasitose. A produção de Microscopia Eletrônica).
vacinas se encontra em fase de testes de campo,
porém, até o momento, não apresentaram B.3: EPIMASTIGOTA: Fusiforme,
sucesso. cinetoplasto entre o núcleo e a região de
Além do descrito acima, poderemos exteriorização do flagelo, núcleo central, flagelo
também lançar mão de várias medidas gerais tais intra-citoplasmático determinando pequena
como: diagnóstico e tratamento dos indivíduos membrana ondulante que se exterioriza na região
parasitados, utilização de repelentes em casos de anterior.
passeio/trabalho em áreas endêmicas, utilização Essa forma é responsável pela
de telas e cortinados em residências e canis de multiplicação na luz do tubo digestivo do
áreas endêmicas, porém esta malha deve ser hospedeiro invertebrado.
muito fina.
C. CICLO VITAL

O hospedeiro vertebrado se infecta, por


contato inicial com excretas (fezes e urina),
de triatomíneos, que carrearam
Gênero Trypanosoma tripomastigotas metacíclica, essas formas
então se depositam na superfície corpórea do
Os mais importantes parasitas do animal que serve de fonte de repasto,
homem neste gênero são o T. brucei (T. brucei propiciando um contato com este tegumento
rhodesiense e T. brucei gambiense) que é o (cutâneo e/ou mucoso) e posterior
responsável pela Tripanossomíase Africana penetração ativa, após chegada ao meio
ou Doença do sono e o T. Cruzi que tecidual interno, as formas tripomastigotas
determina a doença de Chagas ou metacíclicas são fagocitadas por elementos do
Tripanossomíase Americana. S.F.M. local ou induzem fagocitose a outros tipos
celulares, se transformando em amastigotas, o
que possibilita sua multiplicação. Após vários evoluir o paciente para cura clínica, porém não
ciclos, se transformam em novamente em parasitológica. Do ponto de vista clínico são
tripomastigotas. Quando a célula se rompe encontradas:
libera esta forma que agora é conhecida como E.2.1 FORMA INDETERMINADA:
tripomastigota circulante, que para Caracteriza-se a mesma pela assintomatologia e
continuar seu ciclo de multiplicação, invade normalidade fisiológica nos exames funcionais
outras células células nucleadas, principalmente tradicionais. Por essa classificação estão de 70 a
musculares, macrófagos e do conjuntivo, neste 80% dos casos humanos de infecção pelo T.
local ou por via de migração circulatória em cruzi.
outros tecidos . Obs. Alguns autores deslocam essa
O hospedeiro invertebrado se forma da fase crônica constituindo-a de forma à
infecta, ao praticar o hematofagismo, por parte.
sucção de sangue que contém forma(s) E.2.2 FORMA SINTOMÁTICA:
tripomastigota(s) , que se transforma em Apesar do número de parasitas ser muito baixo,
epimastigota no intestino médio deste inseto, encontramos lesões inflamatórias progressivas,
após vários ciclos de multiplicação, esta migra mesmo na ausência local de formas parasitárias,
para o intestino posterior, se transformando em o que possibilita apontar respostas auto-imunes
tripomastigotas metacíclicos, que se aderem como a provável explicação para o fenômeno,
à parede deste local. apoiada no encontro de similaridades antigênicas
Em razão da circulação de formas entre T. cruzi e fibras miocárdicas e a destruição
tripomastigotas, pode ocorrer transmissão progressiva de células e posterior quebra da
transfusional e por pela possível tolerância do “self” para as mesmas, já foram
multiplicação placentária e posteriormente evidenciadas respostas de LT e LB anti:
consiga superar a barreira placentária, miocárdio, vasos, endocardio e neurônios.
determinar infecções congênitas. Essa fase determina principalmente destruição
de plexo principalmente parassimpático, onde se
E. PATOGENIA E RESPOSTAS destaca tubo digestivo e coração, porém, já foram
ORGÂNICAS AO PARASITISMO descritos casos de alterações em outros sistemas
como o urinário. São encontradas formas
A patogenia desta Parasitose é sintomáticas em aproximadamente 20 a 30% dos
subdividida em duas fases clínicas: casos crônicos.
LOCALIZAÇÕES MAIS
E.1 AGUDA: Nesta fase, as lesões FREQUENTES:
orgânicas podem já ser notadas no tegumento A. FORMA CARDÍACA: Por
(sinal de porta de entrada), que se for ocular inflamações progressivas, encontramos necrose
encontraremos edema bipalpebral, unilateral, miocardica e destruição de sistema excito-
frequentemente com dacriadenite (Sinal de condutor, de intensidade variável, o que leva a
Romaña ), , em função da liberação da forma hipertrofia do eixo maior, com arritimias,
tripomastigota, antígenos solúveis e restos da insuficiência cardíaca, aneurisma de ponta e
célula hospedeira, que determina lesões fenômenos trombo-embólicos.
inflamatórias locais. Em função da estimulação
do Sistema Fagocitário Mononuclear, poderemos B. FORMA DIGESTIVA: Em
encontrar hepatoesplenomegalia, que se associa a conseqüência da alterações parassimpaticoprivas,
febre de intensidade variável, cefaléia e mal- encontraremos alterações em todo o sistema,
estar. A sintomatologia decorre da intensidade e com tendência a megas e alterações
local de maior agressão do parasitismo, podendo esfincterianas, principalmente localizadas em :
ser assintomática, olissintomática ou ]
francamente sintomática, neste último caso, ESÔFAGO -
raramente letal. Dificuldade progressiva de deglutição,
que normalmente se associa a não abertura
E.2 CRÔNICA: Em função de redução significativa do esfíncter esofagogástrico
significativa do parasitismo, decorrente de (acalasia), o que determina disfagia, tosse,
imunidade protetora parcial, as manifestações ptialismo e como principal complicação a
clínícas (se encontradas) cessam, podendo pneumonia de aspiração.
CÓLON - A alteração peristáltica, roedores e canídeos desempenham papel de
determina presença de mega, que implica em destaque. Em função do ciclo de transmissão, as
constipação, possibilidade de complicação do áreas rurais onde encontramos casas de estuque,
quadro por peritonite infecciosa. Com menor é onde existe maior concentração de triatomíneos
expressividade poderemos encontrar megas em domicializados e consequente maior taxa de
estômago, duodeno e vesícula biliar. infecção humana. Nos centros urbanos, por falta
das condições de estabelecimento do ciclo natural
F.CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA: de transmissão, a forma transfusional, apesar de
rara, é a mais encontrada, em função de falhas de
F.1 FASE AGUDA (Maior número de controle nos hemocentros. As formas congênitas,
parasitas): igualmente raras, em função da gravidade
Pesquisa de formas lesional, devem ser pesquisadas. As primo-
tripomastigotas sanguíneas : Esfregaço infecções em zonas endêmicas são
sanguíneo, gota espessa e papa leucocitária predominantes em crianças e o desenvolvimento
corados pelo Giemsa ou similares, Método de de formas crônicas é mais evidente em adultos
Strout. (30 e 50 anos), o que determina uma redução da
Pesquisa de Ac: Reação de capacidade produtiva da população afetada.
Imunofluorescência Indireta, Hemaglutinação e
Elisa. H. PROFILAXIA: Pelo exposto acima,
Pesquisa de ADN parasitário: devemos promover a educação da população
Reação de Polimerase em cadeia (PCR). local, sensibilizando-a para o problema e
buscando soluções compatíveis com as dotações
F.2 FASE CRÔNICA (Menor número orçamentárias e padrões culturais, melhorando
de parasitas): as condições das moradias (Alvenaria ou redução
das rechaduras), desinsetização das residências,
Pesquisa direta ou indireta de pesquisa de reservatórios domésticos e sacrifício
formas tripomastigotas sanguíneas: dos mesmos, buscar o diagnóstico e consequente
Método de Strout e xenodiagnóstico. tratamento dos casos agudos, evitar
desnecessários (reduzir a domicialização de
Pesquisa de Ac: Reação de triatomíneos). exclusão de doadores sropositivos
Imunofluorescencia Indireta, Hemaglutinação e para T. cruzi ou em área de grande
Elisa . endemicidade da doença, utilizar violeta de
Pesquisa de ADN parasitário: genciana (1:10.000) em todas as bolsas
Reação de Polimerase em cadeia (PCR). sanguíneas como elemento tripanossomicida.

G. EPIDEMIOLOGIA: A prevalência
desta parasitose ultrapassa os 10 milhões de
infectados distribuídos pelas Américas, onde se
destaca a América do sul. O Brasil tem
prevalência superior a 4 milhões principalmente
concentrados nos estados nordestinos, Minas
gerais, Mato-Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul.
Apesar de existirem infecções silvestres em todo
Brasil, essa endemia humana se concentra nas
regiões citadas em função da domicialização de
triatomíneos nos mesmos. As espécies
Triatoma infestans e Panstrongylus
megistus e com menor importância Rhodnius
prolixus e R. neglectus são os principais
transmissores humanos, porém em nível de ciclo
silvestre, várias outras são de grande
importância. Os principais reservatórios não
humanos são no ciclo doméstico o cão e roedores
sinantrópicos e em nível silvestre símios, gambás,

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